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Responsabilidade civil no comércio eletrônico: o caso dos sites de compras coletivas

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GRANDE DO SUL

PAULO FERNANDO BAIRROS BINICHESKI

RESPONSABILIDADE CIVIL NO COMÉRCIO ELETRÔNICO: O CASO DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS

Ijuí (RS) 2013

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PAULO FERNANDO BAIRROS BINICHESKI

RESPONSABILIDADE CIVIL NO COMÉRCIO ELETRÔNICO: O CASO DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS

Monografia final do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Monografia.

UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. DECJS – Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: MSc. Carlos G. Probst

Ijuí (RS) 2013

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Dedico este trabalho a toda minha família que sempre acreditou em mim. E que ao longo desse caminho sempre transmitiu palavras de apoio, confiança e carinho para que eu pudesse alcançar meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

À minha família, que sempre pude confiar em todos os momentos da minha vida.

Ao meu orientador Carlos Probst, com quem eu tive o privilégio de contar com sua dedicação e sabedoria.

Aos meus amigos e colegas que fizeram parte desse caminho.

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‘‘O desejo de conquista é coisa realmente muito natural e comum; e, sempre que os homens conseguem satisfazê-lo, são louvados, nunca recriminados; mas, quando não conseguem e querem satisfazê-lo de qualquer modo, aí estão o erro e a recriminação’’. Nicolau Maquiavel

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O presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise na evolução da responsabilidade civil até a forma que se encontra na atualidade. Aborda a questão da responsabilidade civil dentro do comércio eletrônico, bem como o surgimento desse comércio. Estuda a criação de uma nova forma de realizar compras isso dentro do comércio eletrônica denominada sites de compras coletivas. Mostra sua estrutura e para o consumidor que a relação de consumo possui garantias dentro do comércio eletrônico e nos sites de compras coletivas.

Palavras-Chave: Responsabilidade Civil. Comércio Eletrônico. Sites de Compras Coletivas. Consumidor Virtual.

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This study course conclusion analyzes the evolution of liability to the form that is found today. Addresses the issue of liability within the e-commerce as well as the emergence of this trade. Studying the creation of a new way of shopping that within the electronic commerce called collective shopping sites. Shows its structure and to the consumer that the consumer relationship collaterals within the commerce and group buying sites.

Keywords: Liability. Electronic Commerce. Collective Shopping Sites. Virtual Consumer.

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INTRODUÇÃO ... 9 1 RESPONSABILIDADE CIVIL E O COMÉRCIO ELETRÔNICO . Erro! Indicador não definido.

1.1 A evolução da responsabilidade civil na história e a sua atualidade ... Erro! Indicador não definido.

1.2 A responsabilidade civil subjetiva e objetiva ... Erro! Indicador não definido. 1.3 O comércio eletrônico no brasil ... Erro! Indicador não definido. 2 OS SITES DE COMPRAS COLETIVAS E A RESPONSABILIDADE CIVIL ... Erro! Indicador não definido.

2.1 A estrutura dos sites de compras coletivas ... Erro! Indicador não definido. 2.2 A responsabilidade civil dos sites de compras coletivas na relação de

consumo ... Erro! Indicador não definido. 2.3 Formas de proteção nos sites de compras coletivas ... Erro! Indicador não definido.

CONCLUSÃO ... 36 REFERÊNCIAS ... 38 ANEXO...40

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho desenvolve um estudo envolvendo três temáticas: a responsabilidade civil, o comércio eletrônico e os sites de compras coletivas. Ao longo da monografia os temas serão tratados de formas distintas e posteriormente interligados com a questão da responsabilidade civil.

Esse estudo é relevante, uma vez que na atualidade é comum enfrentar problemas com esses temas, devido ao desenvolvimento tecnológico que a sociedade vive e utiliza principalmente quando a questão se tratar de relação de consumo.

O estudo pragmático desses temas somente foi capaz de se auferir com estudos e pesquisas bibliográficas e principalmente pelo mundo virtual para dar fundamentação a temas relativamente novos. Além de consultas a normas específicas do Direito e pelo estudo direcionado a um Decreto Lei que trata especificamente do tema.

Adentrando ao tema, o primeiro capítulo, começa com o estudo de dois tópicos direcionados. O primeiro tema se divide em dois tópicos um trata da abordagem ao tema da responsabilidade civil, desde o seu nascer passando por sua história até chegar aos dias de hoje, e o outro nesse sentido, desenvolvendo suas características e finalidades, bem como aponta suas diversas formas. O segundo tema se refere o surgimento e suas peculiaridades.

No segundo capítulo a abordagem estudada é mais centrada na observância de sua forma, aplicabilidade e motivos próprios que conceituam sua visão. Além

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disso, é feito uma interligação dos temas do primeiro capítulo com os tópicos desenvolvido no segundo, mostrando suas relações e afinidades.

Dessa forma é proposta a discussão das temáticas estudadas para transmitir a necessidade da compreensão dos temas devido à importância que é dada na sociedade moderna, que a cada dia é mais dependente da tecnologia.

Quando se tratar de relação de consumo no comércio eletrônico, a partir desse estudo o consumidor virtual aprende quais são as formas de proteção e quais direitos, que busca, por meio desse comércio, efetivar suas compras. Pois a questão trazida para o consumidor é que nessa relação virtual realizada através do meio eletrônico, principalmente quando se utiliza dos sites de compras coletivas existem desse meio virtual, pessoas que têm a responsabilidade de assumir esse risco.

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1. RESPONSABILIDADE CIVIL E O COMÉRCIO ELETRÔNICO

Muito se tem falado da responsabilidade civil na vida e no cotidiano da sociedade, pois sempre se aborda essa temática para dirimir conflitos que eventualmente possam existir, quando a questão envolve responsabilização.

É importante para o estudo da temática, para poder conceituar hoje. É preciso um estudo através dos anos como foi seu processo de desenvolvimento e como era aplicada sua forma, até se chegar à forma estabelecida atualmente.

A responsabilidade civil tem seu papel fundamental dentro do campo do Direito, pois hoje é usada a responsabilidade civil quase que diariamente em razão da sua amplitude e importância. Um dos fatores de sua aplicação é em razão do avanço tecnológico ocorrido nos últimos tempos.

Um dos benefícios trazidos pelo avanço ocasionado na Internet foi reestruturar a forma de comércio comum, introduzindo o chamado comércio eletrônico, onde não é preciso sair de casa para realizar compras, usufruindo ainda benefícios e vantagens capazes de proporcionar a comodidade de quem usa o meio eletrônico.

Em razão de surgir um novo comércio, que agora é totalmente virtual, surgem dúvidas e perguntas á respeito da forma de resolver eventuais conflitos surgidos em função dessa nova tecnologia.

Foi muito discutido e pacificamente se conclui ao longo do estudo que o campo da responsabilidade civil se adequa para solucionar eventuais conflitos. Além de usar a responsabilidade civil que está no Código Civil, é também aplicada o Código de Defesa do Consumidor como forma correta de resolver conflitos advindos do comércio eletrônico.

Para tanto hoje é adotado o Código de Defesa do Consumidor, para resolver essa questão do comércio eletrônico em razão de ser acrescido pelo Decreto n° 7962 que regulamenta essa questão.

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1.1 A EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL NA HISTÓRIA E A SUA

ATUALIDADE

O surgimento da temática da responsabilidade civil no campo do direito começou a ser construída a partir do Direito Romano, onde sua forma de aplicação é expressa como uma forma de sanção, e essa surge como uma vingança imposta ao infrator causador do dano. Assim explica Gagliano e Pamplona Filho (2003, p. 11) citado por Pablo de Paula Saul Santos (2012):

A origem do instituto da responsabilidade civil parte do Direito Romano, e está calcada na concepção de vingança pessoal, sendo uma forma por certo rudimentar, mas compreensível do ponto de vista humano como lídima reação pessoal contra o mal sofrido.

Pablo de Paula Saul Santos (2012) completa em relação à origem da responsabilidade civil pela estrutura do principio denominado “Olho por olho, e dente por dente”, principio este da época, interligado à chamada Lei de Talião. Percebe-se que o causador do dano terá sua sanção imposta conforme a conduta que praticar, ou seja, partindo para uma pena mais leve até a mais gravosa, onde o corpo do agente causador irá cumprir a sanção imposta.

A palavra responsabilidade, em si, tem no seu contexto a mais singela idéia de atribuir à alguém o fato que praticou assumindo o seu resultado, ou seja, a responsabilidade é uma forma de mostrar à alguém que sua conduta praticada exige dele o dever de responder pela sua ação.

Assim explica Rui Stoco (2007, p 114) citado por Pablo de Paula Saul Santos (2012) quando diz que:

“A noção da responsabilidade pode ser haurida da própria origem da palavra, que vem do latim respondere, responder a alguma coisa, ou seja, a necessidade que existe de responsabilizar alguém pelos seus atos danosos. Essa imposição estabelecida pelo meio social regrado, através dos integrantes da sociedade humana, de impor a todos o dever de responder por seus atos, traduz a própria noção de justiça existente no grupo social estratificado. Revela-se, pois, como algo inarredável da natureza humana”

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Toda a forma de responsabilidade está fragmentada em responsabilizar alguém pela sua conduta, e ao longo do tempo. Constrói-se uma nova forma de conceituar essa responsabilidade, sempre adaptando na época em que se usa a temática da responsabilidade. No início a forma de aplicação surge como forma de vingança ao agente causador da sanção, e essa sanção é a pena que esse infrator terá que suportar em virtude da infração.

Ao longo da história a responsabilidade sofre diversas modificações em razão da necessidade da época. Assim Frederico de Ávila Miguel (2011, p.1) explica que:

Em todos os tempos o dano foi combatido pelo lesado. Todavia a forma de se combater foi se alterando, sofrendo modificações de acordo com o pensamento da época em que ocorria o dano. Essa evolução culminou com a responsabilidade civil do agente causador do dano, a qual, no entanto, não permanece estática, mas sim em contínua evolução, exigida pelo dinamismo da própria sociedade, que está sempre a buscar um direito mais justo e eficiente.

A evolução da própria sociedade faz com que a responsabilidade se adapte para resguardar o seu papel que é de responsabilizar alguém pela sua conduta, que por sua vez é conceituada conforme a evolução do próprio Direito. Sendo assim conforme a necessidade das pessoas o direito se modifica e junto os seus conteúdos e sua forma de aplicação. Pablo de Paula Saul Santos (2012) traz o conceito:

A responsabilidade civil é matéria viva e dinâmica que constantemente se renova de modo que, a cada momento, surgem novas teses jurídicas a fim de atender às necessidades sociais emergentes. A responsabilidade civil é o instituto de direito civil que teve maior desenvolvimento nos últimos 100 anos. Este instituto sofreu uma evolução pluridimensional, tendo em vista que sua expansão se deu quanto a sua história, a seus fundamentos, a sua área de incidência e a sua profundidade.

O campo da responsabilidade civil, justamente para se adequar com o Direito da época se transforma para melhor atender as necessidades presentes na sociedade. Percebe-se que no inicio, a responsabilidade civil era uma sanção aplicada ao agente infrator, e a sua pena tinha caráter pessoal. Com o avanço da sociedade juntamente com o Direito da época, transforma a responsabilidade civil

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não mais como uma sanção e sim uma conseqüência econômica suportado pelo infrator do ato ilícito.

O ato ilícito é, portanto, o ponto de partida fundamental, o meio para aplicar a responsabilidade civil da modernidade que é adota no atual regimento do Direito brasileiro, insurgido dentro do atual Código Civil brasileiro em vigor, assim analisado nas palavras de Sergio Cavalieri Filho (2012, p.8) diz que:

Chegamos, finalmente, ao ato ilícito, conceito da maior relevância para o tema em estudo, por ser o fato gerador da responsabilidade civil. Trata-se de uma conquista do Direito moderno, devida à obra monumental dos pandectistas alemães do século XX, que criaram a parte geral do Direito Civil e, por conseguinte, deram-nos os fundamentos científicos de toda a teoria da responsabilidade hoje estudada. O código Civil Alemão-BGB 1897- foi o primeiro a abandonar a tradicional classificação romanista de delito e quase-delito e, no lugar dessa dicotomia, erigiu um conceito único- o conceito do ato ilícito.

O atual Código Civil brasileiro é adepto a essa dicotomia alemã, em que o ato ilícito é o fato gerador da responsabilidade civil, conceitua ato ilícito no artigo 186 do código civil como um ato ilícito em sentido estrito, pois necessita do requisito culpa, porém no artigo 187 do mesmo código revela outra forma de ato ilícito mais abrangente.

Assim o ato ilícito tem dois vieses, um com atuação mais restrita e outra mais branda, assim bem explica nas palavras de Cavalieri Filho (2012, p. 12) quando fala que:

Devemos ainda ressaltar que o Código, após conceituar o ato ilícito em sentido estrito em seu art. 186, formulou outro conceito de ato ilícito, mais abrangente, no seu art. 187, no qual a culpa não figura como elemento integrante, mas sim os limites pela boa-fé, bons costumes e o fim econômico ou social do Direito. O abuso do direito foi aqui configurado como ato ilícito dentro de uma visão objetiva, pois boa-fé, bons costumes, fim econômico ou social nada mais são que valores ético-sociais consagrados pela norma em defesa do bem comum, que nada tem a ver com a culpa.

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Na atualidade, a responsabilidade civil está fundamentada no do Código Civil brasileiro vigente. Assim sua estrutura atual é composta para suprir as exigências na sociedade atual, para dar uma resposta mais eficaz que a sociedade necessita.

O ato ilícito é o centro da responsabilidade civil, pois para que haja o sistema da prática da responsabilidade civil, necessita que o agente use de forma voluntária, queira agir com uma conduta que cause prejuízo a outrem. Ressalva essa, que Cavalieri Filho (2012, p. 13) brilhantemente conceitua:

O ato ilícito, portanto, é sempre um comportamento voluntário que infringe um dever jurídico, e não que simplesmente prometa ou ameace infrigi-lo, de tal sorte que, desde o momento em que um ato ilícito foi praticado, está-se diante de um processo executivo, e não diante de uma simples manifestação de vontade. Nem por isso, entretanto, o ato ilícito dispensa uma manifestação de vontade.

Percebe-se que essa temática aludida necessita de uma ação para surgir. Sendo assim, a responsabilidade civil é uma consequência de um ato ilícito, ou seja, o seu dever jurídico de aplicação é sucessivo e não originário. Pois o dever jurídico é o ato ilícito que vem ser chamado de originário e surge antes para que exista o sucessivo que nada mais é que a responsabilidade civil. Cavalieri Filho (2012, p. 2) revela que:

A violação de um dever jurídico configura o ilícito, que, quase sempre, acarreta dano para outrem, gerando um novo dever jurídico, qual seja, o de reparar o dano. Há, assim, um dever jurídico originário, chamado por alguns de primário, cuja violação gera um dever jurídico sucessivo, também chamado de secundário, que é o de indenizar o prejuízo. A título de exemplo, lembramos que todos têm o dever de respeitar a integridade física do ser humano. Tem-se, aí, um dever jurídico originário, correspondente a um direito absoluto. Para aquele que descumprir esse dever surgirá um outro dever jurídico: o da reparação do dano.

A modernidade trouxe ao campo da responsabilidade civil, o ato ilícito como fato gerador. Dessa forma a consequência para o infrator desse ato ilícito é de reparar o dano causado. A forma que deverá reparar o dano é através de uma pena pecuniária que satisfaça o dano causado. Nota-se que devido à evolução que sofre a sociedade e juntamente o Direito, a responsabilidade civil moderna tem o caráter

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da pena, tem o viés da pecúnia em reparar o ato danoso do agente causador do ato ilícito.

Afasta-se do Direito a sanção imposta a ser paga de forma corporal e sim agora passa para o campo patrimonial do agente infrator do ato ilícito. Assim, desse modo, Cavalieri Filho (2012, p. 14), diz que a função da responsabilidade civil é de que:

O anseio de obrigar o agente, causador do dano, a repara-lo inspira-se no mais elementar inspira-sentimento de justiça. O dano causado pelo ato ilícito rompe o equilíbrio-econômico anteriormente existente entre o agente e a vítima. Há uma necessidade fundamental de ser restabelecer esse equilíbrio, o que se procura fazer recolocando o prejudicado no status quo ante. Impera neste campo p princípio da

restitutio in integrum, isto é, tanto quanto possível, repõe-se a vítima

á situação anterior á lesão. Isso se faz através de uma indenização fixada em proporção ao dano.

Portanto a temática da responsabilidade civil dentro da dogmática do Direito se modifica a cada dia e cada época justamente para se adequar principalmente às exigências da sociedade. Assim a atuação do campo da responsabilidade civil nunca ficara paralisada no tempo, pois sempre ira se modificar para atender melhor a quem necessita dessa temática.

1.2 A RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA E OBJETIVA

O atual Código Civil brasileiro trata da responsabilidade civil, e dentro dessa temos duas formas de responsabilidade uma denominada subjetiva e a outra denominação chamada de objetiva.

A responsabilidade civil subjetiva surge no Código Cvil no seu artigo 186 que diz : “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.’’ Ou seja, a conduta culposa é o quê o agente precisa praticar para que haja a responsabilidade civil subjetiva.

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Nas palavras de Cavalieri Filho (2012, p. 17) ao falar da responsabilidade civil subjetiva diz:

A ideia de culpa está visceralmente ligada á responsabilidade, por isso que, de regra, ninguém pode merecer censura ou juízo de reprovação sem que tenha faltado com o dever de cautela em seu agir. Daí ser a culpa, de acordo com a teoria clássica, o principal pressuposto da responsabilidade civil subjetiva.

No texto trazido pelo Código Cvil em seu artigo 186, mostra que a culpa do agente causador do ato ilícito vem como combustível para a existência da responsabilidade civil subjetiva, ou seja, existe a necessidade do pressuposto culpa para efetivar a responsabilidade civil subjetiva.

Assim bem lembrado nas palavras aludidas por Cavalieri Filho (2012, p. 17-18) que reporta que:

O código Civil de 2002, em seu art. 186 (art. 159 do Código Civil de 1916), manteve a culpa como fundamento da responsabilidade subjetiva. A palavra culpa está sendo aqui empregada em sentido amplo, lato sensu, para indicar não só a culpa stricto sensu, como também o dolo.

Vale ressalvar que a palavra culpa é o pressuposto principal presente na responsabilidade civil subjetiva, além de outros pressupostos que pode ser extraído com a simples leitura do próprio artigo 186 do CCb, entre os quais se encontra a violação de um dever jurídico por parte do agente causador do ato ilícito, bem como que a conduta desse agente necessita ser a causa do ato ilícito por meio de ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia. E por fim a existência do dano, pois esse ato ilícito precisa causar dano. Ou seja, na responsabilidade civil subjetiva precisa encontrar esses pressupostos que são necessários para a existência da mesma.

Na lição de Cavalieri Filho (2012, p. 19) sobre a temática aludida dos pressupostos da responsabilidade civil subjetiva revela que:

Há primeiramente um elemento formal, que é a violação de um dever jurídico mediante conduta voluntária; um elemento subjetivo,

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que pode ser o dolo ou a culpa; e ainda, um elemento causal-material, que é o dano e a respectiva relação de causalidade. Esses três elementos, apresentados pela doutrina francesa como pressupostos da responsabilidade civil subjetiva, podem ser claramente identificados no art. 186 do Código Civil, [...].

Quando se identifica a presença desses pressupostos pode afirmar que esse ato ilícito praticado por alguém é passível de responsabilização civil na sua forma subjetiva, pois se está presente o pressupostos necessários para identificar essa forma de responsabilização. Sendo assim complementa ao afirmar Cavalieri Filho (2012, p. 19) que:

[...], a partir do momento em que alguém, mediante conduta culposa, viola direito de outrem e causa-lhe dano, está-se diante de um ato ilícito, e deste ato deflui o inexorável dever de indenizar, consoante o art. 927 do Código Civil.

Ainda, para reafirmar a temática da responsabilidade civil referente quanto aos pressupostos, para Humberto Pollyceno Novaes (2012):

O nosso Código Civil, em seus arts. 186 e 187 adotam como regra a responsabilidade subjetiva, ou seja, além da ação ou omissão que causa um dano, ligados pelo vínculo denominado nexo de causalidade, deve restar comprovada a culpa em sentido lato.

Notoriamente anota-se que da responsabilidade civil subjetiva está alcançada por mais pressupostos para efetivar a sua presença na aplicação ao Direito que foi violado por alguém.

Para tanto, a vítima precisa demonstrar claramente todos os pressupostos anteriormente citados, para exigir a aplicação da responsabilidade civil subjetiva ao agente causador do ato ilícito.

Já a responsabilidade civil objetiva não necessita do preenchimento de todos os pressupostos presentes na responsabilidade civil subjetiva. Uma vez que o pressuposto culpa não precisa ser comprovado, pois a responsabilidade civil objetiva tem como papel fundamental responsabilizar o agente sem apurar a culpa, ou seja, a culpa não é exigida.

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A responsabilidade civil objetiva é tratada no atual CCb no artigo 927, parágrafo único:

Art. 927.[...]. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

A razão de não existir o elemento culpa é o ponto principal para existir a temática da responsabilidade civil objetiva. Além do Código Civil, muito se diz que essa forma de responsabilizar ganhou papel principal dentro da Lei n° 8.078 denominado de Código de Defesa do Consumidor, onde sem sombra de dúvida essa responsabilidade civil objetiva é adota na sua essência.

Assim relata Cavalieri Filho (2012, p. 18), quando diz que:

Veremos que a responsabilidade estabelecida no Código de Defesa do Consumidor é objetiva, fundada no dever e segurança do fornecedor em relação aos produtos e serviços lançados no mercado de consumo, razão pela qual não seria também demasiado afirmar que, a partir dele, a responsabilidade objetiva, que era exceção em nosso Direito, passou a ter um campo de incidência mais vasto do que a própria responsabilidade subjetiva.

A responsabilidade civil subjetiva que era regra antes, e agora perde espaço para a responsabilidade civil objetiva, que e a cada dia ganha papel de destaque fundamental no campo do Direito, pois a sua forma está sendo vinculada em outras legislações paralelas e não apenas dentro do Código Civil de 2002.

A grande vantagem da responsabilidade civil objetiva é a proteção que trás a vítima que sofreu o dano. Razão essa que nela a vítima não precisa demonstrar a culpa, pois isso ajuda a reaver o prejuízo. Pois em alguns casos seria impossível demonstrar a culpa do agente.

Teoria clássica é usada dentro do Código de Defesa do Consumidor, pois o consumidor final é o elo mais fraco na relação de consumo. Assim o consumidor tem ao seu favor a responsabilidade objetiva, pois como dito anteriormente, não precisa comprovar a culpa do agente causador do dano.

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Mas a esfera da responsabilidade civil objetiva é aplicada em outras áreas do direito, pois nessa competência a questão trazida em destaque principal é a vítima do dano, deixando de lado o autor que praticou o ato ilícito. Assim claramente defende a essa idéia Cavalieri Filho (2012, p. 166), ao dizer que:

A vítima do dano, e não mais o autor do ato ilícito, passa a ser o enfoque central da responsabilidade civil. Em outras palavras, a responsabilidade, antes centrada no sujeito responsável, volta-se para a vítima e a reparação do dano por ele sofrido.

O Código de Defesa do Consumidor traz na sua essência a responsabilidade civil objetiva e para muitos autores é o campo chave que introduziu a temática objetiva no campo da responsabilidade civil, não longe disso, o atual Código Civil de 2002 trouxe consigo uma maior efetivação objetiva na questão da responsabilidade.

O Código Civil de 1916 era na sua raiz adepto ao campo da responsabilidade civil subjetiva, assim releva Cavalieri Filho (2012, p. 170) ao tratar da questão da incidência da responsabilidade civil objetiva ao afirmar que:

O código Civil de 1916 era essencialmente subjetivista, pois todo seu sistema estava fundado na cláusula geral do art. 159 (culpa provada), tão hermética que a evolução da responsabilidade civil desenvolveu-se ao largo do velho Código, através de leis especiais. O Código de 2002, conforme já ressaltado, fez profunda modificação nessa disciplina para ajustar-se á evolução ocorrida na área da responsabilidade ao longo do século XX. Embora tenha mantido a responsabilidade subjetiva, optou pela responsabilidade objetiva, tão extensas e profundas são as cláusulas gerais que a consagram, tais como o abuso do direito (art. 187), o exercício de atividade de risco ou perigosa (parágrafo único do art. 927), danos causados por produtos (art. 931), responsabilidade pelo fato de outrem ( arts. 932, c/c o art. 933), responsabilidade pelo fato da coisa e do animal (arts. 936,937 e 939), responsabilidade dos incapazes art. 928) etc. Após o exame dessas hipóteses todas, haverá uma única conclusão: muito pouco sobrou para a responsabilidade subjetiva.

Nota-se claramente que o campo da responsabilidade civil se transforma para se adequar com as necessidades da época em que se aplica esse campo, sendo isso o principal caminho do Direito, ou seja, existe uma adequação de suas normas para melhor servir a quem necessita o Direito.

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Na atualidade podemos perceber que em virtude da vigência do atual Código Civil de 2002, dentro da temática de atuação da responsabilidade civil temos dois caminhos paralelos, um no sentido da responsabilidade subjetiva que era a regra tradicional da responsabilidade e que hoje se usa em pouquíssimos casos e o outro caminho é o da responsabilidade objetiva.

O caminho da responsabilidade civil objetiva tem sido usado como principal meio de fonte da responsabilidade civil em virtude de melhor atender as necessidades da sociedade, uma vez que a sociedade necessita dessa forma de responsabilidade.

O caminho da responsabilidade civil objetiva é o viéis mais rápido para socorrer a vítima que sofreu em razão do ato ilícito. Motivo pelo qual que tem mais eficiência na sua aplicação na sociedade moderna e principalmente dentro do Direito.

Assim em observância a responsabilidade civil subjetiva e a objetiva cada uma possui suas próprias características e suas peculiaridades.

A principal diferença entre essas duas temáticas é a questão quanto aos seus pressupostos, uma vez, que seus pressupostos no que tange a culpa do agente e pela forma de adequação quanto a sua aplicabilidade com o momento vivido pela sociedade e pelo Direito atual que precisa ter uma resposta rápida e com agilidade, capaz de suprir a quem recorra para ver resguardado o seu Direito.

Em suma quando a temática versar sobre o campo da responsabilidade civil existe duas formas, uma da responsabilidade civil subjetiva baseado no pressuposto culpa e a outra forma é a mais usual na atualidade é a temática da responsabilidade civil objetiva.

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1.3 O COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL

O meio tecnológico mais usado atualmente é a internet. Dentro dela se encontra uma nova forma de comércio, essa denominada de comercio eletrônico, que venho para revolucionar o campo comercial.

A cada dia mais é utilizado o espaço digital do comércio eletrônico para realizar compras, por causa dos benefícios, vantagens e também pela modernização tecnológica em que a sociedade está mais acostumada a presenciar.

A modernização trazida pela tecnologia surgiu primeiramente pelo computador que com as necessidades e avanços foi desenvolvido a Internet como sendo o avanço mais significativo do ser humano. Assim exemplifica Patrícia Scorzelli, (1997, p. 12):

A invenção do computador pessoal foi uma inovação imprevisível, que fez da informática um meio de comunicação de massa para criação, troca de informações e simulação.

Para o consumidor a internet oferece inúmeras vantagens, e aos estabelecimentos físicos, para não perderem espaço aos seus clientes coube aderirem ao comercio eletrônico.

No Brasil a era da Internet venho a partir da década de 1990. E pela sua estrutur e forma como está fundada trouxe inúmeros benefícios e consequentemente novos problemas na questão de como solucionar questões totalmente desconhecidas na sociedade. Como explica Paulo Roberto Binicheski (2011, p. 199):

A internet hoje integra o cotidiano das pessoas, mas seu marco no Brasil data do ano de 1995, quando foi tornada comercial e acessível em teoria, a todos os brasileiros. Contudo, não obstante com existência comercial há 15 anos, ainda não temos lei específica para normatizar os litígios decorrentes do uso ou mau uso das funcionalidades da internet.

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Segundo Patrícia Peck Pinheiro (2010, p. 109-110) explica que “[...] o comércio eletrônico é apenas uma evolução da transação eletrônica”. E ainda ressalva que:

A questão nova se coloca, então, em termos de garantir a segurança dos participantes e a certificação de suas identificações [...], todo o resto é uma questão de contratos entre as partes e de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, quando se tratar de consumidor final.

Essa nova forma de comércio é garantida por causa da evolução tecnológica em que vive a humanidade. O comércio eletrônico é o fruto do avanço tecnológico, pois no meio eletrônico se consegue conquistar novos tipos de clientes que são os usuários da Internet. Com isso o comércio eletrônico tem um papel fundamental para a economia, como bem lembra Gustavo Testa Corrêa (2010, p. 59) ao falar que:

A tecnologia da informação tem sido responsável pela crescente expansão de uma nova ‘’ fórmula econômica’’, que vem excedendo em números a tradicional indústria de manufatura de bens em diversos países. Junto com o setor dos serviços, a indústria virtual cresce na medida em que outros setores retraem ou estagnam.

O comércio eletrônico no Brasil como observado, surge com um papel de destaque por volta da década de 1990, e a principal reclamação era que não existia nenhuma legislação específica para a temática. Criando uma obscuridade quando da utilização do comércio eletrônico, principalmente gerando uma desconfiança para o principal interessado que é o usuário desse meio.

Assim ressalva o ilustre doutrinador Corrêa (2010, p. 60) quando expõe:

As transações eletrônicas, atualmente, são governadas por uma complexa e inconsistente mistura de diferentes aspectos, envolvendo jurisprudências, a aplicação analogia (quando cabível) e várias instruções normativas, muitas destas relacionadas a assuntos diversos do comércio eletrônico. A inexistência e o desencontro dessas normas legais contribuem para a incerteza que circunda o comércio eletrônico, culminando em maiores custos para essa atividade, e, o pior contribuindo para o seu retardamento.

Na atualidade o Brasil é um dos países que mais possui usuários na Internet, e por consequência tem um público fiel de consumidores que se beneficiam para

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comprar através do comércio eletrônico, em razão da sua comodidade, agilidade e principalmente por ser mais acessível na presente rotina desses consumidores.

Para trazer mais segurança na questão de legislação própria que envolva consumidores que usam do comércio eletrônico, foi publicado no Diário Oficial da União no dia 15 de abril de 2013 o Decreto n° 7962, que irá regulamentar a Lei n° 8.078/90 conhecida como o Código de Defesa do Consumidor, quando se tratar sobre a contratação dos consumidores quando comprarem pelo comércio eletrônico. Assim fica especificado no artigo 1° desse decreto ao dizer que:

Art. 1° Este Decreto regulamenta a lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico, abrangendo os seguintes aspectos:

I- informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor, II - atendimento facilitado ao consumidor, e

III- respeito ao direito de arrependimento.

No próprio Decreto no seu artigo 9° diz que em sessenta dias após a sua publicação entrará em vigor, para regulamentar dentro do Código de Defesa do Consumidor o comércio eletrônico quando utilizado pelo consumidor. Essa inovação é o que existe de mais recente na Legislação para dirimir dúvidas sobre a temática. Completa o entendimento feito por Renato Asamura (2013) ao dizer que:

O Brasil regulamentou o comércio eletrônico por meio de um decreto que eliminou as dúvidas sobre como agir nessas relações de consumo. A lei complementa do Código de Defesa do Consumidor, que já trazia essa proteção, mas não de maneira específica. O não cumprimento desse decreto pode gerar as mesmas sanções e penalidades que são aplicadas pelo não cumprimento do CDC.

Assim o Brasil que por muito tempo não tinha nenhuma Legislação especifica sobre a temática, agora tem já em vigor o presente decreto. Presente decreto vem para complementar o que já dizia o atual Código de Defesa do Consumidor, pois somente veio a acrescentar na questão da legislação própria.

Esse avanço demorado, mas que finalmente se alcança na legislação brasileira, reforça ainda mais a força que tem o comércio eletrônico na atualidade.

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Uma vez que a sociedade está cada dia mais digital, e usando e injetando na Internet mais tempo e dinheiro, por causa das vantagens ora citadas anteriormente.

Ao consumidor é nítido que seus direitos ao optarem por usar o comércio eletrônico para efetivar suas compras, têm agora, uma legislação clara e objetiva, pois no seu conteúdo expressa os deveres e informações que o comércio eletrônico precisa apresentar para seus usuários. Pois no seu artigo 2° desse decreto reporta que:

Art. 2o Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para oferta ou conclusão de contrato de consumo devem disponibilizar, em local de destaque e de fácil visualização, as seguintes informações:

I - nome empresarial e número de inscrição do fornecedor, quando houver, no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda;

II - endereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua localização e contato;

III - características essenciais do produto ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à segurança dos consumidores;

IV - discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como as de entrega ou seguros;

V - condições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou disponibilização do produto; e

VI - informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da oferta.

Essas informações são relevantes para dar certeza e segurança ao consumidor que o comércio eletrônico é agora de certo modo seguro, pois oferece e respeita a legislação própria vigente, e que qualquer transtorno referente à relação de consumo será sanado.

O consumidor agora possui a garantia que antes já era dado por meio do Código de Defesa do Consumidor, mas agora existe uma legislação própria que no seu conteúdo é bastante informativa e precisa.

Esse decreto acolhe e adota o Código de Defesa do Consumidor em princípios e em regras, como no caso do não cumprimento por parte dos sites que não respeitarem certos caminhos caberá eventual penalização conforme já vem disposto no artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor. Isso é apresentado no

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decreto no seu artigo 7o que diz que ‘’ A inobservância das condutas descritas neste Decreto ensejará aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990’’.

Muito antes da entrada em vigor desse decreto, já era utilizado o Código de Defesa do Consumidor para resolver qualquer transtorno. Pois o consumidor virtual nada mais é do que o consumidor final dessa relação de consumo, sua única diferença é que utilizada a Internet para realizar suas compras.

Por mais que seja pelo campo virtual essa relação, agora possui uma legislação própria que é definida na lei e que protege o consumidor dentro do comércio eletrônico.

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2. OS SITES DE COMPRAS COLETIVAS E A RESPONSABILIDADE CIVIL

Como visto anteriormente, no uso da Internet surgiu uma nova prática de realizar compras sem sair de casa, denominado comercio eletrônico. Só foi possível graças ao avanço tecnológico e principalmente pelos comerciantes em perceber a vantagem de oferecer seus produtos e serviços dentro do mundo digital.

Não tão diferente, o campo da responsabilidade civil, também passa por uma transformação no seu conteúdo histórico, devido à necessidade de se adequar à sociedade em que ampara. A maneira do estudo da responsabilidade civil abrange o surgimento dessa nova forma de comércio eletrônico, buscando com o desenvolvimento desta, enquadrar-se da melhor maneira possível, afim de resguardar o consumidor.

Porém, todo avanço tecnológico, nasce dentro do comércio eletrônico, como os chamados sites de compras coletivas. Sites esses que têm o objetivo maior de oferecer maiores descontos com alguns requisitos, e por consequência conseguem seduzir um número maior de consumidores virtuais. Assim relata Elaine Martins (2010):

O comércio online já atingiu praticamente todos os ramos do mercado. A novidade agora são os sites de compras coletivas. Grosso modo, o objetivo desses sites é promover grandes

descontos em vários estabelecimentos comerciais, atingindo o maior número de clientes possível.

No mesmo sentido, a responsabilidade civil adentra nesse comércio eletrônico oferecido de forma coletiva, para zelar e dar embasamento ao consumidor. A temática da responsabilidade civil nos sites de compras coletivas é importante, uma vez, que atribui responsabilidade no campo virtual aos seus consumidores.

Portanto, resta ao consumidor virtual e bem como a todos saberem que essa nova forma de comércio eletrônico oferecido por meio dos sites de compras coletivas é responsável pelo que oferece.

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Assim não existe qualquer maneira de não responsabilizar os sites que se comprometam em realizar a transação virtual, deixando cada vez mais seguro a efetivação de compras por meio do comércio eletrônico. Surgirem novas formas de prática no comercio virtual, a temática da responsabilidade civil certamente ira se adequar para oferecer maior efetividade ao Direito do Consumidor.

2.1 A ESTRUTURA DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS

A prática tradicional utilizada pelos consumidores para realizar compras é ainda aquela feita de forma pessoal, aonde o consumidor vai até o estabelecimento físico onde se encontra o produto ou serviço e lá geralmente é atendido por algum funcionário ou pelos próprios comerciantes dependendo da estrutura do estabelecimento e lá realiza toda a negociação e efetiva a compra e retorna para sua residência.

Com o avanço tecnológico, surgiram outros meios para efetivar as compras, sem precisar sair de casa, exemplos como o surgimento do telefone, onde os consumidores ligavam para comprar o que necessitavam. Hoje em dia muito comum é o uso do meio virtual para realizar compras, principalmente devido ao avanço da Internet.

A tecnologia agregada com outros fatores como a comodidade e também devido à falta de tempo no dia a dia decorrente da vida urbana, fez com que os comerciantes físicos aderissem ao comércio eletrônico, para não perderem clientes e consequentemente com esse novo comércio surge para buscar novos consumidores, que usam a Internet como facilitadora para chegar ao produto. Assim, nas palavras de Alberto Luiz Albertin (2004, p. 62), ao mencionar que:

Numa primeira visão, o CE, ou mesmo a Internet, pode ser considerado somente como algo que faz mais rápido o que se fazia, sendo esta uma visão quantitativa. Mas essa rapidez tem o poder de redesenhar as empresas, criar consumidores, eliminar restrições geográficas, provocar mudanças culturais etc., e isto passa a ser qualitativo.

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Como visto, o comércio eletrônico possui sua principal característica ligada ao surgimento da Internet. Os sites de compras coletivas começaram a surgir para dar uma nova forma do comércio eletrônico, trazendo um novo conceito, uma vez que possui características próprias e peculiaridades comuns ao seu meio.

Os sites de compras coletivas são originários dentro do comércio eletrônico, uma vez que surgiu para oferecer produtos ou serviços com preços diferenciados. Preços esses que muitas vezes não se consegue diretamente com o comerciante de estabelecimento físico. Dessa forma, portanto atrai cada vez mais consumidores que além da comodidade da Internet ainda conseguem obter um preço mais acessível e irresistível.

A estrutura dos sites de compras coletivas é caracterizada para conquistar e captar o maior número de consumidores, para tanto utiliza a seguinte estrutura: para efetivar a compra do produto ou serviço é necessário um determinado número de consumidores, para tanto esses consumidores precisam comprar em um período de tempo estabelecido conforme a política de vendas do site. Nessa mesma dimensão conceitua Martins (2010) ao falar que:

Um número mínimo de clientes a ser atingido é estabelecido. Se este número for atingido no prazo estipulado pelo site, a oferta é então ativada e os interessados recebem um cupom virtual, normalmente enviado por email, o qual permite que o cliente comprove a compra e ganhe o desconto na loja.

Completado essa estrutura, ou melhor, esse caminho, o consumidor recebe um cupom virtual ou ticket que garante que a compra foi realizado com sucesso.

Alguns sites de compras coletivas, no próprio anúncio mostram o caminho a ser seguido depois de receber seu cupom, geralmente a forma mais utilizada é que o próprio consumidor terá um prazo para utilizar o cupom, conversando diretamente com o dono que oferece a oferta, para que data possa usar o seu cupom virtual.

Essa forma de estruturação que se encontram os sites de compras coletivas é primordial para seu sucesso e aceitação por parte dos consumidores virtuais.

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A cada dia mais estabelecimentos físicos aderem aos sites de compras coletivas, uma vez que não precisam ficar cuidando de um site próprio na Internet, geralmente são os estabelecimentos de pequeno e médio porte, que oferecem seus produtos e serviços para ser anunciados pelos sites de compras coletivas. Assim complementa Martins (2010) ao relevar que:

As empresas que já aderiram aos serviços de compras coletivas revelam que os resultados obtidos surpreendem. Além do retorno financeiro para os estabelecimentos, o aumento no número de clientes também é significativo. Também é uma boa maneira para divulgar o nome e tornar o empreendimento mais conhecido entre o público.

Os consumidores, após percorrer pelo caminho estabelecido pelos sites de compras coletivas conseguem auferir o estimado produto ou serviço com o efetivo desconto desejado, graças aos sites de compras coletivas que possuem na sua essência oferecer o maior desconto possível.

Saber a estrutura dos sites de compras coletivas é importante ao consumidor virtual, para não confundir com qualquer outro site de compra, razão está que sua forma como esta estruturada é capaz de se diferenciar dos demais sites.

Os sites de compras coletivas por meio de sua forma estrutural conseguem ser reconhecidos nitidamente por serem sites de compras que buscam dar maior desconto a consumidores virtuais.

Assim, de certa forma, contando com a necessidade de existir um determinado número de consumidores para efetivar a compra num determinado tempo, faz com que os consumidores virtuais, divulguem para conhecidos a existência do anúncio, conseguindo ganhar nos clientes. Portanto fortalece ainda mais a parceria consumidor virtual com o site.

A estrutura atual que está hoje formando os sites de compras coletivas é o seu centro diferencial para conseguir atingir e atrair o seu objetivo final que é a lucratividade desses sites, em razão da necessidade do consumidor em buscar

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sempre o menor preço para concluir a compra, bem como sua comodidade de poder realizar suas compras via Internet.

2.2 A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS NA RELAÇÃO DE CONSUMO

Os sites de compras que se denominam nas suas características e na sua forma como sites de compras coletivas, visam atender um público alvo em razão de oferecerem produtos ou serviços e precisam ficar atentos nessa relação de consumo que irão efetivar, uma vez, que possuem responsabilidade nessa transação comercial.

O consumidor que opta por efetuar suas compras por meio dos sites de compras coletivas possui nessa relação de consumo proteção seja por parte da Lei ou nas decisões já proferidas pelos Tribunais de Justiças de alguns Estados no sentido que existe responsabilização dos sites de compras coletivas na relação de consumo. Assim explica Victor Vieira (2013) ao informar que:

O sucesso explosivo dos sites de compras coletivas teve efeitos colaterais no Judiciário. Sentenças contra empresas que oferecem o serviço de intermediação se multiplicam no país. Menos rápido que a internet, o Judiciário consolida só agora o entendimento de que os portais integram a cadeia de consumo e são responsáveis pelos produtos e serviços oferecidos. Em abril de 2013, por exemplo, duas decisões dos tribunais de Justiça do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul condenaram as empresas virtuais a indenizar clientes frustrados.

Por se tratar de relação de consumo, o atual Código de Defesa do Consumidor é a fonte principal para proteger o consumidor nessas relações de consumo. Porém o Decreto Lei 7.962/2013 aprovado no mês de maio venho para fortalecer e ajudar a proteção de Direito que o consumidor virtual tem referente na relação de consumo entre os sites de compras coletivas e no próprio comercio eletrônico.

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Para o consumidor virtual, o Código de Defesa do Consumidor é, portanto a norma jurídica que ira ser usada para resguardar direito e orientações quanto à questão do comércio eletrônico.

Nesse mesmo sentido trazido a baila na explicação da Maria Eugênia Finkelstein (2011, p. 221-222) citada por Antonio Baptista Gonçalves (2012, p. 5) ao afirmar que:

O desenvolvimento do comércio eletrônico traz à atenção de seu usuário o problema relacionado à proteção do consumidor nos contratos de consumo celebrados eletronicamente. Ao contrário do que se possa imaginar, o consumidor eletrônico não se encontra tão desamparado como poderá parecer à primeira vista. Isso se dá por dois motivos igualmente relevantes. O primeiro deles diz respeito à imediata aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos de consumo eletronicamente celebrados. [...] O segundo motivo diz respeito ao princípio geral da boa--fé que orienta nosso Direito como um todo, inclusive abrangendo as relações de consumo. Este princípio é, antes de tudo, um princípio de ordem moral, que deve orientar toda e qualquer relação humana. Significa que o Homem deve relacionar-se com outro Homem com sinceridade, lealdade e honestidade, de forma a não prejudicar os demais. Em sendo assim, o princípio geral da boa-fé possui aplicação tanto na celebração do contrato, como em sua execução e posteriormente.

O Código de Defesa do Consumidor quanto ao assunto da responsabilidade civil utiliza da responsabilidade objetiva, ou seja, ao consumidor essa forma de responsabilidade é a mais benéfica no sentindo de ajudar esse consumidor virtual na hora de acionar a justiça para proteger eventual Direito que fora desrespeitado pelo site de compra coletiva na hora da relação de consumo.

A efetiva usabilidade da responsabilidade civil na sua modalidade objetiva dentro do campo de atuação do Direito do Consumidor referente aos sites de cumpras coletivas seria a questão de que esse site é um intermediário que cobra para realizar essa relação de consumo, portanto assume com o consumidor virtual uma forma subsidiária de responsabilização.

O Código de Defesa do Consumidor deve ser usado pelo consumidor virtual quando precisar resguardar direitos, pois é nele, que está a garantia ao consumidor

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que a relação de consumo efetivada pela Internet possui diretrizes e caminhos a ser respeitados.

Nessa forma, os sites de compras coletivas quanto à forma de responsabilização do consumidor virtual é a forma de responsabilidade objetiva, que está implícita dentro do Código de Defesa do Consumidor.

2.3 FORMAS DE PROTEÇÃO NOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS

O consumidor virtual precisa saber que tem ao seu lado para proteger Direitos que foram desrespeitados pelos sites de compras coletivas o atual Código de Defesa do Consumidor. Mas nesse caso será usado quando vier a ser ajuizada eventual demanda processual para efetivar Direitos.

Antes disso, o consumidor virtual pode tomar algumas dicas de precauções para evitar futuro transtorno referente à relação de consumo com os sites de compras coletivas.

Essas medidas que devem ser feitas pelo consumidor virtual antes de realizar suas compras no site são de procurar saber se existe alguma reclamação do site que vai ser usado para efetivar a relação de consumo.

Isso pode ser feito através de sites que existem na Internet, onde consumidores deixam seus depoimentos, onde falam que de forma ocorreu a compra e de eventual transtorno que ocorreu, além do mais, se o site fez alguma coisa para resolver esse transtorno.

Existem outras formas, como verificar junto ao Procon se existe alguma reclamação, ou na própria justiça para verificar algum tipo de demanda contra o site que irá se efetivar a compra.

Dentro do caminho que o consumidor virtual deve adotar para se proteger é referente ao conteúdo existente dentro do próprio site que se está visualizando. Verificar se disponibiliza algum número de telefone para contato através do SAC

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(Serviço de Atendimento ao Cliente), se mostra no final na página do site o nome do proprietário do domínio desses sites na Internet, bem como CNPJ, endereço físico são algumas formas que devem ser analisadas pelo consumidor.

Outra forma de proteção que o consumidor virtual deve estar atendo é se na hora de efetivar a compra existe a possibilidade de fazer a compra com seguro. Caso esse que uma seguradora devolve imediatamente o valor da compra em caso de eventual não realização da compra.

Algumas dessas formas de cuidados que eram adotados pelo consumidor agora foram normatizadas para dentro do Decreto Lei. 7.962/2013, dentro do seu artigo 2° quanto trata de comércio eletrônico, e no seu artigo 3º que trata dos sites de compras coletivas. Assim dispõe o artigo 3º do Decreto Lei 7.962/2013 ao estabelecer que:

Art. 3o Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para ofertas de compras coletivas ou modalidades análogas de contratação deverão conter, além das informações previstas no art. 2o, as seguintes:

I - quantidade mínima de consumidores para a efetivação do contrato;

II - prazo para utilização da oferta pelo consumidor; e

III - identificação do fornecedor responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produto ou serviço ofertado, nos termos dos incisos I e II do art. 2o.

Ademais, os artigos 4º, 5º e 6º, informam nos seus artigos e parágrafos, outras formas de proteção que o consumidor tem e que devem ser respeitados pelos sites de compras coletivas bem como aos sites do comercio eletrônico. Assim estabelece a luz desses artigos do Decreto Lei:

Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico, o fornecedor deverá:

I - apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, enfatizadas as cláusulas que limitem direitos;

II - fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da contratação;

III - confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta; IV - disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua conservação e reprodução, imediatamente após a contratação;

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V - manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato;

VI - confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor referidas no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e

VII - utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento de dados do consumidor.

Parágrafo único. A manifestação do fornecedor às demandas previstas no inciso V do caput será encaminhada em até cinco dias ao consumidor.

Art. 5o O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.

§ 1o O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramenta utilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados.

§ 2o O exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor.

§ 3o O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão de crédito ou similar, para que:

I - a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou

II - seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.

§ 4o O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento da manifestação de arrependimento.

Art. 6o As contratações no comércio eletrônico deverão observar o cumprimento das condições da oferta, com a entrega dos produtos e serviços contratados, observados prazos, quantidade, qualidade e adequação.

O consumidor virtual que utiliza os sites de compras coletivas ou simplesmente o comércio eletrônico para efetivar a relação de consumo, deve ficar atento a essas informações constantes na Lei e também por outras que achar necessário para evitar qualquer transtorno no futuro. Sabendo ele que terá sempre a Lei ao seu lado, para que seja sempre dentro do possível a relação de consumo seja feita de forma satisfatória.

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CONCLUSÃO

A responsabilidade civil possui na história e na atualidade papel importante dentro das relações de cada indivíduo na sociedade. Com o passar dos tempos se modifica e se adapta para melhor atender às necessidades. O ato ilícito é a razão principal da existência do campo da responsabilidade civil.

Com o avanço tecnológico, as formas de responsabilidade civil tiveram que se adequar em razão da necessidade para melhor servir ao individuo que manifesta interesse para resguardar-se com a proteção dentro do Direito.

E dentro dessa responsabilidade, surge uma nova fase no comércio tradicional, agora com um comércio virtual, onde o consumidor ganha com maior facilidade e conforto, além de descontos.

Porém, mesmo com essa nova fase do comércio, o consumidor agora virtual continua a enfrentar problemas na hora de concretizar a relação de consumo dentro do comércio eletrônico. O atual Código de Defesa do Consumidor é usualmente usado para proteger essa relação de consumo.

A forma de adoção do Código de Defesa do Consumidor é a principal ferramenta para proteger e resguardar Direitos que o consumidor virtual possua, uma vez que por mais que essa relação seja virtual, existe proteção para esses consumidores virtuais.

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O comércio eletrônico apresentou uma nova fase de comércio com o surgimento dos sites de compras coletivas, pois esses sites com suas formas e características próprias conseguem conquistar novos consumidores.

O foco principal é que dentro desses sites de compras coletivas, o consumidor é protegido pelo Código de Defesa do Consumidor, ainda mais que o Decreto Lei 7.962/2013, vem para dar ao Código de Defesa do Consumidor total aplicabilidade para cuidar das relações de consumo, quando feitas por meio do comércio eletrônico.

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REFERÊNCIAS

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NOVAES, Humberto Pollyceno. Diferenças essenciais entre responsabilidade civil e responsabilidade civil consumerista. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n.99, abr2012. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n link=recista artigos leitura&artigo id=11318. Acessado em 22/06/2013

PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito digital. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

PLANALTO, site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm código civil art. 186 . Acessado em 13/06/2013.

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(39)

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http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1187 5. Acessado em 14/06/2013.

SCORZELLI, Patrícia. A comunidade cibernética e o direito. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris Ltda,1997.

VIERA, Victor. Tribunais reconhecem culpa de sites de compra coletiva. In: Revista Consultor Jurídico, mai de 2013. Disponível em: <

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ANEXO- DECRETO LEI 7962/2013- Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.

DECRETO Nº 7.962, DE 15 DE MARÇO DE 2013

Vigência

Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,

DECRETA:

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico, abrangendo os seguintes aspectos:

I - informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor; II - atendimento facilitado ao consumidor; e

III - respeito ao direito de arrependimento.

Art. 2o Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para oferta ou conclusão de contrato de consumo devem disponibilizar, em local de destaque e de fácil visualização, as seguintes informações:

I - nome empresarial e número de inscrição do fornecedor, quando houver, no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda;

II - endereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua localização e contato;

III - características essenciais do produto ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à segurança dos consumidores;

IV - discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como as de entrega ou seguros;

V - condições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou disponibilização do produto; e

VI - informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição da oferta.

(41)

Art. 3o Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para ofertas de compras coletivas ou modalidades análogas de contratação deverão conter, além das informações previstas no art. 2o, as seguintes:

I - quantidade mínima de consumidores para a efetivação do contrato; II - prazo para utilização da oferta pelo consumidor; e

III - identificação do fornecedor responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produto ou serviço ofertado, nos termos dos incisos I e II do art. 2o.

Art. 4o Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio eletrônico, o fornecedor deverá:

I - apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, enfatizadas as cláusulas que limitem direitos;

II - fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da contratação;

III - confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta;

IV - disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua conservação e reprodução, imediatamente após a contratação;

V - manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato;

VI - confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor referidas no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e

VII - utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para tratamento de dados do consumidor.

Parágrafo único. A manifestação do fornecedor às demandas previstas no inciso V do caput será encaminhada em até cinco dias ao consumidor.

Art. 5o O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.

§ 1o O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramenta utilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados.

§ 2o O exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor.

(42)

§ 3o O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão de crédito ou similar, para que:

I - a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou

II - seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.

§ 4o O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento da manifestação de arrependimento.

Art. 6o As contratações no comércio eletrônico deverão observar o cumprimento das condições da oferta, com a entrega dos produtos e serviços contratados, observados prazos, quantidade, qualidade e adequação.

Art. 7o A inobservância das condutas descritas neste Decreto ensejará aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei no 8.078, de 1990.

Art. 8o O Decreto no 5.903, de 20 de setembro de 2006, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 10. ...

Parágrafo único. O disposto nos arts. 2o, 3o e 9o deste Decreto aplica-se às contratações no comércio eletrônico.” (NR)

Art. 9o Este Decreto entra em vigor sessenta dias após a data de sua publicação.

Brasília, 15 de março de 2013; 192º da Independência e 125º da República. DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

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