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Contribuição do SINTERGIA-RJ à Audiência ANEEL 058/2008 Segunda Revisão Tarifária Periódica Light Serviços de Eletricidade S.A.

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SINTERGIA-RJ

SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS

DE ENERGIA DO RIO DE JANEIRO E REGIÃO Filiada a CUT/FNU

Contribuição do SINTERGIA-RJ à Audiência ANEEL 058/2008 Segunda Revisão Tarifária Periódica

Light Serviços de Eletricidade S.A. Outubro de 2008

A – Introdução

01) O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS DE ENERGIA DO RIO DE JANEIRO E REGIÃO - SINTERGIA/RJ, é entidade sindical de primeiro grau, autônoma, criada em 03 de Agosto de 2000, decorrente do desmembramento do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Rio de Janeiro, que foi sucessor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Energia Elétrica e da Produção de Gás do Rio de Janeiro, que sucedera o Sindicato dos Trabalhadores da Light e Companhias Associadas, criado em abril de 1932. É constituído para fins de defesa, estudo, coordenação, proteção e representação legal da categoria profissional integrada pelos trabalhadores em energia elétrica, energia nuclear, gás canalizado, entre outras estipuladas em seu Estatuto Social.

02) São Princípios do Sindicato, entre outros: a) total independência em relação ao patronato, não vinculação à quaisquer entidades de cunho político-partidário ou religioso e autonomia e liberdade em relação ao Estado e a classe patronal; b) solidariedade e apoio às lutas da classe trabalhadora; c) luta pela democratização da gestão dos meios de produção; d) luta permanente pela melhoria da qualidade de vida, salários, condições de trabalho, segurança e saúde e igualdade de oportunidade entre os homens e mulheres da categoria. São Prerrogativas do Sindicato, entre outras: a) representar junto às autoridades políticas, administrativas e judiciárias, nacionais ou internacionais, os interesses gerais da categoria e os interesses individuais de seus sócios, podendo ajuizar as competentes ações judiciais, inclusive como substituto processual; b) promover e participar de negociações coletivas, celebrar acordos, convenções, contratos coletivos de trabalho ou outros instrumentos conexos e suscitar dissídios coletivos; c) representar a categoria em Congressos, encontros, Conferências e demais fóruns nacionais ou internacionais de interesse da categoria energética ou da classe trabalhadora.

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03) Com referência ao tema da presente audiência, registramos que o Sindicato fez-se presente em todas as convocações feitas por essa Agência sobre a empresa Light – Serviços de Eletricidade, incluindo aí a Primeira Audiência Pública sobre a empresa ora em tela, no dia 17 de fevereiro de 1998, após os lamentáveis incidentes que ficaram conhecidos entre a população fluminense como o “apagão da Light”

04) Naquela ocasião (1998) entre os vários itens por nós levantados com respeito às possíveis causas dos problemas vividos pelos consumidores em nosso estado, ressaltamos que “Um dos aspectos que mais prejuízos causaram à população, (...), foi a utilização de serviços terceirizados para as atividades de medição de cargas nos transformadores. Como os contratos mantidos eram do tipo ‘pagamento por produção’, a qualidade da leitura não tinha critérios confiáveis para embasar as equipes técnicas responsáveis pelo redimensionamento do sistema nas redes aérea e subterrânea. A periodicidade e redução na quantidade de medições de cargas não seguiam os padrões anteriores e deixavam a turma de construção sem dados confiáveis para o planejamento”. Como se vê, já naquela ocasião, há mais de 10 anos, nosso sindicato levantava questões pertinentes à necessidade de um correto quadro de funcionários da empresa a fim de manter a qualidade do atendimento à população e ao aumento de consumidores que já se verificava.

05) Ainda naquela Audiência o Sindicato alertava que “... em 1997, a Light promoveu um reordenamento na estrutura funcional e introduziu uma forma de contrato de gestão com metas impostas aos gerentes. Uma prática administrativa do tipo ‘ensaio/erro’, com utilização de empresas terceirizadas, deixando as gerências regionais imobilizadas (...). Esses fatos já resultaram, só em janeiro de 1998, em 3 (três) acidentes fatais envolvendo empregados de empreiteiras contratadas”. Mais uma vez, alertávamos para os riscos que os trabalhadores corriam e para a queda na qualidade do atendimento.

06) A partir de 2001, através de ofícios encaminhados à ANEEL, o Sindicato solicitava que fosse aplicado o disposto em cláusula específica do Contrato de Concessão e também no documento PND 01/96 que tratava do edital de privatização da empresa.

07) Desta forma, não é de se estranhar que novamente estejamos utilizando o espaço que agora se apresenta para voltarmos à defesa dos interesses da nossa categoria, além de zelar pela qualidade dos serviços que são prestados pela empresa e a segurança física e psicológica dos seus trabalhadores.

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B – Sobre a Light

08) A Light instalou-se no país para atender ao mais importante mercado da América do Sul, na época, representado pelo eixo Rio-São Paulo. A Brascan Ltda, grupo canadense que havia obtido a concessão dos serviços públicos (telefonia, geração e distribuição de energia elétrica, gás, correios e telégrafos e transportes sobre carris/bondes), além de auferir todos os lucros da exploração da energia elétrica, tinha como garantia o aval do governo brasileiro para todos os financiamentos contratados no exterior. Em outras palavras, o governo assumia as dívidas da empresa na medida em que os compromissos não eram cumpridos.

09) Em 1979 a Light passa a ser controlada pelo Estado. Na “exposição de motivos” apresentada pelo Ministério de Minas e Energia, para justificar a compra da Light pelo governo do então presidente Ernesto Geisel, um dos pontos apresentados é “a incapacidade de novos investimentos”. Ou seja, o governo brasileiro comprou a Light sob a alegação de que a Brascan havia esgotado sua capacidade de novos investimentos que se faziam necessários para a demanda de energia elétrica. Pelo que depreendemos que havia preocupação com o crescimento da demanda de energia e a capacidade da empresa em responder a este crescimento.

10) Em 1996, a empresa foi incluída no Programa Nacional de Desestatização e, desde a época, vem passando por diferentes controladores. Inicialmente um consórcio composto, principalmente pela empresa francesa EDF e a estadunidense AES, além de outros sócios minoritários. Atualmente a Rio Minas Energia Participações S. A. detém 52,2% do capital da empresa, tratando-se de um consórcio composto por Cemig, Andrade Gutierrez Concessões, Pactual Energia Participações, Luce Brasil.

C. Considerações especiais sobre o serviço prestado pela Light

11) A Light – Serviço de Eletricidade S. A. atende a 31 municípios do Rio de Janeiro. Para efeito da nossa exposição de motivos, é necessário considerar que o estado representa mais de 11,5% do PIB nacional (em 2007) – segunda maior participação no país – e tem apresentado recentes indicativos de crescimento. Em 2007, o crescimento do PIB foi de 3,3%, se comparado ao ano anterior e um crescimento semelhante é aguardado para 2008. E vale considerar que este valor tende a aumentar com os investimentos federais anunciados na região. Segundo a Fundação Cide (Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro), o PIB per capita do estado cresceu 2,2%.

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12) Os 31 municípios atendidos pela empresa Light – Serviços de Eletricidade concentram mais de 60% da população do estado e, certamente, a maior proporção do PIB local.

13) A implantação de novas indústrias na região, como as que são agora anunciadas pelo governo federal e pelo estadual, ainda que em alguns caso representem empresas que se instalam contando com uma parcela de geração própria e/ou aquisição de energia diretamente de Furnas – Centrais Elétricas, certamente fará melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e, conseqüentemente, a maior demanda por energia elétrica em função do aumento de aparelhos eletro-eletrônicos nos lares, comércio, serviços e pequenas indústrias que sempre surgem em torno das grandes.

14) Devemos considerar ainda a própria característica climática do Rio de Janeiro, com constantes aumentos de temperatura durante o verão, em especial os causados pelo fenômeno climático já conhecido como “aquecimento global”.

15) Todos estes fatos nos colocam diante da preocupação com o aumento dos serviços da empresa Light – Serviços de Eletricidade, com ampliação da sua rede de consumidores (residenciais, industriais, comerciais). Para se ter uma idéia clara deste crescimento, basta considerarmos que, segundo informações da própria empresa, em sua página na internet, o número de consumidores teve um salto de mais 38.000, apenas entre os meses de junho e setembro de 2008.

16) E vale registrar que, acompanhando estes números, a Light já tem assegurado o merecido retorno para seus investimentos no estado. O crescimento dos consumidores, em tão pouco tempo, representa significativo aumento na receita operacional da empresa.

D. Considerações referentes ao quadro funcional

17) Nosso objetivo, nesta apresentação, é demonstrar que os trabalhadores da Light – Serviços de Eletricidade já estão exercendo suas atividades, tanto no campo operacional quanto no administrativo, acima do limite possível e desejável. Ainda que possamos entender a metodologia usando uma “empresa de referência”, destacamos que o serviço em distribuição de energia elétrica em um estado como o Rio de Janeiro tem características bem distintas de modelos experimentais. 18) Por outro lado, chamamos a atenção para a seguinte informação: a relação Consumidor / Empregado da empresa vem mostrando uma acentuada elevação que, como se pode ver nos

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DE ENERGIA DO RIO DE JANEIRO E REGIÃO Filiada a CUT/FNU a) antes da privatização (1996): 247 consumidores por empregado;

b) no final de 1997: 461 consumidores por empregado; c) em junho de 2008: 1.027 consumidores por empregado.

Nota: e esta proporção é ainda maior se considerarmos o já citado aumento de 38 mil consumidores nos últimos 4 meses.

19) Para comprovar que esta relação já é bastante elevada no caso da Light, basta compararmos os números do item anterior a mesma relação encontrada nas informações disponíveis com referência a Cemig, uma das controladoras da Light:

a) em 2003: 508 consumidores por empregado; b) em 2005: 585 consumidores por empregado;

c) em 2007: 954 consumidores por empregado (aqui se percebe o salto, se incluída a Light) 20) Alertamos ainda para um fator significativo a partir dos dados fornecidos pela empresa:

a) entre junho de 2007 e junho de 2008 a empresa teve um aumento de 1,87% no número de consumidores;

b) no mesmo período, reduziu sem quadro de pessoal em 5,29%

Isto nos leva a imaginar que, mantida esta proporção, a empresa certamente teria muitas dificuldades em manter a qualidade e a continuidade do fornecimento à região atendida, se considerarmos as expectativas de crescimento da população e dos investimentos a serem feitos no estado.

E. Considerações referentes à ANEEL

21) Em fevereiro de 2005, os jornais locais noticiavam a posição do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e da Procuradoria da República no Estado do Rio com respeito ao aumento de tarifas (6,135) pretendido pela Light. A seu favor, a empresa alegava a necessidade de um novo equilíbrio econômico para melhor poder atender aos usuários. O diretor-geral da ANEEL na ocasião, Jerson Kelman, demonstrava estar concordando com esta posição ao dizer que “A concessão do aumento não esta associada às dívidas da companhia com os bancos, mas com a qualidade dos serviços prestados”. E diz também que “Levamos em conta o que uma empresa precisa para ser eficiente”. 22) Esta afirmação de que a empresa precisa deste reajuste para manter “a qualidade dos serviços” é importante neste momento, três anos já passados, e está diretamente vinculado a um outro ponto

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muito importante e que é tratado não só no Contrato de Concessão como também no próprio documento de privatização da Light (PND – 01/96): o “reequilíbrio econômico-financeiro”.

23) No processo de licitação da Light – PND já citado – a taxa de desconto, referência básica para a regulação de tarifas, foi definida a partir da expectativa de retorno operacional do

investimento. E acontece que esta taxa é fundamental para o estudo do reequilíbrio

econômico-financeiro usado na Cláusula Sétima do Contrato de Concessão, onde ficam estabelecidos os critérios de correção de tarifas.

24) Para se ter uma idéia da complexidade do problema, em 1994 o custo de pessoal da empresa representava 21,5% (vinte e um e meio por cento) da despesa operacional (vide página 111 do Edital de Privatização). Este custo é hoje muito inferior e exigiria um outro estudo de reequilíbrio. 25) Desde 2001 o Sindicato vem procurando a ANEEL para que este estudo fosse refeito. Através do Ofício Sintergia n° 707/2001, solicitamos que fossem disponibilizados os dados e estudos realizados pela ANEEL para acompanhamento do reequilíbrio econômico-financeiro da empresa e não tivemos resposta. Em dezembro de 2002, reiteramos o pedido e continuamos ser receber qualquer informação a respeito.

26) Em nossos pleitos, solicitávamos os seguintes dados: a) estudos e pareceres técnicos com relação ao reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, durante todo o período da

concessão; b) informações e parecer técnico contábil sobre a possibilidade de estar ocorrendo contaminação na gestão de caixa da empresa; c) maior visibilidade nas demonstrações contábeis, em particular a rentabilidade operacional.

F. Considerações finais e propostas

27) O SINTERGIA-RJ avalia que é temerário manter qualquer tipo de avaliação de um quadro funcional ainda menor do que o atual, ainda que se considere a possibilidade de utilização de mão-de-obra terceirizada. Em particular, remetemos este debate ao Projeto de Lei originário do Ministério do Trabalho e que está sendo encaminhado ao Congresso Federal, limitando o uso de empresas terceirizadas. (vide http://diap.ps5.com.br/content,0,1,83494,0,0.html, com íntegra do Projeto) 28) Sugerimos que a ANEEL proceda ao estudo dos investimentos a serem feitos no estado do Rio

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importância de manter a qualidade dos serviços para manter os atuais índices de crescimento do PIB da região. Ressaltamos que uma queda na qualidade desses serviços poderia afastar investidores do estado.

29) Por fim, o SINTERGIA-RJ sugere que a ANEEL refaça e divulgue, antes de sua tomada de posição com referência ao tema em análise, o estudo do equilíbrio econômico-financeiro da empresa Light – Serviços de Eletricidade e que este estudo seja considerado como documento integrante da presente audiência.

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