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Manual Elaboração Projeto de Pesquisa_CSTDI (1)

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES

MANUAL PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETO

DE PESQUISA PARA A REALIZAÇÃO DE

TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC

HOMERO JORGE MATOS DE CARVALHO

JOÃO PESSOA 2007

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 03

2. ELEMENTOS DO PROJETO DE PESQUISA ... 03

2.1 Delimitação do tema e formulação do problema ... 03

2.2 Hipóteses ... 08

2.3 Justificativas e relevância ... 09

2.4 Objetivos ... 10

2.4.1 Tipos de Objetivos ... 14

2.5 Metodologia (tipos de dados, métodos, técnicas e ferramentas) ... 15

2.5.1 Variáveis da pesquisa ... 15

2.5.2 Classificação das pesquisas científicas ... 16

2.6 Referencial teórico ... 23

2.7 Referências bibliográficas e bibliografia ... 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 26

SUGESTÃO DE BIBLIOGRAFIA ... 26

ANEXO 2: Ficha de elaboração de projeto de pesquisa ... 28 ANEXO 1: Padrão de formatação do TCC para o Curso de Design de Interiores do CEFET-PB ...

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1. INTRODUÇÃO

O projeto de pesquisa é o primeiro documento de formalização de uma pesquisa científica. Nele se estabelecem todas as informações necessárias para a sua consecução, estabelecendo o objeto ou problema a serem pesquisados, os motivos que justificam essa pesquisa, para que ela se destina, como e com quais instrumentos será realizada, além, claro, da base científica que a sustentará, ou seja, o referencial teórico produzido antes da sua realização.

Uma pesquisa sem planejamento estará condenada a desvios de rota, que podem onerá-la ou levá-la a resultados imprecisos ou incorretos, podendo, ainda, repercutir, em alguns casos, em risco à vida (humana, animal ou vegetal) e ao conhecimento até então produzido.

A sua construção depende essencialmente da experiência e do conhecimento teórico do pesquisador sobre a área de estudo. Por isso, os iniciantes necessitam da orientação e acompanhamento de pesquisadores mais experientes, que os auxiliem, especialmente, na identificação e formulação do problema de pesquisa e na definição dos métodos e técnicas de investigação.

O projeto de pesquisa deve está estruturado de maneira organizada e clara, para que possa ser acompanhado e verificado ao longo do seu desenvolvimento. Para tanto, sugere-se a seguinte estrutura organizacional, que será detalhada nos próximos itens:

„ Delimitação do tema e formulação do problema „ Hipóteses

„ Justificativas e relevância „ Objetivos

„ Metodologia (tipos de dados, métodos, técnicas e ferramentas) „ Referencial teórico

„ Cronograma

„ Referências bibliográficas

Sugere-se que o projeto seja iniciado com o preenchimento de um formulário-roteiro (ver Apêndice 1), em que os itens do projeto sejam escritos apenas em tópicos para, em seguida, serem desenvolvidos em um texto formal, devidamente estruturado.

Acrescenta-se a esta publicação, no Anexo 1, alguns projetos de pesquisa apresentados numa redação preliminar, utilizando o formulário citado, e em seguida, o projeto no formato final.

2. ELEMENTOS DO PROJETO DE PESQUISA 2.1 Delimitação do tema e formulação do problema

A primeira parte do projeto de pesquisa se destina a explicitar “o que” será pesquisado, que pode ser entendido como o objeto de pesquisa ou problema de pesquisa.

O primeiro passo deverá ser delimitar o tema a ser abordado pela pesquisa, contextualizando-o no universo científico em que a pesquisa estará inserida. Neste caso, delimitar significa restringir a pesquisa a limites atingíveis pelo pesquisador,

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dadas as condições que ele dispõe. Significa especificar, dentro de um universo amplo, parte do assunto a ser estudada com maior detalhe e profundidade. Trata-se de discutir o assunto, evidenciando os estudos realizados e o conhecimento produzido para, a partir daí, identificarem-se as lacunas que ainda persistem. Essas lacunas constituem os possíveis problemas de pesquisa, que poderão ser abordados em parte ou em sua totalidade pela pesquisa em questão, dependendo da disponibilidade de recursos (materiais e humanos), tempo, entre outros.

Severino (1996) orienta que

“esta etapa do trabalho pode-se iniciar com uma apresentação onde se coloca inicialmente a gênese do problema, ou seja, como o autor chegou a ele, explicitando-se os motivos mais relevantes que levaram à abordagem do assunto; em seguida, pode ser feita uma contraposição aos trabalhos que já versaram sobre o mesmo problema, elaborando-se uma espécie de estado da questão, inclusive mediante rápida referência à literatura relativa ao tema com base num balanço crítico da bibliografia, já feito nos estudos preparatórios. Passa-se então à etapa fundamental da colocação do problema pelo autor...”

Por ser o primeiro passo, a escolha do tema é, talvez, o passo mais importante para a elaboração do projeto de pesquisa. Por isso, as experiências do pesquisador com a realidade que o envolve e a análise do conhecimento produzido sobre o campo da ciência em que está inserido facilitarão a escolha do tema no qual ele se debruçará. Neste sentido, a observação é o principal recurso a ser utilizado, seja no contato com a realidade e os fenômenos que as formam, seja no estudo do conhecimento já produzido sobre um determinado tema, através da literatura especializada. Um bom pesquisador, antes de tudo, deve ser um bom observador.

Na escolha do tema devem ser considerados diversos fatores, sejam de ordem interna ou externa ao pesquisador. Quanto aos fatores internos, autores como Lakatos & Marconi (1992) sugerem que o pesquisador deverá:

„ Selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico;

„ Optar por um assunto compatível com as qualificações pessoais, em termos de background da formação universitária e pós-graduada;

„ Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa.

Quanto aos fatores externos, o pesquisador deverá considerar:

„ A disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada;

„ A existência de obras pertinentes ao assunto em número suficiente para o estudo global do tema;

„ A possibilidade de consultar especialistas da área, para uma orientação tanto na escolha da documentação específica quanto na análise e interpretação da mesma.

Para que fique claro ao pesquisador e aos que tomarem conhecimento da pesquisa em questão, é importante sintetizar e delimitar o tema a ser abordado em

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uma frase, que implica em distinguir o sujeito e o objeto da questão e especificar os limites da sua extensão, tanto do sujeito, quanto do objeto da pesquisa.

Neste contexto, o sujeito representa a realidade ou o universo de referência à pesquisa, constituído de objetos, fatos, fenômenos ou pessoas. Sobre ele espera-se apreendê-lo ou agir sobre ele. O objeto é o tema propriamente dito. Corresponde a aquilo que se deseja saber ou realizar a respeito do sujeito.

Tomemos os seguintes exemplos:

Organização do Trabalho Objeto Sujeito

Clima Urbano Sujeito Objeto

No primeiro exemplo, o sujeito é o trabalho, constituído por fenômenos (organização, atividades, segurança, relações interpessoais), pessoas (trabalhadores, gerentes, patrões), objetos (equipamentos, espaço físico) e fatos (acidentes, salário). No exemplo, o que se quer estudar a respeito do trabalho é a sua organização.

No segundo, entre os diversos aspectos (organização, política, moradia, infra-estrutura, espaço etc.) que envolvem o lugar geográfico denominado “urbe” (cidade), o clima (meteorológico) é o objeto a ser estudado.

Apenas a distinção do sujeito e do objeto nem sempre é suficiente para tornar a pesquisa possível de ser realizada, e o tema a ser estudado, compreensível. Assim, é necessário estabelecer limites para o objeto através de adjetivos explicativos ou restritivos, de complementos nominais de especificação e/ou da determinação de circunstâncias. Segundo Salvador (1981),

“pelos adjetivos explicativos, designam-se as qualidades, condições ou estados essenciais ao sujeito ou ao objeto. Ao contrário, pelos objetivos restritivos, indicam-se as qualidades, condições ou estados

acidentais do sujeito ou objeto. O adjetivo é um desdobramento das

partes constituintes de um ser, ao passo que o adjetivo restritivo ou acidental é um acréscimo arbitrário”.

Vejamos o exemplo:

Organização Social do Trabalho Objeto Adjetivo Sujeito

Explicativo

Organização Política do Trabalho Objeto Adjetivo Sujeito

Explicativo

O adjetivo restritivo limita o objeto a um determinado tempo ou espaço. Organização Atual do Trabalho

Objeto Adjetivo Sujeito Restritivo

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O complemento nominal especifica o sujeito, tornando- mais preciso. Organização Social do Trabalho de Produção Artesanal

Objeto Adjetivo Sujeito Complemento Explicativo

A determinação de circunstância poderá delimitar o sujeito e o objeto a um determinado lugar geográfico ou a um período cronológico: época, década, ano, período histórico, estação climática, entre outros.

Organização Social do Trabalho de Produção Artesanal Objeto Adjetivo Sujeito Complemento

Explicativo

durante a Idade Média na Europa Ocidental

Tempo Espaço

Circunstâncias Tomemos outros exemplos:

Possibilidades de resgate da literatura de cordel

Objeto Sujeito

no ensino fundamental e médio, nas escolas públicas da Paraíba

Circunstância Espaço

Interações físicas entre o clima e a forma urbana: Objeto Adjetivo Sujeito Sujeito

Explicativo

em uma cidade litorânea de clima quente e úmidono período de verão Circunstância de Espaço Circunstância

de Tempo

A delimitação do tema, como dito antes, indicará o problema a ser investigado e resolvido, mostrando a perspectiva sob a qual o tema será tratado. Isso indica que um mesmo tema possa ser tratado sob diferentes enfoques, que, por conseguinte, determinarão o desenvolvimento do trabalho. Faz-se, portanto, necessário definir o que é um “problema científico”.

É comum, em trabalhos de conclusão de cursos de graduação (TCC), particularmente nos cursos das áreas tecnológicas (engenharias, arquitetura, design de interiores etc.), alguns alunos optarem pela elaboração de projetos práticos de suas áreas de atuação, que não necessariamente são realizados através de uma pesquisa científica, embora se utilizem de meios e parâmetros cientificamente elaborados.

Assim, devemos distinguir os problemas científicos dos problemas de engenharia e de valor:

a) Problema científico

„ Indagam como são as coisas, suas causas e conseqüências; „ Envolve variáveis que podem ser testadas.

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b) Problema de engenharia

„ Indagam como as coisas podem ser feitas. c) Problema de valor

„ Indagam se uma coisa é boa, má, desejável, indesejável, certa ou errada, ou se é melhor ou pior do que outra;

„ Indagam se algo deve ou deveria ser feito.

O problema (científico) de pesquisa “é uma questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento.” (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). “É uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica ou prática para a qual deve ser encontrada uma solução.” (SALVADOR, 1981).

O problema científico pode ser de ordem prática, teórica ou metodológica. O de ordem prática requer uma solução que melhore o desempenho de um determinado sistema (mecânico, organizacional, político etc.); por exemplo, aqueles que levam à criação de vacinas, as estatísticas sobre intenções de voto numa eleição, à caracterização social de uma população etc. Estes problemas visam a:

„ Subsidiar determinada ação; „ Avaliação de ações ou programas;

„ Conseqüências de várias alternativas possíveis; „ Predição de acontecimentos.

Um problema de ordem teórica requer a melhoria ou formulação de conceitos, teorias ou modelos explicativos sobre determinado fenômeno. Serve para consolidar ou mesmo modificar completamente o conhecimento científico produzido sobre determinado tema. De pesquisas desse tipo surgiram as teorias sobre origem do universo e da vida na Terra, a teoria da relatividade, os conceitos de sustentabilidade, ecologia, ecodesign, desenho universal, entre outros. Visam a:

„ Exploração de um objeto pouco conhecido;

„ Determinar com maior especificidade as condições em que certos fenômenos ocorrem ou como podem ser influenciados por outros;

„ Testar uma teoria específica;

„ Descrição de determinado fenômeno.

O problema de ordem metodológica requer soluções para a melhoria dos procedimentos de investigação e de resolução de problemas práticos e teóricos. Daí são produzidos os métodos, técnicas e instrumentos de observação e de coleta, tratamento e análise de dados, como os métodos de avaliação de conforto térmico, acústico e lumínico, os métodos de observação do comportamento, e instrumentos como questionários, mapas cognitivos, imagens de satélite, entre outros.

A maioria dos autores de metodologia científica recomenda que o problema seja formulado como uma pergunta, uma questão. No entanto, em alguns casos isso não é possível, ou necessário, podendo apenas especificar uma situação, deficiência ou limitação do objeto a ser estudado, como é o caso de um TCC de caráter prático, que se destine à elaboração de um projeto de interiores em um determinado ambiente existente. Neste caso, o problema (ou problemas) seria uma

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deficiência detectada do ambiente, relativo, por exemplo, à circulação, ao lay-out, à iluminação etc.

Vejamos, então, alguns exemplos de problemas científicos, de engenharia e de valor, relacionados ao um dos temas apresentados anteriormente:

Tema: Interações físicas entre o clima e a forma urbana em uma cidade litorânea de clima quente e úmidono período de verão.

a) Problemas científicos:

„ Que contribuições os experimentos realizados em túneis aerodinâmicos podem oferecer ao estudo do comportamento térmico do ambiente urbano e à concepção do projeto urbanístico? (problema de ordem metodológica) „ Existe relação entre as áreas de estagnação do vento (identificadas nos

ensaios no túnel aerodinâmico) e os elementos da morfologia urbana: taxa de ocupação, índice de aproveitamento, distância em relação ao mar, fator de visão do céu e tipo de pavimento das vias? (problema de ordem teórica) „ Como se dão as correlações entre a temperatura do ar e as variáveis

climáticas: umidade relativa do ar, velocidade do vento, insolação e condição do céu, em ambientes urbanos fisicamente distintos? (problema

de ordem teórica)

„ Como se dão as correlações entre as variáveis climáticas mencionadas anteriormente e os elementos da morfologia urbana mencionados na segunda questão? (problema de ordem teórica)

b) Problema de engenharia:

„ Como a cidade pode ser projetada para que se possa minimizar as condições adversas da relação entre o clima e a urbanização?

c) Problema de valor:

„ Qual seria a paisagem mais bela para a orla marítima de João Pessoa: a atual ou a com edifícios mais altos?

Como esta publicação visa a auxiliar na elaboração de projeto de pesquisa para a elaboração de trabalhos de conclusão de curso, vale salientar que, neste caso, os problemas de engenharia são aceitos na academia, tomando-se, claro, procedimentos mais rigorosos quanto à sua definição, consecução e apresentação, assumindo um formato semelhante ao monográfico.

Em termos de redação, deve-se evitar neste momento o uso de citações, privilegiando-se a visão do pesquisador em relação ao tema e problema, com exceção de trabalhos teóricos, cujo problema está relacionado diretamente com literatura publicada, como a revisão, aplicação ou confirmação de um conceito ou de uma teoria existente.

2.2 Hipóteses

Outro elemento importante num projeto de pesquisa - mas nem sempre exigido, especialmente em TCCs - é a definição de hipóteses. Aqui não abordaremos esse item em detalhes, dada a complexidade das características que as hipóteses podem assumir em função do problema proposto. Limitaremos-nos a

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dizer que a hipótese é uma possível resposta ao problema a ser resolvido. Deverá ser investigada sistematicamente, através de métodos e técnicas específicas para a verificação da sua validação ou refutação.

É comum alguns pesquisadores julgarem uma pesquisa errada ou irrelevante quando uma ou mais hipóteses são refutadas. Ao contrário, se estas tiverem sido bem elaboradas, quando refutadas orientam para que futuras pesquisas não tomem o mesmo caminho, ou seja, na perspectiva de solucionar o problema, todas as respostas possíveis, as corretas e as equivocadas assumem o mesmo grau de importância.

Também é possível que as hipóteses sejam, ao final da investigação, relativisadas, ou seja, podem ser verdadeiras em alguns casos e inválidas para outros.

Vejamos as hipóteses formuladas para dois dos problemas científicos relacionados no exemplo mostrado no item anterior:

Problema 1

Como se dão as correlações entre a temperatura do ar e as variáveis climáticas: umidade relativa do ar, velocidade do vento, insolação e condição do céu, em ambientes urbanos fisicamente distintos?

Hipótese 1

O comportamento da temperatura do ar no ambiente urbano está condicionado à variação dos demais elementos climáticos - especialmente a radiação solar, a umidade relativa do ar e o vento -, que, ao interagirem entre si e com a forma urbana, se modificam ao longo do tempo, definindo o ritmo das variações da temperatura.

Problema 2

Como se dão as correlações entre as variáveis climáticas mencionadas anteriormente e os elementos da morfologia urbana mencionados na segunda questão?

Hipótese 2

Comparando duas porções urbanas com características morfológicas semelhantes, verifica-se que a situada numa área de estagnação do vento permanecerá com temperatura mais elevada do que a situada numa área ventilada.

Na pesquisa realizada por Carvalho (2006), para resolver os problemas exemplificados, a hipótese 1 foi confirmada e a 2 parcialmente confirmada, pois a influência do vento na variação da temperatura depende da sua velocidade, direção e origem, podendo, ora diminuir a temperatura, ora elevá-la, ou até mesmo, não exercer qualquer influência significativa.

2.3 Justificativas e relevância

As justificativas correspondem às razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa, sobretudo a

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relevância social e científica da pesquisa. Respondem “Por que?” se quer resolver determinado problema. Segundo Lakatos & Marconi (1992), deve enfatizar:

„ o estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema; „ as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:

• confirmação geral de teorias e conceitos • confirmação localizada de teorias e conceitos • especificação para casos particulares

• clarificação da teoria

• resolução de pontos obscuros

„ importância do tema do ponto de vista geral;

„ importância do tema para os casos particulares em questão;

„ possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto;

„ descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares.

As referidas autoras alertam que as justificativas não apresentam citações de outros autores.

“Quando se trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria, não se pretende explicitar o referencial teórico que se irá adotar, mas apenas ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria.” (LAKATOS & MARCONI,1992).

Não cabe nas justificativas, argumentos de ordem pessoal e de reafirmação de condições pré-estabelecidas, como:

“O desenvolvimento desta pesquisa visa a contribuir para o aprofundamento do conhecimento do autor sobre o tema em questão”.

“Esta pesquisa demonstrará a importância da atuação do designer de interiores para a melhoria do desempenho do ambiente interior”.

Portanto, as justificativas devem se restringir à relevância da resolução do problema em si.

2.4 Objetivos

Os objetivos devem responder “Para que?” se está fazendo a pesquisa (resolvendo determinados problemas). Deve dizer o que se pretende atingir com a pesquisa, cuidando para não confundir com o “Como?” que será feito para atingi-los.

O objetivo resgata o problema da pesquisa e indica a escolha dos percursos metodológicos a serem seguidos, norteando a escolha de métodos e técnicas de pesquisa a serem utilizados. Daí o risco de se confundir objetivo com procedimento de pesquisa.

Devem ser reais e atingíveis dentro das possibilidades existentes (tempo, recursos, limites intelectuais do pesquisador etc.).

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Na sua redação, são iniciados por verbos no infinitivo, classificados a partir de estágios cognitivos (SANTOS, 1999; COSTA & COSTA, 2001). Alguns verbos se assemelham e assumem diferentes significados, podendo ser utilizados em diferentes estágios, o que pode trazer dificuldades na elaboração dos objetivos, por isso, conhecer o significado de cada um deles é imprescindível.

Santos (1999) e Costa & Costa (2001) classificaram alguns verbos a partir dos seguintes estágios:

a) Estágio de conhecimento – “baseado na memorização, no armazenamento de informações. Comporta vários graus de complexidade, desde uma simples informação isolada, como uma data ou um nome, até o conhecimento de uma teoria ou estrutura. O que se deseja é a lembrança ou a retenção da informação apropriada” (COSTA & COSTA, 2001).

Neste estágio podem ser utilizados os seguintes verbos: apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar, (entre outros).

Exemplos:

„ “Apontar as causas dos sintomas da enxaqueca”.

„ “Citar os efeitos do paracetamol no tratamento de enxaqueca”.

„ “Classificar os métodos de pesquisa utilizados nos estudos de avaliação de

impacto ambiental”.

„ “Conhecer as técnicas de observação e de levantamento de dados em

avaliação de impacto ambiental”.

„ “Conhecer os conceitos relacionados à produção de construções

sustentáveis”.

„ “Definir os critérios de avaliação de desempenho da edificação”. „ “Descrever o processo de produção artesanal da renda renascença”. „ “Identificar as etapas de produção da cozinha do refeitório do CEFET-PB”. „ “Reconhecer as características geomorfológicas da bacia do rio Gramame”. „ “Relatar os procedimentos de montagem da estrutura metálica da

edificação”.

b) Estágio de compreensão - “baseado no entendimento. Inclui a translação (passagem de uma mensagem de uma linguagem para outra), a interpretação (envolve o entendimento de interpelação das partes ou estrutura da mensagem) e a extrapolação (envolve predição de conseqüências da mensagem)” (COSTA & COSTA, 2001).

Neste estágio podem ser utilizados os seguintes verbos: compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar, entre outros.

Exemplos:

„ “Compreender os motivos da não ocorrência de LER entre as rendeiras de

bilro”.

„ “Concluir sobre a importância do desenvolvimento sustentável para o

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„ “Deduzir sobre as causas da epidemia de AIDS na África”. „ “Demonstrar o modelo matemático para o cálculo de acústica”.

„ “Determinar os índices de controle dos experimentos para análise biológica

de plantas medicinais”.

„ “Diferenciar os conceitos de arquitetura vernacular, arquitetura sustentável

e arquitetura bioclimática”.

„ “Discutir o processo de migração no Brasil sob a ótica da globalização

econômica”.

„ “Interpretar os códigos de linguagem utilizados na comunicação entre

controladores de usinas nucleares”.

„ “Localizar as regiões com potencial para o plantio de matéria-prima para a

produção de biocombustíveis”.

„ “Reafirmar o conceito de sustentabilidade através da teoria dos sistemas

complexos”.

c) Estágio de aplicação – “Envolve a utilização dos conteúdos dos níveis de conhecimento e compreensão. Refere-se à capacidade de utilizar um material (conteúdo) apreendido em situações novas e concretas” (COSTA & COSTA, 2001).

Neste estágio podem ser utilizados os seguintes verbos: Aplicar, Desenvolver, Empregar, Esboçar, Estruturar, Interpretar, Operar, Organizar, Praticar, Selecionar, Traçar.

Exemplos:

„ “Aplicar a metodologia de análise ergonômica do trabalho em uma fábrica

de calçados”.

„ “Desenvolver procedimento de avaliação da edificação, aplicando os

critérios de ecoeficiência dos materiais utilizados em sua produção”.

„ “Empregar a o conceito de ecodesign na avaliação de desempenho da

edificação”.

„ “Estruturar um sistema de monitoramento da produção agrícola da cultura

do arroz”.

„ “Organizar um banco de dados sobre a produção científica relativa ao

campo da semiótica”.

„ “Praticar a utilização de técnicas de observação do comportamento de

usuários de espaços públicos”.

„ “Selecionar os elementos iconográficos que caracterizem a Cultura Maia”. „ “Traçar o perfil do consumidor de produtos de informática”.

d) Estágio de análise – “envolve o desdobramento do material em suas partes consecutivas, a percepção de suas inter-relações e os modos de organização” (COSTA & COSTA, 2001).

Analisar, Comparar, Criticar, Debater, Diferenciar, Discriminar, Examinar, Investigar, Provar.

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Exemplos:

„ “Analisar o processo construtivo no subsetor de edificações da construção

civil”.

„ “Analisar as interações entre a forma urbana e o clima”.

„ “Comparar diferentes modelos de ocupação do solo urbano em relação à

ventilação intra-urbana”.

„ “Criticar a obra literária de Ariano Suassuna luz enquanto literatura

regionalista”.

„ “Debater sobre a aplicação a aplicação da geral dos sistemas no estudo do

clima urbano”.

„ “Diferenciar os conceitos de construção ecológica e construção

sustentável”.

„ “Discriminar os elementos que compõem ecossistema das tartarugas

marinhas”.

„ “Examinar o rigor técnico do laudos periciais de avaliação das condições de

trabalho dos operários da construção civil”.

„ “Investigar as causas de acidentes de trabalhos e problemas de saúde

ocupacional nas cozinhas industriais”.

„ “Provar a redução da cobertura vegetal no ambiente urbano provoca o

aumento da temperatura do ar”.

e) Estágio de síntese – “Envolve a organização de conteúdos trabalhados nos níveis de conhecimento, compreensão, aplicação e análise. Capacidade de combinar as partes para formar um todo. Neste nível deseja-se a projeção e criação de um produto original, a partir dos assuntos abordados” (COSTA & COSTA, 2001).

Compor, Construir, Documentar, Especificar, Esquematizar, Formular, Produzir, Propor, Reunir, Sintetizar.

Exemplos:

„ “Compor um modelo teórico que explique as ação dos movimentos da

mares no processo de erosão das falésias do litoral nordestino”.

„ “Construir ”.

„ “Documentar as reportagens jornalísticas sobre a ditadura militar no Brasil

produzida na década de 1960”.

„ “Especificar os parâmetros necessários à avaliação de impacto ambiental

na construção de edifícios”.

„ “Esquematizar as relações entre as variáveis que explicam os mecanismos

de trocas térmicas entre a edificação e o ambiente”.

„ “Formular um teorema explicativo do balanço energético da edificação”. „ “Produzir uma ferramenta computacional para a análise espacial de

parques fabris”.

„ “Propor um novo conceito para a relação indivíduo-ambiente físico”. „ “Reunir os métodos e técnicas de investigação em psicologia ambiental”. „ “Sintetizar os conceitos relacionados à teoria do conhecimento”.

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f) Estágio de avaliação – “É o nível de maior complexidade, pois implica atividades de julgamento, isto é: uso de critérios e de padrões que permitam apreciar o grau de precisão, efetividade, economia ou suficiência de pormenores. Neste nível, o aluno apresenta seu ponto de vista, o seu julgamento particular sobre o assunto tratado. Capacidade de julgar o valor de um material (conteúdo) com um dado propósito” (COSTA & COSTA, 2001). Argumentar, Avaliar, Contrastar, Decidir, Escolher, Estimar, Julgar, Medir, Selecionar.

Exemplos:

„ “Argumentar sobre a eficácia da teoria da complexidade no estudo das

relações de trabalho”.

„ “Avaliar o desempenho térmico das salas de aula do CEFET-PB”.

„ “Avaliar o desempenho de materiais ecológicos na construção de

edificações na cidade de João Pessoa”.

„ “Contrastar a eficácia dos materiais ecológicos e tradicionais quanto ao

consumo energético em sua produção”.

„ “Decidir sobre a tecnologia mais adequada para a construção de habitações

sociais no interior da Paraíba”.

„ “Escolher os pontos representativos da malha urbana de João Pessoa para

se fazer medições microclimáticas”.

„ “Estimar os impactos do aumento da densidade populacional no trânsito da

Orla Marítima de João Pessoa”.

„ “Medir os efeitos do aumento de vias pavimentadas com asfalto na

eficiência do sistema de drenagem da cidade”.

„ “Selecionar, no mercado de João Pessoa, os materiais adequados à

produção de edificações sustentáveis”.

2.4.1 Tipos de Objetivos

Gerais – definem o que se pretende alcançar com a realização da pesquisa. É mais amplo, a questão principal da pesquisa.

Específicos – estão relacionados à questão principal e definem aspectos mais específicos, que contribuem para alcançar o objetivo geral.

Tomemos o exemplo de Santos (1999):

Objetivo Geral – Analisar se o limão é eficaz no combate aos resfriados.

Para definir os objetivos específicos, o autor sugere que sejam definidos alguns aspectos componentes do problema da pesquisa, tais como:

“O vírus do resfriado”

“Os componentes químicos do limão”

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A esses aspectos associam-se verbos de ação, gerando os objetivos específicos. Vejamos:

“Examinar o vírus do resfriado”.

“Identificar os componentes químicos do limão”.

“Avaliar as reações do resfriado aos componentes químicos do limão”.

Os objetivos específicos devem ser testados, verificando-se se são suficientes para se atingir a solução do problema. Um caminho eficaz para se fazer essa verificação é completar os objetivos respondendo a pergunta “para quê?”. Por exemplo:

“Examinar o vírus do resfriado para identificar elementos em sua estrutura

que possam ser vulneráveis aos componentes químicos do limão”.

“Identificar os componentes químicos do limão para avaliar quais destes

podem neutralizar o vírus do resfriado”.

“Avaliar as reações do resfriado aos componentes químicos do limão para se

elaborar uma dosagem adequado ao tratamento do resfriado”.

Essa complementação não é exigida, mas torna mais clara a explicitação dos objetivos, especialmente para os iniciantes.

2.5 Metodologia (tipos de dados, métodos, técnicas e ferramentas)

A metodologia descreve “Como?”, “Quando?”, Com o que?” será realizada a pesquisa, identificando os métodos, técnicas e instrumentos de pesquisa que serão utilizados em sua consecução. Define o percurso a ser seguido, que, se for mal definido, poderá levar o pesquisador a resultados falsos.

Está diretamente relacionada aos objetivos do trabalho, devendo, para cada um deles, se estabelecerem o(s) método(s), técnica(s) e instrumento(s) mais adequados.

A metodologia deverá organizar em etapas cronológicas as atividades de pesquisa a serem desenvolvidas, otimizando-se o tempo e os recursos disponíveis.

Para a elaboração da metodologia é necessário, antes de tudo, definir as variáveis a serem observadas (ou controladas) na pesquisa, a partir do que serão definidos os dados a serem coletados e suas fontes.

2.5.1 Variáveis da pesquisa

As variáveis referem-se às propriedades do objeto a ser estudado, que o caracterizam e que podem assumir diferentes valores. Estas se distinguem em três tipos, segundo Bravo (1976 apud RUDIO, 1986):

a) Variáveis gerais – “referem-se à realidade, mas não são ainda imediatamente empíricas e mensuráveis (p.ex.: separar, por suas características, os alunos de uma sala de aula)”;

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b) Variáveis intermediárias – “mais concretas e mais perto da realidade do que as anteriores (p.ex.: separar, por características físicas, os alunos de uma sala de aula)” e;

c) Variáveis empíricas ou indicadoras – “que representam aspectos da realidade, diretamente mensuráveis e observáveis (p.ex.:, separar os alunos por

sexo, colocando os indivíduos masculinos de um lado e os femininos do outro).”

Na pesquisa científica, as variáveis são normalmente classificadas em dependentes e independentes, tendo em vista as relações que se guardam entre elas. As variáveis independentes influenciam e/ou determinam o comportamento da variável dependente. Grosso modo, a primeira assume o papel de causador (causa) e a segunda de efeito. Segundo Rudio (1986), entre essas duas variáveis pode surgir a variável intermediária ou interveniente, que poderá causar efeito na relação da variável independente com a dependente.

Por exemplo, num ambiente, a temperatura do ar (variável dependente) poderá ter relação com diversas variáveis dependentes, (carga térmica dos equipamentos, umidade relativa do ar, velocidade do vento, carga térmica produzida pelas pessoas etc.). Na relação da temperatura com a umidade relativa do ar, a velocidade do vento pode exercer o papel de variável interveniente, causando o efeito evaporativo, retirando do ar as partículas de água mais aquecidas, substituindo-as por outras mais frias, em conseqüência, diminuindo a temperatura do ar.

Dependendo do contexto, as variáveis podem assumir ora o papel de variável independente, ora de dependente. Por exemplo, a elevação da umidade (variável independente) reduz a temperatura do ar (variável dependente). O aumento da temperatura do ar (variável independente) reduz a produtividade dos operários (variável dependente).

A definição das variáveis é imprescindível para se definirem os dados que as compõe e o procedimento (métodos, técnicas e instrumentos) que serão utilizados na sua coleta, observação, registro, tratamento, descrição e análise. Os dados são normalmente classificados em primários e secundários. Os primários são os obtidos pelo pesquisador em fontes diretas, sem tratamento. Por exemplo, as dimensões físicas de um ambiente, a temperatura, a umidade, o lay-out, as atividades etc. Os dados secundários são aqueles extraídos de fontes indiretas, como livros, revistas, documentos etc., que passaram por algum tratamento e análise.

2.5.2 Classificação das pesquisas científicas

Com base nessas informações, no problema a ser estudado e nos objetivos propostos, passa-se a definir os métodos de pesquisa a serem utilizados. Estes podem ser classificados segundo diversos princípios, como mostra o Quadro 1.

a) Segundo a abordagem

Quanto à abordagem1, os métodos se classificam em indutivo e dedutivo, que se baseiam em premissas, ou seja, em conhecimentos ou regras previamente estabelecidas, a partir das quais podem ser extraídas novas conclusões.

1 Para obter mais informações sobre os métodos segundo a abordagem consultar Lakatos & Marconi

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Quadro 1: Classificação dos métodos de pesquisa. Segundo a abordagem Segundo os objetivos gerais Segundo os procedimentos de coleta Segundo as fontes de informação Segundo a natureza dos dados „ Indutivo „ Dedutivo „ Hipotético-dedutivo „ Dialético „ Exploratório „ Descritivo „ Explicativo „ Bibliográfica „ Documental „ Experimental „ Ex-post facto „ Levantamento „ Estudo de campo „ Estudo de caso „ Pesquisa-ação „ Campo „ Laboratório „ Bibliográfica „ Documental „ Quantitativa „ Qualitativa

Fonte: Adaptado de Gonsalves (2005), Gil (2002) e de Lakatos & Marconi (1991).

Como afirmam Lakatos & Marconi (1991),

“Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam”.

Exemplos citados pelas autoras:

O corvo 1 é negro. O corvo 2 é negro. O corvo 3 é negro. O corvo n é negro. (todo) corvo é negro. Cobre conduz energia. Zinco conduz energia.

Cobalto conduz energia.

Ora, cobre, zinco e cobalto são metais. Logo (todo) metal conduz energia.

Segundo Salmon (1978 apud Lakatos & Marconi (1991), o método dedutivo se difere do indutivo por duas características:

DEDUTIVOS INDUTIVOS I. Se todas as premissas são

verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira.

I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

II. Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.

II. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.

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Sobre essas diferenças Lakatos & Marconi (1991) escrevem:

Característica I. “No argumento dedutivo, para que a conclusão

‘todos os cães têm um coração’ fosse falsa, uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas: ou nem todos os cães são mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração. Por outro lado, no argumento indutivo é possível que a premissa seja verdadeira e a comclusão falsa: o fato de não ter, até o presente, encontrado um cão sem coração, não é garantia de que todos os cães tenham um coração”.

Característica II. “Quando a conclusão do argumento dedutivo

afirma que todos os cães têm um coração, está dizendo alguma coisa que, na verdade, já tinha sido dita nas premissas; portanto, como todo argumento dedutivo, reformula ou enuncia de modo explícito a informação já contida nas premissas. Dessa forma, se a conclusão, a rigor, não diz mais que as premissas, ela tem de ser verdadeira se as premissas o forem. Por sua vez, no argumento indutivo, a premissa refere-se apenas aos cães já observados, ao passo que a conclusão diz respeito a cães ainda não observados; portanto, a conclusão pode ser falsa – pois pode ser falso o conteúdo adicional que encerra -, mesmo que a premissa seja verdadeira”.

“Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas: o dedutivo tem o propósito de explicitar o conteúdo das premissas; o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos. Analisando isso sob outro enfoque, diríamos que os argumentos dedutivos ou estão corretos ou incorretos, ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão ou, quando a forma é logicamente incorreta, não a sustentam de forma alguma; portanto, não há graduações intermediárias. Contrariamente, os argumentos indutivos admitem diferentes graus de força, dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão. Resumindo, os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas, com sacrifício da precisão, ao passo que os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a ‘certeza’”.

Estes dois métodos de abordagem constituíram duas escolas: empirismo e racionalismo. Ambas buscam o alcance da verdade, porém, partindo de pontos distintos. Para Lakatos & Marconi (1991), no empirismo o princípio são os sentidos, a natureza, livro aberto onde todos podem ler; para o racionalismo, a veracidade de Deus, que não pode enganar e que deu ao homem a intuição e a razão.

Lakatos & Marconi (1991) concluem dizendo que

“a indução afirma que em primeiro lugar vem a observação dos fatos particulares e depois as hipóteses a confirmar; a dedução, como veremos no método hipotético – dedutivo, defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema e da conjectura, que serão testados pela observação e experimentação. Há, portanto, uma inversão de procedimentos”.

No método hipotético-dedutivo parte-se, em geral, de um conhecimento prévio, teorias existentes, em que se observam lacunas, contradições ou problema que mereça ser resolvido. Para esses problemas são geradas possíveis conjecturas, soluções ou hipóteses. As essas hipóteses são aplicados testes para se eliminar possíveis erros, evitando-se soluções imprecisas sobre o problema e provar a sua

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veracidade, para, só então, se chegar ao resultado final, que corresponde à complementação e ao esclarecimento da teoria.

Este é o método mais utilizado nos dias atuais, especialmente nos trabalhos de conclusão de curso de caráter científico. Os trabalhos práticos, embora não sejam científicos, enquadram-se no método indutivo (empírico).

O método dialético é utilizado com maior freqüência por pesquisadores da área de Ciências Sociais. O método dialético está baseado em quatro leis fundamentais, cujos detalhes podem ser conhecidos em Lakatos & Marconi (1991):

• ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”;

• mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”; • passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa; • interpretação dos contrários, contradição ou luta dos contrários.

b) Segundo os objetivos gerais

Quanto aos objetivos gerais, as pesquisas podem ser classificadas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. Dependendo da complexidade do problema, há pesquisas que passam por estes três estágios.

Segundo Gil (2002), as pesquisas exploratórias “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. Trata-se do estágio inicial de grande parte das pesquisas, indispensável para uma delimitação do tema e formulação mais precisa do problema.

Neste tipo de pesquisa a observação é o principal método a ser utilizado, seja no contato com a realidade e os fenômenos que as formam, seja no estudo do conhecimento já produzido sobre um determinado tema, através da literatura especializada. Quanto aos procedimentos de coleta de dados, enquadram-se na observação os tipos de pesquisa: levantamento (através de entrevistas, medições preliminares, fotografias etc.), pesquisa bibliográfica e documental, podendo chegar a um estudo de caso.

Rudio (1986) classifica a observação em três categorias: observação

assistemática, observação sistemática e observação documental. A primeira,

também conhecida como ocasional, simples ou não estruturada, é a que se realiza sem planejamento e sem controle anteriormente elaborados, como decorrência de fenômenos que surgem de imprevisto. O autor diz que, embora imprevisto, não significa que o acontecimento ocorra de repente, sem nenhuma previsão do pesquisador. Pode também indicar que

“o acontecimento era esperado, desconhecendo-se, no entanto, em grau maior ou menor, o momento em que havia de surgir. Caracteriza a observação assistemática o fato de o conhecimento ser obtido através de uma experiência casual, sem que se tenha determinado de antemão quase os aspectos relevantes a serem observados e que meios utilizar para observá-los: isto vai depender da iniciativa do observador, enquanto está atento ao que acontece. Neste caso, há duas situações possíveis: a) o observador é não-participante: aparece como um elemento que “vê de fora. (...) b) o observador é participante, faz parte da situação e nela desempenha uma função, um papel.”

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A observação sistemática, também chamada de planejada, estruturada ou controlada, “é a que se realiza em condições controladas para se responder a propósitos, que foram anteriormente definidos. Requer planejamento e necessita de operações específicas para o seu desenvolvimento” (RUDIO, 1986).

Rudio (1986) diz ainda que

“em qualquer processo de observação sistemática, devemos considerar os seguintes elementos: a) por que observar (referindo-se ao planejamento e registro da observação)?; b) para que observar ( objetivos da observação, definidos pelo interesse da pesquisa)?; c) como observar (instrumentos que utiliza para a observação)?; o que observar (...)?”.

Isso indica, ainda segundo o referido autor, que a observação:

a) “deve ser planejada, mostrando-se com precisão como deve ser feita, que dados registrar e como registrá-los;

b) tem como verificar as hipóteses que foram enunciadas para a pesquisa” (RUDIO, 1986).

Por fim, a observação documental refere-se à literatura existente sobre o tema que se está estudando. Seria a observação do registro do que já fôra observado por outros pesquisadores.

As pesquisas descritivas “têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2002). Neste caso, o nível de aprofundamento das observações é maior e mais sistemático, utilizando-se de ferramentas padronizadas e elaboradas para os fins desejados, como planilhas, questionários etc. Portanto, a coleta de dados é feita essencialmente através de levantamentos.

As pesquisas explicativas, por sua vez, são mais profundas que as outras duas, e normalmente é precedida pela descritiva, para que se tenha a descrição fiel e detalhada dos fenômenos estudados. Objetiva identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.

Para a coleta de dados, as pesquisas explicativas se pautam essencialmente dos métodos experimentais (predominantemente nas ciências naturais) e dos observacionais (predominantemente nas ciências sociais), com suas variações e combinações, conforme a necessidade da pesquisa.

c) Segundo os procedimentos de coleta de coleta de dados e fontes de informação

Agora passemos a tecer breves definições e comentários sobre os métodos de coleta de dados, alguns destes já mencionados anteriormente.

• Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica, como pôde ser observado nas seções anteriores, é a essência da pesquisa exploratória. Serve para conhecer os estado da arte sobre determinado conhecimento ou campo científico, auxilia na formulação do problema

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de pesquisa e é Indispensável para se construir o referencial teórico do trabalho, no qual se pautaram as análises dos dados coletados na pesquisa e as suas conclusões.

As fontes de pesquisa bibliográfica (fontes secundárias) são livros, publicações periódicas e impressos diversos, constituídos de análise realizada pelos autores. Deve-se evitar publicações não indexadas e sites de internet pouco confiáveis.

• Documental

A pesquisa documental tem fim e características semelhantes à pesquisa bibliográfica, mas o material pesquisado ainda não passou por tratamento analítico ou foi apenas parcialmente analisado. Pode se dar através de fontes de primeira mão (fontes primárias), como documentos de arquivos de órgãos públicos e instituições privadas: cartas, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc., ou fontes de segunda mão: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatíticas etc.

• Experimental

Consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

Gil (2002) diz que a pesquisa experimental, ao contrário do que faz supor, não precisa ser realizada em laboratório. Pode ser desenvolvida em qualquer lugar, desde que apresente as seguintes propriedades:

ƒ “manipulação: o pesquisador precisa fazer alguma coisa para

manipular pelo menos uma das características dos elementos estudados;

ƒ controle: o pesquisador precisa introduzir um ou mais controles na situação experimental, sobretudo criando um grupo de controle;

ƒ distribuição aleatória: a designação dos elementos para participar

dos grupos experimentais e de controle deve ser feita aleatoriamente”.

• Ex-post facto (a partir do fato passado)

Nesse tipo de pesquisa, o estudo é realizado após a ocorrência de variações na variável dependente no curso natural dos acontecimentos. Neste caso, o pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu. As conclusões não garantem relações do tipo causa-efeito.

Um tipo bastante conhecido de pesquisa realizada em Arquitetura e Design de interiores e que enquadra este método é o de Avaliação Pós-Ocupação (APO).

• Levantamento

Este tipo de pesquisa visa, a partir de uma amostra, colher informações de um determinado grupo de pessoas sobre o problema estudado. Quando essas

(22)

informações não se restringem a uma amostra, levantando informações de todo o universo pesquisado, é considerado um censo. Trata-se de um método bastante utilizado na pesquisa social.

Nas pesquisas em Arquitetura, Engenharia e Design de Interiores, o levantamento assume outra conotação, pois se destina à obtenção de informações relativas às variáveis que estão sendo observadas, através de medições, fotografias e outros recursos.

• Estudo de campo

O levantamento tem maior alcance e o estudo de campo, maior profundidade. Procura aprofundar as questões propostas ao invés de verificar a distribuição das características da população segundo determinadas variáveis. Utilizam-se de métodos e técnicas de entrevista, observação direta, explicações e interpretações, conjugados com outros métodos e técnicas.

Neste tipo de pesquisa, ao contrário do levantamento, a presença do pesquisador é imprescindível, assegurando que este tenha uma experiência direta com a realidade que está estudando. No levantamento, é comum contratarem-se pessoas para apenas levantar os dados, através da aplicação de questionários, medições etc., sem que haja a necessidade da pessoa que tratará e analisará os dados coletados (o pesquisador).

• Estudo de caso

Corresponde a um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

Os resultados obtidos ficam em aberto, na condição de hipótese, visto que se limitam ao caso estudado, sem que possam ser feitas generalizações.

É normalmente usado para estudar um fenômeno dentro de uma realidade, onde o limite entre os dois ainda não é bem conhecido.

O estudo de caso se aplica aos seguintes propósitos:

„ Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;

„ Preservar o caráter unitário do objeto estudado;

„ Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação;

„ Formular hipóteses ou desenvolver teorias; e

„ Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

• Pesquisa-ação

Embora ainda tenham sido pouco utilizados, outros métodos têm apresentado resultados satisfatórios em alguns campos de pesquisa, a exemplo da pesquisa-ação. Thiollent (1985 apud Gil, 2002) define a pesquisa-ação como

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“...um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”.

d) Segundo as fontes de dados

Os dados necessários ao desenvolvimento da pesquisa podem ser obtidos de diversas fontes, conforme a sua natureza. Os dados a serem obtidos através da pesquisa bibliográfica e documental, obviamente são obtidos de fontes documentais (fontes primárias) e fontes bibliográficas (fontes secundárias)

e) Segundo a natureza dos dados

Os dados a serem pesquisados podem ser de natureza quantitativa ou qualitativa. O primeiro refere-se aos que podem ser mensurados e tratados matemática e estatisticamente. Dão idéia da dimensão do objeto investigado, como tamanho de uma população, dimensões de um ambiente e de suas variáveis ambientais (temperatura, umidade, ruído, iluminância), nível de satisfação de uma população em relação à determinada variável etc.

Os dados qualitativos descrevem características e qualidades a respeito do objeto pesquisado, que podem ser emitidas pelo pesquisador ou por um grupo de pessoas submetidas a entrevistas, sem a necessidade de se saber, por exemplo, quantas pessoas emitem a mesma opinião ou qualifica o objeto de uma determinada maneira.

2.6 Referencial teórico

O referencial teórico estabelece as referências que o pesquisador utilizará para o desenvolvimento da pesquisa, auxiliando-o na escolha dos métodos e instrumentos de pesquisa, na conceituação das variáveis e categorias utilizadas na pesquisa, na identificação das possíveis divergências existentes entre esses conceitos, no seu posicionamento das divergências encontradas e na seleção dos parâmetros técnicos e normativos a serem utilizados na análise dos dados e do fenômeno.

O referencial teórico também apresenta resultados de estudos semelhantes realizados anteriormente, que servirão, tanto para a orientação da nova pesquisa, quanto para a confirmação, revisão ou até mesmo confirmação de um conceito ou teoria.

No caso dos TCCs práticos em Design de Interiores ou Arquitetura, acrescenta-se a este referencial a apresentação de resultados de projetos de referência, ou seja, projetos de arquitetura ou de design de interiores executados, a partir dos quais possam ser extraídas soluções técnicas adequadas ao objeto em estudo, ou mesmo, identificação de soluções equivocadas que possam ser evitadas no novo projeto.

(24)

A redação do referencial teórico deve ser organizada em subitens de acordo com os diversos assuntos, categorias ou parâmetros utilizados. De maneira organizada e de fácil compreensão pelo leitor.

A maneira básica de se escrever a o referencial é através de sentenças afirmativas, em que se apresentam as definições e conceitos das variáveis e categorias, na maior parte das vezes através de citações, que podem ser diretas ou indiretas. Nas citações diretas o pesquisador inicia a sentença se referindo diretamente ao autor da informação citada, utilizando o seu último sobrenome, em letras minúsculas, seguido do ano da publicação e da página de onde foi extraída a informação, entre parênteses. Por exemplo:

Nas citações indiretas o autor da informação citada é apresentado ao final da sentença, entre parênteses, em letras maiúsculas, seguido do ano da publicação e da página.

Essas citações podem ser, também, apresentadas na forma original, transcritas sem qualquer alteração do texto do autor da informação, ou numa nova redação. No primeiro caso, o texto deverá ser apresentado entre aspas. E quando tiver mais de três linhas, deverá ser destacado do parágrafo, recuando-o em relação à tabulação padrão do texto em 5cm e com letras menores. No caso de uma nova redação, deve-se atentar para a fidelidade em relação à idéia do autor, para que não se atribuam ao autor, e publiquem, uma informação errada.

Segundo Oke (1982), Luke Howard, em 1833, foi o primeiro a observar que as temperaturas do ar são freqüentemente mais altas na cidade do que no seu entorno não urbanizado.

Os estudos sobre clima urbano iniciaram-se através de análises comparativas entre o ambiente urbano e o rural, a partir do que foram sendo identificados os tipos de transformações que provocam as mudanças climáticas que distinguem esses dois ambientes. Muitos autores se debruçaram sobre essas investigações em várias partes do mundo, entre os quais se destacam Davenport (1965), Detwylwer (1974), Monteiro (1975), Chandler (1976), Koenisberger (1997), Landsberg (1981) e Oke (1978, 1981 e 1982).

O conceito da ilha de calor se limita, dentro de uma visão sistêmica, a compreender o fenômeno meteorológico e sua modelagem, observando e analisando os processos de transformação de energia a partir da interação entre o ar atmosférico e o ambiente urbano construído. (ASSIS, 1990).

“Ao nível da explicação, ou da gênese dos climas zonais, busca-se estudar a circulação geral da atmosfera, caracterizando os grandes movimentos ondulatórios, quer sejam dos ventos de oeste ou dos ventos Alísios” (MAGALHÃES & COSTA, 2001).

(25)

As demais regras de citação devem seguir a norma brasileira NBR 10520/2001, que trata da apresentação de citação em documentos.

Na redação do referencial teórico é importante, especialmente para os iniciantes, que se elabore um sumário preliminar dos itens que serão tratados nesta parte do projeto. Esse sumário deve ser discutido com o orientador, que, teoricamente, tem maior capacidade de delimitar o conteúdo e instruir o aluno sobre o que este escrever. Isso o auxiliará na seleção do material a ser estudado na pesquisa bibliográfica e documental e na própria redação, sem que se perca o foco da pesquisa.

Muitas vezes se confundem a descrição histórica de uma dada realidade com o referencial teórico. Por exemplo, para se projetar o interior de um hospital, não cabe no referencial teórico descrever detalhadamente a história da medicina e a origem dos hospitais. Neste caso, interessam apenas alguns aspectos relacionados às mudanças (ao longo do tempo) do ambiente hospitalar quanto ao espaço físico, os parâmetros técnicos e normativos sobre o projeto de hospitais (internacionais, nacionais, estaduais e municipais) e outros parâmetros relacionados a aspectos específicos que possam dar suporte ao projeto, como estudo de lay-out e fluxos, ergonomia, conforto ambiental etc. Cabe ainda, referenciar projetos de outros hospitais com características semelhantes, do que podem ser extraídas soluções adequadas ao novo projeto, ou até mesmo, falhas que possam ser evitadas.

2.7 Referências bibliográficas e bibliografia

Nas referências bibliográficas são discriminadas as fontes bibliográficas e documentais citadas no projeto de pesquisa. Há quem acrescente ao projeto, a

Essas características são designadas pelo termo albedo, que representa a quantidade de energia radiante refletida pela superfície. Romero (2000), citando Lynch (1980), diz que “se o solo possui um albedo baixo e uma condutibilidade alta, o microclima resultante é suave e estável, uma vez que o excesso de calor é absorvido e armazenado rapidamente e, quando as temperaturas diminuem, é rapidamente devolvido”.

A velocidade do vento necessária para dispersar a ilha de calor ainda foi pouco estudada, podendo variar de acordo com a rugosidade da superfície, com a porosidade da estrutura urbana e com a intensidade da ilha de calor. Spirn (1995) afirma que

“uma brisa desloca a ilha de calor a favor do vento; um vendaval pode dispersá-la inteiramente. A velocidade do vento requerida para dispersar uma ilha de calor varia de cidade para cidade; Londres requer uma velocidade de 12m/s, enquanto Reading, na Inglaterra, com população de 120 mil pessoas, requer apenas um vento de 4,7 m/s. Sob nebulosidade, menor radiação solar atinge o solo, e a ilha de calor é, desta forma, menos pronunciada. Sob condições de inversão térmica, quando a atmosfera é estável e o calor não consegue se dispersar, a ilha de calor é intensificada”.

(26)

bibliografia, que seria a discriminação das fontes utilizadas na elaboração do projeto, mas que não foram citadas no texto, e/ou as que ainda serão estudadas ao longo da pesquisa.

A redação das referências bibliográficas e da bibliografia deve seguir o estabelecido na NBR 6023/2002.

(27)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LAKATOS, E.; MARCONI, M. Metodologia do trabalho científico. 4ª ed., São Paulo: Atlas, 1992. _________, Metodologia Científica. 2ª ed., São Paulo: Atlas, 1991.

_________. Fundamentos da metodologia científica. 3 ed., São Paulo: Atlas, 1991.

SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. 9ª ed., Porto Alegre: Sulina, 1981.

SILVA, Ana Lúcia Rodrigues da. Monografia fácil: ferramentas e exercícios. São Paulo: DVS, 2004. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20ª ed., São Paulo: Cortez, 1996.FRANÇA, Júnia Lessa. (et al.). Manual de normalização de publicações técnico-científicas. 4ª ed. Belo Horizonte: UFMG, 2000.

GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed., São Paulo: Atlas, 1996.

RUDIO, F. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 17 ed., Petrópolis: Vozes, 1992.

SUGESTÃO DE BIBLIOGRAFIA

PERES, José Augusto. A elaboração do projeto de pesquisa. 5ª ed., João Pessoa: Inser, 1997. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 11ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2004. ALVES, R. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras. 8 ed., São Paulo: Brasiliense, 1986. AZEVEDO, J.B. O prazer da produção científica. 10 ed., São Paulo: Hagnos, 2001.

BARROS, A. LEHFELD, N. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 4 ed., Petrópolis: Vozes, 1999.

BRANDÃO, C. (org). Pesquisa Participante. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.

COSTA, A. (et al.) Orientações metodológicas para produção de trabalhos acadêmicos. 4. ed. Alagoas: EDUFAL, 1999.

DEMO, P. Metodologia em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas, 1996.

DUARTE, E. Manual técnico para realização de trabalhos monográficos. 4 ed., João Pessoa: Universitária, 2001.

GUIMARÃES, F. Como Fazer? Diretrizes para a Elaboração de Trabalhos Monográficos. Campina Grande: EDUEP, 2002.

LIMA, M. Trabalhos Científicos: textos básicos, normas técnicas. CEFET-PB, 2000. MACEDO, N. Iniciação à pesquisa bibliográfica. São Paulo: Loyola, 1994.

NEGRA, C.A.S; e NEGRA, E.M. Manual de Trabalhos Monográficos de Graduação, Especialização,

Mestrado e Doutorado. 2 ed., São Paulo: Atlas, 2004.

SILVA, E. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 3 ed., Santa Catarina: UFSC, 2001. TACHIZAWA, T.; MENDES, G. Como fazer monografia na prática. 4. ed., Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1999.

(28)

ANEXO 1

Formulário de Elaboração do Projeto de Pesquisa

(29)

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES

DISCIPLINA: PROJETO DE GRADUAÇÃO PERÍODO: _______ ALUNO: ___________________________________________________ Matrícula: ______________ ORIENTADOR: _____________________________________________

FICHA PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA PARA A ELABORAÇÃO DA MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DO CURSO

Título Delimitação do tema: Problema: Hipótese: Objetivo: Justificativas: Tipos de dados Dados Primários: Dados Secundários: Metodologia:

(30)

Sumário: João Pessoa, ______ de ____________________ 20___. ______________________________________ Assinatura do Aluno ______________________________________ Assinatura do Orientador

(31)

ANEXO 2

Padrão de formatação do TCC para o Curso

de Design de Interiores do CEFET-PB

(32)

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES

MODELO PARA A ESTRUTURAÇÃO DE MONOGRAFIAS DE

CONCLUSÃO DO CURSO

João Pessoa 2007

(33)

1. APRESENTAÇÃO

Este documento define o modelo de formatação e estruturação das monografias de conclusão do Curso Superior em Design de Interiores do CEFET-PB, a ser seguido enquanto não se estabeleça um modelo único para todos os cursos da Instituição.

Neste documento não se apresentam as normas para as citações e referências bibliográficas, devendo o aluno se basear nas normas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

2. TIPOS DE MONOGRAFIAS

A monografia de conclusão no Curso de Design de Interiores tem o caráter avaliativo da formação do aluno, de maneira que este possa resolver um determinado problema utilizando os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. Poderá assumir dois caminhos distintos: o primeiro, de caráter científico, em que se buscará a solução de um problema através de procedimentos científicos, gerando um novo conhecimento útil à atividade ou ao projeto de design de interiores; o segundo, de caráter prático, buscará resolver um problema técnico, utilizando os conhecimentos e tecnologias já existentes.

Dessa maneira, as monografias terão estruturas diferentes, de acordo com o seu caráter.

3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 3.1 Monografia científica

As monografias científicas deverão ser compostas das seguintes partes: ■ Capa

■ Folha de rosto ■ Folha de aprovação

■ Páginas preliminares (opcional) Dedicatória

Agradecimentos Epígrafe

■ Sumário

Listas (capítulos, lista de figuras, lista de gráficos, lista de tabelas etc.) ■ Resumo

■ Abstract

■ Capítulo 1 - Introdução

1.1 Delimitação do tema e definição do problema 1.2 Hipóteses (quando for o caso)

1.3 Justificativa e relevância 1.4 Objetivos (geral e específicos) 1.5 Metodologia

■ Capítulo 2 – Referencial teórico (teorias, conceitos, parâmetros de projeto extraídos de normas e textos técnicos)

■ Capítulo 3 – Resultados (apresentação e discussão) ■ Capítulo 4 – Conclusões e considerações finais ■ Referências bibliográficas

(34)

3.2 Monografia prática

As monografias de caráter prático deverão ser compostas das seguintes partes: ■ Capa

■ Folha de rosto ■ Folha de aprovação

■ Páginas preliminares (opcional) Dedicatória

Agradecimentos Epígrafe

■ Sumário

Listas (capítulos, lista de figuras, lista de gráficos, lista de tabelas etc.) ■ Resumo

■ Abstract

■ Capítulo 1 - Introdução

1.1 Delimitação do tema e definição do problema 1.2 Hipóteses (quando for o caso)

1.3 Justificativa e relevância 1.4 Objetivos (geral e específicos) 1.5 Metodologia

■ Capítulo 2 – Referencial teórico (teorias, conceitos, parâmetros de projeto extraídos de normas e textos técnicos, projetos de referência)

■ Capítulo 3 – Anteprojeto 3.1 Programa de necessidades

3.2 Memorial descritivo e justificativas da proposta ■ Capítulo 4 – Conclusões e considerações finais ■ Referências bibliográficas

■ Anexos e/ou Apêndicies (pranchas do anteprojeto, documentos etc.)

4. FORMATAÇÃO

A monografia deverá ser impressa em papel branco, tamanho A4, em uma única face.

O texto da monografia deverá ser digitado justificado, com espaçamento 1,5 entre as linhas, com letra Arial tamanho 11 ou Times New Roman tamanho 12, ocupando uma área delimitada pelas seguintes margens:

Superior 3,0 cm

Lateral esquerda 3,0 cm Lateral direita 2,0 cm

Inferior 2,0 cm

Os parágrafos deverão ter tabulação de 1,25cm em relação à margem esquerda.

Devem ser deixados duas linhas antes e uma após um título principal e uma linha antes e após dos subtítulos.

Entre o texto e figuras, tabelas, gráficos etc., deve-se deixar uma linha.

Os títulos principais devem ser digitados em caixa alta, em negrito e sem recuo lateral. Os subtítulos devem estar em negrito e ter apenas a primeira letra em maiúsculo, sem recuo lateral.

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