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UNIDADE I - Histórico e sistemas processuais

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Academic year: 2021

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Unidade I – Direito Processual Penal e suas relações com

outras disciplinas. História do Direito Processual Penal

Noções Gerais

 

“Jus Puniendi”:

Quando  ocorre  uma  infração  penal,  surge  o  “jus  puniendi”,  ou 

seja, o direito de punir exercido pelo Estado.

 

Processo:

O  processo  é  o  meio  que  possibilita  o  exercício  do  direito  de 

punir  do  Estado.  Funciona  ele  como  um  complexo  de  atos 

coordenados visando ao julgamento da pretensão punitiva.

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“Jus Puniendei” abstrato: Significa a norma em si, ou seja, para o  Estado ter o direito de punir tal ato, o mesmo terá que ter definição  em Lei constando que é crime.

Abstrato está no plano intelectual, ( normativo ) o art 121 CP – “matar alguém” Pena = reclusão De 6 a 20 anos   É o direito de punir do Estado de forma abstrata, só sai do plano  abstrato quando o agente prática a conduta ilícita, o meio pelo qual o  Estado se utiliza que damos o nome de Direito Processual ou surge  o direito de punir concreto.

“Jus Puniendi” concreto: É o próprio crime, ou seja, o fato típico e  antijurídico.

Litígio: quando existe o conflito de interesses entre as partes, a do  Estado de punir e do agente de se defender, ou seja, conflito de  interesses qualificado por uma pretensão resistida.

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São três as formas compositivas de resolver a lide, a saber:

A Autodefesa ou Autotutela:  Significa  fazer  justiça  com  as  próprias  mãos,  utilizado  pela  força,  historicamente  na  civilização  mais  antiga,  hoje  é  terminantemente  proibido,  não  se  confunde  com  a  legítima  defesa  que  é  amparada  pelo  direito  e  é  uma  excludente  da  ilicitude,  uma vez que essa é permitida para se defender com moderação e não  para aplicar sanções. Autocomposição: É quando as partes entram em um acordo amigável  para resolver o litígio;  O Processo: É o meio mais racional e eficaz de composição da lide.  Acordo sob um prisma imparcial – juiz aplica a lei ao caso concreto,  quando isso ocorre temos a tutela jurisdicional. Narra-me os fatos que lhe direi o direito...

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Limitação ao direito de punir do Estado Não há pena sem juiz Não há pena sem processo   Relação Processual : Autor / Réu / Juiz O juiz é sujeito imparcial, ele só julga está em posição de  superioridade, as partes são autor e réu e todos estão dentro de uma  relação jurídica.

Conceitos de Processo Penal: É o conjunto de normas e princípios  que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal objetivo, a 

sistematização dos órgãos de jurisdição e respectivos auxiliares, bem  como, da persecução (investigação) criminal, ou seja, é o meio que  conduz a aplicação da pena.

Direito Processual Penal: Direito Processual Penal é o ramo do  direito público que regula a atividade tutelar do Direito Penal. 

(aplicação da pena).  

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Características do Direito Processual Penal  

Autonomia:

É  a  ciência  autônoma  no  campo  da  dogmática  jurídica,  uma  vez  que tem objeto e princípios que lhe são próprios.   Instrumentalidade: O Processo Penal tem como característica ser ele um instrumento  para a realização do Direito Material.   Finalidade: Há duas finalidades presentes: a) mediata: se confunde com a própria finalidade do Direito Penal,  que é a manutenção da paz social, a solução dos conflitos sociais  de catáter penal;

b)  imediata:  efetivação  da  pretensão  punitiva  derivada  de  um  delito, através da utilização da garantia jurisdicional, aplicação da  sanção penal ao caso concreto.

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Outros Ramos do Direito Relacionados com o Direito Processual Penal: a) Direito Constitucional; b) Direito Penal; c) Direito Civil; d) Direito Administrativo; e) Direito Processual Civil; f) Direito Comercial (falências); g) Direito Internacional.

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História do Processo Penal I – Processo Penal na Grécia

Faziam distinção entre os crimes privados e os crimes públicos.

Crimes  privados(atingirem  bens  essencialmente  privados):  ficavam  a  cargo do ofendido;

Crimes  públicos  (atingiram  interesses  sociais):  apurados  com  a  participação  direta  do  cidadão,  e  eram  denunciados  à  Assembléia  do  Povo,  que  indicava  um  cidadão  para  proceder  a  acusação;  Primava  pela oralidade e publicidade dos debates.

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Crimes Públicos: -Crimes contra o próprio Estado - Após a denúncia perante a  Assembléia, ou Senado, era indicado o acusador, e o  Arconte(magistrado) designava e compunha o tribunal popular para o  julgamento. Perante este se manifestava o acusador, apresentando  suas testemunhas, e em seguida a defesa. Os juízes votavam sem  deliberar,e a decisão era tomada pela maioria de votos, sendo  absolvido o acusado em caso de empate.   -Crimes políticos – Após a manifestação do Conselho dos Quinhentos,  reunia-se a Assembléia do Povo, não se concebendo ao acusado  qualquer garantia.   - Outros Tribunais: Areópago: o mais célebre dos tribunais, cuja  competência era o julgamento dos crimes de homicídio premeditado,  incêndio, traição; Tribunal dos Éfetas: tinha competência para julgar os  homicídios não premeditados e os involuntários; Tribunal dos Eliastas:  exercia jurisdição comum.

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II – Processo Penal em Roma   Crimes privados(infrações menos graves) x Crimes públicos(crimes  contra a segurança da cidade   -distinção dos órgãos competentes para julgamento. 

-Processo  Penal  Privado:  o  Estado  era  o  árbitro  para  solucionar  o  litígio  entre  as  partes,  decidindo  de  acordo  com  as  provas  apresentadas.  Com  o  passar  dos  anos,  porém,  o  processo  penal  privado foi abandonado totalmente.

-Processo  Penal  Público:  ao  contrário  do  Processo  Penal  Privado,  ocorreu a evolução

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Monarquia Nenhuma garantia era dada ao acusado . Processo do tipo cognitio  (cognição = conhecimento).  • Figura do juiz concentrador (concentrava em suas mãos todo o poder  jurisdicional). Notitia criminis / inquisitio / pena (punição) • Passaou-se com a “Lex Valeria de Provocatione” ao Provocatio ad  Populum” :  o condenado podia recorrer da condenação para o povo em  comício. Ou seja, antes o que o juiz decidia, estava decidido. No  entanto, começaram a surgir os Tribunais de Apelação (apenas para os  romanos, pois os estrangeiros tinham que aceitar a decisão do juiz sem  direito à réplica), julgada por júri popular. Foi criado devido o poder  concentrado nas mãos do juiz.

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República  Processo do tipo acusatio (acusatório) Figura do acusador distinta do  julgador. Esta acusação, qualquer cidadão romano poderia fazer, com  exceção das mulheres, juízes, menores e pessoas desonradas. Aqui,  não existia mais um poder concentrado nas mãos de só um juiz, no  entanto, também não havia nenhum poder que limitava as atitudes  dos juízes na esfera penal.   

O  processo  é  da  seguinte  forma:  é  feita  a  postulação  (acusação,  ocorrência de um fato criminoso – apresentação das provas de toda a  investigação) por um juiz, um outro (se o fato for julgado crime) faria a  inscrição  (inscriptio),  que  era  inscrito  no  Livro  dos  Crimes  e  desta  forma se tornava um processo, uma inscrição judicial pelo juiz, que já  não podia mais desistir do processo (primeiros resquícios do Princípio  da  Indisponibilidade).  Com  a  inscrição,  o  julgamento  seria  feito  por  jurados  que  eram  cidadãos  romanos  e  em  número  ímpar,  para  que  não  houvesse  empate.  Neste  julgamento,  também  caberia  recurso  através do Tribunal de Apelação.

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Império

Era  um  julgamento  inquisitivo,  com  a  denúncia  a  princípio  (acusação)  que  era  feita  por  um  juiz,  o  qual  faria  também  a  investigação e o julgamento através do Tribunal Judicial (juízes), não  mais  um  júri  popular.  Aqui,  a  confissão  se  não  fosse  de  própria  vontade,  era  sob  tortura.  Aqui  surgiram  as  situações  de  corrupção:  quem  tinha  maior  poder  aquisitivo,  subordinava  o  juiz.  Voltou  a  ser 

cognitio.

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III - Processo Penal Germânico  

Nos crimes particulares, era a autotutela(vingança privada) que  prevalecia (não existia interesse nenhum do Estado).

Nos  crimes públicos,  o  Estado  só  intervinha  se  prejudicasse  o  próprio.

Buscava-se a todo custo uma confissão do réu, ele deveria jurar  inocência em praça pública em nome de Deus que era inocente.  Se  ele  fosse  culpado,  ficava  a  cargo  de  Deus.  Com  este  tipo  de  punição,  os  crimes  foram  aumentando,  então  surgiram  os  meios  de prova de inocência, o réu deveria provar a inocência (ônus da  prova).

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Meio de prova = tudo o que você faz para demonstrar as provas. Meios de provas era de duas formas: Era também de acordo com a gravidade do delito. 1º Juramento – a pessoa em praça pública jurava em nome de Deus  que era inocente e ficava a cargo de Deus. 2º Ordalhas - (juízos de Deus – providência divina), os juízes usavam  dos seguintes meios de provas: •Duelos Judiciais (crimes menos graves)

•Purgações  (crimes  mais  graves,  que  atentavam  contra  a  cidade/cidadão).

Água fria Água quente Ferro quente  

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Leis Processuais Brasileiras   •Ordenações Filipina(1603); (ricos e poderosos gozavam de privilégios,  podendo, com dinheiro, salvarem-se das sanções penais) •Código de Processo Criminal (1832); •Códigos Processuais dos Estados (Constituição de 1891); •Retorno à unidade processual nacional (Constituição de 1934); •Código de Processo Penal (1941) - atualmente em vigor. •Lei de Execução Penal (1984) - passou a regular a matéria.

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Sistemas Processuais   1. Acusatório (1.º fase): Forma conhecida na antiguidade, o processo acusatório dependia da  acusação de alguém para se iniciar e deixava a produção das provas  exclusivamente a cargo das partes.   2. Inquisitório: Tem suas raízes no Direito Romano.

No  processo  inquisitório,  todas  as  funções  (acusação,  defesa  e  julgamento)  passaram  a  ser  exercidas  por  uma  só  pessoa.  Muito  comum  na  Idade  Média,  a  Igreja  praticou  inúmeras  atrocidades  usando-se deste sistema.

 

3. Acusatório (2.º fase): Tem suas raízes da Grécia e em Roma

Como  reação ao sistema  inquisitório,  ressurgiu o sistema acusatório,  mas  agora  de  forma  diferente.  As  funções  passaram  a  ser  desempenhadas por pessoas diferentes.

 

4. Sistema Misto:

Adota  tanto  a  fase  inquisitória,  para  a  apuração  dos  fatos,  como  posteriormente  a  acusatória,  que  garante  maiores  garantias  ao  acusado.

Referências

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