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OSTRACODES DO MEMBRO TAUÁ, FORMAÇÃO CANDEIAS, CRETÁCEO INFERIOR DA BACIA DO RECÔNCAVO: TAFONOMIA, PALEOBIOGEOGRAFIA E PALEOECOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:

GEOLOGIA MARINHA, COSTEIRA E SEDIMENTAR

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

OSTRACODES DO MEMBRO TAUÁ, FORMAÇÃO CANDEIAS,

CRETÁCEO INFERIOR DA BACIA DO RECÔNCAVO:

TAFONOMIA, PALEOBIOGEOGRAFIA E PALEOECOLOGIA

PEDRO GONÇALVES DE NOVAES

SALVADOR 2020

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OSTRACODES DO MEMBRO TAUÁ, FORMAÇÃO CANDEIAS,

CRETÁCEO INFERIOR DA BACIA DO RECÔNCAVO:

TAFONOMIA, PALEOBIOGEOGRAFIA E PALEOECOLOGIA

Pedro Gonçalves de Novaes

Orientadora: Profa. Dra.

Altair de Jesus Machado

Co-orientador: Geólogo Dr.

Celso Lira Ximenes

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial à obtenção do Título de Mestre em Geologia, Área de Concentração: Geologia Marinha, Costeira e Sedimentar.

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(4)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária de Ciências e Tecnologias Prof. Omar Catunda, SIBI - UFBA.

N935 Novaes, Pedro Gonçalves de

Ostracodes do membro Tauá, formação Candeias, Cretáceo Inferior da Bacia do Recôncavo: tafonomia, paleobiogeografia e paleoecologia/ Pedro Gonçalves de Novaes. – Salvador, 2020.

49 f.

Orientadora: Profª. Drª Altair de Jesus Machado

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências, 2020.

1. Paleontologia. 2. Microfósseis. 3. Taxonomia. 4. Bioestratinomia. I. Machado, Altair de Jesus. II. Universidade Federal da Bahia. III. Título.

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AGRADECIMENTOS

Sempre acreditaram no meu potencial no que se diz respeito a estudos. Minha família e amigos, por muitas vezes, me incentivaram em todas as longas caminhadas que escolhi me aventurar e experimentar se daria certo.

O mundo das geociências é vasto e fascinante e, eu sou grato por todas as novas coisas que descobri, experiências que vivi e amigos de pedra que ganhei. Esse foi mais um desafio que me dei a oportunidade de passar e, mais uma vez, cheguei ao fim.

Dedico e agradeço imensamente aos meus pais, Eliene e Manoel Novaes por todo apoio, amor e suporte para mais essa realização em meio a todas as outras coisas que tive na vida, graças também a eles.

Ao meu companheiro, Fau, por todo amor, respeito, dedicação e paciência ao longo de todo percurso – sem você tudo seria muito mais difícil. Aos meus amigos tão especiais que, mesmo quando estavam próximos ou distantes, sempre incentivaram e trouxeram mais alegria aos meus dias. À minha família, que não se resume só a vínculo sanguíneo e sim, laços afetivos criados com muito carinho, amor e respeito, abrangendo assim meus amigos-irmãos e pessoas mais que especiais.

Ao meu amigo, orientador e inspiração, Celso Ximenes – sempre com palavras de incentivo e disponibilidade para ajudar no que for preciso. À professora Altair Machado, minha orientadora, à Petrobras e ao Grupo de Estudos de Foraminíferos (GEF/UFBA), por permitirem a realização desse trabalho. A todos que de alguma maneira contribuíram positivamente para realização dessa pesquisa ou para o meu bem-estar.

Também, não poderia deixar de registrar que, no primeiro dia de mestrado, durante a matrícula, recebi a notícia mais triste da minha vida, e antes daquilo, nos bastidores, recebia diariamente muito apoio e carinho para realizar essa missão através de Rossi (in memorian), agora minha estrela e anjo no céu, a quem dedico especialmente essa conquista.

A vida é um sopro, portanto, que sigamos firmes e destemidos para aproveitar e viver todos os nossos sonhos. Agradeço a Deus – universo e energia, por todos os ensinamentos e ajuda para superar todos os obstáculos. Avante!

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RESUMO

Com base no estudo da taxonomia e tafonomia de fósseis de ostracodes e ampla revisão bibliográfica, foi realizada a caracterização de aspectos paleobiogeográficos e paleoambientais do Membro Tauá, Formação Candeias, na Bacia do Recôncavo, Estado da Bahia. Foram selecionados 25 poços, perfurados pela Petrobras, distribuídos ao longo da bacia, dos quais foi extraído o conteúdo fossilífero, pertencente ao acervo paleontológico da empresa, utilizado como material base para este estudo. Sete taxa de ostracodes do Andar Local Rio da Serra (Eocretáceo / Berriasiano), biozona de Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum (NRT-002) puderam ser identificados: Cypridea ambigua, C. cf. Cypridea primaria, C. sellata, C. trinodosa,

Reconcavona imitatrix, Theriosynoecum varietuberatum proximum e T. varietuberatum varietuberatum, característicos da subzona de C. cf. Cypridea primaria (NRT-002.2). A

tafonomia foi descrita com base em aspectos das valvas dos ostracodes, como: (i) grau de fragmentação; (ii) grau de desarticulação; (iii) grau de dissolução; (iv) coloração e; (v) ocorrência de mineralização. Observou-se que os microfósseis apresentaram, em sua maioria, pouca ou nula fragmentação e desarticulação, além da ausência de dissoluções, sugerindo um paleoambiente de baixa energia, com pouco transporte e retrabalhamento. Também foram registradas mineralizações, referentes a diagênese dos fósseis, principalmente representadas por piritização e hematitização. As cores das carapaças puderam ser comparadas com estudos que as associam com a interpretação da história termal e maturação da matéria orgânica, uma vez que ostracodes com colorações escuras podem estar relacionados à presença de óleo na rocha que os contém. Além disso, um possível zoneamento de fauna foi observado entre os taxa T. varietuberatum

proximum e C. ambigua, com base na distribuição geográfica dos poços onde foram encontrados,

possivelmente condicionado por fatores tectono-estruturais e/ou fatores físico-químicos. As informações litológicas e os fósseis de indivíduos exclusivamente não-marinhos caracterizam o Membro Tauá com uma sedimentação continental, tipicamente lacustre, gerado em condições anóxicas. Deste modo, as informações levantadas através desta pesquisa podem contribuir também para a caracterização da evolução da fase rifte na Bacia do Recôncavo.

Palavras-chave: Microfósseis, Taxonomia, Paleoambiente, Bioestratinomia, Andar Rio da

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ABSTRACT

Based on the study of taxonomy and taphonomy of ostracod fossils as well as extensive bibliographic review, the characterization of paleobiogeographic and paleoenvironmental aspects of the Tauá Member, Candeias Formation, in the Recôncavo Basin, Bahia state, was carried out. The material used as a base for this study is a fossil content present in a paleontological collection that belongs to Petrobras. This content is from 25 selected wells, which were drilled by Petrobras and are distributed along the basin. Seven oyster taxa from the Local Andar Rio da Serra (Eocretaceous / Berriasian), which are from a biozone called Theriosynoecum

varietuberatum varietuberatum (NRT-002), were identified: Cypridea ambigua, C. cf. Cypridea primaria, C. sellata, C. trinodosa, Reconcavona imitatrix, Theriosynoecum varietuberatum proximum and T. varietuberatum varietuberatum. They are typical of the subzone denominated C. cf. Cypridea primaria (NRT-002.2). The taphonomy was described based on aspects of

ostracod valves, such as: (I) degree of fragmentation; (II) degree of disarticulation; (III) degree of dissolution; (IV) colouring and (V) occurrence of mineralization. It was observed that the majority of microfossils showed little or no fragmentation and disarticulation, in addition to the absence of dissolution, suggesting a low-energy paleoenvironment, with little transport and rework. Mineralizations were also registered, referring to the fossil diagenesis, mainly represented by pyritization and hematitization. The colours of the shells were compared with studies that associate them with the interpretation of the thermal history and maturation of organic matter. Moreover, ostracodes with dark colours may be related to the presence of oil in the rock in which they are present. In addition, a possible fauna zoning was observed between T.

varietuberatum proximum and C. ambigua, based on the geographic distribution of the wells

where they were found, possibly conditioned by tectonic-structural factors and / or physical-chemical factors. The lithological information and the fossils of exclusively non-marine individuals characterize the Tauá Member with continental sedimentation, typically lacustrine, generated under anoxic conditions. For this reason, the information obtained through this research can also contribute to the characterization of the evolution of the rift phase in the Recôncavo Basin.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização, limites e arcabouço estrutural da Bacia do Recôncavo (modificado de

Milhomem et al., 2003). ... 15

Figura 2: Mapa da Bacia do Recôncavo com a localização dos 25 poços selecionados para

estudo. ... 17

Figura 3: Ostracodes do Membro Tauá, Formação Candeias, subzona NRT-002.2. 1. Cypridea cf. Cypridea primaria GREKOFF & KRÖMMELBEIN, 1967; 1a. Vista dorsal; 1b. Valva

esquerda; 1c. Valva direita. 2. Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum GREKOFF & KRÖMMELBEIN, 1967; 2a. Vista dorsal; 2b. Valva direita. 3. Cypridea ambigua KRÖMMELBEIN, 1962; 3a. Vista dorsal; 3b. Valva esquerda; 3c. Valva direita. 4.

Theriosynoecum varietuberatum proximum MOURA, 1972; 4a. Vista dorsal; 4b. Valva direita; 4c. Valva esquerda. 5. Cypridea sellata VIANA, 1966; 5a. Valva esquerda; 5b. Valva direita. 6. Cypridea trinodosa VIANA, 1966; 6a. Valva direita; 6b. Vista dorsal; 6c. Valva esquerda. 7. Reconcavona imitatrix KRÖMMELBEIN, 1965; 7a. Vista dorsal; 7b. Valva direita. ... 21 Figura 4: Sequência de alteração das cores em carapaças de ostracodes (Ainsworth et al., 1990

citado por Michelli, 2002). ... 25

Figura 5: Representação em mapa das relações entre os taxa Cypridea ambigua e Theriosynoecum varietuberatum proximum na área de estudo (Novaes, 2017). ... 27 Figura 6: Mapa com curvas de isópacas com base nas espessuras do Membro Tauá, obtidas

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 ... 8

CAPÍTULO 2 ... 11

CAPÍTULO 3 ... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 34

APÊNDICE A – JUSTIFICATIVA DA PARTICIPAÇÃO DOS CO-AUTORES ... 38

APÊNDICE B – TABELA DE DADOS RECUPERADOS ... 39

ANEXO A – REGRAS DE FORMATAÇÃO DA REVISTA PESQUISAS EM GEOCIÊNCIAS ... 40

ANEXO B – CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO RECÔNCAVO ... 47

ANEXO C – GRÁFICO DE OSTRACODES DA BACIA DO RECÔNCAVO ... 48

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO GERAL

Os ostracodes constituem um grupo de microcrustáceos com amplo registro fóssil, caracterizado por possuir o corpo completamente envolvido em uma carapaça bivalve de composição quitino-calcítica. A maioria mede entre 0,4 e 1,0 mm de comprimento na fase adulta, embora alguns excedam estas dimensões (Coimbra; Bergue, 2011).

De acordo com Coimbra e Bergue (2011), a maioria dos autores concorda que os ostracodes surgiram no Ordoviciano, quando apareceram os primeiros registros de ordens conhecidas, e que de uma forma geral, o registro fóssil mostra que no Paleozoico o grupo teve o seu apogeu, entre o Devoniano e o Carbonífero.

Embora tenham surgido no mar, o registro fóssil indica que a partir do Carbonífero estes crustáceos passaram a colonizar também habitats não-marinhos. Atualmente, podemos encontrar espécies de ostracodes vivendo em praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos, desde a plataforma continental até as planícies abissais, e do reservatório de água de bromélias epífitas até águas subterrâneas. Alguns gêneros colonizaram inclusive o humo de florestas, sendo um deles, Intrepidocythere, descrito no Brasil (Pinto et al., 2008).

A aplicação do grupo no estudo de bacias sedimentares tem se baseado principalmente em seu elevado potencial bioestratigráfico, particularmente útil em seções nas quais não ocorrem microfósseis calcários pelágicos (Milhomem et al., 2001). Em bacias brasileiras, os ostracodes têm sido tradicionalmente utilizados no zoneamento de seções não-marinhas.

O registro mais expressivo de ostracodes fósseis no Brasil, face à diversidade, abundância e preservação da microfauna se encontra na Bacia do Recôncavo. Viana et al. (1971) relata sobre o conjunto de 11 biozonas e 26 subzonas que compõem o arcabouço biocronoestratigráfico do Neojurássico(?)-Eocretáceo das bacias da margem continental fundamenta-se quase que essencialmente na distribuição estratigráfica dos ostracodes descritos nesta bacia.

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A Bacia do Recôncavo está localizada no centro-leste do Estado da Bahia, e segundo Silva et al. (2007), ocupa uma área de aproximadamente 11.500 km², com sua evolução relacionada ao estiramento crustal que teve como resultado a fragmentação do Gondwana e abertura do Oceano Atlântico, durante o Eocretáceo.

O estágio Rifte desta bacia foi caracterizado por Silva et al. (2007) como sedimentos correspondentes a um clima mais úmido, e sistemas deposicionais lacustre, fluvial, deltaico e de leques aluvionares, onde encontra-se a Formação Candeias, composta pelos Membros Tauá e Gomo. Apesar de contemplar as rochas geradoras da Bacia do Recôncavo, poucos estudos sobre o Membro Tauá são encontrados nos acervos bibliográficos, o que dificulta um maior detalhamento da sua formação, evolução e características macro e microscópicas, assim sendo escolhido como alvo desta pesquisa.

Através do conhecimento científico sobre os ostracodes, suas características morfológicas, hábitos, formas de dispersão e demais informações, proporciona-se uma maior compreensão sobre seu comportamento e suas aplicações nos mais diversos ramos da ciência, desde estudos bioestratigráficos a paleoambientais e paleontologógicos de modo geral.

Com base nas análises paleontológicas, atreladas a levantamentos bibliográficos e cartográficos, com dados cedidos pela PETROBRAS (UO-BA/EXP/SE), buscou-se informações para um maior detalhamento taxonômico e tafonômico dos fósseis de ostracodes, bem como paleobiogeográfico e paleoambiental relacionados aos folhelhos do Membro Tauá.

Dessa maneira, as interpretações paleontológicas e geológicas, permitem análises, discussões, resultados e conclusões que dão origem ao artigo aqui proposto, que visa contribuir para o preenchimento de parte dessa lacuna no conhecimento geológico, bem como ser submetido à Pesquisas em Geociências, revista do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

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COIMBRA, J.C.; BERGUE, C.T. Ostracodes. In: Carvalho, I.S. Paleontologia: microfósseis, paleoinverterbrados. Rio de Janeiro: Interciência, 2011, p. 35-51.

MILHOMEM, P.S; VIVIERS, M.C.; GALM, P.C. Os crustáceos: Ostracodes. In: Os fósseis da bacia de Sergipe-Alagoas. Phoenix, a. 3, n. 28. 2001. Disponível em: <www.phoenix.org.br/Phoenix28_Abr01.htm>. Acesso em: 25 ago. 2018.

PINTO, R.L.; ROCHA, C.E.F.; MARTENS, K. 2008. On the first terrestrial ostracod of the

Superfamily Cytheroidea (Crustacea: Ostracoda): description of Intrepidocythere ibipora n.

gen. n. sp. From the forest leaf litter in São Paulo state, Brazil. Zootaxa, 1828: p. 29-42.

SILVA, O.B.; CAIXETA, J.M.; MILHOMEM, P.S., KOSIN, M.D. Bacia do Recôncavo. Rio de Janeiro: Boletim de Geociências da Petrobras, 2007. v.15, n.2. p. 423.431. 2007.

VIANA, C.F.; GAMA JUNIOR, E.G.; SIMÕES, I. A.; FONSECA, J.R.; ALVES R.J. 1971. Revisão estratigráfica da Bacia Recôncavo/Tucano. Boletim Técnico da Petrobras, n. 14, p. 157-192. 1971.

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CAPÍTULO 2

ARTIGO

OSTRACODES DO MEMBRO TAUÁ, FORMAÇÃO CANDEIAS,

CRETÁCEO INFERIOR DA BACIA DO RECÔNCAVO: TAFONOMIA,

PALEOBIOGEOGRAFIA E PALEOECOLOGIA

TAUÁ MEMBER’S OSTRACODES, CANDEIAS FORMATION, LOWER

CRETACEOUS OF RECÔNCAVO BASIN: TAPHONOMY,

PALEOBIOGEOGRAPHIC AND PALEOENVIRONMENTAL

Pedro Gonçalves de NOVAES1

(1) Programa de Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia. R. Barão de Jeremoabo, s/n, Ondina, CEP 40170-290, Salvador, BA, Brasil (pedronovaes@msn.com).

Resumo. Com base no estudo da taxonomia e tafonomia de fósseis de ostracodes e ampla

revisão bibliográfica, foi realizada a caracterização de aspectos paleobiogeográficos e paleoambientais do Membro Tauá, Formação Candeias, na Bacia do Recôncavo, Estado da Bahia. Foram selecionados 25 poços, perfurados pela Petrobras, distribuídos ao longo da bacia, dos quais foi extraído o conteúdo fossilífero, pertencente ao acervo paleontológico da empresa, utilizado como material base para este estudo. Sete taxa de ostracodes do Andar Local Rio da Serra (Eocretáceo / Berriasiano), biozona de Theriosynoecum varietuberatum

varietuberatum (NRT-002) puderam ser identificados: Cypridea ambigua, C. cf. Cypridea primaria, C. sellata, C. trinodosa, Reconcavona imitatrix, Theriosynoecum varietuberatum proximum e T. varietuberatum varietuberatum, característicos da subzona de C. cf. Cypridea primaria (NRT-002.2). A tafonomia foi descrita com base em aspectos das valvas dos

ostracodes, como: (i) grau de fragmentação; (ii) grau de desarticulação; (iii) grau de dissolução; (iv) coloração e; (v) ocorrência de mineralização. Além disso, um possível zoneamento de fauna foi observado entre os taxa T. varietuberatum proximum e C. ambigua, com base na distribuição geográfica dos poços onde foram encontrados, possivelmente condicionado por fatores tectono-estruturais e/ou fatores físico-químicos. As informações litológicas e os fósseis de indivíduos exclusivamente não-marinhos caracterizam o Membro Tauá com uma sedimentação continental, tipicamente lacustre, gerado em condições

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anóxicas. Deste modo, as informações levantadas através desta pesquisa podem contribuir também para a caracterização da evolução da fase rifte na Bacia do Recôncavo.

Palavras-chave. Microfósseis, Taxonomia, Paleoambiente, Bioestratinomia, Andar Rio da

Serra.

Abstract. Based on the study of taxonomy and taphonomy of ostracod fossils as well as

extensive bibliographic review, the characterization of paleobiogeographic and paleoenvironmental aspects of the Tauá Member, Candeias Formation, in the Recôncavo Basin, Bahia state, was carried out. The material used as a base for this study is a fossil content present in a paleontological collection that belongs to Petrobras. This content is from 25 selected wells, which were drilled by Petrobras and are distributed along the basin. Seven oyster taxa from the Local Andar Rio da Serra (Eocretaceous / Berriasian), which are from a biozone called Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum (NRT-002), were identified: Cypridea ambigua, C. cf. Cypridea primaria, C. sellata, C. trinodosa, Reconcavona imitatrix, Theriosynoecum varietuberatum proximum and T. varietuberatum varietuberatum. They are typical of the subzone denominated C. cf. Cypridea primaria (NRT-002.2). The taphonomy was described based on aspects of ostracod valves, such as: (i) degree of fragmentation; (ii) degree of disarticulation; (iii) degree of dissolution; (iv) colouring and (v) occurrence of mineralization. In addition, a possible fauna zoning was observed between T. varietuberatum proximum and C. ambigua, based on the geographic distribution of the wells where they were found, possibly conditioned by tectonic-structural factors and / or physical-chemical factors. The lithological information and the fossils of exclusively non-marine individuals characterize the Tauá Member with continental sedimentation, typically lacustrine, generated under anoxic conditions. For this reason, the information obtained through this research can also contribute to the characterization of the evolution of the rift phase in the Recôncavo Basin.Idem instruções do Resumo.

Keywords. Microfossils, Taxonomy, Paleoenvironment, Biostratinomy, Andar Rio da Serra.

1 Introdução

Caracterizados por possuir o corpo completamente envolvido em uma carapaça bivalve de composição quitino-calcítica, os ostracodes constituem um grupo de microcrustáceos com amplo registro fóssil. Esses organismos possuem carapaça secretada pela epiderme e

estruturada de forma similar a dos moluscos biválvios, porém, sem linhas de crescimento, o que ocorre de forma descontínua através de ecdises. A maioria mede entre 0,4 e 1,0 mm de

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Ostracodes encontram-se entre os grupos de crustáceos viventes mais diversificados (PINTO, 2007), que podem ser marinhos ou dulcícolas (Delorme, 2001), terrestres (Martens, 1989, Pinto, 2007) e semi-terrestres (Pinto, 2007).

Coimbra e Bergue (2011) afirmam que a maioria dos autores concorda que os ostracodes surgiram no Ordoviciano, quando apareceram os primeiros registros de ordens conhecidas, e que de uma forma geral, o registro fóssil mostra que no Paleozoico o grupo teve o seu apogeu, entre o Devoniano e o Carbonífero. Segundo Bergue (2010), eles constituem o mais diversificado grupo de crustáceos maxilópodes, havendo em torno de 13.000 espécies viventes descritas (Brusca & Brusca, 2007). Considerando as espécies fósseis, a soma chega a cerca de 65.000, número que pode ser superestimado devido a sinonímias (Horne et al., 2002).

A flexibilidade adaptativa destes organismos é expressa não só nos diferentes hábitos de vida que apresentam (bentônico, planctônico ou necto-bentônico) como também nas variações morfológicas da carapaça e apêndices. Estas estruturas refletem adaptações a substratos, recursos alimentares e estratégias reprodutivas (Coimbra; Bergue, 2011).

Em estudos paleoecológicos e palaeoambientais, características tafonômicas das

carapaças desses organismos como o grau de abrasão e fragmentação podem ser indicadoras de transporte post mortem. Além disso, interferências sobre paleossalinidade e paleotemperatura podem ser obtidos através de análises isotópicas e de elementos-traço em ostracodes (Coimbra; Bergue, 2011).

De acordo com Viana et al. (1971), os ostracodes da Bacia do Recôncavo, caracterizam-se pelo registro fóssil mais expressivo descaracterizam-se grupo no Brasil, face à diversidade, abundância e preservação da microfauna. O conjunto de 09 biozonas e 28 subzonas que compõem o

arcabouço biocronoestratigráfico do Neojurássico(?)-Eocretáceo das bacias da margem continental fundamenta-se quase que essencialmente na distribuição estratigráfica dos ostracodes descritos nesta bacia essas biozonas.

As biozonas são representadas com o código NRT e a numeração correspondente, de NRT-001 a NRT-009. Elas balizam os limites de unidades cronoestratigráficas na bacia e, em conjunto com critérios físicos, os critérios paleontológicos permitiram a subdivisão das unidades nomeadas como andares Dom João, Rio da Serra, Aratu, Buracica, Jiquiá e Alagoas (Viana et al., 1971)

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Segundo Milhomem et al. (2003), na bacia, as características da microfauna de

ostracodes recuperada na seção rifte são um reflexo da própria história do seu preenchimento e, portanto, de sua evolução tectônica.

2 Área, materiais e métodos 2.1 Localização da área

A Bacia do Recôncavo está localizada no centro-leste do Estado da Bahia, nordeste do Brasil, e segundo Silva et al. (2007), ocupa uma área de aproximadamente 11.500 km2 e tem a sua evolução relacionada ao estiramento crustal que teve como resultado a fragmentação do Gondwana e abertura do Oceano Atlântico, durante o Eocretáceo.

De acordo com Magnavita et al. (2005), os esforços distencionais cessaram antes da oceanização da bacia, o que a classifica como um rifte abortado, correspondendo a parte do sistema de riftes intracontinentais Recôncavo-Tucano-Jatobá.

Seus limites (Figura 1) são dados a norte e noroeste pelo Alto de Aporá (que separa a Bacia do Recôncavo da Bacia do Tucano Sul), a sul pelo Sistema de Falhas da Barra, a oeste pela Falha de Maragogipe e a leste pelo Sistema de Falhas de Salvador (Milhomem et al., 2003).

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Figura 1: Localização, limites e arcabouço estrutural da Bacia do Recôncavo (modificado de Milhomem et al., 2003).

Segundo Silva et al. (2007) o preenchimento da Bacia do Recôncavo pode ser dividido em cinco estágios: Supersequência Paleozoica, Pré-Rifte, Rifte, Pós-Rifte e Sequências do Neógeno, porém aqui serão descritos apenas os quatro primeiros, devido a baixa relevância do último para este trabalho.

O estágio Rifte foi caracterizado por Silva et al. (2007) como sedimentos

correspondentes a um clima mais úmido, e sistemas deposicionais lacustre, fluvial, deltaico e de leques aluvionares e incluem as formações Candeias, que contém os ostracodes estudados nesse trabalho, Maracangalha, Marfim, Pojuca, Taquipe, Salvador e São Sebastião. Supõe-se que a sucessão estratigráfica identificada na Bacia do Recôncavo tenha sido caracterizada por um estágio inicial de lago profundo, progressivamente assoreado em estágios mais tardios.

O limite entre as fases pré-rifte e rifte tem sido mais recentemente posicionado na discordância que sobrepõe os pelitos lacustres do Membro Tauá da Formação Candeias aos arenitos fluvio-eólicos da Formação Água Grande.

Os folhelhos, calcilutitos e arenitos turbidíticos do Membro Gomo da Formação

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clima mais úmido, intensificação da atividade tectônica, estruturação da bacia em áreas plataformais pouca e depocentros com elevadas taxas de subsidência. Nessa época, como ao longo de todo o Andar Rio da Serra, oscilações do nível do lago relacionadas a variações climáticas podem ter resultado na exposição e erosão das áreas plataformais (Silva et al., 2007).

A Formação Candeias tem como unidade basal o Membro Tauá, composto por um folhelho cinza-escuro, com partição acicular, micáceo, duro, com laminação paralela, alto conteúdo fossilífero e raras intercalações de calcário síltico-argiloso, possuindo características marcantes como a partição acicular e baixa resistividade em perfil elétrico (Viana et al., 1971).

Segundo Viana et al. (1971), O Membro Tauá possui idade cretácea inferior, com base na população de ostracodes, restos de peixes (Lepidotus) e de conchostráceos, faz contato inferior com o arenito da Formação Água Grande ou com os folhelhos marrons da Formação Itaparica e, contato superior na passagem de seus folhelhos nitidamente de partição acicular para folhelhos de partição irregular e calcários microcristalinos do Membro Gomo.

2.2 Materiais e métodos de análise

Esta pesquisa foi elaborada utilizando fósseis de ostracodes da Bacia Sedimentar do Recôncavo, provenientes do acervo técnico da empresa Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras, obtidos de 25 poços exploratórios perfurados ao longo das décadas de 1950 a 1980, escolhidos de forma que seus posicionamentos fossem representativos para abranger toda a extensão da bacia (Figura 2). Por exigência da Petrobras, para cumprimento de sua política de segurança da informação, a identificação dos referidos poços, bem como sua localização cartográfica

georreferenciada, não serão divulgados neste trabalho, sendo somente posicionados os poços em mapa-base geral, aproximadamente em seus pontos de origem, e identificados com numeração sequencial simples (P1 a P25).

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Figura 2: Mapa da Bacia do Recôncavo com a localização dos 25 poços selecionados para estudo.

A estratégia de investigação adotada foi a análise paleontológica do Membro Tauá, da Formação Candeias – Cretáceo Inferior, Andar Local Rio da Serra. O levantamento do

conteúdo fossilífero se deu a partir de 133 células de ostracodes da Coleção Paleontológica da Petrobras, Unidade de Exploração da Bahia, previamente preparadas com métodos laboratoriais adotados pela empresa, que consiste em: (i) separar 40 g de cada amostra de calha, coletada de 3 em 3 m do poço perfurado; (ii) formar uma amostra composta representativa de 15 m do poço; (iii) fazer tratamento com peróxido de hidrogênio para remoção dos resíduos e matéria orgânica; (iv) secar em estufa à temperatura de 100 °C e, posteriormente, (v) realizar a triagem manual em cada amostra composta para a coleta dos ostracodes que irão compor as células.

A metodologia de trabalho adotada concentrou-se na análise do conteúdo fossilífero das células de ostracodes pertencentes a subzona equivalente ao Membro Tauá (NRT-002.2),

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através de lupa binocular ZEISS Stemi DV4 afim de observar características físicas dos exemplares para se obter os atributos taxonômicos e tafonômicos, atrelando as observações coletadas com revisões bibliográficas.

As fotos dos taxa de ostracodes foram obtidas através de um estereomicroscópio Discovery v12 com câmera AxioCam HRc (ZEISS).

O interesse de se trabalhar com esse intervalo litoestratigráfico específico está relacionado ao fato de ser a primeira sequência da fase rifte da Bacia do Recôncavo, considerando-se o seu atual modelo estratigráfico, com o propósito de se buscar novas informações a respeito da transição pré-rifte/rifte da mesma.

3 Resultados

Através da análise dos poços selecionados, foi possível identificar o intervalo do membro Tauá, bem como a fauna de ostracodes associada a ele. Assim, foram elaboradas análises taxonômicas e tafonômicas para compor os aspectos paleontológicos resultantes dessa pesquisa.

3.1 Taxonomia

Os taxa identificados (Figura 3) estão divididos em duas famílias, três gêneros e seis espécies, além do reconhecimento de duas subespécies e, para descrição destes seguiu-se a sistemática apresentada por Brandão et al. (2017). Juntamente a esses, mais 14 espécies de ostracodes foram encontradas, porém, acredita-se que estão associadas a outras biozonas e, consequentemente, a outros litotipos, atingindo o nível de coleta do Membro Tauá devido a possíveis fatores como desmoronamentos durante a perfuração dos poços, portanto não serão considerados aqui.

Filo ARTHROPODA Latreille, 1829 Ordem PODOCOPIDA Müller, 1894 Família CYPRIDIDAE Baird, 1845

(21)

Espécie-tipo: Reconcavona imitatrix Krömmelbein, 1965

Diagnose: Apresenta tamanho médio a grande, com contorno que lembra feijão. Margem dorsal ligeiramente selada; margem ventral reentrante. Ambas as valvas com um espinho geralmente pontiagudo e forte, situado em posição mediana a dorso-mediana (Krömmelbein, 1965).

Figura 3, exemplar: 7 a – b

Subfamília CYPRIDEINAE Martin, 1940 Gênero Cypridea Bosquet, 1952

Espécie-tipo: Cypridea ambigua Krömmelbein, 1962

Diagnose: Espécie próxima da Cypridea vulgaris Krömmelbein, 1962, pequena, porém mais alongada e delgada; ângulo dorsal anterior menos acentuado e porção reta da margem dorsal menos ingrememente inclinada para trás (Krömmelbein, 1962).

Figura 3, exemplar: 3 a – b – c

Espécie-tipo: Cypridea sellata Viana, 1966

Diagnose: Espécie de tamanho médio, sem ornamentação, com rostro pequeno e sulco não muito profundo. Uma depressão estende-se da margem dorsal até a metade de cada valva (Viana, 1966).

Figura 3, exemplar: 5 a – b

Espécie-tipo: Cypridea trinodosa Viana, 1966

Diagnose: Espécie caracterizada pela presença de três largos nódulos em cada valva, sendo dois mais altos e o outro mais baixo, situado entre aqueles. Carapaça com forma sólida, tamanho médio, rostro e sulco pequenos (Viana, 1966).

(22)

Espécie-tipo: Cypridea cf. Cypridea primaria Grekoff & Krömmelbein, 1967 Diagnose: Espécie grande, contorno lateral anguloso. Ângulo dorsal anterior alto e inclinado para a frente. Bordo dorsal retilíneo e longo. Região rostral pouco desenvolvida com rostro pequeno, sulco somente indicado e incisura pouco visível. Superfície coberta por pontuações relativamente grosseiras (Grekoff & Krömmelbein, 1967).

Figura 3, exemplar: 1 a – b – c

Família CYTHERIDAE Baird, 1850 Subfamília LIMNOCYTHERIDAE Klie, 1938

Gênero Theriosynoecum Branson, 1936

Subespécie-tipo: Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum Grekoff & Krömmelbein, 1967

Diagnose: Carapaça alongada, mais ou menos retangular, comprimida por um longo sulco dorso-mediano. Superfície pontuada e coberta de tubérculos em número variável, geralmente entre cinco e sete (Grekoff & Krömmelbein, 1967).

Figura 3, exemplar: 2 a – b

Subespécie-tipo: Theriosynoecum varietuberatum proximum Moura, 1972 Diagnose: Carapaça de tamanho médio, ornamentada com perfurações largas e rasas, muito unidas, que formam um retículo nítido e que abrange toda a superfície. Sulcos dorso-medianos característicos (Moura, 1972).

(23)

Figura 3: Ostracodes do Membro Tauá, Formação Candeias, subzona NRT-002.2. 1. Cypridea

cf. Cypridea primaria GREKOFF & KRÖMMELBEIN, 1967; 1a. Vista dorsal; 1b. Valva

esquerda; 1c. Valva direita. 2. Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum GREKOFF & KRÖMMELBEIN, 1967; 2a. Vista dorsal; 2b. Valva direita. 3. Cypridea ambigua KRÖMMELBEIN, 1962; 3a. Vista dorsal; 3b. Valva esquerda; 3c. Valva direita. 4.

Theriosynoecum varietuberatum proximum MOURA, 1972; 4a. Vista dorsal; 4b. Valva direita; 4c. Valva esquerda. 5. Cypridea sellata VIANA, 1966; 5a. Valva esquerda; 5b. Valva direita. 6. Cypridea trinodosa VIANA, 1966; 6a. Valva direita; 6b. Vista dorsal; 6c. Valva esquerda. 7. Reconcavona imitatrix KRÖMMELBEIN, 1965; 7a. Vista dorsal; 7b. Valva direita.

(24)

De acordo com Speyer & Brett (1988), a tafonomia analisa dois processos, sendo eles a bioestratinomia e a diagênese dos fósseis. Eles definem a bioestratinomia como a história sedimentar dos restos orgânicos potencialmente preserváveis, definida através da análise do seu grau de desarticulação, fragmentação, abrasão, ocorrência de reorientação e seleção e a postura dos organismos, os quais refletem a influência dos processos sedimentares sobre estes restos orgânicos. A diagênese dos fósseis, por sua vez, inclui os processos que têm início logo após a morte dos organismos, envolvendo a necrólise e a diagênese incipiente dos restos orgânicos (substituições, recristalizações, dissoluções).

Dessa forma, a história tafonômica dos restos orgânicos é estreitamente correlacionada ao contexto ambiental e condições sedimentares atuantes, refletidas, assim, pelas diferentes feições tafonômicas geradas (Speyer & Brett, 1988).

Para a análise tafonômica foi realizada a investigação dos seguintes parâmetros nas valvas dos ostracodes: (i) grau de fragmentação; (ii) grau de desarticulação; (iii) grau de dissolução; (iv) coloração e; (v) ocorrência de mineralização. Através da análise das células de ostracodes, os resultados de suas assinaturas tafonômicas foram agrupados com base no padrão apresentado pelo grupo de exemplares em cada poço (Tabela 1), afim de sugerir uma possível caracterização paleoambiental.

Tabela 1: Parâmetros observados nas valvas dos ostracodes estudados. Considerou-se a ocorrência como “pouca” quando < 25% dos exemplares analisados e; “X” quando nula.

Poços Fragmentação Desarticulação Dissolução Coloração Mineralização

P1 Pouca Pouca X Branco,

Castanho e Cinza

Pirita

P2 Pouca X X Cinza e Preto Hematita

P3 X X X Branco e Cinza X

P4 Pouca Pouca X Branco e Cinza Pirita

P5 Pouca Pouca X Branco e Cinza X

P6 Pouca X X Cinza X

P7 Pouca X X Cinza Pirita

(25)

P10 Pouca X X Castanho, Cinza e Preto

Pirita

P11 Pouca Pouca X Branco e Cinza Pirita

P12 Pouca Pouca X Branco e Cinza Pirita

P13 Pouca X X Cinza Pirita

P14 Pouca X X Cinza e Preto Pirita

P15 Pouca X X Cinza X

P16 Pouca Pouca X Branco e Cinza X

P17 Pouca X X Branco e Cinza X

P18 X X X Cinza e Preto X

P19 Pouca X X Branco e Cinza Pirita,

Hematita

P20 Pouca X X Cinza X

P21 X X X Cinza X

P22 X Pouca X Branco e Cinza X

P23 Pouca Pouca X Branco e Cinza Pirita,

Hematita

P24 Pouca X X Cinza e Preto Calcita, Pirita

P25 X X X Cinza e Preto Hematita

4 Discussão dos resultados

A presença de Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum e de Cypridea cf. Cypridea primaria, confirmam o intervalo da biozona NRT-002 e da subzona NRT-002.2, respectivamente, já que esses são os seus fósseis-guias. Desse modo, foi possível investigar esse intervalo através das análises propostas e bibliografias para caracterizá-lo quanto aos aspectos tafonômicos, paleobiogeográficos e paleoecológicos.

4.1 Bioestratinomia

O grau de fragmentação reflete o nível de energia física de um determinado ambiente. A quebra dos restos esqueletais resulta do seu impacto com rochas, seixos ou outros bioclastos. É nas áreas de fraqueza das conchas que ocorre sua fragmentação, como mudanças na estrutura

(26)

esqueletal e mineralogia, linhas de ornamentação ou bruscas mudanças na convexidade (Parsons & Brett, 1991).

Os ostracodes estudados se apresentaram em grande maioria com pouca ou nenhuma fragmentação, o que sugere um ambiente de baixa energia durante o processo de soterramento, uma vez que há preservação dos fósseis. De acordo com Horodyski & Erthal (2017), a

observação de pouca ou nula desarticulação da maioria das conchas estudadas corrobora com a baixa energia do ambiente e sugere pouco transporte e pouco retrabalhamento do sedimento, além de não ser observado registros de dissolução nos fósseis, indicando, provavelmente, rápido soterramento, com pouca exposição na interface água/sedimento.

4.2 Colorimetria

Uma variedade de cores foi observada nos ostracodes estudados. De acordo com Michelli (2002), diferentes estudos sobre cores em microfósseis estão relacionados a interpretação da história termal, como em conodontes e pólens (Rejebian et al., 1987) ou condições de temperatura e pressão em carapaças de ostracodes (Kontrovitz et al., 1992).

Os estudos de Ainsworth et al, (1990) determinaram uma sequência de alteração de cores em carapaças de ostracodes atribuídas a alteração termal proporcionada pela combinação soterramento/matéria orgânica ou aquecimento por intrusões ígneas, propondo a inclusão dos ostracodes entre os grupos de invertebrados que possuem condições de refletir mudanças óticas, pela cor ou refletividade, para a maturação termal da matéria orgânica (Michelli, 2002).

Seguindo o padrão de cores Munsell, o escurecimento gradual dos ostracodes fósseis determinado por Ainsworth et al. (1990) variou da cor branca ao preto (Figura 4).

(27)

Figura 4: Sequência de alteração das cores em carapaças de ostracodes (Ainsworth et al., 1990 citado por Michelli, 2002).

Michelli (2002), ao utilizar argilominerais e ostracodes como geotermômetros, analisou carapaças dos ostracodes da Formação Alagamar para se obter a variação de cor seguindo o padrão de cor Munsell e, constatou ainda que, os constituintes orgânicos expelidos dos

sedimentos entram, ou advêm dos próprios ostracodes, na estrutura interna das carapaças, onde esta se tornou permeável pela remoção de constituintes quitinosos (Ainsworth et al., 1990) e que a influência do betume sugere que este seja o principal determinante na coloração atual das carapaças do seu estudo.

Em comparação com a sequência de alteração das cores de ostracodes sugerido por Ainsworth et al. (1990), a maioria dos exemplares estudados no membro Tauá se

(28)

passando, ainda que mais raramente, pelo preto (grupo 7), castanho (grupo 5) e pelas cores claras dos grupos de números 1 e 2, sugerindo assim, que a variação da coloração dos ostracodes em estudo possa ter influência de questões termais associadas a maturação da matéria orgânica.

4.3 Mineralizações

Substituições e preenchimentos nas carapaças dos ostracodes puderam ser observadas através da notável aparição de mineralizações que se assemelham a minerais como pirita e hematita. De acordo com Tucker (1991), esses processos estão relacionados a fase de diagênese, onde um fóssil muitas vezes exibe feições que obliteram ou destroem as características morfológicas e químicas originais.

Diversos fatores são responsáveis pela dissolução das partes duras esqueléticas,

especialmente as águas intersticiais e as águas subterrâneas e superficiais, associadamente com as variações no pH do ambiente (Mendes, 1988).

4.4 Paleobiogeografia e paleoecologia

A identificação dos fósseis-guias e fósseis subordinados da subzona equivalente ao Membro Tauá (NRT-002.2), permite a análise da distribuição das espécies nos 25 poços estudados que estão localizados ao longo da Bacia do Recôncavo. De acordo com Novaes (2017), dentre os sete taxa identificados nesta pesquisa, notam-se algumas relações para Theriosynoecum varietuberatum proximum e Cypridea ambígua, quanto a presença e ausência desses ostracodes nos registros de identificação (Figura 5).

A distribuição de Theriosynoecum varietuberatum proximum é mais expressiva nos poços dos compartimentos Recôncavo Central e Recôncavo Nordeste, sendo menos expressivo no Recôncavo Sul. O táxon não foi identificado em oito deles (P10, P12, P19, P21, P22, P23, P24 e P25), se ausentando principalmente na porção mais a sul da bacia, num trend que se estende desde a Baía de Todos os Santos até a porção central, próximo da falha de Mata-Catu, caracterizando uma zona de domínio de Cypridea ambígua.

A espécie Cypridea ambigua, por sua vez, tem a ausência mais pronunciada na porção noroeste e oeste dos compartimentos Recôncavo Central e Recôncavo Nordeste, totalizando

(29)

zona de domínio de Theriosynoecum varietuberatum proximum. Além disso, entre os dois trends.

Figura 5: Representação em mapa das relações entre os taxa Cypridea ambigua e

Theriosynoecum varietuberatum proximum na área de estudo (Novaes, 2017).

Essa observação sugere um possível zoneamento de fauna que, preliminarmente, pode gerar algumas interpretações sobre os seus fatores condicionantes. Novaes (2017) sugere hipóteses para justificar essa situação, como fatores tectono-estruturais e fatores físico-químicos.

Além disso, o Membro Tauá se mostrou presente nos três compartimentos da bacia e se pronuncia com diferentes espessuras. É possível observar que as recuperações obtidas para o Membro Tauá apresentaram um espessamento que aumenta gradativamente da porção nordeste para a porção sul da bacia (Figura 6).

(30)

Figura 6: Mapa com curvas de isópacas com base nas espessuras do Membro Tauá, obtidas através dos 25 poços estudados.

A análise das diferentes espessuras também pode contribuir para as hipóteses sugeridas por Novaes (2017), sobre o zoneamento de fauna. Para a hipótese dos fatores

tectono-estruturais, os diferentes intervalos de espessuras poderiam estar relacionados a paleolagos diferentes, configurando assim a distribuição desses taxa.

Quanto à segunda hipótese, essas espessuras podem contribuir para embasar o

zoneamento por fatores físico-químicos, uma vez que os folhelhos mais espessos podem estar relacionados a depocentros mais profundos e, consequentemente, com características físico-químicas diferentes das regiões mais rasas do paleolago, que apresentaria os folhelhos menos espessos, implicando assim nas variações de fatores como temperatura, pressão e luminosidade,

(31)

5 Conclusões

O Membro Tauá é composto por uma litologia tipicamente continental, de caráter lacustre, assim como todos os taxa de ostracodes encontrados em seu conteúdo, que são espécies não-marinhas, sensíveis a salinidade e se distribuem apenas em água doce a pouco salinas.

As análises paleontológicas permitiram caracterizar os ostracodes quanto a taxonomia, onde sete taxa puderam ser identificados, característicos da subzona NRT-002.2: (i) Cypridea ambigua KRÖMMELBEIN, 1962; (ii) Cypridea cf. Cypridea primaria GREKOFF &

KRÖMMELBEIN 1967; (iii) Cypridea sellata VIANA, 1966; (iv) Cypridea trinodosa VIANA, 1966; (v) Reconcavona imitatrix KRÖMMELBEIN, 1965; (vi) Theriosynoecum

varietuberatum proximum MOURA, 1972 e (vii) Theriosynoecum varietuberatum varietuberatum GREKOFF & KRÖMMELBEIN.

Através do estudo da tafonomia, observou-se que o conteúdo fossilífero das células de ostracodes apresentou, em sua maioria, pouca ou nula fragmentação e desarticulação, assim como ausência de dissoluções sugerindo um paleoambiente de baixa energia, com pouco transporte e retrabalhamento. Além disso, mineralizações foram registradas, referentes a diagênese dos fósseis, principalmente representadas por supostas piritização e hematitização de algumas carapaças.

As cores das carapaças puderam ser comparadas com estudos que as associam com interpretação da história termal e maturação da matéria orgânica, uma vez que ostracodes com colorações escuras podem estar relacionados à presença de óleo na rocha que os contém.

As análises de correlação entre Cypridea ambigua e Theriosynoecum varietuberatum proximum permitiram um estudo paleobiogeográfico de investigação preliminar, sugerindo interpretações que podem contribuir para a caracterização da evolução da fase rifte na Bacia do Recôncavo.

(32)

Agradecimentos. À FAPESB pelo apoio financeiro através do processo BOL0463/2018, à

Petrobras por disponibilizar os dados e equipamentos para realizar este estudo e ao Grupo de Estudo de Foraminíferos (GEF/UFBA) por ceder o espaço físico quando necessário.

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CAPÍTULO 3

CONCLUSÕES

Através do estudo dos fósseis de ostracodes do Membro Tauá, Formação Candeias da Bacia do Recôncavo, nota-se que muitas informações paleoambientais e paleobiogeográficas puderam ser agregadas ao conhecimento sobre o Membro, até então, com poucos registros na bibliografia.

A metodologia da pesquisa possuiu algumas limitações devido a procedimentos de segurança da informação solicitados pela empresa parceira, uma vez que o material base da pesquisa e parte dos dados analisados pertencem a mesma.

Com o intuito de contribuir de forma mais precisa para a caracterização das rochas componentes do Membro Tauá, bem como a sua fauna de ostracodes, recomenda-se um estudo de maior detalhamento das suas características como, por exemplo, dados paleoecológicos, análises de isótopos e outros. Além disso, sugere-se correlação e estudo de análogos com a abertura de riftes africanos atuais, buscando identificar processos recentes e compreender o

(35)

Sobre os taxa presentes no intervalo estudado, novas relações entre os fósseis-guias ou acessórios podem ser testadas, levando em consideração diferentes espécies, afim de alcançar outras informações que corroborem com a caracterização palebiogeográfica e paleoambiental.

Para melhoria dos resultados, também se sugere a análise de outros poços, além dos utilizados nessa pesquisa, dentro mesma área de estudo, aumentando assim a quantidade de informações acerca da fauna de ostracodes, tendendo a diminuir a margem de erro nos resultados.

(36)

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REJEBIAN, VIVIAN A., ANITA G. HARRIS, AND J. STEPHEN HUEBNER. "Conodont color and textural alteration: An index to regional metamorphism, contact metamorphism, and hydrothermal alteration." Geological Society of America Bulletin 99.4 (1987): 471-479. SILVA, O.B.; CAIXETA, J.M.; MILHOMEM, P.S., KOSIN, M.D. Bacia do Recôncavo. Rio de Janeiro: Boletim de Geociências da Petrobras, 2007. v.15, n.2. p. 423.431. 2007.

SPEYER, STEPHEN E., AND CARLTON E. BRETT. "Taphofacies models for epeiric sea environments: Middle Paleozoic examples." Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology 63.1-3 (1988): 225-262

TUCKER, MAURICE E. "Sequence stratigraphy of carbonate-evaporite basins: models and application to the Upper Permian (Zechstein) of northeast England and adjoining North Sea." Journal of the Geological Society 148.6 (1991): 1019-1036.

VIANA, C.F. Stratigraphic Distribution of Ostracoda in the Bahia Supergroup, Brazil. In: Colóquio Africano Ocidental de Micropaleontologia, Ibadan: Nigéria, 1965. Proceedings of the

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VIANA, C.F.; GAMA JUNIOR, E.G.; SIMÕES, I. A.; FONSECA, J.R.; ALVES R.J. 1971. Revisão estratigráfica da Bacia Recôncavo/Tucano. Boletim Técnico da Petrobras, n. 14, p. 157-192. 1971.

(40)

APÊNDICE A – JUSTIFICATIVA DA PARTICIPAÇÃO DOS

CO-AUTORES

Fez-se necessária a participação como co-autora da Prof. Dra. Altair de Jesus Machado, orientadora do projeto, por sua contribuição no do desenvolvimento do trabalho através de materiais, aulas, esclarecimentos sobre o tema abordado e revisões, bem como permitindo o acesso ao Grupo de Estudo de Foraminíferos (GEF/UFBA) e todo seu acervo de materiais e corpo de profissionais.

Também fez-se necessária a participação como co-autor do Geólogo Dr. Celso Lira Ximenes, co-orientador do projeto, uma vez que foi o responsável por viabilizar o acesso às instalações da empresa Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras, orientar quanto ao uso dos equipamentos e métodos adotados, e por contribuir para o desenvolvido da pesquisa com esclarecimentos e materiais bibliográficos.

(41)

APÊNDICE B – TABELA DE DADOS RECUPERADOS

POÇOS ESPESSURA DO

TAUÁ (METROS)

OSTRACODES SUBORDINADOS DA SUBZONA NRT-002.2

P1 56 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P2 43 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P3 60 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P4 61 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P5 53 Theriosynoecum varietuberatum proximum,

Reconcavona imitatrix

P6 35 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P7 33 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P8 90 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P9 56 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P10 54 Reconcavona imitatrix

P11 56 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P12 97 Cypridea ambigua, Cypridea sellata

P13 76 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P14 118 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P15 87 Theriosynoecum varietuberatum proximum

P16 56 Theriosynoecum varietuberatum proximum,

Cypridea sellata

P17 78 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum

P18 81 Cypridea ambigua

P19 63 Cypridea ambigua

P20 106 Cypridea ambigua, Theriosynoecum

varietuberatum proximum P21 112 Cypridea ambigua P22 138 Cypridea ambigua P23 93 Cypridea ambigua P24 88 Cypridea ambigua P25 78

Theriosynoecum varietuberatum proximum, Cypridea ambigua, Reconcavona imitatrix,

(42)

ANEXO A – REGRAS DE FORMATAÇÃO DA REVISTA

PESQUISAS EM GEOCIÊNCIAS

Instruções aos Autores

Os manuscritos devem ser cuidadosamente preparados pelos autores observando as instruções aqui apresentadas.

A partir de 2018, as submissões são pelo Sistema Eletrônico de Editoração Eletrônica (SEER) disponibilizadas pela Open Journal System na base de dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Na etapa de submissão, os autores devem preparar um arquivo com extensão pdf, incluindo o texto e todas as ilustrações. A fim de facilitar a preparação do arquivo a ser submetido pelos autores, a revista disponibiliza um modelo de documento para acesso e utilização como padrão na confecção do arquivo de texto. As instruções gerais e o detalhamento sobre a formatação são apresentados a seguir.

Considerações gerais

1. Os manuscritos devem ser originais, com temática relacionada com a área de Geociências, conforme tabelas de áreas de conhecimento do CNPq e da CAPES.

2. Os manuscritos devem elaborados observando rigorosamente as normas de redação da língua mãe.

3. Na submissão, o autor correspondente deverá declarar que (i) o trabalho não foi publicado anteriormente (exceto na forma de um resumo ou como parte de uma palestra ou de um

trabalho de conclusão de curso, tese ou dissertação); (ii) o trabalho não está sendo avaliado para publicação em outro meio de divulgação; (iii) todas as informações apresentadas no manuscrito são de responsabilidade do autor correspondente, bem como dos demais coautores, quando houver; e, (iv) se aceito, não será publicado na mesma forma por outro meio.

Língua

4. Línguas aceitas para submissão e publicação: português, espanhol ou inglês. 5. Manuscritos redigidos em português: além do resumo, devem conter abstract.

(43)

7. Manuscritos redigidos em inglês: além do abstract, devem conter resumo. Conservar a homogeneização da língua inglesa no formato americano ou britânico.

8. Termos não traduzidos de outra língua, distinta daquela do manuscrito, devem constar em itálico.

Formatação do manuscrito para submissão

9. Cada manuscrito pode conter um total de até 40 páginas, incluindo referências e ilustrações no formato de submissão. Páginas excedentes poderão ser publicadas mediante consulta prévia. 10. Materiais suplementares vinculados ao manuscrito (tais como figuras em formatos distintos, listas, tabelas com dados detalhados) poderão ser publicados, sob consulta, somente na

forma online, sendo os autores responsáveis pela formatação final.

11. Utilizar o software Microsoft Word para produção do texto, com todas as margens ajustadas em 2,5 cm, espaço 1,5 entre linhas, fonte Times New Roman. Manter a formatação do texto o mais simples possível.

12. Todas as páginas do texto devem ser sequencialmente numeradas na margem superior direita.

13. As linhas devem estar numeradas de modo contínuo do início ao fim do texto. 14. Título do trabalho: alinhado à esquerda, em negrito, fonte tamanho 14. Manuscritos redigidos em português ou espanhol deverão ter o título vertido para língua inglesa e

posicionados logo abaixo do título original em uma nova linha. Manuscritos em inglês deverão ter o título vertido para a língua portuguesa, também posicionado abaixo do título original. 15. Nome dos autores: tamanho 12, com a margem alinhada à esquerda, escritos em sequência, separados por vírgulas (e “&”antes do último); o último sobrenome de cada autor deverá ser escrito em caixa alta; exemplo: Carla Amaral RITTER, Pedro Luiz MENDONÇA & Adam SMITH (incluir números sobrescritos referentes aos vínculos institucionais explicitados a seguir).

16. Vínculo institucional dos autores: fonte 11, alinhado à esquerda, espaço simples (1), adaptar estritamente conforme os exemplos que seguem; não utilizar abreviações nos nomes das

instituições.

1 Programa de Pós-graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 9.500, CEP 91.540-000, Porto Alegre, RS, Brasil (email@xxx).

2 Centro de Ciência do Sistema Terrestre, Instituto Nacional de Pesquisa Espacial. Av. dos Astronautas, 1.758, CEP 12.227-010, São José dos Campos, SP, Brasil (email@zzz.zz, email@yyyy.yy).

(44)

17. Resumo, resumen e abstract: devem abordar de forma clara e concisa a problemática, os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões, nesta ordem; comportar até 20 linhas, em fonte 11, parágrafo único (recuo de 1 cm à direita e à esquerda), espaço entre linhas simples, sem citações bibliográficas.

18. Palavras-chave (para manuscritos em português e inglês), Palabras clave (manuscritos em espanhol) e Keywords (manuscritos em português, espanhol e inglês): lista de até seis termos, separados por vírgula, fonte 11, espaço entre linhas simples, recuo de 1 cm à direita e à esquerda; evitar utilizar termos já descritos no título.

19. Organizar o texto nas seguintes seções: 1 Introdução; 2 Área; material e métodos (inserir nesta seção informações sobre o estado de arte: p. ex. caracterização geológica, estratigráfica, fundamentação teórica); 3 Resultados; 4 Discussão dos resultados; 5 Conclusões;

Agradecimentos (opcional); e Referências bibliográficas. Seções distintas e/ou adaptadas a estas poderão ser aceitas, conforme a natureza do tema.

20. Todo o texto, a partir da seção 1 Introdução (excetuando-se os agradecimentos), deve ser confeccionado em fonte 12, justificado, com primeira linha de cada parágrafo com recuo do lado esquerdo de 1,25 cm.

21. Os títulos das seções deverão constar ordenadamente com algarismos arábicos, em negrito, alinhados à esquerda, sem recuo, fonte 12.

22. Os subtítulos devem ser ordenados com algarismos arábicos, alinhados à esquerda, sem recuo, em itálico (p. ex.: 2.1 Localização da área, 2.2 Estratigrafia, 2.3 Métodos), assim sucessivamente, até a terceira ordem (p. ex.: 3.2.1), fonte 12.

23. Agradecimentos: sem numeração, fonte 11, espaço simples entre linhas, alinhado à esquerda, sem recuo, incluindo, quando cabíveis, números de projetos/processos, agências de fomento, esclarecimento sobre a relação do manuscrito como parte constituinte de dissertações ou teses de doutoramento etc. Os autores não devem fazer agradecimentos às suas próprias instituições.

24. As ilustrações devem ser inseridas no arquivo Microsoft Word, na posição desejada, centralizadas, com a respectiva legenda na posição superior (no caso de tabelas e quadros) ou inferior (figuras). A primeira citação de uma ilustração no texto deve ser feita antes de sua inserção. Ordenar as ilustrações de modo fluido, de modo a facilitar a leitura do texto e sua posterior e imediata visualização.

25. Recomendações gerais sobre a formatação: (i) não usar hifenização no processador de texto; (ii) usar negrito, itálico, subscrito, sobrescrito etc., somente quando pertinente; (iii) não importar tabelas e equações de programas gráficos (use o processador de texto para criá-las); (iv) não utilizar notas de rodapé; (v) utilizar sempre os símbolos internacionais de medidas ao invés dos nomes completos (p. ex.: 7 m ao invés de 7 metros).

Referências

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