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Estudo da capacidade de reprodução e da viabilidade econômica da indústria Agroworks

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DECON - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

VANESSA WEISS REITER

ESTUDO DA CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO E DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA AGROWORKS

Santa Rosa (RS) 2012

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VANESSA WEISS REITER

ESTUDO DA CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO E DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA AGROWORKS

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: José Valdemir Muenchen

Santa Rosa (RS) 2012

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, renovado a cada provação que se apresenta e nos sonhos que se concretizam, como este agora que se torna realidade.

Aos meus pais, pelas palavras de encorajamento e apoio nos momentos de angústia e incertezas, que me escutaram nas horas mais difíceis e pela paciência em tolerar a minha ausência quando necessária.

Ao meu marido Jonas pela compreensão e constante estímulo recebidos, por sua paciência e todo seu carinho, sempre me apoiando e ajudando a resolver tudo.

As amigas Deise, Ana, Priscila e principalmente a Leila pela companhia diária, carinho e apoio durante os anos de graduação. Obrigada por fazerem parte de todos os momentos inesquecíveis, das conversas intermináveis durante esses cinco anos.

E, especialmente, ao meu orientador, professor, José Valdemir Muenchem, pelas valiosas contribuições e apoio dispensados.

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Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. [...] É preciso questionar o que se aprendeu. É preciso ir tocá-lo.

(Amyr Klink)

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RESUMO

O presente estudo consiste em mensurar os indicadores que determinam a viabilidade econômica da Indústria Agroworks, utilizando pra tanto uma série de informações obtidas na própria empresa e da análise do conjunto de resultados da mesma. Este trabalho proporcionará a implementação de sistemas e formas de controle gerencial para os empresários donos da Indústria por meio do estudo de capacidade de reprodução e da viabilidade econômica da empresa, proporcionando aos empresários a tomada de decisão ágil e segura quanto ao aumento da capacidade produtiva, auxiliando na estratégia de desenvolvimento e crescimento da Indústria. Este trabalho apresenta o estudo da capacidade de reprodução econômica a partir da renda agroindustrial gerada e a viabilidade econômica a partir das potencialidades. Através dos aspectos teóricos e metodológicos foi possível chegar ao Valor Agregado (VA) e a Renda Industrial, bem como os indicadores de resultado como: Valor Presente (VA), Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Payback e os indicadores de lucratividade. Por fim, as considerações finais expõe de forma clara e objetiva os dados encontrados neste estudo, facilitando o entendimento e proporcionando uma análise sobre o lucro da empresa, quanto ela gera para a sociedade, entre outras informações igualmente importantes.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número de estabelecimentos da indústria de máquinas e equipamentos no

Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul. ... 31

Tabela 2. Estrutura Física da Empresa ... 34

Tabela 3 - Composição do Valor Bruto da Produção da (Valores Anuais) ... 35

Tabela 4 - Consumo Intermediário Proporcional (Valores Anuais) ... 36

Tabela 5. Consumo Intermediário Não Proporcional (Valores mensais e anuais) .... 36

Tabela 6. Estrutura de produção e cálculo das depreciações (Valores Anuais) ... 37

Tabela 7 - Valor Agregado Anual ... 38

Tabela 8 - Distribuição do Valor Agregado (Valores Anuais) ... 39

Tabela 9. Cálculo do número de horas anuais disponíveis ... 40

Tabela 10. Evolução do Valor Agregado e da Renda Industrial ... 41

Tabela 11. Horas necessárias e distribuição das horas disponíveis na produção .... 42

Tabela 12. Distribuição dos Valores que compõe a estrutura de cálculo da RI ... 43

Tabela 13. Coeficientes angulares por atividade para a renda industrial ... 43

3.9 Indicadores de Resultado ... 45

Tabela 14 - Indicadores de Resultado ... 45

Tabela 15 - Aumento da Produção de todos os itens em quantidades ... 47

Tabela 16. Aumento de Funcionários necessários para aumento da produção ... 47

Tabela 17. Avaliação Econômica do Projeto ... 48

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico no Brasil ... 28 Gráfico 2: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico no Brasil ... 28 Gráfico 3. Evolução do Valor Agregado e da Renda Industrial ... 41 Gráfico 4. Contribuição por atividade para a Renda Industrial por hora de trabalho . 44

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 ASPECTOS TEÓRICOS – METODOLÓGICOS ... 12

1.1 Do cálculo Econômico e da modelização ... 12

1.2 Medidas de Avaliação de projetos ... 19

2 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA ... 21 2.1 Caracterização Geral ... 21 2.2 Política da Empresa ... 22 2.3 Sistema de Gestão ... 22 2.4 Missão ... 22 2.5 Visão ... 22 2.6 Negócio ... 23 2.7 Valores ... 23 2.8 Objetivos ... 23

2.9 Análise do Ambiente Externo - Ameaças e Oportunidades ... 24

2.10 Concorrência ... 25

3 CÁLCULO ECONÔMICO E A MODELIZAÇÃO DO VALOR AGREGADO E DA RENDA INDUSTRIAL ... 27

3.1Estudo de Mercado ... 27

3.2 Estabelecimentos ... 29

3.3 Emprego ... 29

3.4 Exportações ... 30

3.5 Indústria e Máquinas e Equipamentos ... 31

3.6 Estrutura da Empresa ... 33

3.7 Cálculo Econômico do Valor Agregado (VA) e da Renda Industrial (RI) ... 34

3.8 A Modelização do Valor Agregado (VA) e da Renda Industrial (RI) ... 39

3.9 Indicadores de Resultado ... 45

4 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA EMPRESA ... 46

CONCLUSÕES FINAIS ... 51

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INTRODUÇÃO

Segundo o IBGE/PIA 2009, o setor metal-mecânico é responsável por 13% do produto industrial do Rio Grande do Sul, o que tornou o Estado um dos principais pólos metal-mecânico do país. Nesse setor, as empresas que ganham destaque são as de máquinas e implementos agrícolas, sendo que ambas exportam uma parcela significativa de suas produções.

O Rio Grande do Sul foi o primeiro produtor nacional de máquinas e implementos agrícolas (MIA), com ênfase no aglomerado industrial do Noroeste do Estado, formados pelos Coredes Alto Jacuí, Fronteira Noroeste, Noroeste Colonial e Produção. Essa região responde pela maior parte da produção e do emprego de MIA do Estado, sendo a sede de, pelo menos, duas grandes empresas vinculadas a grandes grupos internacionais: John Deere do Brasil S.A. (Horizontina) e AGCO do Brasil Ltda.(Santa Rosa).

A Economia no município de Santa Rosa (RS) apresenta o maior PIB da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Sua economia tem, atualmente, na indústria e na agricultura a sua base econômica. Numa região reconhecidamente agrícola, a realidade econômica local vem sofrendo mudanças surpreendentes devido ao empreendedorismo e, principalmente, ao potencial dos recursos humanos, infra-estrutura, logística e a geração de oportunidades e de investimentos.. Na agricultura as culturas que se destacam são a soja, milho e trigo. Os hortigranjeiros nos últimos anos têm aumentado bastante a sua produção, onde essa produção pode ser comercializada no Mercado Público do município. Na pecuária, destacam-se o gado de corte e leite e os suínos.

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O comércio local é bem variado, destacando-se o do vestuário, máquinas e implementos agrícolas e da alimentação. Na Indústria se destacam as fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, os produtos frigoríficos e laticínios, a moveleira, a de confecções, a construção civil, entre outras.

O segmento de Máquinas e Implementos Agrícolas tem uma enorme variedade de produtos e já está atingindo todas as classes de produtores, fruto de incentivos do governo (Investimento pecuário, Mais Alimento). É um mercado repleto de concorrentes, no qual as empresas enfrentam constantes batalhas para manterem suas posições. Em se tratando de um segmento tão complexo e com tantas peculiaridades, uma estratégia competitiva bem definida, e bons níveis de inovação é fundamental para se obter sucesso.

Este trabalho tem como principal objetivo fazer um diagnóstico da situação econômica e financeira da Indústria Agroworks, onde pretende-se estudar a viabilidade econômica, dos meios de produção da empresa a partir dos indicadores de resultados, caracterizando o empreendimento. Também elaborar o projeto de viabilidade econômica a partir das potencialidades e apresentar sugestões que venham possibilitar melhorias na eficiência e rentabilidade das atividades.

Mensurar os níveis de investimentos e compará-los com os de retorno do capital investido, verificando se o retorno é compatível e sustentável para o porte da empresa, com base na forma da capacidade da empresa em gerar lucro. Com esses fatores podemos determinar se é viável ou não o negócio.

O trabalho é composto por quatro capítulos. O primeiro trás os aspectos teóricos metodológicos para se chegar ao Valor Agregado (VA), Renda Industrial (RI) e também os indicadores de resultado, como o Valor Presente (VP), Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), entre outros.

O segundo capítulo trás as características da empresa, bem como a visão, valores, missão, a análise do ambiente externo, ameaças e oportunidades, concorrentes, entre outros aspectos.

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O terceiro capítulo mostra o cálculo econômico e a modelização do valor agregado e da renda industrial, inicialmente partindo do estudo do mercado metal-mecânico e, após apresentando e analisando os cálculos, bem como os seus indicadores de resultado.

O quarto capítulo apresenta a análise da viabilidade econômica e financeira da empresa a partir dos indicadores de resultado como: o Valor Presente (VP), Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), o Payback, e os índices de lucratividade.

Finalizando, seguem as considerações finais, as referencias utilizadas no estudo e os anexos.

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1 ASPECTOS TEÓRICOS – METODOLÓGICOS

Este capítulo tem a finalidade de apresentar os aspectos teóricos e metodológicos relacionados com a capacidade de criação, geração, acumulação e distribuição de riqueza.

Assim, buscando entender as especificidades da empresa, foram levantados conjuntos de informações qualitativas e quantitativas que permitissem mensurar os níveis de reprodução social da empresa. Como objetivo básico nesta etapa da pesquisa foi procurar obter dados e informações relacionadas com as especificidades dos diferentes processos de produção da empresa, da disponibilidade e uso dos fatores de produção para, a partir destas informações definir um modelo de reprodução para a empresa.

1.1 Do cálculo Econômico e da modelização

A metodologia adotada é de natureza aplicada, de estudo fundamental na abordagem denominada "pesquisa-desenvolvimento" tendo como referencial de análise a teoria sistêmica. Através da pesquisa, parte-se da hipótese que cada firma tem sua dinâmica própria de acumulação e/ou reprodução, enquanto entidade econômica e social. Os dados levantados a campo têm o objetivo principal de gerar informações qualitativas e quantitativas que permitem mensurar os níveis de reprodução social do tipo de empreendimento identificado.

A partir do levantamento de dados, junto com o Diretor Comercial, procedeu-se o cálculo econômico e a modelização do Valor Agregado e da Renda Industrial. Serão apresentados como variáveis o Valor Bruto da Produção (VBP), Consumo Intermediário (CI), Amortização do Capital Fixo (D), o Valor Agregado (VA), a Repartição do Valor Agregado (RVA) e a Renda Industrial (RI).

O “Valor Bruto da Produção, representa a expressão monetária de todos os bens produzidos e serviços prestados pela firma, avaliados a preços correntes, pagos aos produtores, ou seja, aos donos da unidade de produção”. (MUENCHEN (et al. 2001). No levantamento das informações básicas que compõem o VBP

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(quantidades produzidas e preços), é necessário compreender a forma com que a firma se relaciona com o mercado e as suas estratégias de comercialização.

Na situação seguinte, é necessário entender a dinâmica do processo produtivo e determinar o montante do Consumo Intermediário do produto produzido pela unidade. Ou seja, Consumo Intermediário são os gastos necessários para que a produção ocorra. Eles podem ser classificados em Gastos Diretos, que são consumidos no processo produtivo para a fabricação do bem e que podem ser quantificados diretamente pelas unidades produzidas. Tem-se como exemplo a matéria-prima e os componentes em geral. Por outro lado, Outras Despesas são todos os gastos que não podem ser mensurados por unidade produzida e são rateados no final do processo, como consumo de energia elétrica, água, telefone, manutenção, entre outros.

Conforme Muenchen (et al. 2001), “O Consumo Intermediário (CI), representa o valor de todos os bens e serviços incorporados ao produto durante o processo produtivo.”

A pesquisa ainda coletou informações relativas ao destino da riqueza gerada pela empresa. Onde a riqueza gerada (VA) é repartida entre os indivíduos que participam do processo de produção, ou seja, os funcionários através dos salários, o Governo através dos impostos, se houver empréstimos, os proprietários de recursos financeiros através de juros. O restante se constitui em Renda, ou seja, a riqueza gerada que irá remunerar o trabalho dos empresários.

Por último depois da identificação do Valor Bruto da Produção, do consumo intermediário e das depreciações pode-se avaliar a capacidade de agregação de riqueza do tipo da Indústria estudado (VA= VBP – CI – D). O valor agregado é uma medida importante para avaliar a contribuição dos agentes econômicos para o desenvolvimento. Em princípio, quanto maior a capacidade de gerar riqueza (VA) maior a contribuição para o processo de desenvolvimento. É preciso, no entanto, analisar um pouco mais minuciosamente o destino desta riqueza criada, ou seja, como o Valor Agregado (VA) costuma ser repartido entre os agentes que disponibilizam algum tipo de fator de produção para que a Indústria tivesse

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condições de produzir o conjunto de bens e serviços declarados. A riqueza gerada (VA) é repartida entre os indivíduos que participam do processo de produção, ou seja, os funcionários através dos salários, o Governo através dos impostos, se houver empréstimos, os proprietários de recursos financeiros através de juros. O restante se constitui em Renda, ou seja, a riqueza gerada que irá remunerar o trabalho dos empresários.

Para a análise econômica dos tipos dos setores industriais estudados utilizou-se o Valor Agregado e a renda industrial. Novamente recorremos a MUENCHEN (et al.2001), “O valor Agregado representa a riqueza criada pela unidade de produção durante o período de análise.”

As variáveis que compõem o cálculo econômico são expressas da seguinte forma:

O Valor Agregado (VA):

VA = VBP – CI –D (1) Consumo Intermediário (CI)

CI = CMP +OD (2)

Onde:

VBP = Valor Bruto de Produção; CI = Consumo Intermediário;

D = Depreciações relativas à estrutura de produção; CMP = Custo da matéria-prima direta;

OD = Outras despesas operacionais tais como pagamento de água, luz, telefone e despesas com manutenção, entre outras.

O cálculo das depreciações leva em conta o valor da aquisição dos bens, a duração normal dos bens (vida útil) e um possível valor residual dos bens ao final da vida útil. Ou seja, não se trata da situação observada na unidade de produção em si, mas da estrutura necessária para que a sua produção aconteça. Estas informações permitem determinar e conhecer a estrutura e a capacidade de produção, bem como a determinação do valor das depreciações enquanto componente do custo de

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produção no período. A empresa tem parte de seu capital investida em máquinas, equipamentos, infraestrutura, o que se denomina por capital fixo. Esse capital é o que determina a dinâmica de produção de uma firma. Ele sofre desgastes pelo uso, pela ação do tempo, ou mesmo fica ultrapassado em termos tecnológicos. O desgaste é representado pela Depreciação e é calculado da seguinte forma: o valor do bem é dividido pelo tempo de vida útil.

Conforme Muenchen (et al. 2001), a renda industrial (RI) “representa a parcela da riqueza gerada pela firma e que é apropriada pelo seu proprietário e permite identificar o nível de reprodução social do tipo de unidade de produção estudado”.

A Renda Industrial pode se calculada com a utilização da seguinte expressão: R=VA-S-I-A-J-GV-SP (3)

Onde:

R = Renda

VA = Valor Agregado S = Salários

I = Impostos (federais, estaduais e Municipais) A = Aluguéis

J = Juros

GV = Gastos com Vendas (comissões, propaganda, etc.) SP = Serviços Profissionais

Parte-se do pressuposto que os indicadores de resultado (VA e RI) dependem diretamente das quantidades de trabalho, isto é, a partir de uma estrutura dada em termos de instalações, máquinas e equipamentos, a produção e, por consequência os resultados, aumentam ou diminuem em função do aumento ou diminuição do trabalho disponível. Diante disto, definiram-se as unidades de trabalho como variável independente no modelo matemático.

Para a modelização do Valor Agregado e da Renda Industrial adotou-se o modelo linear que pode ser representado pela seguinte equação:

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Onde:

Y = Variável Dependente x = Variável Independente a = Coeficiente Angular b = Coeficiente Linear

De acordo com Mattos (1995, p.22),

Variáveis dependentes ou explicadas são aquelas que recebem influência de outras variáveis. São, também, chamadas de variáveis endógenas ou variáveis – efeito. Variáveis independentes, também denominadas de causa ou exógenas, são aquelas que afetam a variável dependente cujo comportamento se deseja explicar.

A constante “a” da equação (4) que é o coeficiente angular, representa a tangente do ângulo em relação ao eixo das abscissas. Mostra também a inclinação da reta e, portanto, a intensidade do crescimento ao longo da trajetória da variável. Já a constante “b”, o coeficiente linear, indica o valor inicial da variável dependente quando a variável independente é nula. No caso da pesquisa, o coeficiente linear representa o montante de VA e/ou RI quando não se utilizar nenhuma unidade de trabalho.

Para efeitos de pesquisa a equação (4), quando utilizada para a determinação do valor agregado, pode ser reescrita da seguinte forma:

VA = (vbp/ha – gp/UT)*UT – GNP (5) Onde:

VA = Valor Agregado UT = Unidade de Trabalho vbp = Valor Bruto da Produção

gp = Gastos Proporcionais (matéria-prima, depreciações proporcionais) GNP = Gastos Não-Proporcionais (despesas gerais, depreciações...)

Conforme Muenchen et al (2001), Na equação (5), a expressão (VBP/UT – GP/UT) representa o coeficiente angular “a” da equação da reta para cada unidade

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de trabalho total e define o grau de intensidade do crescimento do valor agregado. As UTAS representam a variável independente “x” na equação linear. Economicamente representam as unidades de trabalho anuais possíveis de serem agregadas no sistema produtivo. De outra parte, GNP é o coeficiente linear da equação (5) e é negativo porque os GNP representam gastos para a empresa. Temos ainda que VA passa a ser a variável dependente.

Para se obter o coeficiente angular, além de subtrair do valor bruto da produção o montante de gastos proporcionais, tem-se ainda que subtrair a parte do valor agregado distribuído aos trabalhadores, ao Estado, e ao pagamento de comissões com vendas. De outra parte, para o coeficiente linear, além dos gastos não proporcionais, tem que se considerar a repartição do valor agregado entre os outros proprietários de fatores de produção (aluguéis, juros e prestadores de serviço) e o pagamento de propaganda e publicidade.

Para determinar a Renda Industrial da equação (4) escreve-se da seguinte forma:

RI = (VBP/UT - gp/UT - s/UT - i/UT - j/UT - a/UT - EVUT)*UT - (GNP + I + S + J + A + PS + EV) (6)

Onde além das definições anteriores temos: RI = renda industrial,

s = salários proporcionais (processo de produção), i = impostos proporcionais,

j = juros proporcionais, a = aluguéis proporcionais,

ev = esforço de vendas proporcional (comissões sobre vendas) I = impostos não proporcionais,

S = salários não proporcionais (administração), J = juros não proporcionais,

A = aluguéis não proporcionais,

PS = prestadores de serviços não proporcionais e EV = esforço de vendas não proporcional.

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Na equação (6), RI representa a variável dependente “Y” da equação da reta. É a renda industrial por unidade de trabalho familiar a ser determinada em função da variável independente. Nesta mesma equação (VBP/UT -GPUT - SUT - I/UT - J/UT -A/UT - EVUT) representa o coeficiente angular da função linear por unidade de trabalho. É representado pelo valor bruto da produção (VBP) menos os gastos proporcionais e as partes proporcionais da renda paga a outros agentes e instituições, tais como: salários (S), impostos (I), juros (J), aluguéis (A) e o esforço de vendas (EV). De outra parte, (GNP + S + I + J + A + PS + EV) representa o coeficiente linear da equação (6) e é também negativo por representar componentes de custo.

Conforme Muenchen (et al. 2001), “A renda industrial é uma medida de resultado que serve para avaliar a capacidade de reprodução da empresa. Para empresas do tipo familiar, a renda industrial deve ser suficiente no mínimo para remunerar o trabalho familiar envolvido e, se possível, garantir recursos para reinvestir no processo produtivo”.

De acordo com Muenchen (et al 2001, p.65),

a modelização da renda industrial permite ainda a definição de coeficientes angulares para cada uma das atividades da firma, sendo possível, a partir de tais coeficientes, identificar a contribuição de cada atividade para a composição da renda global. Estes coeficientes angulares levam em consideração, a exemplo do coeficiente da renda industrial, o valor bruto da produção, os gastos proporcionais, à parte do valor agregado distribuído aos trabalhadores, ao Estado e ao pagamento de comissões com vendas de cada uma destas atividades. O critério de rateio desses itens leva em consideração o volume de trabalho disponível por atividade. Por outro lado, o coeficiente linear, continua sendo único e é ele que representa os gastos não proporcionais, a repartição do valor agregado entre os outros proprietários de fatores de produção (aluguéis, juros e prestadores de serviço) e o pagamento de propaganda e publicidade. Esses gastos devem, na verdade, ser cobertos pelo conjunto de atividades desenvolvidas a não ser que alguns destes gastos sejam específicos a uma atividade.

Por isso, o coeficiente linear continua sendo único e representa os gastos não proporcionais, a repartição do valor agregado entre os outros proprietários de produção e o pagamento de propaganda e publicidade.

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1.2 Medidas de Avaliação de projetos

Para o estudo da viabilidade econômica da empresa, foi utilizado o software Excel 2007. Com a utilização do referido programa informatizado foram calculados alguns indicadores de resultado, como o Valor Presente (VP), Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), o Valor Futuro Líquido (VFL), entre outros.

Conforme Lapponi (2000, p.49):

o Valor Presente de uma série de capitais é um capital único na data zero cujo valor é equivalente a todos os capitais da série, numa determinada taxa de juro. De outra maneira, os capitais de uma série podem ser substituídos por um único capital na data zero e vice-versa.

Em algumas operações existe capital na data zero da série, como é o caso do fluxo de caixa de um investimento, em que o desembolso do investimento ocorre na data zero. Neste caso, o Valor Presente (VP) da série de capitais é denominado Valor Presente Líquido (VPL).

Segundo Carvalho (2002), a TIR evidencia a taxa máxima de juros de um financiamento que o projeto suportaria.quanto maior a TIR mais atraente será o projeto e para ser aceitável nunca deverá ser inferior ao custo de oportunidade do capital.

A Taxa Interna de Retorno, segundo Lapponi (2000, p.54), segue algumas regras:

• Se o VPL for maior que zero, então a soma dos valores presentes dos retornos será maior que o valor do investimento;

• Se o VPL for menor que zero, então a soma dos valores presentes dos retornos será menor que o valor do investimento;

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retornos será igual ao valor do investimento;

Determinar o tempo necessário para recuperar o capital investido, essa é uma das primeiras formas de avaliação de um projeto de investimento a partir do fluxo de caixa estimado do projeto de investimento.

Se no procedimento do cálculo, não for considerado o tempo, o método é denominado Método do Payback Simples, e o tempo necessário pra recuperar o capital investido é identificado como PBS.

Se no procedimento de cálculo for considerado o tempo aplicando a taxa mínima requerida, o método é denominado Payback Descontado, e o tempo necessário para recuperar o capital investido é identificado como PBD.

Lapponi (2000, p.125), apresenta o critério do Método Valor Futuro Líquido.

Se a soma de todos os retornos do projeto na data terminal n for maior que o investimento l também na data n, então o VFL do projeto de investimento será positivo. O critério do método do VFL estabelece que sempre que o valor futuro dos retornos for maior que o valor futuro do investimento, calculado com a taxa mínima requerida k, o projeto deverá ser aceito.

VFL > 0 = ACEITAR O PROJETO

VFL < 0 e = 0 = NÃO ACEITAR O PROJETO

Conforme LAPPONI (2000, p.134)

Os métodos do VPL e do VFL convertem todo o fluxo de caixa do investimento num único capital na data zero e na data terminal n, respectivamente. O método do Valor Uniforme Líquido, denominado como Método do VUL, converte todo o fluxo de caixa do projeto numa série de n capitais iguais e postecipados, distribuídos entre a data um e a data terminal do fluxo de caixa.

Concluindo, como na análise de um projeto de investimento trabalhando como estimativas futuras, podemos dizer que se VFL > 0 o capital investido será:

1. Recuperado.

2. Remunerado com a taxa mínima requerida k.

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2 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA

2.1 Caracterização Geral

Nome do Empreendimento: AGROWORKS Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas LTDA.

Endereço: ERS 307 KM48,92 – Campo da Aviação, Santa Rosa, RS - Brasil Natureza Jurídica: Sociedade Empresarial Limitada

Porte da Empresa: Microempresa

IE: 110/0110728 CNPJ: 11.836.649/0001-63 Enquadramento Fiscal: Simples Nacional

Ramo de Atividade: Fabricação de Máquinas e Equipamentos Agrícolas e Pecuários, Peças e Acessórios.

Data da Constituição: 01/07/2010

Nome dos Sócios: Jonas Rafael Reiter, Ivo Elói Weiss e Paulo Jolci Reiter Participação no Capital Social: O capital atual é de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), dividido em 40.000,00 (quarenta mil), quotas de capital de valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma.

A composição societária da empresa pode ser vista no quadro a seguir:

Sócios Funções/Participação Acionária

Jonas Rafael Reiter Diretor Comercial – 33,33% quotas partes Ivo Eloi Weiss Diretor de Produção – 33,33% quotas partes Paulo Jolci Reiter Diretor Administrativo – 33,33% quotas partes

Fonte: Autor

A empresa objeto desse estudo é a Agroworks, localizada na cidade de Santa Rosa, iniciou suas atividades em 01 de julho 2010, suas atividades iniciais era a prestação de serviços para a empresa Pionner, e atuação no mercado agrícola, sendo pioneira no desenvolvimento do carretão tribasculante, sistema de

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basculamento nas laterais e traseira, até então era industrializado somente o basculamento traseiro.

Com o aumento da procura pelos implementos fabricados, viu-se á necessidade de ampliar a linha de produtos para suprir a demanda dos clientes, desta forma, surgiram as plataformas basculantes, outros modelos de carretas basculantes, roçadeiras, desensiladeiras e o carro chefe da empresa que é a transformação de carretas convencionais de madeira por basculantes.

Nos dias atuais, a Agroworks destaca-se pela qualidade, Inovação, e eficiência no desenvolvimento de seus produtos, conquistando importante espaço comercial na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

2.2 Política da Empresa

Satisfazer os clientes com Implementos e Máquinas agrícolas inovadoras, com crescimento, lucratividade, melhorando continuamente o sistema de gestão da empresa.

2.3 Sistema de Gestão

Desenvolver, industrializar e comercializar as máquinas e implementos agrícolas.

2.4 Missão

A missão da Agroworks se resume em oferecer soluções inovadoras em máquinas e equipamentos para a agricultura, contribuindo para o desenvolvimento regional.

2.5 Visão

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estado do estado do Rio Grande do Sul, consolidando a sua marca pela excelência em seus serviços.

2.6 Negócio

Projetar e fabricar equipamentos e máquinas inovadores para agricultura.

2.7 Valores • Comprometimento • Confiança • Ética • Confiabilidade • Inovação • Competência • Eficiência • Satisfação 2.8 Objetivos

• Liderança de Mercado: Liderança do mercado de máquinas e equipamentos agrícolas para o setor de pecuária. Crescer por meio do fornecimento contínuo de produtos inovadores, de competência e interesses dos clientes. • Rentabilidade: Alcançar Rentabilidade suficiente para financiar o crescimento

da empresa, gerar valor para os investidores e proporcionar os recursos necessários para alcançar outros objetivos.

• Fidelidade dos clientes: Fornecer produtos de qualidade para ganhar vantagem competitiva. Clientes fiéis são essenciais para a sustentação da liderança no negócio.

• Crescimento: Aumentar a receita através da ampliação da nossa fatia de mercado, crescer com solidez, captar novos clientes, usar os lucros e capacidades para desenvolver e gerar produtos, que satisfaçam as necessidades dos clientes. Aumentar a receita através da base de clientes.

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• Capacidade de Liderança: Desenvolver líderes em cada nível, que sejam responsáveis por alcançar resultados de negócios e exemplificar os valores da empresa.

2.9 Análise do Ambiente Externo - Ameaças e Oportunidades

Atualmente a empresa está focada como sendo fabricante de máquinas e Implementos agrícolas, já com pedidos fechados, portanto não trabalho praticamente com estoque. A clientela alvo da Agroworks é constituída por pecuaristas e produtores de leite, onde seu produto é oferecido por meio de distribuição, através de representantes e vendas diretas que se situam dentro ou próximas dos principais nichos agropecuaristas e bacias leiteiras do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

O segmento de mercado no qual a Agroworks atua inicialmente é composto basicamente por pecuaristas e produtores de leite, os quais utilizam a silagem como fonte secundária na alimentação para o gado, a carreta basculante, caro chefe da indústria será utilizada durante a produção da forrageira, durante o processo de transporte á descarga da silagem na vala de armazenagem. Este é um mercado consumidor, ou onde praticamente não são desenvolvidos produtos que atendam novos processos, o que limita o próprio produtor ao desenvolvimento.

A permanência da nova geração e a manutenção dos produtores que ainda trabalham na terra, depende de fatores macroeconômicos e também da maneira de como seu trabalho é efetuado, portanto, produzir equipamentos para facilitar o trabalho dos produtores é de significativa importância para sua permanecia no campo.

A grande oportunidade de mercado identificada pela empresa é representada pela necessidade da demanda por novas tecnologias e no agronegócio Brasileiro, estima-se que o país se torne líder mundial desse segmento até 2015. De acordo com pesquisas de mercado constatou-se de maneira formal as perspectivas observadas pelos empreendedores, com o crescente êxodo rural resulta na falta de mão de obra, o que gera a necessidade crescente de máquinas com maior grau de

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automação, que compensam essa demanda. Por outro lado, pesquisas junto a entidades ligadas ao mercado, representantes comerciais e vendedores a nível regional, indicam forte indício de expansão, perante a estabilidade econômica e financeira que a pecuária e a produção de leite traz aos produtores desta atividade.

O segmento de Máquinas e Implementos Agrícolas tem uma enorme variedade de produtos e já está atingindo todas as classes de produtores, fruto de incentivos do governo (Investimento pecuário, Mais Alimento). É um mercado repleto de concorrentes, no qual as empresas enfrentam constantes batalhas para manterem suas posições. Em se tratando de um segmento tão complexo e com tantas peculiaridades, uma estratégia competitiva bem definida, e bons níveis de inovação é fundamental para se obter sucesso.

Em relação ao comércio exterior, a Agroworks não possui experiência de exportação, no entanto, já teve contato de potenciais clientes argentinos durante exposição na feira hortigranjeiros. Os fatores cambiais representam a principal dificuldade de efetivação de negócios com a Argentina. De acordo com o sistema de produção da empresa e seus preços praticados, a mesma não teria competitividade no país vizinho. O mercado argentino é uma excelente oportunidade, sobretudo em relação a sua proximidade, mas no momento a empresa não tem capacidade produtiva para atendê-lo. Necessitaria também de parceria com distribuidores do país vizinho, isso facilitaria as operações.

2.10 Concorrência

No cenário competitivo atual, é importante desenvolver produtos e prestar serviços com qualidade, sem retrabalho e de maneira inovadora. Ou seja, é fundamental aliar método, ferramentas de qualidade, criatividade e inovação para se diferenciar no mercado.

Em análise aos concorrentes podemos destacar na região três concorrentes em potencial, dois de Cerro Largo, um de Santa Rosa e o outro de Horizontina. Após a análise dos concorrentes, percebeu-se que as principais dificuldades encontradas dizem respeito ao baixo nível de inovação e qualidade em seus objetivos, e também

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fomentar seus produtos nos representantes, já que os distribuidores da região privilegiam os fabricantes locais. Um dos principais diferenciais do produto fabricado pela Agroworks é a forma construtiva do seu produto.

Os consumidores geralmente não são fieis a marcas, constituindo um desafio a Agroworks: consolidar sua marca e tornar fiel seu público alvo.

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3 CÁLCULO ECONÔMICO E A MODELIZAÇÃO DO VALOR AGREGADO E DA RENDA INDUSTRIAL

Nesta etapa do trabalho vou apresentar o cálculo econômico da Indústria Agroworks. Para tanto, será apresentado os dados relativos ao Valor Bruto da Produção (VBP), Consumo Intermediário (CI), Depreciações (D), Valor Agregado (VA), bem como a repartição do Valor Agregado entre Salários, Impostos e como Resíduo e Renda Industrial (RI), bem como o estudo de mercado.

3.1Estudo de Mercado

Conforme o IBGE/PIA 2009, o complexo metal mecânico é um setor bastante representativo na economia brasileira, englobando a terça parte do total de segmentos industriais e 35,2% do PIB industrial. No estado do Rio Grande do Sul, este macro setor é marginalmente maior, representando 37,6% do PIB industrial.

Os segmentos que compõem o complexo metal mecânico e sua participação relativa no mesmo podem ser observados na figura 1.1 e 1.2, tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul. Neste sentido, nota-se que o segmento de maior relevância é o de veículos automotores que, em ambas as esferas, é responsável por 31% do VTI total do macro-setor. O segundo maior segmento, no Brasil, é o de metalurgia (17%), seguido pelo de máquinas e equipamentos (14%) e de produtos de metal (13%). No Rio Grande do Sul, a segunda posição é ocupada pelo setor de máquinas e equipamentos (24%), seguido pelo de produtos de metal (18%) e de metalurgia (14%).

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Gráfico 1: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico no Brasil (VTI)

Fonte: IBGE/PIA 2009.

Gráfico 2: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico no Rio Grande do Sul (VTI)

Fonte: IBGE/PIA 2009.

Destaca-se que o VTI, por ser a diferença entre o valor da produção e o custo de matérias-primas e materiais utilizados no processo produtivo, é comumente utilizado como proxy para o Produto Interno Bruto (PIB).

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No que tange à participação do setor gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, a importância das indústrias gaúchas de máquinas e equipamentos e de produtos de metal fica evidente.

3.2 Estabelecimentos

Segundo dados da MTE.RAIS 2010, no Brasil, existem cerca de 78,3 mil estabelecimentos pertencentes ao complexo metal mecânico, o que equivale a 25% do total da indústria de transformação nacional. As regiões Sudeste e Sul concentram mais de 80% destes.

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 28,5 mil e 8,7 mil estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 9,8 mil estabelecimentos no setor, o que equivale 41% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância do setor metal mecânico gaúcho fica evidente quando se observa que é o segundo em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 12,5% do total nacional.

A distribuição destes estabelecimentos através do Rio Grande do Sul, a maior parte da concentração desta indústria está na região Metropolitana de Porto Alegre (44,3%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (26,4%) e Noroeste (15,2%).

Cabe mencionar que, no metal mecânico, há a predominância de estabelecimentos de micro e pequeno porte, sendo estes responsáveis por 95,5% do total brasileiro e por 96,35% do total gaúcho. Ainda, os setores que compõem esta indústria seguem a mesma tendência, sendo todos constituídos praticamente por estabelecimentos de micro e pequeno porte, com participações que variam em torno dos 90%.

3.3 Emprego

Dados do MTE. RAIS 2010 mostram que no Brasil, o complexo metal mecânico emprega cerca de 2,27 milhões de trabalhadores formais. Como

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esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. Entretanto, a região Sudeste apresenta concentração ainda maior, 54,2% do total de estabelecimentos estão situados ali. Em termos de quantidade de trabalhadores, este percentual se eleva para 65,1%. Isso decorre da elevada presença de empresas de médio e grande porte na região.

No Rio Grande do Sul, há cerca de 223,4 mil indivíduos empregados no macro-setor (aproximadamente 1 em cada 3 do total da indústria de transformação gaúcha) estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, Nordeste e Noroeste.

A abertura dos dados para os subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos empregados está vinculada aos setores de produtos de metal, de máquinas e equipamentos e de veículos automotores, que juntos concentram 76% da mão de obra formal do macro-setor.

3.4 Exportações

Dados da MDIC/Aliceweb, mostram que as exportações do setor metal mecânico do Brasil apresentaram menor volatilidade que os embarques do Rio Grande do Sul na última década. Em nível nacional, houve um crescimento ininterrupto entre 2002 e 2008, já no Estado, as exportações praticamente estagnaram entre 2005 e 2007. A crise financeira internacional de 2008 reduziu pela metade os valores exportados pelo Rio Grande do Sul em 2009, após um notável crescimento de 44,2% no ano anterior. Já a queda no Brasil, devido à turbulência de 2008, foi de 36,22%.

Os principais destinos das exportações estaduais do metal mecânico no ano 2010 foram Argentina (US$620,1 milhões), Estados Unidos (US$289,9 milhões), Chile (US$214,7 milhões) e Paraguai (US$188,9 milhões). Já os principais importadores em escala nacional foram Argentina, Estados Unidos e México.

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3.5 Indústria e Máquinas e Equipamentos

Segundo dados da TEM/RAIS 2010, no Brasil, existem 13,34 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de máquinas e equipamentos, o que equivale a 4,3% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 90% destes. O destaque na região Sul é o Rio Grande do Sul, que conta com 2.075 estabelecimentos no setor, o que equivale a quase metade de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País (43,3%). Ainda, a importância da indústria de máquinas e equipamentos gaúcha fica evidente quando se observa que é a segunda em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 15,6% do total nacional.

Tabela 1. Número de estabelecimentos da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul.

Brasil Região Sul

Rio Grande do Sul

Número % Número % Número %

291 1.178 0,4 314 0,3 130 0,4 292 5.088 1,6 1.618 1,7 669 1,9 293 1.678 0,5 890 0,9 460 1,3 294 1.087 0,3 355 0,4 148 0,4 295 314 0,1 82 0,1 25 0,1 296 3.994 1,3 1.538 1,6 643 1,8 Máquinas e Equipamentos 13.339 4,3 4.797 5 2.075 5,9

Total Metal Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 28

Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.072 100 35.090 100 Fonte: MTE.RAIS 2010.

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291: Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão;

292: Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral;

293: Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária;

294: Fabricação de máquinas-ferramenta;

295: Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção;

296: Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico;

No Rio Grande do Sul, a indústria de máquinas e equipamentos é a segunda mais numerosa em termos de número de estabelecimentos dentre todos os setores que compõem o complexo metal mecânico, ficando atrás apenas da indústria de produtos de metal. A maioria desta indústria se concentra na região Metropolitana de Porto Alegre (43,9%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (27,4%) e Noroeste (18,1%). Cabe mencionar ainda que, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de máquinas e equipamentos é de porte micro e pequeno.

A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral e à fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária. Quanto a esta última, nota-se sua relevância no cenário nacional. Do total de estabelecimentos deste segmento existentes no Brasil, 27,4% estão no Rio Grande do Sul.

No Rio Grande do Sul, há cerca de 60 mil indivíduos empregados no setor, estes estão fortemente concentrados nas regiões Noroeste, Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Noroeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de que 35% dos estabelecimentos de médio e grande porte sedimentados no Rio Grande do Sul estão localizados nesta região.

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A abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria de máquinas e equipamentos mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária e à fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral, que juntas concentram aproximadamente 67% da mão de obra formal do setor.

Em termos de Valor da Transformação Industrial (VTI), utilizado como proxy para o PIB setorial, nota-se que, no Rio Grande do Sul, o segmento da indústria de máquinas e equipamentos de maior relevância é o de fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, que representa 9% do complexo metal mecânico e 3,4% do total da indústria de transformação gaúcha.

No que tange à representação do segmento gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, este segmento também é o de maior destaque (37%), seguido pelos de fabricação de máquinas-ferramenta (19%) e de fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico (17%).

3.6 Estrutura da Empresa

A empresa na qual foi desenvolvido o estudo é a Agroworks – Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, localizada na ERS 307 Km 48,92 – Campo da Aviação, município de Santa Rosa (RS).

A empresa conta hoje com 8 funcionário, que juntamente com os três sócios, trabalham em equipe para obter bons desempenhos na produção. O objetivo desse estudo, é apresentar melhorias nos níveis de eficiência, técnica e econômica da empresa, ou seja, melhorias em todos os processos.

A empresa enfrenta algumas dificuldades, uma delas é o reduzido quadro de funcionários em épocas de bastante venda principalmente no período da safra de milho, o que acarreta em atrasos na entrega dos produtos encomendados. Outra dificuldade é com a exportação de peças, que tem períodos que chegam a dois meses para a entrega. A empresa não possui estocagem de implementos acabados, portanto trabalha somente por encomenda.

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De acordo com o valor aproximado de cada máquina, constatou-se que a empresa tem hoje um valor imobilizado de R$ 312.020,00.

Tabela 2. Estrutura Física da Empresa

Descrição Quantidade Valor (R$)

Galpão 1,00 150.000,00

Pistola de Pintura 1,00 550,00

Aparelho de Solda Mig 4,00 13.200,00

Compressor 1,00 6.000,00

Lixadeira Manual 1,00 150,00

Compressor 2,00 6.000,00

Esmerilhadeira Pequena 3,00 540,00

Esmerilhadeira Grande 2,00 1.080,00

Aparelho de Solda Elétrica 1,00 1.500,00

Furadeira Manual 2,00 300,00 Furadeira de Bancada 1,00 800,00 Policorte 1,00 600,00 Esmeril 1,00 300,00 Secador de Ar 1,00 3.000,00 Corte Plasma CNC 1,00 90.000,00

Dobradeira de Tubos Manual 1,00 1.000,00

Caminhão 1,00 35.000,00

Ferramentaria 1,00 2.000,00

TOTAL 312.020,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Quase toda a matéria-prima utilizada pela fábrica, como chapas, rodas, cubos de rodas, entre outros, são comprados conforme a necessidade, ou seja, a fábrica possui pouco estoque de matéria-prima e não possui estoque de produtos acabados, estes são fabricados conforme é feita a encomenda pelos clientes.

3.7 Cálculo Econômico do Valor Agregado (VA) e da Renda Industrial (RI)

A Indústria Agroworks se caracteriza pela produção de máquinas e implementos agrícolas. O processo de produção de produção necessita de envolvimento de 10 pessoas, destas 8 são contratadas e 3 são os sócios que

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colaboram no processo produtivo. A empresa conta com um prédio próprio com espaço físico de 600m², onde estão instaladas as máquinas necessárias para a fabricação dos implementos e alocação de estoques.

A empresa está localizada numa rodovia, o que permite bom escoamento e transporte dos produtos acabados, para entrega nos municípios vizinhos. Além disso, possui uma área de 10.000m² de terreno, o que permite mais tarde ampliar o espaço físico da empresa e em consequência, aumentar a produção.

A principal atividade da Indústria é a produção de carretas agrícolas, desensiladeiras e plataformas, mas o carro chefe é a transformação de carretas convencionais em basculante.

Tabela 3 - Composição do Valor Bruto da Produção da (Valores Anuais)

Produtos Quant./ano V. Unitário (R$) V. Total (R$)

Carreta Basculante Metal 14 13.400,00 187.600,00

Carreta Tribasculante 4 17.800,00 71.200,00

Carreta Madeira Plástica 48 11.900,00 571.200,00

Desensiladeira 8 20.500,00 164.000,00

Plataforma 15 1.950,00 29.250,00

Kit Descarga Automática 60 4.200,00 252.000,00

TOTAL 1.275.250,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

O Valor Bruto da Produção (VBP) se dá através da quantidade de mercadoria produzida pelo preço de venda de cada modelo fabricado. A produção mensal gira em torno de 13 implementos fabricados, e apresenta um valor bruto de R$1.275.250,00 anuais.

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Tabela 4 - Consumo Intermediário Proporcional (Valores Anuais)

Produtos Quant./ano Valor Total (R$)

Carreta Basculante Metal 14 120.834,00

Carreta Tribasculante 4 39.508,00

Carreta Madeira Plástica 48 434.400,00

Desensiladeira 8 117.368,00

Plataforma 15 19.050,00

Kit Descarga Automática 60 128.340,00

Total da Matéria-Prima Direta 859.500,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

O consumo intermediário pode ser dividido em Proporcional e Não Proporcional, ou seja, proporcional seria o montante de gastos que são possíveis de serem identificados diretamente para cada um dos produtos comercializados e não proporcional, são os gastos que estão associados ao processo de comercialização como um todo. Sendo assim, o consumo intermediário proporcional anual, que representa os gastos com a aquisição de matéria-prima, é de R$ 859.500,00.

Tabela 5. Consumo Intermediário Não Proporcional (Valores mensais e anuais)

Gastos Gerais Valor Mensal (R$) Valor Anual (R$)

Luz 380,00 4.560,00 Água 30,00 360,00 Telefone 350,00 4.200,00 Manuntenção 400,00 4.800,00 Material de expediente 100,00 1.200,00 Combustíveis 500,00 6.000,00 Fretes 2.000,00 24.000,00

TOTAL DAS DESPESAS 3.760,00 45.120,00

TOTAL DO CONSUMO INTERMEDIÁRIO - CI R$ 904.620,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

De acordo com a tabela 5, o consumo intermediário Não Proporcional, ligado aos gastos gerais da empresa é de R$ 3.760,00 mensais e R$ 45.120,00 anuais.

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Somando o consumo Intermediário Proporcional e o Consumo Intermediário Não Proporcional o valor anual chega a R$ 904.620,00.

As depreciações representam um fator importante no estudo do resultado levando em conta que o processo produtivo encontra em sua base o conhecimento das estruturas e capacidades de produção.

Os investimentos da Indústria Agroworks foram de R$ 312.020,00. Todas as máquinas adquiridas são novas. A depreciação da estrutura representa um valor de R$ 17.865,00 por ano.

Tabela 6. Estrutura de produção e cálculo das depreciações (Valores Anuais)

Estrutura Quant. Valor Atual Vida Útil R$ Total

Galpão 1,00 150.000,00 40 3.750,00

Pistola de Pintura 1,00 550,00 3 183,33

Aparelho de Solda Mig 4,00 13.200,00 10 1.320,00

Compressor 1,00 6.000,00 10 600,00

Lixadeira Manual 1,00 150,00 3 50,00

Compressor 2,00 6.000,00 10 600,00

Esmerilhadeira Pequena 3,00 540,00 3 180,00

Esmerilhadeira Grande 2,00 1.080,00 3 360,00

Aparelho de Solda Elétrica 1,00 1.500,00 10 150,00

Furadeira Manual 2,00 300,00 3 100,00 Furadeira de Bancada 1,00 800,00 10 80,00 Policorte 1,00 600,00 5 120,00 Esmeril 1,00 300,00 10 30,00 Secador de Ar 1,00 3.000,00 8 375,00 Corte Plasma CNC 1,00 90.000,00 15 6.000,00

Dobradeira de Tubos Manual 1,00 1.000,00 15 66,67

Caminhão 1,00 35.000,00 10 3.500,00

Ferramentaria 1,00 2.000,00 5 400,00

Total das Depreciações 312.020,00 17.865,00

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A Tabela 7 apresenta dados relativos ao do Valor Agregado Anual na Indústria Agroworks.

Tabela 7 - Valor Agregado Anual

Itens Valor Total % s/ VBP

Valor Bruto da Produção 127.5250,00 100%

Consumo Proporcional 859.500,00 67,4%

Consumo não Proporcional 45.120,00 3,54%

Depreciações - d 17.865,00 1,40%

Valor Agregado - VA 352.765,00 27,66%

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

O Valor Agregado é o resultado total do valor bruto da produção, diminuindo o Consumo Intermediário e o Total das Depreciações. Analisando os dados da tabela, relativos ao cálculo do Valor Bruto da Produção (VBP), Consumo Intermediário (CI) proporcional e não proporcional, bem como o cálculo das depreciações decorrentes da estrutura de comercialização, tem-se que a Indústria Agroworks possui a capacidade de gerar riqueza anual, calculada a partir do valor agregado, conforme a expressão (1), de R$ 352.765,00, em termos percentuais, representa 27,66% do Valor Bruto da Produção.

A riqueza expressa pelo valor agregado foi repartida entre os proprietários dos fatores de produção, envolvidos no processo comercial e outros agentes intervenientes no processo de comercialização. No caso da Indústria Agroworks, os trabalhadores ficam com uma parte da riqueza gerada, o Estado fica com outra parte através dos impostos. Se a empresa tiver que recorrer a empréstimos, terá que pagar juros.

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Tabela 8 - Distribuição do Valor Agregado (Valores Anuais)

Itens Valor Unit. Valor Total

Salários – 8 empregados c/ férias e 13º salário 1.100,00 117.304,00

Impostos e Encargos 143.447,95

Simples - 10,45% s/ vendas 10,45% 133.263,63

FGTS - 8% s/ salários 8% 9.384,32

Alvarás 800,00

Total do Valor Agregado Distribuído 260.561,95

Distribuição do Valor Agregado em %

Salários Ordenados 33%

Impostos 41%

Renda Industrial 26%

Total 100%

Renda Industrial (VA - DVA) 92.013,06

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

A empresa paga sob a forma de impostos e encargos em média R$ 143.447,95, o que representa 41% da riqueza gerada. Já o pagamento de salários, representa anualmente 33%.

A empresa não costuma recorrer ao sistema financeiro para financiar o seu capital de giro, razão para a qual não há pagamento de juros. Os fornecedores geralmente concedem prazos de pagamento suficientes para que a empresa consiga resgatar seus compromissos com a venda dos produtos acabados.

A Renda Industrial é o resultado do Valor Agregado (VA) menos o Valor Agregado Distribuído (VAD), que na Indústria Agroworks chega a um valor anual de R$ 92.013,06.

3.8 A Modelização do Valor Agregado (VA) e da Renda Industrial (RI)

Esse capítulo tem como objetivo apresentar, a partir do cálculo econômico, a modelização do valor agregado e da renda. Para modelização do Valor Agregado e da Renda Industrial desse tipo de empresa, utilizam-se as informações do VBP

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(Valor Bruto de Produção), dos Gastos Proporcionais e dos Gastos Não Proporcionais e da distribuição do Valor Agregado.

Tabela 9. Cálculo do número de horas anuais disponíveis

Horas Semanais 44,00

Semanas por Mês 4,50

Número de Pessoas 8,00

Número de Meses/Ano 11,00

Número de Horas/Ano 17424,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

A Tabela 9 demonstra o cálculo de número de horas anuais disponíveis na Indústria Agroworks. Para definição foram considerados disponíveis oito Unidades de Trabalho Anuais (UTAs), o que representa uma disponibilidade de 17.424 horas de trabalho.

Para esse tipo de empresa é possível, reescrever a equação (5) da seguinte forma:

VA = 51.968,75 X - 62.985,00

De acordo com a equação acima, verifica-se que não utilizando nenhuma unidade de trabalho obtém-se um Valor Agregado negativo correspondente ao valor dos gastos não proporcionais (coeficiente linear). Pelo modelo, cada unidade adicional de trabalho produz um acréscimo de R$ 51.968,75 no Valor Agregado.

Para este tipo de empresa é possível reescrever a equação (6) da seguinte forma:

RI = 19.474,76 X – 63.785,00

Dessa forma, verifica-se que não utilizando nenhuma unidade de trabalho obtém-se uma Renda Industrial negativa (coeficiente linear do modelo). Pelo modelo, cada unidade adicional de trabalho produz um acréscimo de R$ 19.474,76

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na Renda Industrial. Os dados das equações acima podem ser mais bem visualizados na tabela e no gráfico apresentado a seguir.

Tabela 10. Evolução do Valor Agregado e da Renda Industrial

Nº Pessoas Nº Horas VA RI 0 0 (62.985,00) (63.785,00) 1 2.178 (11.016,25) (44.310,24) 2 4.356 40.952,50 (24.835,49) 3 6.534 92.921,25 (5.360,73) 4 8.712 144.890,00 14.114,03 5 10.890 196.858,75 33.588,78 6 13.068 248.827,50 53.063,54 7 15.246 300.796,25 72.538,30 8 17.424 352.765,00 92.013,06

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Observando a tabela 10 pode-se analisar o aumento do valor agregado e da renda industrial de acordo com a variação de números de funcionários. Permanecendo o número de oito funcionários tem-se o valor agregado e da renda industrial de R$ 352.765,00 e R$ 92.013,06 respectivamente. Estes dados também podem ser observados no gráfico 3 a seguir:

Gráfico 3. Evolução do Valor Agregado e da Renda Industrial

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Conforme o Gráfico 3, pode-se observar a evolução do valor agregado e da renda industrial utilizando as oito unidades de trabalho tomadas como referência, o que equivale a 17.424 horas, tem-se um Valor Agregado de R$ 352.765,00.

O processo de modelização permite, ainda, calcular a capacidade de contribuição na Renda Industrial das diferentes atividades desenvolvidas na indústria. Na tabela abaixo está relacionado o número de horas necessárias e disponíveis por atividade desenvolvida. Apresenta-se, também, a ociosidade da Agroindústria.

Tabela 11. Horas necessárias e distribuição das horas disponíveis na produção

Atividade Hs.Nec.Mês Hs.Nec.Ano % Hs Dispon. Ociosidade

CBT 36,00 504 9,98% 1.739,29 1.235,29 CAT 54,00 216 4,28% 745,41 529,41 CMP 36,00 1.728 34,22% 5.963,29 4.235,29 DESENS. 72,00 576 11,41% 1.987,76 1.411,76 PLATAF. 27,00 405 8,02% 1.397,65 992,65 KIT DESC. 27,00 1.620 32,09% 5.590,59 3.970,59 Total 5.049 100,00% 17.424,00 12.375,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Observando a tabela, pode-se definir o produto de maior ociosidade a Carreta Madeira Plástica, sendo que o seu nível de ociosidade é de 34,22%, ao passo que com o menor nível de ociosidade está a Carreta Agrícola Tribasculante, sendo este de 4,28%. Deve-se considerar que este também é o produto que apresenta maior taxa de lucratividade. Deve-se analisar o coeficiente para considerar se deve produzir ou não um novo produto ou, até mesmo, deixar de produzir algum produto que não esteja dando a margem de lucro esperado.

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Tabela 12. Distribuição dos Valores que compõe a estrutura de cálculo da RI

Itens CBT CAT CMP DESENS. PLATAF. KIT DESC. Total

VBP 187.600,00 71.200,00 571.200,00 164.000,00 29.250,00 252.000,00 1.275.250,00 M P direta 120.834,00 39.508,00 434.400,00 117.368,00 19.050,00 128.340,00 859.500,00 Sal cfme hs 11.709,49 5.018,35 40.146,82 13.382,27 9.409,41 37.637,65 117.304,00 Simples 19.604,20 7.440,40 59.690,40 17.138,00 3.056,63 26.334,00 133.263,63 FGTS 936,76 401,47 3.211,75 1.070,58 752,75 3.011,01 9.384,32 Desp. Ger. 45.120,00 Depreciação 17.865,00 Dist. VA não Prop. 800,00 Total não prop. = coef. b 63.785,00 RI 34.515,55 18.831,78 33.751,03 15.041,14 -3.018,79 56.677,34 92.013,06 Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Observando a tabela, chegamos a conclusão que o Kit Descarga Automática possui a maior Renda Industrial, com R$ 56.677,34,00 anuais, do mesmo modo temos também a plataforma com Renda Industrial negativa de R$ -3.018,79 anual. Para cálculo dos coeficientes angulares foi usado a seguinte fórmula:

VBP/UT -GPUT - GNPUT - I/UT - S/UT

A Tabela 13 demonstra os coeficientes angulares por produto fabricado na indústria Agroworks. O coeficiente angular, neste caso, representa a capacidade que cada um dos produtos produzidos na empresa tem de contribuir na formação da renda industrial.

Tabela 13. Coeficientes angulares por atividade para a renda industrial

Atividades CBT CAT CMP DESENS. PLATAF. KIT DESC.

Coeficientes 19,84 25,26 5,66 7,57 - 2,16 10,14 Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Utilizando as oito unidades de trabalho tomadas como referência, o que equivale a 17.424 horas, tem-se um Valor Agregado de R$ 352.765,00.

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Percebe-se nesta tabela, que o item que se destaca nesta unidade de produção é a Carreta Agrícola Tribasculante (CAT), que apresenta R$ 25,26, sendo assim o produto que apresenta maior lucratividade.

Dentro desse conceito podemos destacar ainda os produtos Carreta Agrícola Traseira (CBT) com coeficiente angular de R$ 19,84 e o Kit de Descarga Automática com R$ 10,14.

Tem-se ainda o item que apresenta lucratividade negativa, sendo a plataforma com coeficiente angular de R$ - 2,16. Nesse cenário é necessário rever o processo, pois esse produto não viabiliza o negócio.

Estes dados podem ser melhor visualizados no Gráfico 4, que relaciona a contribuição das atividades com a utilização de diferentes quantidades de unidade de trabalho.

Gráfico 4. Contribuição por atividade para a Renda Industrial por hora de trabalho

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

A Carreta Agrícola Tribasculante tem a maior produtividade marginal do trabalho. Esta produtividade marginal poderá levar a empresa à decisão de produzir apenas este produto. No entanto, se considerarmos que todas as atividades fazem parte de um sistema de produção maior não se recomenda tal decisão. Há de se

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considerar também que certamente o mercado não absorverá toda a produção quando esta ocorrer em maior escala.

3.9 Indicadores de Resultado

Os dados relativos ao cálculo econômico e à modelização do Valor Agregado e da Renda Industrial permitem sistematizar apresentar alguns resultados da empresa.

Tabela 14 - Indicadores de Resultado

Unidades de Trabalho anuais – UTAs 8

Relação VA/UTAs 44095,63

Relação RI/UTAs 11501,63

Valor do Investimento 312020,00

Relação VA/Valor do Investimento 1,13

Relação RI/Valor do Investimento 0,29

Prazo de recuperação do Investimento = Valor do

Investimento/RI 3,39

Relação Lucro Econômico/UTAs 2520,87

Relação Lucro Econômico/Investimento 0,06

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Os dados demonstram que em termos de produtividade marginal do trabalho, cada UTA utilizada no processo de produção da indústria produz um montante anual de R$ 44.095,63 e R$ 11.501,63 de Valor Agregado e de Renda Industrial respectivamente. Tem-se ainda que a relação Renda Industrial e investimento é igual a 0,29, ou seja, para cada unidade monetária investida obtém-se uma Renda Industrial anual de R$ 0,25.

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4 ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA EMPRESA

Este capítulo tem como objetivo descrever o estudo de viabilidade econômica e financeira da Indústria Agroworks a partir das potencialidades. Através dos dados da pesquisa, é possível apresentar os dados da avaliação econômica do projeto, bem como o fluxo de caixa.

O momento do agronegócio brasileiro é favorável. Com o alinhamento positivo das variáveis climáticas, da renda do produtor e da oferta de crédito trata-se de um bom ensejo para crescer. Ampliar a produtividade, aumentar a área plantada ou investir em infraestrutura, logística são alguns dos movimentos que tem sido percebido no setor em território nacional.

No setor de máquinas agrícolas, destaque para as opções de financiamento disponibilizadas pelo governo federal. Um exemplo interessante é o Mais Alimentos. O programa segue forte e essencial para o desenvolvimento da agricultura familiar no país. Com outras características e perfis de financiamento, o Finame Agrícola PSI também tem servido a seu propósito. A lamentar que no caso do PSI ainda não tenhamos um programa perene, o que pode trazer aos agricultores alguma limitação na hora de planejar o crescimento.

O preço das principais commodities também sinaliza um futuro promissor. Com os estoques globais de alimentos em níveis abaixo da média, a América do Sul é vista como uma das grandes fornecedoras destes bens. Some isso a tendência norte-americana da migração para a produção do etanol e reforçamos nossa posição de protagonistas na produção global de grãos.

Outro fator é a excelente oferta de máquinas no mercado. Para grandes e pequenos produtores, a certeza é de que há uma máquina com a configuração ideal para cada demanda. Os avanços tecnológicos dispostos nas últimas décadas garantem ao setor o apoio que precisam para dar um passo à frente.

Então, seja com a compra de um novo trator ou a aquisição de uma carreta basculante ou a renovação da frota, o fato é que os principais sinalizadores do momento do agronegócio brasileiro apontam para um futuro promissor. O setor de

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