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PL.+\NEJAME§{TO
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¬-=
5:-CENTRO
DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
PLANEJAMENTO
FAMILIAR
ASSISTÊNCIA
FUNDAMENTADA NA
TEORIA
DO
AUTOCUIDADO
DE
DOROTHEA
E.OREM
UTILIZANDO
A METODOLOGIA PROBLEMATIZADORA
JUNTO
A COMUNIDADE
DE
VILA MANAUS-CRICIUMAISC
-‹
‹
É
, Trabalho de conclusão d O Curso.'A `
~~
É
Orientação: Professora Dr” Elza Berger Salema Coelho-
..
É
Supervisão: Enfermeira Cleusa Cadó. ___:
í
Banca: D1” Elza Berger Salema Coelho'
T E
~
i
Enfermeira Cleusa CadóProfesora Maria de Fátima
Mota
Zampiere0334 ar ass sten 24 56 N~Chf'm- TCC UFSC ENF Autor Maccar`n' Heve yn
T
u o:P
anejamento fam 972494 99 Ac E× UFSC Bsccsm ccsm "'M
"'íMMí
fií
.-‹ ,_, ._HEVELYN
SOMER
MACCARINI
SHAYRLENE QUAREZEMIN
CCSM TCC UFSC ENF 0334 Ex.FLORIANÓPOLIS
' ~~ 2001AGRADECIMENTO
À
Deus, pela vida, saúde e proteção, durante todo este curso...Aos
nossos pais, por toda a educação e orientação, que deles recebemos, através depalavras e, principalmente, pelos exemplos de vida que nos passaram...
A
todos de nossas famílias, por todo carinho, dedicação e incentivo que nos foramdedicados.
Pois, sem eles, temos certeza de que não teríamos alcançado mais
um
objetivo...Aos nossos amores, que sempre fizeram parte desta caminhada, obrigada pelo carinho e
compreensao nas horas
em
que faltamos... 'A
professora Elza Salema, pelo apoio, compreensão e dedicação a nós dispensados;A
professora Maria de Fátima, por aceitar o convite de fazer parte da banca, e pela~
dedicaçao na correção do trabalho.
A
futura colega de trabalho, nossa supervisora emembro
da banca, enfermeira Cleusa Cadó, que durante todo esse percurso procurou sempre nos guiar pelo caminho certo,mostrando seu profissionalismo, dedicação e carinho a
uma
comunidade carente e que muito precisa dessa atençao.Também, não podemos deixar de agradecer a Luciana Faria, Francine Teixeira e
Alienca Malinski, pela linda amizade que construímos durante todo o curso, e que
RESUMO
Este trabalho
contempla
a atuaçãodo
profissional deenfermagem na
área de Planejamento Familiar,
em
uma
comunidade
carentedo
municípiode Criciúma-SC. Utilizou-se a Teoria
do Autocuidado
deDorothéa
E.Orem
como
guia e, aMetodologia
Problematizadoracomo
estratégia.Teve
como
população
alvo mulheres, parceirosem
idade fértil (15-
49
anos),cadastradas
ou não no programa
de planejamento familiar. Procurandotrabalhar
com
as mulheres a partir de sua realidade,foram formados
grupos, realizadas visitas domiciliares e aplicado questionários.
Nos
gruposdiscutiu-se temas
como:
Métodos
Contraceptivos; Dispositivo Intra-
Uterino (DIU); Preservativo Masculino;
HIV/AIDS;
Sexualidade e Aborto, esses assuntos surgiramconforme
dúvidas apresentadas pelo grupo.Percebemos,
ao términodo
trabalho a importância de tennos utilizado aMetodologia
Problematizadoracomo
estratégia, pois esta possibilitou-nos,conhecer as crenças, os hábitos e as práticas
que
caracterizamo
estilo devida cultural
do
grupoao
qualo
individuo pertence,buscando
assimpromover o
autocuidado.Também
aenfennagem
teve sua importância, pois serviucomo
serviçode
ajudana
identificação dos problemas a partirda
realidade, paraque
em
conjuntocom
o
grupopudessem
encaminharpossíveis soluções,
sendo
o
elemento capazde
articular condições deprestação de serviço de saúde
da
unidade e necessidadeda
população. Pelas informaçõesque foram
compartilhadas e por sepreocuparem
em
sabermais
sobre assuntosque englobam
o planejamento familiar, determinamosSUMÁRIO
1.APRESENTAÇAO
... .. 2.OBJETIVOS
... .. 2.lObjetivoGeral
... .. 2.20bjetivos Específicos ... .. 3.MARCO
CONCEITUAL
... ..3.1
Aspectos Gerais
da
Teoria
de
Orem
... ..3.2
Pressupostos
da
Teoria
de
Orem
... ..3.3
Teoria
geralde
enfermagem
de
Orem
... ..3.3.1
Teoria
do
autocuidado
... ..3.3.2
Teoria
do
Déficit
do Autocuidado
... ..3.3.3
Teoria
do
Sistema
de
Enfermagem...3.4 Conceitos Principais
do
Marco
Conceitual...4.
METODOLOGIA
... ..4.1
Metodologia Problematizadora
... ..4.2.2
Local de
Estágio ... ..294.2.3
População Alvo
... ..314.2.4 Estratégia
para Busca da
Realidade
... ..325.
REVISÃO
DA
LITERATURA
... ..33 5.1Resgate
Histórico ... ..34 5.2Planejamento
Familiar
... ..4l 5.3Métodos
Contraceptivos
... ..45 6.DESENVOLVENDO
A METODOLOGIA
... ..80 6.1 Leiturada
Realidade
... .. ... ..80 6.2Os
Encontros
... ..84 6.3Pontos
Chaves
... ..86 6.4Teorização
... ..87 6.5Hipóteses de Solução
... ..88 6.6Aplicação
na
Realidade
... ..90 6.7Revendo
os Objetivos ... ..1006.8
Atividades Realizadas
enão
Planejadas
... ..1027.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..103s.
CRONOGRAMA
DE
ESTÁGIO
... ..10ó 9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
... ..10910.ANEXOS
... ..1l2 11.PARECER
DO
ORIENTADOR
... ..1131.
APRESENTAÇÃO
A
trajetória históricado
planejamento familiarno
Brasil, é marcada,em
grande parte, poruma
participação muitopequena
das mulheresno
desenvolvimento das políticas, dos planos de ações eno
campo
decisóriodestas ações.
Os
direitos deautonomia
reprodutiva conquistados pela população brasileira, a partirda promulgação da
Constituição de 1988,vêm
sendoimplementados
pelo SistemaÚnico
de Saúde, atravésdo Programa
deAssistência Integral à
Saúde da
Mulher,na
tentativa de minimizar os riscose conseqüências de
uma
gravideznão
desejadaou
ainda propor aimplementação
de ações necessárias para efetivar a gravidez.Hoje,
no
Brasil, planejamento familiar étema do
cotidiano, discutidoamplamente,
pela imprensa,quando
aborda à mortalidade materna, oaborto, a esterilização, a reprodução assistida
ou
outros temas relacionados à procriação.A
política pública, proposta pelo Executivo,embora avançada
em
seus princípios, conteúdos e diretrizes, é ineficaz
na
sua implementação.Ocorre
um
recuo sistemáticodo
Estado,que
deixa de cumprir sua obrigação,definida
pela Constituição, a de provedor de assistência à saúde dos brasileiros, deforma
universal eequâmme.
Contribuem
ainda para o agravamento e a consolidaçãodo
estadoatual, aspectos
da
culturamédica marcados
porum
intensointervencionismo sobre
o
corpoda
mulher, os quais, aliados à desinformação destas,comprometem
defonna
definitivao
princípioda
autonomia
nas escolhas das práticas contraceptivas e conceptivas de cadaindivíduo.
Considerando
estes aspectos, nós acadêmicasda
dis_ciplina deEnfermagem
Assistencial Aplicada,atuamos
junto aComunidade
de VilaManaus. Nesta comunidade
muitas mulheres/parceiros necessitam, de acordocom
sua realidade sócio-econômica e cultural, de informaçõessobre a
forma
e/ou alternativa de praticaro
planejamento familiar.Vila
Manaus
éuma
das regiões mais carentesda
cidade de Criciúma,com
acentuadosproblemas
de infra-estrutura, educação,moradia
e saúde.Com
basena
observação realizada durante todoo
estágio e,em
informações de funcionários
da
unidade,percebemos
queo
baixopoder
aquisitivo
acompanhado
do
desemprego, a falta de informação sobre o05
que determinam
abusca de
um
método
irreversível, a esterilização, e outrosmétodos
contraceptivos.H
Também
é importante ressaltar a situaçãodo
profissional de saúdeem
relaçãoà
culturada
sexualidade, reconhecimento dos processos e ciclosde
vida, subordinaçõesdo
ensinona
área de saúde às ideologiasintewencionistas, despreparo profissional à realização das atividades, pois
impotentes diante
de
uma
situação de desigualdade socialque
explode, esses profissionaisacabam
por
exercerum
papelsem
a reflexão necessária sobre suas ações.A
revisão bibliográfica sobre osmétodos
contraceptivos,constituíram-se
em
subsídio,no
sentido de discutircom
às mulheresenvolvidas
no
processo, a fimde que
estespossam
decidirem
função daÉ
l
}¿;sua situação particular e necessidades individuais, sobre o
método
maisI.,
‹'*"ø
adequado
para seu uso.Os
trabalhos desenvolvidos tantoem
grupo quanto os individuaisforam baseados nos problemas
evidenciadosna
realidade observada.Contribuindo para este trabalho, utilizamos a Teoria Geral de
Enfermagem
ou
Teoriado Autocuidado
deDorothéa
E.Orem,
aplicada àMetodologia
Problematizadora, baseadano
Método
do
Arco,conforme
denominado
por
CharlesMaguerez.
Talmétodo
parte da observação da realidadeda população
alvo, ebusca
identificar os problemas,em
que
aequipe
de
enfennagem
com
a participação das mulherespossam
atuar,para 'que
promovam
mudança
da
realidade.Este trabalho assistencial desenvolveu-se
na Unidade
deSaúde
VilaManaus, no
períodode 26
demarço
a O1 de junho de 2001,obedecendo
auma
carga horáriade
220
horas,conforme
estabelecido pela disciplina de2.
OBJETIVOS
2.1
OBJETIVO
GERAL
Prestar assistência
de enfermagem no
planejamento familiar àsmulheres/parceiros,
da comunidade
de VilaManaus -
Criciúma-
SC, compartilhandoconhecimento
a partirda
realidade observada, parapromoção do
autocuidado2.2
oBJET1vos
ESPECÍFICOS
1. Compartilhar conhecimentos sobre Planejamento Familiar,
em
atividades
de
gmpo
e/ou individual2.
Promover
o
acesso aosmétodos
contraceptivos às mulheres3.
Promover
e participarem
atividades de apoio relacionadas aoPlanejamento Familiar;
4. Realizar visitas domiciliares para estimular a participação das
mulheres nos
gruposde
Planejamento Familiar, e conhecer a realidade socialda
clientela;'
5.
Ampliar
e aprofundar conhecimentos relativos ao PlanejamentoFamiliar;
6.
Promover
a participaçãodo
parceiro nas atividades dePlanejamento Familiar;
7.
Buscar
integraçãocom
a equipe e proporcionar discussões paraimplementação
das ações de planejamento familiar.3.
MARCO
CONCEITUAL
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi de fundamental
~ ~
importância a utilizaçao
do
marco
conceitual, por este, forneceruma
visaoampla
sobre os conceitosque
norteiam as atividadesno
decorrer deste estudo.Neste
sentido a teoria constitui“uma
forma
sistematizada de olhar omundo
para descrevê-lo.As
teoriascompõem-se
de: conceitos, definições,modelos
e proposições e são baseadasem
suposições” (Monticelli&
Silvaapud
George, 1997).Para Nitschke
apud
Colzani&
Dallavechia i(1999, p.ll), “omarco
conceitual éuma
construção mentalque
deve comportaruma
estrutura lógica
de
interrelação entre vários conceitosque
ocompõem.
No
campo
da
práticade enfermagem, o
marco
conceitual devepennear
todosos
momentos
desta prática, atuandocomo
referência sobre o que écliente,
além de
proporcionaruma
organização para areflexão
einterpretação
do que
estásendo
vivenciado”.A
Teoria Geralde
Enfennagem
ou
Teoriado
Autocuidado, descritapor
Dorothéa
E.Orem,
foi a teoria eleita para guiar este trabalho quetem
como
tema
central 0“Planejamento
Familiar”. Estepode
ser entendidocomo
o
direitode cada pessoa
à informação, à assistência especializada, eao
acesso aos recursosque
lhepennitam
optar livre e conscientemente porter
ou
não
filhos,o
número
eespaçamento
entre eles e a escolhado método
anticoncepcional
mais
adequado
(Pereira, Arrilha e Sorrentino, 1986, p.08).Para tanto, torna-se necessário que mulheres/parceiros
obtenham
conhecimentos
e informações sobre osmétodos
contraceptivos quepossam
ser utilizados para
o
exercíciodo
planejamento familiar a partir de sua realidade sócio-econômica e cultural, favorecendo assim, a práticado
autocuidado.
3.1
ASPECTOS
GERAIS
DA
TEORIA
DE
OREM
“Dorothéa
E.Orem,
nasceu
em
1914
em
Baltimore, Maryland; recebeudiploma de
Enfermagem
pela Providence Hospital School ofNursing
em
Washington
D.C.; obteve o grau de Bacharelem
Ciências e11
de
Enfermagem,
em
1945, pela Catholic University of America.Recebeu
vários graus honorários, incluindoo
deDoutora
em
Ciências pelaGeorgetown
University e pela IncarnateWorld
College,além
de váriosprêmios
da
categoria”(George apud
Orem,
1993 p.9l).”Foi durante seu trabalho
como
consultorado Office
of Education,Departament of
Health, Educationand
Welfareque
Orem
começou
a desenvolver sua teoria,em
1956.Teve
como
propósito definircomo
preocupação de
Enfermagem
a “necessidadedo
homem
para oautocuidado, sua provisão e
manutenção
numa
base contínua paramanter
a vida e a saúde, recuperar-se dedoenças ou
traumatismos e lidarcom
seusdefeitos”
(George apud
Orem,
1993
p.91).3.2
PRESSUPOSTOS
DA
TEORIA
DE
OREM
De
acordocom
Santosapud
Orem,
1991, p. 96: 0“O
autocuidado éuma
necessidade universal'90
O
autocuidado éuma
ação deliberadaque
possui propósito, padrão eseqüência,
que busca metas
e resultados0
As
atividadesde
autocuidado são aprendidas de acordocom
ascrenças, hábitos e práticas
que
caracterizamo
estilo de vida cultural0
As
maneiras de encontrar as necessidades de autocuidado (processos tecnológicos e práticas de autocuidado) são elementos culturais evariam
com
os indivíduos e grupos sociais maiores;0
Os
fatores individualizados de saúde, idade, estágio dedesenvolvimento,
conhecimento
e habilidades, valores e metas,motivação
eo padrão
estabelecido para responder a estímulos intemos e externos,influenciam
as decisões e ações relativas ao autocuidado;0 Fatores
como
ambiente, hereditariedade, conhecimentos sobre saúde, valores, atividades, crenças ecomportamentos
influem
na
saúdedo
indivíduo;
0
A
enfermagem
éum
serviço de ajuda.”Uma
vez que o
direito ao acesso aconcepção
e contracepção éum
direito garantidona
Constituição e, considerandoque
a maioria das pessoasbuscam
métodos
contraceptivos, estes .devem ser utilizados paraum
propósito, tendo assim
um
padrão
euma
seqüênciana
busca de metas e resultados.Utilizamos a metodologia problematizadora
como
estratégia paraconhecermos,
as crenças, os hábitos e as práticas que caracterizamo
estilode
vida culturaldo grupo
ao qualo
indivíduo pertence,buscando promover
13
Também
para este trabalho, aenfermagem
serviucomo
um
serviçode ajuda,
na
identificaçãodos problemas
a partirda
realidade, paraem
conjunto
encaminhar
possíveis soluções, sendo o elemento capaz de~ ~
articular condiçoes
de
prestacao de serviço de saúdeda
unidade enecessidade
da
população.3.3
TEORIA
GERAL
DE
ENFERMAGEM
DE
OREM
Para
George
(s/d), a teoria deOrem
écomposta
por três teorias inter-relacionadas: teoria
do
autocuidado,do
déficitdo
autocuidado e a dos sistemas deenfermagem.
3.3.1
TEORIA
DO
AUTOCUIDADO
Esta teoria engloba a
compreensão
dos conceitos de autocuidado,fatores básicos e a
demanda
terapêutica de cuidado.O
autocuidado, paraOrem,
são atividades realizadas pelo serhumano
para manter epromover
seubem
estar durante toda a vida equando
efetivamente realizado ajuda amanter
a integridade estrutural eo
funcionamentohumano,
contribuindo parao
seu desenvolvimento.Os
propósitos aserem
alcançados através de açõesdenominadas
autocuidado, são designados por
Orem
como
requisitos de autocuidado.E>REQUISITOS
DE
AUTOCUIDADO
UNIVERSAL:
São
comuns
a todos os seres
humanos
durante toda vida.Representam
atividadesdo
cotidiano,
como: manutenção
de ingestão suficiente de ar, água e alimento;provisão de cuidados associados a processo de eliminação e excreção;
manutenção do
equilíbrio entre atividade e repouso; prevenção de riscos a vidahumana;
promoção
do
funcionamento e desenvolvimentohumanos
em
grupos sociaisconforme
o potencialhumano
de seu normal.E?
REQUISITOS
DE
AUTOCUIDADO
DESENVOLVIMENTAL:
Relacionna-se à condições e eventos
que ocorrem
durante os vários estágiosdo
ciclo vital eque
podem
afetar adversamente o desenvolvimento, porexemplo,
uma
gravideznão
planej ada.IQ
REQUISITOS
DE
AUTOCUIDADO
DE
DESVIO
DE
SAÚDE:
Estão associados
com
defeitos genéticos, constitucionais e desvio estruturais e funcionaishumanos,
com
os seus efeitos ecom
medidas
de diagnósticos e tratamento médico.3.3.2
TEORIA
DO
DÉFICIT
DE
AUTO
CUIDADO
Essa
teoria representa a essênciada
Teoria Geral deOrem,
pois indicaquando
aenfermagem
é necessária. *15
Os
serviços deenfermagem
são solicitadossempre que
os indivíduos apresentam incapacidadesou
limitações parapromover
o autocuidado contínuo e eficaz.São
identificados 5métodos
de ajuda: 0 Guiarou
fazer para o outro;0 Guiar o outro;
0
Apoiar o
outro (fisicaou
psicologicamente);0 Proporcionar
um
ambiente quepromova
o desenvolvimento pessoal, quanto a tornar-se capaz de satisfazerdemandas
futurasou
atuais de ação;0 Ensinar
o
outro.Quando
há
presença de déficit parao
autocuidadoou
para o cuidado dependente éque
aenfermagem
se faz necessária.E
a maneiracomo
a enfermeira preenche esses déficit é determinadona
Teoria dos Sistemas deEnfermagem.
Dentre os 5
métodos
de ajuda identificados porOrem
na
Teoriado
Déficit do
Autocuidado, utilizamosno
trabalho de PlanejamentoFamiliar:
0 Proporcionar
um
ambienteque
promova
o desenvolvimento pessoal,quanto a tornar-se
capaz de
satisfazerdemandas
futurasou
atuais deação;
0 Ensinar
o
outro.Para isso os grupos
foram
desenvolvidos, atravésda
participação das mulheres,promovendo-se
um
espaçoonde
pode-se discutir e tirar dúvidas,sobre
temas
relacionadoscom
o planejamento familiar,segundo
ametodologia utilizada, os
temas
eram
sempre definido
prelo grupo. Estesencontros tiveram ainda a finalidade de buscar maiores informações,
relacionadas ao processo
de
viverdo
gmpo
de mulheres.3.3.3
TEORIA
DO
SISTEMA
DE
ENFERMAGEM
Os
sistemas deenfermagem
são ações e interações entre enfenneiro ecliente e/ou agentes
de
cuidado dependentequando há
presença de déficit para o cuidado.A
fim de satisfazer os requisitos de autocuidadodo
cliente, a teoriade
Orem
classificaem
3 os sistemas de enfermagem:fl
TOTALMENTE
COMPENSATÓRIO:
É
aqueleonde
o clienteou
agentedo
cuidado dependente é incapaz de realizar as atividades de autocuidado,sendo completamente
dependenteda
enfermagem.17
Q
PARCIALMENTE
coMPENsATÓRIoz
É
quando tamo
enfermeira quanto
o
cliente/agente de cuidadoexecutam medidas
e ações para o autocuidado.q
SISTEMA
DE
Amro
E
EDUcAÇÃoz
É
quando
a pessoaconsegue
realizar as atividades para o auto cuidado,porém
deve aprendercomo
realizar asmedidas
parao
cuidado terapêuticoextemamente ou
internamente orientado pela
enfermagem.
O
Planejamento Familiar estána
Teoriado
Sistema deEnfermagem,
representado pelos sistemas parcialmente compensatórios (que inicia-se
com
consultasde
enfermagem
onde
enfenneiro e clientetrocam
asprimeiras informações); e
de
apoio e educação (realizados nos grupos e/ou individualmenteem
encontros) .3.4
CONCEITOS
PRINCIPAIS
DO
MARCO
CONCEITUAL
O
conceito adotado segueo que
Patrício (1990, p. O6) descrevecomo
sendo
“uma
idéia,ou
um
conjuntode
idéias organizadasque
representa,
que dão
significado próprio àimagem
de detenninado objetoou
evento.
Um
conceitonão
é fechadoem
simesmo,
pois relaciona-secom
outros conceitos.
Pode
sermodificado
continuamente, pela dinâmica dasidéias
que
se possibilita ao interagircom
omundo,
incluindo omundo
dasrazão
do
significadoque
lhe édado
pela pessoaque o pensa em'
seumomento
histórico”.A
Teoriado Autocuidado
proposta porDorothéa
E.Orem,
segundo Foster&
Janssens (1993), possui conceitos fundamentasem
seumarco
conceitual, a estes
buscamos
adaptar a prática assistencialdo
planejamento familiar.: o ser
humano
éum
todo integrado,uma
tmidadeSer
Humano
funcionando biologicamente, simbolicamente e socialmente,
em
íntiinarelação
com
o
meio
ambiente.Neste
estudo os sereshumanos
focalizadosforam
mulheres/parceiros,
que
residemna
área de abrangênciada Unidade
deSaúde
de VilaManaus/Criciúma-SC, que procuram o
serviço deplanejamento familiar. Estes são seres
humanos
que
possuem
individualidade,conhecimento
prévio, valores e crenças,com
capacidadepara autocuidar-se e fazer escolha.
Outros seres
humanos
de
fundamental importância nesse processoforam
osmembros
da
equipede
saúde,que
atuaramna
assistência,compartilhando informações através de consultas, visitas domiciliares e
nas atividades sobre planejamento familiar.
Auto
Cuidado:
É
a práticade
ações voluntárias deum
adulto para a regulaçãodo
próprio ftmcionamento e desenvolvimento, fiente a situações19
bem
estar.São
açõesque
têm
padrão e seqüência equando
realizadas deforma
efetiva, contribuem de maneira especifica para amanutenção da
integridade,
do
funcionamento e desenvolvimentodo
serhumano
(Santosapud
Orem,
1991).O
trabalho planejado para acomunidade
de Vila Manaus/Criciúma-SC,
voltou-se para aeducação da
mulher/parceiro ao autocuidado, visando principalmente orientar e esclarecer sobre osmétodos
contraceptivos,bem
como,
sobre as vantagensdo
planejamento familiar. Habilitando amulher/parceiro a realizar
um
autocuidado consciente e livrena
decisão deter
ou não
ter filhos, sobre osmétodos
contraceptivos maisadequados
ao casal eo
espaçamento
entreuma
gestação e outra.Enfermagem:
De
acordocom
Santosapud
Orem,
(1991),“enfermagem
é serviço, arte e tecnologiaque
tem
como
principalpreocupação
a necessidadedo
indivíduo de auto cuidar-se e a provisão e amanutenção
desse autocuidado deforma
contínua, demodo
a manter a vida e a saúde, recuperar-seda doença ou dano
e enfrentar seus efeitos.”Foi de fundamental importância a atuação
da
enfermagem
nestetraballio sobre planejamento familiar, visando compartilhar e assistir a
clientela de acordo
com
suas necessidades. Para tanto, busca e utilizaSaúde:
Orem
(apud
Foster e Janssens, 1993, p.96) apoia a definição desaúde
da Organização Mundial
deSaúde
-OMS
“como
o
estado debem-
estar fisico, mental e social e
não
simplesmente a ausência de enfennidadeou
doença”. Apresenta ainda que, “a saúde, os aspectos fisicos,psicológicos, interpessoais e sociais são inseparáveis
do
indivíduo, e que oscuidados
de
saúde incluem apromoção
emanutenção da
saúde (prevenção primária),0
tratamentoda doença ou
ferimento (prevenção secundária) e aprevenção de
complicações (prevenção terciária)”.Acreditamos que além
disso, saúde, é a condição de equilíbrioharmônico
e dinâmicodo
serhumano
buscando
o bem-estarem
qualquerperíodo de seu ciclo vital.
' '
: “refere
meio
ambientecomo
um
conceito separado,Melo
ambiente
como
relativamente insignificante,no modelo
teórico proposto porOrem.
Tal interpretação depreende-sedo
fato de ser este conceito, consideradoum
sub-conceito
de
serhumano,
jáque
para a teórica 0 serhumano
e omeio
ambiente estão intimamente ligados
formando
um
sistema integrado relacionadoao
autocuidado. `Dentro desta teoriameio
ambiente e serhumano
são identificadoscomo
uma
unidade caracterizada por trocashumanas-ambientais, e pelo impacto que
uma
exerce sobre a outra.As
21
(ser
humano
/meio
ambiente),podem
afetaro
funcionamentodo
indivíduo
no
desempenho
das atividades de autocuidado” (Santos,baseado
em
Johnston. 1991, p.100).Neste
estudo,vimos o meio
ambientecomo
um
forte influenciadornas atitudes
do
serhumano,
pois refere-se ao conjunto de elementos que constituem omeio
fisico,geográfico
e o contexto sócio-cultural,onde
amulher/parceiro estão inseridos.
O
meio
fisico e geográfico incluicomponentes
bióticos (flora e fauna) e abióticos (solo, ar, água, luz,temperatura, sais minerais, energia eq demais elementos
da
superficieterrestre e
do
universo).O
contexto sócio-cultural é representado pelo conjunto de sistemas: social, cultural, econômico, político e religiosoem
um
dado
momento
histórico,em
uma
determinada sociedade.Vimos
que,também, o
contexto sócio-cultural exerce influênciano
modo
de pensar e agir dos indivíduos. Assim, oprograma
de planejamentofamiliar deve,
na
medida
do
possível, se adaptar as crenças, valores e estilode
vida decada
indivíduo. Este,não
deveria ser único para todacomunidade,
mas
sim
específico paracada
membro.
Sociedade:
o
conceito de sociedade é referidocomo
comunidade,um
grupo de pessoasque
compartilham,não somente
uma
áreageográfica
~e
um
meio
comum, mas também
deum
interessecomum,
nas instituiçoes“Sociedades
especificam
as condições que astomam
legítimas paraque
seusmembros
procurem
vários serviçoshumanos
necessários às atividades de autocuidado” (Santos, 1997, p.101/ 102).Em
relação à força ea eficácia
da
enfermagem
como
um
serviçona
comunidade,Orem,
acreditaque depende
dos valoresda
comunidade. Entre os deveres sociais dosenfermeiros, enfatiza
que
osmesmos
focalizam-sena manutenção do
autocuidado.
A
comunidade
de Criciúma, atualmente, é vistacomo
um
conjuntode
indivíduos,com
sua cultura, personalidade, crenças e valores. Estesdevem
ser respeitadosna
sua individualidadecomo
seres únicos, dentrodo
contexto social e familiar, nos quais
o
processo saúde-doença passa a terum
significado diferente.9
A
baseda
sociedade criciumense écomposta
principalmente por descendentesde
imigrantes europeus.Sua economia
giraem
tomo,
principalmente, das indústrias de extração de carvão rnineral, cerâmica de
revestimento e têxtil.
Com
a idada mulher
para ocampo
de trabalho, onúcleo familiar sofre reestruturações,
no
qual amulher
deixa de ser apenasesposa,
mãe, dona
de casa e cuidadora para inserir-seno mercado
detrabalho, visando contribuir
com
a renda familiar.Com
isso, oplanejamento familiar passa a se constituir Luna necessidade, exigindo
4.
METODOLOGIA
Utilizamos a
Metodologia
Problematizadoracomo
estratégia para odesenvolvimento
do
trabalho, e através de sua aplicaçãona
prática assistencialdo
Planejamento Familiar,buscamos
reconhecer a realidadeda
clientela envolvida, evidenciar suas principais necessidades e desenvolver
um
ações, visando contribuircom
a viabilizaçãodo
Planejamento Familiar a partirda
realidade,tomando-as
aptas àdesenvolverem o
autocuidado.Metodologia
para Monticelli&
Silva (1997), “é ocaminho do
pensamento
e a prática exercidana
abordagem
da
realidadeque
inclui asconcepções
teóricas,o
conjunto de técnicasque
possibilitarão a construçãoda
realidade e ainda o potencial criativodo
investigador”.4.1
METODOLOGIA
PROBLEMATIZADORA
O
método
da
problematização partedo
princípio de que,em
um
mundo
demudanças
rápidas, o importantenão
são os conhecimentosou
idéias,
nem
oscompromissos
corretos e fáceisque
se esperam,mas
simo
aumento da
capacidade de percepçãoda
transformação social para detectaros
problemas
reais e buscar para eles soluções originais e' criativas(Bordenave; 1989).
Trabalhar nessa direção implica favorecer situações de ensino-
aprendizagem
contextualizadas, apresentando os novas possibilidades,potencialmente significativas, de
forma
articulada,com
coerência lógica e,para isso, é fundamental considerar o que a clientela já sabe.
A
partir daí,pelas situações de ensino-aprendizagem constrói-se a interação entre os
conhecimentos já presentes, e as
novas
informações.Para efetivação
do
método
de ensino e significativa aprendizagem épreciso
que
a mulher/parceirotome
os conteúdoscomo
problemas.O
problema no
âmbito práticoou
teórico, caracterizauma
situação queenvolve múltiplas possibilidades
ou
altemativas para a sua solução.Bordenave
(1996) afirma,que
pela sua essência, a educação problematizadoranão tem
uma
metodologia única,nem
técnicas fixas.É
orientada por alguns princípios: a percepçãoda
realidade,o
protagonismodo
cliente eo
traballioem
grupo.O
que temos na
educação problematizadora éuma
“trajetória pedagógica”, quepode
ser representada esquematicamente pelo arco proposto por CharlesMaguerez
25
TEORJZA
ÇÃO
PONTO CHAVE
HIPÓTESE
DE
SOLUÇÃO
OBSERVAÇÃO
DA
REALIDAOE
APLICAÇÃOÁREALIDAOE
\
REALIDADE
O
processocomeça
com
a exposiçãoda
clientela, individuahnenteou
em
grupo, aum
problema de
sua realidade próxima.A
isso échamado
de observaçãoda
realidade.Ao
observar a realidade, as pessoas envolvidas,expressam
suas percepções pessoais, efetuando assimuma
primeira leitura“sincrética”
ou
ingênuada
realidade(SÍNCRESE).
A
partir dessaobservação, estes
devem,
procurar distinguir o que é secundário daquiloque
é relevantena
observação feita.Separam
oque
é verdadeiramenteimportante
do que
épuramente
superficial, identificando assim, os pontos chavesdo problema
em
questão. Esses pontos-chaves são entendidoscomo
modificariam
a realidade observada,podendo
então, resultarna
soluçãodo
problema
apontado (Bordenave, 1991, Bordenave, 1994, 1996;).Num
terceiromomento
a clientela passa a perguntar o porquê,buscando
as explicações paracada
ponto-chave.É
omomento
da
teorização,
buscamos
uma
explanação teórica para o problema, recorrendoà leituras, pesquisas e estudos,
ou
seja, à contribuição que a ciênciapode
dar ao esclarecimento
do
assunto(ANÁLISE).
Na
teorização,a
clientelaobtém
o entendimentodo
problema, tantoem
suas manifestações empíricasou
situacionais,como, também,
em
seus princípios teóricos explicativos(Bordenave, 1991,
Bordenave,
1994; 1996;).A
etapa posterior é aquela einque
osmesmos
confrontam a realidadecom
sua teorização, formulando as hipóteses de solução.Após
analisar a viabilidade das hipóteses, as pessoas envolvidasvão
construindo
novos
conhecimentos aplicados à realidade, fazendo exercícios,aprendendo
a generalizar para utilizaçãoem
diferentes situações,bem
como,
a discriminar as circtmstâncias possíveisou
convenientes para aplicação
da
solução escolhida.É
a
etapa fmaldenominada
como
SÍNTESE
(Bordenave, 1991).Utilizamos neste trabalho a união
da
Teoriado Autocuidado
deDorothéa
E. Orem.com
aMetodologia
Problematizadora, pois atravésda
aplicação, desta última,
reconhecemos
os problemas, as crenças, os valores27
problemas
evidenciados, ecom
a aplicaçãoda
prática, nas etapasdo
arcoda
problematização,que
as pessoas envolvidasno
trabalhopudessem
exercer o autocuidado.
4.2
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Do
CAMPO
DE
ESTÁGIO
4.2.1
o
MUNICÍPIO
DE
CRICIÚMA
De
acordocom
o Plano Municipal de Saúde/1997-2000
de Criciúma, sua colonização ocorreucom
o cicloda
imigração européiano
séculoXIX,
com
a fundação eocupação
efetivaem
6 de janeiro de 1880. Foi colonizada inicialmente por imigrantes italianos, depois vieram os poloneses,alemães, portugueses e negros. Estas cinco
etnias São traço marcante
da
cultura local.Três fatores entretanto, surgiram para alterar
o
modo
de vida dos colonizadores:0
A
descobertado
carvão de pedra,oconida
por acasoem
1913, cuja exploração foi iniciadaem
1917;0
A
construçãodo
ramal (mais tarde tronco)da
estradade
ferroDona
Tereza Cristina;Atualmente, Criciúma possui 170.204 habitantes
(IBGE,
2000).Como
características geográficas Criciúma apresentaum
relevoheterogêneo,
com
áreas planas e outras fortemente onduladas.Sua
altitudemédia
é de50m.
em
relação ao níveldo
mar,do
ponto de vista geológico,encontramos
áreasformadas no
período carbonifero; daí a ocorrência das jazidas de carvão.O
clima é subtropical, tendoum
verão quente e oinvemo
caracterizado pela
passagem
de frentes friasque
causam
geadas.Quanto
ahidrografia, o acidente
geográfico
demaior
importância éo Rio
Mãe
Luzia, cujas nascentes se situam nas encostasda
Serra Geral.O
fornecimento deágua
potável àpopulação
é feito aproveitando-se as águasdo Rio São
Bento
(município deNova
Veneza).As
terrasdo
município estão compreendidasno agrupamento
denominado
Mata
Tropical Atlântica, desmatadas pelaocupação
humana
ereflorestadas
com
eucaliptos, pinheiros e acácias. Criciúma está localizadono
suldo
estado de Santa Catarina. Integra a Associação dos Municípiosda
Região
Carbonífera~
AMREC.
Tern
como
limites:Norte
-
Siderópolis eMorro
da Fumaça;
Sul
~
Araranguá; Leste-
Içara;29
Oeste
-
Nova
Veneza
e Forquilhinha.Possui
uma
área de 209,20km2
.As
principais atividadeseconômicas do
município atualmente são a indústria cerâmica,do
vestuário, de calçados, construção civil, extraçãodo
carvão, comércio e prestação de serviços.
A
rede de serviço público de Criciúma possui39
unidades básicas de saúde e destas; 19possuem
implantada a estratégiada Saúde da
Família.Nas
20
unidades básicas restantes, são realizadas atividades deenfermagem
e clínica geral, seguindo a lógica
do
atendimento àdemanda
espontânea; sendoque
6 unidadespossuem
também
o atendimentoem
Ginecologia e Obstetrícia e 14 unidadesem
Pediatria.4.2.2
LOCAL
DE
ESTÁGIO
O
bairro VilaManaus,
pertencente ao Município de Criciúma-SC, contacom
aproximadamente
5.000 habitantes.O
atendimento básico de saúde dessacomunidade
funciona desde 1983. Iniciahnente, funcionavano
Centro Comunitário junto auma
creche,contava
com
o
serviço deum
médico
de 4 horas diária, alguns dias porsemana.e duas atendentes de
enfermagem,
que realizavam consultas médicas, imtmização e assistência básica deenfermagem.
A
partir de agosto de 1994, implantou-se oPSF
(Programa
deSaúde
da
Familia).Em
julho de 1995, inauguraram anova Unidade
Básica deSaúde
VilaManaus,
localizadana
rua 7, s/n,com
espaço fisicoadequado
para
um
melhor
atendimento à comunidade.H
Desde
entãoo
atendimento é diário (8 horas/dia), trabalhandosempre
com
Luna equipe de (01 médico, 01 enfenneiro,02
auxiliares deenfermagem,
O3 agentes comunitários e O1 serviços gerais).São
desenvolvidosprogramas
(Imunização, Preventivodo Câncer
Ginecológico, Planejamento Familiar, Gestantes,Programas
deAções
Preventivas quanto à Puericultura e Crianças
Menores
de 5 anos,Programa
de Interação Domiciliar,Programa
SISVAN
(Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) entre outros,que
tem
contribuídocom
a melhoriada
saúde e as condições de vidada
população.A
A
unidade écomposta
por: 0 O1 sala de reuniões;6 01 consultório odontológico;
0 O1 consultório de
enfermagem
e preventivodo Câncer
de colo; 0 01 consultório médico;0 01 sala para farmácia e esterilização;
31 0 01 sala para nebulização e
acompanhamento
antropométrico decrianças; 0 O1 copa;
0 01 banheiro para
comunidade;
0 01 banheiro para os funcionários;0 01 sala
de
espera;0 Ol sala de pré- consulta;
0 01 sala para
agendamento
e agentes comunitários;0 Ol sala séptica;
0 01 sala de coleta de material para
exames
laboratoriais.(Anexo
plantado
posto)~
4.2.3
POPULAÇAO
ALVO
A
população
alvo deste trabalhoforam
mulheres/parceirosem
idadefértil (15 a
49
anos de idade) cadastradasou não no Programa
dePlanejamento Familiar
da Unidade
deSaúde
VilaManaus,
com
interesseem
participar dos grupos de Planejamento Familiar desenvolvidosna
4.2.4
ESTRATÉGIA
PARA
BUSCA
DA
REALIDADE
Grupos
de Planejamento Familiar: Esses gruposeram
realizadossemanalmente
nas quintas-feiras,no
periodo matutino e vespertino,favorecendo a presença das mulheres as quais
optavam
pelo melhorhorário.
Nesses
grupos, desenvolvíarnos os pontos chaves predetenninados pelas mulheres nos grupos anteriores, e asmesmas
detenrrinavam o pontochave a ser trabalhado
no
grupo seguinte,conforme
preconiza aMetodologia
Problematizadora.Visitas Domiciliares:
Nas
visitas,observávamos
as condições deinfra-estrutura,
moradia
e sócio-culturais das pacientes, para a partir destarealidade,
definirmos
as possíveis hipóteses de solução. Estas visitassen/iram
também
para estimularmos as mulheres a participarem dos grupos.Questionário: Estes questionários foram aplicados durante a visita
domiciliar e sen/iram para compilar os
dados
obtidos neste trabalhoDiário de
Campo:
Neste,anotávamos
as atividades realizadas, odesenvolvimento dos grupos,
dados
das visitas domiciliares e núrnero dequestionários aplicados, sen-'indo de apoio para o desenvolvimento do
«êzííí/W
isibiiøieiza Universitaria
UFSC
sr:-¬1,--furí ' - z
m
5.
REVISÃO
DA
LITERATURA
Nos
últimos três séculos nasceuaproximadamente
um
quartoda
população
que
viveuna
terra.É uma
convicção dos antropólogosque
desdeo
tempo do
paleolítico nossos antepassadosreconheciam
o ato sexualcomo
a causada
gravidez e realizavamna medida que
lhes era possível fazer,um
controle
do
crescimentodo
niunero de população (Zanconato, s.d, p.l1).Em
alglunas tribos indígenas,que
semantiveram
em
condições deprimitividade, ainda hoje,
como
na
antigüidade, atribuemo poder
fecundativo ao vento, ao mar,
ou
a qualquer divindade. ( Zanconato, s.d,p.ll).
Desde
quando o
homem
começou
a deixardocumentos
até os diasatuais, estes
descrevem
maneiras decomo
oshomens
influenciam
suafertilidade
com
métodos
as vezes mágicos,ou
baseadosem
uma
lógica “natural”.5.1
RESGATE
HISTÓRICO
Segundo Zanconato
et al (s/d), descreveremos alguns aspectoshistóricos sobre
concepção
e contracepção, vividos porpovos
passados.0 Egito e Israel
na
antigüidade: Antigamente,no
Egito, a saúde e várias funçõesdo
corpoeram
atribuídos a seres sobrenaturais.Os
casos obstétricos e ginecológicos
eram
particulannente atribuídos a divindades: Existia a deusado
parto, a deusada
lactação, outra da qualdependiam
osproblemas do
corpo etambém
uma
para a personalidadedo
bebê.O
dociunentoque
se considera mais antigo eque
falada
anticoncepção é
um
papiro de1850
a.C.Também
é conhecida a existência de outro papirodo
ano de l55Oa.C.
onde
se fala deuma
prática anticonceptivo cuja eficácia durava 3 anose,
que
consistiaem
um
tampão
de gazeempapado
em
uma
mistura demel
eramas
de acácia. Conhecia-se,também,
naquela época,que
as folhas de acácia, fazendo-as fermentar,produzem
ácido láctico que atuavacomo
anticonceptivo. Outro método, ainda utilizado hoje, era a prolongação
da
lactação.
As
mulheresamamentavam
seus filhos por longos periodos, poisnão
era permitido “produzir”mais de
um
filho antes deum
períodomenos
que 3 anos.35
Neste
período, praticava-setambém
aremoção
dos testículos e ovários. Se sustentaque
omotivo
principal desta prática anticonceptiva eda
castração das mulheres fosseo
de preservar a beleza feminina,da
qualexistia
um
verdadeiro culto.Conforme
Zanconato
(s/d), relataem
seu texto,Moisés
e sua mulherforam
estudiososda
escola deMedicina
de Heliópolis eque
adquiriram seus princípiosmédicos
e de anticoncepçãoque aparecem na
culturahebrea. Entre os ensinamentos
do
Patriarca estava a de considerar o período menstrualou
perimenstrualcomo
impuro
e, portanto, suas leis proibiam asrelações sexuais durante este período.
Naquele
tempo
pensava-seque
o período fértil erao
perimenstrual.Os
antigos hebreustambém
acreditavamque
osêmen
podia serremovido da
vagina depoisdo
ato sexual.Assim
as mulheres agitavam seu corpo eexecutavam movimentos
violentos paraque
osêmen
fosseeliminado.
Nos
tempos da
Grécia
eRoma:
Nestes, osmétodos
contraceptivoseram
tão sofisticados
como
os usadosna Europa
antesdo
iníciodo
séculoXIX.
Em
Espartanão
existia atitudealguma
de vidaem
núcleo familiar e o matrimônio existia exclusivamentecom
a finalidade de procriarnovos
Os
costumes dos ateniensesforam
menos
rígidos que os dosespartanos.
De
todas as maneiras os gregosforam
os primeiros a interessarem seriamenteno
controledo
crescimentoda
população.Platão (427
-
347), sugeriaque
a reprodução deveria ser controlada pelas leisdo
Estado, eque
ohomem
tivera filhossomente
entre os 25 e 35anos de idade, e as mulheres entre
20
e40
anos.Em
caso de superpopulação,o
controle era feito pormeio
deinfanticídio e aborto,
em
caso contrário estimulava-se a fertilidade.Para Aristóteles (384
-
322), o matrimônio era vistocom
maiorbenevolência, de todas maneiras,
também
sustentavacom
ênfase que afertilidade devia ser controlada:
o
número
de filhos teria que serproporcional aos recursos
da
família.A
homossexualidade era muitopopular
no
esplendormáximo
da
Grécia, e istotambém,
dealgum
modo
limitou o
número
de nascimentos.A
cultura grega gerahnentedava pouca
importância a contribuiçãoda mulher na
procriação: amulher
era tidacomo
receptáculoonde
osêmen
masculino se desenvolvia.Não
existiam idéias clarasnem
se quer sobre a estruturado
útero.O
primeiro autor gregoque
tratou sobre osmétodos
anticonceptivos pareceque
foi Aristóteles: ele aconselhava cobrir o colo e a vaginacom
um
“ungüento” oleoso.37 Outra autoridade
do
mundo
gregoem
matéria de anticoncepção foiSoranos,
que no
século II d.C. foio
primeiro a sugeriro
método
da abstinência das relaçõesno
período fértil,que
sustentava ser o períodoperimenstmal.
A
medicinada
Roma
antiga derivouem
grande parte da culturagrega e foi
um
tempo
em
que
muitosmédicos
gregos praticaram sua artena
capital
do
Império.Se
sabeque
em Roma
eram
muito populares as práticasabortivas e se
verificavam
casos de infanticídio.OA
Idade
Média:
Na
IdadeMédia
os conhecimentos dosmétodos
anticonceptivos
eram
muito escassos.Se
iniciano
período das cruzadas aintrodução
do
primeirométodo
feminino exclusivamente de barreira:O
cinturão de castidade (anexo pág. 112).
Considerando
o comportamento da
Igreja durante estes séculosem
relação a todoo
tocante à esfera sexualdo
homem,
sepode
explicar porquêa anticoncepção era
pouco
difundida.Muitos
séculos depois, SantoTomás
deAquino
(1225-
1274),confirmou
a posiçãoda
Igreja,condenando
a anticoncepçãocomo
uma
prática “contra a natureza”, e sua opinião foi assim parte
da
doutrinacatólica
modificando-se
posteriormente, muito pouco. SantoTomás
dehistória
da
anticoncepção durante a idademédia
senão
reconhecer a influênciaque
tiveram suas teoriasna
doutrina católica e através da igreja,sobre as massas.
Entre as autoridades
que
sobressaíram durante o séculoX
eXV
no
campo
da
medicina se encontra Alberto ElGrande
(1193~
l280), maestro de SantoTomás
de Aquino,que
escreveu sobre filosofia, teologia, ciências naturais e anticoncepção. Sobre este último, ele acreditava que:uma
mulher
podia evitar a gravidez cuspindo três vezesna boca
deuma
rãou
também
nutrindo-se de abelhas;que
alcançandoo orgasmo
durante asrelações sexuais favoreciam a concepção.
Contudo,
na
idade média, o uso de práticas anticonceptivasnão
desapareceu.Ainda que
os costumes econômicos, sociais e religiososda
população favoreciam as famílias numerosas, continuou-se
usando
os remédios populares transmitidos verbahnenteou
descritosna
literaturamédica.
0
Do
Renascimento
aosTempos
Modernos:
O
séculoXVI
foi o séculodo
“despe1tar".As
viagens feitas aoNovo
Continente, a invenção daimprensa, o florecimento e divulgação das artes e das ciências e dos
estudos
filosóficos ampliaram
os horizontesdo
homem
emarcaram
o início39
É
nestaépoca que
se atribuema
primeira descriçãodo “condon”
descrito
como
um
sistemaeficaz
para evitar o contágio venéreo: se tratavade
um
“linteolunad
mensuram
glandis” que se colocava sobre a glande e erauma
pane
coberta pelo prepúcio.Passaram-se só alguns anos para
que
fosse reconhecida a eficáciado
tecido
de
linho para evitar a gravidez.Em
tempos
sucessivos ocondon
seobtinha
do
intestino seco de bovinos. Este tornou-se disponível ao público desde ametade do ano 1600
em
Paris e Londres, eno ano
de1700
sevendia muito
na
Europa, Portugal, Itália e outros lugares.Em
geral,o
desenrolarda
anticoncepção foi muito lento nos séculosXVI
eXVII. Motivos
políticos, morais e deconformismo
fizeram
com
que
nos textos se discutisse
mais
como
assegurar aconcepção
que a maneira de preveni-la.0
Os
séculosXIX
eXX:
A
evolução científicada
anticoncepçãochegou ao
máximo
em
1800,no
entanto a maioriada
classemédica
tendia a ignoraro problema do
controlede
nascimento.É
importante recordarque
duranteo
séculoXIX, começou
aprodução
em
série dosmétodos
anticonceptivos dotados de certa eficácia,que
setraduzem
em
reduçãodo
custo e portantouma
difusãoem
grande escala.As
etapasque
marcaram
ocaminho
parauma
anticoncepção maissegura e disponível às
massas foram
principahnente as seguintes: 0A
ducha
vaginal;0
O
diafragma(anexo
pág
112), descrito pela primeiravez
em
1838 por
Friedrich Wilde;0
Os
espermicidas,que
começaram
a ser comercializadosem
1885 porum
farmacêutico londrino.0
DIU
(Dispositivo Intra Uterino),com
notável importância para sua evolução nos anos 60.“Em
1950,Gregory
Pincus, diretor deum
centro de biologiaexperimental, se encontra
com
Margareth
Sanger,um
dos personagensmais
importantesno
processo de divulgaçãoda
anticoncepção.O
Dr. Pincus convencido pela Sra. Sanger, insatisfeita dosmétodos
disponíveis,dirige seus estudos
em
uma
direção particular: ele erada
idéia que omodo
mais
seguro para evitaruma
gravidez consistiaem
prevenir a ovulação medianteo uso
deuma
substância ativa por via oral”(SOS.
Recife, 1983,p.49).
Após
estudos, a pílula obtida setoma
eficaz
e é posteriormenteposta a
venda
com
onome
de
ENOVID.
Este evento assinala
o
inícioda
anticoncepção oral. Seguidamente osanticonceptivos
hormonais
têm
um
grande desenvolvimento tantoem
seu estudocomo
em
sua aplicação:em
1963 foi produzida a primeira variante,, 41
a pílula seqüencial, por conseqüente, surge a era
da
“minipílula”(SOS.
Recife, 1983, p.49).5.2
PLANEJAMENTO
FAMILIAR
Considerando que o
crescimentodemográfico
e oaumento da
pobreza
geraram,no
Brasil eno mundo,
0agravamento
das condições devida
da
população.A
chamada
“explosão demográfica”passou
a serpreocupação
expressano
discurso dos líderes políticosdo
mundo
capitalista, evidenciando-se o interesse de se conhecer mais detalhadamente
o
processo de fecundidadehumana
e suas implicaçõesna
dinâmicademográfica.
Segundo
Guertechin&
Pêgo
(1987) o Brasil, historicamente, é tidocomo
um
paísque
adotauma
política pró-natalistaem
matéria de população, querem
nome
do
respeito à tradição católicado
povo
brasileiro,quer pelas
dimensões
de seu tenitório e a conseqüente necessidade deocupação
dos espaços vazios. Isto, entretanto,não
significaque
a questãodemografica
não
tenha se apresentadocomo
problema
no
cursoda
históriado
país.A
implantação dos serviços de planejamento familiarno
país foiinternacionais.
A
primeira instituição a desenvolverprogramas
de planejamento familiarno
Brasil foi aBENFAM
(Sociedadedo Bem-Estar da
Família) criadaem
novembro
de 1965,quando
um
grupo demédicos
apresentou, duranteo Congresso de
Ginecologia e Obstetrícia, realizadono Rio
deJaneiro, a proposta
de que
se deveria implantarno
paísum
serviço de Planejamento Familiarcomo
uma
forma
de reduziro
número
de abortos provocados,que levavam
muitas mulheres à morte e sobrecarregavam os serviços de assistência médica, previdenciária e beneficente(Rodrigues,l990)
Com
a institucionalizaçãodo
planejamento familiar atravésdo
PAISM
(Programa
de Assistência Integral aSaúde da Mulher)
eda nova
Constituição brasileira, entendeu-se
que
os custos dosprogramas
devem
seragora de responsabilidade
do
Govemo
Federal,que
deve prover recursos para pagaro
pessoal e o material contraceptivo.As
instituições privadas deplanejamento familiar