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Arquivo “Geraldo Horácio de Paula Souza”: um acervo sobre história e saúde

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Academic year: 2021

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ARQUIVO "GERALDO HORÁCIO DE PAULA SOUZA":UM ACERVO SOBRE HISTÓRIA E SAÚDE

Jaime RODRIGUES

Resumo: Este artigo apresenta o arquivo privado de Geraldo Horácio de Paula Souza, enfatizando a trajetória pessoal de seu titular e aspectos da história do Instituto de Higiene (atual Faculdade de Saúde Pública da USP), do qual ele foi o primeiro diretor. São apresentados temas recorrentes de sua bibliografia e as relações entre o arquivo e sua produção intelectual. Apresenta, também, os conjuntos documentais do arquivo, descrevendo o processo de organização do acervo e de elaboração do instrumento de pesquisa, disponibilizado aos pesquisadores. Comenta-se, ainda, os documentos reunidos nos conjuntos Produção Intelectual, Homenagens, Correspondência, Documentos Pessoais, Recortes de Jornais, Miscelânea e Fotografias, caracterizados a partir de seu conteúdo, datas-limites, temáticas e tipologias. Um dos objetivos é ressaltar a importância do acervo para o estudo de temas da história da Saúde Pública no Brasil e no mundo.

Palavras-Chaves: Arquivos privados; Saúde Pública; História

"

GERALDO HORÁCIO DE PAULA SOUZA'S" ARQUIVE: A COLLECTION ABOUT HISTORY AND HEALTH

Abstract: This article presents Geraldo Horácio de Paula Souza’s private archive, emphasizing the trajectory of its holder and personal aspects of the history of the Instituto de Higiene (current Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo), of which he was the first director. Recurring themes of his bibliography and the relations between the archive and his intellectual production are presented. Finally, the article also presents the documentary sets the file, describing the process of organizing the collection and preparation of a search tool, available to researchers. Discussed are the documents gathered in joint intellectual production, tributes, correspondence, personal documents, clippings of newspapers, miscellaneous and photos, characterized from its content, time-limits, themes and types. One of the goals is to emphasize the importance of the archive in the study of topics in history Public Health in Brazil and the world.

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O Arquivo Geraldo Horácio de Paula Souza (AGHPS), custodiado em caráter definitivo pelo Centro de Memória da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é formado por uma documentação de natureza e conteúdo singular. Certamente, todos os arquivos privados podem ser apresentados a partir de sua singularidade genérica; todavia, o conjunto que aqui apresento deve ser ressaltado pela sua importância fundamental para a história da Saúde Pública em São Paulo, no Brasil, na América Latina e no mundo. Creio que tal constatação não caracteriza ufanismo nem avaliação laudatória da relevância do titular do arquivo, como pretendo demonstrar ao longo deste artigo e como os verbetes do inventário analítico deixam entrever1.

A primeira possibilidade de trabalho que tenha base em documentos de um arquivo pessoal é a biografia de seu titular. Neste caso, para além dessa abordagem costumeira e necessária à apresentação do acervo, inúmeros outros temas poderiam ser explorados. Dentre outros, destaco as políticas públicas na área de saúde, as práticas de ensino e pesquisa no Instituto de Higiene e em sua sucessora, a partir de 1944, a Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Geraldo Horácio de Paula Souza foi uma presença marcante em diferentes momentos da história dessas políticas públicas do início da década de 1920 até o ano de 1951, assumindo diversas vezes um protagonismo já identificado na bibliografia que se debruçou sobre sua biografia e seu tempo, bem como sobre a instituição na qual ele trabalhou durante longos anos. Apenas para mencionar alguns temas, pode-se falar da sua atuação na implantação dos primeiros centros de saúde no país, da multidisciplinaridade - pela qual ele pugnou e que efetivamente implementou na formação de sanitaristas - da aplicação de métodos pioneiros em São Paulo (como os inquéritos alimentares, sendo o primeiro deles aplicado em 19322), e do trabalho em instituições de atendimento hospitalar e clínico (tais como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o Dispensário Modelo da Liga Paulista contra a Tuberculose) e em órgãos internacionais de saúde, no âmbito da Liga das Nações e da Organização das Nações Unidas3.

Para os que desconhecem a figura de Geraldo Horácio de Paula Souza, é importante ressaltar alguns dados biográficos de sua trajetória profissional. Sem nenhuma intenção de "monumentalizar" essa personagem4, sua trajetória documenta, de forma indiscutível, a luta pela criação dos serviços de saúde e pela formação dos profissionais da Saúde Pública, em âmbito local, nacional e internacional.

Paula Souza (1889-1951) bacharelou-se na Escola de Farmácia de São Paulo em 1908, vindo a receber daquela instituição o Prêmio Bráulio Gomes, um ano após sua formatura, pelas mãos de Emílio Ribas, e na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1913, com uma tese de formatura intitulada Contribuição ao estudo da auto depuração de nossos rios,

especialmente do Tietê. Mais tarde, especializou-se em Saúde Pública na Johns Hopkins

University (1918-1920), nos Estados Unidos. No retorno de Baltimore, onde foi bolsista da Fundação Rockefeller, tornou-se professor catedrático da cadeira de Higiene da Faculdade de

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Medicina de São Paulo (1922), assumindo a direção do Instituto de Higiene (até seu falecimento, em 1951) e do Serviço Sanitário do Estado até 1927.

É possível identificar o círculo de relacionamentos e os eventos nacionais e internacionais dos quais ele participou, além da filiação a sociedades científicas, como a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, a Sociedade Paulista de História da Medicina, o Ateneo de la Cátedra de Historia de la Medicina de Buenos Aires, a Academia Nacional de Medicina Peruana, a American Public Health Association e o Council of the American Geographical Society, apenas para mencionar algumas entidades. Todos esses temas são evidenciados na correspondência e na documentação pessoal reunida no acervo, os quais demonstram a amplitude da atuação profissional de Paula Souza. Entre 1927 e 1929, como técnico da Seção de Higiene da Liga das Nações, ele visitou países da Europa e do Norte da África, atuando principalmente no diagnóstico da febre amarela e paludismo e em seu combate. De viagens a outros países, que foram uma constante, como a que fez ao Japão em 1939, e a Washington, em 1943 - para assumir a vice-presidência da American Public Health Association - resultaram duas centenas de documentos, entre publicações, cartões postais e outros tipos de correspondência, diplomas e menus de refeições servidas a bordo. Em 1945, integrou a delegação brasileira na Conferência de São Francisco que, em conjunto com a delegação chinesa, propôs a criação de um organismo internacional de saúde sob o patrocínio das Nações Unidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), criada no ano seguinte, teve Paula Souza como um dos membros da sua organização interina e um de seus vice-presidentes5.

Em meio aos cargos que assumiu e às funções que desempenhou, Paula Souza produziu uma vasta bibliografia, que expressa seus interesses e meios de atuação. Seus livros e artigos permitem insistir naquilo que disse quanto à formação multidisciplinar do profissional de Saúde Pública. No caso de Souza, médico e farmacêutico de formação, as questões ambientais também estavam em seu horizonte de interesses6. Após sua viagem ao Oriente, publicou obras sobre medicina chinesa7, sobre a implementação dos centros de saúde e outros serviços na área de assistência8, sobre análises clínicas9, estatística sanitária10, legislação11, alimentação, nutrição e fiscalização do comércio de gêneros alimentícios12, ensino profissional13, doenças e terapias14 e eugenia15. Ensaiou também alguns passos na etnografia e na historiografia, incluindo o gênero biográfico16, apenas para ficar em alguns temas contemplados em suas publicações.

Além de uma sumária apresentação bio bibliográfica do titular deste arquivo, é preciso dizer algumas palavras a respeito da história da reunião do acervo. São os próprios documentos do conjunto que revelam as primeiras iniciativas de colecionar e preservar informações sobre a vida e a obra de Paula Souza.

Logo após a morte de Souza, nos primeiros dias de maio de 1951, o então diretor da Faculdade de Higiene e Saúde Pública, Vicente de Sampaio Lara, começou a tomar providências para preservar a memória do fundador da instituição. Em julho do mesmo ano,

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Lara já havia nomeado uma comissão interna para organizar um trabalho de homenagem póstuma. Até o princípio de agosto, Sampaio Lara enviara cerca de dez cartas a instituições no Brasil, na França e nos Estados Unidos, pedindo aos seus dirigentes que enviassem, à recém-nomeada comissão, cópias de documentos relacionados à atuação de Paula Souza. Entre outras, receberam cartas com esse conteúdo organizações privadas e de classe, como o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), o Rotary Club paulista e a Sociedade Brasileira de Higiene; órgãos oficiais como o Ministério das Relações Exteriores, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e o Departamento de Saúde do Estado de São Paulo; e instituições no exterior como a Johns Hopkins University, o Centre International de l'Enfance, o Office International d'Hygiene Publique e o Fonds Internacional de Secours à l'Enfance17.

Muitas missivas obtiveram respostas, ajudando a compor um fundo documental que já vinha sendo formado, de modo relativamente sistemático, pelo próprio Paula Souza, ao longo de sua vida. De forma pouco usual em arquivos privados, nesse fundo foram reunidos rascunhos e cópias de correspondências ativas (algumas vezes assinadas, outras vezes cópias carbonadas sem assinatura), de textos científicos ou de divulgação (publicados ou não) e de objetos e papéis que seguramente despertavam sua curiosidade, como os menus de restaurantes ou os cardápios de refeições servidas a bordo de navios, bem como postais de amigos viajantes e recomendações de lugares onde se servia boa comida nas localidades visitadas por Souza em suas numerosas viagens ao exterior – o que denota seu interesse de colecionador desses objetos, de maneira a constituir quase um fetiche de consumo e uma evidência de seu estilo de vida.

As iniciativas de Sampaio Lara em 1951 vieram a se somar aos fragmentos reunidos anteriormente pelo próprio titular do arquivo. Consolidava-se, assim, o processo de construção da memória pautaoa por Paula Souza em vida, o qual indicava os caminhos que os pesquisadores deveriam percorrer caso desejassem recuperar aspectos da sua trajetória no futuro. Esse parece ter sido o objetivo da guarda de materiais produzidos por ele ou referentes à sua pessoa, principalmente nos longos períodos que vivia no exterior, estudando ou ocupando cargos em instituições internacionais, no início ou no final de sua vida profissional.

A reunião de documentos sobre a vida e a obra de Paula Souza teve continuidade nas décadas seguintes. Algumas, mais esporádicas, não deixaram registros escritos. Na década de 1980, no entanto, a implementação do projeto Pró-Memória da Faculdade de Saúde Pública18 – a qual completava, então, 60 anos de existência - trouxe à luz novos resultados. A memória do fundador do instituto foi privilegiada nas celebrações realizadas por volta de 1985, e materiais inéditos em poder de familiares e de ex-colegas de Souza foram reunidos ao acervo previamente formado.

Na década seguinte, a efeméride dos 70 anos ensejou novos trabalhos19, que muito se valeram do acervo reunido em iniciativas pioneiras. Todavia, se os papéis avolumavam-se, a

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organização deles não mereceu maior atenção. O material permaneceu em estado bruto e mal acondicionado, sem se levarem em conta as várias mudanças radicais de espaço físico que, via de regra, provocam a deterioração dos acervos arquivísticos num país pouco dado à preservação da memória.

Na década de 1990 e nos primeiros anos do século XXI, outros projetos referentes à história da Faculdade de Saúde Pública (com ênfases diferentes, mas que de alguma forma lidavam com a figura de Paula Souza) foram elaborados e implementados. Inventariando esses projetos, menciono o que levou à criação do Centro de Memória da Saúde Pública em 199520, o de revitalização e digitalização das fotografias do acervo21, o de organização do Arquivo Central22 e o projeto acadêmico que previa, entre outras atividades, a organização do Arquivo Geraldo Horácio de Paula Souza23. Por intermédio do Prof. Dr. Aristides Almeida Rocha, então diretor da Faculdade de Saúde Pública, e da Profª Drª Maria da Penha Costa Vasconcellos, docente do Departamento de Saúde Materno-Infantil da mesma Faculdade, renovou-se o contato rompido, havia anos, com a família Paula Souza, em especial com a filha deste, dona Ada Celina. Conscientes da importância de reunir num só lugar o acervo, os professores em questão foram à casa dos herdeiros do titular e conseguiram ganhar a confiança deles, garantindo que os documentos seriam preservados fisicamente, organizados de forma racional e disponibilizados aos pesquisadores. Assim, em agosto de 2004, a família cedeu ao Centro de Memória da Saúde Pública um conjunto importante, formado por aproximadamente 300 documentos em suporte papel, fotografias e alguns objetos tridimensionais (medalhas, em particular). Esses documentos, importantes por demonstrar aspectos da vida pessoal e profissional, não representados na documentação reunida anteriormente, vieram a se somar aos outros cerca de 2.300 já existentes no Centro de Memória da Saúde Pública, referentes a Paula Souza.

Reunido, o conjunto foi tema de uma exposição24, instalada na Faculdade de Saúde Pública entre setembro de 2004 e janeiro de 2005, que celebrou os 80 anos da fundação da instituição. A pesquisa e as reflexões da equipe responsável pela exposição, com o objetivo de definir os eixos temáticos da mostra, acabaram balizando o esquema de classificação do arquivo, como será abordado abaixo.

Até então, consultar o arquivo Paula Souza era, em termos comparativos, como fazer garimpo em uma lavra que se supunha rica. Alguns estudiosos foram felizes e encontraram preciosidades – para demonstrar isso, basta percorrer a bibliografia mencionada nas notas deste texto. Outros pesquisadores devem ter desistido diante da desorganização crônica que teriam de enfrentar. Há outros, ainda, que nem imaginam quantas riquezas virgens estão por ser exploradas.

Com a elaboração do Inventário, disponibiliza-se aos pesquisadores mais do que caminhos e possibilidades: mostra-se o mapa da mina. Os temas, os percursos e as lacunas tornam-se evidentes, cabendo aos pesquisadores interessados em enfrentá-los procurar, em

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outros arquivos, aquilo que os esforços de reunião do acervo, ao longo dos anos, não conseguiram suprir.

Na elaboração do quadro de arranjo ou esquema de classificação dos documentos do Arquivo Geraldo Horácio de Paula Souza, optei por uma ordenação que mesclasse os princípios temáticos e as tipologias. Assim, foram definidos sete conjuntos, a saber: Produção

Intelectual (PI), Homenagens (HO), Correspondência (CO), Documentos Pessoais (DP), Miscelânea (MI), Recortes de Jornais (RJ) e Fotografias (FO).

A sinalização que remete à localização física dos documentos refere-se, primeiramente, ao conjunto; em seguida, indica-se o ano em que o documento foi produzido e, finalmente, o número do documento no interior do conjunto e da cronologia, conforme demonstram os exemplos a seguir:

RJ s/d 13 remete ao décimo terceiro documento sem data do conjunto Recortes de

Jornais;

PI 1945.3 remete ao terceiro documento da Produção Intelectual do ano de 1945; HO 1951.21 remete ao vigésimo primeiro documento do conjunto Homenagens do ano

de 1951;

CO 1936.1 remete ao primeiro documento da Correspondência do ano de 1936;

DP 1918.2 remete ao segundo documento do grupo Documentos Pessoais do ano de 1918 e assim sucessivamente.

O caso das fotografias é o único para o qual foi adotada uma regra diferenciada. Considerando que as fotografias do Centro de Memória da Saúde Pública haviam sido catalogadas antes da realização do Inventário Analítico do Arquivo Geraldo Horácio de Paula

Souza, optou-se por aplicar às imagens os números de tombo adotados na catalogação já

existente. Assim, inseriu-se a abreviatura "FO" para identificar o conjunto de fotografias, seguida do número das imagens no Catálogo correspondente, o que facilitará o acesso por remeter à localização física no acervo iconográfico.

Em seguida, apresento os conjuntos de forma sumária, para uma visão rápida e ampla do conteúdo do arquivo.

Produção intelectual (PI) • (Datas-limites: 1898 a 1951)

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Esse conjunto é composto, quase na sua totalidade, por textos. Nesse rol, entraram artigos e livros publicados (ainda que o acervo não disponha de um exemplar, ao menos, de toda a bibliografia do titular), bem como versões diferentes do mesmo texto com anotações manuscritas à margem ou entre as linhas. Alguns debates e respostas a críticas eventualmente dirigidas a trabalhos de sua lavra, também podem ser encontrados no acervo, como no texto escrito em resposta a José Pereira Barreto, que teria apresentado à Sociedade de Medicina um trabalho em que se critica as conclusões de um estudo desenvolvido por Paula Souza e por Hottinger sobre a contaminação em depósito da Repartição de Águas do Estado25.

Existem ainda fichamentos de textos de terceiros, propostas de legislação e regulamentos, esquemas de aulas, discursos em solenidades as mais diversas, transcrições de palestras radiofônicas em emissoras, como a Cruzeiro do Sul, a Record, a Excelsior, a Nacional, a Rádio do Departamento de Cultura da USP e a Educadora Paulista26, conferências e intervenções em diferentes eventos, citações para uso eventual em outros textos, anotações de aulas assistidas pelo titular27, anotações para aulas ministradas por ele28 e matérias para a imprensa, entre outros.

A gama de interesse de Paula Souza pode ser percebida com maior clareza a partir de sua produção intelectual, reunida e organizada de forma cronológica. Ainda que muitos textos não contenham pistas que possibilitem datá-los, em alguns casos as temáticas permitem atribuir datas aproximadas.

Um dos casos de atribuição de data é o do documento com anotações manuscritas sobre temas diversos, entre os quais o papel da escola primária e da educação no combate às verminoses e à malária, no qual Souza afirma que “toda campanha não acompanhada de educação sanitária, está fadada ao não sucesso". Nessas anotações, ele trata, ainda, do papel do Estado, das dificuldades para a execução de grandes obras de saneamento em regiões afetadas pela malária e da importância de uma alimentação rica em ferro para se evitar as verminoses29.

Entre inúmeros outros papéis, há o texto intitulado “O problema do ensino universitário”30, lido como conferência de Paula Souza no Rotary Club de São Paulo, que defende a instalação de uma universidade no Brasil. Nele constam, ainda, os apartes feitos por Rodolpho Nogueira, os quais afirmam que, antes de se pensar numa universidade, era preciso pensar na melhoria do ensino secundário, já que o Brasil era um “país de analfabetos”. Destaco aqui a similaridade entre os argumentos do interlocutor de Souza e os daqueles que hoje defendem uma presença governamental menos incisiva no ensino superior público e gratuito ou fazem críticas à política de cotas em nome da concentração das ações no ensino elementar, como se as duas políticas públicas fossem excludentes.

Ainda que a atuação de Paula Souza e, de modo amplo, do Instituto de Higiene, fosse mais evidente nos centros urbanos, a chamada "higiene rural" também ocupou um espaço significativo nas preocupações do titular do arquivo. Exemplos disso são o texto/ficha “Escola

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internato - Aldeias escolares”, relativo aos problemas sociais (crimes, demência, desamparo) enfrentados pela população da zona rural31; o discurso “Pelo saneamento rural”, proferido na inauguração do posto municipal de higiene de Piracicaba, em outubro de 192432; o discurso “Campanha de economia rural”, no qual ele menciona as regras que a polícia sanitária deveria observar nas zonas rurais33, e a conferência sobre a "casa rural", ministrada no IDORT, ao longo da Campanha da Casa Econômica34.

Homenagens (HO)

• (Datas-limites: 1914 a 1990)

Esse conjunto reúne documentos referentes às homenagens recebidas pelo titular em vida ou feitas postumamente. Referente às cerimônias realizadas em vida, há uma ampla série de menus de almoços ou jantares celebrativos, como o almoço oferecido por amigos e colegas quando da ida de Paula Souza a Baltimore com o objetivo de freqüentar os cursos da escola de Saúde Pública da Johns Hopkins University, em 22 de setembro de 1918, com diversas assinaturas no verso35; o banquete de despedida por ocasião de sua partida para a Europa a serviço da Liga das Nações, no Hotel Terminus, em 15 de agosto de 192736; e o almoço e jantar oferecidos em Tóquio a propósito da visita feita por uma comitiva brasileira ao Japão, na qual ele engajou-se como representante da Universidade de São Paulo37. Há também além de uma medalha conferida pela 12ª Conferência Sanitária Pan-Americana, realizada em Caracas, Venezuela, em 194638.

Também foram inseridos nesse conjunto os documentos de caráter biográfico ou memorialístico, como informações profissionais passadas em currículo para fins de indicação ao exercício de cargos.

Em sua maioria, o conjunto Homenagens é composto de recortes de jornais sobre a atuação profissional ou referentes à morte e homenagens póstumas (publicados tanto em periódicos médicos: o Chronicle of the World Health Organization, a Folha Médica, a Revista de

Medicina do Rio Grande do Sul, a Revista Paulista de Hospitais e o Laboratório Clínico, como

na chamada grande imprensa: Diário de São Paulo, Jornal do Comércio carioca, A Gazeta, O

Estado de São Paulo, Folha da Tarde, Folha da Manhã, Diário da Noite e Correio Paulistano).

Há, também, correspondências que comunicam a realização de cerimônias em homenagem a Paula Souza, como a de Heitor Lyra, chefe do Departamento Político e Cultural da Secretaria de Estado das Relações Exteriores39; a do higienista italiano Gaetano Del Vecchio, de Salerno, lamentando a morte de Souza, datada de 21 de junho de 195140; e a de Nilson Guimarães, secretário da Sociedade Brasileira de Higiene, referente ao envio de documentos existentes naquela instituição sobre a vida de Paula Souza41.

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No mais, o conjunto é formado por menus de almoços ou similares nos quais o titular foi homenageado, em discursos e orações encomiásticos e em publicações que fazem menção à sua importância como intelectual e citam diplomas ou prêmios recebidos42.

Correspondência (CO) • (Datas-limites: 1865 a 1955)

O conjunto reúne todo tipo de correspondência encontrada no arquivo. Isso significa que, além das séries tradicionalmente encontradas em uma correspondência (ativa e passiva, cartas, telegramas, bilhetes, cartões de visita, cartões postais etc.), reuniu-se aqui a correspondência não necessariamente enviada ou recebida por Paula Souza. A data em que o grupo se inicia, por exemplo, refere-se a um texto dirigido a Antonio Francisco de Paula Souza, pai do titular deste arquivo. Por encontrar-se em meio aos papéis de Geraldo Horácio de Paula Souza, esse texto, assim como um conjunto de cartas enviadas por parentes (irmãos e tio) a Antonio Francisco (1865 a 1905) e uma carta de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, datada de 1913, foram anexados ao conjunto Correspondência.

Efetivamente, a correspondência do titular do arquivo tem início em 1908, embora muitos documentos não datados (especialmente cartões de visita) possam ser anteriores a esse ano. A correspondência versa sobre variados assuntos tratados no decorrer de uma trajetória profissional encerrada em 1950, ano do falecimento do titular, e foi escrita em diferentes línguas (português, inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e japonês). A menção à língua em que a correspondência está escrita aparece sempre nos verbetes descritivos do

Inventário. A data-limite final (1955) é de uma carta enviada pelos editores do Quem é quem no Brasil e que contémm um pedido de atualização do verbete biográfico de Paula Souza.

Certamente, os editores desconheciam o fato de que, naquela altura, o destinatário havia falecido cinco anos antes.

O conteúdo da Correspondência dialoga com o conteúdo dos demais grupos. Apesar de parecer óbvia, tal afirmação destina-se a chamar a atenção dos pesquisadores para as relações entre a correspondência e a Produção Intelectual. As cartas, por vezes, remetem a trabalhos e trocas de informações que podem ter gerado (ou ajudado a gerar) as pesquisas e os textos publicados por Paula Souza.

A correspondência expressa ainda a atividade profissional do titular e os seus relacionamentos, podendo ser mencionados entre os interlocutores os nomes de Clemente Ferreira (da Liga Paulista contra a Tuberculose), Wilson G. Smillie e Samuel T. Darling (diretores do Laboratório de Higiene da Faculdade de Medicina de São Paulo a quem Paula Souza viria a substituir após seu regresso de Baltimore), Wickliffe Rose e Fred L. Soper (do

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International Health Board da Rockefeller Foundation), Francisco Borges Vieira (seu colega e eventual substituto na direção do Instituto e da Faculdade de Higiene), além de inúmeros professores em universidades européias, americanas (do Norte e do Sul) e brasileiras. Destaco, no conjunto, a carta enviada por Monteiro Lobato a Paula Souza, comentando os escritos deste sobre medicina chinesa43.

Acompanhando o desenrolar da correspondência, podemos verificar a seqüência cronológica dos postos ocupados por Paula Souza, os principais problemas enfrentados ao longo dessa trajetória, e identificar seus principais interlocutores em diferentes períodos entre os quais alguns desafetos tanto na vida pessoal (em menor número) como na profissional.

Documentos Pessoais (DP) • (Datas-limites: 1888 a 1950)

Trata-se do menor conjunto do arquivo, cinqüenta documentos, ao todo. Nesse conjunto, foram reunidos diplomas de formação escolar, de pertencimento a associações científicas ou de outra natureza, passaportes, documentos referentes a pagamentos por serviços prestados, nomeações ou afastamento de cargos, atestados de vacinação e um certificado de primeira comunhão.

Recortes de jornais (RJ) • (Datas-limites: 1910 a 1951)

Nesse conjunto, foram reunidos os recortes de jornais colecionados por Paula Souza ou guardados por sua ordem. Excetuados os recortes que se referem a homenagens recebidas em vida ou postumamente (inseridos nas Homenagens), todos os demais se encontram aqui, e remetem a diferentes temas.

Podemos perceber algumas diferenças na natureza dos recortes colecionados. De um lado, fica bem evidenciada a existência de um conjunto reunido por Paula Souza quando ele se encontrava nos Estados Unidos, no curso oferecido pela The Johns Hopkins University, em Baltimore. Aí, sobressaem curiosidades veiculadas na imprensa e que despertaram o interesse do titular – curiosidades essas nem sempre vinculadas aos temas de Saúde Pública, mas também ao mundo artístico e à visão que esses jornais apresentavam da política institucional brasileira, por exemplo. Evidentemente, também há recortes relativos a temas e atividades de profissionais ligados à medicina e higiene.

De outro lado, podemos perceber ainda o interesse bastante justificável em relação ao que os jornais publicavam quanto à criação, oficialização e transformações no Instituto de

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Higiene e na Faculdade de Higiene e Saúde Pública. Idas e vindas da legislação, ataques políticos e elogios são alguns dos assuntos recorrentes.

Fotografias (FO)

• (Datas-limites: 1900 a 1939)

As fotografias incluídas neste conjunto provavelmente não totalizam todas as imagens produzidas por Paula Souza no decorrer de sua carreira. Uma consulta ao Catálogo de

Fotografias do Centro de Memória da Saúde Pública permitirá vislumbrar, de forma mais

ampla, os interesses e pretensões do titular, como fotógrafo44. Aqui, foram inseridas aquelas imagens sobre as quais se pode afirmar com certeza a autoria de Paula Souza ou então aquelas que, doadas pela família, efetivamente dizem respeito à sua trajetória pessoal (como os retratos de familiares ou fotografias de casamentos).

Miscelânea (MI)

• (Datas-limites: 1866-1946)

A miscelânea, como o próprio nome sugere, reuniu todos os documentos que, por sua natureza, não se encaixavam nos demais conjuntos. As temáticas, no entanto, cruzam-se em diversos momentos com as tipologias e os temas dos demais conjuntos.

Um dos destaques deste grupo é o colecionismo do titular do arquivo. Os menus ou cardápios de restaurantes, eventos e refeições servidas a bordo de navios, assim como os cartões postais de restaurantes de diferentes lugares do mundo (particularmente da Europa) denotam o interesse de Paula Souza pela alimentação não apenas como objeto de estudo, mas também como forma de diversão.

Textos e demais formas de produção intelectual de outros autores, em línguas como inglês, francês, alemão, japonês e chinês, também existem em quantidade neste grupo. Completam o conjunto informações sobre profissionais, instituições e eventos relacionados à Saúde Pública em outros países do mundo, com ênfase nos da Europa, Extremo Oriente e América do Norte.

No mais, há outras informações que seriam repetitivas se mencionadas aqui, já que a consulta aos verbetes do inventário poderá dar uma idéia mais precisa de seu conteúdo aos pesquisadores interessados.

Recebido para publicação em maio de 2008. Aprovado para publicação em junho de 2008.

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Notas

* - Professor de História do Brasil na Universidade Federal de São Paulo. Este artigo baseia-se em parte das atividades de Pós-Doutorado desenvolvidas pelo autor na Faculdade de Saúde Pública/USP entre 2005 e 2006, com apoio financeiro da FAPESP, que incluiram a organização desse acervo. 1. RODRIGUES, Jaime. Inventário Analítico do Arquivo Geraldo Horácio de Paula Souza. São Paulo:

Centro de Memória da Saúde Pública/Faculdade de Saúde Pública/USP, set.2006. 261 p.

2. SOUZA, Geraldo Horácio de Paula; CINTRA, A. de Ulhôa e CARVALHO, Pedro Egydio de. Inquérito sobre alimentação popular em um bairro de São Paulo. Boletim do Instituto de Higiene. São Paulo: 58: 1935 [Separata reeditada em 1944. Publicado também na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo. São Paulo: 17: out.1935].

3. Para uma abordagem dessas e de outras temáticas a partir da trajetória de Geraldo Horácio de Paula Souza, cf. os seguintes trabalhos: FARIA, Lina Rodrigues de. A Casa de Geraldo: texto e imagem sobre um sanitarista paulista. História, Ciências, Saúde: Manguinhos. Rio de Janeiro: 12 (3): 2005; ROCHA, Heloísa Helena Pimenta, A higienização dos costumes: educação escolar e saúde no projeto do Instituto de Higyene de São Paulo (1918-1925). Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: FAPESP, 2004; RESENDE, Eliana Almeida de S. Imagens da cidade, clichês em foco: São Paulo e Lisboa, 1900-1928. Campinas: IFCH/UNICAMP (Tese de Dout.); CAMPOS, Cristina. São Paulo pela lente da higiene: as propostas de Geraldo Horácio de Paula Souza para a cidade, 1925-1945. São Paulo: Rima/FAPESP, 2001; SILVA, James Roberto. Fotogenia do caos: fotografia e instituições de saúde (São Paulo, 1880-1920). São Paulo: FFLCH/USP, 1998 (Diss. Mest.); VASCONCELLOS, Maria da Penha C. (coord.). Memórias da Saúde Pública: a fotografia como testemunha. São Paulo: Hucitec/ABRASCO, 1995.

4. Uma discussão sobre a importância dos arquivos pessoais e a monumentalização pode ser encontrada em CAMARGO, Ana Maria de Almeida. "Arquivos pessoais: questões para um debate"; In: MATOS, Edilene et al. (orgs.). A presença de Castello. São Paulo: Humanitas/IEB-USP, 2003, pp. 101-104. 5. Ver "Agência Internacional de Saúde: memorando apresentado pela Delegação do Brasil em 14 de

maio de 1945 à Conferência das Nações Unidas para a Organização Internacional" [São Francisco, maio de 1945]. In: SOUZA, Geraldo H. de Paula. A Organização Mundial da Saúde. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948, p. 51-56; "Declaração conjunta das delegações do Brasil e da China relativa à cooperação em matéria de saúde internacional. Idem, ibidem, pp. 10-11; "Discurso pronunciado no plenário da Assembléia Geral da Organização Internacional das Nações Unidas, realizada em São Francisco, em maio de 1945 justificando a Declaração Conjunta das Delegações do Brasil e da China relativa à cooperação em matéria de saúde internacional", Idem, ibidem, pp. 11-136; "Discours du Dr. de Paula Souza (Brésil) [dans la] Neuvième Séance Plénière de la Commission Intérimaire de l'Organisation Mondiale de la Santé, 29 de juin 1948. In: OMS. Assemblée Mondiale de la Santé. Genève, 1948, p. 70-71.

6. Além da já mencionada tese de formatura na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ver Estudos biológicos sobre o rio Tietê: 1ª comunicação. Anuário da Escola Politécnica de São Paulo. São Paulo: 1912: 167-173.

7. A sabedoria chinesa diante da ciência ocidental e a escola medica de Pequim (conferência). São Paulo: São Paulo Editora, 1943 e "Digressões sobre a medicina chinesa clássica (conferência)". São Paulo Médico, 17 (4): 137-185, abr.1944).

8. Modernos serviços de assistência (comunicação). Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. São Paulo: 4(10): 264-266, dez.1921; O Estado de São Paulo e alguns dos seus serviços de Saúde Pública. Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. São Paulo: 14(12): 169-190, dez.1923 e Instituto de Higiene, Boletim 17. São Paulo: 1923; Serviço de estatística sanitária. Instituto de Higiene, Boletim 19. São Paulo: 1924, reimpresso da Sciencia Medica. São Paulo: 7, 31 jan.1924; Os centros de saúde na organização sanitário do Estado de São Paulo. Anais do Terceiro Congresso Brasileiro de Higiene [1926]. São Paulo: 59-86, 1927; Organização da higiene pública: exposição de motivos sobre o projeto da reorganização do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, em julho de 1925. Folha Médica. São Paulo: 8(21): 251-253, nov.1927 / 8(22): 267-270, nov.1927 / 8(23): 278-281, dez.1927; Custo de um programa de Saúde Pública: final da exposição de motivos apresentada ao Governo do Estado, por ocasião da última reforma do Serviço Sanitário em julho de 1925. Folha Médica. São Paulo: 8(23): 278-281, dez.1927; L'Organization sanitaire de l'Etat de São Paulo.

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Mouvement Sanitaire. Paris: 4(51): 424-432, jul.1928 / 4(52): 497-505, ago.1928 / 4(54): 632-651, out.1928; Centro de saúde, “eixo” de organização sanitária. Instituto de Higiene, Boletim 59. São Paulo: 1936; Hospitais especializados. Rev. medic.-soc. São Paulo: 2(16): 16-23, mar.1944 / 2(17): 59-70, abr./maio 1944.

9. Cf. Preparo de caldo como meio de cultura. Revista da Sociedade Scientífica de São Paulo. São Paulo: 4: 80-86, abr./ago.1909; Estudo das condições mais favoráveis para o bacilo colli produzir fluorescência em um caldo glucosado pelo neutrabrothno no Laboratório de Zoothecnia. Anuário da Escola Politécnica de São Paulo. São Paulo: 59-62, 1910; Ação do Chloro molecular sobre o organismo: nota preliminar. Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. São Paulo: 5(2/4): 114-119, ago./out.1915; Como se deve, racionalmente, preparar o caldo de cultura. Revista Médica. São Paulo: 1(1): 10-18, 1916 / 1(5/6): 313-323, jul.1917; A study of the factors which interfere with the use of yeast as a test organism for the antineuritic substance. J. Biol. Chem., 44(1): 113-129, out.1920; Estudos relativos à vitamina C. Revista Brasileira de Química. Rio de Janeiro: 1(5): 193-201, maio 1936.

10. Calculose urinária da primeira infância: contribuição para o seu estudo no Estado de S. Paulo. Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. São Paulo: 9(3): 49-64, mar.1918 / 9(4): 73-88, abr.1918; Algumas considerações sobre a mortalidade infantil em São Paulo [1923]. Instituto de Higiene, Boletim 18. São Paulo: 1924, extraído dos Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. São Paulo: 14(12): 191-225, dez.1923; A mortalidade nas crianças de 1 a 4 anos e suas principais causas em São Paulo. Revista de Higiene e Saúde Pública. São Paulo: 8(10): 317-328, out.1934; A mortalidade nos escolares e suas principais causas no município de São Paulo: o papel da tuberculoso. Revista de Higiene e Saúde Pública. São Paulo: 8(12): 395-412, dez.1934.

11. Sugestão para a melhoria da legislação sanitária estadual, sobre gêneros alimentícios. Instituto de Higiene, Boletim 2. São Paulo: 1924; “Deverão os serviços de proteção e higiene da criança ser entregues aos estados ou ficar subordinados à administração federal?”. São Paulo na Conferência Nacional de Proteção à Infância (1933). São Paulo: Imprensa Oficial, 1934, 461-473; “Qual a melhor organização e orientação dos serviços de higiene escolar? Deverão fazer parte dos serviços de Saúde Pública ou ficar subordinados à direção da instrução?". Idem, ibidem, pp. 481-490.

12. Sobre um novo método utilizável na fiscalização do leite (nota prévia). Revista de Biologia e Higiene. São Paulo: 1(1): 52-55, 1927; “Instalações de assistência alimentar". Novos prédios para grupo escolar. São Paulo, Secretaria da Educação e Saúde Pública/Diretoria do Ensino, 1936, pp. 98-106; Aspectos do problema da água de alimentação em S. Paulo, em 1925. Arquivos de Higiene e Saúde Pública. São Paulo: 1(2): 109-124, dez.1936; Sobre o teor em pró-vitaminas A de alguns óleos brasileiros (nota prévia). Revista Paulista de Medicina. São Paulo: 14(3): 163-166, mar.1939; Ensaios de calorimetria alimentar. I - Poder calorífico de algumas substâncias alimentares da cozinha paulista. Instituto de Higiene, Boletim 6. São Paulo: 1921; Ensaios de calorimetria alimentar II. Instituto de Higiene, Boletim 70. São Paulo: 1940; Alimentos no Brasil. Fichário Médico-Terapêutico. São Paulo: out./nov./dez.1943.

13. O ensino médico no Brasil e nos Estados Unidos. Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia. Rio de Janeiro: 3(8/12): 277-288, out.1920/fev.1921; Formação de técnicos para os serviços de Saúde Pública. Revista de Higiene e Saúde Pública. São Paulo: 6(1): 30-38, jan./mar.1948.

14. Sobre o tratamento da epilepsia pelo veneno de cascavel. Anais Paulistas de Medicina e Cirurgia. São Paulo: 2(2): 33-41, fev.1914; Discussão sobre a epidemiologia da encephalite epidêmica e proposta para incluí-la no Código Sanitário do Estado como moléstia de notificação compulsória. Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. São Paulo: 4(3): 66-67, maio 1921; Tratamento do diabete pela insulina. Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. São Paulo: 7(1): 6, mar.1924; Exposição de motivos sobre o problema da profilaxia da lepra no Estado de São Paulo. São Paulo: Propag, 1926. Em torno do problema da febre amarela. Instituto de Higiene, Boletim 56. São Paulo: 1935; Yellow fever areas. Epid. Inform. Bull.: 1(16): 693-700, set.1945.

15. Eugenia e imigração. Folha Médica. São Paulo: 9(6): 65-67, fev.1928; Tenhamos fé no futuro da nossa raça. Viver: mensário de saúde, força e beleza. Rio de Janeiro: 1: 9, jul.1938.

16. Notas sobre uma visita a acampamentos de índios Caingangs. Revista do Museu Paulista. São Paulo: 10: 739-758, 1918; Ribas: pioneiro de renovação sanitário no Brasil. Instituto de Higiene, Boletim 72. São Paulo: 1941; History of international sanitary conventions, 1944. Epid. Inform. Bull., 1(1): 5-12, jan.1945.

17. Ver RODRIGUES, Inventário, op. cit., docs. HO 1951.48A a E e HO 1951.51A a C, 26 jul. a 6 ago.1951, cópias de cartas de Vicente de Sampaio Lara pedindo o envio de cópias de documentos

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que tivessem relação com Paula Souza, tendo em vista que uma comissão formada na Faculdade de Higiene e Saúde Pública estava encarregada de organizar um trabalho póstumo de homenagem. As cartas foram enviadas aos seguintes destinatários: Mário Guimarães, chefe da Divisão Cultural do Itamaraty; Luiz Morato Proença, diretor-geral do Departamento de Saúde do Estado de São Paulo; Domingos de Goulart Faria, secretário da Faculdade de Medicina da USP; ao presidente do IDORT, ao presidente do Rotary Club de São Paulo; a Arthur Wauters, do Centre International de l'Enfance; a Ernest Stebbins, diretor da The Johns Hopkins University; e a Robert Debré, do Fonds Internacional de Secours à l'Enfance.

18. Coordenado pela Profª Drª Nelly Martins Ferreira Candeias e cujos resultados embasaram o artigo Memória histórica da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – 1918-1945. Revista de Saúde Pública. São Paulo:18 (número especial): 2-60, 1984.

19. VASCONCELLOS, M. P. op. cit.

20. Projeto Centro de Memória Iconográfica da Saúde Pública, 1995.

21. Projeto Revitalização do Centro de Memória da Saúde Pública - 1ª fase, abr.2004.

22. Projeto Arquivo Central da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, jun.2005. 23. RODRIGUES, Jaime, Uma história social da alimentação na cidade de São Paulo (décadas de 1920 a

1950), projeto de pós-doutorado no país, encaminhado à FAPESP em abr.2005.

24. Geraldo Horácio de Paula Souza: perfil e trajetória, com curadoria, pesquisa e textos de Jaime Rodrigues.

25. AGHPS, doc. PI 1916.1, 12 out.1916.

26. Esta última tendo sido transcrita, comentada e publicada por RODRIGUES, Jaime e VASCONVELLOS, M. P. A guerra e as laranjas: uma palestra radiofônica sobre o valor alimentício das frutas nacionais (1940). História, Ciências, Saúde: Manguinhos. Rio de Janeiro:. 14(4), p. 1401-1414, 2007, disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702007000400016&lng=en&nrm=iso>.

27. Especialmente na Johns Hopkins University, como em AGHPS, doc. PI 1917.1, de 17 de janeiro de 1917, que registra as anotações de aulas do curso de Protozoologia no Departamento de Zoologia daquela universidade.

28. Como um caderno de anotações que, na primeira parte, descreve uma excursão a Barra Bonita, onde Souza fez um levantamento das condições de saneamento local e das condições de saúde de crianças ribeirinhas, incluindo mapas, desenhos e dados referentes à malária em municípios paulistas; e, na segunda parte, anotações de aulas de protozoologia que só seriam dadas um ano depois. AGHPS, doc. PI 1919.1, 29 abr.1918 a 24 jan.1919.

29. AGHPS, doc. PI 1910.1, s/d, 1910-1917. 30. AGHPS, doc. PI 1929.1. 31. AGHPS, doc. PI s/d 3. 32. AGHPS, doc. PI 1924.2. 33. AGHPS, doc. PI 1925.1. 34. AGHPS, doc. PI 1936.7. 35. AGHPS, doc. HO 1918.1.

36. AGHPS, docs. HO 1927.1 e HO 1927.2A e B. 37. AGHPS, docs. HO 1939.1 e HO 1939.2A e B. 38. AGHPS, doc. HO 1946.2.

39. AGHPS, doc. HO 1951.27A, 29 de maio de 1951. 40. AGHPS, doc. HO 1951.39.

41. AGHPS, doc. HO 1951.44, de 19 jul.1951.

42. Três medalhas da Ordre de la Santé Publique, França, cf. AGHPS, docs. HO s/d 4, HO s/d 5 e HO s/d 6; uma medalha da Undécima Conferência Sanitária Panamericana, ocorrida no Rio de Janeiro em

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1942, cf. AGHPS, doc. HO 1942.1; ou a medalha conferida pelo Rotary Club de São Paulo em 16 de janeiro de 1950, AGHPS doc. HO 1950.2.

43. AGHPS, doc. CO 1944.9, 6 fev.1944.

44. Ver RODRIGUES, Jaime & VASCONCELLOS, Maria da Penha C. (orgs.), Catálogo de Fotografias do Centro de Memória da Saúde Pública. São Paulo, Faculdade de Saúde Pública da USP, 2004. Ver também, dos mesmos autores, "A fotografia como instrumento do trabalho do higienista (São Paulo, primeira metade do século XX)". História, Ciências, Saúde: Manguinhos. Rio de Janeiro: 13(2): 477-491, abr./jun.2006, disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000200014&lng=en&nrm=iso>.

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