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A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM PERNAMBUCO

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Academic year: 2021

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A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA NOS CURSOS DE

GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS INSTITUIÇÕES DE

ENSINO SUPERIOR EM PERNAMBUCO

Adriana Alves Moreira dos Santosi (UFPE)

Marcelo Sabbatiniii (UFPE)

Resumo:

O presente trabalho versa sobre a importância da mediação pedagógica nos cursos realizados a distância, pois a consideramos como fundamental nos processos de ensino e aprendizagem, independente da modalidade (presencial ou à distância). O principal objetivo do trabalho é verificar e analisar como está ocorrendo a mediação pedagógica entre tutor (professor) e aluno nos cursos de graduação a distância nas Instituições de Ensino Superior na Região Metropolitana do Recife –PE. A princípio, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. Os resultados iniciais desse trabalho foram as referências bibliográficas encontradas sobre o tema, os quais deram embasamento à construção do mesmo.

Palavras-chave: Mediação Pedagógica, Educação à Distância, Tutor. Abstract:

This paper discusses the importance of pedagogical mediation courses conducted in the distance, because we regard it as essential in the teaching and learning, regardless of the modality (classroom or distance). The main objective is to verify and analyze how the mediation is taking place between the tutor (teacher) and students in graduate distance in Higher Education Institutions in the metropolitan area of Recife-PE. At first, the methodology used was literature. The initial results of this study were the references found on the subject, which gave foundation to build on it.

Palavras-chave: Pedagogical Mediation; Distance Education; Tutor

Introdução

Diante do avanço tecnológico, e com ele o crescimento da oferta e procura pelos cursos de graduação a distância, consideramos relevante compreender como está se dando a mediação pedagógica entre tutor (professor) e aluno, uma vez que ele é o mediador do processo ensino e aprendizagem e tem o contato direto com o aprendiz. Dessa forma, o docente poderá contribuir, ou não, na construção do conhecimento.

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No entanto, compreendemos que a função do tutor não é uma tarefa fácil. Ensinar na modalidade presencial já possui sua complexidade e nem sempre consegue atingir seus objetivos, mesmo estando ao lado do aluno, podendo tirar suas dúvidas de imediato e utilizando recursos pedagógicos diversificados. Na educação a distância (EaD) além de não existir essa proximidade, e o contato se dar através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no qual o principal meio de comunicação é, em geral, o chat, o fórum e o e-mail, o tutor ainda exerce diversos papéis. Bonk e Dennen (apud MATTAR, 2012) citam algumas dessas responsabilidades do tutor: ele organiza a sala virtual; é responsável pelo contato inicial com a turma; é responsável por gerar um senso se comunidade na turma que conduz; incentiva a pesquisa, faz perguntas a avalia as respostas; coordena as discussões, auxilia os alunos na interpretação do material; avalia as atividades desenvolvidas ao longo do curso. Diante de tantas atribuições, vemos como é difícil ser tutor e entendemos que, certamente, ele tem dificuldades para exercer suas funções e cumprir seus papéis (MATTAR, 2012).

Outro ponto que irá interferir no trabalho do professor em EaD é o modelo educacional adotado, se é rígido ou flexível. No rígido, o trabalho docente é limitado, sua função é emitir mensagens motivacionais e realizar as atividades (em geral, questionário de múltipla escolha e prova) curriculares do curso. O modelo mais flexível permite que o professor exerça seu trabalho de forma mais criativa e colabore para a construção do conhecimento (MATTAR, 2012, p. 1).

Diante do exposto, como está se dando a mediação pedagógica no ensino a distância? Os cursos de graduação à distância nas Instituições de Ensino Superior de Pernambuco estão permitindo que o tutor (professor) adote práticas construtivas / conectivas ou fazem uso do modelo rígido?

O presente trabalho pretende verificar como está ocorrendo a mediação pedagógica entre tutor (professor) e aluno nos cursos de graduação a distância oferecidos na Região Metropolitana do Recife – PE.

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Revisão da Literatura

A Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED) define educação a distância como:

Modalidade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos exclusivamente) sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à mesma hora (ABED, 2011).

A educação a distância (EaD) não é novidade, ela já vem sendo utilizada há anos atrás, os recursos é que foram mudando com o passar do tempo. Na década de 30/40 tivemos o Instituto Universal Brasileiro que iniciou os cursos por correspondência. No mesmo período, houve também cursos via rádio, através do Projeto Minerva - foi um projeto do governo militar, que tinha por objetivo formação no nível básico de ensino, além das aulas via rádio, tinha também uma apostila impressa para acompanhar o curso. Após a década de 70 com a disseminação da televisão, teve início os telecursos, que até hoje existem (DIAS E LEITE, 2010 p.10).

No entanto, hoje, quando falamos em EaD associamos imediatamente ao computador e a internet. Essa modalidade de ensino vem crescendo a cada dia, tanto a oferta pelas instituições de ensino superior, quanto sua procura - principalmente pelas pessoas que precisam trabalhar e não tem tempo para frequentar um curso presencial, como também pessoas que moram longe das universidades, que dessa forma conseguem ter uma formação superior.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) institui a educação a distância como modalidade de ensino, e traz um artigo específico:

Art. 80. O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.

§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos

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respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder público, pelos concessionários de canais comerciais.

Corroborando a LDB, em 27 de maio de 1996 através do decreto nº 1.917 foi criada a Secretaria de Educação à Distância (SEED), a mesma atua como:

Um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação à distância aos métodos didático – pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras (SEED, 2011).

Além de regulamentar a educação a distância, a SEED incentiva e apoia as Instituições Superiores de Ensino a oferecerem cursos à distância, bem como, desenvolve programas e ações que visam à formação inicial e continuada de professores, como o: ProInfo; ProInfo Integrado; E-ProInfo, Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) dentre outros. Por meio dessas ações, vemos o interesse do governo federal em disseminar e apoiar a educação à distância através da sua inclusão na Lei de Diretrizes e Bases, bem como através da secretaria de educação a distância, oferecendo cursos de formação para os docentes.

No entanto, não basta oferecer cursos à distância apenas no intuito de atender a demanda de pessoas que não possuem curso superior ou de alguma forma não tenham acesso a ele. É preciso pensar na sua grade curricular para que a mesma atenda os requisitos legais de um curso superior, e, sobretudo, pensar em como ele será desenvolvido e qual modelo educacional será utilizado na mediação pedagógica entre professor e aluno.

Mattar (2012) traz três gerações de pedagogia em EaD: a behaviorista; a socioconstrutivista e a conectivista. No modelo behaviorista, apoiado na teoria de

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Burrhus F. Skinner, o professor tem o controle do processo, e “o foco é a aprendizagem individual, com liberdade para o aluno seguir o seu ritmo e com a presença da docência praticamente reduzida à produção de conteúdo e avaliação” (MATTAR, 2012 p. 19). Os cursos que fazem uso dessa teoria possuem custo baixo e por isso, acaba sendo o modelo escolhido pelas grandes universidades. Em seguida, o autor traz a pedagogia socioconstrutivista, fundamentada na teoria de Jean Piaget, Vygotsky e Dewey, nela o controle sai do professor, que passa a ser um mediador/ facilitador no processo ensino e aprendizagem e o aluno passa a ser o centro. Na EaD esse modelo contribui para uma maior interação entre professor e aluno. No entanto, ela custa caro, pois é preciso que a instituição invista em contratação de professores. O último modelo trazido pelo autor é a pedagogia conectivista de EaD, ela:

Teria surgido recentemente, na era das redes, em que há grande quantidade disponível de informações, sendo então o papel do aprendiz não de memorizar ou mesmo entender tudo, mas de ter a capacidade de encontrar e aplicar o conhecimento onde e quando necessário (MATTAR, 2012 p.20).

Esse modelo é centrado nas atividades dos aprendizes em interação, podendo todos os envolvidos no processo de aprendizagem colaborar na construção do conhecimento, através dos blogs, posts no Twitter e Webcasts multimídias (MATTAR, 2012).

Valente (2011) também entende a interação como ponto importante na EaD e diz:

Outro fator importante na concepção interacionista é o próprio conceito de interação que se estabelece entre o professor e o aprendiz, ou mesmo entre este e os objetos. A interação não significa simplesmente um ato social de o professor relacionar-se com o aluno. A interação segundo Piaget, envolve os dois pólos – professor e aluno. O professor pode criar situações ou agir com o aluno da maneira mais adequada possível; se o aluno não reagir, não responder a essa ação do professor, não houve interação. (VALENTE, 2011 p. 24).

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A maneira como o tutor (professor) irá interagir com o aluno e mediar o conhecimento será determinante na construção do mesmo. Masetto (2000 p.143) diz que

a ênfase no processo de aprendizagem exige que se trabalhe com técnicas que incentivem a participação dos alunos, a interação entre eles, a pesquisa, o debate, o diálogo; que promovam a produção do conhecimento; que permitam o exercício de habilidades humanas importantes como pesquisar na biblioteca, trabalhar em equipe com profissionais da mesma área e de áreas afins, apresentar trabalhos, conferências, fazer comunicações, dialogar etc.

Assim, o professor na educação a distância tem um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem (não como centro de poder, mas interagindo com o aluno), pois mesmo estando fisicamente longe do aluno, ele precisa incentivar a participação, a pesquisa, o debate e os demais pontos colocados por Masetto (2000). Para isso, é preciso que ele faça uso de um modelo pedagógico flexível e interacionista, que permita o aluno a expressar e buscar o conhecimento. O professor deve ser um facilitador nesse processo.

Objetivo

Verificar e analisar como está ocorrendo a mediação pedagógica entre tutor (professor) e aluno nos cursos de graduação a distância nas Instituições de Ensino Superior na Região Metropolitana do Recife –PE.

Metodologia

A presente pesquisa será descritiva com abordagem qualitativa e terá como sujeitos, tutores (professores) de cursos de graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), ambos localizados na cidade do Recife –PE.

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Os instrumentos de pesquisa utilizados para a coleta de dados serão o questionário e entrevista, de forma que possamos descrever os resultados obtidos, e também para que haja interação entre o pesquisador e o entrevistado (OLIVEIRA, 2008).

Para dar maior embasamento teórico ao trabalho, será realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o referido tema, no intuito de verificar trabalhos anteriores e autores reconhecidos na área.

Após a pesquisa bibliográfica e coleta de dados, os mesmos serão analisados a partir de uma análise interativa hermenêutico – dialética proposta por Minayo (apud OLIVEIRA, 2008, p.138). Segundo a autora,

A metodologia interativa é um processo hermenêutico-dialético que facilita entender e interpretar a fala e depoimentos dos atores sociais em seu contexto e analisar conceitos em textos, livros e documentos, em direção a uma visão sistêmica da temática em estudo (OLIVEIRA, 2008 p. 124).

Como o objetivo da pesquisa é analisar a mediação pedagógica, acreditamos que o método escolhido é adequado, pois iremos interpretar a fala dos entrevistados e confrontar com as discussões teóricas atuais.

Referências

Associação Brasileira de Educação à Distância – ABED (s.d) Disponível em:

http://www2.abed.org.br/eadfaq.asp - acesso em 26 de setembro de 2011.

BRASIL. [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – 5. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados,

Coordenação Edições Câmara, 2010. Disponível em:

http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_5ed.pdf - Acesso em

20 de setembro de 2011

Secretaria de Educação à Distância, disponível em: http://portal.mec.gov.br – acesso em 30 de setembro de 2011.

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DIAS Rosilânia Aparecida.; LEITE, Lígia Silva. Educação a Distância: da legislação ao pedagógico. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 127 p.

MATTAR, João. Tutoria e interação em educação a distância. 1 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012 (Série Educação e Tecnologia). 207 p.

MASETTO, Marcos Tarciso. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel (Org). Novas tecnologias e medicação pedagógica. 19 ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. 173 p.

OLIVEIRA, Maria Marly. Como fazer pesquisa qualitativa. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 182 p.

VALENTE, José Armando. Educação a distância: criando abordagens educacionais que possibilitam a construção de conhecimento. In: ARANTES, Valéria Amorim (Org.) Educação

a distância: pontos e contrapontos. 1 ed. São Paulo: Summus, 2011. 134 p.

i

Adriana SANTOS, Mestranda

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica adriana_moreirasantos@hotmail.com

ii

Marcelo SABBATINI, Prof. Dr.

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica marcelo.sabbatini@gmail.com

Referências

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