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Direito Penal Parte VIII Teoria do Delito Item 5 Relação de Causalidade

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Texto

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Direito Penal

Parte VIII – Teoria do Delito

(2)

1.

Nexo Causal

(3)

Nexo Causal

Um resultado deve estar ligado a uma conduta por um vínculo denominado

nexo causal (ou nexo de causalidade).

Entre a ação e o resultado, deve-se avaliar a responsabilidade penal pela

autoria.

Por isso, deve existir um pressuposto mínimo nos delitos de resultado para confirmar a responsabilidade penal do autor por ele (Cezar Roberto Bitencourt).

Dois caminhos para a noção de causa (Juarez Tavares):

Relação racional: deduz a causa sempre de seu efeito;

(4)

Resultados advindos do

acaso ou de fenônemos

naturais não podem ser

atribuídos ao autor

Só há crime quando o resultado típico foi causado por um

comportamento típico proibido

(5)

2.

Causa

(6)

Causa no Direito Penal

Como forma de se impedir a responsabilidade penal a todo e qualquer

comportamento humano supostamente perigoso, faz-se necessário definir

o que se entende por causa.

Se determinada forma de agir ou omitir não foi causa de um resultado lesivo,

não se pode atribuir responsabilidade ao autor.

Diversas teorias foram criadas visando a definir, penalmente, o conceito

de causa, dentre elas: (a) a teoria da conditio sine qua non; (b) a teoria da

causalidade adequada; (c) a teoria da relevância; (d) a teoria da condição

conforme uma lei natural.

(7)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Baseado na máxima newtoniana segundo a qual: “Com toda ação ocorre

sempre uma reação igual e contrária”.

Tal postulado foi elevado, como premissa de causa e efeito, e a lei da causalidade foi considerada o mais relevante modelo para explicar o que poderia ser ciência.

“Dá-se conexão causal quando não se pode supor suprimido o movimento corporal

sem que devesse deixar de ocorrer o resultado ocorrido.” (Franz v. Liszt).

(8)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Art. 13. “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a

quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado

não teria ocorrido.”.

Adoção da teoria da conditio sine qua non.

“A teoria da equivalência dos antecedentes causais aplica a ideia de que todo efeito

tem uma pluralidade de condições causais e que, no nexo causal, cada uma dessas

condições é de igual modo necessária para o resultado. Nesse sentido, todas as

condições são causalmente equivalentes, por isso, teoria da equivalência.” (Hans

(9)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Conceitos Centrais da Teoria da Conditio

Sine qua Non

• Todas as condições determinantes de um resultado

são necessárias; por isso, são equivalentes

• Causas são as condições que não podem ser

eliminadas hipoteticamente sem se excluir também

o resultado

(10)

Causa é toda condição de um

resultado que não pode ser

suprimida mentalmente sem

que também desapareça o

resultado

(11)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Processo de eliminação hipotético de Thyrén

Para saber se determinada conduta é causa, devemos eliminá-la mentalmente para

(12)

A atira em B, que falece

Eliminado mentalmente o disparo, o

resultado é o mesmo?

(13)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Processo de eliminação hipotético de Thyrén

Há relação de causalidade entre a conduta e o resultado sempre que este não puder

ser evitado quando suprimida mentalmente aquela.

Caso eliminada mentalmente a conduta, o resultado desaparecer, é porque a conduta é

(14)

Teoria da

Conditio Sine qua Non

Críticas

Possibilidade de considerar causa tudo aquilo que contribui para a cadeia de acontecimentos

Gera absurdos, em verdadeiro regresso ao infinito.

• Ex.: A mata B utilizando arma de fogo. É causa do crime a ação de disparar, a do comerciante que vendeu a arma, a da empresa que fabricou a arma, as das empresas que venderam a matéria prima para a fabricante da arma, as do mineradores que extraíram os materiais, etc.

(15)

Se reprovamos a conduta de alguém que havia realizado um

fuzilamento ilícito em uma guerra e ele defende que, se não o fizesse,

outro teria fuzilado a vítima exatamente do mesmo modo, então,

podemos suprimir mentalmente o fato sem que o resultado desapareça

[...] A e B, atuando independentemente um do outro, acrescentam

veneno ao café de C. Se C morrer por isso, contudo a dose posta por A

ou B teria provocado por si só a morte exatamente do mesmo modo,

pode-se suprimir mentalmente a conduta de cada um sem que

desapareça o resultado.

(16)

3.

Teoria das Concausas

(17)

Concausas no Direito Penal

O CP trata dos desvios causais e da consequente eliminação do nexo de

causalidade.

Muitas vezes, aquilo que poderia ter relação causal com o resultado perde sua

relevância jurídica para atribuição da responsabilidade penal.

Art. 13, §1º. “A superveniência de causa relativamente independente exclui a

imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,

imputam-se a quem os praticou.”.

(18)

Concausas no Direito Penal

Considerações

Concausas Antecedentes

a) Já existiam antes do comportamento do agente e influenciam o resultado lesivo

b) A acerta um soco em B, que é hemofílico e vem a falecer em razão da perda excessiva de sangue

Concausas Concomitantes

a) Ocorrem simultaneamente à conduta do autor

b) A empurra B do alto de um prédio e, durante a queda, B sofre infarto fulminante

Concausas Supervenientes

a) Surgem após a conduta e contribuem para o resultado

b) Sujeito sofre uma agressão que causa fratura em seu braço e, ao chegar no hospital para tratamento, o local sofre um incêndio

(19)

Concausas no Direito Penal

Concausas absolutamente e relativamente independentes

Classificação que leva em conta o grau de relação com a conduta do agente.

Concausas relativamente indenpedentes: a causa do resultado está, de alguma

forma, relacionada com o comportamento do agente.

• Ex: A morre em decorrência de acidente automobilístico sofrido pela ambulância que o transportava após ele ter sido alvejado por B (A só estava na ambulância por conta do tiro que levou de B).

Concausas absolutamente independentes: não dependem do comportamento do autor para realização do resultado, que teriam ocorrido de qualquer modo.

• Ex: A coloca veneno na bebida de B, mas antes do veneno fazer efeito, a viga da casa de B se quebra e este morre soterrado.

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Concausas no Direito Penal

Concausas absolutamente e relativamente independentes

Concausas absolutamente independentes: excluem o nexo de causalidade entre o resultado e a conduta do agente.

Concausas relativamente indenpedentes: a regrado CP exclui o nexo apenas

quando forem supervenientes.

• Ex: A morre em decorrência de acidente automobilístico sofrido pela ambulância que o transportava após ele ter sido alvejado por B (A só estava na ambulância por conta do tiro que levou de B). B responderá por lesão corporal ou homicídio tentado.

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Referências

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