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O processo de avaliação nas aulas de Educação Física escolar: identificando concepções dos professores.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DHE - DEPARTAMENTO DE HUMANIDADE E EDUCAÇÃO

GABRIELA DA ROSA

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: IDENTIFICANDO CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES

SANTA ROSA – RS 2018

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GABRIELA DA ROSA

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: IDENTIFICANDO CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ para obtenção do Título de Licenciada em Educação Física, no Curso de Educação Física.

Orientador: Prof. Ms. Robson Machado Borges

Santa Rosa – RS 2018

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GABRIELA DA ROSA

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: IDENTIFICANDO CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES

Conceito Final:

Aprovado em:_______de_________________________de______________

Banca Examinadora

_________________________________________________ Orientador: Prof. Ms. Robson Machado Borges

__________________________________________________ Examinadora Titular: Prof. Ms. Cléia Inês Rigon Dorneles

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Dedico este trabalho à minha família, que me deu todo o suporte necessário para a realização deste sonho.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a meus pais, por terem me incentivado na escolha deste curso, pelo apoio que deram em toda minha caminhada acadêmica, ajudando-me a superar as dificuldades e os obstáculos encontrados ao longo desses cinco anos.

Agradeço também aos mestres desta Universidade, que foram essenciais para minha formação profissional. Especialmente ao professor Robson Machado Borges, meu orientador, por toda a compreensão e tempo dedicado a elaboração deste trabalho.

Agradeço à minha família, amigos e colegas que me deram suporte, tornando estes anos mais suportáveis e proporcionando lembranças memoráveis.

Ao meu companheiro Cristiano, pelo amor e apoio que foram fundamentais desde o início. E a todos que de alguma maneira fizeram parte da minha formação, fica aqui minha gratidão.

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RESUMO

A avaliação assume um papel de grande importância no processo de ensino. Se o ambiente escolar tem como um de seus propósitos a construção de conhecimentos, a avaliação é responsável por analisar a constituição das aprendizagens. Sendo assim, o presente trabalho surge da inquietação com a forma como a avaliação vem sendo desenvolvida dentro do espaço escolar, especificamente na área da Educação Física. Assim, essa pesquisa tem como objetivo identificar como um grupo de professores compreende e desenvolve o processo de avaliação na sua atuação docente no âmbito escolar. Esta investigação está pautada em uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa descritiva. A pesquisa teve a participação de oito professores que atuam nos ensinos Fundamental e Médio de escolas das redes estadual e privada como docentes de Educação Física. O instrumento utilizado para levantamento de dados foi um questionário, sendo as respostas analisadas na ótica da análise de conteúdo com base em Bardin (2011). Os resultados apresentados indicam que os professores entendem que a avaliação é importante, porém possuem uma compreensão parcial ou mesmo limitada desse processo, à medida que a maioria deles não tem o entendimento de que é determinante avaliar aquilo que se ensina. Nesse sentido, as formas utilizadas para averiguação da aprendizagem não avaliam de fato a evolução dos conhecimentos de seus alunos. Entende-se que um dos problemas dessa constatação, esteja vinculado à formação inicial dos docentes.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 9 OBJETIVO GERAL ... 11 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 11 JUSTIFICATIVA ... 11 1.1 ESCOLA ... 12

1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 13

1.3 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 15

1.4 ESTUDOS SEMELHANTES A ESTE ... 20

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 23

2.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA ... 23

2.2 SUJEITOS ... 23

2.3 INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS ... 24

2.4 DESCRIÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DA INVESTIGAÇÃO ... 24

2.4.1 Descrições da aplicação do questionário ... 24

2.5 CUIDADOS ÉTICOS ... 24

3 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 32

REFERÊNCIAS ... 33

APÊNDICE A – Questionário respondido pelo Professor 1 ... 36

APÊNDICE B – Questionário respondido pelo Professor 2 ... 37

APÊNDICE C – Questionário respondido pelo Professor 3 ... 38

APÊNDICE D – Questionário respondido pelo Professor 4 ... 40

APÊNDICE E – Questionário respondido pelo Professor 5 ... 41

APÊNDICE F – Questionário respondido pelo Professor 6 ... 42

APÊNDICE G – Questionário respondido pelo Professor 7 ... 43

APÊNDICE H – Questionário respondido pelo Professor 8 ... 44

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INTRODUÇÃO

A avaliação no processo de ensino é algo bastante discutido no universo educacional. O ato de avaliar começou a ser debatido por volta de 1930, com a preocupação de Ralph Tyler, com a forma como os professores da época lidavam com a aprendizagem de seus alunos (LUCKESI, 2014). Neste sentido, as reflexões sobre este tema vêm se mostrando cada vez mais relevantes à medida que são identificadas diversas concepções quanto a realização da avaliação no âmbito escolar.

Uma das funções da avaliação é servir como diagnóstico, e por isso é muito importante que seja realizada. Ela assume caráter de identificar, conhecer, reavaliar conteúdos, métodos e instrumentos de ensino e, principalmente, constatar se os alunos obtiveram conhecimentos (QUEIROZ, 2010). Como aponta Chueire (2008, p. 51), “como prática formalmente organizada e sistematizada, a avaliação no contexto escolar realiza-se segundo objetivos implícitos ou explícitos, que, por sua vez, refletem valores e normas sociais”.

Na Educação Física, a avaliação muitas vezes é proposta de modo questionável. Não raramente é entendida como instrumento para apenas atribuir notas aos alunos ou para verificação do desempenho motor dos discentes em diferentes práticas. Franco (apud DARIDO, 2017) aponta que há pouco mais de quarenta anos, este componente curricular não apresentava a característica de disciplina, era atividade que tinha tendência esportivista e favorecia a avaliação da aptidão física. No entanto, atualmente é um equívoco pensar que esse deve ser o único propósito da avaliação nessa disciplina e que a única maneira de avaliar seja ensinar o aluno a praticar corporalmente determinados testes, para assim medir seu desempenho físico.

Problemas como a falta de objetivos e planejamentos relacionados à avaliação na Educação Física, geram desconforto muitas vezes aos docentes. Isto acaba fazendo com que os professores desenvolvam seus conteúdos de qualquer maneira e, consequentemente, irão avaliar da mesma forma. Em outras tantas vezes, o docente dificilmente se dá conta de que está avaliando de forma impensada (KLEHM, 2015).

Por outro lado, uma perspectiva mais contemporânea sobre avaliação defende que o objetivo desse processo seja centrado em analisar aquilo que foi ensinado. Seguindo esse entendimento, a avaliação do professor precisa ser coerente com os conteúdos que ele ensina. Por exemplo, ao ensinar uma determinada intenção tática em determinado esporte seria preciso avaliar o aprendizado dele sobre esse assunto e não apenas a participação dos alunos nas atividades. Com isso, é necessário que o professor tenha objetivos estabelecidos com o ensino e utilize a avaliação como instrumento para verificar se os alunos aprenderam os conteúdos.

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Tendo como inquietação este cenário de distanciamento entre a forma como boa parte dos professores de Educação Física escolar compreende e desenvolve o processo de avaliação e as perspectivas mais atuais, tive curiosidade em pesquisar esse assunto na região que vivo. Pressupõe-se que os professores de Educação Física avaliam seus alunos de forma precipitada, e por isso, devem refletir mais sobre o processo de avaliação. Assim, julgo pertinente identificar as percepções de docentes acerca da avaliação no componente curricular de Educação Física, pois estou convencida que este tema é relevante e precisa ser debatido.

Por isso, desenvolvi este trabalho que com intuito de responder a seguinte pergunta: como um grupo de professores de Educação Física compreende e desenvolve o processo de avaliação na sua atuação docente no âmbito escolar?

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OBJETIVO GERAL

Identificar como um grupo de professores de Educação Física compreende e desenvolve o processo de avaliação na sua atuação docente no âmbito escolar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a compreensão dos professores sobre a importância e a função da avaliação nas aulas de Educação Física escolar.

Analisar a existência, ou não, de uma relação entre a formação inicial dos professores e a prática da avaliação, bem como suas dificuldades e facilidades em realizá-la.

Verificar como a avaliação é desenvolvida pelos docentes, e se os instrumentos e critérios de avaliação condizem com os conteúdos trabalhados.

JUSTIFICATIVA

A escolha do tema se deu pelo fato de estar presente no meio escolar, e perceber que alguns professores, no componente de Educação Física, possuem métodos avaliativos que não correspondem ao ato de avaliar. As avaliações realizadas são muito mais para atribuir uma nota aos alunos, do que para diagnosticar seus aprendizados. E um problema sério, é que a maioria das avaliações e instrumentos aplicados não condizem com o que os docentes ensinam. Ou seja, não se avalia o que se ensina.

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1 REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo está estruturado em quatro blocos. No primeiro, denominado escola, reflito sobre o papel que a mesma exerce na formação do cidadão, dentro de uma lógica republicana, promovendo a integração das pessoas na sociedade. No segundo, identificado como Educação Física escolar, apresento essa disciplina enquanto componente curricular na escola brasileira. O terceiro bloco é dedicado ao tema avaliação no ambiente escolar, de modo que abordo o papel da avaliação na Educação Física, bem como posicionamentos de autores da área acerca desse tema. Finalmente, apresento os resultados que encontrei após uma busca por estudos semelhantes ao meu.

1.1 ESCOLA

Para tratar de assuntos relacionados à Educação Física escolar, parece-me pertinente primeiramente tratar da instituição em que ela está inserida. Assim, faz sentido pensar que a escola “tem uma contribuição específica nesta tarefa mais ampla que denominamos ‘educação’” (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009, p. 13). Com isso, entende-se que confere à escola “a tarefa do ensino de conhecimentos, saberes, de princípios, virtudes e competências, pela República, definidas nas políticas educacionais e nos currículos escolares” (PUHL, 2016, p. 3). Acerca disso, Klein (2006, p. 58) afirma que

a escola, enquanto instituição social, desempenha uma função ampla e legitimada historicamente, que lhe confere autoridade moral e intelectual para dedicar-se à formação das novas gerações. Esta formação implica em conteúdos e também em valores que promovam a integração da sociedade.

Neste sentido, a relação da escola com a formação do cidadão se dá pela característica de que ela viabiliza os sujeitos à interação e intervenção na sociedade (RESENDE; SOARES, 1997). Ainda, segundo Geertz (apud GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009), a educação além de nos inserir na cultura, nos permite tecê-la. Nessa linha, a cultura seria “[...] como um processo pelo qual os seres humanos dão sentido às suas ações, por meio de manipulações simbólicas próprias da atividade humana” (DAOLIO, 2016, p. 61).

Carvalho (apud FENSTERSEIFER, 2013, p. 11) entende que “cabe à escola primeiramente conservar e transmitir os conteúdos culturais de uma civilização ou nação [...]”. Nesta perspectiva, é possível afirmar que o próprio mundo educa, para que sua reprodução seja melhorada. Enquanto que, é no espaço escolar onde irá ocorrer a passagem do sujeito de um

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ambiente privado, que diz respeito à sua família, para um ambiente público, que possibilita sua inserção e ação no mundo (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009). Nas palavras de Carvalho (2009), a esfera familiar, denominada privada, tinha a intenção de cumprir com necessidades da vida, já a esfera pública aparece com o intuito de compor o mundo comum. Sendo assim, “cabe à escola colocar-se como ponte entre o passado e o futuro das gerações humanas, que é o presente dos adultos, e pelo qual estes são responsáveis. Em poucas palavras: formar o ‘espírito republicano’” (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009, p. 18).

Desta forma, a condição republicana é a especificidade da escola, na qual “é possível defender e construir formas de olhar e sentir o mundo diferente daquelas que permitem outras instituições sociais” (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2009, p. 21). Como afirma Libâneo (2006, p. 5), “[...] as crianças e jovens vão à escola para aprender cultura e internalizar os meios cognitivos de compreender e transformar o mundo”. Assim, a escola possibilita ao sujeito a construção de uma visão de mundo, tornando possível o cidadão interagir com o meio de forma a expressar-se e posicionar-se sobre assuntos da sociedade.

De algum modo, além de introduzir os sujeitos no mundo sociocultural, é possível afirmar que “a república torna-se efetiva somente quando todo o povo é cidadão, contudo o conceito de cidadania impõe a existência da escola como uma necessidade absoluta” (MAAMARI, 2009, p. 61). Em outras palavras, por meio da escola e da educação as pessoas se tornam capazes de modificar hábitos e costumes da cultura que são heranças significativas da sociedade, sendo que a única forma disso acontecer é através da aprendizagem (CARVALHO, 2009).

1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A Educação Física escolar, atualmente, é vista pela sociedade – de modo geral – na condição de mera prática de atividades físicas, para fazer os alunos se movimentarem, livres de conteúdos e com pouca ou nenhuma preocupação a respeito dos conhecimentos que ela deve tratar e se relacionar com as demais disciplinas (GONZÁLEZ; FRAGA, 2012). Entendida dessa forma, essa disciplina parece não ter uma justificativa de sua importância sendo descaracterizada como componente curricular perante as demais disciplinas.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), o processo de ensino e aprendizagem em Educação Física deve potencializar os alunos a adquirirem conhecimentos sobre o corpo, esportes, jogos, lutas, ginásticas, atividades rítmicas e expressivas. Porém, a atuação da maioria dos professores da área não possibilita isso, pois – como aponta Brandão

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(2002) – os professores apresentam diferentes entendimentos sobre a Educação Física escolar e isso os induz a diferentes perspectivas.

Sobre essa situação, González e Fraga (2012) apontam três fatores que levaram à Educação Física a ser entendida dessa forma, ressaltando que este cenário se caracteriza pela rapidez com que o conceito de Educação Física sofreu mudanças nos últimos anos. O primeiro deles, é relacionado ao sentido deste componente, com a função social da escola. Existe dificuldade por parte da classe de docentes em encontrar justificativas que possibilitem trazer sentido à Educação Física escolar. O segundo, diz respeito a problemas de currículo e a falta de organização do conhecimento que deve tratar no ambiente escolar. E por fim, o terceiro fator, refere-se a problemas didáticos e na dificuldade de ensinar conteúdos velhos e novos.

As diferentes mudanças de concepção que ocorreram em relação ao sentido da Educação Física na escola, dificultaram o entendimento de muitos docentes e instituições quanto ao significado da disciplina. Como explica Franco (2017, p. 429), “a partir da década de 70 [...] predominavam as tendências tradicionais militares e esportivistas”, e com isso “se privilegiava o desempenho físico” (ibidem, p. 429). Nas décadas seguintes, a Educação Física foi sendo abordada de formas diferentes, porém grande parte do professorado não se adequou as mudanças. Sendo assim, atendendo a necessidade de que sua prática de ensino fosse de acordo com a função social da escola, no ano de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases que possibilitou a Educação Física assumir sua condição de componente curricular. Mesmo que só tenha se tornado obrigatória em 2001.

Com a mudança a Educação Física escolar passou a “tematizar a cultura corporal de movimento como objeto de estudo” (GONZÁLEZ; FRAGA, p. 42). Nessa linha, é possível entender que a finalidade deste componente está relacionada a integrar o aluno na cultura corporal de movimento (BRASIL, 1998; GONZÁLEZ; FRAGA, 2009), o que significa fazê-lo conhecer boa parte daquilo que ela oferece e que ele sozinho não é capaz de aprender. Além do mais, a formação de um cidadão crítico é fundamental uma vez que é ele que irá usufruir de tudo que é oferecido pela cultura em que está inserido (BETTI, 1997). Desta forma, segundo Bratifische (2003, p. 23),

almeja-se que as aulas de Educação Física tenham o intuito de oportunizar o aluno a vivenciar as habilidades físicas por meio de conhecimentos que enfatizam o corpo, esportes, lutas, danças e ginástica, os quais poderão enriquecer o vocabulário motor do aluno. Dever-se-ão abordar nas aulas temas transversais que tratem da ética, saúde, meio ambiente e pluralidade cultural, os quais, possivelmente, contribuirão para o seu aprimoramento intelectual e para sua formação como cidadão.

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Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), são consideradas fundamentais atividades da cultura corporal de movimento relacionadas ao lazer, a expressão, a promoção, recuperação e manutenção da saúde. Sendo assim, os conteúdos da Educação Física passam a ser sistematizados garantindo aos alunos conhecimentos práticos e conceituais. Betti (apud BETTI; ZULIANI, 2002, p. 75) aponta que

a Educação Física deve levar o aluno a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com elas, levar à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto os dados científicos e filosóficos relacionados à cultura corporal de movimento, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento.

Fechamento meu

1.3 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A avaliação assume a característica de identificar um nível de desempenho/qualidade em alguma coisa. Basicamente, a grosso modo, dependendo de como algo for avaliado se considera que é bom, regular ou ruim. Segundo Luckesi (1998, p. 76), o conceito de avaliação é “[...] ‘atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...’, que, por si só, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado”. Segundo Kipnis e Algarte (1991, p. 151)

avaliação é o conjunto de mecanismos, instrumentos, métodos e técnicas utilizados para acompanhar, analisar e julgar a execução de planos, programas e projetos e suas atividades e tarefas. Assim, a avaliação é entendida como um dos componentes do processo de planejamento e uma forma técnica que possibilita à gestão analisar e julgar todas as fases deste processo.

Pensar a avaliação como parte de um processo é bastante importante, uma vez que ela reúne uma série de elementos que devem ser pensados e planejados. Nessa linha, para Luckesi (1998, p. 76) na avaliação são importantes

[...] coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto.

Tratando-se da avaliação no meio escolar, pode-se pensar no objeto como sendo o ato de ensino-aprendizagem. Esse deveria ser o maior enfoque da realização de uma avaliação, identificar se houve aprendizado e refletir sobre o processo de ensino. Para Luckesi (apud BRATIFISCHE, 2003, p. 22),

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o ato de avaliar tornou-se tão importante que o processo pedagógico passou a girar em torno dos resultados; a avaliação deve, assim, ser usada como instrumento fornecedor de informações significativas para a aprendizagem do aluno, auxiliando-o no seu crescimento e desenvolvimento; portanto, deve ser um ato amoroso.

Ao longo dos anos, a avaliação sofreu transformações. Essas foram necessárias, uma vez que a sociedade passou também por mudanças em sua estrutura. Entre essas transformações, pode-se citar algumas visões sobre as quais a avaliação perpassou: a tradicional, a crítica e a emergente (BRATIFISCHE, 2003).

A avaliação tradicional, segundo Bloom et al. (apud BRATIFISCHE, 2003, p. 22), diz respeito a ideia de que “o ato de diagnosticar na educação deve vir acompanhado de uma ação coerente, no sentido de informar aluno e professor da presença ou ausência do conhecimento”. Ainda, segundo Goldberg e Sousa (apud BRATIFISCHE, 2003, p. 22), “a avaliação está diretamente ligada à avaliação de objetivo, ou seja, é causa/efeito, que, por sua vez, também, está diretamente ligada ao planejamento”.

Na visão crítica, “não devem prevalecer na avaliação somente os aspectos qualitativos ou quantitativos, ela deve ocorrer de forma contextualizada” (DEPRESBITERIS apud BRATIFISCHE, 2003, p. 22). Dessa forma, quando se avalia, não se comete o erro de tirar conclusões precipitadas a respeito do conhecimento e das aprendizagens adquiridas sobre um ou outro aspecto. Ainda sobre a avaliação na visão crítica, Hoffmann (apud BRATIFISCHE, 2003), entende que a educação e avaliação devem caminhar juntas com o objetivo de investigar e refletir sobre a ação pedagógica. Desse modo, pode contribuir para uma melhor prática de ensino-aprendizagem, servindo principalmente para o professor repensar sua prática docente.

Se tratando da visão emergente, Gardner (apud BRATIFISCHE, 2003) pensa que se deve dar enfoque às competências mais desenvolvidas, para saber que é preciso melhorar nas menos desenvolvidas. Para Perrenoud (apud BRATIFISCHE, 2003, p. 23) “a escola que temos tem o poder de declarar quem fracassa e quem tem êxito”.

É possível identificar nessas visões sobre a avaliação, a complexidade de seu papel, e sabe-se que este é um tema que não recebe o devido enfoque dentro dos espaços escolares. Por isso, o ato de avaliar “[...] é bastante complexo, porém um processo educacional absolutamente necessário” (DARIDO, 2012, p. 139). Para dar sentido a prática da avaliação, é necessário que exista um projeto que a articule, como explica Luckesi (1998, p. 71)

a avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu consequente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem, não

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possui uma finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido.

No mesmo viés, Carvalho et al. (apud BRATIFISCHE, 2003, p. 23) também apontam que “a avaliação no âmbito da educação física deve ser analisada de maneira ampla, contextualizada e inserida no projeto político-pedagógico da escola e não restrita a métodos, procedimentos técnicos e aplicação de testes físicos”. Ainda, o sistema de avaliação utilizado reflete a visão tanto do professor, como da escola, quando se trata de saber os conteúdos de uma disciplina, o envolvimento de ensino aprendizagem destes conteúdos de modo que favoreçam a aprendizagem dos mesmos (RIO GRANDE DO SUL, 2009).

Darido (2012) apresenta entendimento semelhante quando afirma que a avaliação na Educação Física deve ajudar o aluno a identificar facilidades, dificuldades e progressos, para desta forma ter condições de avançar. Para Luckesi (2000), a avaliação pode ser um auxílio para uma vida melhor, ao entender que ela constata, qualifica e orienta possibilidades novas. Da mesma forma, de acordo com o Referencial Curricular do Rio Grande do Sul (2009, p. 48), “a avaliação sinaliza ao aluno, ao professor e à comunidade o que está sendo valorizado, o que está sendo alcançado e o que é preciso melhorar”.

Sendo assim, é fundamental que a avaliação seja planejada e que siga uma sequência lógica, que faça sentido ao professor. Nesta forma organizada de planejamento, o professor terá mais clareza do papel da avaliação e de como utilizá-la. Segundo Luckesi (2000, p. 6), “isso implica que o planejamento de ensino necessita ser produzido de forma consciente e qualitativamente satisfatória, tanto do ponto de vista científico como do ponto de vista político-pedagógico”.

O processo avaliativo é o momento de avaliar o aluno em seu aprendizado e, portanto, deve ser claro para o professor e também para os alunos. Segundo Darido (2012, p. 129), “[...] os maiores interessados não conhecem como serão avaliados e, em muitos casos, nem entendem porque receberam esta ou aquela nota”.

De acordo com o Referencial Curricular do Rio Grande do Sul (2009), no início do ano letivo, o aluno deve receber informações a respeito do processo avaliativo, para que ele possa conhecer os objetivos e participar das decisões que irão definir métodos e critérios que serão utilizados. Para auxiliar neste processo, Darido (2012) elaborou alternativas para a avaliação em Educação Física, que buscam responder as seguintes perguntas: por que avaliar, quem avalia, o que, quando e como avaliar.

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A avaliação possibilita ao professor capacidade de refletir sobre sua prática pedagógica, auxiliando na escolha de métodos e formas mais apropriados para garantir o aprendizado de seus alunos (DARIDO, 2012). Nesta lógica, a autora responde por que se deve avaliar e ressalta que para o estudante a avaliação também se torna importante porque é possível que ele compreenda suas dificuldades e êxitos.

Pelo lado de quem avalia, deve informar as características provenientes do processo avaliativo que ocorreu e comunicar aos alunos quais seus estágios de aprendizagem e as metas atingidas por eles (DARIDO, 2012). Mas, pode-se fazer também com que os alunos se auto avaliem e ainda avaliem seus professores e o ensino que tiveram.

Smole (apud DARIDO, 2012, p.131) aponta alguns instrumentos pertinentes a como se pode avaliar: “observação e registro; análise de registros dos alunos; provas e análises de erros; auto avaliação”. Darido (2012) faz ressalva de que é pertinente que todos esses instrumentos sirvam como levantamento de dados que podem ser armazenados em forma de portfólio. Em relação a prova, a autora faz ressalva de que o instrumento é útil apenas quando se deseja que o aluno organize ideias para se expressar de forma clara. Ainda, quanto mais diversificados forem os instrumentos de avaliação mais qualidade pode ter o ensino.

Talvez o problema central da avaliação se concentre nesta pergunta: o que avaliar nas aulas de Educação Física? Geralmente a dificuldade encontrada neste aspecto se depara com a fragilidade do ensino dos conteúdos, causando equívocos quanto a forma de avaliar. Segundo González e Fraga (2012, p. 159), é possível apontar uma “desconexão entre o que os alunos fazem durante as aulas [...] e os procedimentos de avaliação, o que indica falta de articulação entre o que se ensina e o que se avalia”. Este é um problema grave na Educação Física, pois denota-se que o processo de ensino-aprendizagem falha, pois segundo os autores citados anteriormente, a avaliação precisa acontecer de modo que sirva para auxiliar a construção da aprendizagem.

Mas, como resposta à pergunta, Darido considera que “a avaliação deve estar voltada para a aquisição de competências, habilidades, conhecimentos e atitudes dos alunos” (2012, p. 134). Nesse sentido, significa que devem ser consideradas as dimensões cognitiva (competências e conhecimentos), motora (habilidades e capacidades) e atitudinal (valores). O aluno tem a oportunidade de expressar nas linguagens, corporal escrita e falada (ibidem).

Em relação à quando avaliar, é importante salientar que a avaliação não deve ser aplicada apenas ao final de um conteúdo para medir o que o aluno aprendeu. Ela deve ocorrer em todos os momentos do processo de ensino-aprendizagem. É possível dividir a avaliação em três momentos: avaliação diagnóstica, formativa e somativa (DARIDO, 2012).

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A avaliação diagnóstica tem a função de identificar e realizar um levantamento de quem são os alunos, o que conhecem sobre determinado conteúdo, e suas experiências anteriores. Enquanto a formativa, é um processo e pode ocorrer em todas as aulas, pois tem o papel de informar o aluno sobre suas dificuldades e avanços. A avaliação somativa então, é realizada ao final de todo processo (DARIDO, 2012).

A partir das características descritas, fica claro que, a avaliação assume um papel importante dentro da escola. Porém, muitas vezes ela é entendida de maneira equivocada como aponta Greco (2012, p. 13)

[...] a maneira como a avaliação é conduzida em diferentes situações é habitualmente influenciada pelos valores de cada um, e – na escola – durante a prática pedagógica, normalmente, a avaliação é conduzida com base na ideia que os docentes tem sobre o papel da educação.

Nesse sentido, Franco (2017, p. 430) afirma que “muitos professores não sabem ou têm dificuldades em refletir sobre por que avaliar, para que avaliar ou como avaliar”. Nesta lógica, o autor ainda destaca que é difícil avaliar com qualidade, sendo que na Educação Física este problema se deve à falta de tradição da mesma como componente curricular.

Como a Educação Física é marcada por uma tendência histórica esportivista, baseada na técnica, Bratifische (2003, p. 23), afirma que ela é ensinada na escola de forma que “[...] sempre privilegiou os jogos envolvendo competências e habilidades”. A partir desta caracterização, ainda hoje, a área “sofre” conclusões precipitadas a respeito da avaliação na Educação Física escolar.

Nessa linha, Darido (2012, p. 128) cita aspectos equivocados na avaliação tradicional: “aplicar testes em prazos determinados; restrito ao domínio motor; uma atividade que se realiza somente no final de um prazo; [...]; punir; mais importante do que ensinar; medir e quantificar; cumprir uma exigência burocrática”. E ressalta que “a avaliação é um processo mais amplo que atribuir uma nota” (ibidem, p. 127).

Por outro lado, Luckesi (1998, p. 73), afirma que “precária ou não, importa compreender que, na aferição da aprendizagem, a medida é um ato necessário e assim tem sido praticada na escola”. Desta forma, entende-se que a atribuição da nota é necessária, mas, não deve ser exclusiva. A nota é apenas um registro que se usa para sinalizar se o aluno vai bem na disciplina ou se apresenta dificuldades (GONZÁLEZ; FRAGA, 2012).

Darido (2012) afirma que a visão que se tem através da avaliação na Educação Física está mais abrangente, processual e qualitativa. Porém, a forma como os professores ainda avaliam os alunos, que é “[...] por meio da observação da sua motivação e de seu interesse nas

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aulas”, ainda não é suficiente “para ajudar o aluno a aprender Educação Física e incorporá-la na sua vida” (DARIDO, 2012, p. 129).

Nesse contexto, enfatiza-se a necessidade do debate sobre avaliação nas aulas de Educação Física lembrando a centralidade desse tema em relação com os conteúdos da cultura corporal de movimento, observando que a avaliação deve ser coesa com os temas que são ensinados. Sendo assim, é extremamente necessário que os conteúdos e avaliações tenham relação um com o outro, que sejam planejados e executados com o pensamento de que é necessário avaliar o que se ensina aos alunos.

1.4 ESTUDOS SEMELHANTES A ESTE

Após uma busca por estudos semelhantes a este, apresento três pesquisas que se assemelham ao tema central tratado deste trabalho. Brevemente, faço a explanação dos objetivos e resultados encontrados nas respectivas pesquisas. Nos estudos que seguem, o tema sobre avaliação é tratado sobre a perspectiva das práticas avaliativas dos docentes do componente curricular Educação Física.

O estudo realizado por Klehm (2015), teve como objetivo analisar as práticas de avaliação da aprendizagem utilizadas por professores de duas escolas. A autora buscou compreender qual a concepção dos professores em relação ao objetivo da avaliação, critérios e instrumentos. Os resultados obtidos apontam que as avaliações são realizadas de forma pouco sistematizadas e pautam-se na observação da participação e no envolvimento em aula. Além disso, a avaliação também é utilizada como meio de punir o aluno, caso ele não cumpra regras ou normas estabelecidas para a aula de Educação Física. Segundo a autora, alguns dos critérios de avaliação utilizados pelos professores – como presença, pontualidade e uso de uniforme – são inapropriados, uma vez que não indicam ou subsidiam o aluno à obtenção de conhecimento. Outros critérios de avaliação estabelecidos pelo grupo de professores, diz respeito ao desempenho individual dos alunos, nos testes e atividades específicas, o que contraria as orientações de documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais. Por outro lado, os educadores avaliam seus alunos de forma contínua, ou seja, em todas as aulas, de acordo com o que consta no Projeto Político Pedagógico das escolas em que atuam. Também, foi possível observar que este grupo se encontra mais predisposto a avaliar de forma qualitativa, observando a participação e envolvimento do aluno em aula.

É possível destacar neste estudo, alguns pontos em que as percepções dos professores divergem, por exemplo, quanto a compreensão de Educação Física, da finalidade da avaliação

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e as dificuldades encontradas no ato de avaliar. Importante destacar que, segundo a autora, a maneira como cada professor entende a Educação Física escolar, vai definir como serão seus métodos e critérios de avaliação.

O descuido com a avaliação apontado pela autora, revela que o entendimento de avaliação – confundido com atribuir uma nota – pode ser um indicativo que dificulta avaliar a aprendizagem dos alunos. Outros indicadores de dificuldade para a avaliação condizem com: a falta de clareza do que representa a disciplina Educação Física na escola; a ausência de planejamento; falta de conhecimento e participação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola; inexistência de objetivos a serem atingidos na disciplina; dificuldade em organizar conteúdos que tratam da cultura corporal de movimento; e por fim, avaliações incoerentes com a aprendizagem dos conteúdos propostos.

O segundo estudo que apresento, realizado por Avila (2013), teve os seguintes objetivos: analisar o que os professores entendem por avaliação, mapear os motivos pelos quais realizam avaliação na aula de Educação Física e identificar os métodos e procedimentos avaliativos utilizados por eles. Os resultados obtidos nesta pesquisa serão apresentados conforme as questões elaboradas pela autora em sua pesquisa.

Quando perguntados sobre o que é avaliação, foram obtidas respostas de que ela pode ser um recurso ou instrumento de verificação de aprendizado. E também, que a avaliação é uma exigência da escola para atribuir notas aos alunos.

Em outra questão, os professores deveriam responder se realizam avaliações em suas aulas. Todos responderam que sim e reafirmaram que fazem por ser uma exigência da escola. Avila (2013) faz uma ressalva de que a avaliação, na maioria das vezes, é vista apenas como produto final da prática pedagógica.

Em relação a importância da avaliação na Educação Física, os professores afirmam que é importante. Em suas justificativas, apontam que é possível identificar a partir da avaliação as necessidades dos alunos, se houve ou não aprendizado e utilizar essa ferramenta para pensar o próximo conteúdo.

Em outro questionamento, os participantes indicam que o que deve ser avaliado nas aulas de Educação Física é o conteúdo ensinado, mas em nenhum momento os docentes mencionam qual seria o conteúdo.

Perguntados como avaliam nas suas aulas e se as avaliações são preparadas com base nos objetivos das aulas, os professores responderam que avaliam das seguintes formas: através de prova escrita e prática, questionamentos, tarefas e observações (dimensão conceitual,

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procedimental e atitudinal). Todos afirmam preparar as avaliações de acordo com os objetivos daquilo que ensinaram em sala de aula.

Ao concluir, Avila (2013) afirma que a avaliação se mostra relevante e se faz necessária para acompanhar o processo de evolução do aluno. A consciência dos professores em relação ao seu papel é visível, e é essencial a compreensão da avaliação como meio de reconhecer, diagnosticar, desenvolver e valorizar a formação do aluno.

O último estudo que apresento foi desenvolvido por Oliveira (2016), tendo como objetivo refletir sobre a prática de avaliação, conceituar avaliação e as respectivas formas de avaliar e verificar quais os métodos utilizados pelos professores em sete escolas públicas do município de Palmeira/PR. Os resultados apontam que a concepção de avaliação dos professores está diretamente ligada ao fato de utilizá-la para medir os conhecimentos do aluno, suas necessidades individuais e de grupo e claro fazer um replanejamento de suas aulas.

Questionados sobre como e o que avaliam em seus alunos, os professores utilizam a observação como forma de avaliar. Sendo que, o foco da observação é o desempenho motor dos alunos. Outras respostas apontam que são considerados também o desenvolvimento cognitivo e afetivo e a participação nas aulas. Este último aparece na maioria das respostas, tendo como justificativa o fato de a Educação Física estar voltada à prática.

Fazendo o fechamento deste estudo, o autor constatou que a maioria dos professores entende a avaliação como um processo e faz uso disso na prática. E ainda, utilizam mais de um tipo de instrumento para avaliar, aproveitando a avaliação para projetar suas ações futuras na disciplina.

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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo serão apresentadas a abordagem e o tipo de pesquisa. Posteriormente, menciono os sujeitos que participaram do estudo e suas características, bem como os critérios que levaram a escolha dos mesmos. Na sequência, explico o instrumento utilizado para fazer o levantamento de dados. Por fim, descrevo como se desenvolveu a investigação e os cuidados éticos adotados neste estudo.

2.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA

Esta investigação está pautada em uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa descritiva. Segundo Gil (2010), a pesquisa descritiva se configura como a representação de características de determinada população, podendo realizar um levantamento das opiniões dos participantes, utilizando-se de questionários para o levantamento de dados.

2.2 SUJEITOS

Este estudo teve a participação de oito professores de Educação Física que atuam em escolas das redes pública estadual e privada, de uma cidade da região noroeste do Rio Grande do Sul. Desses, cinco são mulheres e três são homens.

O convite para participar da pesquisa foi realizado em seis escolas, para dez professores, com o critério de ser formado em Educação Física, eu conhecê-los e estar trabalhando em alguma escola. Desses, dois não aceitaram participar da pesquisa. Um apresentou justificativa de que está em processo de aposentadoria, por isso não poderia contribuir com o estudo. E o outro, afirmou não realizar avaliação nas aulas, sendo que a participação do aluno é o que conta para sua disciplina.

Todos os professores participantes foram convidados pessoalmente, em seus respectivos locais de trabalho. Inicialmente expliquei os objetivos do estudo e apresentei o termo de consentimento livre e esclarecido. Após isso, os docentes puderam fazer questionamentos e tirar dúvidas sobre a pesquisa.

Dos participantes, apenas três são formados há mais de dez anos e os outros cinco concluíram suas graduações em Educação Física a partir de 2007. Visando preservar a identidade dos sujeitos, denominei-os de Prof. 1, Prof. 2, Prof. 3, Prof. 4, Prof. 5, Prof. 6, Prof. 7 e Prof. 8.

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2.3 INSTRUMENTOS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS

Como instrumento de levantamento de dados, utilizei um questionário composto por nove perguntas abertas. Basicamente o questionário aborda o tema avaliação e o modo os professores concebem esse tema.

O uso do questionário foi proposto com o intuito de obter respostas escritas do grupo de professores, para que pudessem responder de forma ampla sobre o assunto abordado, apontando suas opiniões e concepções sobre a avaliação. No entendimento de Parasuraman (apud CHAGAS, 2000), o questionário é um conjunto de interrogações, nas quais se tem a pretensão de atingir objetivos estabelecidos através de dados gerados por esse recurso.

2.4 DESCRIÇÕES DO DESENVOLVIMENTO DA INVESTIGAÇÃO

A realização do trabalho de campo ocorreu no mês de dezembro de 2017, nas escolas em que os participantes trabalham. O primeiro contato com as escolas foi na secretaria e direção das instituições de ensino. Busquei saber os dias que os decentes ministravam aulas ou horários de atividades extraclasse para conversar e convidá-los a participar.

2.4.1 Descrições da aplicação do questionário

Na confecção do questionário utilizado neste estudo, elaborei um total de nove perguntas, com base em Avila (2013), Klehm (2015) e Oliveira (2016). Pela semelhança dos estudos desses autores, as perguntas foram reelaboradas para atender as expectativas e objetivos deste trabalho.

A aplicação dos questionários ocorreu após o aceite do convite. Expliquei que os professores poderiam levar os questionários para casa. Dois docentes responderam às perguntas nas escolas em que atuam e cinco professores levaram o questionário para casa e devolveram após uma semana. Em sua maioria, os professores se mostraram comunicativos e confortáveis em responder as indagações, todos foram bem receptivos.

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Alguns cuidados éticos foram estabelecidos, visando minimizar a possibilidade de exposição dos participantes. Para isso foi utilizado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, por meio do qual constam todas as informações sobre a pesquisa. Além disso, os professores poderiam retirar seu consentimento a qualquer momento, sem resultar nenhum prejuízo.

A participação dos professores foi voluntária, todos os seus direitos e deveres foram explicados antes da aplicação da pesquisa. Suas identidades, endereços e escolas onde trabalham não foram mencionadas.

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3 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para a verificação dos dados utilizei a análise de conteúdo, com base em Bardin (2011). Segundo a autora, este formato de investigação se resume em

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens (ibidem, p. 48).

Na organização das informações, foi confeccionado um quadro com as respostas dos professores. O quadro foi organizado de forma que buscasse demonstrar os dados obtidos a respeito da concepção sobre a avaliação e descobrir como os professores a entendem e utilizam na sua prática pedagógica.

Na sequência, apresento o Quadro 1 no qual estruturei as respostas dos professores na mesma ordem que as questões constam nos questionários.

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27 Quadro 1 – Análise das respostas dos questionários

Prof. 1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7 Prof. 8

Curso e ano de conclusão Educação Física / 1991 Educação Física / licenciatura e bacharelado Educação Física / licenciatura e bacharelado / 2008 Educação Física / licenciatura plena / 1983 Educação Física / licenciatura e bacharelado / 2007 Educação Física / licenciatura – 2014 / bacharelado -2017 Educação Física / 2010 Educação Física / 2017 Na sua formação universitária existia um componente curricular que abordou

o tema “avaliação”?

Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não

O curso de graduação lhe ofereceu condições

efetivas para você realizar o processo avaliativo em suas aulas de Educação Física escolar? Em partes. Tivemos a parte descritiva e metodológica da avaliação

Não sai com muita base, a prática possibilitou aprender e criar métodos avaliativos Acredito que a graduação não é suficiente Não. Na prática que tive o aprendizado Muito pouco, a experiência se cria no desempenho do trabalho

Sim, vários autores foram apresentados durante o curso

Acredito que não

Na maioria das disciplinas foi possível tirar um aprendizado de como realizar a avaliação durante as aulas Você considera importante a avaliação na Educação Física escolar? Por quê? Qual

a função da avaliação nas aulas dessa

disciplina? Sim. Possibilita diagnóstico da realidade escolar e do aluno A função é fazer com que os alunos compreendam que é uma matéria tão importante quanto às outras Sim, porque é possível pensar em nossas práticas e encaminhamentos para facilitar a evolução dos alunos. Auxiliar no desenvolvimento de habilidades e valores Se for avaliado o progresso do aluno é importante, para verificar sua evolução e não desempenho motor Sim, porque se avalia o aluno como um todo Sim, é indispensável para termos reconhecimento, avanços e respeito Muito, porque é a partir da Educação Física que “acontece” o desenvolvimento motor da criança. A função de avaliar é um processo constante para observar a evolução do aluno Sim, é a forma do professor saber se houve aprendizado dos conteúdos. A função é avaliar o aprendizado prático

e teórico das aulas

O que você avalia nos seus alunos nas aulas de Educação Física

escolar e com que frequência? Há interferência/influência da gestão/coordenação escolar? Parte prática e teórica. Não há interferência da coordenação Faço um trabalho teórico abordando temas relevantes a adolescentes, teste físico e participação. Não há influência da coordenação O crescimento e desempenho particular na individualidade do aluno. Em todas as aulas. A interferência da coordenação acontece no Avalio a evolução das habilidades motoras. Quando achar necessário. Não há interferência Avalio o desempenho individual de cada aluno. Há influência nos conselhos de classe Avalio de acordo com as regras do colégio Avalio a participação teórico-prática, caderno, trabalhos, datas folclóricas (coreografia). Avaliações trimestrais A participação, prática nas aulas,

roupa adequada, atividades avaliativas. Avalio em todas as aulas. Não há interferência da coordenação

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28 agendamento das

provas

da coordenação

De que modo você realiza a avaliação dos alunos em suas aulas?

Participação, assiduidade, trabalhos individuais e em equipe, avaliações físicas, crescimento esportivo, recreativo e desenvoltura Avalio a participação dos alunos nas diversas atividades que proporciono no decorrer do ano, como ginástica, circuitos, corridas/caminha das e jogos Apresentação de trabalho teórico, prova teórica e prática Atividades práticas Escrita, visual e auto avaliação Prova escrita e prática, normas de convivência, normas para a prática esportiva Roupa adequada, alongamentos, aquecimento, atividade voltada ao objetivo desejado Avaliação prática e atividades relacionadas a aptidão física e de forma teórica, sobre regras e saúde

O que e como deve ser a avaliação nas aulas de Educação Física na escola? Melhor organização dos conteúdos; a disciplina ser tratada de forma mais teórica e com mais planejamento Deve-se avaliar parte teórica e prática

Deve ser prática e teórica. Avaliando a compreensão e assimilação dos conteúdos Verificar a evolução das habilidades motoras e não seu desempenho motor Escrita e visual, avaliação do desempenho individual do aluno, com sua particularida de Idem questão anterior

As aulas devem ser levadas mais a sério, educação e respeito com colegas e professores, entenderem a importância da Educação Física

nos dias atuais

Ela deve ser prática e teórica

Para você, como é realizar a avaliação? (fácil, difícil, sofrível,

indiferente...) Avaliar, acompanhar e registrar é fácil se as partes sabem e aprovam o planejamento É difícil, mas necessário Nem sempre é confortável, mas trabalhando os conteúdos de forma integral facilita a construção da avaliação É fácil perceber e trabalhar suas dificuldades Fácil, depois de anos de experiência É fácil e indispensável Nenhuma das alternativas. Ela é necessária pois determinamos o que e como ensinar

nossos alunos, o importante é ajudarmos em suas

dificuldades

É fácil, utilizo meu planejamento das aulas para realiza-la

Há algo que você gostaria de manifestar

que não foi contemplado nas questões anteriores? Falta a coordenação e direção nas escolas interagirem em prol do ensino em situações em que o aluno não atinge aprovação Não A vida como um todo nos avalia e

faz nós nos avaliarmos para crescermos enquanto cidadãos Não As provas na Educação Física trazem legitimidade a prática, devem ser sempre realizadas,

temos uma gama enorme de conteúdos

Na Educação Física não temos livros que contemplem os conteúdos, e seriam importantes para

incentivar os alunos nas aulas

teóricas

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Dos professores participantes da pesquisa, a maioria afirma que teve em sua formação superior um componente curricular que tratou do tema avaliação (Prof.1, Prof. 2, Prof. 3, Prof. 4, Prof. 5) – apenas três apontam que o assunto não foi abordado em nenhuma das disciplinas presentes nos currículos cursados (Prof. 6, Prof. 7 e Prof. 8). No entanto, é possível afirmar que a maior parte dos professores entende que a formação inicial não lhe ofereceu condições efetivas para realizar o processo avaliativo em suas aulas de Educação Física escolar. Segundo Hoffmann (apud GRECO, 2012, p. 9) “são poucos os cursos de graduação que até hoje, em seu currículo, contemplam mais que uma disciplina sobre o tema”. Esse fato, intensifica a dificuldade dos futuros profissionais em abordar a avaliação de maneira correta. Por outro lado, como a avaliação tem ligação com o planejamento, fica mais fácil utilizá-la, entendendo que ela serve para averiguar se os objetivos estabelecidos no conteúdo foram alcançados.

Mesmo sem uma formação ideal, para boa parte dos professores, consideram a avaliação na Educação Física importante1. Em suas justificativas eles manifestam que: a

avaliação possibilita o diagnóstico do aluno (Prof.1); é possível saber se houve aprendizado dos conteúdos (Prof.8); o professor pode pensar nas práticas e encaminhamentos que facilitem a evolução dos alunos (Prof. 3). Sendo que a maneira como o professor entende a EF escolar, vai definir seus métodos e critérios de avaliação. Em outra linha de pensamento, o Prof.6 diz que a avaliação se torna importante e “indispensável para termos reconhecimento, avanços e respeito”. Interpreto que a afirmação se refere a desvalorização dos professores da área de Educação Física, em relação a outras disciplinas da escola. Nessa linha, a avaliação seria uma forma de prestígio, para auto afirmar que esse componente curricular é importante.

Em relação a função da avaliação e o que avaliam nas aulas de Educação Física, interpreto a existência de uma dificuldade do professorado em apontar claramente um posicionamento sobre o tema. Apenas três professores (Prof. 3; Prof. 4 e Prof. 7) manifestam a ideia de avaliação para verificar a evolução dos alunos no sentido de aprendizado2. Alguns utilizam termos não específicos da Educação Física no que se refere ao aprendizado relacionado à cultura corporal de movimento, a meu ver, como “aluno como um todo” (Prof. 5), “valores” (Prof. 3), “roupa adequada para a prática” (Prof. 8) e “[...] compreendam que a matéria é importante” (Prof. 2). Outros, atribuem as notas aos alunos pela participação nas atividades (Prof. 7), pelo desempenho em testes físicos (Prof. 2) e pela evolução das

1 Esse achado é semelhante ao encontrado na investigação de Avila (2013), na qual professores foram questionados

sobre a importância da avaliação na Educação Física.

2 Nos estudos de Avila (2013) e Oliveira (2016), os participantes apontaram que usam a avaliação para identificar

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habilidades motoras (Prof. 4). A avaliação da participação, embora seja assinalado por apenas um professor, sabe-se que ocorre em muitos casos. E isso se deve principalmente, pelo fato da EF estar voltada à prática.

Os posicionamentos dos professores, em sua maioria, podem ser considerados frágeis visto que a avaliação na Educação Física deve avaliar “[...] o que o aluno demonstra em relação as suas competências atitudinais, conceituais e procedimentais, utilizando diferentes instrumentos para avaliar os saberes trabalhados” (FRANCO, 2017, p.435). Neste sentido, penso que a centralidade na cobrança de certos aspectos, como o uso de roupa adequada ou a participação nas atividades, por exemplo, não deve ser usada como instrumento de avaliação para atribuir notas, uma vez que eles não são indicadores de conhecimento e aprendizado. São apenas condições para apropriação dos saberes.

Esses achados são semelhantes aos apontamentos de Klehm (2015), quando a autora afirma que os professores avaliam de forma pouco sistematizada e geralmente através de observação e participação dos alunos nas aulas. Posto que, o foco da observação quase sempre é o desempenho motor. Algumas respostas dos docentes, informam que da mesma forma como a referida autora aponta em seu estudo, o desempenho individual dos alunos aparece como obtenção de nota a partir de testes de aptidão física.

Em relação a interferência/influência da coordenação nas avaliações, quatro professores apontam que não há mediação da gestão em suas práticas avaliativas. Outro professor, afirma que a coordenação interfere somente para marcar as datas das provas. E um, atesta que há interferência nos conselhos de classe.

Somente quatro professores informaram com que frequência costumam realizar suas avaliações. O Prof. 3 e o Prof. 8 costumam fazer avaliação dos alunos em todas as aulas. O Prof. 7 faz avaliações trimestrais. E o Prof.4 avalia somente quando julga necessário.

Os professores, em sua maioria, percebem que a avaliação deve ser teórica e prática3. No entanto, não mencionam claramente como seria e não referem a utilização de nenhum instrumento, por exemplo. Nessa linha, apenas dois professores declaram utilizar de avaliação escrita.

Sobre a realização da avaliação, a grande parte dos professores aponta que avaliar é fácil, como fica exemplificado no seguinte trecho: “é fácil, utilizo meu planejamento das aulas para realizá-la” (Prof. 8). Ainda, o Prof. 5 afirma que é fácil depois de certo tempo de experiência. Ao analisar essa questão de modo mais amplo, suponho que – talvez – o conjunto

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dos professores não consegue reconhecer a existência de dificuldades. De acordo com Klehm (2015), a dificuldade em si está relacionada com vários fatores, dentre eles: a falta de planejamento e de objetivos a serem alcançados e, principalmente, a utilização de formas de avaliar que não condizem com o aprendizado dos conteúdos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após este estudo, verifiquei que a avaliação no componente curricular de Educação Física necessita ser repensada em vários aspectos. Seja quanto ao seu entendimento, aos instrumentos (não) utilizados ou às suas aplicações.

De algum modo é possível pensar que o processo educativo fica fragilizado quando os professores não conseguem fazer uso adequado da avaliação como possibilidade de verificar a sistematização de conhecimentos. O que é um problema, uma vez que assim não é possível identificar “realmente” o aprendizado do aluno.

Buscando estabelecer uma análise mais abrangente, interpreto que os professores participantes desse estudo – em linhas gerais – têm uma compreensão parcial ou mesmo limitada do processo de avaliação. A maior parte, não tem o entendimento de que é crucial avaliar o que se ensina visando verificar o aprendizado dos alunos. Desse modo, a avaliação passa a ser um mero processo burocrático com fins de aprovação ou reprovação dos alunos, via atribuição de notas.

Com isso, muitas vezes a avaliação é realizada com critérios que não são capazes de averiguar a evolução do conhecimento aos alunos durante o estudo de um determinado conteúdo, como por exemplo, quando se atribui notas ao uso apropriado ou não de uniforme para a prática de Educação Física e à participação dos alunos nas aulas, dois itens que – salvo exceções previstas nos marcos legais – não são opcionais.

Um dos principais motivos para tal situação está vinculado à problemas na formação inicial dos docentes, que – em sua maioria – não foram suficientes para prepará-los para exercerem na prática o ato avaliativo de modo eficaz. Isso indica que pelo menos parte dos professores sai de sua formação acadêmica sem conhecimento suficiente para operar com esse importante processo.

Uma alternativa para tentar alterar essa situação, é o investimento em cursos de formação continuada. Particularmente, a ideia de estudos em grupos de modo colaborativo tem sido apontada como uma possibilidade de êxito na busca por alteração de concepções em relação ao ensino na Educação Física escolar.

Nesse sentido, dando seguimento aos meus estudos numa futura pós-graduação, pretendo convidar os professores que participaram desta pesquisa para estudarmos coletivamente os sentidos e formas de conceber a avaliação nas aulas de Educação Física na escola.

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