TEMAS
PNEUMOCONIOSES
ASMA
NEOPLASIAS
http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v35n9/v35n9a17.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v53n3/v53n3a10.pdf
http://sopterj.com.br/revista/2005_14_1/13.pdf
INTRODUÇÃO
Classificação das doenças respiratórias:
1. Doença respiratória ocupacional – a natureza do trabalho causa o
adoecimento
2. Doença respiratória relacionada ao trabalho – há necessidade de
Classificação em relação à latência:
Longa - pneumoconioses e o câncer de pulmão
- exposição acumulativa ou dose-dependente - tempo de exposição
- concentração do agente na fração respirada
Curta - disfunção reativa das vias aéreas e pneumonite de
hipersensibilidade
PNEUMOCONIOSES
Pneumo = pulmão Conion = pó Ose = estado de
Zenker (1866) – PNEUMOCONIOSE: poeiras minerais inaladas. Estendeu
para agentes orgânicos
Aerossol = solução coloidal em que a fase dispersora é gasosa e a fase
dispersa é sólida or líquida
Quem são? As poeiras, os fumos, as fumaças e as neblinas
Poeiras, fumos e fumaças contêm material particulado passível de ser
inalado
Fibras: partículas com relação comprimento/diâmetro ≥ 3:1. Deposição
depende do diâmetro ≤ 3 µm
Poeiras são produzidas pela quebra ou degradação mecânica de material
sólido, que se encontra em suspensão no ar, na forma de particulado esférico ou na forma de fibra
Fumos são óxidos metálicos formados a partir do aquecimento e fusão
do respectivo metal. Tamanho médio de 0,1 a 0,4 µm
Fumaças são produtos complexos de materiais orgânicos carbonáceos,
Fatores que influenciam a reação pulmonar:
1. Tamanho da partícula para deposição alveolar entre 2 a 5µm; 2. Susceptibilidade individual;
3. Intensidade e duração da exposição, e;
Tamanho médio das partículas em suspensão no ar
(Parkes WR. Occupational Lung Disorders. 1994)
Grãos de areia
Pólens
Poeira de cimento
Esporos de
Actinomices
Poeira industrial de rochas
moídas (asbestos, sílica livre)
Fumaça de cigarro
Fumos metálicos (de solda)
200 a 2000 µm
10 a 100 µm
4 a 10 µm
0,6 a 2,5 µm
1 a 10 µm
0,1 a 1 µm
0,1 a 4 µm
Tipos de reação pulmonar parenquimatosa
(Green FHY. Pathology of Occupational Lung Disease 1998) Pneumoconiose não fibrogênica Fibrose pulmonar nodular
Pneumonia intersticial descamativa Fibrose pulmonar progressiva
Proteinose alveolar difusa Granulomatose
Pneumonia intersticial de células
gigantes
Pneumonite de hipersensibilidade Pneumonite química
Metais inertes (ferro,cromo) Sílica, carvão mineral
Asbestos
Sílica, carvão mineral Sílica
Berílio, alumínio Cobalto
Poeiras orgânicas(enzimas) Fumos de solda
PNEUMOCONIOSES
DIAGNÓSTICO
: Anamnese clínica
Anamnese ocupacional Exame físico
Exame complementar: O principal meio é a leitura radiológica. Classificação radiológica pela Organização Internacional do
Trabalho:
1. qualidade radiológica; 2. profusão radiológica, e; 3. tipos de lesão.
Risco Exame
Complementar Periodicidadedos Exames Método de Execução Critério deInterpretação
Aerodispersóides FIBROGÊNICOS Telerradiografia do Tórax PA Espirometria Admissional e anual Admissional e bienal Radiografia em PA Técnica preconizada pela OIT, 1980 Técnica preconizada pela ATS, 1987 Classificação Internacional da OIT para radiografias Aerodispersóides Não FIBROGÊNICOS Telerradiografia do Tórax PA Espirometria Admissional e trienal, se exposição < 15 anos Bienal, se exposição > 15 anos Admissional e Bienal Radiografia em PA Técnica preconizada pela OIT, 1980 Técnica preconizada pela ATS, 1987 Classificação Internacional da OIT para radiografias
SILICOSE
Agente etiológico principal é o quartzo
Inalação de sílica livre ou do dióxido de silício
Silicose, DPOC, Câncer de pulmão, Insuf Renal, aumento do risco de
Tuberculose pulmonar e Doenças do colágeno
Ocupações:
Mineração de ouro Cavadores de poços no Nordeste
Indústria cerâmica Jateamento de areia Fábrica de vidros refratários e de louças Pedreira
Classes evolutivas:
1. Forma crônica - > de 10 anos e pequenas concentrações. Nódulos
disseminados em ambos os pulmões. Mais comum;
2. Forma acelerada – de 5 a 10 anos. Nódulos com tendência à
confluência,e;
3. Forma aguda – de 1 a 5 anos e grandes concentrações. Participação
imunológica?! Indústria de sabão abrasivo, jateamento de areia e cavadores de poços
Radiologia: Presença de alterações radiológicas persistentes,
irreversíveis e progressivas independente de nova exposição. Classicamente os nódulos são descritos no 1/3 superior dos pulmões, podem coalescer e cavitar (BK associado)
Prova de função respiratória: inicialmente obstrutivo e com a
progressão da doença passa a ter padrão restritivo. Não existe boa correlação entre imagem e função
SIDEROSE
Ocupações: mineração e fundição de ferro, extração e fabricação de
esmeril, fabricação de aço. Possibilidade de exposição à sílica livre (mineração, siderurgia e fundições de peças usadas nos moldes de areia)
Clínica inexpressiva
Radiologia: semelhante ao da silicose, linhas B de Kerley. Pode
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
Comercialmente conhecido como amianto (quase 30 variedades). Classificação em 2 grupos:
1. Crisolita ou amianto branco (principal) 2. Anfibólios
Efeitos carcinogênico (pulmão e mesotelioma) e fibrogênico
- 10 anos para anfibolios - 30 anos para crisotila
Exposição direta: atividade extrativista (Goiás). Exposição indireta: residir nas imediações
LEI ESTADUAL RJ 1080/92: PROÍBE FABRICAÇÃO E
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
Setores:
Produtos de cimento-amianto ou fibrocimento (85%) Materiais de fricção (19%)
Fabricação de produtos têxteis (3%)
Produção de juntas de vedação e gaxetas (2%) Outros (1%)
Eternit Telhas, caixas-d’água em fibrocimento Thermoid Lonas de freio
APRESENTAÇÃO
Doenças pleurais não malignas:
1. Espessamento pleural difuso = pleura visceral, restrição pulmonar 2. Espessamento pleural circunscrito = placas pleurais, mais frequente
manifestação, 1/2 inferiores das paredes laterais
3. Derrame pleural = pequeno volume e bilateral, exsudato
hemorrágico
4. Atelectasia redonda = síndrome de Bleskovsky, espessamento
pleural focal com colapso parcial e torsão do pulmão adjacente
Asbestose: fibrose intersticial pulmonar. Clínica: dispnéia leve e
progressiva
Mesotelioma: 88% pleurais 9,6% peritoneais 0,7% pericárdico
0,2% serosas testiculares. Acomete entre as 5a e 6a décadas, dor
torácica e dispneia. Formas epitelial, mesenquimal ou misto. Diferenciação difícil com adenocarcinoma metastático. 70% resultam de exposição em estaleiros, fábricas de isolantes
Câncer de pulmão: fibras crisolita e tremolita. Mais comum em
PNEUMOCONIOSE DOS TRABALHADORES DO
CARVÃO
A incidência varia conforme a composição geológica do solo e o tipo
de mineração empregada na extração do minério
Ocupação: furador de frente, de teto e operadores de máquinas Tempo médio para diagnóstico: 10 anos de atividade
Clínica: assintomático, asma dos mineiros, DPOC, câncer, fibrose
pulmonar
PFR: inicialmente normal, podendo progredir para padrão misto com
predomínio obstrutivo por comprometimento das vias aéreas
PNEUMOCONIOSE REUMATOIDE
Síndrome de Caplan
Trabalhadores expostos à sílica e entre pacientes com silicose,
pneumoconiose dos mineiros de carvão e asbestose
A maior prevalência ocorre entre os silicóticos. 1ª descrição
(pneumoconiose dos mineiros de carvão)
Tipo clássico: a presença de nódulos reumatoides nos pulmões,
independente da presença ou não de alterações radiológicas,
DOENÇA CRÔNICA PELO BERÍLIO
Ocupação: indústria aeroespacial, indústria de cerâmicas, indústria
eletrônica, ligas de próteses dentárias, fabricação de rebolos
Efeitos imunogênico e cancerígeno
Quadro radiológico semelhante à sarcoidose e à pneumonite de
hipersensibilidade
ASMA
Classificação: pela indução dos sintomas
1. Latência ou imunológica (atopia e tabagismo para agentes de alto
peso molecular)
2. Sem latência ou não imunológica (substância irritante)
40% sintomático em 2 anos e 20% sintomático após 10 anos de
ASMA
Agentes mais comuns
ALTO PESO MOLECULAR Cereais
Látex
• BAIXO PESO MOLECULAR Formaldeído Persulfato Drogas Isocianatos
causadores de Asma
ATIVIDADE PROFISSIONAL Padeiro, trabalhadores em moinhos Profissionais de saúde Trabalhadores de áreahospitalar, calçados, borracha
Cabeleireira
Farmacêutico, Trabalhadores
da área de saúde
Pintores, instaladores de
isolantes térmicos, indústria de espuma, borracha, plástico
ASMA
DIAGNÓSTICO:
A. Diagnóstico de asma;
B. Início dos sintomas após entrada no local de trabalho;
C. Associação entre sintomas e trabalho;
D. e um ou mais dos seguintes critérios:
E. Exposição a agentes que possam apresentar risco;
F. Mudanças no VEF1.0 ou no PFE relacionadas à atividade;
G. Mudanças na reatividade brônquica relacionadas à atividade;
H. Positividade para teste de broncoprovocação específico, ou;
I. Início da asma com clara associação com exposição a um agente irritante
no local de trabalho.
Na prática: monitorização da PFE com no mínimo de 4 medidas durante
o dia. De preferência de 2 em 2 horas (triplicata)
CÂNCER PULMONAR
Arsênico (mineração de cobre) Asbestos
Berílio
Bisclorometiléter/ Clorometiléter
(tratamento em indústria têxtil, fabricação de pesticida, substâncias protetoras contra fogo)
Cádmio (fabricação de pigmentos, de
vidros)
Sílica cristalina
Cloreto de vinil (fabricação de PVC) Cromo VI (fabricação de baterias) Gás mostarda
Níquel e seus compostos Radônio
* International Agency for Research on Cancer
→ Agentes e grupo de agentes Grupo 1 da IARC*
CÂNCER PULMONAR
Produção de alumínio Gaseificação de carvão Produção de carvão coque
(pavimentação asfáltica de estradas, impermeabilização de lajes e pisos)
Vapores de ácidos fortes Fundição de aço e ferro Mineração de hematita Pintura com pulverizador
contendo ácido sulfúrico
→ Exposições nos ambientes de trabalho: situações ou
processos Grupo 1 da IARC
Legislação previdenciária (Decreto 3048 de 06/05/1999) inclue além
dos sublinhados a acrilonitrila e neblina de óleos minerais (óleo de corte)
DIAGNÓSTICO CAUSAL:
História ocupacional;
Levantamentos ambientais realizados;
Existência de outros pacientes que tiveram ou têm câncer;
Existência de alterações pulmonares que auxiliem a comprovar a
exposição (asbestose, beriliose);
Tempo de latência geralmente acima de 15 anos, e;
Fatores associados como tabagismo, hidrocarbonetos policíclicos
Referências
Doenças ocupacionais respiratórias: Jornal Brasileiro de
Pneumologia, v. 32, supl. 2, 2006.