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AP LIT PRÉ-MODERNISMO

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Academic year: 2021

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PRÉ-MODERNISMO PERÍODO Século XX: Brasil (1902-1922) CONTEXTO HISTÓRICO  Revolução Federalista  República da Espada  Revolta da Armada  República Café com Leite  Revolta de Canudos  Cangaço  Revolta da Chibata CARACTERÍSTICAS  Fase de transição  Ecletismo

 Denúncia da realidade brasileira

 Focalização dos tipos brasileiros marginalizados AUTORES E OBRAS

 EUCLIDES DA CUNHA: Seu estilo é rebuscado e permeado de expressões científicas, chamado pela crítica de ―barroco-científico‖. Euclides organizou a sua principal obra, Os Sertões, de acordo com os moldes deterministas de sua formação. Os Sertões tem importância não apenas literária, mas também histórica e científica. O autor

organizou a obra em três partes: a) A Terra: minucioso relato das condições físicas de Canudos, levando em conta o relevo, o clima, a fauna e a flora do lugar. b) O Homem: estudo detalhado dos componentes que forjaram as etnias que habitam a região. c) A Luta: narra todo o conflito de Canudos, até seu final terrível e melancólico. Obras: Os Sertões, Peru versus Bolívia, Contrastes e Confrontos, À Margem da História.

RESUMO DE OS SERTÕES

A TERRA: O autor começa descrevendo, geograficamente, o grande maciço central brasileiro para chegar à região do Vaza-Barris, ao norte da Bahia, onde se passou a Campanha de Canudos. Demarca, descreve a flora, a geologia, o clima, a hidrografia, até chegar ao homem que a habita.

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PRÉ-MODERNISMO

Canudos, em que reino o sertanejo do Norte. Avalia que a mistura de várias raças dá o tipo desequilibrado, possuidor da moralidade rudimentar das raças inferiores. Insulados, ficaram, porém, livres de uma adaptação a um ―estágio social superior‖. Descreve as tradições dos vaqueiros, o estouro da boiada, o folclore, a influência das secas, a religiosidade mestiça. Conclui que as agitações sertanejas são baseadas no fanatismo. Fala de Antonio Conselheiro, o líder da Revolta de Canudos.

A LUTA: Uma desavença antiga com o Juiz de Direito de Joazeiro

e não entrega de madeira adquirida nessa cidade para o remate da igreja nova de Canudos, em outubro de 1896, determinaram uma ameaça de assalto àquela cidade por parte do Conselheiro. A partir daí, o governo enviou três expedições de soldados fortemente armados, que não obtiveram sucesso. A 22 de agosto de 1897 falecia Antônio Conselheiro. Os jagunços já não resistiam, recuavam. A quarta expedição finalmente conseguiu invadir Canudos, e aconteceu um massacre, com os soldados degolando a população do vilarejo. Canudos foi dinamitada com 90 bombas, e nem as mulheres e as crianças foram perdoadas pelos tiros dos soldados.

 AUGUSTO DOS ANJOS: foi autor de uma só obra, Eu, que mais tarde foi acrescida de alguns inéditos e hoje é encontrada como Eu e Outras Poesias. Há a recorrência de termos próprios da Biologia, da Matemática, da Química, da Mitologia, da Religião, da Geografia, da Filosofia e da Física. Os poemas têm influência de Darwin, Schopenhauer e de Nietzsche, e ainda do catolicismo e do budismo. O

poeta usa de musicalidade, obsessão cromática, superlativos e maiúsculas, mas o lirismo é apoético, devido à constante presença de termos científicos, ao gosto pelo feio e pela deformação cruel da realidade.

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

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PRÉ-MODERNISMO VERSOS ÍNTIMOS

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão — esta pantera — Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! SONETO

Ao meu primeiro filho nascido morto com 7 meses incompletos 2 fevereiro 1911.

Agregado infeliz de sangue e cal, Fruto rubro de carne agonizante, Filho da grande força fecundante De minha brônzea trama neuronial Que poder embriológico fatal

Destruiu, com a sinergia de um gigante, Em tua morfogênese de infante

A minha morfogênese ancestral?! Porção de minha plásmica substância, Em que lugar irás passar a infância, Tragicamente anônimo, a feder?!... Ah! Possas tu dormir, feto esquecido, Panteisticamente dissolvido

Na noumenalidade do NÃO SER!

 GRAÇA ARANHA: Canaã é sua obra de maior interesse. RESUMO DE CANAÃ

Conta a história de Milkau e Lentz, dois jovens imigrantes alemães que se estabelecem em Porto do Cachoeiro, Espírito Santo. Milkau é a integração e a paz, admirando o Novo Mundo, Lentz é a conquista e a guerra, pensando no dia em que a Alemanha invadirá e conquistará a terra. Ainda assim, ambos se unem e trabalham juntos, prosperando. Aparece Maria, filha de imigrantes pobres, que é abandonada ao léu quando morre seu protetor, e seu amante a abandona grávida. Vagando,

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tomada como louca e prostituta, é rejeitada até na igreja antes de ser salva por Milkau, que conheceu em uma festa, e vai morar numa fazenda. Lá, continua a ser maltratada, até que um dia seu filho recém-nascido é morto por porcos e ela é acusada de infanticídio. Na cadeia, Milkau passa a visitá-la, enquanto ela é repudiada pela cidade inteira. Uma noite, Milkau foge com Maria, correndo pelos campos em busca de Canaã, a terra prometida.

 LIMA BARRETO: Com linguagem objetiva e informal, descreve com clareza o cotidiano das classes suburbanas e desprivilegiadas do Rio de Janeiro, bem como denuncia os problemas de seu tempo: desigualdade de classes, preconceito racial e social, desmandos políticos da República. Obras: Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Numa e a Ninfa, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, Os Bruzundangas, Clara dos Anjos.

RESUMO DE TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

O funcionário público Policarpo Quaresma, nacionalista e patriota extremado, é subsecretário no Arsenal de Guerra. Sem muitos amigos, vive isolado com sua irmã Dona Adelaide, mantendo os mesmos hábitos há trinta anos. Seu fanatismo patriótico se reflete nos autores nacionais de sua vasta biblioteca e no modo de ver o Brasil. Para ele, tudo do país é superior, chegando até mesmo a "amputar alguns quilômetros ao Nilo" apenas para destacar a grandiosidade do Amazonas. Por isso, em casa ou na repartição, é sempre incompreendido. Esse patriotismo leva-o a valorizar o violão, instrumento marginalizado na época, visto como sinônimo de malandragem. Atribuindo-lhe valores nacionais, decide aprender a

tocá-lo com o professor Ricardo Coração dos Outros. Em busca de modinhas do folclore brasileiro, para a festa do general Albernaz, seu vizinho, lê tudo sobre o assunto, descobrindo, com grande decepção, que um bom número de nossas tradições e canções vinha do estrangeiro. Sem desanimar, decide estudar algo tipicamente nacional: os costumes tupinambás. Alguns dias depois, o compadre, Vicente Coleoni, e a afilhada, Dona Olga, são recebidos no melhor estilo Tupinambá: com choros, berros e descabelamentos. Abandonando o violão, o major volta-se para o maracá e a inúbia, instrumentos indígenas tipicamente nacionais. Ainda nessa esteira nacionalista, propõe, em requerimento enviado ao Congresso Nacional, a substituição do português pelo tupi-guarani, a verdadeira língua do Brasil. Por isso, torna-se objeto de ridicularizarão, escárnio e ironia. Um ofício em tupi, enviado ao Ministro da Guerra, por engano, leva-o à suspensão e como suas manias sugerem um claro desvio comportamental, é aposentado por invalidez, depois de passar alguns meses no hospício. Após recuperar-se da insanidade, Quaresma deixa a casa de saúde e compra o Sossego, um sítio no interior do Rio de Janeiro: está decidido a trabalhar na terra. Com Adelaide e o preto Anastácio, muda-se para o campo. A idéia de tirar da fértil terra brasileira seu sustento e felicidade anima-o. Adquire vários instrumentos e livros sobre agricultura e logo aprende a manejar a enxada. Orgulhoso da terra brasileira que, de tão boa, dispensa adubos, recebe a visita de Ricardo Coração dos Outros e da afilhada Olga, que não vê todo o progresso no campo, alardeado pelo padrinho. Nota, sim, muita pobreza e desânimo naquela gente simples. Depois de algum tempo, o projeto agrícola de Quaresma cai por terra, derrotado por três inimigos terríveis. Primeiro, o clientelismo hipócrita dos políticos. Como Policarpo não quis compactuar com uma fraude da política local, passa a ser multado indevidamente. O segundo foi a deficiente estrutura agrária brasileira que lhe impede de vender uma boa safra, sem tomar prejuízo. O terceiro foi a voracidade dos imbatíveis exércitos de saúvas, que, ferozmente, devoravam sua lavoura e reservas

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de milho e feijão. Desanimado, estende sua dor à pobre população rural, lamentando o abandono de terras improdutivas e a falta de solidariedade do governo, protetor dos grandes latifundiários do café. Para ele, era necessária uma nova administração. A Revolta da Armada, insurreição dos marinheiros da esquadra contra o

continuísmo florianista, faz com que Quaresma abandone a batalha campestre e, como bom patriota, siga para o Rio de Janeiro. Alistando-se na frente de combate em defesa do Marechal Floriano, torna-se comandante de um destacamento, onde estuda artilharia, balística, mecânica. Durante a visita de Floriano Peixoto ao quartel, que já o conhecia do arsenal, Policarpo fica sabendo que o marechal havia lido seu "projeto agrícola" para a nação. Diante do entusiasmo e observações oníricas do comandante, o Presidente simplesmente responde: "Você, Quaresma, é um visionário". Após quatro meses de revolta, a Armada ainda resiste bravamente. Diante da indiferença de Floriano para com seu "projeto", Quaresma questiona-se se vale a pena deixar o sossego de casa e se arriscar, ou até morrer nas trincheiras por esse homem. Mas continua lutando e acaba ferido. Enquanto isso, sozinha, a irmã Adelaide pouco pode fazer pelo sítio do Sossego, que já demonstra sinais de completo abandono. Quaresma se restabelece e, ao fim da revolta, que dura sete meses, é designado carcereiro da Ilha das Enxadas, prisão dos marinheiros insurgentes. Uma madrugada é visitado por um emissário do governo que, aleatoriamente, escolhe doze prisioneiros que são levados pela escolta para fuzilamento. Indignado, escreve a Floriano, denunciando esse tipo de atrocidade cometida pelo governo. Acaba sendo preso como traidor e conduzido à Ilha das Cobras, onde é condenado à morte. Preocupado com a situação, Ricardo busca auxílio nas repartições e com amigos do próprio Quaresma, que nada fazem, pois temem por seus empregos. Mesmo contrariando a vontade e ambição do marido, sua afilhada, Olga, tenta ajudá-lo, buscando o apoio de Floriano, mas nada consegue. A morte será o triste fim de Policarpo Quaresma.

RESUMO DE CLARA DOS ANJOS

Clara é uma mulata pobre, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia, mulher sedentária e caseira. Joaquim era carteiro, gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo tocava flauta, e também compunha valsas, tangos e acompanhamentos de modinhas. Além da música, a outra diversão do pai de Clara era passar as tardes de domingo jogando solo com seus dois amigos: o compadre Marramaque e o português Eduardo Lafões, um guarda de obras

públicas. Poeta modesto, semiparalisado, Marramaque freqüentara uma pequena roda de boêmios e literatos e dizia ter conhecido Paula Nei e ser amigo pessoal de Luís Murat. Clara era a segunda filha do casal, a única sobrevivente. Tinha dezessete anos, era ingênua e fora criada com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras. O autor reitera sempre a personalidade frágil da moça, sua alma amolecida, capaz de render-se às lábias de um qualquer perverso, mais ou menos ousado, farsante e ignorante, que tivesse a animá-lo o conceito que os brancos fazem das raparigas de sua cor, como resultado de sua educação reclusa e temperada pelas modinhas. A descrição de Clara reforça os malefícios da formação machista, superprotetora, repressiva e limitadora reservada às mulheres na nossa sociedade. Por intermédio de Lafões, o carteiro Joaquim passa a receber em casa o pretendente de Clara, Cassi Jones de Azevedo, que pertencia a uma posição social melhor. O padrinho Marramaque, que já lhe conhecia a fama, tenta afastá-lo de Clara quando percebe seu interesse. Na festa de aniversário da afilhada, provoca Cassi e deixa claro que ele não é bem-vindo ali e que seria melhor que se retirasse. Cassi vinga-se de modo violento: junta-se a um capanga e ambos assassinam Marramaque. Clara, que já suspeitava das ameaças do rapaz ao padrinho, passa a temê-lo, mas ele consegue seduzi-la, principalmente ao confessar seu crime, dizendo que matou por amor a ela. Malandro e perigoso, Cassi já havia se envolvido em problemas com a justiça antes, mas sempre fora acobertado pela sua família, especialmente sua mãe, que não queria que fosse preso. Assim, conseguia subornar a polícia e continuar impune, mesmo depois de ter levado a mãe de uma de suas vítimas ao suicídio e da perseguição da imprensa. Clara engravida e Cassi Jones desaparece. Convencida pela vizinha, dona

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Margarida, que procurara na tentativa de conseguir um empréstimo e fazer um aborto, ela confessa o que está acontecendo à sua mãe. É levada a procurar a família de Cassi e pedir reparação do dano. A mãe do rapaz humilha Clara, mostrando-se profundamente ofendida porque uma negra quer se casar com seu filho. Clara agora é que tinha a noção exata da sua situação na sociedade. Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras; era muito menos no conceito de todos. E, na cena final, ao relatar o que se passara na casa da família de Cassi Jones para a sua mãe, conclui, em desespero, como se falasse em nome dela, da mãe e de todas as mulheres em iguais condições: ―Nós não somos nada nesta vida‖.

 MONTEIRO LOBATO: Sua obra infantil é muito conhecida, como O Sítio do Pica-Pau Amarelo. Quanto à sua produção para adultos, cometeu equívocos, como no caso de Jeca Tatu, a quem acusa de indolente e preguiçoso, pois Jeca seria protótipo do caipira brasileiro. Lobato, em nova edição aos contos de Urupês, fez um comovente pedido de desculpas. Obras: Urupês, Cidades Mortas, Negrinha.

RESUMO DE URUPÊS

CONTO 1 – OS FAROLEIROS: O narrador Eduardo conta uma tragédia que presencia enquanto permanece por alguns dias no Farol dos Albatrozes. O faroleiro Gerebita fala a Eduardo de seu auxiliar, Cabrea, tachando-o de louco e dizendo ser Cabrea a única pessoa no mundo que não poderia estar lá com seu ajudante. Insinua também que ele estaria correndo o risco de sofrer uma agressão daquele louco. Certa noite, Eduardo acorda com ruídos de luta corporal, que culmina com a morte de Cabrea. Gerebita conta depois que fora agredido pelo doido e, por isso, tivera de matá-lo. E pede a Eduardo que confirme a explicação que ele dará sobre a morte do ajudante, de que ele caíra na água. Quando deixa o farol, Eduardo fica sabendo que o morto havia roubado, tempos atrás, a mulher de Gerebita. Conclui, então, que a briga fora provocada pelo próprio faroleiro e que, matando Cabrea, Gerebita executara um ato de vingança.

CONTO 2 – O ENGRAÇADO ARREPENDIDO: Pontes, sujeito metido a engraçado, aos 32 anos resolve mudar de vida, deixando de viver apenas de suas pilhérias. Porém ninguém o leva a sério quando ele procura trabalho entre os conhecidos de sua cidadezinha. Planeja conseguir um cargo público com auxílio de um parente que tinha influências políticas. Esse parente combinou que, logo que morresse o velho coletor federal, Major Bentes, Pontes deveria avisá-lo para que sua nomeação fosse conseguida imediatamente. Pontes achou que era preciso providenciar a morte do Major. Como ele tinha aneurisma, Pontes planeja matá-lo de tanto rir. Acaba conseguindo. Tomado de remorso, esconde-se em casa até receber do parente importante a notícia de que o cargo fora dado a outro, porque Pontes não o informou imediatamente se queria o cargo ou não. Pontes se suicida, enforcando-se numa perna de ceroula. Todos riram da morte dele.

CONTO 3 – A COLCHA DE RETALHOS: O narrador vai visitar um conhecido, José Alvorada, para propor-lhe um trabalho. Durante a visita, fica conhecendo a única filha dele, Maria das Dores, apelidada de Pingo D'Água, de 14 anos. A avó, Nhá Joaquina, mostra ao visitante a colcha de retalhos que fazia para a neta, aproveitando sobras de todos os vestidinhos da menina. Seria seu presente de noivado, e o último retalho seria o do vestido de casamento. Dois anos depois, o narrador volta ao sítio em ruínas para rever José. Morrera-lhe a esposa, Sinhá Ana, e Pingo D'Água fugira para ser ―moça‖ na cidade, levada por um rapaz. A velha avó abandona a colcha, desejando que a façam de mortalha. A velha morre e não lhe satisfazem o único desejo.

CONTO 4 – A VINGANÇA DA PEROBA: João Nunes e Pedro Porunga são vizinhos. Moram em sítios próprios, separados pelo espigão do Nhéco. Porunga é monjoleiro afamado, próspero e só tem filhos homens. Nunes é cachaceiro e briguento: tem oito filhas e apenas um menino, de 7 anos,

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apelidado Pernambi. Os dois vizinhos viviam em desavença. Para tentar igualar-se ao Porunga, Nunes constrói um monjolo, com o auxílio do compadre Teixeirinha Maneta, também cachaceiro e pouco competente. Para fazer o monjolo, Nunes derruba uma velha peroba que ficava exatamente na divisa das duas terras. O Porunga enfurece e roga praga ao Nunes. Mais tarde, pronto o monjolo, verifica-se que tinha defeito e funcionava muito mal. Certo dia, após uma grande bebedeira de Nunes, que fazia o filho embriagar-se também, Pernambi desaparece enquanto o pai dorme. Nunes acorda com um grito: a cabeça de Pernambi estava sendo esmigalhada pelo monjolo. Nunes despedaça o monjolo e abraça o corpo do filho, separado da cabeça.

CONTO 5 – UM SUPLÍCIO MODERNO: O narrador conta a história de Izê Biriba, um humilde cabo eleitoral da cidadezinha de Itaoca. Nomeado estafeta (oficial dos correios), Biriba passa por todos os suplícios do cargo, sem conseguir livrar-se dele. Quando se aproximam as próximas eleições, Biriba decide evitar que seu partido vencesse de novo, para ter chance de se livrar do emprego. O novo chefe, Evandro, garante a Biriba, como ―recompensa‖, que ele manteria o seu cargo de estafeta. Desesperado, Biriba desaparece para sempre.

CONTO 6 – MEU CONTO DE MAUPASSANT: Um ex-delegado de polícia, viajando de trem, conta a um amigo um fato em que ele tivera certa participação profissional. Como estavam passando por um saguaragi (árvore), o narrador lembra que lá aparecera o cadáver de uma velha assassinada à foice. O suspeito era um italiano de má fama, que depois foi solto por falta de provas. Muito tempo depois, preso por outros delitos, o italiano volta a cidade para se suicidar, jogando-se pelo trem, justamente quando cruza com o saguaragi. Todos pensam que ele se matou por remorso, mas logo depois é preso o filho da velha assassinada: havia matado um companheiro a foiçadas. E, para espanto de todos, confessa ter sido também o assassino da própria mãe.

CONTO 7 – POLICCE VERSO: História do filho mais moço do Cel. Inácio da Gama, o Inacinho, que sai de Itaoca para estudar medicina no Rio. Formado, volta a Itaoca. Incompetente, importa-se apenas em descobrir um meio rápido de ganhar dinheiro. Seu maior objetivo era uma viagem a Paris, onde poderia reencontrar a amante francesa que conhecera no RJ. Assim, ao tratar o primeiro paciente rico em Itaoca, Inacinho estende o tratamento até deixá-lo morrerm para cobrar mais caro. Os herdeiros do paciente morto recorrem à justiça, que decide favoravelmente a Inacinho. Inacinho recebe a bolada e vai encontrar-se com Yvonne em Paris, dizendo ao ingênuo pai que iria aperfeiçoar estudos na Sorbonne.

CONTO 8 - BUCÓLICA: Entrando no sítio de Maria Veva, o narrador encontra o marido dela, Pedro Suã, que diz estar indo providenciar o enterro da própria filha, a menina Anica. O narrador vai, então, até a casa de Nhá Veva, mulher feia, papuda e mal-encarada. Esta, secamente, evita dar detalhes sobre a morte da filha, uma pobre aleijadinha, de 7 anos. Retirando-se irritado, o narrador, pouco adiante, cruza com Inácia, a preta agregada aos Suãs. Esta, muito chorosa, de trouxa na cabeça, diz que está indo embora, porque não suporta mais viver junto da malvada Maria Veva. Inácia é que cuidava da aleijadinha, mas como na noite anterior não estava na casa dos patrões, Anica ficou febril e a mãe não deu água à menina, que estava com sede, mas não podia levantar-se. A menina chegou a se arrastar até o pote de água, mas não conseguiu beber. Pedro Suã, bêbado, não viu nada. Quem contou a história a Inácia foi Zico, um negrinho que também era empregado dos Suãs, e disse não ter socorrido a menina por medo de ser castigado.

CONTO 9 – O MATA PAU: Elesbão do Queixo d'Anta casa com Rosinha Póca, de família onde ―as saias nunca valeram nada‖. Honesto e trabalhador, Elesbão prospera. Não tinham filhos, até que lhes aparece uma criança enjeitada. Com o tempo, o menino Manoel Aparecido, de apelido Ruço (por causa da pela e cabelo claro) revela-se de má índole. Com dezoito anos, torna-se amante da mãe adotiva, e Elesbão, alertado pelo velho pai, passa a vigiar a esposa. Ruço, com medo de ser descoberto, mata o pai. Logo depois, começa a maltratar Rosa, até obrigá-la a vender tudo o que ainda restava da propriedade deixada pelo marido. Combinam viajar para o oeste. Na véspera

da partida, pela noite, Rosa acorda com a casa em chamas e a porta trancada por fora. Ela consegue safar-se com as roupas em fogo, atira-se ao tanque. É socorrida, cura-se das feridas, mas enlouquece.

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PRÉ-MODERNISMO

CONTO 10 – BOCATORTA: As terras do Atoleiro, pertencentes ao Major Zé Lucas, abrigavam um pântano que já engolira muitos animais e um homem. Nas matas da fazenda, habitava o Bocatorta, criatura monstruosa, de corpo e rosto totalmente deformados, que era filho de antiga escrava dos pais do Major. Certa vez, visitando a fazenda, o bacharel Eduardo, noivo de Cristina, única filha do Major, pede para conhecer Bocatorta. Apesar dos protestos de Cristina, ela e os pais acompanham Eduardo à toca do negro. Todos voltam em estado de mal-estar, e Cristina não passa bem à noite, amanhece febril e logo está atacada de pneumonia, doença que mata dez dias depois. Eduardo visita o túmulo da noiva à noite, depois que ela é enterrada. No cemitério, vê Bocatorta violando a sepultura e beijando a boca de Cristina. Chama o Major e o capataz, perseguem o monstro, lutam com ele, e em vez de matá-lo, arrastam-no para dentro do pântano.

CONTO 11 – O COMPRADOR DE FAZENDAS: Espigão era o nome de uma fazenda improdutiva. O dono, David Moreira de Souza, quer vendê-la, mas não arranja comprador. Pedro Trancoso, o Trancosinho, se fingia de comprador de fazendas para tirar proveito de alguns dias de hospedagem na casa dos fazendeiros. Simula interesse em comprar a fazenda arruinada do Moreira, que por sua vez também planejava enganar o comprador. Trancoso leva de presente o rosilho do Moreira e promete voltar logo, mas Moreira acaba descobrindo que ele era um trapaceiro. Trancoso acerta na loteria e decide comprar mesmo a fazenda do Moreira, pretendendo, inclusive, casar-se com Zilda, a filha de Moreira. Quando volta, Moreira, que não sabia do prêmio, expulsa Trancoso com uma surra de rabo de tatu, e perde a única oportunidade de vender a fazenda e descartar-se da filha solteira.

CONTO 12 – O ESTIGMA: Bruno, o narrador, encontra Fausto, antigo companheiro de escola, na fazenda dele. Fausto casara-se com uma mulher rica, que era uma pessoa má. Vivia seis meses na fazenda e seis na capital. Tinha filhos e uma prima órfã, Laura (ou Laurita), que aos quinze anos era muito bonita. Fausto era apaixonado por ela. Bruno parte, e vinte anos depois reencontra Fausto, que lhe conta que a mulher desconfiara de sua paixão por Laurita, que nunca foi concretizada, fazendo da vida de ambos um inferno. Um dia, Fausto voltou de uma caçada, e Laurita tinha desaparecido. Descobre o corpo dela num bosque, com um tiro no peito e o revólver junto à sua mão direita, indicando suicídio. Depois Fausto fica sabendo que sua mulher passara a tarde da morte de Laura fora de casa. No velório, recusou-se a ver o corpo, alegando estar indisposta por causa da gravidez. O bebê nasce, e Fausto vê, espantado, que o menino trazia uma marca no peito (um estigma), exatamente a forma do ferimento no peito de Laura: um núcleo negro com uma ―cobrinha‖ vermelha saindo de dentro. Fausto compreende que aquele estigma era a denúncia do crime pelo único ser que o testemunhara. Mostra o estigma à esposa, acusando-a, e ele adoece, de uma febre e morre.

CONTO 13 – VELHA PRAGA: O fazendeiro ML chama o caboclo ignorante da roça de ―piolho da terra‖ e descreve-o como um ser seminômade que se instala em qualquer pedaço de terra, faz o seu rancho de sapé (que brota da terra como um urupê, de um dia para o outro), queima e destrói o máximo em troca de uma pequeníssima roça para subsistência mínima, e

expulso pelo proprietário da terra, parte com a família para novas devastações.

CONTO 14 - URUPÊS: ML define e caracteriza com precisão de detalhes o caboclo, que ele chama de Jeca Tatu: uma criatura ignorante, preguiçosa, inútil, sem nenhuma ambição, nenhum senso de arte, nenhum desejo de permanência e de realização, responsável por espalhar doenças pelo hábito de andar descalço e não gostar de tomar banho e lavar a mão.

 JOÃO SIMÕES LOPES NETO: Passou a ser considerado um dos maiores escritores regionalistas brasileiros com a publicação de Contos Gauchescos e Lendas do Sul.

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PRÉ-MODERNISMO TESTES

01. A obra de Lima Barreto:

a) Reflete a sociedade rural do século XIX, podendo ser considerada precursora do romance regionalista moderno

b) Tem cunho social, embora esteja presa aos cânones estéticos e ideológicos românticos e influenciou fortemente os romancistas da primeira geração modernista

c) É considerada pré-modernista, uma vez que reflete a vida urbana paulista antes da década de 20 d) Gira em torno da influencia do imigrante estrangeiro na formação da nacionalidade brasileira, refletindo uma grande consciência crítica dessa problemática

e) É pré-modernista, refletindo forte sentimento nacional e grande consciência crítica de problemas brasileiros

Resposta: Alternativa E

02. A obra reúne uma série de artigos, iniciados com “Velha Praga”, publicados em O Estado de São Paulo a 14-11-1914. Nestes artigos o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira pela ação nefasta das queimadas, retrógrada pratica agrícola perpetrada pela ignorância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos caipiras do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica que cantou liricamente esses “marginais da civilização”:

a) Urupês (Monteiro Lobato)

b) À Margem da História (Euclides da Cunha) c) Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha) d) Idéias de Jeca Tatu (Monteiro Lobato) e) n.d.a.

Resposta: Alternativa A

03. Em Os Sertões, de Euclides da Cunha, a natureza:

a) funciona como contraponto à narração, ressaltando o contaste entre o meio inerte e o homem agressivo

b) é cenário desolador, dentro do qual vivem e lutam os homens que podem transformá-la, sem que sejam por ela transformados

c) condiciona o comportamento do homem, de acordo com as concepções do determinismo científico de fins do século XIX

d) é objeto de uma descrição romântica impregnada dos sentimentos humanos do autor

e) é o tema da primeira parte da obra, A Terra, mas não funciona como elemento determinante da ação

Resposta: Alternativa C

04. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente, os seguintes setores da vida nacional:

a) cultural, agrícola e político b) linguístico, político e militar c) linguístico, industrial, e militar

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PRÉ-MODERNISMO d) escolar, agrícola e militar e) cultural, industrial e político Resposta: Alternativa A

05. Augusto dos Anjos é autor de um único livro, Eu, editado pela primeira vez em 1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:

a) Foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público

b) Traduz a sua subjetividade pessimista em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.

c) Anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica

d) Revela uma militância político-ideológica que o coloca entre principais poetas brasileiros de veia socialista

e) Foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras

Resposta: Alternativa B

06. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:

a) A prática de um experimentalismo linguístico radical

b) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante c) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico

d) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão e) A expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira Resposta: Alternativa E

07. Assinale a alternativa FALSA, sobre Monteiro Lobato:

a) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do coloquialismo do ―contador de casos‖

b) no romance Urupês e Cidades Mortas aborda a decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o ―ciclo‖ do café

c) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denunciando a devastação da natureza pela pratica agrícola da queimada

d) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais trágicos e deprimentes

e) n.d.a.

Resposta: Alternativa D

08. (PSC) Os críticos literários não são unânimes quando pretendem fixar uma data de nascimento para a literatura no Brasil. Assinale a alternativa que traga um excerto que NÃO é cogitado como iniciador dessa literatura:

a) A partida de Belém foi – como Vossa Alteza sabe, segunda-feira 9 de março. E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grande Canária. E ali andamos todo

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PRÉ-MODERNISMO

aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber da ilha de São Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto. [...] Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!

b) No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos — cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão.

c) Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

d) Ó Guerreiros da Taba sagrada, Ó Guerreiros da Tribo Tupi, Falam Deuses nos cantos do Piaga, Ó Guerreiros, meus cantos ouvi.

e) Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera.

Somente a Ingratidão - esta pantera – Foi tua companheira inseparável! Resposta: Alternativa E

09. (PSC) Leia as afirmativas abaixo, feitas a propósito de livros de três grandes escritores brasileiros:

I. O jovem Sérgio narra, em primeira pessoa, seus anos de colégio e faz uma denúncia cruel e desesperada do autoritarismo do diretor Aristarco.

II. O personagem Jeca Tatu, um caipira ou sertanejo apático e ignorante, obtuso e trapaceiro, acocorado sobre os calcanhares, é a imagem de um Brasil sem futuro.

III. É a dolorosa história de um empregado do Arsenal da Marinha a quem o ingênuo patriotismo leva, sucessivamente, ao manicômio, à prisão e à condenação à morte.

As situações acima ilustram obras de:

a) Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Joaquim Manuel de Macedo b) Graça Aranha, Aluísio Azevedo e Machado de Assis

c) Raul Pompéia, Joaquim Manuel de Macedo e Machado de Assis d) Raul Pompéia, Monteiro Lobato e Lima Barreto

e) Graça Aranha, Aluísio Azevedo e Lima Barreto Resposta: Alternativa D

10. (PSC) Uma das características marcantes da poesia de Augusto dos Anjos é: a) A nostalgia em relação aos mitos gregos, os quais utilizou abundantemente.

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PRÉ-MODERNISMO

b) O disfarce de pastor em meio a ninfas que povoam uma natureza artificial. c) O Parnasianismo ortodoxo: rigor formal e impassibilidade marmórea. d) A intensa religiosidade, misturada à busca da musicalidade simbolista. e) O emprego de muitas palavras tomadas de empréstimo às ciências. Resposta: Alternativa E

11. (PSC) Observe as afirmativas abaixo:

I A primeira fase de sua carreira corresponde a uma poesia revolucionária e de entusiasmo juvenil; depois, passou aos textos de tendência metafísica, no sentido de que se dirige a indagações sobre a origem e o significado da existência.

II Praticou a chamada poesia do cotidiano, que, ligada à poesia ―realista‖, considerava dignos de atenção aspectos da realidade até então tidos como a-poéticos: um passeio pela cidade, uma vendedora de verduras etc.

III Embebido de leituras filosóficas, ofereceu a seus contemporâneos uma temática diferente, brutal, cheia de termos científicos, em que se observava o sentido da dissolução, da eterna marcha da vida para a morte.

Os enunciados se referem, respectivamente, a:

a) Antero de Quental, Cesário Verde e Augusto dos Anjos b) Cruz e Sousa, Raimundo Correia e Olavo Bilac

c) Alphonsus de Guimaraens, Cesário Verde e Olavo Bilac d) Cruz e Sousa, Alberto de Oliveira e Augusto dos Anjos

e) Alphonsus de Guimaraens, Raimundo Correia e Augusto dos Anjos Resposta: Alternativa A

12. (PSC) Assinale a afirmativa INCORRETA no que diz respeito à caracterização do autor e sua obra:

a) A obra de Monteiro Lobato nos revela um escritor preocupado com questões relativas à soberania nacional, motivo pelo qual tornou-se um crítico feroz dos interesses estrangeiros no País.

b) A poesia de Olavo Bilac, autor mais destacado do Parnasianismo, apresenta como traço marcante o apuro no plano da elaboração formal e o rigor no emprego da linguagem.

c) Como escritor da classe média carioca, Bernardo Guimarães buscou uma aproximação com o público, escrevendo romances numa linguagem coloquial, com enredos sem grandes complexidades.

d) Influenciado por uma visão cientificista e por certo fatalismo em face do destino humano, Augusto dos Anjos renegou Deus e sucumbiu ao pessimismo.

e) Machado de Assis construiu uma obra que se caracteriza pela sofisticação da linguagem e pela profunda reflexão sobre temas como a loucura, a morte, a maldade e as ambições humanas.

Resposta: Alternativa A

13. (PSC) Assinale a afirmativa CORRETA no que diz respeito à caracterização do autor e sua obra:

a) Em sua principal obra, Euclides da Cunha traçou um painel da vida nordestina, em que se ressaltam os aspectos físicos da região e as características dos habitantes, fechando com o relato do conflito entre o exército brasileiro e os seguidores de Antônio Conselheiro.

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PRÉ-MODERNISMO

b) O simbolista Cruz e Sousa seguiu à risca os padrões estéticos e temáticos da escola a que se vinculou: objetivismo, predileção por descrições de cenários naturais, culto da forma e busca de motivos na mitologia grega.

c) Na principal obra de Lima Barreto, lemos sobre um imigrante alemão, chamado Milkau, que pensa ter encontrado no local em que se estabeleceu no Brasil a sua ―terra prometida‖.

d) O lirismo ―realista‖ de Antero de Quental é o lirismo de um repórter atraído pela cidade, sensível aos seus aspectos positivos e negativos, repórter que, ao mesmo tempo que se sente fascinado pela paisagem urbana, a repele, sentindo-se um estranho a vagar sem rumo por suas ruas.

e) A trajetória poética de Alphonsus de Guimaraens nos revela um artista que passa por fases diversas e contraditórias, que foram do mais elevado espiritualismo à descrença em Deus e ao apostolado político das idéias socialistas.

Resposta: Alternativa A

14. (PSC) Assinale a afirmativa INCORRETA na relação entre autor e obra:

a) Antero de Quental, na primeira fase de sua carreira, realizou uma poesia revolucionária, para expressar um pensamento de combate, de reforma e de ação social, com boa dose de irreverência e iconoclastia.

b) Graça Aranha, denunciador e quase panfletário, realizou o retrato físico e moral do caboclo do interior de São Paulo, acentuando-lhe o primarismo, a prática da lei do menor esforço, a indiferença e a preguiça.

c) Olavo Bilac, em diversos poemas, desobedeceu ao modelo teórico parnasiano, poetizando sobre o contraste entre o motivo do pudor, da sensualidade reprimida e os transportes do amor desencadeado.

d) Com Cesário Verde, mediante a técnica de focalizar o objeto e não o sujeito, o lirismo prestava atenção ao prosaico diário, inclusive nos seus aspectos julgados repelentes, grotescos e ridículos. e) José de Alencar criou personagens com psicologia rudimentar, justificando-se essa postura em face de a literatura de sua época, para criar raízes no País, precisar renunciar à problematização da existência e da sociedade.

Resposta: Alternativa B

15. (PSC) Assinale a alternativa que relaciona CORRETAMENTE autor e obra:

a) Alberto de Oliveira – Um de seus mais famosos poemas é ―Banzo‖, o qual trata das saudades que os escravos sentiam de sua terra natal.

b) Olavo Bilac – Os sonetos de ―Via Láctea‖ expressam um dos motivos maiores de sua obra: o amor sensual, vivido com exaltação apaixonada.

c) Alphonsus de Guimaraens – O rigor formal, o descritivismo e a ausência de emoção tornam sua poesia uma das grandes expressões parnasianas.

d) Cruz e Sousa – O evolucionismo, a dimensão cósmica e o vocabulário científico da época constituem os tópicos mais importantes de sua lírica.

e) Augusto dos Anjos – A busca de palavras musicais e a reflexão religiosa criam a atmosfera suave que envolve seus poemas.

Resposta: Alternativa B

16. (PSC) O romance em que Lima Barreto narra as desventuras de um nacionalista exaltado, patriota fanático, que deseja o tupi como língua oficial e luta pela recuperação de nosso folclore, se intitula:

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PRÉ-MODERNISMO b) Cidades Mortas

c) Recordações do Escrivão Isaías Caminha d) Triste Fim de Policarpo Quaresma e) Ressurreição

Resposta: Alternativa D

17. (PSC) Assinale a alternativa que relaciona CORRETAMENTE obra e assunto:

a) Inocência – Narra a história de Cirino, um garimpeiro que se apaixona por uma moça chamada Inocência e, após conseguir enriquecer e eliminar o rival, se casa com a mulher amada.

b) O Cortiço – Descreve a habitação coletiva dirigida por um português chamado Jerônimo, que se apaixona por uma mulata chamada Rita Baiana e lhe compra a carta de alforria.

c) Os Sertões – Divide-se em três partes (a Terra, o Homem, a Luta), sendo que, na primeira, seguindo a moda científica da época, o autor faz um apanhado geral da região das secas e busca as suas possíveis causas.

d) A Escrava Isaura – Nessa obra, lê-se sobre a bela e sedutora Isaura, que não conseguiu casar com Álvaro, já que seu apaixonado foi assassinado por Leôncio, o dono da fazenda onde vivia e que era, portanto, seu proprietário.

e) O Guarani – Nesse romance indianista, o autor mostra o amor de Peri, um índio, pela moça branca Cecília, com a qual acabou casando, como prêmio por ter livrado a casa da família dos índios goitacases.

Resposta: Alternativa C

18. (PSC) Assinale a afirmativa cujo enunciado expressa uma característica da poesia de Augusto dos Anjos:

a) Volta-se para a religiosidade, como forma de expressar a perplexidade do homem face ao desconhecido.

b) Utiliza muitos termos científicos, apesar de tais termos serem incompatíveis com o gênero lírico.

c) Descreve paisagens brasileiras de modo absolutamente frio, de acordo com a teoria parnasiana. d) Estando no pré-Modernismo, já utiliza com frequência o verso livre, o qual, alguns anos depois, seria a tônica da prática poética.

e) A figura da Virgem Maria confunde-se frequentemente com a da mulher amada. Resposta: Alternativa B

19. (PSC) Ricardo Coração dos Outros, Olga e Floriano Peixoto (este, o segundo presidente do Brasil) são personagens de um famoso romance da literatura brasileira. Trata-se de:

a) Memorial de Aires, de Machado de Assis.

b) Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. c) Canaã, de Graça Aranha.

d) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto. e) O Presidente Negro, de Monteiro Lobato.

Resposta: Alternativa D

20. Assinale a opção que NÃO apresenta de modo correto a relação entre a obra e seu autor:

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PRÉ-MODERNISMO

b) Clara dos Anjos, de Lima Barreto c) Eu, de Augusto dos Anjos

d) Casa de Pensão, de Aluísio Azevedo e) Inocência, do Visconde de Taunay Resposta: Alternativa A

(PSC) Leia o texto abaixo, intitulado “Debaixo do Tamarindo”, e, em seguida, responda ao que sobre ele se indaga:

No tempo de meu Pai, sob estes galhos, Como uma vela fúnebre de cera, Chorei bilhões de vezes com a canseira De inexorabilíssimos trabalhos! Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos, Guarda, como uma caixa derradeira, O passado da Flora Brasileira E a paleontologia dos Carvalhos! Quando pararem todos os relógios De minha vida, e a voz dos necrológios Gritar nos noticiários que eu morri, Voltando à pátria da homogeneidade, Abraçada com a própria Eternidade A minha sombra há de ficar aqui!

21. O soneto acima, pelo uso de palavras longas e pouco usuais (“inexorabilíssimos”, “homogeneidade”) e pelo assunto desenvolvido, é facilmente identificável como sendo de: a) Graça Aranha

b) Olavo Bilac

c) Alberto de Oliveira d) Raimundo Correia e) Augusto dos Anjos Resposta: Alternativa E

22. (PSC) Assinale a opção que NÃO apresenta de modo correto a relação entre o personagem e seu criador:

a) O diretor Aristarco – Raul Pompéia b) O português João Romão – Lima Barreto

c) Capitu, a dos olhos de ressaca – Machado de Assis d) Milkau, o imigrante alemão – Graça Aranha e) O doutor Cirino – Visconde de Taunay Resposta: Alternativa B

23. (PSC) Leia o soneto a seguir, de Augusto dos Anjos:

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PRÉ-MODERNISMO

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme - este operário das ruínas - Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

A partir desse soneto, é CORRETO afirmar:

I. Ao se definir como ―filho do carbono e do amoníaco‖, o eu lírico se declara apenas matéria. II. O amoníaco contrapõe-se ao carbono, compondo a dualidade corpo e alma.

III. O texto apresenta o ciclo de vida e morte, composto por dor e sofrimento, tendo a morte como o inevitável iminente, porém reconfortante.

Assinale:

a) Apenas II e III estão corretas. b) Apenas I está correta.

c) Apenas III está correta. d) Todas estão corretas. e) Todas estão erradas. Resposta: Alternativa B

24. (UFPR 2010) A respeito do livro Urupês (1918), de Monteiro Lobato, é CORRETO afirmar:

a) É nos artigos ―Velha Praga‖ e ―Urupês‖ que se desenvolve a caracterização do personagem Jeca Tatu, caboclo preguiçoso e soturno. Nos textos ficcionais, Jeca Tatu não é personagem e os personagens não se assemelham a ele.

b) Vê-se no caboclo Jeca Tatu e nos demais caipiras um prenúncio das personagens infantis de Monteiro Lobato, especialmente de Emília, a Marquesa de Rabicó, que surge pela primeira vez no livro Reinações de Narizinho.

c) O espaço dos contos é a fictícia Itaoca, exemplo de cidadezinha afastada de centros urbanos, de vida monótona, criticada pelo narrador como região atrasada e tradicionalista. Sua caracterização é detalhada especialmente no conto ―Os Faroleiros‖, o primeiro texto ficcional do livro.

d) Espaço, personagens e ação estão integrados nos contos e artigos de Urupês: as descrições da natureza muitas vezes estão diretamente relacionadas com a caracterização de personagens ou com o enredo, como nos contos ―Bocatorta‖, ―O Matapau‖, ―Bucólica‖ e ―O Estigma‖.

(17)

PRÉ-MODERNISMO

e) A referência a escritores da literatura mundial (como Shakespeare, Maupassant e Kipling) é um recurso intertextual frequente nos contos de Urupês, denotando a ampla cultura das personagens do meio rural.

Resposta: Alternativa D

25. (UNIVEST) Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é:

a) a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social do seu tempo.

b) uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a burocracia carioca.

c) o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República.

d) um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.

e) a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo.

Resposta: Alternativa E

26. (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos afirmar que:

a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras. b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.

c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por valores que defendia.

d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto. e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.

Resposta: Alternativa C

27. (PUC) Associe as obras pré-modernistas (primeira coluna) aos respectivos fragmentos a elas pertencentes (segunda coluna).

I. Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) II. Os Sertões (Euclides da Cunha)

III. Lendas do Sul (Simões Lopes Neto)

( ) ―Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.‖

( ) ―Foi assim e por isso que os homens, quando pela primeira vez viram a boiguaçu tão demudada, não a conheceram mais. Não conheceram e julgando que era outra, muito outra, chamam-na desde então de boitatá cobra de fogo, boitatá, a boitatá!‖

( ) ―Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. (...) estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.‖

(18)

PRÉ-MODERNISMO a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Resposta: Alternativa A

28. (Lógica) Associe CORRETAMENTE a obra ao seu respectivo fragmento: I. Clara dos Anjos (Lima Barreto)

II. Canaã (Graça Aranha)

III. Contos Gauchescos (João Simões Lopes Neto)

( ) ―Os seus olhos de imigrante pasciam na doce redondeza do panorama. N'essa região a terra exprime uma harmonia perfeita no conjunção das coisas: nem o rio é largo e monstruoso precipitando-se como espantosa torrente, nem a serra se compõe de grandes montanhas, d'essas que enterram a cabeça nas nuvens e fascinam e atraem como inspiradoras de cultos tenebrosos, convidando à morte como a um tentador abrigo...‖ ( ) ―Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era preciso, tanto a ela como às suas 77 iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil Dona Margarida, para se defender de Cassis e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam...‖

( ) ―Até hoje me intriga, isto: como uma morena, tão linda, entregou-se a um negro, tão feio?... Seria de medo, por ele ser mau?... Seria por bobice de inocente?... Por ele ser forçudo e ela, franzina?... Seria por... Que, de qualquer forma, ela vingou-se, isso, vingou-se...; mas o resto que ela fez no corpo do negro? Foi como um perdão pedido ao Nadico ou um despique tomado da outra, da piguancha beiçuda?... Ah! mulheres!... Estancieiras ou peonas, é tudo a mesma cousa... tudo é bicho caborteiro...; a mais santinha tem mais malícia que um sorro velho!...‖

A sequência CORRETA, de cima para baixo, na segunda coluna, é: a) II – III – I b) III – II – I c) I – II – III d) II – I – III e) I – III – II Resposta: Alternativa D

Referências

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