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Astronomia para Todos: um relato de 5 anos de atividades! Palavras-Chave: Astronomia; Observação; Planetário; Exposição; Palestras

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Academic year: 2021

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Astronomia para Todos: um relato de 5 anos de atividades! Guilherme Frederico Marranghello

Palavras-Chave: Astronomia; Observação; Planetário; Exposição; Palestras Resumo:

Criado para celebrar o Ano Internacional da Astronomia, em 2009, o projeto de extensão universitária intitulado Astronomia para Todos foi criado com o intuito de divulgar e popularizar a Astronomia na pequena cidade de Bagé, localizada no extremo sul do Brasil, à apenas 60km da fronteira com o Uruguai. Este trabalho traz algumas reflexões acerca destes 5 anos de atividades realizadas dentre as quais destacamos as palestras, cursos, noites de observação, exposições e sessões de planetário.

Introdução

A mesoregião conhecida como a Região da Campanha localiza-se no extremo sul do Brasil, ao sul do estado do Rio Grande do Sul, fazendo fronteira com o Uruguai e a Argentina. Esta região sofreu com um longo período de declínio sócio-econômico e, por este motivo, dentro de um programa federal de expansão do ensino superior, foi criada uma universidade federal multicampi, no ano de 2006, com campus em diversas cidades desta região. Em 2009, aproveitando o Ano Internacional da Astronomia, dois professores da recém criada Universidade Federal do Pampa deram início ao projeto de extensão universitária Astronomia para Todos, no campus localizado na cidade de Bagé. Bagé possui uma população de cerca de 116.000 habitantes, caracterizada principalmente pela pecuária. Neste trabalho, descrevemos os objetivos deste projeto e a metodologia de trabalho; apresentamos alguns dos resultados que obtivemos ao longo de 5 anos de atividades, além de algumas reflexões e conclusões; concluindo com as perspectivas de um futuro bastante próximo. Objetivos

O objetivo inicial e principal de nosso trabalho foi a Divulgação e a Popularização da Astronomia, entretanto, fazendo parte de uma instituição de ensino superior, este objetivo passou rapidamente a dividir o papel principal com a formação dos alunos que trabalharam no desenvolvimento das atividades. Detalhes sobre a formação de alunos a partir de um projeto de extensão podem ser encontrados no trabalho de Marranghello e Pavani (2014). Como alguns de nossos objetivos específicos, é possível destacar a formação de professores para o trabalho de conteúdos de Astronomia em sala de aula e a promoção eventos de Divulgação e Popularização da Astronomia, tais como: exposições, palestras, cursos, noites de observação e sessões de planetário. Inclui-se também a articulação das atividades do projeto com a formação de

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nossos alunos e a elaboração de novas propostas didáticas para o Ensino da Astronomia.

Metodologia

Inicialmente, em 2009, eram realizadas palestras em um prédio histórico da cidade conhecido como Palacete Pedro Osório, onde funcionava a Secretaria Municipal da Cultura. Este Palacete, localizado em anexo a uma escola, possui um auditório para 200 pessoas, onde eram realizadas as palestras e cursos de formação de professores, e um terraço, onde montávamos um telescópio de 8” para a observação do céu. Mesmo localizado no centro da cidade, a luminosidade não atrapalhava muito as observações por esta ser uma cidade pequena e o Palacete localizar-se afastado de seus prédios mais altos. Como as palestras e observações eram iniciadas ao final da tarde, não conseguíamos atender às demandas de um público em número considerável. Assim, dentro do próprio Palacete, instalamos a exposição Paisagens Cósmicas e passamos a receber um número maior de visitantes também durante o dia. Ainda utilizamos, nesta fase inicial, outros dois locais públicos da cidade: a Casa de Cultura Pedro Wayne, onde realizamos uma exposição sobre o Eclipse Solar de 1966 e o Centro Histórico Vila de Santa Thereza onde realizamos um evento com palestras, exposição e observação do céu. Detalhes dos primeiros anos de atividades podem ser encontrados no trabalho de Marranghello, Pavani e Torbes (2011).

A exposição Um Eclipse na História de Bagé foi criada inteiramente pelos alunos-bolsistas retratando a observação de um eclipse ocorrido em 1966 quando muitos cientistas montaram base de pesquisa no município para a observação do evento. A exposição foi montada de forma a retratar o cenário social, político e cultural da época, além, é claro, do tema eclipse. Toda a exposição foi baseada em reportagens do jornal local realizadas no período anterior e posterior ao eclipse. Em especial, destaca-se o cenário político, bastante delicado pelo qual o Brasil passava com a ditadura militar. Nesta época a música popular brasileira encontra os movimentos da Tropicália, Jovem Guarda e da música de protesto e Chico Buarque de Hollanda, dentre outros que foram retratados na exposição. O jornal ainda trazia uma sequência de charges de cunho claramente político do personagem Panchito em Cuba e reportagens sobre a visita dos astronautas americanos que viajavam pela América Latina divulgando o programa espacial americano. Todo este cenário foi retratado na exposição que também utilizou maquetes do sistema Terra-Lua e vídeos, dentre eles, o clipe de um eclipse anular e o depoimento de um pesquisador que esteve em Bagé no ano de 1966. Durante a exposição, aproveitamos para coletar depoimentos de pessoas que possuíam lembranças daquele eclipse. A figura 01 mostra um trecho do jornal após o eclipse.

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Figura 01: Trecho de capa do jornal exibindo o Eclipse de 1966.

O projeto era coordenado por dois professores da Unipampa, porém, ao final do ano de 2010, um dos professores transferiu-se para outra instituição. Sendo a Unipampa uma instituição multicampi e, havendo dois outros professores interessados em desenvolver atividades no município de Caçapava do Sul, utilizando o telescópio e as exposições, o ano de 2011 foi marcado por esta transição, retornando as atividades para Bagé somente no início do ano de 2012.

Ao retornar para Bagé, as atividades foram totalmente reestruturadas. Ao invés de palestras quinzenais, passamos a oferecer cursos de Astronomia. Esta mudança ocorreu de forma a viabilizar a maior integração dos estudantes da universidade com as atividades, uma vez que estes cursos poderiam ser oferecidos em um período diferente do período de provas. Estando como o único docente no projeto, os cursos também possibilitavam um tempo maior para a preparação das palestras por parte dos alunos-bolsistas e um melhor acompanhamento de seu desenvolvimento. Com o apoio da universidade, professores de outras instituições puderam colaborar nos cursos. Ao mesmo tempo, de forma a atender a demanda das escolas, algumas atividades eram realizadas fora da universidade, sejam elas em escolas, ginásios ou feiras. Em 2013, após a aquisição de um planetário inflável, modelo óptico-mecânico, a principal atividade do projeto passou a ser a realização de suas sessões. Mesmo sendo um planetário portátil, optou-se por realizar a maior parte das atividades dentro da universidade. Mesmo assim, algumas visitas a escolas foram feitas, inclusive a participação em Feiras de Ciências. Sendo a universidade ainda muito jovem e desconhecida da população, este tem sido o primeiro contato de jovens e crianças com a instituição.

Dentre as atividades realizadas com professores da educação básica, destacamos a proposta que resultou na dissertação de mestrado de Vasconcelos (2014) sobre a interdisciplinaridade no Ensino da Astronomia,

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além do trabalho sobre a posição aparente da Lua (Tonel e Marranghello, 2013) e sobre as cores das estrelas (Marranghello e Pavani, 2011).

Com a aquisição de um projetor digital para o planetário, o tema deste encontro se torna ainda mais evidente na reunião da Astronomia com a tecnologia do planetário e a arte de suas produções. A programação vem sendo realizada através do software Nightshade. As sessões estão transformadas em livros de histórias infantis, distribuídos aos visitantes. A figura 02 mostra uma ilustração dos personagens passando por uma sonda espacial. Estas atividades ainda estão em seu início.

Figura 02: Trecho do livro Ilha de Vida quando os personagens Camilo e Maria se imaginam em uma nave espacial.

Reflexões

Desde o início dos trabalhos, em 2009, sempre houve uma grande necessidade de forte divulgação das atividades. O trabalho junto aos órgãos responsáveis pela educação básica não foi fácil e, por serem formados através de nomeações políticas, oscila a cada eleição. Inicialmente, investimos em uma rádio que nos concedia 5min de entrevista nos dias de palestras, bem como em matérias para um jornal local. Cartazes também eram pendurados em estabelecimentos de grande circulação, como restaurantes, padarias e supermercados. Isto tudo exigiu muito esforço, cujos frutos são colhidos até hoje. Atualmente, muita de nossa propaganda é feita pelos próprios professores que nos visitam, mas ainda realizamos divulgação em meio eletrônico, através das redes sociais e também no jornal local.

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Um Futuro Próximo e Promissor

Recentemente, o projeto foi contemplado em diferentes editais de fomento à divulgação científica e à extensão universitária que estão permitindo a aquisição de um veículo exclusivo para o transporte do nosso equipamento (planetário, telescópios e experimentos), o que nos permitirá realizar um número maior de visitas às escolas. Novos equipamentos estão sendo comprados, sejam eles experimentos de demonstração, especialmente vinculados ao tema de Meio Ambiente, e um novo telescópio de 12”. Por fim, um planetário fixo está sendo construído e deve ficar pronto no final deste ano. Este planetário terá capacidade para 40 pessoas e será o único na região onde a Unipampa está localizada, uma região com cerca de 1 milhão de habitantes distribuídos ao longo de 70.000 km².

Agradecimento

O presente trabalho foi realizado com apoio do Programa Observatório da Educação, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Brasil.

Referências

Marranghello, G. F. ; Pavani, D. B.; Torbes, L. . O ano internacional da astronomia no município de Bagé: o projeto Astronomia para Todos. CCNExt – Revista de Extensão, v. 2, p. 1-8, 2011.

Marranghello, G. F.; Pavani, D. B. Utilizando a câmera fotográfica digital como ferramenta para distinguir as cores das estrelas. Física na Escola, v.12, n.1, 2011.

Marranghello, G. F.; Pavani, D. B. O ensino através de um Projeto de Extensão em Astronomia. Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista, v.4, n.1, p.74, 2014.

Tonel, A. P.; Marranghello, G. F. O Movimento Aparente da Lua. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.35, n.2, 2310, 2013.

VASCONCELOS, F. E. O. A inserção de tópicos de Astronomia no Ensino Médio Politécnico, o seminário integrado e a articulação do Conhecimento. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Pampa. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências. Bagé/RS. Brasil, 2014. Disponível em: http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/mpec/files/2013/11/FRANCELINA_FINAL _REVISTO_4versao.pdf

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