_ ..
.PRQGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
UM
SISTEMA
DE
ENSINO
INTELIGENTE
VIA
SOCIEDADE DE
IVIULTI-AGENTES
A'
APLICADO
AO
DIAGNOSTICO
DE
EPILEPSIA
TESE
SUBMETIDA
Á
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
PARA
A OBTENÇÃO DO GRAU
DE
DOUTOR
EM
ENGENHARIA
ELETRICA
DOUTORANDA:
AURORA
RAMÍREZ POZO
ORIENTADOR:
WALTER
CELSO
DE LIMA
`
CO-ORIENTADOR: JORGE
IVÍUNIZBARRETO
ESPECIALISTA-CONSULTOR: JEFFERSON
GOMES
FERNANDES
.
AGENTES
_
'
' _ _
APLICADO
AO
DIAGNOSTICO DE
EPILEPSIA
. ' _
DOUTORANDAt
AURORA
TRINIDAD
RAMIREZ POZO
ESTE
TESE
FOI
IULGADA
ADEQUADA
PARA
OBTENÇÃO
DO'
TÍTULO
DE
A ~
.
DOUTOR
EM
ENGENHARIA
.
.
ESPECIALIDADE
ENGENHARIA
ELETRICA
SISTEMAS
DE
INFORMAÇÃO,
E
APROVADA
EM
SUA
FORMA
FINAL
PELO
PROGRAMA
DE POS-GRADUAÇÃO
~
/¬¿z,¿.@_»
Q
/
-PROF.
WALTER
CELSO
DE
LIMA,
D. Sc., L.D._
ORIENTADOR
PROF.
ENIO
VALMOR
KASSICK,
D. Sc.COORDENADOR DO
CURSO
BANCA EXAMINADORA
A/
PROF.
WALTER
CELSO
DE
LIMA,
D. Sc., L.D.PROF.
JOÊGE
IZBARRETO,
Dƒ
Sc..
/
`
PROF.
IE
ON GOMES
.Aí
FERNANDES,
Dr.Med
›
PROF.
FLAVIO
BORTOLOZZI,
D. Sc.(
~JUL10
CESAR
NLEVOLA,
D. sz.'
Biografia
do
Autor
Engenheira Eletricista, Universidade de Concepción, Chile, 1985. Mestre
em
EngenhariaElétrica, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, 1991. Ingresso
no
cursode
doutoradoem
Engenharia Elétricaem
1992. Professora colaboradorada
Fundação
Universidadeda Região
de .Blumenau desde 1987.
i
A
meu
marido e companheiro Jorge,minha
filhaPaola e filho Jorge, a
meus
queridos pais eminha
AGRADECIMENTOS:
Ao
Grupo
de Pesquisasem
EngenhariaBiomédica (GPEB),
representado pelo Prof. Carlos IZanchin.
Ao
CNPq
pelo apoio ñnanciero.Sumário
Resumo
' VIII AbstractIX
Listade
símbolosX
1. Introdução 1. 1.1
Área
de medicina escolhida 21.2 Proposta desta tese 6
2. Sistemas
de
Ensino porComputador
82.1 Histórico
da Evolução do
Computador
no Ensino
9
2.2
O
Processo de ensino/aprendizado 162.2.1
Ambiente de
aprendizagem (cenários)20
2.3 Conceitos
de
Hipermídia22
2.3.1
A
noção
de navegaçãoem
hipermidia23
2.4 Estrutura
do
ICAI
25
2.4.1
Módulo
especialista27
2.4.2
Módulo
modelo do
estudante28
2.4.3
Módulo
Tutor 312.4.4
Módulo
Interface 332.4.5 Interação entre
Módulos
34
2.5 Linguagens
de
representaçãode
conhecimento35
3 _ Inteligência Artificial Distribuída
(IAD)
37
3.1
IAD
versusIA
clássica39
3.1.1 História
da
evolução daIAD
40
3.2
Cooperação
entre agentes42
3.2.1
Formas
deCooperação
42
3.2.2 Estratégias
de
cooperação 433.3 Conceitos básicos
do
paradigmada
sociedade de multi-agentes47
4.1
Ambiente
de aprendizagem4.2 Estrutura organizacional de
EPIIS
4.2.1
Ambiente de
desenvolvimento4.3 Diagnóstico de Epilepsia
_ 4.4
Agente
hipemiídia.
4.4.1 Projeto
do
agente hipermidia. 4.5
Agente
especialista4.6
Agente
modelo
do
estudante`
4.7
Agente
tutorA
5. Resultados: Sistema
EPIIS
5.1 Filosofia de operação
5.2
Exemplo
deuma
sessão:acompanhamento
do
especialista5.3
Exemplo
deuma
sessão: liberdade graduadaH
5.4 Discussões A
_
6. Validação
do
SistemaEPIIS
6.1 Ciclo de
Vida
6.2 Validação de Sistemas Inteligentes
6.3 Validação
de
Sistemasde
Ensino Inteligentes6.4 Discussão de Validação
do
SistemaEPIIS
7. Conclusões -
8. Bibliografia
Apêndices
Anexo
I. Protocolode
Investigaçãode
Epilepsia (versão 1.0)Anexo
II. Classificaçãode
Crises EpilépticasResumo
O
processode
ensino/aprendizado éo
resultado detodo
um
processo educacionalque
sedá
pela interação direta entre professor e estudante, ocorrendonum
ambiente institucional. Estesagentes são influenciados e influenciam
o meio
socialno
qual estão inseridos.Tem
sidopropostos sistemas computadorizados
de
apoio a este processo. Propõe-seuma
nova
arquiteturapara
o
desenvolvimentode
um
sistema inteligentede
ensino, utilizando-se inteligência artificialdistribuída através
do
paradigmade
sociedade de multi-agentes. Esta arquitetura foi utilizadapara o desenvolvimento
de
um
sistema de apoioao
ensinode
diagnóstico de epilepsia (EPIIS),que
incluiuma
interfaceem
hipennídia. Estemodelo
parece adaptar-se melhor aum
processoensino-aprendizagem
onde
os participantes estejamcompromissados
com
os resultados globaisdo
processo, característica desejávelno
mundo
real.'
No
trabalho discutemzse aspectosde concepção
e implementaçãodo
sistema.Mostramz
se algumas sessões
de
trabalho, focalizando as interações aluno-sistema.O
sistema utilizauma
combinação de
recursos de hipermidiacom
soluçãode
problemas, criando condições similaresàquelas
que o
aluno encontrará posteriormentena
sua vida profissional.O
sistema imitaum
paciente relatando seus sintomas;o
aluno deve então seguirum
raciocínio para darum
diagnóstico.
O
tutor eo
especialistausam
este ambiente para conduzir o aprendizado.Porém, o
'
Abstract
Apprenticeships that occurs at an institutional environment is the result of an education
process relying
on
direct interactionbetween
the teacherandthe
student.These
agents influenceand are influenced
by
the socialgroup
inWhich
they are inserted. Computerized systems tosupport such process have
been
proposed.A
new
architecturefor the developmentof
anintelligent education system is proposed
by
using distributed artificial intelligence through themulti-agent society paradigm.
Such
architecturewas
used for the developmentof
a supportsystem to teach
how
to diagnose epilepsywhich
includes a hypermedia interface. Thismodel
seems to be better adapted to a process
of
instruction-apprenticeship inwhich
the participantsare
engaged
in its global results.The work
presents the system”s design and implementation aspects, forexample
awork
session, with student-system interactions. Hyperrnedia tools are used in combination with
problem
solution resources to simulate a future professional situation to the student.Patients'cases are presented to the student that
must
reason and give an epilepsy diagnosis.The
tutor and the expert use this environment to guide
de
apprenticeship, always letting anopen
communication
channel to the student in such away
that he/she could change the section inLista
de
Abreviaturas.BASIC
:Linguagem
de
programação.`
BIP
: "Basic _Instructional Program",ICAI
sobre instruçãode
Basic.CAI
:"Computer Aided
Instruction", instruçãocom
ajudado
computador.CAL
:"Computer Aided
Learning", aprendizadocom
ajudado
computador.DMN
: "DiscourseManagement
Network",
Módulo
Tutor[Woolf&
Donald, 1984].EEG
1 Eletroencefalograma.EXCHECK
:ICAI
sobre lógica e teoriade
conjuntos [Suppes, 1967].GPEB
:Grupo
de Pesquisasem
Engenharia Biomédica.HU
: Hospital universitario.'
IA
: Inteligência Artificial.IAD
: Inteligência Artificial Distribuida.ÍIBM® :
Marca
registradada
Intemational BusinessMachines
Corporation. .ICAI
:"Intelligent'Computer
Aided
Instruction", instrução inteligentecom
ajudado
computador.
ICAL
:"IntelligentComputer
Aided
Leaming", aprendizado inteligentecom
ajudado
computador.
ILAE
:"International Ligue Against Epilepsy", Liga Internacional Contra a Epilepsia.INPS
: Instituto Nacionalda
Previdência Social.INTEGRATE:
ICAI
de Integração simbolica [O'Shea, 1982].ITS
: "Intelligent Tutor System", sistema tutorial inteligente.KADS
:Metodologia
de
desenvolvimentode
sistemas inteligentes.KAPPA-PC:
Ambiente de programação de
sistemas especialistas.KBS
:“Knowledge
Based
System”, sistemas baseadosem
conhecimento.KS
:"Knowledge
Source", fontede
conhecimento.LOGO
1Ambiente
de aprendizadoque
trabalhacom
figuras geometricas [Papert, 1980].RDP
: Resolução distribuída de problemas.SCHOLAR:
ICAI
sobregeografia
[Carbonell, 1970].SE
: Sistema especialista.-
SMA
: Sociedadede
Multi-Agentes.OMS
: OrganizaçãoMundial
de Saúde.9
PC
: PersonalComputer, computador
de uso pessoal.WINDOWS
®:
Marca
registrada de Microsoft, Inc.WEST:
ICAI_ sobre expressões aritméticas [Goldstein, 1979].1.
Introdução
'Os sistemas
de
ensinopor
computador
sãouma
tecnologianova que
apresenta grandesdesafios para
a
Inteligência Artificial (IA).As
técnicasde
IA
permitem
projetarum
método
educacional rico
em
conhecimento e estimulante parao
estudante. Tais sistemas se caracterizampor estruturas
de
controle flexíveis e técnicas .elaboradas para comunicar conhecimentos.De
acordo
com
uma
situaçãode
ensino/ aprendizado real,o
sistema deve possuir as seguinteshabilidades:
0 Proficiência.
Deve
conhecero
assunto a ser ensinado;0
Percepçãodo
estudante. Refere-se aos conhecimentos pre-instrucionais e às atitudesdo
estudante
que
influenciam0
aprendizado; `'
0 Didática pedagógica.
O
conhecimento pedagógico;0
Comunicação
com
o
estudante pormeio
dos recursos disponíveis.Como
se observa,o
processode
ensino/ aprendizado abrangeum
conjuntode
atividadesde diferentes domínios,
cada
uma
delascom
seus próprios objetivos,porem
interagindocooperativamente para conseguir
o
objetivo globaldo
processo.Na
atualidade, existe grande interesseem
analisar e desenvolver“comunidades
inteligentes”, nas quais interagem
um
conjunto de processos baseadosem
conhecimento(KBS),
de
acordocom
leisde
cooperação e coordenação.A
linhade
pesquisade
IA
que trata deste tipode
concorrência é conhecidacomo
inteligência artificial distribuída (IAD).Em
IAD,
ainteligência é distribuída
usando
vários agentes.Os
agentes são as entidades responsáveis pelasolução dos problemas.
Possuem
um
comportamento autônomo,
conseqüênciade
suas observações, seu conhecimento e suas interaçõescom
outros agentes. Neste contexto nasceum
novo
conceitoem
IA,o “comportamento
social”que emerge
da cooperação, coordenação enegociação das ações dos agentes. Este
comportamento
social encontra seu dominiode
aplicação
na
soluçãode
problemascomplexos
onde o
conhecimentoprovém de
diferentes1.1
Área
de medicina
escolhida.A
epilepsia e'um
transtomo heterogêneo,podendo
ser a manifestação de diversosdistúrbios
que
afetamo
sistema nervoso central, alguns de causa conhecida, outrosnão
[Femandes
J., 1993]. -Tem
sido definidade
várias formascom
o
passar dos anos.Algumas
das definições maisusadas são: '
, Crise Epiléptica
"Manifestações súbita e transitória
de
natureza motora,sensorial, autonômica
ou
psíquica resultantede
uma
disfunção transitória
de
parteou
todo o cérebro devida a descargas excessivasde
uma
população de neurónioshiperexcitaveis". '
- Gastaut [Gastaut
H,
1973]Epilepsia:
Quando
ocorrem
duasou
mais crises epilépticas,não
febn`s.Crise Única: Refere-se à crise epiléptica isolada, afebril. Crise única não é considerada
epilepsia. Entretanto, necessita toda a avaliação clinico-laboratorial para doenças agudas clínicas
e neurológicas. Fatores precipitantes
como
privação de sono, álcool e uso de drogasdevem
serquestionados.
É
controversoo
início de terapiamedicamentosa
apósuma
primeira crise epiléptica."O
diagnóstico .da epilepsia é clínico e baseia-sena
descrição detalhada dos episódios vividos pelo paciente.
Deve-se
obter informações sobreo que
ocorre antes,durante _e
após
uma
crise, sendo muito importanteo
depoimento de
uma
testemunha.Em
vista das implicaçõessociais e econômicas, é necessário evitar
um
errode
diagnóstico. Assim, a primeira regra básica sobre
o
diagnóstico
da
epilepsia enunca
fazê-losem
evidênciasclínicas irrefiitáveis.
Se houver alguma
dúvida,o médico
deve.. procurar resistir à tentação
de
rotularo
pacientecomo
"epiléptico",aguardando
a descriçãode
eventos sintomáticosque permitam
chegar auma
conclusãosegura. Dificilmente
uma
pessoacom
.epilepsia seprejudicará
com
uma
certademora no
diagnóstico,ao
passo
que
um
falso .diagnóstico positivo é altamenteprejudicial.”
'_
. .
-
David
Chadwick [Chadwick
D., 1990]Para
que
uma
crise epiléptica possa ser reconhecidacomo
tal, sao necessanos elementosque
possam
permitir a sua caracterização.O
fatode
uma
pessoa perder os sentidosnao
significaque
ela tenha epilepsia.É
necessário a presençade
outras manifestações para queo
diagnosticodeficientes, seja
porque foram
sutis e passaram desapercebidas,como
as ausências e certos tiposde crises parciais,
ou porque
ocorreram há maistempo
e são lembrados apenas os detalhes maismarcantes,
como
as manifestações motoras das crises tônico-clônicas[Femandes
J _ , 1993].Até
meados
da década de 60, as classificaçõesde
crises epilépticas variavarnconsideravelmente. Sentindo a necessidade de
um
sistema padronizado, a IntemationalLeague
Against Epilepsy
(ILAE)
iniciou esforçosno
sentido de desenvolveruma
classificaçãointernacional uniforme.
Em
1981 chegou-se à propostade
classificação para crises epilépticasmais utilizada
no
momento,
uma
definição mais detalhadade
cada crise encontra-seno anexo
2.Esta classificação divide as crises epilépticas
em
dois grandes grupos: crises parciais ecrises generalizadas.
De
uma
maneira geral, as manifestações clínicas e eletroencefalograficas dascrises parciais indicam
um
envolvimento limitadode
uma
parte deum
hemisfério cerebral.Se
existe
comprometimento da
consciência durante a crise, deixa de ser parcial simples e passa a serclassificada
como
parcial complexa.Ambas podem
evoluir secundariamente para crisesgeneralizadas. _
Nas
crises generalizadas, as primeiras manifestações clinicas indicamum
envolvimentoinicial de
ambos
os hemisférios.A
consciênciapode
sercomprometida e
estapode
ser a manifestação inicial.As
manifestações motoras são bilaterais [Fernandes J., 1993].Epilepsia possui
uma
alta prevalência universal.Nos
paises considerados de primeiromundo,
é estimada entre 0,5 à1%
da
população geral. Entretanto, essa taxa já expressivados
paises desenvolvidos
aumenta
de,1%
para3%
da
população naquelas sociedadesem
desenvolvimento [Shorvon, l9_90a].
Em
nosso pais,um
estudo populacional realizado em,,PortoAlegre,
demonstrou
as seguintes estimativasde
crises epilépticas: 16,5/ 1.000 para epilepsiaatival, 20,3/1.000 para epilepsia inativa, 36,8/1.000 para epilepsia acumulada, 3,5/ 1.00 para
crises únicas e 15,5/1.000 para convulsões febris [Fernandes J., 1993].
1 Foi considerado como epilepsia ativa todos os casos que nos últimos 5 anos tiveram
pelo menos 1 crise epiléptica ou estavam
em
uso de medicação anticonvulcionante.Como
epilepsia inativa foram considerados as pessoas que não tiveram crises epilépticas nos últimos 5 anos e que não estiveram usando medicação. Epilepsiaacumulada e'
Em
Santa Catarina, a neuro-cisticercose constituiuma
etiologia importante (infeçãoparasitária por "taenia solium"),
que dependendo
de seu ciclo evolutivo,pode
apresentar-secomo
verme no
intestinoou
como
forma
cística nos diversos tecidosdo
corpohumano
e nestecaso,
no
cérebro,uma
doença
erradicável atravésda
re-educação [Bittencourt, 1988a].Felizmente,
de
60a
80%
dos portadoresde
epilepsia,podem
ter as suas crises passíveisde controle completo após
um
diagnóstico correto' e instituiçãode
tratamentocom
uso
racionalde drogas antiepilépticas
modernas
[Bittencourt, 1986].Segundo
a OrganizaçãoMundial de Saúde
(OMS)
cercade
80%
dasdoenças
sãopassíveis
de
tratamentoao
nivelde
atendimento primário.Assim
como
uma
gama
variadade
enfermidades, a epilepsia
pode
seradequadamente manejada
em
centrosde
saúde daslocalidades.
E
dentro destes centros, habitualmentenão há
disponibilidadede
um
médico
especialista nesta área (neurologista), esta
fimção
sendo delegada aum
médico
clínico geralou
aum
pediatra. Atualmente existe desinformaçãono meio médico
levando a erros de diagnóstico,o
que
provocao
não
controle das crises [Bittencourt, 1993]. Acredita-se que,com
os grandesavanços
na
áreade
informática, principalmenteno
campo
da
I.A,
estes problemaspodem
sercontornados pelo desenvolvimento e implementação
de
um
ICAI.No GPEB
(Grupo de
Pesquisasem
Engenharia Biomedica) existem alguns trabalhosna
área de ensino aplicada a medicina, entre eles
um
ICAI
para traumatologia [Nievola, 1995].Na
áreade
epilepsianão
éde
conhecimentodo
autor a existência deum
sistemade
ensinointeligente.
Em
Cuba2
se desenvolveuum
sistema inteligentede
apoio ao diagnósticoque
utilizaa classificação
de
crises epilépticas[Hemandez
&
Hernandez, 1990].Na
Finlândia,um
sistemaespecialista foi
implementado
como
projeto de tesede
doutorado [Korpinen, 1993]. Este sistemautiliza a classificação sindrômica
de
epilepsia [ILAE, 1989] e foi implementado utilizandohipertextos inteligentes (associação
de
hipertextoscom
raciocínio). Nestamesma
linha encontra-se os sistemas especialistas desenvolvidos por [Li, 1994] e [Marechal et al, 1991] para crises
epilépticas.
2 Conforme comunicação verbal feita pelo Dr. Qto Hernandez Cossio, no Instituto de Neurologia
y Neurocirurgia,
1.2
Proposta
desta tese.Em
epilepsia assimcomo
nas áreas médicas, grande partedo
conhecimento é assimiladopela experiência prática,
onde
para cada caso (paciente) é criadoum
quadrode
associaçoes mentais entre sintomas e doença. Neste trabalho sepropõe
criar situações,o
maispróximo da
realidade, de maneira
que ajudem
a criar estas associações. Utilizou-se ambiente"Windows®"
com
recursos de multimídia para geraruma
interface amigável parao
usuário. Esta interfaceinclui a apresentação de vídeos
mostrando
os diferentes tiposde
crises, pacientes relatando seucaso ao médico, os resultados gráficos
do
eletroencefalograma, assimcomo
outrosexames
complementares.
A
cada iteraçãodo
estudantecom
o
sistema analisam-se as orientações tutoraisnecessárias para
um
melhor aprendizado. Isto é possivel devido à estrutura propostado
sistemade
ensino. ,O
objetivo deste trabalho éo
de projetar e implementarum
sistemade
ensino porcomputador usando
técnicasde
IA, mais especificamente conceitosde
IAD,
parao
diagnósticode
crises epilepticas (a classificação utilizada encontra-seno
anexo Z). Neste trabalho seintegram conceitos de hipermídia
com
especialistas articulados para criar condições pedagógicasefetivas de ensino/ aprendizado. Deste objetivo geral
podem-se
destacar os seguintes objetivosespecíficos: ~
_
. hiterconectar os diferentes
módulos
abaixo especificados utilizandoIAD
. Projetar e implementar
um
sistema especialista para apoio à decisãono
diagnósticode
epilepsia. _ =
o Projetar e implementar
um
sistema especialistacom
diferentes estrategias de ensinode
epilepsia. _
o Projetar e implementar
um
módulo
que
registre as ações deum
estudantede
epilepsia(estudantes
de
graduaçãode
medicina).o Projetar e implementar
uma
interfaceem
ambiente"Windows®"
parao
sistema utilizando hipermidia.Na
segundo
capítulo deste trabalho foi feitauma
análise da metodologiaempregada
paraa construção'
de
um
sistemade
instrução inteligente auxiliada por computador.No
terceirocapítulo foi
abordado
o
tema de
IAD com
seus diferentes paradigmas.Em
seguida,no
capituloquarto, apresenta-se a arquitetura projetada e implementada para
EPIIS
(“Epilepsy IntelligentInstruction System'_'),
o
sistemade
ensinopor
computador
para diagnósticode
crises epilépticas.No
capítulo cinco apresenta-se a filosofiade
operaçãode EPIIS
ealgumas
sessões de trabalho.No
capítulo seis discute-se a validaçãodo
sistema EPIIS. Finalmenteno
capitulo sete apresenta-2.
Sistemas
de
Ensino
por
Computador
O
escopo deste capítulo é analisarum
conjuntode
metodologias e técnicasadequadas
amelhorar a eficácia
do
processo de ensino/aprendizado,em
particularcom
o usodo
computador.Duas
característicasdo computador
devem
ser lembradas: sua interação e sua atividade.Interação refere-se a possibilidade
que
o sistematem
de
rnodificar seucomportamento
em
reação a ação
do
usuário.A
mais importante caracteristicado
computador, porem, é suaatividade. Isto é, sua capacidade de construir diálogos
que não
estão explicitamenteespecificados pelo autor [Pagano, 1992]. Imagine
o
seguinte cenário:Um
estudante encontra-se resolvendoum
problema de alguma
aplicação,suponha na
área médica. Ele encontra-se concentrado nesta atividade, recebendo todas as atenções durante
seu processo
de
resolução.O
professor, por outro lado, recebe a analisedo desempenho
do
estudante, imediatamente após
o
términoda
tarefado
estudante.O
professor encontra-se livredo
dever de atender os estudantes e repetiro
mesmo
assuntouma
e outra vez. Elepode
identificar os estudantes
com
maiores aptidões etem
agoratempo
para outorgarmaior
atençãoàqueles estudantes
que
a requerem. Este cenário e' possívelcom
o
-usodo computador
esoftwares apropriados
[Du
Plessis et al, 1995].2.1 Histórico
da
Evolução
do
Computador
no
Ensino
O
uso
do computador
em
educaçãocomeçou
no
inicio dos anos 60.A
primeira geraçãodestes
programas
chamava-se Instrução Programada. Estes sistemascompunham
uma
aulaunindo unidades instrucionais
que
tinham as seguintes características:`
.
Continham
pequenas porções de curriculoque eram
sucessivamente apresentadasna
tela equestionadas; .
n
Sua
seqüência exata era determinada poruma
árvorede
decisões baseadasem
um
conjuntopré-definido
de
respostas esperadasdo
aluno.Nos
primeiros desenvolvimentosde
software educacionais,o
instrutor tinhaque
programar todos os detalhes
da
interação.O
objetivo era construirprogramas
que incorporassemlições
que eram
otimizadas para cada estudante. Essesprogramas eram chamados
de."eletronicpage
turners"ou
monitoresde
práticasde
exercíciosque
apresentavam problemas e reagiam asolução
do
aprendizusando
respostas e comentários pré-definidos. A V_
A
segunda geraçãode
software educacionais éo que
se conhececomo
programas
educacionais inteligentes ("Compu`ter-Aided Intruction",
CAI)
que
Carbonell [1970] , definiucomo
tendo os seguintes requisitos:o
Deve
serum
tutor-computadorque
tenhao
poder
indutivo da contrapartidahumana,
isto é,responder
adequadamente
as perguntasdo
aprendiz.o
O
aprendizdeve
estar ativamentecompromissado
com
o
sistema educacional, e seusinteresses e problemas
devem
guiaro
diálogo tutorais.A
terceira geraçãode sofiwares
educacionaisenvolvem
IA
etêm
sido conduzidassobreo
nome
de
Instrução Inteligentecom
Ajuda
do
Computador
("IntelligentComputer-Aided
Instruction", ICAI). Estes sistemas
possuem
um
módulo
especialista na sua estrutura.Mais
recentemente,
o
termo Sistemas Tutorais Inteligentes ("Intelligent Tutor System",ITS)
vem
sendo aplicado a área, para designar sistemas
que de
uma
formaou
outra 'utilizamIA
(nãopossuem
necessariamenteum
módulo
especialista). Existetambém
adenominação Aprendizado
denotar sistemas
que
sãomenos
diretivosno
ensino ([Dear, 1987] e [Nicaud&
Vivet,1988]).Nesta classificação entram os sistemas desenvolvidos através de hipertextos~[Pagano, 1992].
Neste caso
o
aprendizado sedá
basicamente através de textos e gráficos, e cabe ao aprendizselecionar a seqüência dos tópicos. ›
A V
Nas
pesquisasem
"sofiwares" educacionaisque envolvem
IA
o“propósito é adquirir osconhecimentos dos especialistas (educador) para
compor
as* interaçõesdo
processo educacional.Em
particular, este enfoque penniteque
os sistemas realizem 'decisões não antecipadas pelosespecialistas. 1
Um
ponto importante e freqüentemente desejado dos sistemas de ensino é suaadaptabilidade
ao
aprendiz.As
técnicasde
IA têm
sido usadas para modelar a estrutura cognitivado
aprendiz, assimcomo
ado
conhecimentodo
domínio e das estratégias pedagógicas. Istointroduz
uma
orientação cognitiva,em
contrastecom
o
pontode
vista comportamentalque
caracterizava os primeiros sistemas
de
ensino [Pagano, 1992].Apresenta-se
uma
lista de dez dos mais significativos sistemasem
ordem
cronológica.Cada
um
deles introduzuma
inovaçaona
estrutura dos ICA.I's.A
Excheck
o Época: 1967.
o
Área de
trabalho:Lógica
e Teoriados
Conjuntos. Vo Características: foi
o
percursorda modelação
qualitativa.Ambiente
reativocom
aviso (reagea resposta
do
alunocom
uma
mensagem
instrucional) [Suppes, 1967].Scholar
- Épøcaz 1970.
o
Área de
trabalho: Geografia.ç .
_
ø Caracteristicas: utilização de
uma
rede semântica para representaro
conhecimentodo
Integrate
,
.
. Epoca: 1973 '
.
Área de
trabalho: Integração Simbólica.o Caracteristicas: integração
do
conhecimentodo
domíniocom
o modelo do
estudantede
maneira a direcionar a seqüência
de
ensino.Ambiente
reativocom
aviso, citadoem
[Kimba11,1982] ~
Quadratic
. Época; 1973
o
Área de
trabalho:Equações
Quadráticas. ' zo Características:
um
módulo
tutor,no
qual as estratégias pedagógicas foram representadasatravés
de
regrasde
produção.Ambiente
reativocom
aviso, citadoem
[O'Shea, 1982].Why
. Época:
1977
.
Área de
trabalho:Causas
das chuvas.o Características:
refinamento
do método
socrático para guiaro
diálogocomputador-
aprendiz.
Neste
método
_se tenta detectar pontosonde não
existem argumentos sólidosde
sustentação. Estes pontos
motivam
perguntasque
obrigamo
aprendiz a pensarnos
fundamentos
damatéria
[Stevens&
Collins., 1977] VBuggy
0 Época:
1978
'0
Área de
trabalho: Subtração Aritmética.0 Características: construção
de
um
modelo do
estudanteque
inclua conceitos errôneoscomuns
Sophie
-
Ép0¢zz197s
o
Área de
trabalho: Eletrônica. ~0 Características: este sistema adota
o
paradigma de simulação parao
aprendizado,incorporando
um
modelo
qualitativodo
dominio representado por regras de produção.Ambiente
reativocom
interações dirigidas, citadoem
[Brown
&
Burton, 1982].Guidon
0 Epoca:
1979
'0
Área de
trabalho: Medicina(Doenças
Infecciosas). _0 Caracteristicas:
modelagem
do
aprendiz através deuma
estrutura de "overlay" (sobreposiçãocom
referênciaao
conhecimentodo
domínio).Ambiente
reativocom
interações [Clancey,19791
West. Z
0 Época:
1979
40
Área
de trabalho: Expressões Aritméticas. _0 Características: adota
um
paradigmade
treinamento.A
palavra treinamento ("coach") denotaum
ambientede
aprendizadono
qualo
estudante está envolvidoem uma
atividade,como
um
_ jogo computacional e aprender é
um
efeito colateral. Estes ambientes incluem comentários,críticas e sugestões para _ aumentar
o desempenho do
aprendiz.Ambiente
reativocom
Wusor
0 Época:
1979
_›
o
Área
de trabalho: Relações Lógicas.0 Caracteristicas: foi
implementado
seguindouma
representaçãodo
conhecimento por regrasde
V
produção
e utilizando quatro modelos: especialista, psicólogo, estudante e tutor.O
especialista analisa
o
aprendiz e sugereao
psicólogo melhores altemativas.O
psicólogo utilizaesta informação .para descobrir a habilidade faltante
no
estudante e atualizao
modelo do
estudante.
O
tutor utiliza estemodelo
como
guia nos avisos ao aprendiz.Ambiente de jogo
reativo
com
treinamento [Goldstein, 1979]. çMeno-
Tutor0 Época:
1984
_0»
Área de
trabalho:Nenhum
dóminio especifico.0 Caracteristicas: é
o
sistemaque
sepreocupa
especiahnente pelomódulo
de ensino.Neste
sistema se desenvolveu
um
módulo
de
regras pedagógicas, independentesdo
domínio. Estemódulo
é descritocomo
um
conjuntode
unidadesde
decisão organizadasem
três níveisde
planificações
que vão refinando
sucessivamente as açõesdo
tutor. Esta estrutura recebeo
nome
de
DMN
[Woolf&
Donald, 1984]. -Aplusix
› Época;
1988
J
Área de
trabalho: Manipulação algébrica;.
0 Características: segue
o modelo
clássicode
ICAI, isto é,um
sistema especialista,um
módulo
`
â
pedagógico,
modelo do
estudante euma
interface ergonomica. Utiliza regras para arepresentação
do
conhecimento [Nicaud&
Vivet, 1988]. .No
passado,o
mundo
da
psicologia foidominado
pela teoria behaviorista. Estaabordagem
influencioutambém
os softwares implementadosna
área de educação.Neste
grande preocupação
em
mediro
aprendizado.A
teoria cognitiva, porém, enfatizao
processode
aprendizado,
sem
menosprezar os resultados. Barras-Baker [1993] postula:“Para a teoria comportamental
o
efeitodo
aprendizado é retenção; para a teoria cognitivaé
o
uso ativodo
conhecimentono
mundo
real, isto é, melhorar as habilidadesde
reflexão(pensamento, opinião).”
Na
atualidade,com
o
mundo
tornando-se cada vez maiscomplexo
e imprevisível, sabe-seque
de fatonão
sepode
mais ensinar todoo
conhecimentonos
cursos curriculares.Porém,
pode-se ensinar habilidades
que pemiitam
encontrar as informações relevantesem
uma
situação e usarestas informações para solucionar problemas
[Du
Plessis et al, 1995]. Nestenovo
contextoeducacional
o computador
pode
ter diferentes papeis, desde a geraçãode comunidades
virtuaisatravés das redes de
computadores
(Intemet) atédando
um
apoio mais direto ao professorcomo
os sistemas
chamados
ICAI.Nesta
última linha,tem
sido propostos alguns sistemasde
ensinopor computador,
que
utilizamde
urnaforma
ou
de
outra a estruturaque
será vista mais adiante(22).
Exemplos
destes sistemas sãozrO
Planejador Educacional “Blackboard”â Época;
1990
0
Área de
trabalho: Diagnóstico de defeitos navais ,'
0 Características:
Demonstra o uso
da arquiteturade
“Blackboard” para criarum
planejamentodas interações
do
tutor, citadoem
[Garcia A., 1990].Consult~EAO
0 Época:
1992
0
Área
de trabalho:Cuidados
médicos primários _0 Caracteristicas: foi implementado
usando
UCSD
Pascal. Inclui 5 tipos de conhecimentos: basede conhecimento
do
dominio (inclui exames, diagnóstico e tratamento) descrita por “frames”,módulo
de controle (gerência a operaçãodo
sistema, e para isto incluium
sistema especialista(guarda
uma
avaliaçãodo
desempenho
do
estudante),um
módulo
de
casosde
pacientes euma
interfacehomem-máquina
[Aegerter et al, 1992].`
SUPER
Época:
1994
~«,
Área de
trabalho: Diagnóstico médico.Características: foi
implementado usando
representaçãodo
'conhecimentopor
regrasde
produção.
0
sistemacomposto
inicialmentede
um
módulo
de
adquisição deconhecimento
emódulo
especialista foiaumentado
com
a introduçãode
um
módulo
pedagógico,modelo
do
estudante e
um
módulo
autor (permiteao
professor criar casos e as condições as quaiso
estudante será submetido) [Fontaine et al, 1994]. * .
The
MagicBox
'Prototype'
r
Epoca:
1995
_
_ g g
_
Área de
trabalho:Matemática
para criançasde
10-12 anos,`
Características: foi
implementado usando a
ferramenta “Toolbook”,usando programação
orientada a objeto. Inclui quatro tipos
de
conhecimento: geradorde
problemas (gera osproblemas e guarda informações sobre as ações
do
estudante), tutor (ajuda“on
line” paraincentivar 'o aprendizado), analisador (especialista
no
domínio
para analisar as açõesdo
2.2
O
processode
ensino/aprendizado.O
processo de ensino/aprendizado se dá pela interação entre professor e alunonum
ambiente institucional e social. Estes agentes são influenciados e influenciam
o meio
social. Esteenvolvimento
com
o meio deve
ser consideradona
relação mais restrita entre o professor eo
aluno. '
. . . ›
A
relação doiprocesso
com
a instituiçãopode
ser vistana forma de
recursos disponíveis,sejam estes
humanos
(professor, laboratorista) e/ou materiais (laboratório, livros), os quaisdevem
estar disponíveisde fomia
a atingirum
ensinode
qualidade.'
A
relação professor alunopode
ser vistacomo
a basedo
processo.Aquele
que
desempenha o
papelde
professor deve possuir caracteristicas taiscomo:
competência técnica,didática, conhecimentos pedagógicos e estar
compromissado
com
o
processo. Estascaracteristicas
do
professoro
habilitam serum
agente estimuladordo
processo ensino/aprendizado, fator fundamental para se obter resultados
de
qualidade.Para
melhor
entendero
processode
ensino/aprendizado se desenvolveram muitas teoriaspedagógicas.
0
Paradigma
Clássico (muito vigente hojeem
dia).Na
concepção
tradicional da educação,o
aluno vai à escola
sem
conhecimento algum, e cabe à instituiçãofomecer
um
conjunto deconhecimentos fatuais e habilidades intelectuais, testando periodicamente a aquisição desses
conhecimentos através
de
provas e exames.Na
era Industrial, as habilidades intelectuais maisvalorizadas
foram
a lingüística (capacidade de ler,compreender
e escrever textos) e a lógicamatemática (capacidade
de
processar informação quantitativa).Eram
habilidades necessariaspara
empregos
na indústria e comércio, paraonde
destinava-se a maior parte dos alunos[Litto, 1994]. Neste cenário,
o
papel ativo era exercido pelo professor eo
aluno eraum
elemento passivo,
um
mero
receptor dos pacotesde
informação preparados pelo sistemaParadigma
Novo.
O
antigo paradigmatomou-se
incapazde
lidarcom
asmudanças
ocorridasna sociedade nos últimos
20
ou
30
anos.O
aumento do volume de
informaçõesde
todos ostipos é constante,
em
especial, para profissionaisque
têm
que tomar
decisõesno
seu trabalhodiário.
Tomaram-se
maiscomplexos
os setores'da
vida profissional e pessoal para lidarcom
sistemas
de
maiorou menor
graude
integração,da
necessidadede
fazer relacionamentosnovos
entrecampos
de
conhecimento antes isolados.Em
conseqüência,o
novo
paradigma
educacional sugere
que a
escola seja, antesde
tudo,um
ambiente especialmente criado paraaaprendizagem,
um
lugar ricoem
recursos por serum
local privilegiado,onde
os alunospodem
construir os seus conhecimentossegundo
os “estilos” individuais de aprendizagem.Nesta
proposta educacional,o
currículo reconheceo
valorde
outras “inteligências”,além da
lingüística e
da
matemática, e ofereceuma
visão holísticado
conhecimentohumano
edo
universo natural
que
o
homem
habita [Litto, 1994].Aumenta
a aplicaçãode
novas tecnologiasde
comunicação. Estas caracterizam-se pela interatividade, individualização da aprendizagem,assincronia (Internet), não-linearidade (hipertextos) e pela capacidade de simular eventos
do
mundo
natural edo
imaginário. Estenovo
paradigma sugeremudanças
fundamentaisno
papeldo
professor,que
se evidenciam nas seguintes palavras:"No
círculode
cultura,a
rigornão
se ensina,aprende-se
em
"reciprocidadede
consciências",não
há
professor,
há
um
coordenador,que tem
por
função dar
as
inƒormações_ solicitadas' pelos respectivasparticipantes e propiciar condições favoráveis
à
dinâmica
do
grupo, reduzindoao mínimo
sua
intervenção direta
no
cursodo
diálogo."A
maneirade
utilizaçãodo computador
muda
para cada filosofia pedagógica,podendo
seidentificar três principais
modos
de
utilização [Pagano, 1992]: tutor, ferramenta, "tutee". *. Tutor:
o computador
assistena
apresentaçãodo
novo
material,que
inclui práticade
habilidades e tutorais.
O
computador
dirigeo
"despejo"de
conhecimentono
estudante. Vo Ferramenta:
O
computador
assisteo
estudanteno
processode
aprendizado,sem
direcionar.O
computador
servecomo
facilitador, ajudandono
decorrerda
tarefa, talcomo
em
processadores
de
palavras.O
computador pode
capacitar ao estudante a trabalhar maistransparente e eficazmente, '
ø "Tutee":
O
computador
é dirigido pelo estudante.O
computador
jogaum
papel mais passivono
sentidoque
éo
estudantequem
decidea
seqüência de passosque
faráde
maneira aconseguir
o
conhecimentoque
deseja. Existeuma
interação constante e liberdadede
açãodo
estudante. -
A
figurail [Clancey, 1987], mostra as diferenças entre estas abordagenssegundo o
espectro
de
controledo
estudante.Nos
extremossempre
existem desvantagens de cada lado.Por
exemplo, se
o
estudantenão pode
semovimentar
como
deseja, elenão
poderá utilizar suacuriosidade
na
exploraçãode
novas. áreas.Por
outro lado,não
existindo iniciativado
programa,o
estudantepode
não
progredir.Assim o
melhor é teruma
combinação
delas, isto é, o_ estudantedeve
ter a possibilidadede
explorar,mas também
deve
haverum
agente ativoque
o
orienteou
Controle do aprendizado: sistema Controle do aprendizado: estudante
aprendizado direcionado
l
ambiente aberto de resolução
ex: CAI
l
ex:
LOGO
falha falha
° estudante nã° p°de exphmr o estudante ñca sem orientação
Quantidade de conhecimento requerida pelo sistema
2.2.1
Ambiente
de
aprendizagem
(cenários).Ambientes de
aprendizagem são as situações nas quaistem
lugaro
aprendizadodo
estudante.
Podem
ser de diversos tipos:vr
.
Ambientes
de jogoscom
tutores:Nestes ambientes se
combinam
as características de treinamento e descoberta informal.Em
tais 'cenários projeta-seum
jogo
para ensinar habilidadesque
são aplicadas duranteo
jogo.Um
exemplo
deste tipode
sistema éWest
[Burton&
Brown,
1979].Um
dos pré-requisitos paraum
ambiente produtivode
aprendizagem éque
seja atrativoao
estudante, incentivando-o a controlaro
jogo.O
estudante deve ter liberdade de fazer suaspróprias decisões (incorretas
ou
corretas) e observar seus resultados.O
tutor por sua vezdeve
orientá-lo, explicando os erros e sugerindo correções.
z Diálogos
com
iniciativa mista: _ _O
sistema proporciona nestes casosum
diálogo naturalcom
o
estudante.Dentro
destalinha encontra-se
o
trabalhode
Carbonell [l970],com
seu sistema Scholarque
ensina geografia.Estes sistemas
permitem
a iniciativado
estudante,onde pode
especificar as informaçõesque
deseja e
quando
as deseja.o
Método
de
ensino socrático: .-Esta técnica envolve propor problemas
ao
estudante, cadaum
escolhido cuidadosamente,necessitando
que o
aluno usenovos
conhecimentos, levando-o a descobrir suas próprias falhasou
desconhecimentos. Stevens&
Collins [1977] exploraramo uso
destemétodo
em
seu tutor0 Simulação Interativa:
Simuladores
tem
sidoamplamente
usadosem
ensino.Permitem
que os estudantesaprendam
enquanto realizamuma
versão realda
tarefa.Os
simuladores suportamo
aprendizadopemiitindo
que
os estudantes visualizem situaçõesque normalmente não
seriam capazesde
ver,reproduzindo condições
de
contomo
dos sistemas.Também
permitem
explorar novasconfigurações
do
sistema, descobrir conceitosnovos
sem
danificar equipamentosou
criarsituações embaraçosas.
Exemplos
destes sistemas é Steamer [Hollan et al, 1984] eSIMED
[Pagano, 1992]. Este último integra conceitos de hipertexto
com
simulação,com
um
modelo
para a difusão através
da
membrana
celular.0 Especialistas articulados.
Como
último paradigma tem-se os sistemas especialistas articulados, cujo primeiroexemplo
éo
sistemaNEOMYCIN
[Clancey, 1987]ou
seja, sistemas especialistasque permitem
acompanhar
todoo
processode tomada
de decisões.No
paradigma dos sistemas especialistasarticulados- procura-se utilizar todo
o
sistema já desenvolvido e acrescentarzlheum
conjuntode
funções
que o adaptem ao
seuuso no
ensino.Na
décadade 1970
foi desenvolvidoo
sistemaMYCIN
[Clancey et al, 1984a] parao
diagnóstico de enfermidadedo
sangue, que setomou
um
marco
em
Inteligência Artificial, jáque
foio
primeiro sistemaque criouo
conceitode
se separaro
conhecimentodo
mecanismo
que dele faz uso,ou
seja, criou a idéiade Base de
Conhecimentos
ede Máquina
de Inferênciacomo
elementos separados.A
partir deleforam
¬=criados vários outros sistemas, entre os quais
NEOMYCIN,
que
procurou utilizar aBase de
Conhecimentos
e aMáquina
de Inferência já disponíveis e acrescentarum
conjuntode
funçõesque
o adaptaram ao usono
ensino. Para tanto,além de
explicarcomo
chegou
auma
conclusão eo
porquê de
solicitarum
determinado dado,também
davaao
aluno acesso a questõesque
permitissem ampliar
o
seu conhecimento dentroda
áreade
interesse [Nievola, 1995].Este paradigma é
o
usado nesta tese, vistoque
e' eleque
se adaptamelhor
ao domínio
em
questão (área médica) e
ao
paradigma de soluçãode
problemas constructivistas,com
ênfasena
2.3
Conceito de Hipermídia.
Os
sistemasde
.hipertextospodem
ser consideradoscomo
um
paradigmade
representação de
conhecimentoque
se centraem
entidadesdenominadas
de nós de informação eem
referências entre entidadesdenominadas
de
ligações [Pagano, 1992].A
noção de
hipertextotem
sidousado
em
diferentes dominios taiscomo,
engenharia-de software, aprendizado einterfaces
de
usuários.Se o documento contem
informação sob diferentes formas (ex: texto, gráficos, sons,seqüências animadas) fala-se
de
“multimidia”.Quando
um
documento
multimídia é organizadocomo
nósde
informação e ligações denomina-se “hipermídia”ou
“hyperrnedia”.Geralmente
documentos
multimídia e hipermidia são grandes consumidoresde
memória
sendo
normalmente armazenados
em
CD-ROM,
que
por esta razãopassam
a ser confundidoscom
a multimidiana
linguagem popular.A. união das tecnologias
de
hipermídiacom
ICAI's éuma
ferramenta promissorapara ambientes
de
aprendizado especialmenteem
O
estudanteou médico
usuário destesistema, antes de manipular diretamente pacientes, exercita seus conhecimentos
num
simulador.Para tanto,
o
instrutor forneceao
sistema algunsdados
iniciais, simulando osdados de
um
paciente hipotético,
que
será objetode
atendimento pelo residente.O
estudante passa, então, atomar
os procedimentosque
julgar necessários para determinaro encaminhamento que deve
serdado ao
paciente [Nievola, 1995].V
Os
sistemas
de
hipermídia que'usam
tecnologiade
multimídia são altamenterecomendados
em
situaçõesonde
um
aspecto importantedos
conceitos são visuaisou
sonoroscomo
porexemplo
eletrocardiograma(ECG)
ou
eletroencefalograrna(EEG)
entre outros.É
muito dificil, senão impossível, transmitir as informações
que
seobtém de
taisexames de
uma
forma
semântica pura. I-Iipermídias aceleramo
processode
experimentação e contribuemgrandemente
na
flexibilidadedo
sistema.2.3.1
A
noção
de
navegação
em
hipermídia
t referida
como
uma
forma não
linear de visualizar a informação,Hipennídia é
usualmen
eisto é, a
ordem
de
acessoda
informação é escolhida pelo usuário, selecionandoo
tópicoque
és
de
especificar palavras chaves, caminha-se pela basede
conhecimentos saltandode tópico
em
tópico.'di
ode
ser conceituadocomo
uma
redede
nós e ligações.O
nó
é a unidadeUm
hipermi ap
"
' ` "conecta
um
nó
a's importante conceito
em
hipemndla
e a ligaçao,que
de
informação.O
malse ativa, produz-se
um
saltoao
documento que
este indica.outro.
Quando
uma
ligaçãoPode-se associar estes nós aos nós
de
um
grafo e as ligações aos arcos orientadosdo
`
tra a
figura
grafo.
Desta
forma
o documento pode
ser vistocomo
um
grafo orientado,como
mos
deseja.
Ao
inv2
[Pagano, 1992]. úq_~«;. ..wz.~;z*:›:z;za¡:~¢~wz'~ê~›à=:azzzàzz‹‹‹¢t; -3;:-~:~'~:-.<'Í'=¡:1<'¡:€ ' ' \'-:5 -~ ~§".<3f¿›:‹'§"‹°‹'×~<-'-2::-:~'Q@É f " ' ~:-:‹;t\ Q-^~ 15:-:f-'wmmwm~
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~.«,t_..,.`
q-3, É * ~×°~\*$`-$šà'~›§*. 'ëÊ*¬?~×>*;<***'z`›2z*-£ -°äÊ3*‹~A
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B
---- .z.z' . -šz=-~2=zzz<:e==›==' .›¢ . _ _ *ššifššššlš -o«››‹ 3:*ao de
Hipertexto [Pagano, 1992]Muitos
conceitos própriosao
processode
ensino/aprendizado seencontram
nascaracterísticas das hipermídias [Pagano, 1992]: s
o Permite
ao
professor apresentar várias perspectivasda
matéria alémda
linear.~
Como
sistema estruturado pornós de
informação, favoreceo
re-uso de unidadesde
conhecimento
em
lições futuras.ó
Ao
permitiro
acesso livre entre as informações, equilibra as .açõesde
ensino (controle eorientação)
com
as açõesdo
estudante (descoberta).›
O
nó pode
conteruma
fontede
código deprograma que
analise oscaminhos
que o
estudanteutilizou para navegar
na
basede
conhecimentosda
hipermídia. _Diferentes perspectivas teóricas
de
hipertextostem
sido tratadas: grafos [Ardot et al,1989], redes semânticas [Conklin, 1987], conjuntos [Garg, 1988] e redes de Petri [Stotts,
1989]. Estes formalismos são
de
natureza' declarativos, portantonão
incorporam os aspectosdinâmicos
dos
hipertextos.Mais
recentemente foi apresentadoum
modelo de
hipertextosbaseado
na
teoriados
autômatos [Pagano, 1992] incorporandotambém
aspectos dinâmicos.Nele
se introduz anoção de
estadode
um
hipertexto,no
qual maisde
um
nó pode
serapresentado simultaneamente
ao
usuário ede
acordocom
estemodelo nascem
para hipertextosos conceitos
de
observabilidade (o usuáriopode
atravésde
uma
sequência definida de açõesvizualizar
o
nó
de
interesse) e alcançabilidade (o usuárioé
capazde
percorrer todos os estadosde
um
hipertexto)._
Nesta
teseo
conceitode
hipermídia,como
rede semântica, é utilizado para criar aestrutura curricular
do
sistema,como
será explicadono
capítulo 4, arquiteturado
sistema EPIIS.2.4 Estrutura
do
ICAI.
Originado durante os anos 70, os ICAI's tentam superar os limites dos sistemas
de
instrução assistidos por
computador
tradicionais. Este resultado é conseguidoimpondo
técnicasde
IA
nosmétodos
clássicosde
ensino.Uma
das principais preocupações dos ICAI's é oferecermais interatividade e flexibilidade,
comunicando
os conhecimentos aum
nível adequado. Esteobjetivo é bastante exigente e é objeto
de
investigação.Apesar de não
existir concordância geralsobre
da
estrutura básicados
ICAI, a maior partedos
pesquisadores distinguem quatromódulos
(ver
figura
3): problema problema Módulo conhecimento percepção do do dominio conhecimento 'S ÉMódulo Modelo
Módum
Especialista Estudante Interface ¿
" E ~i Estudante atualização . do modelo ii resposta do resposta do especialista estudante Professor
-
Módulo
especialista, possui os conhecimento sobreo
tópico a ser ensinado e gerao conteúdo
instrucional.
A
.
Módulo
modelo
do
estudante, usado para avaliar e/ou registraro
estado de conhecimentodo
estudante e fazer hipóteses sobre seus conceitos e estratégias
de
raciocínio. Estemodelo
deve
ser estabelecido dinâmica e detalhadamente.o
Módulo
tutorais.usado
para decidirque
estratégia- instrucional deve ser aplicadaem
um
determinado
momento.
_¢
Módulo
de
interface, éonde
o
estudante eo
computador
se encontram.As
tecnologiasque
podem
compor
estemódulo
são: simulação qualitativa, hipergráficos, hipertextos,processamento
em
linguagem natural e mais .recentemente multimídia.Como
sepode
observaro
processode
ensino/aprendizado é visualizadocomo
um
"conjuntode
atividades"compreendendo
diferentes dominios, cadaum
com
seu próprio objetivoe interagindo
de forma
cooperativa para atingiro
objetivo globaldo
processo.I _
E
simples justificar a presença destes módulos.De
fato, refere-se auma
situação educacionalque
envolveum
sistemade
ensino eum
estudante.O
objetivo é ensinaro
conhecimento
em
algum dominio
e estedeve
ser apresentadoao
estudanteda
maneira maisapropriada.