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"E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos." (Salmos 119:45)

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Academic year: 2021

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A irracionalidade dos gastos militares ...

Gerhard Erich Boehme boehme@folha.com.br boehme@r7.com boehme@globo.com

Inicialmente peço desculpas, mas o título é uma reprodução do que ouvi hoje em um comício político. Entendo que, muito pelo contrário, não há nada de irracional, irracional é não sabermos investir e valorizar as nossas Forças Armadas. Infelizmente este texto dificilmente chegará às mãos ou será lido pelo político que proferiu tal frase. E este texto não tem a pretensão de ser destinado a especialistas na área, os militares, mas tão somente a estudantes e políticos para que ingenuamente não se deixem enganar por um discurso que promove a divisão em nossa sociedade ou que de sustentação a uma ideologia que nos é exótica, pois colide com a liberdade que todos nós queremos e necessitamos.

"E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos." (Salmos 119:45) Gastos militares devem ser vistos sob dois aspectos. De um lado a utilização das armas, que deve ser evitado a todo custo, a menos que seja com a finalidade de testá-los ou de treinamento. Sobre isso não há nenhuma dúvida, acho que concordam comigo. Ou não? E destaco: utilização e não investimentos. De outro é entendermos que é uma área que mais promove o desenvolvimento. E devemos considerar que o investimento na área militar é o que têm assegurado ao Brasil boa parte de seu desenvolvimento, no império tivemos com destaque a Marinha, que se manteve fiel à monarquia, e que nos colocou entre as principais potências da época, e foram as Forças Armadas de então que garantiram a integridade de nosso território.

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No geral podemos destacar:

1. A ocupação do território e integração do Brasil como nação.

2. A proteção de nossas fronteiras, em especial contra o tráfico de drogas, armas, pessoas, órgãos e patrimônio genético, assim como o comércio de veículos furtados ou roubados e a pirataria.

3. O socorro às populações que são vítimas de catástrofes naturais ou fruto do descaso de políticos, a discriminação espacial em especial. 4. A proteção à exploração de nossos recursos naturais,

principalmente de forma econômica e sustentável.

5. O atendimento médico e educacional a populações distantes.

6. A proteção da sociedade brasileira contra a subjugação a regimes que nos são exóticos, como o socialismo emanado de Santiago de Cuba, ou do Chile e Moscou durante o início da segunda metade do Século passado, bem como durante o Estado Novo. Ou atualmente contra as chamadas forças bolivarianas, cada vez mais se concretizando como uma ameaça real.

7. As nossas melhores escolas públicas, tanto os Colégios Militares, sempre destacadas nas avaliações, ou as escolas militares, que estão dentre as melhores do mundo, como o IME e o ITA.

8. O desenvolvimento de tecnologias que nos retiraram da rota da venda de commodities, uma vez que estas, as commodities, se não geram emprego, riqueza e renda, seguramente estão próximas disso, commodities, quando muito promovem a concentração de renda. A EMBRAER foi e é o melhor exemplo do que deveríamos exportar em vez das commodities.

Nós poderíamos elencar inúmeras vantagens, mas na mente de pessoas obtusas, mais afetas em atuar nos efeitos, o que estaria escrevendo não seria compreensível. Vivem em um mundo irreal, em “um outro mundo é possível”. Pregam a ilusão, e pior, desconsideram a forma com que a violência toma conta de nosso país por conta desta mentalidade.

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Estou enviando em outra mensagem o texto “Os irrisórios gastos com a Defesa Nacional”, para o qual recomendo a atenção e comentários ou críticas.

Infelizmente não entendemos que a natureza e formas de fazer a guerra têm estado, ao longo dos séculos, em permanente evolução e é hoje difícil prever como serão os conflitos do futuro. A alta tecnologia permitiu enormes progressos, influenciando em grande medida o pensamento e a ação militar, mas proporcionando também o surgimento de novas ameaças, com eficácia ofensiva e destrutiva acrescida e de mais difícil contenção. Devemos entender que a evolução tecnológica na área militar é repassada à sociedade em inúmeros produtos e serviços. A evolução tecnológica, não é o único fator de valorização e de organização das forças armadas, é sem dúvida um dos fatores fundamentais para a estruturação e valorização dos aparelhos militares, influenciando decisivamente a qualidade do poder militar. É no entanto evidente, que outros fatores são igualmente importantes, como o político, que à montante continua a ser o que nos leva a decisão, ou o humano que na prática continua a ser o executor, isto é, o utilizador de um escudo de meios, cuja eficácia tem sido proporcional à evolução tecnológica.

Neste último século, fundamentalmente desde a Iª Guerra Mundial, assistimos ao aparecimento de novas tecnologias que vieram revolucionar as estratégias militares, mas de igual modo a solução de inúmeros problemas para as populações. Podemos citar o uso dos tratores. Nas forças terrestres, o carro de combate foi a grande inovação, combinando aspectos de mobilidade, proteção e poder de fogo, permitiu a passagem de uma guerra de trincheiras, uma guerra interminável e de muito sofrimento, como foi a 1ª Grande Guerra, para um conflito com forças em permanente movimento, como foi a 2ª Guerra, bem comprovada no blitzkrieg alemão. Nas forças navais os navios de superfície e os submarinos foram sendo cada vez mais eficazes, com maior velocidade e poder de fogo, surgindo os porta-aviões, que passaram a ser a base da organização das marinhas mais poderosas.

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Hoje um porta-aviões, do tipo norte-americano, é mais um refeitório, um hospital, uma usina de energia elétrica, visto que são de propulsão atômica, e de transporte de equipamento de socorro que outro tipo de embarcação. E isso os norte-americanos mostraram nas últimas tragédias, como no Haiti e agora no Paquistão.

As forças aéreas vieram adicionar uma terceira dimensão às operações e, cada vez mais integradas nas manobras terrestre e marítima, vieram provar ser um fator de sucesso.

E devido a desvalorização de nossas Força Armadas por parte de uma esquerda burra e conservadora, sedenta de revides injustificáveis, estamos perdendo capacidade tecnológica, deixamos de entender que vivemos atualmente a era da informação. Idiotas ainda estão a discutir questões de “mais-valia”. Idiotas, no sentido exato da palavra, com a reflexão do que nos escrevem em seus bestsellers “Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano” e “A Volta do Idiota’, os escritores Plinio Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa.

Por conta desta idiotia, temos hoje toda uma mobilização nacional, não pelas centenas de mortes semanais, não contra a violência que nos alcança, mas mobilizados por alguns poucos desejosos pela conquista do poder e por benefícios milionários. Hoje em um ou dois dias produzimos mais sofrimento a centenas de brasileiros que os mencionados como vítimas da “ditadura”, de uma ditadura que necessita ser entendida e estudada, não que sirva para justificativa para colocar no poder pessoas irresponsáveis e despreparadas, mas que nos façam entender o momento em que vivemos, a realidade de uma época.

Quantas foram as vítimas durante o Regime Militar? Quantas serão as vítimas da violência no dia de hoje? É esta comparação que pessoas inteligentes devem fazer para saber definir prioridades e a quem devemos ouvir ou nos fazer representar.

Quantos foram os cassados? E quais eram os motivos na época? E quantos são os hoje deveriam ser cassados devido a corrupção? Somos compassivos

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com os que praticam a corrupção, só porque um dia lutaram contra a “ditadura”.

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.” (Friedrich Nietzsche)

E quantos foram os exilados? Quantos foram? E quantos hoje participam da diáspora econômica brasileira? Ou são refugiados éticos, como bem nos lembra o Luciano Pires.

Aqui vale a pena ler:

www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=1485 E também ouvir:

http://www.lucianopires.com.br/cafebrasil/podcast/?pagina=/2009/12/0 4/refugiados-eticos/

Este podcast pode ser acompanhado pelo texto:

http://www.lucianopires.com.br/dlog/show_dlog.asp?id=146&num=107 “Para que os modernizadores derrotem os reacionários, a América Latina deve livrar-se do complexo populista de uma vez por todas.” (Mendoza, Montaner e Vargas Llosa)

E quanto aos direitos humanos? Enfrente uma fila dos serviços do SUS, em especial nos estados do Nordeste, onde a corrupção e a influência do dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, é maior.

Infelizmente os esquerdistas de hoje não possuem a capacidade de entender a importância militar para um país Continental como o nosso, o que inclui a evolução tecnológica dos equipamentos militares na Era da Informação e a forma como essa evolução transformou o pensamento militar e os avanços que têm produzido na sociedade como um todo.

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Inicialmente devemos fazer uma análise sobre o desenvolvimento dos Estados Unidos da América, como a grande potência geradora do maior desenvolvimento, e o devemos fazer ao longo da história, dos três grandes conflitos que marcaram o final do século XX e o inicio do século XXI: a 1ª Guerra do Golfo, a Guerra do Afeganistão e a 2ª Guerra do Golfo.

Esquerdistas, de todos os naipes, vivem no Século XIX, desconsideram Hayek e Mises. Mas vamos lá. Os finais da década de 30 e inícios da década de 40 do Século passado marcam o entendimento de que entramos na Era da Informação, com o nascimento dos primeiros computadores digitais nos Estados Unidos da América. O mais famoso era o ENIAC que pesava 30 toneladas e tinha sido encomendado pelo Exército americano para realizar os cálculos para o tiro de artilharia. Mais tarde, já nos anos 70, com o aparecimento do transistor, dos circuitos integrados e do microprocessador, seria possível ir reduzindo as dimensões e melhorando a performance desses equipamentos. Assim, o primeiro computador similar ao que usamos nos escritórios das empresas apareceu em 1977, utilizando já alguns periféricos, como o monitor, o teclado e um dispositivo de gravação e armazenamento de informação.

A internet, oriunda também dos EUA, foi inicialmente desenvolvida para fins civis, no âmbito acadêmico, nas universidades. Mas o grande incremento foi dado entre 1989 e 91 quando na Suíça foi inventado o HTML e o http que permitiriam a qualquer pessoa com uma ligação à Internet aceder à informação disponível nos diversos servidores, apenas escrevendo o endereço respectivo URL, dando acesso à World Wide Web. Desde então, o número de utilizadores e de Web sites tem crescido exponencialmente e hoje as sociedades minimamente civilizadas já não vivem sem internet. Simultaneamente, foi-se desenvolvendo o telefone sem fios, um outro poderoso meio de comunicação. O primeiro celular portátil foi um Motorola fabricado em 1983, que pesava 2,2 quilos e custava 3.500 dólares, enquanto hoje os celulares fazem múltiplas funções e pesam menos de 100 gramas.

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Muitas outras invenções, como a fibra óptica, a micro-electrônica ou os satélites, têm vindo a revolucionar a Era da Informação, revolução essa que se continua a fazer sentir nos nossos dias. O mundo de hoje dispõe de uma poderosa rede de transmissão instantânea de informação, inimaginável há algumas décadas atrás.

Joseph Nye Jr., de leitura obrigatório dos economistas, considera que a consequência essencial dos avanços tecnológicos nos computadores não é tanto a velocidade de comunicação, mas sim a enorme quebra nos custos reais de transmissão da informação. Em permanente redução, os custos tornaram-se insignificantes e a quantidade de informação que pode ser transmitida por todo o mundo é verdadeiramente infinita. Senão veja o meu caso, converso com parentes e amigos praticamente durante toda semana, um no Japão, amigo de infância, outros na França, parentes nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e principalmente Alemanha. Skype e MSN faz parte do meu dia-a-dia, também no trabalho. Hoje ministro alguns cursos de pós-graduação que são semi-presenciais e seguramente devo investir no EAD.

É uma nova realidade, acelerou a globalização e com ela a geração de emprego, riqueza e renda. E é a principal razão da miséria cair em todo o mundo. Esta nova realidade tem um forte impacto na economia, na sociedade e nos governos, sendo até susceptível de alterar significativamente a política externa dos Estados. Mas para isso é fundamental a liberdade. Da qual também nos afastamos, basta ver os espectros políticos-ideológicos que se apresentam para as próximas eleições. É o atraso batendo à nossa porta. Ou quando muito um crescimento e desenvolvimento muito mais lento.

Na atualidade, um dos principais problemas é que esta capacidade estando tão disseminada é dificilmente controlável, podendo ser utilizada para o bem e para o mal.

Karol Józef Wojtyła, como professor, foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. A ele devemos as palavras e a reflexão: O homem tende para o bem, mas é igualmente capaz do mal; pode transcender o seu interesse imediato, e contudo permanecer ligado a ele E merece ser destacada a sua passagem por esta cidade, pelo seu significado na história.

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Desde a segunda a metade do século XVI, movimentos da Reforma surgiram em Lublin, e uma grande congregação de irmãos poloneses esteve presente na cidade. Uma das mais importantes comunidades judaicas da Polônia também se estabeleceu em Lublin neste período. Ela continuou sendo uma parte vital da vida da cidade até quando deixou de existir durante o Shoah promovido pelos nacional-socialistas (nazistas). Ele nos deixou o alerta, sobre o qual devemos refletir, principalmente quando lhes trago a reflexão à importância da observação do princípio da subsidiariedade: “Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar”. Infelizmente isso nos remete para América Latina da atualidade, agora submetida aos ditames de um Foro San Pablo, com seu lulismo, bolivarianismo ou chavismo, que alia narco-traficantes a líderes carismáticos e populistas, que em nada se afasta do existiu de pior entre os latino-americanos, que foi, e de certa maneira ainda o é: o castrismo. Hoje disseminam a violência e adotaram a mentira como praxis diária.

O texto de Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II merece reflexão de todos os esquerdistas, ou dos que aceitam como válidas algumas teorias ou mentiras, como as advindas no socialismo.

"O homem tende para o bem, mas é igualmente capaz do mal; pode transcender o seu interesse imediato, e contudo permanecer ligado a ele. A ordem social será tanto mais sólida, quanto mais tiver em conta este fato e não contrapuser o interesse pessoal ao da sociedade no seu todo, mas procurar modos para a sua coordenação frutuosa. Com efeito, onde o interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade. Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar. A política torna-se então uma «religião secular», que se ilude de poder construir o Paraíso neste mundo." (Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II)

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A transmissão instantânea de informação e os avanços na internet, acabaram por ultrapassar fronteiras, sendo possível hoje que um único individuo dissemine um vírus informático que cause milhões de Euros de prejuízos, ou até que piratas informáticos de identidade desconhecida roubem informação do Pentágono, ou da NASA, ou a grandes empresas como a Microsoft.

À nossa geração, por sermos testemunhas dos mais recentes conflitos, podemos observar que o maior impacto da Era da Informação fez-se sentir ao nível da economia, mas progressivamente o vetor militar foi-se adaptando aos avanços tecnológicos e evoluindo com eles. Tal como refere Max Boot, a noite de 17 para 18 de Janeiro de 1991, marcou o inicio da operação Desert Storm, mais conhecida por 1ª Guerra do Golfo, mas marcou também o inicio de uma nova Era na forma de fazer a guerra.

Uma das maiores novidades foram os mísseis de cruzeiro Tomahawk, que lançados de navios no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho, conseguiam através de um sofisticado sistema de navegação, atingir com precisão alvos em Bagdad, a centenas de quilômetros de distância. A força aérea também teve um importante papel, nomeadamente com os seus velhos bombardeiros B-52G, partindo e regressando da sua base no Louisiana, fazendo mais de 22.000 km com reabastecimentos em voo, armados com poderosos mísseis de cruzeiro AGM-86C. Mas o mais revolucionário sistema de armas utilizado em 1991 foi o “stealth fighter” F-117A, equipado com bombas de guiamento laser, cuja característica principal era a sua invisibilidade aos radares, fruto dos materiais e das linhas aerodinâmicas em que foi construído, absorvendo as emissões radar em vez de as refletir. Em poucas horas, as forças aéreas da coligação conseguiram fazer o que a Luftwaffe tinha tentado fazer durante muitos meses na Batalha de Inglaterra, sem sucesso: a neutralização das defesas aéreas iraquianas.

As forças marítimas contavam também com os caças F-14 Tomcat e F-18 Hornet, submarinos nucleares da classe Los Angeles e porta-aviões nucleares da classe Nimitz. Das novidades nas forças terrestres, destacamos os carros de combate M1 Abrams, os veículos blindados de transporte de pessoal M3 Bradley, os veículos utilitários Humvee, os helicópteros de ataque AH-64 Apache e os sistemas de defesa aérea Patriot, que apoiaram com sucesso a defesa israelita contra os ataques dos mísseis SCUD iraquianos.

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Outra inovação importante foi a utilização das novas tecnologias de informação ao nível dos sistemas de comando, controle e reconhecimento, operadas por militares americanos profissionais, altamente treinados. Do lado iraquiano, estava o quarto maior exército do mundo, um exército de massas, formado por conscrição, contando com mais de 900.000 militares, organizado e equipado com um escudo de materiais soviéticos e ocidentais, muito ao modelo dos exércitos da Era Industrial, que é, infelizmente, a nossa realidade atual.

As forças armadas americanas já tinham iniciado a evolução para a Era da Informação e as diferenças abissais tornaram-se visíveis logo no primeiro dia dos combates. Apesar de tudo, as forças aliadas tiveram que recorrer a uma manobra que se pode considerar tradicional, iniciando as operações com bombardeamentos intensivos, que duraram mais de cinco semanas, seguidos de um maciço ataque terrestre com blindados.

No final da guerra, ainda se ouviram no ocidente algumas vozes críticas, referindo que os confrontos entre carros de combate fizeram lembrar a 2ª Guerra Mundial, que os mísseis “inteligentes” eram apenas dez por cento do total de mísseis utilizado, que não foi possível atingir Saddam nem os seus mísseis SCUD, que faltaram muitos aparelhos de GPS, que os comandantes ainda tiveram que recorrer aos tradicionais mapas plastificados, que um quarto das 147 baixas americanas foram resultado de “fogo amigo”. Todos estes aspectos podem ser verdadeiros, mas o que é também “indesmentível”, lembrando um ex-ministro sindicalista, é que esta guerra trouxe inúmeras inovações tecnológicas e trouxe mudança de mentalidades, marcando o início da Era da Informação, concebida com base em “smart weapons and smart people”.

Como disse no final o General Barry McCaffrey, “this war didn´t take 100 hours to win, it took 15 years.” Efetivamente, a superioridade americana foi o resultado de um longo processo de transformação, que se tinha iniciado quinze anos antes, após a Guerra do Vietnã, iniciando-se com profundas alterações no recrutamento, passando-se para umas forças armadas de voluntários, melhorando o treino e a qualidade dos militares, atualizando a doutrina e a organização dos comandos e das forças, culminando no desenvolvimento de uma nova geração de armas convencionais, tudo isto com o objetivo prioritário de anular as vantagens numéricas dos exércitos soviéticos.

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No final, não foram os soviéticos mas sim os iraquianos que comprovaram esta extraordinária máquina de guerra, que ainda só estava a dar os primeiros passos na nova Era.

Depois tivemos a Guerra do Afeganistão, a qual se alastra até os dias de hoje.

A transformação das forças armadas americanas foi novamente posta à prova no Afeganistão, em 2001. Agora, em vez de se tentar uma ação ofensiva com forças convencionais, cientes de que estavam prestes a entrar na terra que era conhecida como o “cemitério dos impérios”, como o foi para o soviético, no século XX, e para o britânico, no século XIX, as forças americanas escolheram combater de forma diferente. A opção tomada incluiu a utilização maciça de mísseis de curto e longo alcance, de forças de Operações Especiais, de elementos da CIA e de afegãos da Aliança do Norte, que já combatiam os Talibãs há alguns anos, sem grande sucesso.

Após doze dias de intensos bombardeamentos as forças americanas infiltraram-se no norte do Afeganistão e com o apoio da Aliança do Norte, foram expulsando os Talibãs e os terroristas da Al-Qaeda. Dois meses após o início da campanha o regime repressivo dos Talibãs estava deposto, o Afeganistão deixava de ser um local seguro para a Al-Qaeda, mas Osama Bin Laden tinha conseguido escapar.

Nos Estados Unidos, a década anterior tinha sido de contínua transformação, por um lado reduzindo o número de forças, que passaram dos 2 milhões, em 1991, para os 1,4 milhões, em 2001, mas por outro lado continuando a investir no desenvolvimento tecnológico. Na realidade, as forças militares tornaram-se pequenas mas muito mais letais, principalmente devido à utilização das tecnologias da Era da Informação. Um dos mais importantes avanços desse período foi o desenvolvimento da Joint Direct Attack Munition – JDAM, veio permitir um enorme incremento na precisão dos mísseis. JDAM foram utilizados, primeiro, na guerra do Kosovo em 1999 e a percentagem de mísseis guiados passou dos 10 por cento, da Guerra do Golfo para os 29 por cento, o que, apesar de tudo, ainda revelou algumas fragilidades.

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No Afeganistão, a grande vantagem foi que estas “smart bombs” podiam ser lançadas de qualquer tipo de aeronave incluindo os B-52 e, pela primeira vez, estes bombardeiros puderam realizar missões de apoio aéreo próximo, sem risco excessivo para as tropas amigas.

Outros equipamentos que tiveram também uma evolução considerável foram os UAV, nomeadamente o RQ-1 A Predator, que na guerra do Kosovo apenas estava equipado para missões de reconhecimento, mas que no Afeganistão se tornou o primeiro UAV com capacidades ofensivas, com dois mísseis anti-blindados Hellfire, guiados por laser. Surgiu também o RQ-4 Global Hawk que, não sendo ofensivo, estava equipado com câmaras de alta resolução e podia voar mais alto, dando uma perspectiva panorâmica do campo de batalha.

Mas a maior evolução desde 1991 foi a possibilidade de integração digital da informação proveniente de todos estes meios, que podiam agora ser vistos em direto do posto de comando instalado em Tampa, na Florida, e em muitos outros monitores no terreno. Tinha emergido o conceito de C4ISR, que permitia o comando e controle em tempo real, reduzindo os tempos de decisão para a destruição de alvos críticos e dando informações valiosas para os meios ofensivos, nomeadamente os aéreos.

O Afeganistão mostrou como uma “netwar” pode ter sucesso. Trezentos elementos de Operações Especiais, cem elementos da CIA, juntamente com centenas de aviões e milhares de aliados nativos, apoiados pelas mais modernas tecnologias, demoraram apenas quarenta e nove dias a derrubar o regime Talibã, apenas com doze baixas do lado americano.

Apesar de esta ter constituído uma importante vitória para os Estados Unidos, os críticos referiram que a opção fundamental pelas Operações Especiais trouxe, como consequência, o limitado número de tropas no terreno, que permitiu a fuga de Osama Bin Laden e outros dirigentes da Al-Qaeda, durante a batalha de Tora Bora, e permitiu também que mesmo com um novo governo em Cabul, muitos “warlords” continuassem a controlar uma grande parte do país.

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A guerra do Afeganistão deu origem a um discussão acalorada nos EUA, com alguns, como o Secretário da Defesa Donald Rumsfeld, a pretenderem apostar para o futuro em forças mais ligeiras tipo Operações Especiais, contra outros, mais tradicionalistas, defendendo que o Afeganistão tinha sido um conflito atípico e não se deveriam nunca abandonar as forças pesadas, à base dos carros de combate, pois num futuro conflito poderiam ser necessárias. Acabou por vingar uma solução mista, incrementando o financiamento de forças de Operações Especiais, transformando e aligeirando algumas Brigadas do Exército, as Stryker Brigades, sem no entanto abandonar por completo as forças pesadas.

Como se veio a comprovar em 2003, com a 2ª Guerra do Golfo, a decisão de não acabar por completo com as forças pesadas, foi uma decisão acertada. Os planos para a 2ª Guerra do Golfo refletiram um misto entre a 1º Guerra do Golfo e a Guerra do Afeganistão, mas como referiu o próprio comandante da coligação, General Tommy Franks, eram também a revolutionary concept, way outside the box of conventional thinking.

A 2ª Guerra do Golfo teve inicio no dia 19 de Março de 2003, dois dias antes do previsto, com o bombardeamento intensivo por mísseis Tomahawk e bombas guiadas por satélite, lançadas por caças F-117, na tentativa que se revelou infrutífera, de aniquilar Saddam Hussein. Dois dias depois, imagens de um Predator sugeriam que os iraquianos se preparavam para incendiar os poços de petróleo em Rumailah, no sul do Iraque. Frankstomou então uma decisão audaciosa: iniciar a invasão terrestre antes mesmo de “amolecer” com fogos as primeiras defesas inimigas. Os iraquianos foram apanhados completamente de surpresa. Seguiu-se uma verdadeira operação de armas combinadas, com apoio de fogos de todos os meios disponíveis, infiltração das unidades de Operações Especiais e avanço no terreno das unidades blindadas, uma verdadeira blitzkrieg do século XXI. Vinte e seis dias depois, Bagdad estava conquistada e Saddam deposto, mas em parte incerta.

Se compararmos os dados, percebemos bem a evolução desde 1991: na 2ª Guerra do Golfo as forças da coligação eram menos de metade das forças da 1ª Guerra do Golfo, atingiram um objetivo muito mais ambicioso ao ocupar todo o Iraque e não apenas o Kuwait, demorando cerca de metade do tempo, com um terço das baixas e um quarto dos custos.

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Se pensarmos no blitzkrieg alemão na 2ª Guerra Mundial, então as diferenças são avassaladoras, já que os alemães necessitaram de 44 dias para conquistar a França a Holanda e a Bélgica tendo sofrido 27.000 mortos, enquanto os EUA necessitaram agora de 26 dias para conquistar o Iraque, sofrendo 161 baixas mortais.

O que permitiu esta estrondosa vitória, foi a enorme diferença entre os dois exércitos. O iraquiano continuava formado, organizado, equipado e doutrinado à maneira soviética, com poder destrutivo, mas sem flexibilidade nem descentralização. Muitas unidades simplesmente não reagiram porque não perceberam o que estava acontecendo e não tinham ordens para atuar. Ao contrário, o Exército Americano atuou na base da descentralização e das operações conjuntas, aproveitando as tecnologias da informação para incrementar o conceito de C4ISR, transformando-o num conceito mais abrangente e eficaz, designando-o por Network-Centric Warfare – NCW. Já nos finais dos anos 90 se tinha começado a falar no conceito de NCW, quando o Almirante Jay Johnson, Chefe das Operações Navais da marinha dos EUA se referiu a um “fundamental shift from what we can call platform-centric warfare to something we call network-centric warfare.” Na prática, assistíamos ao nascimento de um novo conceito de operações, baseado numa robusta rede de informações que ligava os comandantes, os sensores, as armas e as tropas no terreno, dando a todos um mais completo conhecimento do campo de batalha, permitindo decisões mais rápidas e ações mais eficazes. O grande impulsionador foi o Almirante Arthur Cebrowski, chefe do Office of Force Transformation do Pentágono, que se referia a este conceito como um novo paradigma da mudança para uma nova maneira de os EUA fazerem a guerra, dizendo “Now fundamental changes are affecting the very character of war.”

É inquestionável que, no Iraque, em 2003, se verificou uma grande evolução nos equipamentos militares, com setenta por cento dos mísseis a ter capacidade de guiamento, com poder de fogo mais preciso e menos destrutivo, com vetores de poder aéreo, terrestre e marítimo cada vez mais eficazes. Mas a NCW foi a grande inovação, trazendo a superioridade da informação e a possibilidade de uma partilha consciente da situação operacional, que acabou por se traduzir num potencial de combate acrescido.

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Se em termos numéricos os americanos não dispunham da vantagem de 3 para 1, teoricamente, necessária para a vitória, o fato de combaterem em “vantagem de informação” e em rede, permitiu-lhes aquele extraordinário êxito militar.

E o que o futuro nos espera? Mais guerras? Algumas injustificadas?

E o cenário, dado o conflito ideológico, parece que estamos nos aproximando de um novo conflito, agora com aliados de uma pandilha que nos governa, formada por pessoas com mais sede de vingança do que outra coisa. Mas que nos estão arrastando para a submissão, principalmente aos ditames de um Foro San Pablo que conta com aliados como a figura dos ditadores Chavez e irmãos Castro, ou o que é pior, um tirano no Irã, querendo se armar com bomba atômica.

Se as últimas duas décadas foram de grande transformação, nem de longe as acompanhamos. No entanto, pensamos que essa transformação ainda não está completa e face ao que temos assistido, haverá sempre novos desenvolvimentos. Os avanços na tecnologia não param de nos surpreender, assim como as ameaças são cada vez mais difusas. Este é um jogo de “parada e resposta” que parece estar muito longe da fase final. Infelizmente. E para nos afastarmos disso seria necessário que toda a América Latina tivesse como referencial político não um tiranete Hugo Rafael Chávez Frias, mas estadistas como Oscar Arias Sánchez, um Nobel Peace Prize.

Nos nossos dias, principalmente após os acontecimentos do 11 de Setembro, constatamos que os problemas étnicos, religiosos, políticos, energéticos, demográficos e tantos outros, são cada vez mais uma ameaça à paz. E o que é pior, estes conflitos, antes inexistentes no Brasil, agora estão se fazendo presentes, pois se insiste não na falta de justiça, mas na teoria da vitimização e na promoção da divisão de nossa sociedade. Quando na realidade temos e continuamos a ter uma sociedade pautada, como bem nos escreveu o ex-presidente do Banco Central Guistavo Franco, a sociedade de privilégios.

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O futuro será caracterizado cada vez mais pela incerteza, pela complexidade e pela existência de conflitos permanentes, mas podemos nos afastar deles tendo um Estado forte, que assuma suas responsabilidades, a começar pelo ensino fundamental de qualidade, assim deixando de destruir o futuro das gerações de brasileirinhos.

E no mundo, não sendo previsível a existência de conflitos entre as grandes potências, que não se devem no entanto negligenciar, os grandes problemas serão no interior dos Estados e entre atores não estaduais e os Estados. Se por um lado, as estatísticas comprovam que há hoje menos conflitos que há 20 anos atrás, por outro lado, constata-se que há hoje mais países envolvidos em conflitos próprios ou multinacionais, como no Congo, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Iraque ou no Afeganistão, do que nas duas décadas precedentes.

Existem diversas visões sobre o futuro. Na opinião dos peritos da Grã-Bretanha é muito provável que os conflitos tenham lugar em novos ambientes como o espaço, o ciberespaço, os mares, e cada vez mais nas cidades em crescimento acelerado. O desenvolvimento caótico de áreas urbanas, especialmente no mundo subdesenvolvido, com falta de infra-estruturas e segurança mínima, originará “santuários” que criminosos e terroristas poderão aproveitar para utilizar como locais de abrigo e de preparação para o lançamento de ações ofensivas. E veja que no Brasil não estamos longe disso, por conta da republicana discriminação espacial, temos no Rio de Janeiro mais de 1000 favellas, assim escrito com dois “L” para se entender a dimensão histórica do descaso dos políticos brasileiros e a conivência com a discriminação espacial, fonte da violência institucionalizada no Brasil. De 1.000 favellas temos apenas 9 que o Estado se faz presente, e isso de forma arbitrária e irresponsável, a partir de Governadores cariocas que desconhecem o que vem a ser uma polícia judiciária e uma polícia responsável pelo trabalho ostensivo e preventivo. E é este tipo de político que elegemos, de igual forma aqui no Paraná, com o tempestivo Roberto Requião, que deveria fazer suas refeições ingerindo suas mamonas, que somente assistiu a escalada de violência no Paraná, a exemplo de seu parceiro em todo o Brasil.

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Fechamos 2009 com mais de 150mil mortes devido a violência no Brasil, superamos países como o Iraque e o Afeganistão nos piores anos de seus conflitos. E a popularidade de um irresponsável somente se viu crescer. Somente nos três primeiros meses deste ano Curitiba superou mais de 300 mortes devido a violência, depois os números deixaram de ser divulgados. Ano de eleições, seguramente.

Voltando a questão militar, de acordo com a Joint Vision 2020 americana, as operações do futuro serão caracterizadas por “dominant maneuver, precision engagement, focused logistics and full dimensional protection.” Por isso, tal como já se constatou na 2ª Guerrra do Golfo, as operações serão cada vez mais conjuntas uma vez que, tal como refere o mesmo documento, “the joint force, because of its flexibility and responseveness, will remain the key to operational sucess in the future.” É este o conceito básico para o futuro, que obrigará a uma mudança de atitudes em termos intelectuais, operacionais, organizacionais, doutrinários e técnicos. E essa mudança também deve ocorrer no Brasil no que se refere à prevenção e o combate ao crime.

Particularmente não gosto do termo combate ao crime, pois o uso deste termo agrada as esquerdas, mais propensas a atuar no efeito. Assim acreditam que devam juntar atribuições da justiça com atribuições de segurança pública, quando buscam a desresponsabilização e defendem a junção da polícia judiciária com as polícias ostensivas e preventivas.

É seguramente um erro conceitual, o erro está na junção das polícias, sempre mencionado pelos que desconhecem o assunto, a começar pela mídia e pelos políticos, estes visando a desresponsabilização.

Juntar as polícias, além de ser um erro conceitual, tem também a possibilidade de se agravar questões ligadas a corrupção e prevaricação, senão vejamos, de certa forma já tivemos a oportunidade de trabalharmos assim; no tempo da repressão os policiais dos estados, em vários níveis, inclusive periciais, prestavam serviços à Policia Federal e algumas aberrações que possam ter vindo à baila, ocorreram pela falta de uma Agência Reguladora, que entendo ser urgente a necessidade de sua criação.

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A corrupção é um fato que tem obstruído em muito as reformas em nosso país e rotulam-se as polícias como o retrato da corrupção, mas na realidade temos visto que a corrupção está presente em todas a atividades (públicas ou privadas) e é o grande mal de nosso país, ocorre entretanto que as polícias possuem corregedorias que costumam trabalhar com bastante rigor na punição de infratores, muito embora não esteja livre de influências naturais do espírito de corpo e da subjugação a políticos e suas ideologias, não podemos esquecer que elas estão vinculadas às secretarias de estado da Segurança Pública, aos políticos, como era também o Ministério Publico antes da constituição de 1988..

Juntar as polícias militar e civil teria o aspecto do conflito de corpo, mas juntar os elementos administrativos como corregedorias, hospitais, departamentos de compras, departamentos de pessoal, obras, formação, treinamento e rádio/comunicação só traria benefícios, mantendo-se nas entidades os elos de ligação como RH, o planejamento e outras interfaces. Uma sistemática administrativa como esta evitaria duplicações importantes, e permitiria a assimilação da necessidade eventual de criação de uma nova polícia ou a independência de um determinado setor, como por exemplo a própria Polícia Técnico-cientifica, num ato simples resultaria em conflitos administrativos mínimos e assim cada polícia atenderia as atividades relativas às suas vocações.

A unificação das polícias, sugerida por irresponsáveis, pelos governadores e pela mídia é uma aberração em termos de gestão, levaria a um risco enorme de corrupção e abuso de poder, além de misturar contingentes com treinamento diferente, e que deve continuar sendo diferente, sem contar que uma é preventiva e a outra visa o esclarecimento de um crime, bem como confundir ações preventivas que devem ser executadas pelo executivos (federal, estadual e municipal), através das polícias militares, guardas municipais e entidades de segurança privada, com atividades voltadas ao judiciário, no caso aquelas realizadas pela polícia judiciária - entenda-se Polícia Civil, Polícia Técnico Científica (Institutos de Criminalísticas e Institutos Médicos Legais) e na esfera federal a Polícia Federal, as quais não podem ser privatizadas ou terceirizadas em nenhuma hipótese, sob pena de não se fazer justiça.

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Na polícia judiciária temos a Polícia Técnico-científica (Institutos de Criminalística – Peritos Criminais e Instituto Médico Legal – Médicos Legistas e respectivas equipes)

Esta Polícia é aquela que examina o local, é a que deve encontrar o local preservado para que possa realizar os exames necessários e colher provas materiais, ela tem se destacado mais recentemente, como nos casos de repercussão nacional.

Na sua função de materializar provas, requer independência plena para não vir a sofrer influências de outros órgãos policiais ou políticos, tem que ser visto como prestadora de serviços, idônea, com capacitação e competência, agindo sobre sistema de requisição de serviços/exames e trabalhando ombro a ombro com as autoridades encarregadas no deslinde de um crime.

Para assegurar seu melhor desempenho é necessário investir em convênios, pois estes não são apenas uma boa sugestão, é a solução, pois viriam de maneira apropriada a regulamentar, não só as requisições de serviço a atuação do Perito Criminal, permitindo a centralização de orientação técnica (treinamento), regionalização e distribuição racional e efetiva de recursos, tanto materiais como humanos o que seria a efetiva otimização de recursos, distribuindo-os com a efetiva necessidade. Não é demais lembrar que alguns equipamentos necessários para perícias custam alguns milhões de dólares e sabemos que é preciso recursos e massa crítica para justificá-los e/ou mantê-los operacionais.

Como a Polícia Técnico-científica é composta de Instituto de Criminalística e de Médico Legal, devemos sugerir que este último tenha sua abrangência de suas especialidades ampliada, por exemplo, com a medicina animal. Quando falamos da impunidade, devemos alertar para o fato de que sem recursos de pessoal capacitado e equipamentos, por exemplo, a Polícia Técnico-científica se encontra impossibilitada de reunir provas necessárias para incriminar este ou aquele marginal ou inocentar suspeitos indevidamente arrolados.

A Polícia Judiciária (chamada indevidamente em muitos Estados de Civil, a qual até recentemente incluía a Polícia Técnica em seus quadros).

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Com a função de repressão ao crime tem a função precípua de investigar crimes e a execução de mandatos judiciais de busca e captura. É uma polícia composta de delegados, pois estes recebem delegação e SMJ da Justiça, assim já temos, com alguma boa vontade um juiz de instrução em cada cidade deste país, faltaria apenas um órgão fiscalizador e/ou representante do Ministério Público.

Devemos exigir a aplicação eficaz dos recursos, o que exige transparência, acompanhamento e fundamentalmente o entendimento do que vem a ser público e qual a prioridade deve ser dada aos recursos públicos, isso para um Brasil onde temos a discriminação espacial e não racial como um de seus principais problemas, quando a violência consome mais de 5% do PIB, segundo estudos do IPEA, divulgados antes do Professor Márcio Pochmann assumir a Presidência, e também à violência podemos imputar em 2009 mais de 150 mil mortes em todo o Brasil e temos um dos piores desempenhos no que se refere ao ensino fundamental, destruindo assim todo o potencial dos brasileirinhos.

Por outro lado, os futuros desenvolvimentos tecnológicos e um mercado de armas cada vez mais competitivo, resultarão naturalmente num escudo de armamento que será cada vez mais “cheap, portable, destructive, widely available and easier to use. A disseminação do armamento será um dos grandes problemas do futuro. E o que é pior, não estamos nos dando conta disso, armamentos antes inimagináveis, lembrando o ex-ministro sindicalista, hoje estão nas mãos de narco-traficantes, muitos dos quais com fortes ligações com os que hoje lideram as nossas favellas. Como refere Joseph Nye Jr., “os grandes estados ainda possuem enormes superioridades militares, mas a disseminação de tecnologias de destruição maciça cria oportunidade para terroristas e gera vulnerabilidades nas sociedades pós-industriais.”

Max Boot, considera que a evolução das tecnologias da Era da Informação poderá levar a forma de fazer a guerra para estranhas e inesperadas direções, em que os avanços e as capacidades existentes possam vir a dar um poder acrescido a pequenos Estados ou a grupos isolados, em detrimento das grandes nações.

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E nesta direção que apostam líderes como Mahmoud Ahmadinejad: دﻮﻤﺤﻣ ﺪﻤﺣای داﮋ ﻧ . “Amigo” de nosso atual presimente, que desconsidera que é um dos principais financiadores do Hezbollah e do Amas. Traz para a América Latina um conflito que nos é exótico, incluído as comunidades árabes, de maioria católica, e as comunidades judaicas, partes integrantes da sociedade brasileira, isso a gerações.

Mas em termos tecnológicos, Joseph Nye Jr. considera que os desenvolvimentos mais promissores e simultaneamente mais ameaçadores para o futuro, serão a robótica, a “guerra das estrelas” associada aos satélites, as armas laser, os “hackers” informáticos, a nano tecnologia do armamento individual e os avanços biológico e químico com fins agressivos. No que respeita a armas nucleares, de acordo com o National Intelligence Council dos EUA, o risco da sua utilização nos próximos 20 anos, apesar de continuar baixo, é possível que seja maior do que hoje, em resultado de diversos fatores: Primeiro, a proliferação de tecnologia nuclear poderá fazer emergir novas potências nucleares, como por exemplo o Irã de Mahmoud Ahmadinejad: دﻮﻤﺤﻣ ﺪﻤﺣای داﮋ ﻧ , enquanto o acesso a este tipo de armas por parte de grupos terroristas poderá ser mais fácil. Segundo, conflitos de baixa intensidade entre potências nucleares, como a Índia e o Paquistão, poderão eventualmente escalar para uma maior intensidade; Terceiro, a instabilidade e a possibilidade de colapso violento de regimes como o da Coréia do Norte, coloca a questão de este tipo de regimes fracos não ser capaz de controlar os seus arsenais nucleares. Na realidade, pensamos que a utilização futura de armas nucleares poderia provocar uma alteração geopolítica global de contornos dificilmente perceptíveis.

David Alberts considera que as guerras do futuro serão de três tipos, todas dependentes dos avanços das tecnologias de informação: primeiro o conflito tradicional, que manterá a sua importância, evoluindo com as capacidades tecnológicas; depois a evolução de missões não tradicionais, como a assistência humanitária, as operações de paz, as operações especiais em baixa intensidade de conflito, o combate à droga e à proliferação de armas, etc., e, por último, as guerras no domínio da informação, no ciberespaço, que terão um enorme incremento e que serão cada vez mais utilizadas para neutralização das forças convencionais.

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Estudando o assunto, frente às ameaças às quais estamos expostos, a começar no quarteirão de casa, ou na escola de nossos filhos até a nível global e face ao que foi escrito, as forças armadas do futuro terão de estar preparadas para atuar em diferentes tipos de cenários que poderão ir da manutenção da paz à guerra tradicional e terão de dispor de meios e capacidades, para contribuir para a paz ou para vencer a guerra. Por isso, mesmo com os avanços tecnológicos, pensamos que terão de continuar a existir diferentes tipos de forças, desde as ligeiras às mais pesadas, que permitam cumprir todo o tipo de missões, o que inclui também a gestão de escolas de campanha, que nas inúmeras tragédias nacionais não inviabilizem ou prejudiquem os alunos.

Alguns autores defendem que na nova Era, a Informação tem mais poder que a blindagem. Este sentimento parece-me demasiado simplista, em primeiro lugar porque as novas tecnologias e nomeadamente a NCW têm vulnerabilidades que serão dificilmente ultrapassáveis, em segundo lugar porque o que continua a materializar a vitória é a ocupação efetiva do terreno com o homem, e para isso é necessária a blindagem. É evidente que dependendo da intensidade do conflito, a dosagem entre unidades ligeiras e pesadas terá de ser feito e quanto mais simétrica ou “clauzewitziana” for a guerra, mais necessidade haverá de forças pesadas.

Sabemos, no entanto, que a superioridade material e tecnológica não é suficiente. O fator humano continua a ser de primordial importância pois a tecnologia não substitui o homem como único ser pensante em toda a cadeia. A natureza da guerra será sempre determinada pela interação entre os combatentes e os meios ao seu dispor. Será assim fundamental continuar a apostar na competência (formação, educação e experiência), na doutrina, na organização, na preparação dos comandantes, na qualidade dos militares, para que todos possam tomar o melhor partido dos avanços tecnológicos. A maior importância do fator humano comprova-se também no cada vez menor número de baixas militares. Nos recentes conflitos vimos que a precisão das armas, aliada à maior profissionalização dos militares, originou uma importante redução do número de baixas.

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Pensamos que no futuro essa tendência será ainda mais marcada, não apenas por fatores estritamente militares, mas também por razões políticas e sociais, com o fator midia a ter um papel cada vez mais relevante.

Por outro lado, um dos grandes problemas que se colocará no futuro será a interoperabilidade dos sistemas das diversas nações. Numa operação multinacional, para que se possa instalar uma rede com o mínimo de eficácia é necessário que, tecnologias, treino e doutrina sejam idênticos, o que está ainda longe de acontecer.

Nos últimos anos, os Estados Unidos comprovaram a sua liderança tecnológica e vão continuar a investir, enquanto os seus aliados naturais, os europeus, mais preocupados com problemas sociais e econômicos, têm desinvestido na área da defesa. Este desequilíbrio poderá levar os EUA a um isolamento crescente, com nefastas consequências para as alianças existentes e evidentes vantagens para os adversários.

Neste aspecto, a NATO tem sido ao longo dos anos o grande motor da interoperabilidade e o seu papel continuará a ser de importância fundamental para o futuro. Um dos seus conceitos chave para a transformação denomina-se NATO Network Enabled Capability (NNEC) e a sua implementação permitirá a obtenção, gestão e partilha da informação entre os países membros, dando à Aliança um potencial de combate acrescido. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, até se poder considerar que na NATO o problema da interoperabilidade está resolvido. Apoiados pelos extraordinários avanços tecnológicos da Era da Informação, os Estados Unidos adotaram nas últimas décadas uma nova forma de fazer a guerra, muito mais eficaz e com menor número de baixas de ambos os lados.

A Network-Centric Warfare veio permitir um maior e mais rápido acesso à informação por parte de todos os escalões e unidades intervenientes. Essa informação, quando em tempo real e partilhada, confere maior flexibilidade, descentralização, capacidade de iniciativa e de decisão, originando o aumento do ritmo das operações, maior e mais precisa capacidade de resposta, com menos riscos para as forças amigas, características que no seu todo traduzem um acrescido poder militar.

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E o que nos ensinaram os três maiores conflitos das últimas duas décadas, primeiro nos dão a ideia da evolução nesse período. Mas as constantes alterações resultantes de um mundo globalizado, fazem com que as nossas sociedades se vejam hoje confrontadas com novas ameaças, por vezes assimétricas, de caráter multifacetado e transnacional, tão distinto daquele que conhecíamos durante o período da Guerra Fria. O terrorismo internacional é talvez a ameaça mais visível, e ele está presente na América Latina, perto de nossas fronteiras, e com uma ameaça real, que se chama Foro San Pablo, com lideranças irresponsáveis, e inconsequentes.

Ainda estão distantes de nós, mas não poderemos esquecer os perigos da proliferação de armas de destruição maciça. As nossas ameaças são o crime organizado, o narcotráfico, os ataques informáticos ou os estados falhados, mencionando apenas os mais relevantes. E o que é pior, estimula-se a divisão, como tem sido a questão dos estados indígenas independentes como o que está sendo incubado na Reserva Indígena Raposa Serra do Sol. Por isso, as forças armadas do futuro terão de estar preparadas para responder a todo o espectro de ameaças, sendo indispensável acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos. Mas, cada vez, mais constatamos que a tecnologia não substitui o homem, sendo também cada vez mais imprescindível apostar na formação humana. Este é um binômio que continuará incontornável no futuro.

O avanço tecnológico dos EUA, sem acompanhamento dos restantes países, acabou por provocar uma situação de isolamento contrária ao espírito das operações combinadas. Nos três últimos conflitos, apenas o primeiro constituiu uma verdadeira operação combinada, uma vez que os outros dois foram operações americanas com algum apoio exterior, especialmente da Grã-Bretanha. O fosso tecnológico entre EUA e Europa é enorme e dado o desinvestimento europeu na área da defesa, esse fosso poderá pôr em causa futuras operações combinadas. E é neste cenário que nos encontramos hoje.

A NATO será, na opinião de especialistas, a única hipótese credível de aproximação efetiva dos dois lados do Atlântico e a única ferramenta eficaz para afastar os EUA da tendência isolacionista.

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Os restantes países, terão que responder aos desafios do futuro, com ações concretas e não apenas com declarações de intenção e principalmente em não se posicionar a favor de importar para a América Latina conflitos que nos são exóticos.

As nossas ameaças são reais e as motivações político-ideológicas apenas as agravam. Estamos longe de conflitos com outras nações, mas temos um conflito que faz parte de nosso dia-a-dia, que em 2009 retirou mais de 150 mil vidas dos brasileiros.

Infelizmente não nos damos conta de que se não houver um efetivo controle da sociedade sobre esta questão, recursos públicos que deveriam ser destinados (1) à consecução dos Planos Diretores - o primeiro passo para evitarmos a discriminação espacial – uma das principais causas da violência - e também as tragédias nacionais advindas com as chuvas; (2) à educação fundamental – o que assegura que não venhamos a destruir todo o potencial dos brasileirinhos; (3) à área segurança na prevenção ao crime, esta desempenhada pelas polícias militares ou brigadas militares, pelas guardas municipais, pelas polícias rodoviárias federal e estaduais, etc., que deveriam atuar subsidiariamente e de forma harmônica com a iniciativa privada na proteção à vida e ao patrimônio, com as empresas de vigilância, escolta, proteção a executivos e autoridades, e principalmente a segurança individual e familiar; (4) à justiça, em especial às entidades que dão os seus primeiros passos na esfera criminal, à polícia judiciária (conhecida por nós como a Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Técnico-científica), esta administrada politicamente, ainda “privativa” dos executivos, do presidente e dos governadores, e longe de ser um bem público na esfera da justiça; ou independente como é o caso do Ministério Público, que antes de 1988 sofria do mesmo mal, e as demais atribuições que são inerentes ao Estado, como as de assegurar ao cidadão bens e serviços públicos de qualidade.

Devemos exigir a aplicação eficaz dos recursos, o que exige transparência, acompanhamento e fundamentalmente o entendimento do que vem a ser público e qual a prioridade deve ser dada aos recursos públicos, isso para um Brasil onde temos a discriminação espacial e não racial como um de seus principais problemas, quando a violência consome mais de 5% do PIB, segundo estudos do IPEA, divulgados antes do Professor Márcio Pochmann assumir a Presidência, e também à violência podemos imputar em 2009 mais de 150 mil mortes em todo o Brasil.

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E temos um dos piores desempenhos no que se refere ao ensino fundamental, destruindo assim todo o potencial dos brasileirinhos.

"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência, mesmo que temporária ." (Gerhard Erich Boehme)

"Quando o dinheiro fala, a verdade cala" - Provérbio Chinês

E se refletirmos sobre a frase acima, vemos que bolsas, aposentadorias de anistiados, assim como a emPTização e nePTismo hoje se somam ao clientelismo político, este com seu capitalismo de comparsas e seu socialismo de privilegiados, assim temos uma nação que se cala frente ao embuste.

Referências

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