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UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA NO PRONTO ATENDIMENTO AO ESTUDANTE DA EST-UEA

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UMA ABORDAGEM ERGONÔMICA NO

PRONTO ATENDIMENTO AO

ESTUDANTE DA EST-UEA

Naelton Lages dos Santos (UEA) naeltonlages16@gmail.com William Bruno Soares Rodrigues (UEA) wbruno55@gmail.com Nadja Polyana Felizola Cabete (UEA) poly.cabete@gmail.com

Uma das maneiras positivas de modificar os ambientes de trabalho, visando o aumento da produtividade, é proporcionando um maior conforto ao trabalhador. Sendo assim, este trabalho buscou por avaliar a atual condição ergonômica do trabalho na secretaria de Pronto Atendimento ao Estudante (PAE) da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas, buscando encontrar os pontos em que a relação homem-máquina neste posto de trabalho apresenta oportunidades de aperfeiçoamento, com o propósito de trazer melhoria ao atendimento aos alunos. O estudo foi desenvolvido com base no método dedutivo e de uma abordagem quantitativa dos dados relacionados a posturas e espaços de trabalho, utilizando duas ferramentas ergonômicas (RULA e Suzanne Rodgers) para validar dados coletados previamente, através de questionários e observações. Com os dados obtidos pelas ferramentas, foram identificados diversos fatores nos postos de trabalho que prejudicavam a saúde dos funcionários. A partir disso, foram propostas melhorias junto aos órgãos universitários competentes, a fim de melhorar os processos e condições de trabalho dos atuais colaboradores.

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1. Introdução

A Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho em busca de proporcionar o máximo de conforto ao trabalhador na execução de suas tarefas. (Ergonomics Research Society, Inglaterra, 1949).

Em todos os ambientes de trabalho em que existe a relação entre o homem e a máquina é possível a aplicação de métodos ergonômicos para a identificação de oportunidades de melhoria das condições do posto de trabalho, mas é em atividades em escritórios e com computadores onde mais se observa a necessidade de intervenção ergonômica, devido às inúmeras posturas incorretas a que o trabalhador está sujeito e à carga horária e mental peculiar a este tipo de trabalho.

Um dos exemplos de trabalhos em escritórios são os dos técnicos-administrativos de uma universidade. Com constantes solicitações de melhoria dos métodos educativos, é importante a observação dos processos que dão sustentação a esse sistema. Todos os edifícios destinados à educação devem estar sujeitos à obediência de normas e padrões básicos de projeto e construção, capazes de garantir uma oferta adequada de espaço para o processo pedagógico (ORNSTEIN, 1996). Ao se abordar a ergonomia nesses ambientes, pode-se tanto melhorar a qualidade de vida dos colaboradores enquanto funcionários públicos como também a qualidade do trabalho enquanto membros importantes de um sistema educacional de uma universidade.

Para facilitar a aplicação e observação dos postos de trabalho com um foco na saúde do trabalhador, métodos ergonômicos foram criados. Com o tempo, tais métodos foram ficando mais abrangentes e com condições de melhor avaliar as atividades laborais. (TRZASKOS, MICHALOSKI, 2015).

Este projeto tem a finalidade de analisar, através de ferramentas ergonômicas adequadas para a situação, os postos de trabalhos dos técnicos-administrativos da Escola Superior de Tecnologia (EST), da unidade da Universidade do Estado do Amazonas. Busca-se a melhorias condições de trabalho dentro da Universidade, possibilitando aos colaboradores um ambiente de maior conforto e qualidade, o que diretamente afetará a funcionalidade e o desempenho dos funcionários inseridos nestes ambientes.

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2. Referencial teórico

Muitas são as definições a respeito do tema ergonomia. Todas procuram ressaltar a interdisciplinaridade e o objetivo do seu estudo, que é a interação entre máquina e ser humano no sistema homem-máquina-ambiente. (IIDA, 2005).

A ergonomia entrou no mundo dos escritórios através do projeto de estações de trabalho com computador, já que, nos atuais modelos de escritório, o trabalhador é uma parte do sistema homem-máquina. (GRANDJEAN, 2005).

Com o avanço tecnológico, tornou-se imprescindível a informatização dos ambientes de trabalho, uma vez que os computadores facilitam os processos de envio, armazenamento e consulta de informações. Eles também automatizam diversas tarefas realizadas nesses ambientes, reduzindo o tempo de atividades e melhorando a eficiência dos colaboradores. Por conta dessa evolução, a demanda por trabalhos em escritórios e secretarias só tem aumentado. Aproximadamente três quartos de todos os empregados residentes em países industrializados têm empregos que requerem o trabalho na posição sentada, e boa parte desses trabalhos são realizados em estações computadorizadas (REINECKE et al, 2002; TREASTER E MARRAS, 1987).

Com esta necessidade de adaptação aos computadores e a consequente posição corporal requerida para este tipo de trabalho, tornou-se imprescindível a adoção de medidas para um bom funcionamento do sistema homem-máquina, visando a preservação da integridade física dos colaboradores.

Autores como Fernandes et al. (1999) defendem que não é a tecnologia a responsável pelas doenças ocupacionais e sim o modo de como ela é utilizada atualmente nas empresas, que vem potencializando fatores de risco ergonômico nesses postos.

Esses fatores de risco incluem, mas não estão limitados a, gênero do trabalhador, estresse do trabalho, tipo de computador usado, psicometria, duração e frequência do trabalho (ANDERSEN et al, 2011; DA COSTA E VIERRA, 2010).

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Além disso, muitos profissionais não estão adaptados às exigências e inovações das empresas e precisam de uma melhor formação para o uso dos equipamentos informáticos (QUINTAS et

al, 2006).

Durante o trabalho na posição sentada em escritórios, os movimentos e espaços para manobras são restringidos; monitores exigem constante atenção; a postura da cabeça pouco se modifica; mãos atendem quase que individualmente ao teclado; e são constantes as posições forçadas dos braços e ombros. (GRANDJEAN, 2005) Essa falta de movimento nesses ambientes impõe um risco físico ao sistema muscoesquelético, já que os músculos não estão sendo desafiados. (STRAKER AND MATHIASSEN, 2009). Tal fator aumenta o risco de lesões músculo-esqueléticas nas costas, pescoço, ombros, braços e pernas (NAQVI, 1994; WINKEL AND JORGENSEN, 1986).

Essas características apresentadas, em que os trabalhos se tornam repetitivos, pesados, monótonos, fragmentados e onde os trabalhadores necessitam se concentrar e estar sempre atentos para realização das suas atividades favorecem a incidência de Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, mais conhecidas como DORTs.

São necessários vários fatores em conjunto para que essas lesões sejam provocadas. Em geral, a severidade de um fator de risco é dependente de três características principais: a intensidade (ou amplitude), a frequência e duração. (SIMONEAU, 1996).

Para evitar tais problemas de saúde nos ambientes de trabalho, é importante o conhecimento e desenvolvimento de técnicas e ferramentas que possam auxiliar o estudo ergonômico das interações que ocorrem entre homem, máquina e ambiente. Para isso, elas devem abrangir o estudo de vários fatores ocorrentes em um local de trabalho.

O Questionário Nórdico Muscoesquelético é uma das formas de diagnóstico que podem ser utilizadas. O instrumento consiste em escolhas múltiplas ou binárias quanto à ocorrência de sintomas nas diversas regiões anatômicas nas quais são mais comuns (PINHEIRO et al, 2002). O questionário foi traduzido para diversos idiomas na última década, sendo que a versão brasileira deste instrumento foi proposta por Barros e Alexandre (2003). Os autores desse questionário não o indicam como base para diagnóstico clínico, mas para a identificação de distúrbios osteomusculares e, como tal, pode constituir importante instrumento de diagnóstico do ambiente ou do posto de trabalho (PINHEIRO et al, 2002).

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Outras ferramentas que podem ser utilizadas para observação das DORTs são as de mensuração e avaliação postural, que fornecem para o usuário a urgência e a extensão da intervenção necessária. O método ROSA (Rapid Office Strain Assessment) é uma dessas ferramentas, sendo um checklist baseado em diagrama que auxilia ergonomistas a quantificar rapidamente os fatores de risco específicos do trabalho com computador através da postura e equipamentos no local de trabalho avaliado (LIEBREGTS, SONNE, J.R. POTVIN, 2016). Diferentemente de outros métodos mais conhecidos e utilizados como OWAS (Ovako

Working Posture Analysis System) e RULA (Rapid Upper Limb Assessment), a ferramenta

apresenta alguns fatores de risco que são específicos a ambientes de escritórios, fazendo uma análise mais completa do que estes outros métodos, que foram originalmente projetados para trabalhos com cargas e com forças excessivas.

Os fatores de risco incorporados na ferramenta são organizados em várias subseções como cadeira, monitor e telefone, e mouse e teclado. Estes subseções enfatizam os fatores de risco de cada componente do local de trabalho de escritório para estabelecimento de scores de risco. As pontuações verificadas em cada subseção são então combinadas para alcançar uma pontuação final ROSA, que funciona como indicativo do risco global de desconforto músculo-esquelético dentro da organização. (SONNE et al, 2012).

Imagem 1 – Modelo de aplicação ROSA

Fonte: Sonne et al, 2012

Outra ferramenta que pode ser utilizada para trabalhos em escritório é o método Sue Rodgers, desenvolvido por Susanne Rodgers, Phd. Consiste na coleta de dados relativos a segmentos

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corporais durante o desenvolvimento de uma tarefa, entendendo por tarefa a interação homem-máquina, designada (MATTOS et al, 2001).

Ela permite identificar as posturas de trabalho mais danosas, avaliando os esforços em determinadas partes do corpo, previamente definidas (COUTO, 2002). De acordo com nível do esforço, tempo do esforço contínuo e a frequência desse esforço. Cada caso possui 4 valores possíveis: 1, 2, 3 ou 4.

As partes do corpo analisadas são pescoço, ombros, tronco, braços e antebraços, punhos e mãos, pernas e joelhos, tornozelos e pés. Para cada uma dessas partes analisadas haverá como resultado um número com três dígitos. O primeiro dígito representa o esforço, o segundo a duração e o terceiro a frequência.

A partir dos valores encontrados, encontramos quatro tipos de resultados sobre prioridades das ações: baixa, média, alta e muito alta, sendo representadas pelas cores verde, amarela, vermelho e roxo, respectivamente.

Tabela 1 – Resultados possíveis: Suzanne Rodgers

Baixa Média Alta Muito Alta

111 123 223 323 112 132 313 331 113 213 321 332 121 222 322 4XX 122 231 X4X 131 232 XX4 211 312 212 221 311

Fonte: Software Ergolândia 5.0 (FBF Sistemas, 2008)

3. Metodologia

Nesta pesquisa foi aplicado o método dedutivo, partindo-se da observação in loco dos funcionários em seus postos de trabalho e de uma abordagem quantitativa dos dados relacionados a posturas e espaços de trabalho, (bem como da qualitativa, relacionada aos aspectos de organização do trabalho). Posteriormente, foi feita comparação dos resultados

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dessas observações com as normas legalmente estabelecidas e com a teoria reconhecida sobre o tema. Desta forma, foi realizado o procedimento técnico de uma pesquisa de levantamento no intuito de descrever a situação ergonômica em que o trabalho tem sido realizado, com o propósito de realização de um diagnóstico sobre as condições de trabalho desses funcionários à luz da legislação e teoria sobre o tema.

Para aplicação dos métodos acima citados, o procedimento seguido consistiu na análise prévia situacional, realizada a partir dos resultados da aplicação do Questionário Nórdico dos sintomas músculo-esquelético. Após, foi feita a observação e descrição do ambiente do comportamento dos indivíduos para execução das tarefas, com o intuito de registrar possíveis erros ergonômicos no local de trabalho.

Para que os dados coletados fossem analisados à luz da literatura, duas ferramentas foram aplicadas: RULA e Suzanne Rodgers. A partir dos resultados das ferramentas, foi possível traçar as relações entre as posturas tomadas pelos trabalhadores com as dores relatadas no início da pesquisa.

Após essas etapas, foram recomendadas ações ergonômicas visando a melhoria das condições de trabalho atuais.

4. Resultados e discussões

4.1 O pronto atendimento ao estudante (PAE)

A secretaria de pronto atendimento ao estudante (PAE) foi criada com o intuito de resolver os problemas dos universitários na UEA de forma rápida e eficaz, além de facilitar o processo de outras secretarias, que dificilmente precisam de contatos diretos com os alunos. No atual modelo da universidade, os alunos precisam passar pelo PAE para quase todas as atividades: Informações de matérias; solicitações de declarações da universidade; pendências

universitárias; etc. Algumas das principais atividades do PAE estão relacionadas na tabela

abaixo.

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8 Fonte: Elaborado pelos autores

Atualmente, esta secretaria conta com oito colaboradores divididos em duas funções: atendentes de alunos e secretários internos. Aos atendentes, cabe dar informações para alunos, impressões de documentos, protocolos. Já os secretários internos recebem, selecionam, ordenam, encaminham e arquivam documentos, sendo responsáveis pela maioria dos registros e processos que ocorrem na EST.

Os secretários têm idade média de 39,66 anos. Seis são mulheres, dois homens.

Esses trabalhadores utilizam três salas, uma que funciona como recepção, onde ficam os atendentes. Logo após este ambiente, há duas salas, com os secretários internos.

4.2 Aplicação do Questionário Nórdico

O questionário foi aplicado a todos os trabalhadores. Visando melhor compreensão do questionário por parte dos funcionários, foram utilizadas apenas as perguntas referentes à dores nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias. As maiores reclamações encontradas foram de dores no pescoço, costas, ombros, punhos/mãos e tornozelos. Os dados completos são encontrados a seguir.

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9 Fonte: Elaborado pelos autores

4.3 Descrições das atividades e do ambiente

Maioria das atividades requer a posição sentada. Para realizar essas atividades, tomam posturas variadas durante o dia. Para poucas atividades é necessário ficar em pé. Ex: busca de documentos já protocolados, impressões em geral, informações com outros secretários que não estão no mesmo ambiente.

Neste ambiente de trabalho há pequenas variações entre os modelos de cadeiras e mesa. Não há uma regra de comportamento entre os funcionários, porém todos acabam tomando algumas posições semelhantes.

As cadeiras não apresentam apoio para braços. Às vezes os trabalhadores utilizam a mesa como apoio para os braços, ficando com um ângulo entre o braço e antebraço menor que 90º em boa parte do tempo. Algumas cadeiras não apresentam possibilidade de inclinação, giro, movimentação. Durante o atendimento aos alunos, alguns secretários ficam “travados” nessas posições. Também não há suporte para os pés.

Os colaboradores quase não utilizam regulagem da altura da cadeira. Em alguns casos, também não utilizam o apoio para as costas presente na cadeira. Pés em constante movimento, isso, aliado à falta de regulagem da altura da cadeira e falta de suporte, às vezes os deixam em suspensão ou com pouco contato com o solo.

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Ao realizar contato com monitores, os funcionários acabam deixando a cabeça inclinada para baixo para observação da tela, e em algumas situações, se curvam. Geralmente isso acontece após um tempo de trabalho, quando já estão mais cansados. Também não regulam a altura e a distância dos monitores.

Quando não estão em atendimento aos alunos, os funcionários continuam fazendo outras atividades, como digitação, controle, seleção e ordenação de documentos.

Em momentos de pausa, acabam ficando em pé por pouco tempo. Quando isso acontece, é mais para conversas com outros funcionários ou necessidades pessoais fora do ambiente de trabalho.

4.4 ROSA

Aplicação do método ROSA foi feita a partir das 5 posturas mais comumente tomadas pelos trabalhadores. Para cada postura frequente, foram analisados dados estatísticos para estudo de relação com o que foi coletado previamente.

As principais características das posturas são apresentadas no quadro a seguir. Logo após, são apresentados os resultados da aplicação da ferramenta.

Quadro 1 – Postura frequente dos colaboradores do PAE

Fonte: Elaborado pelos autores

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11 Fonte: Elaborado pelos autores

4.5 Suzanne Rodgers

Para melhor compreensão das exigências corporais para cada postura relatada no ROSA, também foi aplicada a ferramenta Suzanne Rodgers em cada uma das cinco posturas comuns neste posto de trabalho, apresentadas no Quadro 1. A aplicação foi feita com o auxílio do software Ergolândia, da FBF Sistemas.

Tabela 5 – Aplicação Suzanne Rodgers na postura 1

Fonte: Elaborado pelos autores

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12 Fonte: Elaborado pelos autores

Tabela 7 – Aplicação Suzanne Rodgers na postura

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Fonte: Elaborado pelos autores

Tabela 8 – Aplicação Suzanne Rodgers na postura 4

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13 Tabela 9 – Aplicação Suzanne Rodgers na postura 5

Fonte: Elaborado pelos autores

4.6 Discussões

Na ferramenta Rosa, encontramos uma média dos scores finais igual a 4, com desvio padrão de 0.894, o que significa que os locais de trabalho apresentam riscos de desconfortos muscoesqueléticos e investigações e modificações podem ser necessárias (SONNE et al, 2012).

Também podemos analisar o score A, o mais problemático em todas as posições. Ele relaciona o assento com a posição das costas e dos braços. Pontuações altas nesse score advém de fatores como: altura da mesa, altura do assento, apoio lombar e falta de espaço para as pernas, características atuais do posto de trabalho. Estudos demonstram que tais fatores trazem problemas para: parte superior das pernas, joelhos, pés; ombros, costas (IIDA, 2005).

Nos outros scores, podemos ver repetição de algumas características que também afetam as mesmas regiões, tais como: altura do monitor, posição do teclado, tempo e repetição de trabalho. Todos esses fatores também causam problemas nos ombros, coluna e pescoço (IIDA, 2005), principal reclamação dos trabalhadores no local, identificadas no Questionário Nórdico.

Esses dados podem ser validados ao compararmos essas informações com os resultados da ferramenta Suzanne Rodgers. Nela, observamos que, com as atuais posturas, em 60% dos casos o pescoço apresentou prioridade de mudanças muito alta e em 40% dos casos pés e tornozelos apresentaram a mesma característica.

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Outros fatores, em menor proporção, também foram encontrados na etapa de descrição do local. Os fatores e suas possíveis consequências, segundo Iida (2005), são:

- Digitação sem apoio para os braços: cansaço nos dedos, punhos e ombros;

- Bancada alta por falta de ajuste da altura da cadeira: pode trazer abdução e elevação

dos ombros, além de uma postura forçada do pescoço. Também força o trabalhador a tomar posturas inadequadas que causam problema na parte superior das pernas, joelhos, pés, coluna vertebral;

- Falta de espaço para os pés em algumas mesas: membros inferiores imobilizados, além

de provocar uma sobrecarga sobre os joelhos e pernas;

- Não utilização do apoio para costas da cadeira: dores nos músculos extensores no

dorso;

- Má localização de monitores: fadiga rápida aos músculos dos pescoço e ombros.

Também prejudica as outras posturas sentadas do trabalhador.

Com base no diagnóstico é recomendado que haja uma padronização no local de trabalho , à luz da literatura. Algumas das sugestões apresentadas são:

- Todas as cadeiras devem possuir altura ajustável e apoio para as costas, segundo a NR

17 - 17.3.3;

- Disponibilização de um suporte adequado para a leitura de documentos; ajustável;

proporcionando boa postura do pescoço ao colaborador (NR 17 - 17.4.1);

- Mesas com características dimensionais que possibilitem a movimentação e os

posicionamentos adequados dos segmentos corporais (NR 17 - 17.3.2);

- Monitor ajustável à altura de visão. Teclado e mouse independentes, para permitir que

o funcionário ajuste sua posição (NR17 - 17.4.3);

- Treinamento dos funcionários para que possam aprender a se posicionar corretamente

no seu posto de trabalho.

5. Conclusões

A Ergonomia, busca, através de várias ferramentas, adaptar o trabalho ao homem. As várias metodologias já criadas buscam fazer com que os pesquisadores conheçam ao máximo as situações de trabalho, assim buscando as melhores recomendações a serem aplicadas.

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Para que esse trabalho também seja bem realizado, é necessário um conhecimento das ferramentas ergonômicas: como aplicá-las nas situações corretas e como uni-las, de forma a criar o melhor diagnóstico possível.

No presente artigo foi possível, com o uso de várias ferramentas, encontrar origens de problemas ergonômicos em uma secretaria universitária, visando a melhoria tanto da saúde dos colaboradores quanto do processo de atendimento a alunos na UEA.

Após o diagnóstico realizado, foram realizadas sugestões aos órgãos universitários competentes para que os postos sejam adequados aos trabalhadores.

REFERÊNCIAS

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COUTO, H. A. Como Implantar Ergonomia na Empresa – A Prática dos Comitês de Ergonomia. Belo Horizonte: Ergo, 2002.

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