1. ENTENDENDO SOBRE FATORES DE RISCO DAS
DOENÇAS MAIS PREVALENTES
Podemos considerar como fator de risco qualquer situação que aumente as chances de ocorrência ou piora de uma doença ou quadro de saúde. Para facilitar, usamos como exemplo no vídeo a Sín-drome Metabólica. Aqui no resumo vamos tratar dos fatores de uma forma um pouco diferente. Observe as tabelas com os principais fatores de risco da Hipertensão, do Diabetes e das Dislipide-mias. O importante, inicialmente, é pensar em como identificar esses fatores no dia a dia:
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017.
Hipertensão Diabetes
Dislipidemias
Idade mais avançada
Sexo (mulheres) e etnia (pessoas negras) Excesso de peso e obesidade
Ingestão de sal Sedentarismo Fatores socioeconômicos
Genética
História familiar da doença Avançar da idade
Obesidade Sedentarismo
Diagnóstico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus gestacional (DMG) Presença de componentes da síndrome Metabólica (Hipertensão e dislipidemia)
Nutrição (Principalmente com relação ao consumo de ácidos graxos saturados e gorduras trans)
Peso corporal
Consumo de bebidas alcoólicas Consumo de açúcares e carboidratos
Sedentarismo Tabagismo
Agora que já sabemos quais fatores identificar, precisamos também saber quais desses fatores po-dem ser modificados por meio das nossas intervenções.
De maneira geral, podemos contribuir com a mudança nos hábitos de vida do nosso paciente. Isso inclui alimentação, prática de exercícios, gestão do peso e cessação de alguns hábitos prejudiciais (como consumo de álcool, tabaco, entre outros). Nós fazemos isso por meio da Educação em Saúde. Precisamos estar muito atentos com o nosso limite de atuação. É sempre importante lembrar que podemos e devemos trabalhar em conjunto com os demais profissionais da saúde. Quem ganha é o paciente!
Entendeu como identificar os fatores? Vamos para o próximo passo.
Encontramos o “problema”. Agora é hora de ajudar o nosso paciente. Para facilitar sua missão eu deixo aqui quatro ferramentas que você pode usar no seu estabelecimento para rastrear e acom-panhar os pacientes que possuem os fatores de risco modificáveis. Bom trabalho!
1.2. FERRAMENTA 1: MRPA (MEDIÇÃO RESIDENCIAL DA
PRESSÃO ARTERIAL)
As medições da Pressão Arterial fora do consultório devem ser estimuladas, podendo ser realizadas por equipamento semi-automático. Você deve ensinar o seu paciente a realizar a medição da forma correta. Apesar do nome da ferramenta, ela pode ser também utilizada como um diário de acom-panhamento dentro do seu estabelecimento. Lembra da criatividade que eu tanto falei no vídeo? Explore a ferramenta como achar melhor. Ela pode te ajudar a rastrear casos de Hipertensão ou mesmo acompanhar pacientes já diagnosticados.
REGISTRO DE
MRPA
Nome: Idade: Sexo: Farmacêutico responsável: Data:MEDIÇÃO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL
DIA DIA 1 MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 3:___________________ MEDIDA 3:___________________ _____:_____ _____:_____ DIA 2 MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 3:___________________ MEDIDA 3:___________________ _____:_____ _____:_____ DIA 3 MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 3:___________________ MEDIDA 3:___________________ _____:_____ _____:_____ DIA 4 MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 3:___________________ MEDIDA 3:___________________ _____:_____ _____:_____ DIA 5 MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 1:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 2:___________________ MEDIDA 3:___________________ MEDIDA 3:___________________ _____:_____ _____:_____
HORÁRIO (antes do desjejum e da MANHÃ HORÁRIO
tomada da medicação)
NOITE (antes do jantar)
MÉDIA DOS RESULTADOS
*Este procedimento não tem finalidade de diagnóstico e não substitui a consulta médica ou a realização de exames laboratoriais.
(“FINNISH DIABETES RISK SCORE”)
Esse teste validado na Finlândia, é utilizado para estimar o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 nos próximos dois anos. Ele consiste em um sistema de pontos que se baseia na avaliação de alguns critérios específicos e também seguindo as características de cada paciente.
Você pode mostrar para ao paciente, o impacto das mudanças no risco de desenvolver diabetes. Realize esse rastreamento e acompanhamento clicando
AQUI
.1.4. FERRAMENTA 3: REGISTRO DE AVALIAÇÃO
CORPO-RAL POR BIOIMPEDÂNCIA
A balança usa a bioimpedância elétrica e os dados de altura, peso, idade e sexo para determinar a composição corporal.
Os resultados obtidos podem variar de acordo com o aparelho utilizado. Normalmente elas demon-stram os seguintes resultados: Peso, Índice de Massa Corporal (IMC), Gordura corporal, Porcent-agem de músculo corporal, Metabolismo basal, Idade corporal e Gordura visceral. Caso você não tenha a balança, fique tranquilo, a próxima ferramenta pode te ajudar.
REGISTRO DE
AVALIAÇÃO CORPORAL
POR BIOPEDÂNCIA
Nome:
Idade: Sexo: Data:
AVALIAÇÃO CORPORAL POR BIOPEDÂNCIA
INTERPRETANDO O RESULTADO DO IMC
MC (Kg/m2) Designação da OMS <18,5 18,5 - 24,9 25 - 29,9 > 30 BAIXO NORMAL ALTO MUITO ALTO
INTERPRETANDO O RESULTADO DO NÍVEL DA GORDURA VISCERAL:
Resultado da Gordura Visceral Designação da OMS
≤ 9 ≤ 10 - 14 ≥ 15 NORMAL ALTO MUITO ALTO Resultado Resultado Resultado Resultado
INTERPRETANDO O RESULTADO DA GORDURA CORPORAL:
Sexo Idade - (BAIXO) 0 (NORMAL) + (ALTO) ++ (MUITO ALTO)
20-39 40-59 60-79 20-39 40-59 60-79 <21,0 <23,0 <24,0 <8,0 <11,0 <13,0 21,0 - 32,9 23,0 - 33,9 24,0 - 35,9 8,0 - 19,9 11,0 - 21,9 13,0 - 24,9 33,0 - 38,9 34,0 - 39,9 36,0 - 41,9 20,0 - 24,9 22,0 - 27,9 25,0 - 29,9 ≥ 39,0 ≥ 40,0 ≥ 42,0 ≥ 25,0 ≥ 28,0 ≥ 30,0 Feminino Masculino
INTERPRETANDO O RESULTADO DE MÚSCULOS ESQUELÉTICOS:
Sexo Idade - (BAIXO) 0 (NORMAL) + (ALTO) ++ (MUITO ALTO)
18-39 40-59 60-80 18-39 40-59 60-80 <24,3 <24,1 <23,9 <33,3 <33,1 <32,9 24,3 - 30,3 24,1 - 30,1 23,9 - 29,9 33,3 - 39,3 33,1 - 39,1 32,9 - 98,9 30,4 - 35,3 30,2 - 35,1 30,0 - 34,9 39,4 - 44,0 39,2 - 43,8 39,0 - 43,6 ≥ 35,4 ≥ 35,2 ≥ 35,0 ≥ 44,1 ≥ 43,9 ≥ 43,7 Feminino Masculino Farmacêutico responsável:
METABÓLICA
Esse modelo pode te ajudar no rastreamento da Síndrome metabólica. Para que o rastreamento seja considerado sugestivo o (a) paciente deve apresentar: Circunferência Abdominal ≥90 cm (caso seja homem) e ≥80 cm (caso seja mulher) e mais 2 de 4 dos seguintes fatores:
• Triglicerídeos ≥150 mg/dL ou em tratamento para dislipidemia; • HDL <40 mg/dL (caso seja homem) e <50 mg/dL (caso seja mulher);
• Pressão arterial sistólica (PAs) ≥130 ou Pressão arterial diastólica (PAd) ≥85 mmHg ou em trata-mento para hipertensão;
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL Nome:
Idade: Sexo: Data:
CHECKLIST PARA RASTREAMENTO DE SÍNDROME METABÓLICA
≥ 90CM
≥ 80CM
Resultado HDL <40 MG/DL <50 MG/DL Resultado TRIGLICERÍDIOS>150 MG/DL OU EM
TRATAMENTO
Resultado PRESSÃO ARTERIAL PAS ≥ 130 OU PAD ≥85 MMHG OU EM TRATAMENTO Resultado GLICEMIA GLICEMIA DE JEJUM ≥ 100MG/ DL OU DIAGNÓSTICO PRÉVIO DE DIABETES ResultadoSe o(a) paciente apresentar medida da circunferência abdominal maior do que o destacado e mais 2 dos outros 4 fatores: considerar como SUGESTIVO de Síndrome Metabólica.
Resultado do rastreamento: ( ) NEGATIVO
( ) SUGESTIVO Farmacêutico responsável