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Processo de modernização tecnológica na agricultura do Nordeste brasileiro.

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CAMPUS II - CENTRO DE HUMANIDADES

MESTRADO EM ECONOMIA

PROCESSO DE MODERN IZ AC AO TECNOL6GICA NA AGRICULTURA

DO NORDESTE BRASILEIRO

JOFFRE KOURI

CAMPINA GRANDE PARAIBA - BRASIL

(2)

PROCESSO DE MODERNIZACAO TECNOLOGICA NA AGRICULTURA

DO NORDESTE BRASILEIRO

Dissertacao apresentada a Universidade Federal da Paraiba, como parte das exigencias do Curso de mestrado em Economia, area de concentracao em Economia Rural e Regional, para obtengao do tftulo de "Mestre".

Orientador

Prof. Dr. ROBERIO FERREIRA DOS SANTOS

CAMPINA GRANDE PARAIBA - BRASIL

(3)
(4)

PROCESSO DE MODERNIZAQAO TECNOLOGICA NA AGRICULTURA

DO NORDESTE BRASILEIRO

Dissertacao apresentada a Universidade Federal da Paraiba, c o m o parte das exigencias do Curso de m e s t r a d o e m E c o n o m i a , area de c o n c e n t r a c a o e m Economia Rural e Regional, para o b t e n g a o do titulo de " M e s t r e " .

A P R O V A D A em 2 4 de julho de 1 9 9 8

Prof. D P . Jose Diniz de Araujo (Examinador)

Prof. Dr. Franci de Paula Barreto Filho

(Examinador)

Prof. Dr. Roberio Ferreira d o s Santos (Orientador)

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a minha ausencia e os m o m e n t o s de impaciencia durante a elaboragao deste trabalho,

(6)

A realizacao deste trabalho foi o resultado de u m e s f o r c o coletivo. E impossfvel mencionar t o d o s aqueles que colaboraram direta e indiretamente para a conclusao do m e s m o , registrem-se, no e n t a n t o , agradecimentos especiais: A o Prof. Roberio Ferreira dos Santos, pelo apoio e solidariedade imprescindfveis durante a realizacao do Curso e pela orientacao segura;

A o s Professores Paulo Ortiz Rocha de A r a g a o e Clodoaldo Roque Bortoluzi, pelas contribuicoes importantes para o e s t u d o ;

A o s a m i g o s , colegas dos Cursos de M e s t r a d o e m Economia e Sociologia Rural: Clodoaldo A l m e i d a , J o s 6 Ricardo, Olga, Nerize, Flavio Duarte, Gildasio,J6ao Diogenes, Francisco Cardoso e Katia, pelas discussoes, sugestoes, crfticas e pelo apoio nas horas mais diffceis;

A o s amigos e colegas da Embrapa: Minelvina, Raimundo Pinheiro, Rogerio M a u r o e Lufz A l b e r t o , pelo apoio e solidariedade desde o meu ingresso no Curso de M e s t r a d o ;

A Universidade Federal da Parafba - UFPB, Campus II, pela oportunidade c o n c e d i d a ;

A Embrapa, que me liberou e apoiou, especialmente at raves da Chefia do Centro Nacional de Pesquisa Agroflorestal d o A m a p a - CPAF - A m a p a , na pessoa do colega Emanuel da Silva Cavalcante;

A o Centro Nacional de Pesquisa de A l g o d a o - C N P A / E m b r a p a , pelo apoio institucional, e a t o d a s as amigas bibliotecSrias deste C e n t r o , cuja inestimavel colaboracao t o r n o u menos ardua a minha t a r e f a ;

A g r a d e c o , e n f i m , aos professores e funcionarios d o Curso de Mestrado e m Economia e a t o d o s que direta e indiretamente colaboraram c o m seus incentivos e v o t o s de sucesso.

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SUMARIO

LISTA DE T A B E L A S LISTA DE FIGURAS RESUMO A B S T R A C T CAPITULO 1 . I N T R O D U C A O

CAPi'TULO 2. INTRODUCAO DE I N O V A C O E S TECNOLOGICAS N A

AGRICULTURA BRASILEIRA A PARTIR DE M E A D O S DOS A N O S 6 0 1 4

1 . INTRODUCAO 1 4 2. A I N T R O D U C A O DO "PACOTE T E C N O L 6 G I C O M O D E R N O " 15

3. CONCLUSOES 3 3

CAPITULO 3. A INTERVENCAO DO ESTADO NO PROCESSO DE

M O D E R N I Z A C A O TECNOL.6GICA DA AGRICULTURA NO NORDESTE 3 6

1 . INTRODUCAO 3 6 2. A L G U N S M E C A N I S M O S DE INTERVENCAO DO ESTADO N A

AGRICULTURA DO NORDESTE BRASILEIRO 4 1 2 . 1 . A POLITICA DO DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO 4 8

2 . 2 . " N O V A PROPOSTA" DE INTERVENCAO: PROJETO NORDESTE 5 4

3. CONCLUSOES 6 5

CAPITULO 4 . EFEITOS DA M O D E R N I Z A C A O TECNOLOGICA N A

PRODUCAO A G R I C O L A DO NORDESTE 6 8 1 . INTRODUCAO 6 8 pagina viii x xi xiii 1

(8)

pagina

2. CARACTERISTICAS M A R C A N T E S D A REGIAO NORDESTE 6 9

3. M E T O D O L O G I A 7 5 4 . INDICADORES DE " M O D E R N I Z A C A O " D A AGRICULTURA

BRASILEIRA 8 0 5. A EVOLUCAO D A AREA C O L H I D A , D A PRODUCAO E DOS

RENDIMENTOS M E D I O S D A S PRINCIPAIS C U L T U R A S NO BRASIL E

NO NORDESTE 9 0 6. A EVOLUCAO DA AREA C O L H I D A E DOS RENDIMENTOS MEDIOS

D A S PRINCIPAIS C U L T U R A S NOS E S T A D O S D A REGIAO

NORDESTE 9 8

7. CONCLUSOES 1 0 9

CAPITULO 5. CONCLUSOES GERAIS 111

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LISTA DE TABELAS

pagina T A B E L A 1 - A r e a , populacao (absoluta e relativa) e densidade

populacional, segundo as regioes do Brasil, 1 9 7 0 , 1 9 8 0 e 1 9 9 1 7 2 T A B E L A 2 - A r e a , populacao (absoluta e relativa) e densidade

populacional, segundo os estados d o Nordeste, 1 9 7 0 , 1 9 8 0 e 1 9 9 1 7 4 T A B E L A 3 - C o n s u m o de fertilizantes qufmicos (NPK), regioes do

B r a s i l / 1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 6 T A B E L A 4 - Evolucao d o c o n s u m o de fertilizantes (NPK), regioes do

B r a s i l / 1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 6 T A B E L A 5 - Participacao das regioes no c o n s u m o de fertilizantes

( N P K ) , 1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 7 T A B E L A 6 - Participacao dos estados do Nordeste no c o n s u m o de

fertilizantes (NPK) e m relacao ao c o n s u m o t o t a l da r e g i a o / 1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 8 T A B E L A 7 - C o n s u m o de fertilizantes qufmicos (NPK), estados da regiao

Nordeste/1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 9 T A B E L A 8 - Evolucao d o c o n s u m o de fertilizantes (NPK), estados da

regiao N o r d e s t e / 1 9 8 6 - 1 9 9 7 8 9 T A B E L A 9 - Taxas de variacoes das areas colhidas, producoes e

r e n d i m e n t o s medios de culturas selecionadas no Brasil e na regiao

Nordeste, 1 9 7 3 / 9 6 (em %) 91 T A B E L A 1 0 - Taxas de variacoes das areas colhidas de culturas

(10)

T A B E L A 1 1 - Taxas de variacoes dos r e n d i m e n t o s medios, culturas e

(11)

FIGURA 1 - C o n s u m o de fertilizantes perfodo 1 9 8 6 a 1 9 9 7 )

FIGURA 2 - C o n s u m o de fertilizantes d o perfodo 1 9 8 6 a 1997)

pagina por regiao do Brasil (total do

8 7

por estado d o Nordeste (total 8 8

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KOURI, J o f f r e . Processo d e Modernizacao Tecnologica na Agricultura d o

Nordeste Brasileiro. Campina Grande, UFPB, 1 9 9 8 . 1 1 7 p . (Dissertacao

-M e s t r a d o e m Economia, area de c o n c e n t r a c a o e m Economia Rural e Regional)*

0 processo de modernizacao tecnologica da agricultura brasileira, dado seu carater desigual inclusive entre as regioes do pais, t a m b e m foi diferenciado d e n t r o das proprias regioes entre os estados, entre categorias ou g r u p o s sociais de produtores e atividades e c o n o m i c a s , levando a u m a s e g m e n t a c a o da p r o d u c a o . Essas diferencas estao diretamente associadas a f o r m a c o m o esse processo foi gerado e produzido no pafs: u m processo a m p l a m e n t e subsidiado e induzido pelo Estado. Parte-se do pressuposto teorico-m e t o d o l o g i c o que as t r a n s f o r teorico-m a c o e s que o c o r r e r a teorico-m na agricultura brasileira e suas consequencias sao aspectos particulares b e m especfficos, que so podem

ser entendidos dentro de um marco da expansSo e reproducao capita/ista, o qua I,

e m ultima analise, f o i quern e s t i m u l o u ou p r o m o v e u as t r a n s f o r m a c o e s que necessitam ser investigadas c i e n t i f i c a m e n t e . 0 objetivo principal deste trabalho e analisar o processo de modernizacao t e c n o l o g i c a na agricultura do Nordeste brasileiro, d e s t a c a n d o a intervengao do Estado nesse processo e a evolucao da agricultura na regiao, f u n d a m e n t a l m e n t e a partir do infcio da decada de 7 0 q u a n d o se inicia no pais u m a polftica de d e s e n v o l v i m e n t o diferenciada regionalmente e u m processo de intervencao " p l a n e j a d a " , procurando c o m isso d e m o n s t r a r a f o r m a desigual de d e s e n v o l v i m e n t o do setor agrfcola, s e m , c o n t u d o , atribuf-lo pura e s i m p l e s m e n t e ao problema secular das secas c o m o

Orientador: Prof. Dr. Robe>io Ferreira dos Santos. M e m b r o s da Banca: Prof. Dr. Jose Diniz de Araujo e Prof. Dr. Francisco de Paula Barreto Filho

(13)

m u i t o s ja" o f i z e r a m . A evolucao da agricultura na regiao foi analisada atraves de f n d i c e s de tecnificacao , da evolucao da area colhida e do rendimento medio das principals culturas. A t r a v e s da evolucao desses fndices conclui-se que existe u m expressivo desequilfbrio t e c n o l o g i c o entre o Nordeste e o resto do pafs e u m processo de modernizacao e x t r e m a m e n t e c o n c e n t r a d o d e n t r o da propria regiao. Em relacao a s e g m e n t a c a o da p r o d u c a o , conclui-se que esse processo existe na agricultura da regiao Nordeste, mas o principal f a t o r que expressa essa s e g m e n t a c a o e o a u m e n t o de area das culturas que f o r a m privilegiadas pelos i n s t r u m e n t o s de polftica agrfcola modernizante - os p r o d u t o s que sao materias-primas industriais, c o m precos d e t e r m i n a d o s no mercado internacional, cujo maior destino 6 a e x p o r t a c a o ou para fins energeticos, especialmente c a c a u , cana-de-acucar, soja, laranja e cafe. A f r u t i c u l t u r a no Nordeste 6 avaliada c o m o u m caso especffico, destacando-se por apresentar t a x a s significativas de c r e s c i m e n t o t a n t o dos rendimentos medios q u a n t o das areas colhidas. Os subsfdios g o v e r n a m e n t a i s e os investimentos e m infra-estrutura t i v e r a m i m p o r t a n t e papel para o d e s e n v o l v i m e n t o da fruticultura na regiao.

(14)

ABSTRACT

KOURI, J o f f r e . Process o f Technological Modernization in t h e A g r i c u l t u r e o f

Northeastern Brazil. Campina Grande, Federal University of Parafba, 1 9 9 8 .

1 1 7 p . ( M a s t e r ' s Thesis in E c o n o m y c o n c e n t r a t e d on Regional and Rural Economy)*

The process of technological modernization of Brazilian agriculture, given its uneven characteristics even a m o n g the regions of t h e c o u n t r y , w a s also differentiated w i t h i n t h e regions t h e m s e l v e s , a m o n g the states, a m o n g categories or social g r o u p s of producers and e c o n o m i c a l activities causing s e g m e n t a t i o n of t h e p r o d u c t i o n . These differences are directly associated t o the w a y this process w a s originated and produced in t h e c o u n t r y : a process amply subsidized and induced by the State. Starting f r o m the presupposed

methodological t h e o r y t h a t t h e t r a n s f o r m a t i o n s t h a t occurred in Brazilian agriculture and their consequences are very specific particular a s p e c t s , that can

only be understood within a milestone o capitalistic expansion and reproduction,

w h i c h , in the latest analysis, w a s w h a t s t i m u l a t e d or p r o m o t e d the t r a n s f o r m a t i o n s t h a t need t o be scientifically i n v e s t i g a t e d . The main purpose of this research is t o analyze the process of technological modernization in the agriculture of Northeastern Brazil, focussing on t h e intervention of the State in this process and on the e v o l u t i o n of agriculture in t h e region, f u n d a m e n t a l l y since the beginning of the 7 0 s w h e n developmental policy began in t h e c o u n t r y differentiating regions in a process of " p l a n n e d " i n t e r v e n t i o n , trying w i t h this t o d e m o n s t r a t e t h e u n e v e n f o r m of d e v e l o p m e n t in the agricultural aspect, h o w e v e r w i t h o u t attributing this problem s i m p l y and exclusively t o the secular p r o b l e m of

* Orientation by: Prof. Dr. Roberto Ferreira dos Santos. M e m b e r s of the examining board: Prof. Dr. Jose Diniz de Araujo and Prof. Dr. Francisco de Paula Barreto Filho

(15)

t h e d r o u g h t s as m a n y have d o n e . The evolution of agriculture in t h e region w a s

a n a l y z e d t h r o u g h t h e technical indexes, t h r o u g h t h e evolution of the chosen

area and t h r o u g h t h e average produce of the main crops. T h r o u g h the evolution of these indexes w e came t o the conclusion t h a t there is an expressive technological imbalance b e t w e e n the Northeast and the rest of t h e c o u n t r y and t h a t there is an e x t r e m e l y c o n c e n t r a t e d process of modernization w i t h i n the region itself. In relation t o the s e g m e n t a t i o n of the p r o d u c t i o n , w e c a m e t o the conclusion t h a t this process exists in the agriculture of t h e Northeastern region, but t h a t t h e main f a c t o r t h a t expresses this s e g m e n t a t i o n is the increase in the area of the cultivation t h a t w e r e privileged by t h e i n s t r u m e n t s of modernizing agricultural policies - the p r o d u c t s of w h i c h are industrial r a w materials, w i t h prices determined by the International market, and w h o s e main destiny is e x p o r t a t i o n or energy purposes, especially c o c o a , sugar cane, soybeans, oranges and c o f f e e . The cultivation of fruits in the Northeast is evaluated as a specific case, set apart by presenting significative rates of g r o w t h not only in the average produce b u t also in the area picked. T h e g o v e r n m e n t a l subsidizing and t h e i n v e s t m e n t s in infrastructure had and i m p o r t a n t role in the d e v e l o p m e n t of t h e cultivation of fruits in the region.

(16)

CAPITULO 1

INTRODUCAO

A agricultura brasileira, m e s m o considerando o processo de d e s e n v o l v i m e n t o e c o n o m i c o d i s c r i m i n a t o r y , tern d e s e m p e n h a d o papeis de grande importancia para a e c o n o m i a nacional.

Na literatura especializada sobre o a s s u n t o e possfvel observar o r e c o n h e c i m e n t o da contribuicao d o setor agrfcola para a realizacao d o d e s e n v o l v i m e n t o industrial e c r e s c i m e n t o e c o n o m i c o , e m b o r a t a m b e m se c o n s t a t e q u e , no processo de d e s e n v o l v i m e n t o e c o n o m i c o brasileiro, do pos-guerra ate os dias atuais, o setor agrfcola passou por varios m o m e n t o s d i s t i n t o s e e m t o d o s eles foi relegado a u m piano inferior e altamente penalizado, t a n t o no t o c a n t e a d r e n a g e m de seus recursos para o setor industrial c o m o a falta de polfticas que s u s t e n t a s s e m seus fndices de c r e s c i m e n t o e possibilitassem o seu d e s e n v o l v i m e n t o . 0 objetivo das polfticas e c o n o m i c a s deveria ser, na visao daqueles que o p t a r a m por ignorar o setor agrfcola, o de p r o m o v e r a e x p a n s a o do resto da e c o n o m i a mediante a transferencia de recursos da agricultura para os outros setores.

A L V E S & PASTORE ( 1 9 8 0 : 9 - 2 0 ) c i t a m que no decorrer da decada de 5 0 , os reflexos do processo de industrializacao g e r a r a m desestfmulos a p r o d u c a o agrfcola de c o n s u m o interno e elevagao nos seus precos. 0 desestfmulo a p r o d u c a o que se s o m a v a a t a x a s explosivas de i n c r e m e n t o da p o p u l a c a o , a crescente urbanizacao do pafs e a elevacao da renda per capita, t o r n a v a a d e m a n d a cada vez mais dinamica d e i x a n d o o pafs vulneravel aos c o n s t a n t e s riscos de crises no a b a s t e c i m e n t o . Tais riscos se c o n c r e t i z a m e m 1 9 6 4 , q u a n d o h o u v e crise p r o f u n d a de a b a s t e c i m e n t o alimentar, levando o g o v e r n o a dar u m n o v o d i r e c i o n a m e n t o a polftica e c o n o m i c a , introduzindo o modelo de d e s e n v o l v i m e n t o agrfcola que tinha c o m o base a m o d e r n i z a c a o da

(17)

a g r i c u l t u r a1, o b j e t i v a n d o a u m e n t a r a p r o d u t i v i d a d e e assim compatibilizar a

o f e r t a a crescente d e m a n d a de a l i m e n t o s . Varies i n s t r u m e n t o s de polftica e c o n o m i c a direcionados para esse f i m f o r a m i m p l e m e n t a d o s c o m patroefnio d o Estado, entre os quais m e r e c e m d e s t a q u e a pesquisa agrfcola, a assistencia t e c n i c a e e x t e n s a o rural e, e m particular, o credito rural altamente subsidiado que se constituiu no mais i m p o r t a n t e i n s t r u m e n t o de polftica agrfcola, s o b r e t u d o na decada de 7 0 , ao qual se a t r e l a v a m as demais polfticas.

"(...) a pesquisa, o credito rural e a assistencia tecnica e extensao rural constituem, de fato, os instrumentos essenciais de intervencao do Estado, impulsionadores do processo de modernizacao da agricultura. A pesquisa determinando, atraves da geracao do "pacote t&cnologico", as normas e os padrdes tecnicos do uso e da aplicacao dos chamados insumos modernos e maquinas. O credito subsidiado viabilizando financeiramente esse uso e essa aplicacao, tendo como suporte sua vinculacao ao PRO AG RO.2 A assistencia tecnica e extensao rural

difundindo, junto aos produtores beneficiados pelo credito, a adocao do "pacote tecnoldgico" ( A G U I A R ,

1 9 8 6 : 1 2 9 . G r i f o s d o original).

A visao de que o n o v o d i r e c i o n a m e n t o d a d o a polftica e c o n o m i c a t i n h a c o m o o b j e t i v o , s i m p l e s m e n t e , ajudar a solucionar problemas de a b a s t e c i m e n t o alimentar nao e c o r r o b o r a d a por outros autores sobre o a s s u n t o . Por e x e m p l o , para S A N T O S ( 1 9 8 6 : 1 7 - 1 8 ) tais medidas f o r a m perfeitamente compatfveis c o m o processo de industrializacao do Pais, u m a vez que a estrategia adotada viabilizou u m significative m e r c a d o para a p r o d u c a o industrial. Nesse sentido, afirma que a polftica de industrializacao era prioritaria, c a b e n d o ao setor agrfcola "participar mais intensamente no processo de

desenvolvimento industrial brasileiro, fornecendo alimentos, materias-primas, mao-de-obra e divisas, e demandando, a partir de entao, produtos industrials".

A s propriedades maiores e r a m privilegiadas c o m os i n s t r u m e n t o s de polftica agrfcola, sob o a r g u m e n t o de que elas a p r e s e n t a v a m resposta mais rapida ao

1 Para ALVES & PASTORE (1980) a modernizacao da agricultura e entendida como u m processo de aumento de

produtividade via uso de insumos industriais no campo

2 "O PROAGRO, sigla do Programa de Garantia da Atividade Agropecuaria, constitui. basicamente, um mecanismo de

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a u m e n t o da p r o d u c a o , f a v o r e c e n d o , p o r t a n t o , a "criacao de mercado para o

subsetor industrial que produz insumos, maquinas e equipamentos para o setor agricola ".

A r g u m e n t o s e m f a v o r da modernizacao direcionada a medios e grandes p r o d u t o r e s3 sao e n c o n t r a d o s no trabalho de A L V E S & PASTORE

( 1 9 8 0 : 1 5 ) . Estes autores f o m e n t a m a ideia de que a modernizacao da agricultura brasileira tern que c o n c e n t r a r e s f o r c o s nos agricultores c o m maior capacidade de resposta aos incentivos do g o v e r n o (medios e grandes p r o d u t o r e s ) , pois assim se c o n s e g u i r a o a u m e n t o da p r o d u c a o agrfcola a c u s t o s c o n s t a n t e s ou d e c r e s c e n t e s , prioritarios para os objetivos da polftica e c o n o m i c a de c o m b a t e a inflacao e melhora das o p o r t u n i d a d e s de e m p r e g o , entre outras v a n t a g e n s .

C o m o c o n s e q u e n c i a da n o v a polftica a d o t a d a , t e m - s e a partir da decada de 7 0 u m a p r o f u n d a s e g m e n t a c a o d o setor agrfcola. A s s i m , ao m e s m o t e m p o e m que a e c o n o m i a e x p e r i m e n t a v a elevadas taxas de c r e s c i m e n t o , acentuava-se o processo de s e g m e n t a c a o da p r o d u c a o : p r o d u t o s agrfcolas que sao materias-primas industrials, c o m precos d e t e r m i n a d o s no m e r c a d o internacional, cujo maior destino e a e x p o r t a c a o ou para fins e n e r g e t i c o s , de u m lado, e p r o d u t o s alimentares, c o m menor fndice de p r o c e s s a m e n t o , destinados principalmente para o mercado i n t e r n o , d o o u t r o . Os primeiros, privilegiados pelos i n s t r u m e n t o s de polftica agrfcola m o d e r n i z a n t e , a l c a n c a v a m altas taxas de c r e s c i m e n t o de area e g a n h o s de r e n d i m e n t o por unidade de area, e n q u a n t o que os p r o d u t o s do s e g u n d o g r u p o c o n v i v i a m c o m baixas t a x a s de r e n d i m e n t o medio e d e c r e s c i m o de area, pois e s t a v a m a m a r g e m d o processo de m o d e r n i z a c a o .4

S A Y A D ( 1 9 8 2 : 1 7 1 ) reportando-se a s e g m e n t a c a o da p r o d u c a o , diz que os p r o d u t o s v o l t a d o s principalmente para o mercado interno nao so f o r a m marginalizados, mas ate prejudicados c o m o a u m e n t o de seus c u s t o s de

3 Medios e grandes produtores aqui estao relacionados com o tamanho da area dos estabelecimentos agrfcolas 4 Para maiores detalhes, ver Homem de Melo (1985)

(19)

producao e m f u n c a o da c o n c o r r e n c i a (por f a t o r e s de producao) que t r a v a v a m c o m o setor e x p o r t a d o r , este mais d i n a m i c o , mais c o m p e t i t i v o e a m p a r a d o pelo g o v e r n o .

C o m o c o n s e q u e n c i a das polfticas agrfcolas praticadas no Brasil, a s e g m e n t a c a o do setor acabou estendendo-se t a m b e m para regioes e para d e t e r m i n a d o s t i p o s de agricultores, c o m a modernizacao a t i n g i n d o preferencialmente medios e g r a n d e s , v i s t o que o d i r e c i o n a m e n t o das polfticas privilegiava esses s e g m e n t o s t a n t o q u e , ja no infcio da decada de 7 0 , e n q u a n t o a e c o n o m i a nacional e x p e r i m e n t a v a elevadas t a x a s de c r e s c i m e n t o , a p r o f u n d a v a m - s e ainda mais as disparidades nos nfveis de renda entre setores, regioes e indivfduos, as quais agravaram-se c o m o primeiro c h o q u e do petroleo e o r e c r u d e s c i m e n t o da inflacao. O e x o d o rural se a c e n t u a v a e n q u a n t o que o setor urbano industrial nao t i n h a c o n d i c o e s de absorver o c o n t i n g e n t e populacional liberado d o c a m p o , c o n t i n g e n t e este c o n s t i t u f d o na sua quase totalidade de mao-de-obra nao qualificada. C o m o consequencia s u r g i r a m bolsoes de miseria na zona u r b a n a , inclusive nas regioes mais pobres do pafs, os quais persistem ate hoje.

Entende-se que as consequencias p r o v o c a d a s pela modernizacao da agricultura brasileira estao nas suas origem e essencia , o u seja, a m o d e r n i z a c a o da agricultura brasileira 6 parte de u m processo de d e s e n v o l v i m e n t o capitalista, e u m f e n o m e n o criado pelos interesses dos capitalistas e, por isso m e s m o , u m processo cheio de c o n t r a d i c o e s e diferenciacoes. Portanto, sabe-se que t o d a s as t r a n s f o r m a c o e s no setor agrfcola brasileiro nao o c o r r e r a m de f o r m a h o m o g e n e a e generalizada, mas c o m o u m processo de multiplas f a c e t a s . A s disparidades existentes e r a m significativas e as t r a n s f o r m a c o e s ocorridas t a m p o u c o t e n d e r a m a homogeneizar a realidade, pelo c o n t r a r i o , a p r o f u n d a r a m ainda mais as desigualdades ja existentes pois, ao m e s m o t e m p o e m que f a v o r e c e u alguns, foi e x t r e m a m e n t e e x c l u d e n t e c o m relacao a o u t r o s .5

5 Desde que se trata de uma "competicao" c o m "regras capitalistas", o resultado esta garantido na "largada": Vencem os

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"Estuda-fo como um caso a parte, especifico, e especialmente a agricultura dos chamados paises subdesenvolvidos, como o Brasil , pode restringi-lo a sua prdpria sorte, ao fatalismo. Por outro lado, restringir os estudos sobre a agricultura a supostas especificidade e tend§ncias proprias, pode cair no risco de amputa-la do processo historico de acumufacao mundial do capital, no

qual tern sido fonte de sobrelucros para o capital em geral".

Nesta perspectiva analitica, pode-se dizer que as t r a n s f o r m a c o e s ocorridas na agricultura brasileira, atribufdas ao n o v o m o d e l o de d e s e n v o l v i m e n t o agrfcola que t i n h a c o m o base a modernizacao da a g r i c u l t u r a , sao parte de u m processo m u i t o mais a m p l o , desencadeado internacionalmente a partir dos pafses industrialmente mais a v a n c a d o s , cuja f o r m a c o n c r e t a que assumiu (a e x e m p l o do que ja havia o c o r r i d o e m outras fases e perfodos historicos) f o i a incorporacao da e c o n o m i a brasileira ao processo de e x p a n s a o mundial d o capital.

"As for mas e especificidades historicas dessa incorporacao, impoem-se sempre por uma nova divisao internacional do trabalho, ossificando a hierarquizacao do regime capitalista em escala mundial. Conjugando-se os fa tores politicos e socials, essas formas e especificidades de incorporacao estao periodizadas pelos ciclos de expansao economica mundial" (LIMA, 1983:9)

Dessa f o r m a , pode-se supor que as t r a n s f o r m a c o e s que o c o r r e r a m na agricultura brasileira e suas c o n s e q u e n c i a s sao aspectos p a r t i c u l a r s b e m especfficos, que so p o d e m ser e n t e n d i d o s d e n t r o de u m marco da e x p a n s a o e r e p r o d u c a o do m o d o de p r o d u c a o capitalista, o q u a l , e m u l t i m a an^lise, foi quern e s t i m u l o u ou p r o m o v e u as t r a n s f o r m a c o e s que necessitam ser investigadas c i e n t i f i c a m e n t e .

Nao ha d u v i d a de que a partir de 1 9 6 4 , c o m patrocfnio e x c l u s i v o do Estado, intensificou-se o processo de modernizacao da agricultura no Brasil, cujo objetivo u l t i m o era incentivar e dinamizar u m m e r c a d o interno de m a q u i n a s , e q u i p a m e n t o s e i n s u m o s qufmicos m o d e r n o s . Esta p r 6 - c o n d i c a o , c o m b i n a d a c o m a c o n s t i t u i c a o de u m relativo parque industrial pesado, garantiriam as

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c o n d i c o e s essenciais para o d e s e n v o l v i m e n t o do elo a m o n t a n t e dos c o m p l e x o s agroindustriais representado pela industria de i n s u m o s , maquinas e e q u i p a m e n t o s .

A implantacao e c o n s o l i d a c a o , no pafs, da "industria para a a g r i c u l t u r a " p r o v o c a o infcio de u m i m p o r t a n t e processo de m o d e r n i z a c a o d o setor agrfcola. Isso p o r q u e , do p o n t o de vista de sua base t e c n i c a , o setor passa a sofrer i m p o r t a n t e s m o d i f i c a c o e s . T a m b e m o papel que o Estado exerceu nesse p r o c e s s o , especialmente atraves da implantacao de u m a polftica agressiva de estfmulos e subsfdios a p r o d u c a o industrial, permitiu avancar a industrializacao para o meio rural. 0 s u r g i m e n t o d o s c o m p l e x o s agroindustriais que t a m b e m se e f e t i v a m a partir da implantacao dessa industria abriu u m i m p o r t a n t e e s p a c o de ampliacao para o capital industrial e financeiro, na medida e m que a agricultura agregou ao seu "papel t r a d i c i o n a l " de p r o d u t o r a de materias-primas e alimentos, u m n o v o papel de m e r c a d o c o n s u m i d o r de i n s u m o s m o d e r n o s , maquinas e e q u i p a m e n t o s produzidos pela industria nacional ( K A G E Y A M A et a l . , 1 9 9 0 : 1 1 9 -1 2 2 ) .

T e m - s e , a s s i m , o perfodo pos 1 9 6 4 caracterizando-se, principalmente, pela t e n d e n c i a a generalizacao do processo de m o d e r n i z a c a o da agricultura a t o d a s as regioes brasileiras, f u n d a m e n t a n d o - s e na maior aplicacao de maquinas, e q u i p a m e n t o s e i n s u m o s qufmicos m o d e r n o s , alem do m e l h o r a m e n t o dos insumos biologicos, c o m o s e m e n t e s vegetais selecionadas e g e n e t i c a m e n t e melhoradas e novas racas de animais. "Tern por base, portanto,

um processo de mudanca tecnologica que tendera a fazer crescer a produtividade da terra e do trabalho" ( K A G E Y A M A , 1 9 8 6 : 9 ) .

Esse processo de modernizagao t e c n o l o g i c a , ao fazer crescer a produtividade da terra e do trabalho e m v i r t u d e da utilizacao dos n o v o s i n s u m o s e m a q u i n a s , garantirci o a u m e n t o da p r o d u c a o agrfcola s e m que se m e x a na e s t r u t u r a fundiciria. Sobre essa q u e s t a o , escreve GOMENSORO ( 1 9 8 4 : 4 3 ) :

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"Esse processo, ao viabifizar, pelo incremento da producao, a acumulacao dos setores industrial e agrfcola, enfraquece o posicionamento dos que, acusando a notoria baixa produtividade das grandes propriedades agricofas, alegavam a necessidade de redistribuicao da terra como forma de aumento da producao. Em decorrencia, o Estado ira arbitrar sobre a propriedade da terra, ratificando a posse e o uso existentes. Essa caracter/stica do processo de modernizacao levou a que, no pais, esse modelo fosse conhecido como o de modernizacao conservadora"(grifos do original).

E necessario observar q u e , as inovacoes t e c n o l o g i c a s7 introduzidas

no processo p r o d u t i v o agropecuario brasileiro estao inseridas no c o n t e x t o d o sistema capitalista e, nesse s e n t i d o , sao u m e l e m e n t o de valorizacao do capital e foi essa logica que d e t e r m i n o u o r i t m o , as caracterfsticas, o alcance e as c o n s e q u e n c i a s da introducao dessas inovacoes t e c n o l o g i c a s .

0 processo de d e s e n v o l v i m e n t o capitalista, e m b o r a t e n h a s e m p r e a m e s m a essencia, manifesta-se de f o r m a h e t e r o g e n e a , c o m o resultado de processos hist6ricos que inevitavelmente sao diferenciados nos diversos pafses e nas diversas regioes. P o r t a n t o , varios e s t u d o s sobre o processo de modernizacao da agricultura brasileira levaram seus autores a c o n c l u f r e m que esse processo se d e u de f o r m a desigual entre regioes, beneficiando as regioes que devido a propria e v o l u c a o historica e as suas f o r m a s particulares de insercao no circuito da a c u m u l a c a o capitalista (ou da divisao internacional d o t r a b a l h o ) , jci e m 1 9 6 4 e n c o n t r a v a m - s e n u m estagio mais " a v a n c a d o " de d e s e n v o l v i m e n t o das f o r c a s p r o d u t i v a s ou as regioes que t i n h a m as melhores c o n d i c o e s geograficas - c o n d i c o e s climaticas e edaficas, s o b r e t u d o .

Vale ressaltar que pela caracterizacao feita a n t e r i o r m e n t e , o perfodo pos 1 9 6 4 e visto c o m o aquele e m que a f o r m a d i n a m i c a , ou " m o d e m a " , de produzir nas atividades agrarias t o r n o u - s e d o m i n a n t e e i m p o s i t i v a , ou seja, para produzir na agropecuaria brasileira nacional deve-se produzir e m t e r m o s

7 Como em CARVALHO E CARDOSO! 1 9 8 5 : 1 4 1 ) , entendemos aqui, as inovacoes tecnologicas "... em seu quadro mais

geral, que compreende novos instrumentos de trabalho e todas as alteracoes, visando aumentar a produtividade do trabalho humano, agindo sobre a terra e sobre as especies animais e vegetais, como elemento dinamico de acao do capital, como forma de acao principal do capital em sua dominacao sobre o processo produtivo"

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" m o d e r n o s " . E este carater impositivo q u e t e n d e a se generalizar n o pais, h o m o g e n e i z a n d o as c o n d i c o e s de p r o d u c a o . N o e n t a n t o , isso nao quer dizer que as antigas regioes agrarias d o pafs homogeneizaram-se o u q u e h o u v e homogeneizacao entre os estados d e n t r o d a s proprias regioes, pois e m b o r a p o s s a m haver semelhancas entre u m a regiao e outra e semelhancas m u i t o maiores entre o s estados de u m a regiao, na verdade p r e d o m i n a m as diferencas g e o g r a f i c a s , nos graus d e agroindustrializacao, n o s m o v i m e n t o s sociais rurais,

nas redes urbanas associadas as atividades agrarias, na representacao polftica dos interesses s o c i o e c o n o m i c s , e n f i m , diferencas q u e f a z e m u m espaco e c o n o m i c o ser considerado mais o u m e n o s apropriado c o m o c a m p o d e acao d o capital n a busca d e melhores c o n d i c o e s d e a c u m u l a c a o , t e n d e n c i a q u e se apresenta d e n t r o d o sistema capitalista, regido e m grande parte pela e c o n o m i a de m e r c a d o . Sobre essa q u e s t a o , escreve K A G E Y A M A ( 1 9 8 6 : 2 7 ) :

"Deve-se en tender que homogeneizacao dos espacos economicos sob domfnio do capita/, no caso da agricultura, e a sua modernizacao, em todos os sentidos: das tecnicas de producao (...); da composica~o do capital (...); das formas de uso do solo (...); e, finalmente modernizacao das re/acoes de trabalho, com a substituicao dos antigos arranjos nem sempre de todo monetarizados como a parceria, o colonato, o sistema de morador, as formas de mutirao e suas variantes, pela relacao assalariada, permanente ou temporaria. Ou seja, o capital tende a

homogeneizar a agricultura nesse sentido, de sua modernizacao, em maior ou menor grau, em ritmo mais rapido ou mais lento, mas inegavelmente no sentido de conferir a todas as atividades agropecua'rias um mesmo conteudo, isto e, o de serem producdes capitalistas ou producdes subordinadas ao capital, sob sua logica e para

seus objetivos. (...) Isto no entanto nao significa necessariamente uniformizacao, no sentido de todas as producdes agricolas, em diferentes regioes e de diferentes produtos, adquirirem a mesma forma. Ao contrario, a

tendencia a homogeneizacSo do conteudo (modernizacao capitalista) nao se faz somente destruindo as formas atrasadas mas tambem preservando-as em certas circunstancias" (grifos d o original).

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Essa questao e essencial, pois implica reconhecer, desde logo, que e m b o r a admitindo-se que a f o r m a d i n a m i c a , ou " m o d e r n a " , de produzir nas atividades agrarias t e n h a t o r n a d o - s e d o m i n a n t e e impositiva e que este carater impositivo t e n d e a se generalizar no pais s o b o c o m a n d o do c a p i t a l , ao m e s m o t e m p o este processo e desigual, e m que se observa a cada m o m e n t o p r o f u n d a

heterogeneidade de f o r m a s e abrangencia.

Portanto, admite-se a existencia de inumeras diferencas e, por c o n s e g u i n t e , a necessidade de u m a analise g e o g r a f i c a m e n t e mais c i r c u n s c r i t a . Af, e n t a o , a m o d e r n i z a c a o podera ser b e m mais delimitada e m t e r m o s do numero de p r o d u t o r e s e estratos de p r o d u t o r e s , p r o d u t o s e regioes atingidos.

0 que foi d i s c u t i d o ate entao possibilita a proposicao de u m a hipotese, s e g u n d o a qual dado o carater desigual do processo de modernizacao da agricultura brasileira, esse processo alem de desigual entre as regioes do pafs, t a m b e m foi diferenciado d e n t r o das pr6prias regioes entre os e s t a d o s , entre categorias ou g r u p o s sociais de produtores e atividades e c o n o m i c a s , levando a u m a s e g m e n t a c a o da p r o d u c a o ; e, que essas diferencas estao diretamente associadas a f o r m a c o m o a modernizacao foi gerada e produzida no pais.

0 objetivo principal deste trabalho 6 analisar o processo de modernizacao t e c n o l o g i c a na agricultura do Nordeste brasileiro, d e s t a c a n d o a intervencao do Estado nesse processo e a e v o l u c a o da agricultura na regiao, f u n d a m e n t a l m e n t e a partir d o inicio da decada de 7 0 q u a n d o se inicia no pais u m a polftica de d e s e n v o l v i m e n t o diferenciada regionalmente e u m processo de intervencao " p l a n e j a d a " .

Far-se-a u m a analise do processo de modernizagao da agricultura brasileira, levando e m c o n t a a insersao da e c o n o m i a nacional na e c o n o m i a mundial. No e n t a n t o , delimitar-se-a, v o l u n t a r i a m e n t e o c a m p o de e s t u d o , s i t u a n d o o f e n o m e n o ocorrido no Nordeste brasileiro, s e m Ihe atribuir u m t r a t a m e n t o a u t o n o m o m a s , situando-o nas c o n j u n t u r a s d o s i s t e m a .

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A regiao Nordeste aqui considerada c o m p r e e n d e u m c o n j u n t o de n o v e d o s v i n t e e seis Estados do pafs; sao os seguintes: M a r a n h a o , Piauf, Ceara, Rio Grande d o N o r t e , Parafba, P e r n a m b u c o , A l a g o a s , Sergipe e Bahia. E u m a regiao e x t r e m a m e n t e diversificada t a n t o do p o n t o de vista das c o n d i c o e s naturais - aspectos ffsicos - c o m o e c o n o m i c o - s o c i a l . Esses aspectos ja seriam suficientes para justificarem e s t u d o s sobre o d e s e n v o l v i m e n t o da agricultura na regiao. No e n t a n t o , o que causa maior curiosidade e o f a t o de ter sido a regiao que c o n t o u e ainda c o n t a c o m maior numero de p r o g r a m a s , pianos e orgaos g o v e r n a m e n t a i s v o l t a d o s para o d e s e n v o l v i m e n t o agrfcola e, m e s m o assim, ainda c o n t i n u a sendo considerada c o m o u m a regiao que apresenta u m a das agriculturas mais " a t r a s a d a s " do pafs.

0 " a t r a s o " relativo da regiao tern sido atribufdo ao f a t o de ser d e s f a v o r a v e l a d o t a c a o natural dos seus recursos p r o d u t i v o s e, a historica q u e s t a o das secas periodicas, c e r t a m e n t e , foi o f a t o r que mais contribuiu para as acoes do Estado na regiao. Porem, acredita-se que n e m as acoes do Estado na regiao e m u i t o menos o " a t r a s o " relativo da regiao, p o d e m ser s i m p l e s m e n t e reduzidos a fatores de o r d e m natural.

Desse m o d o , cabe aqui destacar que a questao central deste trabalho e mostrar o processo desigual de d e s e n v o l v i m e n t o do setor agrfcola no

Nordeste brasileiro, s e m atribuf-lo pura e s i m p l e s m e n t e ao problema secular das secas c o m o m u i t o s ja o f i z e r a m . Nao esta-se n e g a n d o que este problema existe e s e m p r e vai existir, e u m a das caracterfsticas da regiao. Por isso, c o n v e m sublinhar dois p o n t o s que sao mais ou menos consenso geral: sabe-se q u e , ao c o n t r a r i o da industria, a atividade agrfcola para ser d e s e n v o l v i d a necessita de recursos naturais e sofre grande influencia de condicoes climaticas, de m o d o que ha u m a certa influencia de o r d e m natural na distribuicao das atividades agrfcolas no pafs; e q u e , q u a n t o mais a b u n d a n t e s e f a v o r ^ v e i s os recursos naturais disponfveis, maiores as possibilidades de t o r n a r mais rentavel a atividade de produzir na agricultura (pela apropriacao de rendas diferenciais).

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C o n t u d o , isto nao significa que os fatores de o r d e m natural c o n s t i t u a m barreiras absolutas a e x p a n s a o do capital na agricultura. Da m e s m a f o r m a , nao se pode atribuir, e m a b s o l u t e t o d o o " a t r a s o " relativo da regiao Nordeste ao f a t o de ser d e s f a v o r ^ v e l a d o t a c a o natural dos recursos p r o d u t i v o s . E claro q u e a f a l t a de c o n d i c o e s f a v o r a v e i s n a t u r a l m e n t e disponiveis tera que ser s u p r i d a , por e x e m p l o , atraves de i n v e s t i m e n t o s e m irrigacao, e m maior a d u b a c a o q u f m i c a , e m c o n s e r v a c a o e correcao d o s o l o , e t c . Mas isto nao quer dizer que d e v i d o a falta de c o n d i c o e s favoraveis n a t u r a l m e n t e , a regiao seja impropria a modernizacao agrfcola.

Em s u m a , acredita-se que as " l i m i t a c o e s " de recursos naturais e de c o n d i c o e s climaticas no Nordeste brasileiro, p o d e m ser bastante relativizadas, nao p e r m i t i n d o justificar a priori o " a t r a s o " da regiao. E verdade que as c o n d i c o e s de clima no Nordeste p o d e m impedir colheitas regulares, m a s julga-se que nao se deve atribuir, pura e s i m p l e s m e n t e , a f a t o r e s de o r d e m natural as desigualdades da regiao e m relacao as outras regioes d o pafs.

A q u e s t a o das secas periodicas na regiao Nordeste e, sem d u v i d a , u m e l e m e n t o i m p o r t a n t e , mas af o f a t o r natural conjuga-se c o m u m f o r t e aliado polftico que dificulta sobremaneira a sua solucao definitiva o u pelo m e n o s a diminuicao do p r o b l e m a . Em vez de solucoes definitivas - c o m o amplos programas de perenizacao d o s rios e irrigacao ou a adaptacao e, ate m e s m o , a geracao de t e c n o l o g i a s apropriadas as c o n d i c o e s ecol6gicas locais, por e x e m p l o -, p r e d o m i n a r a m f o r m a s de intervencoes de carSter "assistencialistas" que p o u c o significaram para a solucao dos problemas da regiao. Intervencoes que de certa f o r m a p r e t e n d e r a m imobilizar a historia e manter a o r d e m " ( i n ) j u s t a " .

A l e m d e s t a i n t r o d u c a o , onde de certa f o r m a ja t r a t a m o s do sentido da m o d e r n i z a c a o , o trabalho esta dividido e m tres partes. No s e g u n d o capftulo p r o c u r a m o s tracar u m a sfntese sobre c o m o se deu a i n t r o d u c a o de inovacoes t e c n o l o g i c a s na agricultura brasileira b u s c a n d o explicitar a origem e a f o r m a c o m o esta se p r o c e s s o u . No terceiro capftulo t r a t a m o s da intervencao do Estado na regiao Nordeste para que se c o m p r e e n d a o s e n t i d o e o d e s d o b r a m e n t o da

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" m o d e r n i z a c a o c o n s e r v a d o r a " na regiao, c o m o intuito de delimitar u m " p a n o de f u n d o " para as analises s u b s e q u e n t e s . Estas estao centradas na e v o l u c a o dos fndices de t e c n i f i c a c a o , da e v o l u c a o da area colhida e do r e n d i m e n t o das principals culturas.

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CAPITULO 2

INTRODUCAO DE INOVACOES TECNOLOGICAS NA AGRICULTURA

BRASILEIRA A PARTIR DE MEADOS DOS ANOS 60

1 . I N T R O D U C A O

Nesse capftulo visa-se basicamente tracar u m a sfntese sobre c o m o se deu a i n t r o d u c a o de inovacoes t e c n o l o g i c a s na agricultura brasileira a partir de meados dos anos 6 0 . Esse processo se da d e n t r o de u m marco da e x p a n s a o e reproducao do m o d o de p r o d u c a o capitalista, atraves de u m m o d e l o t e c n o l o g i c o relativamente d e f i n i d o , produzido f o r a da agricultura. Esse m o d e l o , c h a m a d o por varios autores de " p a c o t e t e c n o l o g i c o "8, tern suas origens nos

pafses industrialmente mais " a v a n c a d o s " e t e n d e a se generalizar e a igualar o patamar t e c n o l o g i c o das varias agriculturas capitalistas. No e n t a n t o , seu poder de difusao e t r a n s f o r m a c a o e definido a partir das condicoes e c o n o m i c o - s o c i a i s especfficas de cada agricultura, suas relacoes c o m outros ramos da e c o n o m i a e m cada pafs e as c o n d i c o e s geograficas - condicoes climaticas e edaficas, s o b r e t u d o -, b e m c o m o das polfticas agrfcolas levadas a e f e i t o .

No m o m e n t o e m que se c o n s t a t a que esse processo se da de f o r m a desigual e i m p o r t a n t e explicitar a sua origem e a f o r m a c o m o foi introduzido na agricultura brasileira.

8 Esse "Pacote Tecnologico" foi conceituado por AGUIAR ( 1 9 8 6 : 1 3 8 ) como u m "conjunto de tecnicas, praticas e

procedimentos agronSmicos que se articulam entre si e que sao empregados indivisivelmente numa lavoura, segundo padroes estabelecidos pela pesquisa"

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2. A I N T R O D U C A O DO " P A C O T E TECNOLOGICO M O D E R N O "

A partir de m e a d o s d o s anos 6 0 , n u m c o n t e x t o de expansao e reproducao do m o d o de p r o d u c a o capitalista, caracterizado por varios autores c o m o u m processo de internacionalizacao da p r o d u c a o que tende a unificar m u n d i a l m e n t e o progresso t e c n i c o e, e m c o n s e q u e n c i a , as t e c n i c a s p r o d u t i v a s , o g o v e r n o brasileiro da u m n o v o d i r e c i o n a m e n t o a sua polftica e c o n o m i c a e induz o subsistema p r o d u t i v o agropecuario a adotar o modelo de d e s e n v o l v i m e n t o agrfcola que tinha c o m o base a modernizacao t e c n o l o g i c a da a g r i c u l t u r a . Tal m o d e l o , c o m o se sabe, caracteriza-se pela intensificacao d o e m p r e g o de maquinas, e q u i p a m e n t o s e i n s u m o s qufmicos m o d e r n o s , alem d o m e l h o r a m e n t o dos insumos biol6gicos, c o m o novas variedades de plantas e racas de animais.

"A modernizacao, com efeito, nao se caracteriza como um processo dinamico e auto-sustentado, mas, ao contrario, como um processo induzido. Ela somen te se torna possivel mediante a intervencao do Estado. Os objetivos dessa intervencao sao perceptiveis nos pianos oficiais que se seguiram a fase de estabilizacao (1964 a 1967), quando os governos mi/itares decidiram estimular a expansao do capitalismo no campo" ( A G U I A R , 1 9 8 6 : 7 9 ) .

Na v e r d a d e , a estrategia de " m o d e r n i z a r " a agricultura principalmente atraves da intensificacao do e m p r e g o de maquinas, e q u i p a m e n t o s e insumos qufmicos m o d e r n o s , t e n d o o seu uso por parte d o s agricultores viabilizado por u m c o n j u n t o de i n s t r u m e n t o s de polftica agrfcola -entre os quais m e r e c e m d e s t a q u e a pesquisa agrfcola, a assistencia t e c n i c a e e x t e n s a o rural e, p r i n c i p a l m e n t e , o credito rural subsidiado -, esta c o m b i n a d a c o m a c o n s t i t u i c a o de u m i m p o r t a n t e setor industrial p r o d u t o r de bens de p r o d u c a o e insumos " m o d e r n o s " para a agricultura. Tal estrategia tern c o m o objetivo a insercao da agricultura brasileira no circuito internacional do capital. Desta maneira, o setor agrfcola passa a participar d o m o v i m e n t o de e x p a n s a o d o capital, mas t a m b e m sofre e m grau cada vez maior as consequencias de suas c o n t r a c o e s .

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A s s i m , a partir d o regime militar de m a r c o de 1 9 6 4 , "{...) assiste-se

ao aceleramento progressivo da incorporacao do subsistema economico brasileiro ao sistema produtivo mundial, processo que a tinge o seu ponto mais expressivo no perlodo do chamado milagre brasileiro" ( A G U I A R , 1 9 8 6 : 5 9 ) .

0 aceleramento da incorporacao do s u b s i s t e m a e c o n o m i c o brasileiro ao sistema p r o d u t i v o mundial se faz a c o m p a n h a r de m u d a n c a s institucionais, p r o m o v i d a s a partir d o regime militar de 1 9 6 4 . Interessa para os limites deste trabalho as m u d a n c a s que d e c o r r e r a m de alteracoes da c o n j u n t u r a internacional.

"Estas alteracoes constituem, na verdade, um desdobramento de tendencias que t§m sua origem na reorganizacao do capitalismo em escala mundial, sob a hegemonia dos Estados Unidos, apos a Segunda Guerra Mundial. Com os acordos de Bretton Woods, em 1945, o capitalismo mundial foi dotado de uma serie de orgSos e instituicdes, tais como o Fundo Monetario Internacional (EMI), o Banco Internacional de Reconstrucao e Desenvolvimento (BIRD) e o Acordo Geral de Comercio e

Tarifas (GATT), que permitiram a gradual liberalizacao das trocas internacionais, da qual resultou intensa expansao do comer cio internacional. Numa primeira fase, esta expansao se deu sobretudo entre os pafses capitalistas adiantados, desdobrando-se, a partir da decada de 60, numa gradual abertura dos mercados destes palses as exportacoes de manufaturados de palses menos industrializados" {SINGER,

1 9 8 9 : 8 9 ) .

A reorganizacao do capitalismo e m escala mundial p r o m o v e u u m m o v i m e n t o simultaneo de centralizacao e e x p o r t a c a o de capital p r o d u t i v o .

"(...) Esse movimento de duplo aspecto, que se acentuou na decada de sessenta, configurou um amp to e crescente processo de internacionaiizacao da producao. (...) 0

instrumento decisivo deste processo de internacionaiizacao do capital produtivo foi a grande empresa multinacional"

(AGUIAR, 1986:60).

Isso quer dizer que a e x p a n s a o das trocas internacionais, na fase de internacionaiizacao do capital p r o d u t i v o se d e u n u m m e r c a d o c r e s c e n t e m e n t e

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d o m i n a d o pelas empresas c h a m a d a s " m u l t i n a c i o n a i s " . A s s i m , s e g u n d o SINGER { 1 9 8 9 : 9 0 )

"uma parcela cada vez maior das transacoes internacionais se da entre subsidiarias daquelas empresas localizadas em pafses diferentes. fsso con fere uma nova dimensao a divisao internacional do trabalho, ja que os pafses exportadores de capital passaram a realizar parte da mais-valia produzida no exterior importando produtos de subsidiarias de suas proprias empresas".

A f o r m a que assumiu o c o m e r c i o internacional, c o n f o r m e d e s t a c a d o a c i m a , se t o r n o u possfvel a partir do m o m e n t o e m que o grande capital internacional recebeu garantias para instalar parte de suas operacoes industriais e m diferentes pafses. Senao, v e j a m o s na opiniao de SINGER ( 1 9 8 9 : 9 0 ) o que a c o n t e c e u no caso brasileiro:

"Ate 1964, o Brasil quase nao participou dos mercados que se abriram aos produtos manufaturados dos pafses menos desenvolvidos. O fato se explica pela orientacao geral dada a industrializacao brasileira desde os seus primordios, qual seja a de substituicao de importacdes no "mercado interno". Tambem as multinacionais, ao investir na industria brasileira, visavam sobretudo a conquistar posicao no mercado interno do pais. O desenvolvimento voltado para o mercado interno recebeu, nos anos que antecederam 1964, plena prioridade gracas a uma serie de medidas naciona/istas, tais como a criacao da Petrobra's e da Eletrobras, e que culminaram com a legislacao, adotada em

1963, que restringiu as remessas de lucros ao exterior. Era obvio que nestas condicoes as multinacionais estabelecidas no Brasil nao tinham interesse em promover a exportacao de seus produtos ja que nao poderiam dispor livremente da mais-vafia assim realizada. (...) O relacionamento do grande capital internacional com a economia brasileira mudou profundamente depois de 1964. O novo regime mostrou-se interessado em atrair as multinacionais, oferecendo-lhes as mais soli das garantias economicas e politicas. As restricdes a remessa de lucros foram praticamente abolidas e garantias for mais contra expropriates sem indenizacdes "adequada" foram dadas, ate mesmo sob a forma de tratados internacionais. Ao mesmo tempo iniciou-se uma polftica de credito que (...) favoreceu as subsidiarias de capital

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estrangeiro e uma politica de incentivos {no fundo de generoso subsidiamento) as exportacoes de manufaturados, que naturalmente vieram a beneficiar as mesmas subsidia'rias" (grifos n o s s o ) .

C o m o se viu a c i m a , o n o v o d i r e c i o n a m e n t o dado a polftica e c o n o m i c a tern c o m o estrategia de d e s e n v o l v i m e n t o a abertura da e c o n o m i a brasileira para o exterior. Isso significa que as prioridades no processo de industrializacao d e i x a m de ser u n i c a m e n t e as necessidades do mercado i n t e r n o , e passam a ser t a m b e m as necessidades do m e r c a d o m u n d i a l . C o m as polfticas de c r e d i t o e incentivos {no fundo de generoso subsidiamento) as e x p o r t a c o e s industrials, f a v o r e c e n d o as "subsidiarias de capital e s t r a n g e i r o " , tem-se a partir de entao u m a ampla expansao das multinacionais por quase t o d o s os ramos de atividade. Tal estrategia "acarretou senslvel aumento da dependencia tanto

financeira como tecnoldgica do exterior. Importantes firmas brasileiras, que haviam dominado a tecnologia de suas areas de atuacao, foram compradas por multinacionais ou se associaram com elas" (SINGER, 1 9 8 6 : 1 1 5 ) .

Diante do e x p o s t o , o que se deseja evidenciar e que o d e s l o c a m e n t o das operagoes industrials, isto e, a transferencia da p r o d u c a o industrial dos pafses centrais para os pafses ditos perifericos, s i g n i f i c o u , s o b r e t u d o , a propagacao a nfvel mundial das c o n d i c o e s de p r o d u c a o e, e m c o n s e q u e n c i a , a t e n d e n c i a a unificacao das t e c n i c a s p r o d u t i v a s . Estabelece-se u m a relacao de complementacao/especializagao entre os sistemas p r o d u t i v o s dos diversos pafses capitalistas que se ligam para c o m p o r o que se c h a m a de e c o n o m i a mundial.

Nos ramos industrials mais i m p o r t a n t e s e perceptfvel esse processo de internacionalizagao das condigoes de p r o d u g a o . A G U I A R ( 1 9 8 6 : 6 3 ) destaca

c o m o e x e m p l o que unos mais diferentes palses, sejam eles desenvolvidos ou

subdesenvolvidos, utilizam-se no setor automobi/istico praticamente as mesmas tecnicas, e a organizacao do trabalho na linha de montagem apresenta, em geral, a mesma configuraca~o".

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C o n t i n u a n d o essa analise, A G U I A R ( 1 9 8 6 : 6 3 ) afirma que "esse

fenomeno cada vez mais se estende a outros se tores produtivos, na medida em que estes se integram a economia mundial constituida" (grifos do a u t o r ) . Em

relacao ao setor agrfcola BURBACH e F L Y M M , citados por A G U I A R ( 1 9 8 6 : 6 4 ) relatam q u e :

"{..) Sa~o notaveis as proporedes em que a moderna agroindustria na America La tin a chegou a parecer-se com a dos Estados Unidos. Em ambas as regioes, as unidades de producao da agroindustria administradas por uma nascente

burguesia agraria sao cada vez mais semelhantes. No Vale do Bajio, no Mexico, no vale do Cauca, na Colombia, e no

Vale Salinas, na California, vimos plantadores de frutas e legumes que empregavam te'enicas de producao semelhantes. Usavam as mesmas semen tes hibridas, compravam os mesmos implementos agricolas e aplicavam os mesmos adubos e pesticidas. Eram financiados pelos mesmos bancos e vendiam as mesmas empresas multinacionais. A burguesia agraria de cada um desses

vales tambem estava absorvida em constantes conflitos trabalhistas, ao ten tar confer os salarios dos trabalhadores agricolas e impedir que se formassem sindicatos efetivos. As mesmas semelhancas tambem sao perceptiveis em

outros tipos de producao agrfcola. As novas fazendas de soja em grande escala no Brasil e Argentina tambem se parecem com as fazendas de soja do medio Oeste e Sul dos

Estados Unidos".

De f a t o , c o m a intensificacao do processo de " m o d e r n i z a c a o " da agricultura brasileira esse subsetor da e c o n o m i a nacional e i n c o r p o r a d o a n o v a fase d o sistema capitalista m u n d i a l . E de c o n h e c i m e n t o geral que tal processo, para ser levado a efeito c o n t o u c o m a presenca direta d o Estado, t a n t o na c o n c e p c a o geral, q u a n t o na criacao e utilizacao de i n s t r u m e n t o s de polftica e c o n o m i c a direcionados para esse f i m , entre os quais destacam-se a assistencia t e c n i c a e e x t e n s a o rural, a pesquisa agrfcola, o c r e d i t o rural subsidiado, o apoio as e x p o r t a g o e s agroindustriais e os programas e projetos regionais de d e s e n v o l v i m e n t o baseados e m incentivos fiscais. 0 Estado " i n d u z " (ou obriga) o setor agrfcola a adotar as inovagoes t e c n i c a s da c h a m a d a " r e v o l u c a o v e r d e " (tratores, fertilizantes e defensivos qufmicos m o d e r n o s , s e m e n t e s melhoradas

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-hfbridas, e t c . ) , c o n d u z i n d o - o a incorporar-se no sistema p r o d u t i v o m u n d i a l . A s s i m , o setor agrfcola brasileiro passa a adotar " m e l h o r a m e n t o s " t e c n o l o g i c o s produzidos nos pafses mais a v a n c a d o s . "{...) Ha pois uma transfer§ncia

internacional do progresso tecnico das economias do centro para as economias perifericas" ( M A T H I A S & S A L A M A , 1 9 8 3 : 9 8 ) .

Cabe a q u i , destacar e m linhas gerais as origens dessas inovacoes t e c n i c a s da c h a m a d a " r e v o l u c a o v e r d e " . Segundo C A M A R A NETO ( 1 9 8 4 : 1 6 -3 8 ) o modelo t e c n o l o g i c o teve suas origens historicas nos d e s e n v o l v i m e n t o s cientfficos o b t i d o s a partir do seculo X I X , nas Sreas de qufmica, bioqufmica, e g e n e t i c a .

T a m b e m no seculo X I X , c o m o resultado da Revolucao Industrial, o s arados que antes e r a m produzidos de madeira no interior das unidades p r o d u t i v a s pelos proprios agricultores ou e m unidades acopladas a elas por artesaos, passaram a ser produzidos c o m f e r r o f u n d i d o , e m larga escala e c o m modelos a d a p t a d o s a fins especfficos, pela industria nascente. A i n d a no seculo X I X , o aco foi i n c o r p o r a d o na p r o d u c a o desses arados. A i n t r o d u c a o no m e r c a d o dos primeiros arados c o n f e c c i o n a d o s c o m chapas de a c o , mais resistentes e mais eficientes que os de f e r r o , tern c o m o m a r c o a decada de 1 8 5 0 ( E H L E R S , 1 9 9 6 : 2 8 - 2 9 ) .

Essas inovacoes f o r a m aplicadas t a m b e m , nesse m e s m o perfodo, na producao de outros i m p l e m e n t o s e maquinas agrfcolas c o m o colheitadeiras, plantadeiras, c u l t i v a d o r e s , o descarocador de Crossbill, os vertedores de a c o , a segadora Beverley, o aventador m e c a n i c o e o u t r o s , representando u m " g r a n d e a v a n c o " nos m e t o d o s de p r o d u c a o , p r o g r e s s i v a m e n t e similares aos industrials, o que c o n t r i b u i u para a rapida consolidacao de u m setor de maquinSrio agrfcola ( C A M A R A NETO, 1 9 9 0 : 1 8 - 2 2 ) .9

A partir do infcio do seculo X X , o d e s e n v o l v i m e n t o e difusao do m o t o r a c o m b u s t a o interna c o m o f o n t e e n e r g 6 t i c a , permitiu a f a b r i c a c a o de

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t r a t o r e s a u t o m a t i c o s adaptaveis as m a q u i n a s que ja se e n c o n t r a v a m e m uso desde o seculo X I X m o v i d a s a tracao animal. A i n t r o d u c a o do trator p r o v o c o u a utilizacao macica de m a q u i n a s na a g r i c u l t u r a , elevando a " e f i c i e n c i a " d o padrao p r o d u t i v o e, por c o n s e g u i n t e , permitindo a reducao o u ate m e s m o a eliminacao da tracao animal. A i n d a nesse perfodo, a selecao e p r o d u c a o de s e m e n t e s g e n e t i c a m e n t e melhoradas, c o m p l e t a m as bases para a constituicao de u m " p a c o t e t e c n o l 6 g i c o m o d e r n o " de i n s u m o s q u f m i c o s , m a q u i n a s e s e m e n t e s melhoradas (EHLERS, 1 9 9 6 : 2 9 - 3 1 ) .1 0

A s s i m , q u a n d o essas maquinas se agregaram ao m e l h o r a m e n t o biologico, c o m o a selecao genetica de s e m e n t e s , e aos insumos qufmicos m o d e r n o s , c o m o os fertilizantes e d e f e n s i v o s qufmicos se constituiu o " p a c o t e t e c n o l o g i c o " da c h a m a d a " r e v o l u c a o v e r d e " . U m f a t o r i m p o r t a n t e para a c o n s t i t u i c a o desse " p a c o t e " f o i o papel que o Estado A m e r i c a n o exerceu nesse processo, especialmente i n c e n t i v a n d o e at6 m e s m o f i n a n c i a n d o a criacao e a p e r f e i c o a m e n t o de instituicoes cientfficas voltadas para a agricultura - d e v i d o a necessidade de expansao da agricultura americana - e, atraves de suas instituicoes cientfficas, no sentido de coletar e difundir as i n f o r m a c o e s necessarias a u m a "agricultura de porte c o n t i n e n t a l " , c o m diferentes t i p o s de solos e climas. A d i f u s a o dessa t e c n o l o g i a viria responder, por o u t r o lado, e s p e c i f i c a m e n t e , aos requisitos de e x p a n s a o da " g r a n d e empresa a m e r i c a n a " especialmente nos r a m o s qufmicos e de maquinaria para o setor agrfcola e daqueles s e g m e n t o s industrials d e p e n d e n t e s da a g r i c u l t u r a , especialmente o setor industrial de t r a n s f o r m a c a o de alimentos e matSrias-primas ( C A M A R A NETO, 1 9 9 0 : 2 6 - 3 0 ) .

"0 modelo consolidou-se, na agricultura americana, a partir desses varios processos cujas origens foram distintas, no tempo e no espaco, durante a primeira me fade do seculo XX. (...) Na segunda metade do seculo XX, o modelo tendeu a se internacionalizar, no bojo do processo de expansao e afirmacao hegemonica da economia americana. Inicialmente foi difundido na direcSo dos outros paises centrais e, apds a decada de 60, para os paises perife'ricos,

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na assim chamada revolucao verde" ( C A M A R A NETO,

1 9 8 4 : 3 7 . Grifos d o original).

Foi esse " p a c o t e t e c n o l o g i c o " da c h a m a d a " r e v o l u c a o v e r d e " d i f u n d i d o a partir da e c o n o m i a norte-americana que o setor agrfcola brasileiro se viu " i n d u z i d o " (ou obrigado) a adotar s o b pena de nao " s o b r e v i v e r no m e r c a d o " se assim nao o procedesse.

A adocao desse " p a c o t e " abre espaco para a criacao de industrias de bens de p r o d u c a o e i n s u m o s para a agricultura. Isso p o r q u e , do p o n t o de vista das t r a n s f o r m a c o e s da base tecnica da a g r i c u l t u r a , sua modernizacao nao pode continuar d e p e n d e n d o da capacidade da e c o n o m i a brasileira de importar maquinas e i n s u m o s . Esta d e p e n d e n c i a restringe e m certa medida o d e s e n v o l v i m e n t o pleno de ligacoes intersetoriais "para a f r e n t e " , isto e, da agricultura e n q u a n t o f o r n e c e d o r a de materias-primas para a agroindustria. Impoe-se a necessidade de se implantar, no pais, as industrias que p r o d u z e m insumos m o d e r n o s , maquinas e e q u i p a m e n t o s para a agricultura - os ramos qufmicos e de maquinaria { K A G E Y A M A et a l . , 1 9 9 0 : 1 1 9 - 1 2 0 ) .

GOMENSORO ( 1 9 8 4 : 4 2 ) reforca o que esta se d i s c u t i n d o acima q u a n d o afirma q u e :

"O estabelecimento, no pais, desta tecnologia so se da, contudo, de forma efetiva, quando as pre'-condicoes necessarias a sua implantacao estao em operacSo. Assim e que, ate os anos 60, a utilizacao desses insumos so e possivel atrave's da importacao, e este fa to torna inviavel a adocao desta tecnologia. A partir dos anos 60, com a instalacao e consolidacao no pais da industria de bens de producao para a agricultura - tratores, imp/ementos,

fertilizantes e defensivos - implantacao sob o controle do capital estrangeiro, se estabelecem, entao as condicoes materials requeridas a uma larga utilizacSo de maquinas e insumos agricolas".

Na v e r d a d e , a partir da instalacao dessa industria no pafs se estabelecem as c o n d i c o e s que v a o possibilitar a "grande mudanca qualitativa no

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padrao de desenvolvimento da agricultura e no lugar que ela passa a ocupar no padrao geral de acumulacao do pais" ( K A G E Y A M A et a l . , 1 9 9 0 : 1 2 4 ) .

Nao restam duvidas de que para a adocao do " p a c o t e t e c n o l o g i c o m o d e r n o " impoe-se a necessidade de se implantar, no pais, as industrias que p r o d u z e m i n s u m o s " m o d e r n o s " , maquinas e e q u i p a m e n t o s para a agricultura. M a s , e i m p o r t a n t e ter sempre claro que isso so foi possfvel devido ao f a t o de que na d 6 c a d a de 6 0 , particularmente apos a fase de estabilizacao ( 1 9 6 4 -1 9 6 7 ) , havia u m c o n j u n t o de c o n d i c o e s m a c r o e c o n o m i c a s e polfticas internas que possibilitaram a instalacao e consolidacao dessa industria de bens de producao e insumos para a agricultura.

C o m a implantacao e consolidacao no pais da "industria para a a g r i c u l t u r a " , e essa industria que passa a c o m a n d a r a direcao, as f o r m a s e o ritmo da m u d a n c a na base t e c n i c a agrfcola. E o infcio de u m processo que t r a n s f o r m a a agricultura e m u m elo de u m a cadeia que se c o m p l e t a c o m o s u r g i m e n t o dos c o m p l e x o s agroindustriais, que t a m b e m se e f e t i v a m a partir da implantacao, da industria para a agricultura e da e s t r u t u r a c a o da agroindustria p r o c e s s a d o r a . A p o s a f o r m a c a o desses c o m p l e x o s a d i n a m i c a da agricultura so podera ser apreendida a partir da d i n a m i c a c o n j u n t a da industria para a a g r i c u l t u r a / a g r i c u l t u r a / a g r o i n d u s t r i a . Essa integracao agricultura/industria abre u m i m p o r t a n t e espaco para o capital industrial e financeiro e para o sistema global de a c u m u l a c a o do capital ( K A G E Y A M A et a l . , 1 9 9 0 : 1 2 2 ) .

A s s i m , a partir desse " n o v o p a d r a o " de d e s e n v o l v i m e n t o da a g r i c u l t u r a , t o d a s as atividades e n v o l v e n d o agricultura/industria passam a ser

"atividades do c a p i t a l " , ou seja, a c o m p r a de insumos e m a q u i n a s pela a g r i c u l t u r a , por e x e m p l o , que a princfpio 6 feita devido a exigencias de o r d e m t e c n i c a , a partir dessa nova d i n a m i c a passa a depender de imediato da

necessidade de f i n a n c i a m e n t o . Este nao sera mais feito a partir de agentes isolados, m a s atraves de u m sistema financeiro c o n s t i t u f d o . Neste caso, a existencia de u m sistema financeiro impoe-se c o m o u m e l e m e n t o necessario para que se processe a modernizacao da agricultura no Brasil. Para t a n t o , o

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Estado passa a desempenhar u m de seus papers nesse " n o v o p a d r a o " de d e s e n v o l v i m e n t o agrfcola que e o de financiar a implantacao d o " p a c o t e t e c n o l o g i c o m o d e r n o " e, a s s i m , beneficiar os capitais integrados e garantir sua valorizagao. Para esse f i m , e criado e m 1 9 6 5 o Sistema Nacional de Credito Rural - SNCR. A t r a v e s desse sistema o g o v e r n o criou linhas especiais de c r e d i t o atreladas a c o m p r a de insumos m o d e r n o s , maquinas e e q u i p a m e n t o s produzidos pela industria nacional. E esse sistema que vai concretizar o elo de ligacao d o capital financeiro c o m a agricultura e viabilizar a integracao agricultura/industria ( K A G E Y A M A et a l . , 1 9 9 0 : 1 2 2 - 1 2 6 ) .

Percebe-se, a s s i m , a i m p o r t a n c i a do papel do Estado na f u n c a o de servir ao capital, a s s u m i n d o os c u s t o s e os riscos do p r o c e s s o , que por sua vez, os transfere a sociedade.

Para os p r o p o s i t o s deste trabalho, resta sublinhar que a implantacao e e x p a n s a o da "industria para a a g r i c u l t u r a " no Brasil nao se d e u apenas por necessidades t e c n i c o - e c o n o m i c a s da agricultura. M u i t o ao c o n t r a r i o , o Estado e s t e v e presente e m t o d a s as fases do processo - via m e c a n i s m o s de polftica e c o n o m i c a - orientando suas agoes no s e n t i d o de viabilizar a instalacao e expansao dessa industria e, ao m e s m o t e m p o , a p o n t a n d o e criando e s p a c o s de valorizagao capitalista.

A acao d o Estado, nesse sentido, da-se de diversas f o r m a s : numa primeira fase que vai do p6s-guerra at6 o infcio dos anos 6 0 , a modernizagao da base t e c n i c a d o setor agrfcola e feita mediante i m p o r t a c o e s realizadas e m c o n d i c o e s cambiais f a v o r e c i d a s . A s s i m , o Estado " c r i a " u m m e r c a d o interno para i n s u m o s m o d e r n o s (fertilizantes e defensivos) e maquinaria. A partir de meados d o s anos 6 0 , c o m o parte do processo de industrializagao e de abertura da e c o n o m i a brasileira para o capital m u l t i n a c i o n a l , o Estado age criando c o n d i c o e s atraves de polfticas de credito ou acionando incentivos fiscais e c o o r d e n a n d o , ele proprio, o processo de instalagao e e x p a n s a o da "industria para a a g r i c u l t u r a " no pais. No caso da industria de fertilizantes, por e x e m p l o , o

Referências

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