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O DIAGNÓSTICO DO PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR) DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO ESTADO DE MATO GROSSO

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DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO ESTADO DE MATO GROSSO

SOUZA, Márcia Helena de Moraes – UFMT marciahelenamoraes@hotmail.com MONTEIRO, Silas Borges – UFMT silas@terra.com.br SILVA, Lucivan Augusto da – UFMT lucivanaugusto@hotmail.com COELHO, Daniela de Freitas – UFMT danifreitascoelho@yahoo.com.br Eixo Temático: Políticas Públicas e Gestão da Educação Agência Financiadora: Não contou com financiamento

Resumo

A presente pesquisa é parte de um projeto proposto em 2007 pelo Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (IE/UFMT) intitulado “Acompanhamento e avaliação do processo de implantação do Plano de Desenvolvimento da Educação no Estado de Mato Grosso” e tem por objetivo a configuração de um panorama de toda a Rede Municipal de Educação Básica do Estado de Mato Grosso, a partir dos dados do Diagnóstico do Plano de Ações Articuladas (PAR), uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Governo Federal, que pela primeira vez em regime de colaboração com os Governos dos Estados e dos Municípios, vem articulando ações para a melhoria da Educação no País. Com indicadores que abrangem quatro dimensões, “Gestão Educacional”, “Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho”, “Práticas Pedagógicas e Avaliação”, e “Infra-estrutura Física e Recursos Pedagógicos”, seus resultados oferecem um retrato da situação atual do ensino de cada um dos municípios do Estado. O Governo de Mato Grosso entendeu que deveria envolver não somente os municípios de menor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nesse Plano de Ações Articuladas, proposta inicial do Governo Federal e, através da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e do IE/UFMT, ampliou o diagnóstico para os 141 municípios do Estado, propondo inclusive que fossem desenvolvidas pesquisas amplas para análise das demandas e políticas públicas de educação do Estado, que contribuam não apenas para subsidiar possíveis redefinições das medidas adotadas pelas diferentes esferas de governo, como também para gerar novos conhecimentos acerca da atual situação do ensino público existente no Estado. Encerrada a fase de diagnóstico do PAR em Mato Grosso em julho de 2008, análises preliminares subsidiaram a construção do plano estratégico do Estado para a Formação de Professores.

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Palavras-chave: Plano de Desenvolvimento da Educação. Plano de Ações Articuladas. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Introdução

O Plano de Ações Articuladas

O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) foi lançado em março de 2007, com o objetivo de promover a realização de metas e ações consideradas capazes de garantir a melhora da qualidade da educação básica no país. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) foi então estabelecido como eixo de articulação do PDE para avaliar a situação de cada município brasileiro, e é resultado da combinação de dois outros indicadores: a) a pontuação média dos estudantes em exames padronizados ao final de determinada etapa da educação básica (4.ª e 8.ª séries do ensino fundamental e 3.º ano do ensino médio) e b) taxa média de aprovação dos estudantes da correspondente etapa de ensino. O que caracteriza o IDEB como um indicador de desenvolvimento educacional – para além dos indicadores de desempenho já existentes – é o fato de combinar informações de desempenho em exames padronizados – Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) e Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil) – com informações sobre fluxo escolar – obtidas por meio do Censo Escolar (Fernandes, 2007, p. 07-08).

Em 2005, o IDEB observado no Brasil como um todo para os anos iniciais do ensino fundamental foi de 3,8. Projeta-se para o ano de 2022 que este índice seja 6,0, resultado obtido pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), quando aplicada a metodologia do IDEB em seus resultados educacionais (MEC, 2007b).

O Plano de Ações Articuladas – PAR é uma das ferramentas do PDE, que em regime de colaboração entre as unidades federadas, estados e municípios, a partir de um diagnóstico de caráter participativo, tem o objetivo de promover uma análise compartilhada da situação educacional da rede pública de ensino. O instrumento de diagnóstico PAR foi elaborado para qualificar informações sobre a rede municipal de ensino da educação básica de todos os municípios do país que tivessem obtido resultados no IDEB menores ou iguais a 2,7. A partir da avaliação da situação da educação básica em cada município apontada pelo IDEB, o governo federal se propõe a destinar recursos financeiros e apoio técnico aos municípios cujo desempenho estivesse aquém do esperado, desde que estes municípios realizassem o PAR e se

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comprometessem formalmente com o desenvolvimento de ações que possibilitem o alcance das 28 metas estabelecidas no Termo de Adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. (Decreto n.º 6.094, de 24/04/2007). A expectativa é de que tais ações se traduzam objetivamente no aumento do IDEB. Mais tarde os Estados também viriam a elaborar seus Planos de Ações Articuladas para o atendimento, do mesmo modo - com recursos financeiros e apoio técnico - para a rede estadual de ensino.

A destinação de recursos técnicos e financeiros pela União aos municípios segue os critérios, os parâmetros e os procedimentos para a operacionalização da assistência financeira suplementar a projetos educacionais, no âmbito do Compromisso todos pela Educação, estabelecidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através da Resolução CD/FNDE n.º 29, de 20 de junho de 2007. Por meio deste documento, o FNDE, considerando o IDEB, selecionou os municípios de todo o país que, mediante a adesão ao Compromisso, poderão gozar de prioridade de atendimento na concessão de benefícios.

Implantação do PAR no Mato Grosso

No estado de Mato Grosso, cujo IDEB para as séries iniciais do ensino fundamental observado em 2005 foi 3,6, foram identificados como prioritários 21 (vinte e um) municípios, que apresentaram IDEB/2005 menor ou igual a 2,7, além de dois outros municípios, que possuem população superior a 200 mil habitantes.

Tomando por base o Artigo 237 da Constituição Estadual de 1989 e a Lei Complementar 49, de 1.º de outubro de 1998, que estabelecem o regime de colaboração entre Estado e Municípios para gestão unificada das ações do sistema público de educação básica, o Estado de Mato Grosso decidiu que através da parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e o Instituto de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (IE/UFMT), estenderia o desenvolvimento do PAR a seus 141 municípios, desde que todos manifestassem interesse em aderir ao regime de colaboração, em um programa específico de ações conjuntas. Segundo a proposta elaborada pela SEDUC, em cada município deveria ser organizada uma Comissão Local de Acompanhamento Permanente do Regime de Colaboração – com representantes das redes de ensino estadual e municipal – para coordenar a elaboração e acompanhar a implantação do Plano Qüinqüenal de Educação do Município, bem como organizar, com a participação dos estabelecimentos de ensino e das entidades

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representativas da população local, o seu respectivo Plano Anual de Ações Articuladas SEDUC/Município, nos moldes do Plano de Ações Articuladas desenvolvido pelo MEC.

Elaborado com apoio de técnicos da SEDUC e dos pesquisadores do IE/UFMT, o Plano Anual de Ações Articuladas de cada município deve servir como um instrumento de definição de ações comuns, das fontes de recursos e das responsabilidades a cargo da SEDUC – como representante do Estado – e das respectivas Secretarias Municipais de Educação ou órgão municipais equivalentes – como representantes dos municípios.

Mato Grosso se propôs então, para além dos 23 municípios definidos pelo MEC, a realizar o PAR em todo o Estado. Por sua vez, o Instituto de Educação se propôs a acompanhar esse processo iniciado junto à equipe técnica da SEDUC, a investigar seus desdobramentos com pesquisas amplas para análise das demandas e políticas públicas da educação do Estado, pautadas por critérios científicos, para gerar novos conhecimentos acerca da atual situação do ensino público existente neste Estado, tendo em vista o objetivo comum de melhoria da qualidade da educação básica brasileira.

Todo esse movimento colaborativo, articulado e de caráter participativo tem gerado expectativas positivas no sentido de obtermos uma leitura mais precisa da situação educacional do estado, na tentativa de identificar suas contingências e potencialidades. Nesse mesmo sentido, as fissuras do sistema educacional ficam expostas para que se possam tomar providências, otimizando os recursos das diferentes redes de ensino do estado e dos municípios, na busca de soluções comuns.

A avaliação dos sistemas de ensino tem se constituído desta forma, importante instrumento para definição de políticas e estabelecimento de novas perspectivas para a educação. Na busca da superação de um modelo de avaliação apenas mensurativo, o instrumento de diagnóstico utilizado, trata de indicar pontuações para cada um dos indicadores avaliados, que mais qualificam as situações do que quantificam suas informações. Importa salientar que quatro grandes dimensões foram analisadas nesses termos, “Gestão Educacional”, “Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho”, “Práticas Pedagógicas e Avaliação”, e “Infra-estrutura Física e Recursos Pedagógicos”.

Desenvolvimento

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A pesquisa que estamos desenvolvendo é parte deste esforço colaborativo dos entes federados e busca configurar um panorama amplo da Rede Municipal de Educação Básica do Estado de Mato Grosso a partir dos dados do Diagnóstico do PAR (Plano de Ações Articuladas) e dos resultados de 2005 e 2007 do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), analisando as correlações possíveis entre essas duas formas distintas de avaliação, das condições de ensino no estado e dos resultados aferidos. Estamos, portanto, no âmbito da pesquisa qualitativa, que consiste num conjunto de práticas materiais e interpretativas que dão visibilidade ao objeto de estudo.

Para Denzin e Lincoln (2006), essas práticas transformam o mundo em uma série de representações, incluindo notas de campo, entrevistas, conversas, fotografias, gravações etc. Nesse nível, a pesquisa qualitativa envolve uma postura interpretativa do mundo, o que significa que os pesquisadores estudam temáticas em cenários naturais, tentando entender ou interpretar os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.

Interessa-nos especialmente, discutir as concepções apresentadas nesse instrumento, nas quatro dimensões apresentadas, para ampliar e aprofundar o diagnóstico desenvolvido, através da reflexão de outras dimensões constitutivas da realidade dos municípios atendidos a partir da realização do PAR..

A reflexão dessas concepções deve propiciar uma compreensão mais qualificada da realidade da rede pública de ensino do estado de Mato Grosso, que será explicitada na apresentação de um panorama amplo dos dados levantados, e nas correlações investigadas.

O processo de coleta dos dados e a elaboração dos planos (PAR) nos 141 municípios, foi realizado in loco, de forma conjunta pelos técnicos da SEDUC/MT e professores doutores, mestrandos e bolsistas de graduação do IE/UFMT. Esta fase foi desenvolvida de novembro de 2007 a julho de 2008, e ficou conhecida como “diagnóstico PAR”.

A cada município foi enviada uma equipe que se reuniu por 2 ou 3 dias com os membros da comunidade local, representantes das redes estadual e municipal de ensino, e demais segmentos envolvidos com a educação do município.

A fase do diagnóstico do PAR em Mato Grosso foi concluída em julho de 2008, e atualmente está em processo a fase do monitoramento do PAR no Estado, com previsão de término em 2011. O diagnóstico - concebido como uma ferramenta do PDE - foi proposto como instrumento participativo de planejamento das ações dos Municípios, Estados e do Governo Federal.

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A sistematização dos dados disponibilizados e a análise das correlações possíveis entre os índices (resultados do IDEB) - dos quais partiram os diagnósticos do PAR - e as pontuações que os gestores públicos e demais representantes da organização escolar e da sociedade civil atribuíram a cada um dos indicadores, constituem-se objeto de pesquisa para aprofundar essa investigação inicial, propondo a ampliação das discussões apenas inauguradas na elaboração desses Planos de Ações Articuladas nos Municípios de Mato Grosso.

Dados e Análises Preliminares

A pesquisa conta hoje com a sistematização dos dados em uma planilha eletrônica, onde todas as pontuações recebidas para os 52 indicadores foram agrupadas nas quatro dimensões trazidas pelo instrumento de campo do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, disponibilizado pelo MEC em abril de 2007. Figuram todos os 141 municípios do Estado, agrupados segundo os treze pólos de atendimento do CEFAPRO (Centro de Formação e Atualização do Professor) da SEDUC, pois na medida da articulação das ações, deve-se garantir a otimização dos recursos já existentes e instalados nas regiões do estado.

Quanto às pontuações, definidas em reuniões de ampla representatividade nos municípios, poderiam assumir valores de 1 a 4, sendo que as pontuações 1 e 2 geravam ações a serem desencadeadas pelos municípios quase sempre em parceria com o MEC, que incluíam aporte de recursos financeiros e/ou apoio técnico, e as pontuações 3 e 4 caracterizavam situações menos ou mais favoráveis nos indicadores avaliados.

Todos os dados referentes ao IDEB foram colhidos do site oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), assim como, os dados referentes ao diagnóstico PAR foram reproduzidos a partir do Sistema Integrado de Planejamento, Orçamento e Finanças do Ministério da Educação (SIMEC).

Importante observar que a distribuição dos municípios, segundo os pólos do CEFAPRO, não garante a paridade entre os pólos com relação ao número de escolas, professores ou alunos. Da mesma forma, no instrumento de campo, as quatro dimensões são avaliadas com um número diferente de indicadores, sendo imprescindível que as análises garantam o reconhecimento dessas discrepâncias, tanto no número de municípios em relação aos pólos em que foram agrupados, quanto ao número de indicadores em relação às dimensões pontuadas. Assim, são necessários critérios bem definidos para a leitura dos dados

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que buscamos, no sentido de superar quaisquer intenções meramente comparativas, oferecendo análises de aprofundamento e cunho interpretativo.

A planilha vem sendo ampliada na medida em que as investigações e reflexões teóricas nos permitem vislumbrar as correlações possíveis entre os dados do diagnóstico PAR e os resultados do IDEB nos anos de 2005 e 2007. Parte do trabalho já desenvolvido foi apresentado no I Fórum de Avaliação do PAR no Estado de Mato Grosso, que ocorreu em Cuiabá nos dias 13 e 14 de novembro de 2008, e as discussões reordenaram as investigações que estamos conduzindo. Como se trata de uma pesquisa que se desenvolve ao mesmo tempo em que essa política pública de educação vem sendo implementada, as análises procuram também responder a demandas que vão surgindo no decorrer do processo de implantação do PAR.

Análises preliminares quanto às dimensões da “Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho” e das “Práticas Pedagógicas e Avaliação”, foram realizadas, verificando o estabelecimento de pólos prioritários caso houvesse a necessidade de se elencar pontos de partida para o atendimento dessas demandas, especialmente em seus aspectos formativos, dadas as atribuições do CEFAPRO nesse sentido. Esses resultados foram observados por ocasião da construção do Plano Estratégico para Formação de Professores do Estado de Mato Grosso.

Dos 52 indicadores do instrumento, na dimensão 2 da “Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho” temos 10 indicadores, e na dimensão 3, das “Práticas Pedagógicas e Avaliação” são 8 indicadores. Nesse estudo preliminar, que tinha por objetivo verificar as prioridades de atendimento, caso o critério estabelecido fosse dos pólos que apresentassem maior número de indicadores com pontuações 1 e 2, oferecemos algumas ponderações.

Na dimensão 2, observando quando 7 ou mais indicadores (dos 10) receberam pontuações 1 ou 2, encontramos 69 dos 141 municípios do Estado nesta situação. Ou seja, em 48,9% dos municípios, temos 70% ou mais dos indicadores da dimensão “Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho” com pontuações 1 ou 2, que significam respectivamente - segundo o instrumento de campo - uma situação crítica ou situação insuficiente. Quando analisamos os pólos que se destacam em relação a essa demanda, temos Juína, Alta Floresta, Confresa, Matupá, Rondonópolis, São

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Félix do Araguaia e Barra do Garças, todos com mais de 50% de seus municípios apresentando 7 ou mais indicadores dos 10 observados, com pontuações 1 ou 2.

Na dimensão 3, observando quando 5 ou mais indicadores (dos 8) receberam pontuações 1 ou 2, encontramos 46 dos 141 municípios do Estado nesta situação. Ou seja, em 32,6% dos municípios, temos 63% ou mais dos indicadores da dimensão “Práticas Pedagógicas e Avaliação” com pontuações 1 ou 2, que significam respectivamente - novamente segundo o instrumento de campo - uma situação crítica ou situação insuficiente. Quando analisamos os pólos que se destacam em relação a essa demanda, temos Tangará da Serra, Rondonópolis, Barra do Garças e Sinop, todos com mais de 40% de seus municípios apresentando 5 ou mais indicadores dos 8 observados, com pontuações 1 ou 2.

Podemos, portanto, indicar um ranking para o atendimento prioritário dos pólos que apresentem um maior percentual no número de municípios, que se destacam quanto à urgência no atendimento das demandas relativas às dimensões 2 e 3, oferecendo a possibilidade de ações emergenciais, se necessário, conforme Quadro 1.

Dimensão 2– Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Dimensão 3– Práticas Pedagógicas e Avaliação Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Pólo de Juína 8 municípios Aripuanã, Brasnorte, Castanheira, Colniza, Cotriguaçu, Juruena, Rondolândia. 87,5 Pólo de Tangará da Serra 7 municípios

Campo Novo dos Parecis, Denise, Nova Olímpia, Porto Estrela, Sapezal, Tangará da Serra. 85,7 Pólo de Alta Floresta 7 municípios Alta Floresta, Apiacás, Carlinda, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte, Paranaíta 85,7 Pólo de Rondonópolis 17 municípios Alto Araguaia, Alto Garças, Alto

Taquari, Araguainha, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Tesouro. 47,1 Pólo de Confresa 6 municípios Canabrava do Norte, Confresa, Porto Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Vila Rica. 83,3 Pólo de Barra do Garças 17 municípios

Água Boa, Barra do Garças, Campinápolis, General Carneiro, Nova Nazaré, Novo São Joaquim, Pontal do Araguaia, Ribeirãozinho. 47,1

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Dimensão 2– Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Dimensão 3– Práticas Pedagógicas e Avaliação Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Pólo de Matupá 7 municípios Guarantã do Norte, Marcelândia, Matupá, Novo Mundo, Terra Nova do Norte. 71,4 Pólo de Sinop 17 municípios Cláudia, Colider, Feliz Natal, Ipiranga do Norte, Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato, Sorriso. 41,2 Pólo de Rondonópolis 17 municípios Alto Araguaia, Araguainha, Guiratinga, Itiquira, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Poxoréo, São José do Povo, São Pedro da Cipa. 58,8 Pólo de Cáceres 21 municípios Araputanga, Cáceres, Indiavaí, Lambari D’Oeste, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade. 33,3 Pólo de São Félix do Araguaia 7 municípios

Alto Boa Vista, Novo Santo Antônio, São Félix do Araguaia, São José do Xingu. 57,1 Pólo de São Felix do Araguaia 7 municípios

Alto Boa Vista, Bom Jesus do

Araguaia. 28,6

Pólo de Barra do Garças 17 municípios

Água Boa, Barra do Garças, Campinápolis, General Carneiro, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Ponte Branca, Ribeirão Cascalheira, Torixoréu 52,9 Pólo de Juína

8 municípios Colniza, Juína. 25,0

Pólo de Diamantino 10 municípios Diamantino, Nobres, Nova Maringá, Rosário Oeste, Santo Afonso. 50,0 Pólo de Confresa 6 municípios Confresa 16,6 Pólo de Juara 4 municípios Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos. 50,0 Pólo de Cuiabá 13 municípios Barão de Melgaço, Paranatinga. 15,4 Pólo de Cuiabá 13 municípios Barão de Melgaço, Gaúcha do Norte, Nova Brasilândia, Paranatinga. 30,8 Pólo de Alta Floresta 7 municípios Alta Floresta 14,3

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Dimensão 2– Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar e Condições de Trabalho Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Dimensão 3– Práticas Pedagógicas e Avaliação Municípios (apenas os que apresentam dificuldades no pólo) Percentual de Municípios do Pólo com pontuações 1 ou 2 Pólo de Sinop 17 municípios Cláudia, Feliz Natal, Itaúba, Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato. 29,4 Pólo de Matupá 7 municípios Terra Nova do Norte. 14,3 Pólo de Cáceres 21 municípios Araputanga, Campos de Júlio, Comodoro, Conquista D’Oeste, Nova Lacerda, Vale de São Domingos. 28,6 Pólo de Diamantino 10 municípios Alto Paraguai 10,0 Pólo de Tangará da Serra 7 municípios Porto Estrela 14,3 Pólo de Juara 4 municípios --- 0,0

Quadro 1 – Ranking dos pólos prioritários ao atendimento das demandas indicadas nas dimensões 2 e 3 (Dados de análise do PAR dos Municípios de Mato Grosso)

Outras análises destacam quais indicadores em cada dimensão, que apresentando pontuações 1 ou 2 de forma recorrente, caracterizam situações em que todos os municípios do Estado apresentam situações críticas ou insuficientes. Ainda quanto às pontuações aferidas nos 52 indicadores, estamos construindo diversas categorizações observando a regularidade dos resultados no Estado, a simetria entre os pólos, e a conformidade em relação aos resultados dos municípios no IDEB de 2005 e 2007.

Estas e outras indicações se revestem de importância, na mesma medida do empenho e da força do regime de colaboração estabelecido, e da articulação das ações a que todos se propuseram. Ou seja, ainda que o Plano de Ações Articuladas, etapa do diagnóstico já concluído em todo o estado, tenha elencado as ações e sub-ações que receberão recursos financeiros e/ou apoio técnico do Governo Federal, outras ações podem ser articuladas internamente no Estado para garantir que mais rapidamente situações emergenciais sejam atendidas. Ainda que não possamos esgotar as reflexões possíveis em uma base de dados tão extensa, esperamos contribuir para o aprofundamento das questões a partir das primeiras análises realizadas.

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Considerações Finais

Tendo por competência comum proporcionar os meios de acesso à educação, tanto quanto a legislação concorrente sobre a mesma (exceto os Municípios quanto à legislação), a Constituição institui desde 1988 o “regime de colaboração” entre os entes federados na educação, descrito da seguinte forma “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.” (CF, art. 211)

Nosso interesse em ressaltar na legislação brasileira os destaques dados à colaboração entre os entes federados quanto à educação, assim como os destaques à “garantia de padrão de qualidade” como um dos princípios elencados como base para o ensino (CF, art. 206, VII), se deve a serem esses os pontos fundamentais sobre os quais se assenta a proposição do Plano de Ações Articuladas no PDE.

A definição do regime de colaboração como elemento fundamental da política educacional do País, assim como a garantia de padrão de qualidade, são princípios também reafirmados em 1996 pela Lei N° 9.394 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Portanto, toda a preocupação legislativa em estabelecer as competências e incumbências dos entes federados, advoga a necessidade de não haver sobreposição de políticas públicas, o que poderia acarretar desperdícios ou disputas entre os mesmos. Essa preocupação já era preconizada por um grupo de intelectuais da educação em 1932,

A unidade educativa, - essa obra imensa que a União terá de realizar sob pena de perecer como nacionalidade, se manifestará então como uma força viva, um espírito comum, um estado de ânimo nacional, nesse regime livre de intercâmbio, solidariedade e cooperação que, levando os Estados a evitar todo desperdício nas suas despesas escolares afim de produzir os maiores resultados com as menores despesas, abrirá margem a uma sucessão ininterrupta de esforços fecundos em criações e iniciativas. (O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, 1932, p.195)

Para propor um instrumento que retratasse as diferentes realidades de cada um dos municípios de um país continental como o nosso, certamente seriam necessários mais que 52 indicadores. E, se por um lado o regime de colaboração está sendo posto em andamento, cumprindo o que prevê a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e também o Plano Nacional de Educação, por outro lado devemos observar que se o planejamento das ações articuladas já estava definido preliminarmente pelo Governo Federal,

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pouco espaço nessa “articulação” ficou a cargo dos municípios, a não ser decidir pela adesão ou não ao Termo de Compromisso Todos pela Educação, o que significaria – em caso negativo – abrir mão dos recursos que poderiam ser acessados por essa via. Já no caso dos governos estaduais, como não estava previsto o PAR dos Estados, tanto as ações como a forma de articulação foram “negociados” junto ao Governo Federal.

Gestão pública, política pública de educação e gerenciamento de recursos financeiros não são construções possíveis sem suporte técnico, e uma vez que os municípios são autônomos para estabelecer seus planos municipais de educação e sua forma de gestão, buscar um núcleo comum de ações que garantam a superação das disparidades mais graves (no caso, escolhidos os municípios prioritários pelos menores resultados no IDEB) é um bom ponto de partida para a construção de um projeto nacional de educação, articulando o que pode ser entendido como um planejamento mínimo, uma agenda comum, e que neste momento já conseguiu a adesão de 100% dos entes federados.

Queremos oferecer além de um amplo panorama dos dados relativos às escolas das redes municipais de ensino do Estado, um sistema de referência para que gestores municipais possam balizar os planejamentos estratégicos das Secretarias Municipais de Educação. O regime de colaboração proposto no PAR pelo Governo Federal foi apenas inaugurado com o diagnóstico e a construção dos planos dos municípios - e do Estado - portanto espera-se que as ações sejam desdobradas e articuladas na medida das necessidades particulares dos municípios e das possibilidades da Secretaria de Estado de Educação.

REFERÊNCIAS

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Brasil, Brasília, DF, 25 abr. 2007.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 05 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em: 20 jul. 2009.

DENZIN, Norman K. e LINCOLN. Yvonna S. (org.) O Planejamento da Pesquisa

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FERNANDES, Reynaldo. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.

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MEC. O que é o Plano de Desenvolvimento da Educação? Brasília, DF, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pde/oquee.html. Acesso em: 19 mai. 2009.

────. Resolução CD/FNDE n.º 29, de 20 jun. 2007. Estabelece os critérios, os parâmetros e os procedimentos para a operacionalização da assistência financeira suplementar a projetos educacionais, no âmbito do Compromisso Todos pela Educação, no exercício de 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/r29_20062007.pdf. Acesso em: 19 mai. 2009.

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