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Análise multitemporal do desmatamento associado ao assentamento 72 em Ladário-MS usando imagens do sensor TM do satélite LANDSAT5.

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Academic year: 2021

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Análise multitemporal do desmatamento associado ao assentamento 72 em Ladário-MS usando imagens do sensor TM do satélite LANDSAT5.

Periodic analysis of the deforestation of the establishment 72 in Ladário-MS through the use of image of sensor TM of the satellite LANDSAT5.

Hudson de Azevedo Macedo 1 Aguinaldo Silva1 2 Edgar Aparecido da Costa 2

Beatriz Lima de Paula 3

1 Acadêmico da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS

Campus Pantanal – Departamento de Ciências do Ambiente – Licenciatura em Geografia 7º semestre Av. Rio Branco, 1270, Vila Mamona. Caixa Postal 252

Cep79.304-902 – Corumbá – MS, Brasil. hud_azevedo@hotmail.com

2 Profº da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS

Campus Pantanal – Departamento de Ciências do Ambiente Av. Rio Branco, 1270, Vila Mamona. Caixa Postal 252

Cep79.304-902 – Corumbá – MS, Brasil. aguinald_silva@yahoo.com.br, edgarac10@gmail.com

3 Profª da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP

Campus Universitário Marco Zero do Equador – Colegiado de Geografia Rodovia Juscelino Kubitschek, Km-02 – Jardim Marco Zero

CEP 68.902-280 - Macapá - AP - Brasil beatriz_unesp@yahoo.com

Resumo. O desmatamento tornou-se um fenômeno comum nos dias atuais devido ao processo produtivo das

atividades humanas. Dentre essas atividades, a que mais se utiliza desta ação é a agropecuária pela necessidade de trabalhar a terra para gerar seus produtos. Desta forma, este artigo procura apresentar uma avaliação temporal do desmatamento proveniente das atividades rurais do assentamento 72, situado em Ladário-MS. Para a estimativa da área desmatada foram utilizadas imagens de satélite Landsat TM5, obtidas do website do INPE, com composição 5-4-3 (R-G-B). As imagens são de Agosto de 1998 a Junho de 2010, com o intuito de verificar o desenvolvimento do desmatamento ao longo do tempo. A vetorização das imagens foi feita no programa ArcGIS 9.3.

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Abstract. The deforestation became a common phenomenon in the current days due to the productive process of the

human activities. Among these activities, the one that more it is used of this resource it is the agricultural, for needing of working the earth to generate your products. This way, this article tries to present a temporary evaluation of the originating from deforestation the rural activities of the establishment 72, located in Ladário-MS. For the estimate of the deforested area satellite images Landsat TM5 were used, obtained of the website of INPE, with composition 5-4-3 (R-G-B). It was Used images of August from 1998 to June of 2010, with the intention of verifying the development of the deforestation along the time. The segmentation of the images was made in the program ArcGIS 9.3.

Key-words: Rural establishment, deforestation, geoprocessing, remote sensing.

1. Introdução

O assentamento 72 está situado no município de Ladário - Mato Grosso do Sul. Seu acesso é feito pela rodovia Nelson Chamma, chegando ao Portal de Corumbá, vira-se a esquerda, depois de 1,5 km chega-se ao bairro Alta Floresta, já no município de Ladário, onde após alguns metros encontra-se a estrada da Codraza. Após 02 km na estrada de chão da Codraza, à direita tem-se a estrada vicinal que passa por duas propriedades particulares e após 3,5 km encontra-se o Assentamento 72. O Assentamento 72 localiza-se aproximadamente entre as coordenadas 19°03’ a 19°07’ Latitude Sul e 57°33’ a 57°36’ Longitude Oeste de Greenwich. (Mato Grosso do Sul, 2008). A Figura 1 demonstra a localização citada acima.

O projeto de assentamento teve início em outubro de 1998, sendo instituído em fevereiro de 1999. O total de famílias assentadas é de 85, tendo cada uma destas, 18,5 ha em média (Mato Grosso do Sul, 2008). Em 2008, foi elaborado o Plano de Recuperação do Assentamento (PRA) num convênio entre INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e AGRAER/MS (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) para fins de consolidação, sem efeito até meados de 2010. Portanto, apesar dos dez anos de existência, dada as condições socioeconômicas locais, o 72 ainda continua sob tutela do INCRA e os seus ocupantes não possuem o título de propriedade da terra.

No intento de contribuir para um melhor planejamento das atividades do assentamento, este artigo visa auxiliar nas tomadas de decisões por parte do governo e demais atores na tentativa de diminuir os impactos ambientais causados pelas atividades agrárias. Atualmente a utilização de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto na identificação e compreensão das modificações geradas pela humanidade no ambiente são cada vez mais frequentes, destacando as avaliações sobre desmatamentos e queimadas ilegais, que são os principais vilões da devastação ambiental. (Blaschke et al, 2005 apud Santos et al, 2009).

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Figura 1 - Localização da área de estudo, imagem de satélite Landsat TM7, 2000. Fonte: PRA 72 – Governo do

Estado do Mato Grosso do Sul, 2008. 2. Objetivo

O presente trabalho busca analisar o desmatamento ocorrido no assentamento 72, situado no município de Ladário no Mato Grosso do Sul, desde sua pré-criação em agosto de 1998, até junho de 2010, utilizando imagens de satélite Landsat TM5 na composição R5G4B3.

3. Material e Métodos

Para a determinação das áreas desmatadas foi realizada a vetorização das imagens de satélite Landsat TM5 oriundas do website do INPE. Para tanto, utilizou-se os mesmos procedimentos do trabalho de Macedo e Silva (2009), Avaliação das queimadas no Pantanal do Paraguai na

região de Corumbá e Ladário-MS no período de Maio de 2009, em que através da percepção

visual nas imagens foram definidas as áreas queimadas. A partir dos polígonos criados no ArcGIS, foram calculadas as áreas desmatadas em hectares e definidos os percentuais em relação a área total do assentamento. As imagens utilizadas são de agosto de 1998 (um ano antes da criação do assentamento), 1999, 2003, 2005, 2007, 2009 e junho de 2010. Foram realizadas a composição 5-4-3 (R-G-B) no aplicativo ENVI 4.6.1 e em seguida exportadas no formato GeoTIFF. As imagens realçadas foram carregadas no ArcGIS 9.3 para elaboração da vetorização das áreas desmatadas em cada período, gerando a tabela de áreas desmatada (Tabela 1). O método utilizado para definição das áreas desmatadas foi o visual/manual. Ao final das vetorizações foram elaborados os mapas temáticos de área desmatada em cada ano de referência, demonstrados nas Figuras 2 a 8.

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4. Resultados e Discussão

Com análise feita a partir das imagens Lansat, obteve-se as informações sobre a área desmatada nos períodos avaliados, demonstradas na tabela 1. Aqui se pode perceber que no ano antes da criação oficial do assentamento já existia uma grande quantidade de área desmatada (Figura 2). Isso pode nos indicar que mesmo antes da oficialização do assentamento, as atividades agrárias já existiam no local de estudo. No ano de 1999, ano de criação do assentamento, observou-se um desmatamento de 1.268,94 ha, o correspondente a 55,09% da área total do assentamento (Figura

3), proporcionando um acréscimo de 394,68 ha em relação ao ano anterior. Uma outra questão a

destacar foi o fato desse valor ficar praticamente constante no decorrer dos anos 2003 a 2009 (Figuras 4, 5, 6 e 7), demonstrando que houve pouco desmatamento após o parcelamento e entrega dos lotes do referido assentamento rural. Ademais estas constatações, percebeu-se que no ano de 2010 houve um decréscimo da área desmatada (Figura 8), indicando uma possível recuperação da vegetação. Através da análise das imagens é possível apontar que esse acréscimo da vegetação deu-se principalmente na porção norte do assentamento, nas proximidades da baía Negra, favorecendo a recuperação da vegetação nesta área. Vale destacar que no ano de 2009 houve uma baixa da quantidade de água nesta baía, propiciando seca; enquanto em 2010 houve o retorno da água à baía e, desta forma, favorecendo a recuperação da vegetação, principalmente na mata de galeria dos córregos existente na área.

Tabela 1 - Área desmatada nos períodos avaliados e evolução em porcentagem da área desmatada no

assentamento72.

Ano Área

desmatada (ha)

Área total (ha) Desmatado (%)

1998 874,26 2.303,26 37,96 1999 1.268,94 2.303,26 55,09 2003 1.328,36 2.303,26 57,67 2005 1.314,52 2.303,26 57,07 2007 1.333,82 2.303,26 57,91 2009 1.321,92 2.303,26 57,39 2010 1.151,80 2.303,26 50,01

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Figura 2 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 1998. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

Figura 3 -Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 1999. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

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Figura 4 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 2003. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

Figura 5 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 2005. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

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Figura 6 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 2007. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

Figura 7 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Agosto de 2009. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

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Figura 8 - Imagem do satélite Landsat TM5 (R5G4B3). A esquerda, imagem indicando os limites do assentamento

72. A direita imagem com polígonos de área desmatada em Junho de 2010. Fonte: INPE. Elaboração: MACEDO, Hudson. 2010.

É importante ressaltar que essa recuperação da vegetação não se restringe somente ao retrocesso das atividades produtivas, sugeridas pela não consolidação do assentamento, mas também a fenômenos naturais impulsionados pela alternância entre seca e cheia, bastante comuns na região pantaneira. A recuperação da vegetação é resultado, portanto, da conjunção entre a não utilização agrícola do solo com fenômenos naturais de revegetação. Isso não significa o retorno da vegetação original, mas da cobertura vegetal, muito provavelmente de aromita (Acacia

farnesiana), típica do Pantanal Mato-grossense. Essa espécie arbustiva cresce entre três e sete

metros, sendo espinhenta, produzindo flores amarelas ou alaranjadas com cheiro agradável – daí sua denominação. Contudo, importa a este trabalho apontar que ocorreu certa retração do desmatamento no assentamento 72, no município de Ladário-MS, seguida de recomposição vegetal.

5. Considerações Finais

Estudos desse tipo são fundamentais para o entendimento do comportamento das atividades econômicas em assentamentos rurais. Pode-se perceber que a primeira área a ser utilizada neste assentamento está localizada próxima a baía Negra (Figura 2). Isso não se deveu ao fato da maior oferta de água, pois as águas da baía são salinas, mas à existência de terras em condições de enquadramento na reforma agrária. Outra constatação importante neste estudo, diz respeito ao comportamento hídrico da região. Ao se observar as imagens, pode-se identificar períodos de seca e cheia alternadamente. Em períodos de seca, nota-se que a vegetação adquire característica visual semelhante a um solo exposto (espécies caducifólias), dificultando assim sua identificação, podendo causar erros na definição das áreas desmatadas. Conforme constatado na imagem de

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2010, em períodos de cheia, a vegetação retoma suas características visuais, facilitando sua identificação. A diminuição da área desmatada, identificada em Junho de 2010, nos indica que houve uma recuperação das áreas vegetacionais do assentamento.

As análises espaciais com auxílio de imagens de satélite atualmente são um dos recursos mais utilizados de sensoriamento remoto, por fornecer informações que anteriormente seriam de difícil acesso. Em estudos de desmatamento, queimadas e classificação de solos é indispensável a utilização desse recurso. No presente trabalho pode-se constatar que essa técnica nos fornece boa resposta. Contudo, houve alguma dificuldade na identificação das áreas desmatadas nas imagens dos anos de seca, pois a vegetação nestas condições, apresenta características visuais semelhantes às do solo exposto. Sendo assim, pode-se optar por testar outras composições de bandas espectrais, ou até mesmo a utilização de outros sensores, como CCD/CBERS2, que também são fornecidas gratuitamente pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A utilização de imagens Landsat demonstrou ser uma alternativa viável a esse tipo de estudo, visto que são disponibilizadas sem custo para os usuários, apesar de sua baixa precisão espacial, mas que pode ser complementado por trabalhos de campo.

6. Referências

Blaschke, T.; Glasser, C.; Lang, S. Processamento de Imagens num Ambiente Integrado

SIG/Sensoriamento Remoto – Tendências e Conseqüências. In: Blaschke, T.; Kux, H. (org)

Sensoriamento Remoto e SIG Avançados: Novos Sistemas Sensores; Métodos Avançados. São Paulo: Oficina de Textos, 2005. 286 p.

Macedo, Hudson de Azevedo; Silva, Agnaldo; Neves, Sandra Mara A. da Silva; Neves, Ronaldo José. Avaliação das queimadas no Pantanal do Paraguai na região de Corumbá e Ladário-MS no período de Maio de 2009. Anais 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Corumbá, 7-11 novembro 2009, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.452-459.

Mato Grosso do Sul. Plano de Recuperação do Assentamento 72. Secretaria do Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo. Campo Grande, 2008.

Santos, Jacinto Pereira; Veronese, Elizabeth Steagall Mariano; Machado, Oscar Domingos Bargamaschi. Análise multitemporal do desmatamento no assentamento Vale Verde, Gurupi, TO através do uso de imagens do sensor CCD do satélite CBERS2. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, 25-30 abril 2009, INPE, p. 2163-2168.

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