Aula Em relação à suspensão, à interrupção e à rescisão do contrato de trabalho, assinale a opção correta.

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Turma e Ano: Direito do Trabalho – Atualizações Normativas, OJs e Exercícios 2016 Matéria / Aula: Direito do Trabalho – Atualizações Normativas, OJs e Exercícios 07 Professor: Leandro Antunes

Monitor: Laura de Almeida Campos

Aula 07

Questões direito do trabalho

CESPE | CEBRASPE – TRT8 – Aplicação: 2016

01 – Em relação à suspensão, à interrupção e à rescisão do contrato de trabalho, assinale a opção correta.

A – O afastamento do empregado em razão de exigências decorrentes de encargo público é motivo para a rescisão do contrato de trabalho por justa causa.

Errada. Se pegarmos o art. 471 da CLT, é muito claro. Vejam, o empregado é afastado e quando volta tem direito a todas as garantias concedidas durante aquele período. Será que o afastamento por encargo faz o contrato ser extinto ou haverá uma suspensão, ou interrupção? Aqui há o art. 472 logo a baixo, que diz que não é motivo para afastamento, assim o item está errado pois isso não constitui alteração no contrato de trabalho.

B – Nos contratos de trabalho por tempo determinado, o período de suspensão ou interrupção influenciará obrigatoriamente na data de cessação do ajuste, acarretando a prorrogação do prazo.

Errada. Para essa questão temos um exemplo, o caso do goleiro Bruno, quando foi acusado de ter praticado crime, foi afastado e privado de sua liberdade. Por mais que muita gente tenha dito na época que ele tenha sido demitido por justa causa, ele não estava, mas sim estava com o contrato de trabalho suspenso. É justamente aqui que entra a questão, o goleiro tinha um contrato de prazo determinado, foi preso, e neste momento o contrato ficou suspenso. A questão está dizendo que, obrigatoriamente, esse período de suspensão ia influenciar no prazo de contagem do contrato, acarretando inclusive a prorrogação do prazo. Isso está errado, no caso emblemático dado como exemplo, quando o goleiro chegou a sua privação de liberdade o contrato ficou suspenso, mas ainda correndo o prazo. Esse período de afastamento com privação de liberdade foi maior que o próprio prazo do contrato, então o contrato acabou, se ele tivesse ficado em liberdade antes do prazo contratual então ele voltaria ao contrato. Dessa forma, essa opção está errada, já que não ocorre a prorrogação do prazo.

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C – Pode o juiz assegurar à mulher em situação de violência doméstica e familiar a manutenção do vínculo trabalhista, constituindo tal hipótese suspensão do contrato de trabalho.

Correta. A lei maria da penha, 11340 de 2006, em seu art. 9º, II, diz que será garantido o vínculo empregatício à mulher que tenha sofrido violência doméstica por até 6 meses. Por isso a letra C está correta.

D – O afastamento do empregado por motivo de doença, por período de até quinze dias, constitui causa de suspensão do contrato de trabalho.

Errada. Esta opção está errada porque o afastamento, durante os primeiros quinze dias, não é hipótese de suspensão, mas sim de interrupção do contrato de trabalho. A suspensão só aconteceria a partir do 16º dia.

E - A aposentadoria por invalidez é forma de rescisão contratual.

Errada. Muito errada também, já que a aposentadoria por invalidez é causa de suspensão do contrato de trabalho.

Algo interessante é que recentemente tivemos a atualização do art. 473, CLT. Muita gente já questionava esse tema, porque geralmente havia perguntas do tipo: eu fui acompanhar meu filho que ficou doente, e então quando voltei o empregador descontou tal período, porque isso não é falta justificada, mas no serviço público eu posso sair até para acompanhar cônjuge, familiar. Mas havia previsão para o serviço público realmente, mas não havia tal previsão para a CLT. A lei 13.257/16 traz mais dois incisos, o X e XI, não há dúvidas que isso será trabalhado em provas. O art. 473, CLT, arrola as hipóteses de falta justificada.

Ressalta-se que a gestante já tem o direito de sair para se consultar, e agora seu/sua companheiro(ra) terá direito a falta justificada para se consultar, de até dois dias. O inciso XI diz que, por um dia por ano, para acompanhar o filho de até 6 anos em consulta médica. Isso não é muita coisa, já que tem limitação de idade e apenas uma vez por ano, melhor que nada, mas ainda é pouco.

CESPE| CEBRASPE – TRT8 – Aplicação: 2016

02 – No que se refere a relação de trabalho e à relação de emprego, assinale a opção correta. A – A relação de emprego é espécie da relação de trabalho, gênero que engloba a prestação de serviços do funcionário público, do empregado, do avulso, do autônomo, do eventual, do empresário.

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Correto. Quando mudaram o inciso I, do art. 114 da CF, muitos entenderam que o juiz do trabalho iria julgar inclusive estatutário em regime administrativo. Depois com a ADI 3395 6 é que essa competência continuou na justiça comum. A relação de trabalho existe com o funcionário público é claro, mas de maneira diferenciada.

B – Nos termos da CLT, considera-se empregado toda pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante pagamento de valor mensal.

Empregado é só pessoa FÍSICA, não pessoa jurídica. Art. 2º e 3º da CLT são a base. Errada.

C – Dado o poder de controle e fiscalização do empregador, pode ele realizar revista íntima em suas empregadas.

Errada. O art. 373-A, VI, CLT, deixa claro que isso não é possível.

D – O contrato de trabalho somente será válido se realizado de forma expressa e por escrito.

Errada. O contrato de trabalho pode ser expresso ou tácito, se expresso pode ser escrito ou verbal.

E – A alteridade, a pessoalidade, a subordinação e a exclusividade são requisitos do contrato de trabalho.

Errada. Alteridade, para alguns doutrinadores, é considerada como requisito da relação de emprego. Mas há quem enxergue não como requisito, mas sim como característica, mas isso é polêmico e tem divergência doutrinaria. O que está errado, sem dúvidas, nessa questão é a exclusividade que não é requisito do contrato de trabalho.

TRI14R-An.Jud-Judiciária-A01-2016

03 – Os contrato individuais de trabalho são bilaterais e consensuais. Entretanto é possível ocorrer alterações, suspensão e interrupção de desses contratos, sendo correto que:

(A) será sempre lícita a alteração unilateral das condições contratuais quando houver comprovada dificuldade financeira econômica do empregador e a prévia comunicação ao sindicato da categoria profissional.

Errada. Se eu admitir essa opção como certa, estaremos rasgando a chamada alteridade, que são os riscos da atividade, dizendo que não são mais do empregador. Dificuldade financeira não é motivo justificável para alterar condições, se estiver previsto em acordo coletivo eu posso até realizar alterações, mas não do jeito que está proposto na questão.

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(B) É considerada alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

Errada. É o art. 468, § único da CLT. Este artigo diz que não se considera alteração bilateral (ilícita) o fato de tirar o empregado de função de confiança e retorná-lo para o cargo efetivo.

(C) Havendo suspensão ou interrupção do contrato, ao empregado afastado não serão asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia a empresa.

Errada. A questão também está errada, ao empregado que é afastado (por suspensão ou interrupção) ele tem garantia de volta.

(D) É licita a transferência do empregado para a localidade diversa da que resultar do contrato acarretando a mudança de domicílio, mesmo sem a sua anuência, quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.

Correta. O art. 469, § 2º, CLT. Essa é uma das poucas hipóteses permitidas para alteração contratual sem anuência do empregado.

(E) A aposentadoria por invalidez não interrompe ou suspende, mas sim extingue o contrato de trabalho, ainda que o empregado recupere em 5 anos a sua capacidade laborativa e seja cancelada a sua aposentadoria pelo INSS, não ficando obrigado o empregador ao pagamento de indenização.

Errada. A aposentadoria por invalidez suspende o contrato, art. 475, CLT, e a súmula 160 do TST me diz que mesmo depois de 5 anos contrato de trabalho continua suspenso.

CESPE | CEBRASPE – TRT8 – Aplicação: 2016

04 – Assinale a opção correta de acordo com a legislação vigente e a jurisprudência do TST. A O conceito de grupo econômico, por pressupor a existência de duas ou mais empresas, é incompatível com a atividade e o meio rural.

Errada. A própria lei do trabalhador rural, 5.889/73 já traz a possibilidade de ter, no caso, grupo econômico sendo caracterizado no meio rural.

B A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

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Correta. Segundo a súmula 129, TST. O fato de você trabalhar para mais de uma empresa pertencente ao mesmo grupo econômico na mesma jornada não faz com que tenha mais de um contrato de trabalho necessariamente.

C Quando uma ou mais empresas com personalidades jurídicas próprias estiverem sob a direção, o controle ou a administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, subsidiariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

Errada. Este é o tipo de questão FCC, apesar de ter mudado um pouco. Essa opção está errada porque o art. 2º, § 2º, CLT, nos diz que o grupo econômico a responsabilidade não é subsidiaria e sim solidária. É só uma mudança de solidária para subsidiária.

D Em qualquer caso de aquisição de empresa pertencente ao grupo econômico, o sucessor sempre responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida que pertença ao mesmo grupo de empresas

Errada. Essa opção é um pouco confusa, mas isso é uma OJ copiada de maneira diferente. Eu tenho um grupo econômico ABC, e a empresa Z incorporou a empresa A. O que a questão está dizendo é que a empresa Z passa a ser responsável solidaria por todos os débitos do grupo econômico inclusive das empresas que ela não incorporou, ou seja, ela só incorporou a A, mas amanhã ou depois a empresa B tem uma dívida, a questão diz que a empresa Z então será solidária a esta dívida, o que está errado. Por força da OJ 411 SDI-1.

E Na análise da existência de grupo econômico entre empresas, não se aplica a teoria da desconsideração da personalidade jurídica.

Errado. Desconsideração de personalidade jurídica pode ocorrer ainda na existência de grupo econômico, sem problemas.

TRT23-An.Jud.-Judiciária-A01 – 2016

05 – Trata-se de uma hipótese de renúncia INVÁLIDA:

(A) Josiel, advogado de larga experiência profissional, é contratado para trabalhar com pessoalidade, subordinação e continuidade no departamento jurídico da empresa Indústrias Pantaneiras S/A, recebendo remuneração mensal fixa, mas se recusa a ser registrado como empregado, afirmando que tem conhecimento suficiente para exercer sua autonomia de vontade, escolhendo o regime jurídico de sua contratação.

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Inválida, ou seja, correta a alternativa. Tem todos os requisitos da relação de emprego e não quero ser empregado? Não é possível isso.

(B) Augusto, imediatamente após retornar de afastamento médico decorrente de acidente do trabalho sofrido, com a cessação do benefício previdenciário, pede demissão e, perante o sindicato que o representa, assina documento renunciando à estabilidade no emprego de que era detentor.

Errada, é válida. Tecnicamente falando, quando ele retornar ao emprego ele teria 12 meses de estabilidade, só que ele renunciou ao direito. Isso pode acontecer do jeito que foi colocada a questão, pois ele pediu demissão perante o sindicato. Quem legitima isso é o art. 492, CLT.

(C) Euzébio, dirigente de sindicato com base territorial em Cuiabá − MT, solicita ao empregador transferência para Palmas − TO. A solicitação da transferência corresponde, nos termos da lei, a uma renúncia tácita à estabilidade do qual era detentor.

Errada, é válida. Se ele é dirigente sindical, ele, em regra, tem direito à estabilidade. Art. 543, § 1º, a transferência no caso foi por ele solicitada então realmente ele tem a perda do direito à estabilidade, é renúncia válida.

(D) Na empresa Fortes & Fortes Indústrias Metalúrgicas Ltda. existem dois regulamentos empresariais em vigor. Ronaldo, empregado da empresa há quinze anos, opta por aderir ao regulamento mais novo, renunciando às regras do sistema do outro.

Errada, é válida. É uma súmula 51 do TST.

(E) Não havendo previsão contratual ou legal expressa, a opção de Edmundo, funcionário público, pelo regime trabalhista implica a renúncia dos direitos inerentes ao regime estatutário.

Errada, é válida. Realmente, se não tem previsão expressa e o empregado escolhe o regime trabalhista ele renuncia às regras do regime estatutário.