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Fact Sheet. Reforma da PAC: leite e produtos lácteos

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Fact Sheet

A produção de leite, que ronda 18% da produção agrícola comunitária total, constitui a actividade agrícola dominante na União Europeia, que permanece o primeiro exportador mundial de produtos lácteos, apesar de um decréscimo das suas partes de mercado.

A reforma da PAC decorrente da Agenda 2000 não alterou substancialmente a organização comum dos mercados (OCM) do leite e dos produtos lácteos, criada em 1968 e

profundamente remodelada, respectivamente, em 1984, mediante a criação das quotas leiteiras, e em 1987, mediante a redução da intervenção pública. As alterações adoptadas para assegurar a estabilidade e a competitividade do sector referem-se principalmente à redução gradual dos preços institucionais a partir de 2005, compensada em parte por pagamentos directos aos produtores. Além disso, deverá efectuar-se em 2003 uma revisão do regime de quotas leiteiras tendo em vista a supressão das mesmas após 2006. A referência legal da reforma da OCM resumida no texto que se segue é o Regulamento (CE) nº 1255/1999, de 17 de Maio de 1999. No que respeita ao regime de quotas leiteiras, a referência legal é constituída pelo Regulamento (CE) nº 1256/1999, de 26 de Junho de 1999, que altera o Regulamento (CE) nº 3950/92.

Princípios directores da reforma da PAC A reforma da Política Agrícola Comum decidida pelo Conselho Europeu de Berlim de 24 e 25 de Março de 1999 tem por objectivo preparar a agricultura europeia para os desafios internos e externos que se lhe colocam no início da década de 2000.

A reforma contribui para uma agricultura mais competitiva e ecológica, constituindo, além disso, uma etapa complemen-tar para a adopção de uma política focalizada no apoio aos agricultores e não aos produtos, além da remuneração não apenas da produção dos agricultores mas também da sua contribuição complementar em prol da sociedade.

Além disso, a reforma constituirá o fundamento da posição da União durante o próximo ciclo de negociações comerciais multilaterais lançado no inicio de 2000 no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A mais longo prazo, as reformas que se iniciam criam con-dições favoráveis à aproximação das economias agrícolas dos países candidatos à adesão, cuja adaptação será facilita-da pelo financiamento de medifacilita-das estruturais de pré-adesão.

Responder aos novos desafios

Os mercados agrícolas encontram-se cada vez mais implica-dos na mundialização da economia. A reforma deve permitir uma maior participação da agricultura europeia nesse pro-cesso e orientar a produção para a procura real, tendo em conta as exigências dos consumidores em matéria de quali-dade. A redução dos preços de intervenção, nomeadamente dos cereais e da carne de bovino, prevista pela reforma deter-minará uma quebra dos preços de mercado que reforçará a competitividade da produção agrícola e contribuirá para a sua adaptação à procura.

O aumento dos pagamentos directos aos agricultores, por hectare ou por cabeça de gado, contribuirá para garantir o nível e a estabilidade dos seus rendimentos.

As acções em prol do desenvolvimento rural constituem doravante o “segundo pilar” da PAC, tendo por objectivo melhorar a integração económica e social de todas as zonas rurais. Neste contexto, a adopção de um quadro regulamen-tar único faciliregulamen-tará a utilização dos instrumentos de desen-volvimento rural destinados às actividades agrícolas e à diversificação económica das zonas rurais. No âmbito destes instrumentos, foram reforçadas as medidas agro-ambientais. A reforma visa também incentivar a adopção de métodos de produção mais ecológicos, introduzindo o conceito de “eco-condicionalidade”, ou seja, subordinando a efectivação dos pagamentos directos ao respeito de critérios ambientais. Na aplicação da reforma, confere-se às autoridades nacionais uma maior margem de apreciação, de modo a tornar a PAC mais próxima das realidades concretas dos cidadãos em geral e dos agricultores em particular. Deste modo, embora respei-tando critérios comunitários de modo a evitar distorções da concorrência, uma parte da distribuição das ajudas directas será modulada de acordo com critérios nacionais ou descen-tralizada e repartida em “pacotes nacionais” geridos pelos Estados-Membros em função das suas exigências específi-cas. Esta política mais flexível permitirá fornecer as respos-tas necessárias a situações bastante diversas.

Reforma da PAC:

leite e produtos lácteos

Comissão Europeia

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A nova OCM do leite e

dos produtos lácteos

Preço

Os preços de intervenção da manteiga e do leite em pó des-natado serão reduzidos de 15%, em três fases idênticas, a par-tir da campanha de comercialização 2005/2006 (ver quadro infra). Esta alteração contribuirá para incentivar o consumo no mercado interno e reforçar a competitividade dos produtos lácteos da União nos mercados internacionais. No que respei-ta ao leite (3,7% de matérias gordas), o apoio aos preços per-manece baseado no preço indicativo (ver página 8). Regime das intervenções

Embora reduzindo gradualmente o apoio dos preços, a refor-ma refor-mantém o regime de intervenções como forrefor-ma de contri-buir para a estabilização dos preços no mercado e, por con-seguinte, assegurar o rendimento dos agricultores. Esse regi-me inclui as compras de intervenção de manteiga e leite em pó desnatado (produtos que devem satisfazer determinadas condições estabelecidas no regulamento da OCM), bem como as ajudas à armazenagem privada.

Sempre que, em um ou vários Estados-Membros, os preços da

manteiga atinjam um nível inferior a 92% do preço de

inter-venção (ver quadro infra) num período representativo, os orga-nismos de intervenção efectuam, mediante concurso, compras no(s) Estado(s)-Membro(s) em causa. O preço de compra fixado pela Comissão não pode ser inferior a 90% do preço de intervenção. O regime de intervenção é aplicado de forma a manter a posição concorrencial da manteiga no mercado, pro-teger, na medida do possível, a qualidade inicial da manteiga e assegurar a armazenagem do modo mais racional possível.

No que respeita ao leite em pó desnatado, a compra é efec-tuada ao preço de intervenção pelo organismo de intervenção designado por cada Estado-Membro. O referido preço con-siste no preço em vigor no dia do fabrico do produto (entre-gue no armazém designado pelo organismo). A Comissão pode suspender as compras se as quantidades propostas para intervenção entre 1 Março e 31 de Agosto de cada ano exce-derem 109 000 toneladas. Neste caso, as compras pelos organismos de intervenção podem ser efectuadas por con-curso permanente.

Além disso, caso a evolução dos preços e das existências indique um desequilíbrio grave do mercado, susceptível a ser reduzido mediante armazenagem sazonal, pode conceder-se uma ajuda destinada à armazenagem privada de certos pro-dutos lácteos. Os propro-dutos em causa (de acordo com as con-dições especificadas no regulamento da OCM) são a mantei-ga, a nata1, o leite2em pó desnatado e determinados queijos (Grana Padano, Parmiggiano Reggiano, Provolone, queijos de longa conservação e queijos de ovelha ou cabra). O mon-tante da ajuda é fixado com base das despesas de armazena-gem, bem como da evolução previsível dos preços de merca-do. Se a situação do mercado o exigir, a Comissão pode deci-dir a colocação no mercado de uma parte ou da totalidade dos produtos armazenados.

1 Nata obtida directa e exclusivamente a partir de leite. 2 Leite de vaca produzido na Comunidade.

Leite e produtos lácteos: preço de intervenção ou preço indicativo1por 100 kg, em euros

Campanha2 2000/2005 2005/2006 2006/2007 2007/...

Manteiga: preço de intervenção 328,20 311,79 295,38 278,97

Leite em pó desnatado: preço de intervenção 205,52 195,24 184,97 174,69 Leite (3,7% de matérias gordas, entregue nas centrais leiteiras):

preço indicativo 30,98 29,23 27,47 25,72

1 Estes preços podem ser alterados pelo Conselho “Agricultura”. O regime dos preços é estabelecido sem prejuízo da aplicação do regime da imposição suplementar no âmbito das quotas leiteiras.

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Pagamentos directos aos produtores

De modo a limitar o impacto da redução prevista dos preços de intervenção e contribuir, assim, para estabilizar os rendi-mentos agrícolas, a Comunidade financiará pagarendi-mentos directos aos produtores a partir da campanha 2005/2006 (ver quadro supra). Estes pagamentos directos serão de dois tipos: um pagamento fixo (prémio aos produtos lácteos) e paga-mentos complementares.

O prémio aos produtos lácteos é concedido por ano civil,

por exploração e em função da quantidade individual de referência.

Os pagamentos complementares podem ser concedidos

pelos Estados-Membros, no seu território, até ao limite dos montantes globais fixados por país em função da sua parte na produção comunitária total (ver quadro anexo: pacotes nacionais). Esta disposição permite aos Estados-Membros responder de maneira mais flexível às suas necessidades em matéria de produção de leite, que variam de forma conside-rável na União. Os pagamentos são efectuados de acordo com critérios objectivos que incluem, nomeadamente, as estruturas e condições de produção, de modo a assegurar a igualdade de tratamento dos produtores e evitar distorções do mercado ou da concorrência. Os pagamentos complementa-res incluem:

• suplementos de prémio, que apenas podem ser atribuídos em complemento dos montantes dos prémios aos produtos lácteos concedidos por tonelada,

• pagamentos por superfície, concedidos por hectare de pastagem permanente.

Comercialização

Os mecanismos de intervenção descritos supra são comple-mentados por uma série de ajudas à comercialização destina-das a contribuir para a gestão equilibrada do mercado do leite e dos produtos lácteos, bem como para a estabilização dos preços no sector.

Pagamentos directos aos producteurs1

Anos civis2 2005 2006 2007

Prémio aos produtos lácteos:

Euros/tonelada3 & 4 5,75 11,49 17,24

Montante total máximo prémio + suplemento de prémio:

Euros/tonelada3 13,9 27,8 41,7

Pagamentos por superfície:

por ha de pastagem permanente5 máximo 350 euros para 2005 e anos seguintes

1 Os montantes podem ser alterados em função da evolução da produção, da produtividade e dos mercados.

2 Os pagamentos directos aos produtores são geralmente efectuados entre 16 de Outubro do ano civil em causa e 30 de Junho do ano seguinte.

3 Tonelada de quantidade individual de referência (quantidade de leite disponível na exploração em 31 de Março do ano em causa). 4 Se, em 31 de Março, a soma das quantidades individuais exceder a soma das quantidades totais previstas num Estado-Membro (nº 2 do

artigo 3º do Regulamento (CEE) nº 3950/92), este último adopta, em função de critérios objectivos, as medidas necessárias para reduzir em conformidade o total das quantidades individuais de referência elegíveis para o prémio, no seu território, no ano civil em causa. 5 Superfície de que o produtor dispõe no ano em causa. Esta superfície não deve ser utilizada para satisfazer as exigências relativas à

den-sidade (nº 3 do artigo 15º do Regulamento (CE) nº 1254/1999, no que respeita à OCM da carne de bovino). Não deve ter sido objecto, para o mesmo ano, de um pedido ao abrigo dos regimes de ajudas para certas grandes culturas e para as forragens secas, e ao abrigo dos regimes de ajudas comunitárias para outras culturas permanentes ou hortícolas.

Pagamentos complementares: pacotes nacionais (milhões de euros) Anos civis 2005 2006 2007/... Bélgica 8,6 17,1 25,7 Dinamarca 11,5 23,0 34,5 Alemanha 72,0 144,0 216,0 Grécia 1,6 3,3 4,9 Espanha 14,4 28,7 43,1 França 62,6 125,3 187,9 Irlanda 13,6 27,1 40,7 Itália 25,7 51,3 77,0 Luxemburgo 0,7 1,4 2,1 Países Baixos 28,6 57,2 85,8 Áustria 7,1 14,2 21,3 Portugal 4,8 9,7 14,5 Finlândia 6,2 12,4 18,6 Suécia 8,5 17,1 25,6 Reino Unido 37,7 75,4 113,1 Total 303,6 607,2 902,6

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Os produtos elegíveis para as referidas ajudas incluem o leite desnatado e o leite em pó desnatado1 utilizados na alimen-tação dos animais, desde que satisfaçam determinadas con-dições. Na fixação do montante das ajudas são tidos em conta factores tais como o preço de intervenção do leite em pó desnatado, a evolução da situação em matéria de abaste-cimento de leite desnatado e leite em pó desnatado, a evo-lução dos preços dos vitelos ou dos preços de mercado das proteínas que concorrem com o leite em pó desnatado. Podem também ser atribuídas ajudas ao leite desnatado pro-duzido na Comunidade transformado em caseína ou caseina-tos, à compra a preços reduzidos de nata, manteiga ou man-teiga concentrada (nomeadamente por instituições e asso-ciações sem fins lucrativos ou por fabricantes de produtos de pastelaria e gelados alimentares) ou ainda à distribuição de leite transformado em estabelecimentos escolares.

Regime das quotas leiteiras

O regime das quotas leiteiras contribui desde 1984 para con-trolar a produção do sector, assegurando, simultaneamente, uma possibilidade de produção no conjunto das regiões da União. Uma vez que, no que respeita aos preços e aos paga-mentos directos, se prevê a aplicação da reforma da OCM a partir da campanha 2005/2006, o actual regime das quotas é prorrogado de Abril de 2000 a Março de 2008, devendo, con-tudo, ser revisto em 2003 com base num relatório da Comissão, de modo a permitir a expiração do regime após 2006.

1 Aos quais são assimilados, neste caso, o leitelho e o leitelho em pó.

A reforma da OCM será realizada sem prejuízo das decisões relativas à atribuição de quotas leiteiras suplementares espe-cíficas. O nível das quotas será aumentado de 2,4%, parcial-mente sob forma de atribuições nacionais específicas e, no que respeita à fracção restante, sob forma de um aumento linear de 1,5%. Além disso, as modalidades de gestão das quotas foram ajustadas, nomeadamente de forma a assegurar a atribuição da ajuda aos produtores de leite mais eficazes, bem como aos novos produtores.

Regime das trocas com os países terceiros O novo regulamento da OCM do leite e dos produtos lácteos actualiza o regime comercial com os países terceiros, tendo em conta, nomeadamente, o contexto criado pelos acordos concluídos no âmbito das negociações comerciais multilate-rais do Uruguai Round. Deste modo, a gestão, pela Comissão, dos contingentes pautais resultantes dos referidos acordos, inspirada nos métodos aplicados no passado (distri-buição de acordo com a ordem cronológica de apresentação dos pedidos, distribuição proporcional às quantidades pedi-das aquando da referida apresentação ou tomada em conta dos fluxos comerciais tradicionais), pode apoiar-se em outros métodos adequados, sem prejuízo dos direitos deco-rrentes dos acordos em causa. O objectivo deve consistir na satisfação das necessidades de abastecimento do mercado comunitário, bem como em assegurar o respectivo equilíbrio. Por seu turno, as restituições à exportação são fixadas pela Comissão, quer periodicamente quer, no caso dos produtos para os quais este procedimento se encontrava previsto na antiga regulamentação, mediante concurso.

Quotas leiteiras: quantidades totais de referência por Estado-Membro (1999/2000)1,

em toneladas

Estados-Membros Distribuição Venda directa

Bélgica 3 140 696 (2,7%) 169 735 (10,5%) Dinamarca 4 454 640 (3,8%) 708 (0,0745%) Alemanha 27 767 036 (24,0%) 97 780 (6,0%) Grécia 629 817 (0,5%) 696 (0,0731%) Espanha 5 457 564 (4,7%) 109 386 (6,8%) França 23 793 932 (20,5%) 441 866 (27,3%) Irlanda 5 236 575 (4,5%) 9 189 (0,6%) Itália 9 698 399 (8,4%) 231 661 (14,3%) Luxemburgo 268 098 (0,2%) 951 (0,1%) Países Baixos 10 991 900 (9,5%) 82 792 (5,1%) Áustria 2 543 979 (2,2%) 205 422 (12,7%) Portugal 1 835 461 (1,6%) 37 000 (2,3%) Finlândia 2 394 528 (2,1%) 10 000 (0,6%) Suécia 3 300 000 (2,8%) 3 000 (0,2%) Reino Unido 14 373 969 (12,4%) 216 078 (13,4%)

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Ecocondicionalidade, modulação dos pagamentos

Os regimes de pagamentos directos aos produtores são objecto de regras comuns estabelecidas no novo “regulamento horizontal” da PAC -Regulamento (CE) nº 1259/1999. Estas regras prevêem, por um lado, a obrigação dos Estados-Membros de definirem medidas ambientais adequadas a aplicar pelos agricultores, bem como a possibilidade de subordinar os pagamentos ao respeito de exigências ambientais gerais ou específicas ou a compromissos agro-ambientais assumidos pelos agricultores. Por outro lado, prevêem a possibilidade de modular os paga-mentos por exploração em função do número de empregos na mesma ou da sua prosperidade global. Os fundos não dispendidos em virtude do incumprimento das condições ambientais ou da modulação dos pagamentos permanecerão à disposição dos Estados-Membros, no âmbito de ajudas comunitárias complementares para o financiamento de medidas agro-ambientais, medidas de reflorestamento de zonas agrícolas, indemnizações compensatórias nas zonas desfavorecidas ou com condicionantes ambientais, bem como de regimes de reforma antecipada.

Rótulos de qualidade: DOP-IGP-ETG

Os produtos lácteos, nomeadamente o queijo, ocupam um lugar importante entre as centenas de produtos registados sob os rótulos comuni-tários criados em 1992 com o objectivo de valorizar a qualidade dos produtos agrícolas e contribuir assim para reforçar a competitividade do sector agroalimentar europeu. Trata-se de produtos fabricados com um know-how reconhecido e vincula-dos a uma zona geográfica espe-cífica nas fases da produção, transformação e elaboração (Denominação de origem protegida - DOP) ou, pelo menos, numa destas fases (Indicação geográfica protegida -IGP), ou ainda de produtos cuja especificidade se deve a um méto-do de produção ou uma compo-sição tradicional, sem ligação a uma zona específica (Especialidade tradicional garantida - ETG).

Um novo mercado: a agricultura biológica

A agricultura biológica é um método de produção em cujo âmbi-to se atribui a máxima atenção à protecção do ambiente e ao bem-estar dos animais. Os produtos da agricultura biológica são obtidos sem recurso a adubos ou pesticidas de síntese, antibióti-cos, hormonas de crescimento ou manipulações genéticas. Com uma taxa de crescimento de 25% por ano na União Europeia, uma superfície de cultivo que passou para mais do dobro em cinco anos (cerca de 890 000 ha em 1993 para quase 2 210 000 em 1997) e previsões favoráveis para os próximos anos, a agricultura biológica representa um mercado em expansão que reflecte a evolução das expectativas e preocu-pações dos consumidores.

Doravante, o leite e os produtos lácteos podem beneficiar da garantia comunitária dada aos consumidores para os produtos da agricultura biológica: anteriormente limitada aos produtos vege-tais, a regulamentação comunitária foi alterada de modo a incluir os produtos de origem animal (Regulamento (CE) nº 1804/1999). Além disso, foi adoptado em Janeiro 2000 um logotipo europeu dos produtos biológicos.

Simplificação

A reforma da PAC é acompanhada de um esforço importante para simplificar a legislação agrícola. No sector dos produtos lácteos, o novo regu-lamento básico da OCM incorpora disposições anteriormente incluídas em nove reguregu-lamentos. Os preços indicativos e de intervenção são fixa-dos no regulamento básico, a título plurianual. Os regulamentos de aplicação são agrupafixa-dos e, na medida do possível, simplificafixa-dos.

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Leite: 18% 1 2 3 4 5 6 7

Leite e produtos lácteos: tipos de produtos

A OCM do leite e dos produtos lácteos abrange as seguintes cate-gorias de produtos:

• Leite e nata, não concentrados nem adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes

• Leite e nata, concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes

• Leitelho, leite e nata coalhados, iogurte, kefir e outros leites e natas fermentados ou acidificados, mesmo concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes, não aromati-zados nem adicionados de frutas ou de cacau

• Soro de leite, mesmo concentrado ou adicionado de açúcar ou de outros edulcorantes; produtos constituídos por componentes naturais do leite, mesmo adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes, não especificados nem compreendidos em outras posições

• Manteiga e outras matérias gordas provenientes do leite; pas-tas de barrar (espalhar) de produtos provenientes do leite, de teor de matérias gordas superior a 75% mas inferior a 80% • Queijos e requeijão

• Lactose e xarope de lactose, sem adição de aromatizantes ou de corantes, e contendo, em massa, 99% ou mais de lactose, expressa em lactose anidra calculada em relação ao resíduo seco

• Xarope de lactose, aromatizado ou adicionado de corantes • Preparações utilizadas na alimentação animal.

Parte de diversos produtos na produção agrícola final da UE (1998)

Leite: parte na produção interna final de cada Estado-Membro (1998)

Países Baixos: 22;3% Itália: 11,8% Espanha: 7,8% Finlândia: 38,1% Suécia: 34,9% Reino Unido: 22,8% Irlanda: 34,7% Portugal: 14,8% França: 16,5% Alemanha: 26,4% Luxemburgo: 45,4% Áustria: 22,0% Bélgica: 15,3% Grécia: 13,4% Dinamarca: 24,2% 1 Carne de vaca/vitela: 10,1% 2 Carne de porco: 10,0% 3 Produtos hortícolas frescos: 9,4% 4 Cereais (excepto arroz): 9,2% 5 Vinho e mostos de uva: 6,6% 6 Aves de capoeira: 5,4%

7 Outros: 31,3%

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Manteiga Queijo

Situação e perspectivas do mercado comunitário

Em 1998, a produção de leite de vaca atingiu cerca de 120,5 milhões de toneladas (a título comparativo, a produção dos Estados Unidos foi da ordem de 72 milhões de toneladas), provenientes, na sua maioria (75%), de cinco Estados-Membros (Alemanha, França, Reino Unido, Países Baixos e Itália). As diversas utilizações do leite comunitário repartiram-se do seguinte modo: leite para consumo (29 milhões de tone-ladas), queijo (6,7 milhões de tonetone-ladas), manteiga (1,8 milhões de tonetone-ladas), leite em pó desnatado (1,1 milhões de tonetone-ladas), leite em pó completo (0,9 milhões de toneladas).

Em termos de exportações, a União manteve-se na vanguarda mundial, com 15 milhões de toneladas (em equivalentes de leite), tendo as suas importações rondado 3,6 milhões de toneladas e o seu consumo interno 111 milhões de toneladas (dos quais cerca de 10 milhões de tonela-das em utilizações subsidiatonela-das e 7 milhões de tonelatonela-das utilizatonela-das nas explorações agrícolas). A situação do mercado dos produtos lácteos da União tem registado uma deterioração progressiva desde o início de 1998, em virtude, nomeadamente da estagnação da procura nos merca-dos internacionais decorrente das crises económicas russa, asiática e sul-americana. A exportação de leite em pó foi a principal afectada, sendo seguida, no final de 1998, pela exportação de queijo.

Apesar da progressão bastante estável do consumo interno da União, os preços de mercado da maioria dos produtos lácteos têm registado uma quebra, tornando necessário proceder a compras de intervenção, de modo a sustentar o mercado. No que respeita ao leite em pó desnatado, a acumulação das existências públicas iniciou-se em 1996, tendo excedido 200 000 toneladas em Setembro de 1998 e atingido 236 000 toneladas de 1999. Pouco sensíveis no início de 1999, as existências públicas de manteiga atingiam em Outubro apenas 50 000 toneladas, quantidade mínima que confere uma margem de operação suficiente para a gestão adequada do mercado. O consumo per capita exibe tendên-cias bastante diversas em função dos produtos lácteos: aumento no caso de determinados produtos (queijo, nata), estagnação no caso de outros (leite para consumo, leite concentrado) e mesmo decréscimo (leite em pó desnatado, manteiga).

As projecções a longo prazo (2005/2006) fazem prever uma progressão importante do comércio mundial, acompanhada de um decréscimo provável das partes de mercado da União no que respeita a numerosos produtos lácteos. Prevê-se, além disso, uma evolução estrutural carac-terizada pelo aumento de dimensão das explorações leiteiras da Comunidade, que determinará, por seu turno, o aumento das quantidades de leite produzidas. Embora os produtores mais competitivos disponham de uma margem de acção apreciável, a possibilidade de compra ou locação de uma quota sem aumento excessivo dos custos reveste-se de grande importância para os novos agricultores e os produtores que pre-tendam aumentar a sua produção. A revisão do regime das quotas em 2003 e a reforma da OCM a partir de 2005 deverão facilitar o equilí-brio do mercado e melhorar as perspectivas de exportação do sector europeu dos produtos lácteos.

Leite e produtos lácteos: parte exportada por diversas regiões do mundo

(equivalentes de leite, em 1998) Nova Zelândia: 23% Austrália: 13,12% Canadá: 2,2% EFTA: 1,9%

Europa Oriental + CEI: 11,2% Outros países: 10,7%

UE: 33,9% USA: 3,9%

Consumo de manteiga e queijo na UE (em milhares de toneladas, 1994-1999) 6 012 6 071 6 171 6 254 6 235 5 764 1 780 1 828 1 845 1 791 1 792 1 752 1995 1996 1997 1998 1999 1994

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Comissão Europeia

Direcção-Geral da Agricultura

Editor responsável: Stella ZERVOUDAKI, CE, Direcção-Geral da Agricultura. Os textos desta publicação não constituem uma tomada de posição oficial da Comissão.

Para informações complementares: Rue de la Loi 200, B-1049 Bruxelas - Bélgica - Escritório: L/130-4/148A Telefone: linha directa (+32-2) 295 32 40, central (+32-2) 299 11 11. Fax: (+32-2) 295 75 40

11/99

Pequeno glossário

• Preço de intervenção:

- no caso da manteiga: preço com base no qual os organismos de intervenção compram, no âmbito de um procedimento de concurso perma-nente, as quantidades propostas que satisfazem os critérios de qualidade regulamentares, na condição de a intervenção não ser suspensa; - no caso do leite em pó desnatado: preço ao qual os organismos de intervenção de cada Estado-Membro devem comprar, para

armaze-nagem pública (= compra de intervenção), as quantidades que satisfazem os critérios de qualidade regulamentares propostas pelos produ-tores no período de intervenção, na condição de as compras não serem suspensas.

Preço indicativodo leite com 3,7% de matérias gordas entregue nas centrais leiteiras: preço que se pretende assegurar para a totalidade leite vendido pelos produtores na campanha leiteira, nos mercados interno e externo.

Quotas leiteiras: volumes de produção leiteira repartidos entre os Estados-Membros e, no interior de cada um deles, entre produtores (quo-tas individuais), com o objectivo de equilibrar a oferta e a procura, bem como limitar os excedentes de produção na Comunidade. Em caso de superação da quota nacional, deve ser paga umaimposição suplementarpelo Estado-Membro em causa, que a repercute, de acordo com determinadas modalidades nacionais, nos produtores que tenham contribuído para a superação.

Certificado de importação ou exportação: documento passado pelos Estados-Membros a qualquer requerente comunitário, a cuja apresentação se encontra sujeita qualquer importação para a Comunidade ou exportação para o exterior da mesma. A lista dos produtos para os quais são exigidos certificados de exportação, bem como o período de validade dos certificados, são estabelecidos pela Comissão.

Direito de importação(pagável pelo importador comunitário): previsto pelo regime comercial do leite e dos produtos lácteos com os países ter-ceiros, no limite dos acordos comerciais internacionais. Aplicam-se aos produtos lácteos as taxas dos direitos da pauta aduaneira comum. Para fazer face aos efeitos negativos de determinadas importações no mercado comunitário, pode ser imposto um direito de importação adicional para os produtos em causa, com base nos preços de importação CIF da expedição considerada (CIF: Custo Seguro e Frete, ou seja custo do pro-duto + seguro + despesas de transporte). Neste caso, os contingentes pautais estabelecidos no âmbito de acordos internacionais são abertos para os países terceiros em causa e geridos pela Comissão de modo a evitar qualquer discriminação entre os operadores interessados. •Imposição de exportação(pagável pelo exportador comunitário): pode ser decidida pela Comissão em circunstâncias excepcionais (em caso

de ameaça ao abastecimento da UE), de modo a estabilizar os preços e assegurar o equilíbrio do mercado interno.

Restituições à exportação(pagas ao exportador comunitário): destinadas a suprir a diferença entre preços europeus e preços mundiais, de modo a assegurar a estabilidade do mercado comunitário. Na fixação dos níveis das restituições, a Comissão tem em conta elementos tais como as despesas de comercialização e de transporte mais favoráveis, bem como os acordos internacionais. Estes últimos fixam limites, tanto em termos de volumes como de orçamento, para as restituições à exportação. O método aplicado na atribuição das quantidades que podem ser exportadas com restituição deve ser adequado à natureza do produto e à situação do mercado, devendo, além disso, consistir no méto-do menos complexo para os operaméto-dores méto-do ponto de vista administrativo, tenméto-do em conta as exigências de gestão. A restituição é idêntica em toda a Comunidade, podendo contudo ser diferenciada em função dos destinos sempre que a situação do mercado o exija. A restituição é paga depois de provado que os produtos são originários da Comunidade e foram exportados para o exterior desta.

Informações complementares

Encontram-se disponíveis mais informações sobre a PAC e a sua reforma no sítio Internet da DG Agricultura:

<http://europa.eu.int/comm/dg06/index.htm>. A consulta do sítio permite, nomeadamente, aceder aos seguintes regulamentos: • Organização comum de mercado no sector do leite dos produtos lácteos: Regulamento (CE) nº 1255/1999.

• Normas comuns para os regimes de apoio directo no âmbito da PAC (regulamento horizontal): Regulamento (CE) nº 1259/1999. • Financiamento da PAC: Regulamento (CE) nº 1258/1999.

• Apoio ao desenvolvimento rural: Regulamento (CE) nº 1257/1999.

• Quotas leiteiras: Regulamento (CE) nº 1256/1999 que altera o Regulamento (CEE) nº 3950/92.

• Denominações de qualidade: Regulamentos (CE) nºs 2081/92 e 2082/92. A lista dos produtos encontra-se disponível no sítio <http://europa.eu.int/qualityfood>.

Referências

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