DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
CONTÁBEIS
A QUESTAO AMBIENTAL
NA
EMPRESA:
O
PAPEL
DO CONTADOR
E
DA
CONTABILIDADE NESTE
CONTEXTO
CENTRO
sÓcIo-ECONÓMICO
DEPARTAMENTD
DE
CIENCIAS
coNTÁEEIs
A QUESTÃO AMBIENTAL
NA
EMPRESA:
O
PAPEL
DO CONTADOR
E
DA
CONTABILIDADE NESTE
CONTEXTO
ACADÊMICA:
VIVIANE
SCHMIDT
ORIENTADOR:
Prof.NIVALDO
JOAO
DOS
SANTOS,
M.Sc
FLORIANÓPOLIS/sc
ACADÊMICA:
VIVIANE
SCHMIDT
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusãodo
Curso de CiênciasContábeis da Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo a nota
média
de §| 5; 2atribuída pela banca constituída pelos professores abaixo mencionados.
Florianópolis, de
~A@
H
de
l
Prof.
Maria Deniz
Henriqueäsagrande,
M.
Sc
Coordenadora
deMonografi'
doDepartamento
de Ciências ContábeisProfessores que
compuseram
a banca:Presidente:
Pro~ldo
João dos Santos,M.Sc
«z
W
Membro:
Prof. .TltairM.Sc
À
Deus, por estarcomigo
em
todos osmomentos,
mesmo
quando eu
desacreditavana
sua existência.'
À
minha
família, por suportar as noitesem
que euchegava
cansada emau
humorada.
'Ao meu
namorado, Flávio, pelo amor, pelobom
humor
e pela paciência, durante todos esses anos. Por estarsempre
aomeu
lado acreditando que sou capaz.Por
sermeu
melhor amigo
e companheiro.Ao meu
orientador Prof. Nivaldo João dos Santos, pelo profissional e pessoa que é.Sem
a sua tranqüilidade e estímulo, seria diñcil desenvolver esta pesquisa.Aos
outros professores, aqui não citados,mas
que contribuírammuito
paraminha
formação
acadêmica. *À
minhas
colegas de curso, Idalice e Regina, por terem compartilhado deagradáveis e dificeis
momentos
durante todo 0 curso.Enfim,
a todos aqueles que dealguma forma
contribuíram para a realizaçãodeste trabalho,
meu
muito obrigada.CAPÍTULO
1-INTRODUÇÃO
1.1-
Considerações Iniciais ... .. 01 1.2-
Problema
... .. 1.3-
Objetivos ... .. 1.4-
Justificativa ... .. 1.5-
Metodologia ... .. 1.5.1-
Metodologiada
Pesquisa ... ..04
1.5.2~
Metodologia Aplicada ... .. 1.5.3-
Limitaçõesda
Pesquisa ... ..CAPÍTULO
II-
REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1
-
Desenvolvimento
Sustentável-A
questão ambientalna
sociedade 2.2-
Educação
Ambiental-
A
questão ambiental nas ciências sociais 2.3-
Gestão Ambiental~
A
questão ambientalna empresa
... ..2.3.1
- ISO
14000
-
O
investimento que traz retorno ... _.2.3.2
-
Legislação ambiental ... ..2.3.3
~
Imagem
da empresa
... ..2.3.4
-
Empresas
catarinenses preocupadascom
a questão ambientalCAPÍTULO
III-A
CONTABILIDADE
E
O
MEIO
AMBIENTE
3.1
-
O
contador e a questão ambiental ... ..3.2
-
Balanço Social e O impacto sobre Omeio ambiente
... ..3.2.1
-
Ativos ambientais ... ..3.2.1.1
-
Deterioração de ativos ... ..3.2.2
-
Passivos ambientais ... ..3.2.2.1
-
Evidenciação dos passivos ambientais ... ..3.3
-
Custos ambientais ... ..3.4
-
Perícias ambientais ... ..CAPÍTULO
iv
_
CONCLUSÃO
E
RECOMENDAÇÕES
... ..Neste capítulo, apresenta-se
uma
noção
geralda
constituiçãodo
trabalho.Desse
modo,
paramelhor
entendimento, é divididoda
seguinte maneira: as consideraçõesiniciais
que motivaram
O presente trabalho; a problemática que gerou a investigação; os objetivos, geral e específicos a serem alcançados; a justificativada
importância destetrabalho; e, por
fim
a metodologia utilizadana
execuçãoda
presente pesquisa.1.1
-
Considerações
iniciaisA
evoluçãodo
nível de exigência deuma
parcela de consumidorestem
demonstrado
que o conceito de qualidadehá
muito ultrapassou Oda
adequação ao uso epreço competitivo, passando a atender
também
ao princípiodo
ecologicamente correto.Entende-se por ecologicamente correto todo produto
que
não agrida omeio
ambiente.~
Ao
contrário das
normas
de qualidade utilizadas nas empresas, a questãoambiental não se restringe apenas ao
mundo
dos negócios; ela vai além, interferindona
qualidade de vida de todos nós.
É
por issoque
a qualidadedo
meio
ambienteganha
cada vezmais
espaço e empresas poluidoras são denunciadas por entidades ambientalistas de todo Omundo,
perdendo sua fatiano
mercado.Poluição, desmatamento, queimadas, buraco
na
camada
de ozônio, efeito estufa, são expressõescomuns
no
dia a dia das pessoas.Todos
sabem
os riscosque
isso representa, por isso, não basta Ver Oempreendimento
apenascom
o olhardo
empresário, deve-se avaliá-lotambém
sob O ponto de vista ambiental. 'Montar
uma
empresa
hojesem
essa preocupação,pode
se transformarnum
passaporte para O fracasso.Na
década de 70 estetema
ainda era vistocomo
tabu.Os
empresáriospoluição. Instalar filtros para limpar a
fumaça
das fábricasou
estações de tratamento e derejeitos líquidos e sólidos era considerado pura heresia. Essas
medidas
eram
vistas apenascomo
mais
custosna
produção.Já nos anos 80 os protestos dos ecologistas
ganharam
força, aomesmo
tempo
em
que omundo
viviauma
revolução nosmétodos
de administração incentivada pelas técnicas japonesas.As
fábricas e seus executivos tiveram de mudar.Passou
a ser prioritário investir na modernizaçãodo
maquinário ena
adoção demétodos
deprodução
mais eficientes. Técnicas
como
o “5 S” se espalharam pelas empresas, ajudando a construira idéia de que é
melhor
prevenirdo
que remediar.Nos
anos90
cresce a preocupação relativa ao desenvolvimento sustentável.O
setor empresarial propõe aos consumidoresuma
fórmula para diferenciar asempresas
que
gerem
seus negócios deforma
ambientalmente responsável.Um
bom
programa
degestão ambiental faz
com
que as empresas gastemmenos
energia,menos
água,menos
matéria prima,podendo
tornar seus produtos mais baratos e conquistandonovos
mercados.Mesmo
quando
ométodo deprodução tem
particularidades queimplicam
maior custo, isso não significa perder clientes. Pelo contrário, nos últimos tempos,
tem
crescido a procura pelos “ecoprodutos”, por
exemplo
os cultivadosna
chamada
agricultura orgânica, essas verduras sãomais
caras que as verdurascomuns,
mesmo
assimvem
conquistando seu lugar
no
mercado.Vê-se desta maneira que a questão ambiental tornou-se de fundamental
importância para a vida das pessoas e conseqüentemente das empresas.
É
nesse contexto que a contabilidade, responsável pelacomunicação
entre aempresa
e a sociedade e, o contador responsável pela elaboração desta contabilidade,devem
responder ao questionamento dos usuários de suas informaçõesno
que concerne a questão da preservaçãodo meio
ambiente junto à empresa.1.2
- Problema
Segundo
MARTINS
eLUCA
(1994:24):“a ecologia vai participar
do
comando
dos negócios empresariaisnos próximos anos, e a contabilidade vai auxiliar nos processos de
tomada
de decisãono
mundo
desses negócios, divulgando o inter-relacionamento entre as empresas e o
meio
ambiente, a situaçãopatrimonialedas empresas face aos problemas ambientais e suas ações para proteção e preservação ao
meio
ambiente.”Pode-se constatar que a contabilidade,
como
sistema de informação,deve
ser a principal responsável pelo registro e divulgação dos resultados dessa
nova
realidade.Tal assunto é relativamente recente para a ciência contábil, cabe à classe dos contadores
acompanhar
estanova
erado
mundo
dos negócios, antes que outras áreas o façam.SÁ
(l994:25), diz que “a administração e a contabilidade tenderão aum
avizinhamento extremo, o processo decisório far-se-á mediante,
modelos
contábeis.O
futuro, cada vez mais, estará nas
mãos
dos cientistasda
contabilidade.”A
contabilidade aprimorou-se muitocom
o passar dos anos, tudo isso, paraque
os usuáriospudessem
obter informações que satisfizessem suas necessidades.É
horado
contador buscar responder a estenovo desafio
para satisfazer as necessidades dos seusclientes, desta vez, preocupados
com
a atuaçãoda empresa
sobre omeio
ambiente.Neste sentido, o
problema
que se pretende investigar neste trabalho é opapel
do
contador eda
contabilidadeno
âmbitoda
preservação ambientalna
empresa.1.3
-
ObjetivosEste trabalho
tem
como
objetivo geral demostrarque
é de responsabilidadeda
contabilidade, e conseqüentementedo
contador, divulgar à sociedade o inter-relacionamento da
empresa
com
a questãodo
meio
ambiente.Como
objetivos específicos, pretende-se o seguinte:- demonstrar a importância da questão ambiental
na
sociedade, nas ciênciassociais e
na
empresa;- descrever o papel
do
contador perante a questão ambiental;- apresentar a preocupação da contabilidade
com
relação ao fornecimento deinformações sobre a preservaçao
do meio
ambiente.1.4
-
JustificativaCresce a cada dia
em
diversos países, onúmero
de empresas ecologicamentecorretas. Muitas já não aceitam mais fazer negócios
com
aquelas que nãosigam
amesma
meio
ambiente, terão sérias dificuldadesem
encontrar clientes para seus produtosou
serviços, principalmente
no mercado
internacional. _Segundo
MARTINS
eRIBEIRO
(1995:07):“cabe a todas as áreas científicas e profissionais atuar
na
preservação e proteção ambiental.
A
área contábilpode
(e deve)empenhar-se para que seus instrumentos de informação
melhor
reflitam of real valor
do
patrimônio das empresas, seusdesempenhos
e, aomesmo
tempo, satisfaçam as necessidades deseus usuários, inclusive sob o aspecto ambiental,
dado que
todasou
quase todas as alternativas que se
têm
apresentado para o seucontrole e preservação são mensuráveis e, portanto, passíveis de
contabilização e informação a sociedade.”
Para tanto, considera-se de grande importância aprimorar a contabilidade
para que ela forneça
também,
informações de caráter ambiental, visto que asempresas
estão cada vez mais preocupadas
com
suaimagem
e principalmentecom
seus negócios.Porém,
apesardo
grande destaquedado
a questão ambiental praticamentenada
é ministradono
curso de ciências contábeis, desta universidade.Devido
a isto, e por ficar evidenteque
o desenvolvimento sustentável éum
assunto que diz respeito a todos osprofissionais, torna-se importante pesquisar e entender o papel
do
contador eda
contabilidade
no
que diz respeito a questão da preservaçãodo meio
ambiente nas€›l11pI`€-S35.
1.5
-
Metodologia
Estaseção será dividida
em
três partes.Na
primeira far-se-áum
comentárioacerca
do
que sejauma
monografia.Em
seguida será apresentada a metodologia a seradotada
no
presente trabalho. Por fim, serão apresentadas as limitações impostas aopresente trabalho.
1.5.1
-
Metodologia da
pesquisaMetodologia e
um
fator ftmdamentalna
elaboração deum
trabalhocientífico, visto
que
asnormas
e procedimentos que serão utilizados éque
irão caracterizarsua cientificidade.
A
monografia consistenum
trabalho escrito sobreum
tema
específicocomo
resultadoda
pesquisa científica.Segundo
INÁCIO FILHO
(l994:59),“podemos
caracterizar amonografia
como
uma
síntese de leituras, observações, reflexões e críticas, desenvolvidas deforma
inetódica e sistemática porum
pesquisador que relata aum
ou mais
destinatáriosum
determinado escrito que seja o resultado de suas investigações, as quais, por sua
vez
têm
origem
em
suas inquietações acadêmicas.”Sendo
assim, amonografia
éum
trabalho de pesquisa que abordaum
determinado assunto, a fim de ampliar o conhecimentodo
pesquisadorem
relação aotema
a serzdesenvolvido.
ECO
(l997:l0), diz que “não se trata deum
trabalho panorâmico,mas
de
um
trabalho focalizado: neste sentido, quanto mais se restringe ocampo
melhor
ecom
mais
segurança se trabalha.” _Para
LAKATOS
eMARCONI
(199l:235), “amonografia
trata-se deum
estudo sobre
um
tema
específicoou
particular,com
suficiente valor e queobedece
arigorosa metodologia.” -
-
Dentro desta perspectiva a escolha
do tema
destamonografia
deve-se àgrande relevância que a questão ambiental
vem
adquirindo jtmto as empresas e a sociedadecomo
um
todo. '1.5.2
-
Metodologia
aplicadaSegundo
GIL
(1 99l:22), “o planejamento da pesquisa concretiza-semediante a elaboração de
um
projeto, que é odocumento
explicitador das ações aserem
desenvolvidas ao longo
do
processo de pesquisa.”LAKATOS
eMARCONI
(1991 145)definem
a pesquisa bibliográficacomo
“o levantamento de toda bibliografia já publicada e que tenha relação
com
otema
em
estudo.
Sua
finalidade é colocar o pesquisadorem
contatocom
tudo aquilo que foi escritosobre determinado assunto.”
Neste sentido, inicialmente será coletado e analisado material bibliográfico
acerca
do tema
da pesquisa.Em
seguida, será selecionado o material necessário, através deuma
leiturado
mesmo,
afim
de iniciar-se o desenvolvimento da presente monografia.Assim, para o desenvolvimento
do
trabalho a bibliografia terácomo
base1.5.3
-
Limitaçõesda
pesquisa.LAKATOS
eMARCONI
(1990:27) referem que “a pesquisapode
serlimitada
em
relação ao assunto, selecionandoum
tópico, afim
de impedir que se torneou
muito extenso
ou
muito complexo, à extensão, porquenem
sempre
sepode
abranger todoâmbito
onde
o fato se desenrola,há
uma
série de fatores,meios humanos, econômicos ou
de exigüidade de prazo, que
podem
restringir o seucampo
de ação.”. Portanto, diante da
ampla abordagem
que envolve a questão ambiental, fez-se necessário delimitá-lo. Assim, este trabalho ficará restrito ao estudo
do
papeldo
contador e da contabilidade nas empresas preocupadas
com
a questão ambiental.Por se tratar de
uma
pesquisa decunho
essencialmente teórica, limita-setambém
aum
estudo puramente bibliográfico,ou
seja, os aspectos pesquisadosnão
serão aplicadosem
nenhuma
empresa.CAPITULO
II-
REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Neste capítulo, apresentar-se-á a revisão bibliográfica pertinente ao
tema da
pesquisa. Primeiramente será abordada a questão ambiental
na
sociedade, seguido pelaabordagem da
questão ambiental nas ciências sociais. Por fim, abordar-se-á a questãoambiental
na
empresa.2.1
-
Desenvolvimento
sustentável-A
questãoambiental
na
sociedadeO
conceito de desenvolvimento sustentável entrouno
vocabulário popularatravés
do
trabalho e publicação da United NationalWorld Commission
on Environment
and Development
-
WCED
em
1987,quando
publicou seu relatório intituladoOur
Common
Future, estabelecendofirmemente
a idéia de desenvolvimento sustentávelcomo
o conceito que viria a
dominar
as políticas econômicas e empresariais nos anos vindouros.Segundo
KINLAW
(l997:82), aWCED
estabeleceu a seguinte definição aodesenvolvimento sustentável: “é o desenvolvimento que atende as necessidades
do
presente
sem
comprometer
a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”V
A
partir deste conceito a sociedadecomeçou
a perceber que existiauma
nova filosofia
a ser seguida, conscientizou-se de que seria necessário reclicar seu conceitode desenvolvimento para o seu próprio
bem, ou
melhor, para sua própria sobrevivência.Para
MILARE
(1990:233), “compatibilizarmeio
ambiente edesenvolvimento significa considerar os problemas ambientais dentro de
um
processocontínuo de planejamento, atendendo-se
adequadamente
às exigências deambos
eA
medida
que a sociedade assumiu seucompromisso
paracom
asustentabilidade, as práticas que hoje são limitadas a poucas empresas preocupadas
com
ofuturo, estão se tornando universais. Incluem-se entre essas práticas a inclusão
do
estudode impacto ambiental
no
planejamento das políticas internas das empresas, a realizaçãoregular de auditorias ambientais
em
suas atividades e o reconhecimentodo
desempenho
ambiental
como
um
fator de influência nos salários dos altos executivos.O
desenvolvimento sustentável fazcom
que aempresa caminhe
para odesenvolvimento dentro dos limites dos recursos não renováveis
do
planeta.Fazendo
com
que as empresas e as pessoas se sintam responsáveis por aquilo que é usado e por aquilo
que é produzido.
2.2
- Educação ambiental-
A
questãoambiental
nas ciências sociaisSegundo
GONÇALVES
(1990:l25), aUnião
Internacional paraConservação da
Natureza e dos Recursos Naturais -UICN,
definiu educação ambientalda
CG/seguinte forma: e o processo de reconhecer valores e aclarar conceitos para criar
habilidade e atitudes necessárias
que
sirvam paracompreender
e apreciar a relaçãomútua
entre o
homem,
sua cultura e seumeio
circundante biofisico.A
educação ambientaltambém
inclui a prática de tomar decisões e auto formularum
código decomportamento
com
relação às questões queconcernem
à qualidade ambiental”.Observa-se que a educação ambiental é
um
processo longo e contínuo deaprendizagem
deuma
filosofia
de trabalho participativo. Por isso, tal processodeve
ser iniciado logo nos primeiros anos de escola, sendo continuamente aperfeiçoado e interligado à áreas específicasna
universidade.A
Constituição Federalem
seu Artigo 255, atribui aoPoder
Público a“incumbência
depromover
a educação ambientalem
todos os níveis de ensino e aconscientização pública para a preservação
do meio
ambiente”.Cabe
à universidadecomo
geradora de conhecimento, contribuir para a busca de soluções curativas e preventivasem
relação à essa questão.Para
ASMUS
(l990:294), “o planejamento e desenvolvimento das pesquisasuniversitárias relativas ao
meio
ambiente, tantono
aspecto científicocomo
no
aspectopesquisas deveriam estar dirigidos para a busca de soluções que permitissem
uma
melhor
condição de vida para os vários segmentos incluídos
na
sociedadeem
questão”.Desta forma, vê-se necessário a inserção
da
questão ambiental nos cursosde
ciências sociais, inclusive
no
curso de ciências contábeis. Tal questão até poderia causarpolêmica visto
que
alguns professores questionariam a efetiva importância e relação entre apreservação
do meio
ambiente e a contabilidade.Mas
então, qual seria a atitude correta? Abrirnovos
cursos queformassem
profissionais
do meio
ambientecom
formação acadêmicaque
lhes permitissem tratarda
questão ambientalem
todas as suas inter-relações ou, incorporaruma
ênfasemaior
dosestudos ambientais nas ciências sociais?
Segundo
ROBERT
(1990:302):“a introdução
da
temática ambientalno domínio
das ciênciassociais não deveria ocorrer
como
a imposição de 'algo externo ao seucampo
de indagações. Isto é, tal processonão
deveria efetivar-se
como
a transplantação deuma
problemática estranha a seustemas clássicos e consagrados (...) a via féitil dessa introdução está
em
tentar elaborarum
equacionamentodo problema
(por dentro) das discussões existentes nessa disciplina”.Entende-se, desta maneira, que a questão ambiental
pode
ser inseridano
campo
das ciências sociais desde que se construa abordagens própriasda
questãoambiental, trabalhando-a à luz dos conceitos e princípios usualmente utilizados por estas ciências.
2.3
-
Gestão ambiental-
A
questãoambiental
na empresa
A
empresa
que atépouco tempo
atrás era insignificanteem
relação ànatureza, portanto irresponsável, tornou-se a força dominante, definindo objetivos, estratégias e
uma
gestão de responsabilidade.A
inclusão da proteçãodo meio
ambiente entre os objetivosda
administração ampliou substancialmente todo o conceito deadministração, que era quase exclusivamente econômico.
Neste sentido,
CAPRA
et al. (1993:34) enfatiza que “desde asegunda
grande guerra,
com
a crescente integraçãoda dimensão
social na economia, objetivossociais tais
como:
proteção do emprego, seguridade social, participação dos trabalhadores,condições
humanas
de trabalho, e assim por diante,vem
somando-se
aos objetivosMuitas
foram
as refomias sociais até que administradores e empresários introduzissemem
suas empresas adimensão
ambiental incluindoprogramas
de reciclagem,medidas
para poupar energia, dentre outros. Esse tipo de gestão implica na criação deorçamentos, previsão de investimentos financeiros para o
meio
ambiente e o surgimento denovos métodos
de contabilidade e apresentação de informações sobre omeio
ambiente.A
gestão despreocupadacom
omeio
ambientepode
acarretar,segundo
CAPRA
(1993:35),em
riscos de responsabilidade por danos ambientais, queenvolvem
imensas
somas
de dinheiro e de responsabilidade pessoal de diretores, executivos e outrosintegrantes de seus quadros;
em
perda de oportunidadeem
mercados
em
rápido crescimento;em
perda de oportunidades de redução de custos eem
perda de credibilidade.. Desta forma, a continuidade da
empresa
também
entraem
questão, vistoque, torna-se cada vez
mais
importante evitar riscos de responsabilidade decorrenteda
legislação ambiental cada vez mais rigorosa, protegendo
com
isso aimagem
da empresa. Para a construção daimagem
daempresa
faz-se necessário a participação detodos os funcionários. Qualquer
membro
da equipeque
não esteja convencidoda
necessidade e das vantagens
da
administração ambiental precisaem
primeiro lugar sermotivado.
Enquanto
aempresa
como
um
todo não estiver convencida, este tipo de gestãofracassará.
Em
algumas
empresas são designados profissionais para tratar exclusivamenteda
questão ambiental, são oschamados
gerentes ambientais.Segundo
VALLE
(1995: 43), “o gerente ambiental deve ter familiaridadecom
as tecnologias utilizadasna
empresa,com
a legislação ambiental ecom
as técnicas deanálise e gerenciamento de riscos.
Seu
relacionamentocom
o órgão local de controleambiental deve ser profissional e positivo, objetivando manter atualizado o licenciamento
ambiental da empresa.”
Nota-se,
que
os empresários estãobuscando
orientaçõesem
outrosprofissionais referente as novas formas de pensar que são necessárias para vencer o
desafio
da
empresa
sustentável.Neste sentido, a contabilidade
também
deve estar apta a ajudá-los aidentificar o que
pode
ser feito para reduzir o impacto de suas empresas sobre omeio
ambiente. Para tanto, o contador necessita aprender a diagnosticar, planejar e
acompanhar
a gestao ambiental, adicionando mais esta questão
como
parte integrante de suas2.3.1 -
ISO
14000
-
O
investimentoque
traz retornoA
proteção ambiental que era vista porum
ângulo defensivo, estimulando apenas soluções corretivas baseadasno
restritocumprimento
da legislação,começa
a serconsiderada pelos empresários
como
uma
necessidade, pois reduz o desperdício dematérias-primas e assegura
uma
boa
imagem
para aempresa
que adere às propostasambientalistas.
Com
o intuito de uniformizar as ações preventivas de proteção aomeio
ambiente, a Organização Internacional para a Normalização -
ISO
(InternationalOrganization for Standardization) que é
uma
organização não governamental constituídaem
1947, etem
a Associação Brasileira deNormas
Técnicas -ABNT
como
um
de seusmembros
fundadores, decidiu criarum
sistema denormas
queconvencionou
designar pelocódigo de
ISO
14000.Em
sua concepção, a série dasnormas
ISO
14000
tem
como
objetivo centralum
sistema de gestão ambiental que auxilia as empresas acumprirem
seuscompromissos
assumidos
com
omeio
ambiente.Como
objetivos decorrentes, criam sistemas decertificação para as empresas que
atendem
à legislação ambiental ecumprem
os princípiosde desenvolvimento sustentável.
Segundo
VALLE
(l995:97):“esta
nova
série, aexemplo da
ISO
9000, se aplica tanto às atividades industriaiscomo também
as atividades extrativas, agro- industriais e de serviços.Ao
contrário, entretantoda
ISO
9000 que
apenas prevê a certificação das instalações
da empresa
e suas linhasde produção que
cumprem
requisitos de qualidadeda
produção.A
ISO
14000também
possibilitará a certificação dos própriosprodutos que satisfaçam os padrões de qualidade ambiental.”
Todas
as empresas certificadas por esta série,uniformizam
suas rotinas eprocedimentos,
cumprindo
um
mesmo
roteiro padrão de exigênciasque
será válidointernacionalmente.
,
Com
a entradaem
vigorda
sérieISO
14000, asnormas
ambientaisultrapassam as fronteiras nacionais e
colocam
a gestão ambientalno
mesmo
plano jáalcançado pela gestão
da
qualidade. Conciliar as características ambientais dos produtoscom
os paradigmas da conservação ambiental será, por isso e cada vez mais,um
requisitoarduamente conquistadas
no mercado
nacional, criando maisum
condicionante para oêxito das
mesmas
que disputam suas posiçõesno mercado
globalizado.Neste sentido,
LEON
(l998:4l) enfatiza que várias empresas já estãotomando
consciência da importância desta certificação.No
Brasil, a primeiraempresa
a ter o certificadoISO
14000
foi a Bahia Sul,em
1995,empresa
esta produtora de papel, localizadaem
Mucuri,na
Bahia.Atuando
num
setor altamente poluente, aempresa
investiu l milhão de dólares
no
seu projeto.Levou
três anos para implementa-lo.Quando
foi ver, o resultado foi mais
do
que compensador.A
economia
anual, após a certificaçãochega a 920.000 dólares.
Já
no
estado de Santa Catarina, as primeiras empresas a serem certificadaspela
ISO
14000 foram
a Hering Têxtil (Blumenau),em
18 de abril de 1997 e a ElianeRevestimentos
Cerâmicos
-Unidade
Gress Porcellanato (Criciúma)em
13 de agosto del997. Estas empresas certamente já estão colhendo os frutos de seus projetos, fazendo
com
que outras empresassigam
estamesma
tendência.`
VALLE
(l995:109) diz que“embora
a certificação não seja compulsória,sua obtenção destaca a
empresa
e a posiciona favoravelmente diante de seus competidores. Por ser,na
realidade,uma
conseqüênciado
processo de avaliação e gestão ambiental aoqual se
submete
a empresa, essa certificaçãopode
ser adiada e pleiteada a qualquermomento.”
2.3.2
-
Legislaçãoambiental
Por muito
tempo
ahumanidade concedeu
mais importância ao crescimentoeconômico do que
à saúde e à qualidade de vida.A
contaminação ambiental resultava,quase sempre, da transferência para terceiros de ações corretivas necessárias,
sem
que
houvesse
compensação
dos custos dessa correção.Não
havendo
legislação para alterar suaatitude, o poluidor mantinha sua conduta, cujos custos teriam de ser assumidos pela
sociedade e pelas gerações futuras.
.
Até
o início da década de 70, não existiano
Brasil legislação específicadisciplinando esta questão.
Algumas
normas
e regulamentos que tratavamda
saúde pública, da proteção à fauna e à flora e da segurança e higiene industrial era tudoque
sePara
VALLE
(1995:22), “a legislação ambiental hoje é muitomais
abrangente,podendo
punir severamenteuma
empresa
que transgrida padrões de qualidadeem
suas descargasou que
introduza modificações indesejadasno
meio
ambiente.”Para a empresa, entretanto,
não
se trata apenas de absorver as multasque
podem
aparecer, à primeira vista, irrisórias. Trata-se,também,
de enfrentar os riscosmuito
maiores, taiscomo:
proibição de participaçãoem
concorrências públicas, interdiçãoou
suspensão de
mecanismos
poluentes e atémesmo
a suspensãoou
encerramento dasatividades, por parte dos Órgãos competentes. Estes órgãos
regulamentam
e fiscalizam asatividades ligadas ao
meio
ambiente dividindo-se nos três níveis: federal, estadual emunicipal. .
No
âmbito federal, o Conselho Nacionaldo
Meio
Ambiente
(CONAMA)
éo órgão consultivo e normativo
da
política federaldo meio
ambiente, e oIBAMA
é oórgão executor.
Cada
estado possui estruturas equivalentes, coordenadas poruma
secretariaestadual que se
ocupa do tema
ambiental, e dispõe de seu conselho estadualde
meio
ambiente e sua agência estadual de controle
da
poluição,algumas
delas constituídascomo
fundações
(em
Santa Catarina é constituída pelaFATMA
-Fundação
deAmparo
àTecnologia e ao
Meio
Ambiente), outrascomo
empresas públicas.As
atividades delicenciamento e controle ambiental são de atribuição dos estados e são exercidos por seus
res_pectivos órgãos ambientais.
Já
no
âmbito municipal, variandocom
o porte de cada cidade, existemtambém
Órgãos que seincubem
de darcumprimento
às legislações de nível federal eestadual (secretarias
do
meio
ambiente) eque exercem
suas funções de controle ambiental,com
base nas respectivas leis orgânicas municipais.Atualmente, várias são as leis, os decretos e portarias
que
estabelecemnormas, procedimentos e multas sobre a questão ambiental. Destacou-se porém, o Decreto
número
3.179 de 21 de setembro de 1999 pela sua atualidade. Este Decreto determinavalores de multas aplicadas às empresas, estabelecendo
no
seu Artigo44
por exemplo,uma
multa que varia entreR$500,00
(quinhentos reais) à R$l0.000.000,00 (dez milhões dereais) aplicada às empresas que instalem obras
ou
serviços potencialmente poluidoressem
licença
ou
autorização dos órgãos competentes. Esteexemplo
de multa éum
dos casosque
apresentam valores
bem
expressivos e que casovenham
a ser aplicadasna empresa
podem
conhecimento da
legislação ambiental por partedo
contadores, poisna
maioria das vezesele é o consultor dos empresários e o responsável pela
condução
dos negóciosda
empresa.2.3.3 -
Imagem
da
empresa
Os
consumidores estão adotando posições mais exigentescom
relação àqualidade dos produtos que
consomem,
passando a preferir aquelesque
se rotulem detecnologicamente avançados e ambientalmente corretos.
É
o marketing dos produtos“verdes”, “naturais”, “ecológicos”,
em
suma, doschamados
“ecoprodutos”.As
empresas que desejam manteruma
imagem
irrepreensível,que
trabalham
com
materiais e processos potencialmente perigosos,ou
que estão instaladasem
áreas de risco e regiões
com
índices elevados de poluiçãodevem
adotaruma
postura avançada e criativacom
respeito aos riscos quepodem
enfrentar.Com
apoiono
velho dito“não basta ser honesto,
mas
é necessário parecer honesto”, essas empresasdevem
investirna
promoção
deuma
imagem
correta, adotando atitudes que se antecipem à próprialegislação.
Para
VALLE
(l995:24):-
“algumas iniciativas
bem
aplicadas,permitem
alcançar essaimagem
deempresa
verde e ambientalmente correta, a custoscompensadores. Política de 'portas abertas à
comunidade,
campanhas
de coleta seletiva e reciclagem, apoio aosmoradores
evizinhos para melhoria de suas condições de vida são apenas
algumas das iniciativas que
têm
permitido à diversasempresas
capitalizarem
uma
imagem
positiva junto à sociedade.Cabe
aqui, entretanto,um
alerta: o uso damá
féna
criação deuma
imagem
ambiental indevida e falsa é passível de penalidades legais.”A
rotulagem ambiental,também
designadacomo
selo verde, é outraferramenta importante
no
processo de marketing da empresa.O
objetivo dos selos verdes é possibilitar que os consumidorespossam
escolher produtos que
produzam
menos
impacto sobre omeio
ambiente. É, portanto,um
instrumento de
mercado
quepode
induziruma
melhor
proteção ambiental.Para assegurar o papel de ecologicamente correta, as empresas
devem
cedertambém
às pressões de grupos ambientalistas que são hoje incluídosna
categoriade
Segundo
KINLAW
(l997:l3):“esses
movimentos
ambientalistaspossuem
uma
enorme
epoderosa estrutura muito
bem
estabelecida, cujas múltiplas cabeçassão organizações dirigidas por profissionais brilhantes,
trabalhadores e freqüentemente bem-remunerados.
Forçando
asempresas a trabalharem de
forma
ecologicamente correta,como
aconteceu
com
a maior rede de fast-food,Mc
Donald's,que
mudou
suas embalagens devido à pressões recebidas dessas organizações.”Percebe-se que o sucesso competitivo está relacionado à
imagem,
por issodeve-se dar atenção especial ao marketing
da
empresa, todavia faz-se necessário elaborarorçamentos
que
destinem recursos para este tipo de investimento.Na
maioriada
vezes oresponsável pela elaboração dos planejamentos orçamentários é o contador, por isso ele
deve estar ciente
da
importância de se investirna
imagem
da
empresa.2.3.4
-
Empresas
catarinensespreocupadas
com
a questãoambiental
A
maioria das empresas passaram a agir ambientalmente corretas devido àcrescente exigência
da
legislação,da
fiscalização,da
pressãoda
sociedade. Organizada e incentivada pelosmeios
de comunicação.Mas
muitas empresas jácompreenderam que
ocompromisso
com
omeio
ambiente étambém
uma
segurança a longo prazo para osbons
negócios. Assim,desenvolvem
internamente sistemas de gestão ambientalcom
padrões atémais rigorosos
que
os previstos nasnormas
legais.Esta preocupação
com
o controle ambiental tornou-seum
novo
nicho demercado. Neste sentido
SÔNEGO
JUNIOR
(l999:0l), destaca queem
Florianópolis váriasempresas estão investindo neste “nicho” e
como
exemplificacom
aRZ
- ResíduoZero
S.A.,
uma
pequena empresa
fundadahá
quase três anos. Estaempresa
especializou-seno
desenvolvimento de projetos de minimização e reaproveitamento de resíduos, tanto sólidos
quanto líquidos.
Além
da consultoria, ofereceum
mix
com
quatro soluções prontas, todas estações de tratamento para esgotosem
áreas nas quais as empresas públicas, por questões de custos,não
puderam
atuar. São centraiscom
capacidade para atender populações de160, 320,
640
e mil pessoas. Vários trabalhos são desenvolvidos por essa empresa, pode-secitar
um
estudo desenvolvido para empresas de construção civilque
visa a reutilização dos restos de cimentoque
ficam nas betoneiras.A
Resíduo Zero pretende fechar o anocom
uma
receita deaproximadamente
R$
900
mil, para opróximo
ano ela já está de olhono
mercado do
Paraná e RioGrande do
Sul.Nota-se que o
meio
empresarial está descobrindo novas oportunidades denegócios neste
novo
nicho de mercado,onde
se ajuda a salvar omeio
ambiente e aindaganha-se dinheiro.
Para
SILVESTRINI
(1999:0l):“as grandes empresas
também
estão investindo valores altíssimosem
equipamentos ecom
issoacabam
“segurando” suaimagem
egarantindo mercado.
Um
grandeexemplo
disso foium
investimento feito pela Rigesa (Três Barras)na
compra
deuma
caldeira
com
altura equivalente aum
prédio de 18 andares. Elainvestiu
US$
60 milhões. Este equipamento reduziráem 98%
os resíduos químicos produzidos pelo cozimento da madeira e odiretor
da empresa
garante que onovo
investimento estábasicamente relacionado
com
a proteção ambiental.”As
portasdo mercado
edo
lucro seabrem
cada vez mais para aspequenas
egrandes empresas que
não
poluem,poluem
menos
ou deixam
de poluir.Recentemente,
no
2°Workshop
de ProduçãoMais
Limpa (FIESC
- Federaçãodas Indústrias
do
Estado de Santa Catarina), constatou-se que as empresas catarinensesestão atentas à redução de gastos e aos ganhos institucionais
com
a melhoriada
imagem.
Várias empresas entre elas - Brametal,
Rudolph
Usinados, Aurora, Cravil,Afonso da
SilvaBeneficiamento de Arroz, Conservas Juriti, Nardelli e Dalforo - implantaram processos
para diminuir o desperdício de matéria-prima, a emissão de resíduos poluentes, e o
consumo
de energia elétrica e água.Segundo
KIEF
ER
(1999:0l):“o
Programa
de Produção Limpa/TecnologiaLimpa
foi lançadohá
um
ano pelo Instituto EuvaldoLodi
(IEL), sendo projetado por doisórgãos de desenvolvimento industrial e proteção ambiental
da
Organização das
Nações
Unidas(ONU),
O
Unido
e oUnep.
Outras20
empresas irão aderir ao projeto, pois trata-se deuma
forma
barata das empresas se
adequarem
à proteção ambiental e aindaobterem ganhos financeiros.”
Observa-se que a despreocupação
com
os aspectos ambientaispode
traduzir-seem
aumento
de custos,em
redução de lucros, perda de posiçãono mercado
e, até,em
cessação das atividades.
Meio
ambiente e sua proteção estão tornando-se oportunidadespara abrir
mercados
e prevenir-se contra restrições futuras quanto ao acesso àmercados
Definitivamente a proteção ambiental deixou de ser
uma
função exclusiva deprodução para tornar-se
também
uma
funçãoda
administração.É
neste contextoque
ocontador deve mostrar-se
como
um
profissional preocupadocom
esta questão, sejana
pequena ou na
grande empresa, ele deve buscar informações e resultados concretos paraCAPITULO
III -A
CONTABILIDADE
E
MEIO AMBIENTE
Neste capítulo, aborda-se a questão
do
papeldo
contador eda
contabilidadeno
que concerne a preservaçãodo meio
ambiente.3.1
-
O
contador
e a questãoambiental
HIROSHI
(l998:47) destaca queconforme
pesquisa realizadana
FEA/USP
os entrevistados elegeram as seguintes atribuições ao contador: “apurar impostos, fazerimposto de renda, atender a fiscalização e fazer escrituração,
além
de indicaçõesespontâneas
como:
serviços de cartório e obtenção de vias de documentos.”Pode-se verificar que estas atribuições designadas pelo público
em
geral aos contadores, indicam principalmente que as pessoasnão
conhecem
as verdadeirasatribuições de
um
contador. Muitas dessas atribuições são ligadas principalmente às rotinasde trabalho próprias de escritórios de contabilidade.
Porém,
o escopoda
profissão contábil não se restringe apenas às atribuiçõestradicionais, apesar de serem as dominantes.
O
contadorassume novo
papel, sendoresponsável pelos sistemas de informação da
empresa
e tendo parceriana
tomada
dedecisão.
Segundo
NAKAGAWA
(l993:l3), o contadortem
recebidonovas
atribuições, obtendo o status de controller: “o controller
desempenha
função de controlede maneira muito especial, isto é, ao organizar e reportar dados relevantes, exerce
uma
força
ou
influênciaque
induz os gerentes atomarem
decisões lógicas e consistentescom
amissão e objetivos
da
empresa.”_
Desta forma, o contador adquire
uma
nova
postura, que busca a parceriaprofissão contábil
como
consultora devido sua credibilidade e experiênciaem
uma
variedade de assuntos.A
preocupaçãocom
omeio
ambiente deve estar inclusa nesta variedade deassuntos pois a sociedade
em
geralvem
demostrandouma
maior
atenção a ela.O
contadornão
pode
ficar alheio a esta questão, pois as empresaspassam
a ser avaliadas por suarelação
com
omeio
ambiente e isto envolve a aceitação de seus produtos e serviçosrefletindo ainda.na valorização de suas ações.
- Para
MARTINS
eLUCA
(1994:22), “o contadordeve
acompanhar
ativamente o processo de controle ambiental adotado pela empresa, desde sua
definição
atéos resultados obtidos,
como
em
qualquer outro projeto (novo produto, por exemplo),revelando as informações necessárias para auxiliar o processo de
tomada
de decisãoou
para simplesmente facilitar o julgamento dos mais diversos usuários da contabilidade.”
As
informações das atividades daempresa
relacionadascom
omeio
ambiente a
serem
divulgadas pela contabilidade são,em
geral, referentes à aquisição debens permanentes de proteção ambiental, às despesas de
manutenção ou
correção deefeitos ambientais e às obrigações contraídas
em
proldo meio
ambiente,devendo
serapresentadas segregadamente das demais operações
no
campo
da
atuais demonstrações contábeis.Conforme
FERREIRA
(l996:74),“omeio
ambientetemsido,
já de algtuntempo,
motivo
de constante preocupação por parte de governos e organismos,em
todo omundo.
Efetivamente,da
preservaçãodo meio
ambientedepende
o futurodo
nosso planeta, o futuro de todos nós, de nossos filhos e de nossos netos.E
a contabilidade,sempre na
linha de frente não poderia ficar àmargem
dessas preocupações.”A
sociedadetem
exigido de todos mais consciênciada
responsabilidadeem
relação aos recursos naturaisda
Terra, para assegurar que esses recursos estejamdisponíveis para futuras gerações, grande parte desta responsabilidade recaiu sobre as
empresas e, por conseqüência, sobre os contadores.
Portanto, definir os procedimentos contábeis dos itens de custos e despesas,
dos ativos e passivos ambientais e melhorar
o
nível de divulgação referente aos itensrelacionados ao
meio
ambiente naempresa
são desafios para o contador nessanova
era ecológicano
mundo
dos negócios.3.2
-
Balanço
Social e 0impacto
sobre 0meio ambiente
A
contabilidadecomo
instrumento de informações para atomada
de
decisões, deve desenvolver e incorporar
em
seus conceitos emétodos
formas de registrar emensurar
os eventoseconômicos
relativos aomeio
ambiente. Essa integraçãoda
contabilidadeno
contexto da discussão ambientalvem
ocuparuma
enorme
lacunareferente à
forma
decomunicação
entre os danos causados aomeio
ambiente e as açõespreventivas
ou
corretivas necessárias para evitá-los. Assim,segundo
DE
MULLA
(l99l:29): “o Balanço Social incorporaria as demonstrações de relaçõesdo
trabalho,produtividade, motivação, qualidade
do
serviço edo
produto e, é claro, seu impacto sobreo
meio
ambiente”.Para
KROETZ
(1998:49):“o Balanço Social deve demonstrar, claramente, quais as políticas
praticadas e quais os seus reflexos
no
patrimônio, objetivandoevidenciar a participação delas
no
processo de evolução social.Sem
essa prática, jamaisuma
empresa
poderá apresentar pleno êxitoem
programas de qualidade, pois essa intenção exige quebra de preconceitos, transferência administrativa euma
constante e ininterrupta ligaçãoda
organizaçãocom
seus funcionários,acionistas, fornecedores, sociedade
em
geral, entre outrosinteressados”.
O
Balanço Socialnada
mais édo
queuma
prestação de contas daempresa
à sociedadeem
face de sua responsabilidade paracom
amesma.
No
Brasil, poucasempresas
têm
essa preocupação,algumas
talvez porquedesconhecem
esta demonstração, outrasporque
ignoram
a responsabilidade socialda
entidade.A
questão é de extrema importância, pois existe projeto de leiem
tramitaçãono Congresso
Nacional, o qualtem
como
proposta a obrigatoriedade da divulgação dessademonstração, para empresas
com
mais
decem
empregados.KROETZ
(1998:50), citando o referido projetoem
seu Artigo 3°, dispõeque
o Balanço Social deverá conter informações sobre (evidencia-se o
que
conceme
à questãoambiental
no
seu inciso XII): “investimentosem
meio
ambiente: reflorestamento;conservação
ou
melhoriado meio
ambiente, relacionando,em
cada item, os valores dosrespectivos beneficios Íiscais existentes”.
Cabe
ao profissional de contabilidade elaborar tal demonstração, eque
ela reflita os gastoscom
a questão ambiental exercidos pelas empresasna
elaboraçãode
seus produtos. Contribuindocom
a gestão voltada para a redução da poluição, mediante o tratamento dos efluentes e dos resíduos industriais, auxiliando desta forma,no
processo decontinuidade
da
empresa, pormeio do
desenvolvimento sustentável.Segundo
RIBEIRO
(l992:66), citandoFAGÁ, uma
empresa
holandesachamada
BSO
com
Íiliaisem
quatorze países, inclusive Brasil, e atuandona
área deautomação, publicou
um
Balanço Ambiental relativo ao ano de 1990:“para tanto, desenvolveu
uma
metodologia para quantificar oimpacto ambiental provocado por suas atividades,
em
decorrênciados gases emitidos pelos automóveis utilizados por seus
funcionários,
do
consumo
de eletricidade, de gás natural para aquecimento central e uso de aparelhos de ar condicionadoem
seus escritórios,além
de identificar os custos ambientais relativos àcoleta, incineração e poluição dos papéis utilizados e os custos
de
tratamento de esgotos”.Após
desenvolver este trabalho, aempresa
apurouque
as taxas ambientais por ela recolhida aos governos dos paísesonde
atuasomavam
US$
100 mil,não
sendo suficiente para cobrir os custos de reparação dos danos causados aomeio
ambienteque
eram da
ordem
deUS$
1,2 milhão.Nota-se que a iniciativa é
bem
ousada pois admiteem
público suaresponsabilidade pela degradação do
meio
ambiente,bem
como,
ocompromisso assumido
de investir
em
pesquisas e estudosna
área ambiental.no
valor referente à parcelaque
deixou de recolher aos cofres públicos.
0
3.2.1
-
Ativos ambientaisO
ativos ambientais são todos os bensda empresa
quevisam
a preservação, proteção e recuperação ambiental.RIBEIRO
(l992:90) sugere que tais ativosdevem
ser segregadosem
linha àparte
do
Balanço Patrimonial, para permitir ao usuáriomelhor
avaliação das açõesambientais
da
empresa.Complementa
dizendo, que os ativos ambientaisdevem
ser assim constituídos:“
-
Estoques-
insumosem
almoxarifado necessários àprodução
para eliminar, reduzir, controlar os níveis de emissão de resíduos,
ou
materiais para recuperaçãoou
reparos de ambientes afetados,criando-se
uma
subdivisãono
grupo de Estoquesonde
seriamagredados estes itens, o qual poderia denominar-se de
Almoxarifado de
Insumos
Ambientais, por exemplo.-
Imobilizado-
no
que tange ao Imobilizado, os investimentosrealizados na aquisição de itens que viabilizem a redução de
resíduos poluentes durante o processo de obtenção das receitas e
cuja vida útil se prolongue
além do
términodo
exercício social,ou
seja, asmáquinas
os equipamentos e as instalações cuja funçõesespecíficas
atuem no
processo de contenção e eliminação dosníveis de emissão danosas, deveriam ser destacadas dos demais,
constituindo-se
uma
conta de Imobilizado Técnico Ambiental.-
Diferido-
os investimentosem
pesquisa e desenvolvimento detecnologias
no
longo prazo, visando sanar o referidoproblema
(quando tiverem precisa relação
com
receitas de específicosperíodos futuros), seriam igualmente alocados
em
contasespecíficas
do
Diferido, vistoque
se caracterizamcomo
despesasque contribuirão para a obtenção de receitas
em
períodos futuros'ou
relacionados a estas. Tais sub-contaspoderiam
serdenominadas
como
Diferido Ambiental, por exemplo.Há
de se considerarque
osfundamentos contábeis
somente admitem
o diferido de despesasquando
estaspuderem
ser claramente relacionadascom
receitas futuras de períodos específicos, caso contrário os gastos efetuadosdeverão ser contabilizados
no
resultadodo
próprio exercícioem
curso.” V
Existem ainda, os ativos externos à empresa, ativos estes
que
acontabilidade nao conseguiu definir critérios de
mensmação,
taiscomo
a qualidadedo
ar,dos rios e
do meio
ambiente que cercauma
empresa. Sabe-se apenas que são ativosexternos à empresa,
mas
quepodem
ser afetados diretamente por ela. 3.2.1.1-
Deterioraçãode
ativosAs
empresas não são apenas os agentesda
poluição e degradaçãodo
meio
ambiente
como
tem
sido demonstrado, elaspodem
sertambém
suas vítimasem
virtudeda
redução de seus patrimônios.
RIBEIRO
(l993:79) citandoFINANCIAL
ACCÓUNTING STANDADS
BOARD
~
FASB
(l985:9296), define o ativocomo:
“ prováveis beneficios
econômicos
futuros obtidosou
controladospela
empresa
com
resultado deum
eventoou
transação passada.oscilação
do
valor demercado)
são tradicionalmente alvo de baixana
contabilidade e de observação nas notas explicativas àsdemonstrações contábeis da empresa,
conforme
determinaçõesda
Comissão
de Valores Mobiliários.Contudo quando
essas reduçõestiveram origens
em
causas ambientais, este fato poderia serressaltado, visando a influência
do
meio
ambiente sobre aempresa.” _
Observa-se que os ativos estão sujeitos à ação
do meio
ambiente, pois seusvalores
podem
sofrer alterações porganho ou
perdado
valor. Para os elementosdo
ativoque tenham
diminuição de sua vida útilou
redução de seu valor econômico,em
função dealterações
do meio
ambiente, deveria ser constituída, deforma
segregada,uma
conta deprovisão para registrar sua desvalorizaçao, evidenciando-se nas notas explicativas sua
origem
e natureza.Como
exemplificaMARTINS
eRIBEIRO
(l995:04):“certos ativos de
uma
empresa
considerada potencialmentepoluidora, instalada
em
área residencial, quedeva
transferir-se parauma
área industrial por iniciativa própriaou cedendo
às pressõesda
comunidade
local,ou
aindaem
atendimento a exigências legais, eque não poderá levar consigo todos aqueles ativos
em
função denão serem transferíveis, devido a dimensões,
forma
de construçãoou
instalação,ou
porque os custos de transferência são tão altosque
melhor será adquirir outros. Assim, instalados e operando
na
condição atual,
possuem
valoreconômico
euma
ampla
vida útil;contudo
na
expectativada mudança, da
necessidade de se adquirirsubstitutos, os referidos bens
perdem
seu valor econômico.Essa
perda não ocorre
no
momento
damudança,
mas, a partirdo
instanteem
que os fatos se constatam, jáque
delesnão
se poderá esperar beneficios futuros,dado
queem
brevenão mais
terão utilidade, estes serão desativados e sucateados antes de esgotada suacapacidade produtiva. Este é
um
fato que altera o valordo
patrimônio da
empresa
e que devia ser informado ao públicointeressado.”
A
evidenciaçãoda
provisão para desvalorização faz-se necessária paraque
os usuários interessadospercebam
a influênciado meio
ambiente sobre a empresa,mais
especificamente sobre o valor de seus ativos.3.2.2
-
Passivos ambientaisOs
passivos ambientais referem-se aos riscos de sacrificar beneficios, bens e direitos de naturezaeconômica
em
função de responsabilidade contraída perante terceirospara recuperação e proteção
do meio
ambienteem
decorrência das atividades da empresa.Pode-se dizer, de
forma
simplista, que os passivos ambientais sãocontingências,
ou
seja, algo quepode
ou
não vir a acontecer.Conforme
o Boletim daIOB -
Pasta Temática Contábil e Balanços n°27(l99l:269)
no que
diz respeito a contingências ativas e passivas: “ aquelas significam aspossibilidades de se ganhar ativos, de se receber direitos, dinheiro, bens
ou
outros itensoriginadores de ganhos
ou
receitas.E
estas (passivas) significam as possibilidades de se criar obrigaçõesou
de se perder ativos (bensou
direitos),dando
origens a despesasou
perdas.”As
contingências ativaspodem,
então vir a aumentar o patrimônio líquido e as passivas a diminuir.Os
passivos ambientaisadquirem
as características das contingênciasquando decorrem
segundoMARTINS
eLUCA
(l994:27), das seguintes situações:“
-
iniciativa própriada empresa
partindo de sua consciência deresponsabilidade social e envolvimento
no
processo de execuçaodo
desenvolvimento
econômico
sustentável;-
reivindicações de indenizações por terceiros;-
exigências de legislações ambientais.”Existem passivos ambientais decorrentes
do
desconhecimento dos' efeitosnocivos ao
meio
ambiente e outros decorrentes de imperícia, negligência emá
fé.Para
RIBEIRO
(l993:81), “apesar das dificuldades de identificação equantificação dos custos
na
área ambiental são diversas as técnicas deque
a contabilidade poderia estar se valendo para obterum
valor, aindaque
aproximado
dos custos e passivos ambientais incorridosno
processo de obtenção das receitas.”Entende-se que
quando
os referidos estudos de natureza preventiva,ou
seja, caso seus resultados sejam aplicadosno
futuroem
contrapartida a eventosque
irão ocorrer, as notas explicativas deverão ser utilizadas para daramplo conhecimento
dasresponsabilidades assumidas pela empresa, visto tratar-se de intenções, cujas ações para
sua realização,
além
dos referidos estudos, aindanão foram
empreendidas.3.2.2.1