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A captação e a fidelização de doadores de sague no Brasil: uma revisão sistemática.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

A captação e a fidelização de doadores de sangue no Brasil: uma

revisão sistemática

Tâmia Mariza Figueiredo Barreto Freitas

Salvador (Bahia)

Maio, 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

A captação e a fidelização de doadores de sangue no Brasil: uma

revisão sistemática

Tâmia Mariza Figueiredo Barreto Freitas

Professor orientador: Luis Eugênio

Portela Fernandes de Souza

Monografia de Conclusão do Componente curricular MED-B60/2015.2, como pré-requisito obrigatório e parcial para conclusão do curso médico da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, apresentada ao colegiado do Curso de Graduação em Medicina.

Salvador (Bahia)

Maio, 2016

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Monografia: A captação e a fidelização de doadores de sague no Brasil: uma

revisão sistemática, de Tâmia Mariza Figueiredo Barreto Freitas.

Professor orientador: Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza

COMISSÃO REVISORA:

Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza (Presidente, Professor orientador) – Professor do Departamento de Saúde Coletiva I do Instituto de Saúde Coletiva (ISC – UFBA).

Suzy Santana Cavalcante – Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (FMB – UFBA).

Mônica Angelim Gomes de Lima – Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (FMB – UFBA).

Membro Suplente

Erika Santos Aragão – Professora do Departamento de Saúde Coletiva I do Instituto de Saúde Coletiva (ISC – UFBA).

TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO

:

Monografia avaliada pela Comissão Revisora, e julgada apta à apresentação pública no X Seminário Estudantil de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, com posterior homologação do conceito final pela coordenação do Núcleo de Formação Científica e de MED-B60 (Monografia IV). Salvador (Bahia), em _______ de _________ de 2016

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EQUIPE

Tâmia Mariza Figueiredo Barreto Freitas, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e: tamiafreitas@gmail.com

 Professor orientador: Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza, Instituto de Saúde Coletiva/UFBA. Correio-e: luiseugeniosouza@ig.com.br

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

FONTES DE FINANCIAMENTO

1. Recursos próprios.

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“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.”

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Aos que sofrem pela necessidade de transfusões sanguíneas em casos de urgência ou cronicamente e dependem da solidariedade e do espírito altruísta das pessoas para sobreviver

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Agradecimentos

Aos meus amados pais, Tânia e Manoel, pelo amor e incentivo que sempre me encorajaram a lutar pelo que eu acredito. A gratidão é infinita! Aos meus irmãos, Manoela, Léo e Brisa por me ensinarem o valor da partilha Aos meus sobrinhos, Davi e Maya, pela existência que me transborda de felicidade e esperança Aos meus queridos avós, Tavinho e Didi, Zezinho e mãe Marôta, por me mostrarem o amor e respeito pela vida Aos meus tios, primos e amigos pelos encontros que me enchem de energia. Especialmente agradeço aos queridos Vitor e Tiago Basílio por estarem sempre disponíveis em me ajudar “tecnologicamente” sempre que precisei durante a confecção deste estudo. Jamais esqueceria! Aos pesquisadores TECLIM - UFBA pela experiência e orientação nos estudos sobre aspectos relacionados à hemorrede que me motivaram na idealização desta pesquisa Ao meu orientador, profº Luís Eugênio por acolher meu convite, pela parceria e por estar sempre disponível às minhas angústias de aprendiz Às professoras Suzy Cavalcante, Mônica Lima e Érika Aragão por comporem a comissão revisora desta pesquisa, pelas críticas e sugestões e por colaborarem com a qualidade da mesma Aos amigos “famebianos” que entraram em minha vida e tanto me acrescentarem em cada dia de convivência Aos que compreenderam a minha ausência como importante para minha construção enquanto futura profissional da saúde em busca de transformar algo na sociedade Finalmente, agradeço ao leitor pelo privilégio de sua apreciação!

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SUMÁRIO

RESUMO 1. INTRODUÇAO 04 2. OBJETIVO 10 3. JUSTIFICATIVA 11 4. METODOLOGIA 12 5. RESULTADOS 23 6. DISCUSSÃO 37 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 45 SUMMARY 47 REFERÊNCIAS ANEXO 1

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ÍNDICE DE QUADROS, FLUXOGRAMAS E TABELAS

QUADROS

QUADRO 1 - Referências dos artigos resultantes da busca BVS em inglês 13 QUADRO 2 – Referências dos artigos resultantes da busca Pubmed em inglês 16 QUADRO 3 – Referências dos artigos resultantes da busca BVS em espanhol 18 QUADRO 4 – Referências dos artigos resultantes da busca BVS em português 19

FLUXOGRAMAS

FLUXOGRAMA 1 - Busca feita na BVS com os unitermos em inglês e sua seleção parcial

12 FLUXOGRAMA 2 - Busca feita na PubMed com os unitermos em inglês e sua seleção parcial

15 FLUXOGRAMA 3 – Busca feita na BVS com os unitermos em espanhol e sua seleção parcial

17 FLUXOGRAMA 4 – Busca feita na BVS com os unitermos em espanhol e sua seleção parcial

19

TABELAS

TABELA 1 – Caracterização geral dos estudos 22

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RESUMO

A CAPTAÇÃO E A FIDELIZAÇÃO DE DOADORES DE SANGUE NO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. O Brasil apresenta um déficit de doadores de sangue de acordo com o parâmetro definido pela OMS, sendo urgente a necessidade de fortalecer as estratégias de captação e fidelização de doadores. Nessa perspectiva, este estudo tem dupla importância: teórica, através da sistematização de conhecimentos, e prática, podendo vir a apoiar os serviços de hemoterapia na otimização das estratégias para captar e fidelizar doadores. OBJETIVO: identificar e descrever as estratégias para captação e fidelização de doadores de sangue referidas em estudos científicos, nacionais e internacionais. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão sistemática de trabalhos localizados na BVS e PubMed. Foram considerados artigos originais publicados entre 2010 e 2014, em inglês, espanhol ou português, encontrados a partir dos descritores nestes idiomas, respectivamente. Realizada a busca pelos descritores e filtros, e depois com base nos títulos e resumos. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra. RESULTADOS: foram rastreados 32 artigos dos quais 28 apresentaram estratégias de captação ou fidelização de doadores de sangue. Os outros quatro, contudo, foram também úteis à discussão da temática. A estratégia de captação e fidelização de doadores mais mencionada foi “estimular o altruísmo, a solidariedade, o senso de dever moral e a auto-confiança”, citada em 14 artigos. A segunda, citada em treze artigos, foi “conhecer perfil do doador para desenvolver estratégias direcionadas/desenvolver estratégias conforme crenças locais” e a terceira, “desmistificar risco, medo e quebrar preconceitos”, mencionada em onze artigos. DISCUSSÃO: constatou-se a partir da análise dos estudos revisados que as estratégias de captação e fidelização de doadores identificadas atuam além do recrutamento direto de doadores. Elas objetivam não só estimular o altruísmo e a solidariedade, desmistificar riscos e medos, conhecer o perfil dos doadores e proporcionar uma boa experiência para os doadores, mas também propõem reorganização dos serviços de coleta e apresentam formas de operacionalizar essas ações na prática. CONSIDERAÇÕES FINAIS: estudos demonstraram estratégias de captação e fidelização de doadores eficientes para tal finalidade, embora a coleta de sangue ainda não supra a necessidade atual. Neste contexto, além das estratégias utilizadas há outros fatores, históricos, culturais e de ordem normativa, que também precisam ser revistos na perspectiva de melhor atender essa demanda social. Estudos nessa dimensão merecem maiores incentivos.

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1.

INTRODUÇÃO

O Brasil tem um significativo déficit de doadores se considerarmos seu contingente populacional. O padrão para atender as demandas nacionais, no que se refere aos serviços de hemoterapia, seria que pelo menos 3 a 5% de pessoas doassem sangue, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, apenas 1,9% da população efetiva esse ato em nosso país a cada ano1.

A legislação brasileira que rege os serviços de hemoterapia prevê uma série de diretrizes e estratégias para a promoção da doação de sangue que, de acordo com a lei, deve ser necessariamente voluntária e não remunerada. Embora já prevista na Lei Federal nº 1.075 de 19502, essa conduta só se efetivou na prática a partir de 1º de maio de 1980 quando o sangue passou a ser visto como bem de responsabilidade social. Vale registrar que essa nova visão é fruto, em parte, da união de forças entre a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, a Associação Paulista de Propaganda e a Associação Brasileira de Relações Públicas, em prol do reconhecimento da hemoterapia como especialidade médica e da adaptação dos hospitais3. Contudo, deve-se também, e principalmente, ao acolhimento da população sensibilizada pela emergência da epidemia da AIDS e suas consequências, dessa nova concepção de doação sanguínea como “ato de solidariedade”. Nesse sentido, foi pela pressão popular4,5 que se evoluiu na legislação hemoterápica do Brasil no que se refere à regulamentação técnica dos procedimentos. Nesse particular, há que se destacar que o advento da AIDS sobre os serviços de hemoterapia demonstrou a fragilidade do sistema de saúde nesse país, como o “caso de Betinho” que tomou notoriedade pública.

A portaria nº 2.712 de 20136, em vigor, que redefine o regulamento técnico de procedimentos em hemoterapia, em seu parágrafo 2º, afirma que “A manutenção de toda a cadeia produtiva do sangue depende dos valores voluntários e altruístas da sociedade para o ato da doação...”. É também previsto na Seção II – da doação de Sangue – Art. 30 dessa mesma portaria que “A doação de sangue deve ser voluntária, anônima e altruísta, não devendo o doador, de forma direta ou indireta, receber qualquer remuneração ou benefício em virtude de sua realização”6. Com mais força institucional, a Lei nº 10.205 de 20017 define também a atitude de doação como ato exclusivo de solidariedade, afirmando que a Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados rege-se pela promoção de tal atitude. Dessa forma, o inciso II do Art. 14 afirma que é obrigatória a “(...) utilização exclusiva da

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doação voluntária e não remunerada do sangue, e que cabe ao poder público estimulá-la como ato relevante de solidariedade humana e compromisso social”. O inciso III reforça a “proibição de remuneração ao doador pela doação de sangue”; e o inciso IV reafirma a “proibição da comercialização da coleta”7. Percebe-se, portanto, que no processo da construção da Política Nacional de Sangue (PNS), a doação nesses moldes, baseada na solidariedade e no altruísmo, foi sendo incorporada gradualmente, inclusive de forma repetitiva, por vários dispositivos regulamentares que frisam o valor humanista dessa prática, desvinculando-o de gratificação financeira como estratégia de conquista e fidelização de doadores.

Junto a essa decisão historicamente marcada pela pressão social, maiores desafios foram impostos aos serviços de hemoterapia no sentido de atrair e manter bons doadores sanguíneos, sem o respaldo de uma bonificação enquanto recompensa. Sabendo ser um ato que depende quase que exclusivamente da solidariedade humana e do sentimento de dever social, o que vem sendo praticado para a ampliação do quadro de doadores em nosso país? Quais as estratégias utilizadas para ampliar a adesão de doadores aos serviços de hemoterapia? Essas estratégias são adequadas ao perfil sócio-demográfico da população brasileira? Esses são os questionamentos que esse estudo busca responder através da exploração sistemática de publicações que versam sobre a captação e a fidelização de doadores.

Nessa perspectiva, faz-se relevante destacar o público alvo ao qual essas estratégias devem se voltar particularmente, em busca de resultados mais efetivos. Sabendo da importância dessa consonância entre as estratégias de captação e as características dos potenciais doadores, é necessário conhecer o perfil do doador brasileiro. Estudos divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trazem dados que permitem conhecer o doador nas diferentes regiões do Brasil8. Para traçar o perfil do doador brasileiro, são levadas em conta as seguintes informações, separadamente para cada uma das regiões do país: sexo, faixa etária, estado civil, etnia e escolaridade, sendo descritos os percentuais de cada item agrupado (ANEXO I). Em suma, em todas as regiões, os doadores são em sua maioria do sexo masculino, sendo que na região Centro-Oeste há maior disparidade entre doadores homens (76%) e mulheres (24%). A faixa etária, o estado civil e a escolaridade de maior parte coincidiram nas diferentes regiões, sendo, respectivamente, de 30 a 39 anos, solteiros e pessoas com ensino médio completo. Por fim, a etnia foi o item que mais variou: entre os doadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a maioria se declarou parda, em especial no

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Norte, com 73,76% do total de doadores. As regiões Sul e Sudeste apresentaram, quanto à etnia, uma prevalência de doadores autodeclarados brancos, tendo o Sul 74,36% e o Sudeste 54,28% de brancos8.

Com base nesse perfil dos doadores de sangue, o intuito desse estudo é identificar as principais estratégias utilizadas, nacional e internacionalmente, para a captação e a fidelização de doadores e discutir sua adequação ao perfil sócio-demográfico dos brasileiros. É essencial discutir essa congruência, distinguindo aqueles que se tornam doadores rotineiros, com a pretensão de direcionar melhor tais ações sobre doadores de primeira vez, e especialmente sobre pessoas potencialmente doadoras, mas que resistem ao ato da doação por quaisquer que sejam os motivos, exceto religiosos: como medo, inacessibilidade ou desinteresse, por exemplo.

Esta pesquisa se justifica, do ponto de vista científico, pois sistematiza o conhecimento existente, e, do ponto de vista prático, pois pode vir a apoiar os serviços de hemoterapia na otimização das estratégias para captar e fidelizar doadores, sujeitos essenciais que viabilizam a efetivação do ato transfusional.

Considerando a importância não apenas do quantitativo, mas, sobretudo, da qualidade do doador, a presente pesquisa buscou descrever a situação atual da captação de doadores e os mecanismos utilizados para a sua fidelização, mapeando, nessa dimensão, os pontos de sucesso e insucesso que interferem no abastecimento de sangue em nosso país. A partir do levantamento sistemático de informações a respeito dessas estratégias dos hemocentros nacionais e internacionais, poder-se-á sugerir práticas de aperfeiçoamento, objetivando ampliar o número de doadores fixos, ao mesmo passo que os pontos negativos poderão ser evitados. A possibilidade de reforçar ou trazer novas técnicas na tentativa de conquistar mais doadores é fundamental na busca de um serviço autossuficiente e independente em sangue e hemoderivados, prezando sempre pela qualidade da prestação desse serviço e do “produto” em questão.

Cabe ainda ressaltar que não há falta de pessoas aptas a doar, há muitas em potencial, o que tem faltado é motivação e interesse pelo ato, seja por medo, pela cultura de mitos ou por falta de consciência sobre a sua importância. Nesse contexto, a doação de sangue, como ato solidário e altruísta necessário à manutenção da vida de tantos que precisam, constitui um desafio para cada um dos cidadãos, mas, sobretudo para os profissionais dos serviços de hemoterapia que precisam elaborar maneiras eficazes para maior

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atração de doadores. O sentimento pessoal de corresponsabilidade na garantia de sangue deve ser desenvolvido por cada um, contextualizando-o com o comprometimento com a saúde coletiva que cada sujeito deve cultivar em si.

Não há outro meio de suprir as necessidades de transfusão sanguínea da sociedade se não pelo espírito solidário daqueles que se propõem e têm possibilidade de doar. Fomentar estudos na área, como esse, é uma parte do muito que ainda precisa e pode ser feito, inclusive sendo esse um dos princípios da Política Nacional de Promoção da Doação Voluntária de Sangue proposta pelo Grupo de Assessoramento Técnico em Captação de Doadores, do Ministério da Saúde, desde 2012: o investimento em pesquisa8.

Breve reflexão sobre a doação de sangue no Brasil

Fazendo uma análise do percentual de doadores de sangue na população brasileira atualmente, é possível levantar hipóteses, baseadas em fatos históricos que podem justificar carência ainda marcante neste território. A questão cultural de doação sanguínea no Brasil se deu de forma diferente de outros países que sediaram guerras ou são alvo de atentados e catástrofes em larga escala, por exemplo. De alguma forma, esses fatores podem ter contribuído para o recrutamento mais bem sucedido de potenciais doadores e despertado o ímpeto da doação através da conscientização e da necessidade do apoio coletivo, tendo sido perpetuado de geração em geração nos EUA e em países da Europa, embora esses lugares também apresentem necessidade de mais doações.

É possível perceber que no Brasil a história influenciou no sentido contrário, talvez desmotivando potenciais e futuros doadores. Além do fato da doação já ter sido remunerada e, por isso feita se pensando no benefício próprio (talvez dificultando a aceitação da vigente política baseada na solidariedade).

Outro fator que também pode interferir até hoje na captação de doadores foi o número de pessoas que acabou sendo contaminado pelo HIV e Hepatites. Isso ocorreu num período em que as transfusões sanguíneas eram feitas com baixa qualidade técnica e a sorologia era restrita e precária. Se, por um lado, a possibilidade de transmissão de doenças pode estar afastando doadores, por outro, foi a partir do conhecimento dessa possibilidade que as discussões sobre doação em nosso país tomaram proporção mais ampla e começaram a ser

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vistas com maior atenção, inclusive levando à implantação da Política Nacional de Sangue no final da década de 80.

Sobre remuneração em troca doação sanguínea, a Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e da Dignidade do Ser Humano de 1997, adotada pelas Nações Unidas, é explícita em proibir qualquer ganho financeiro com a comercialização do corpo humano ou das suas partes. Há um esforço para prevenir o comércio do sangue e a exploração de doadores, devendo o sistema nacional de sangue adotar princípios éticos para basear a sua prática38 embora ainda persista essa remuneração em alguns países como a Índia. Neste país o direito à igualdade de oportunidades de acesso aos produtos de sangue é restrito e apresenta um funcionamento pouco regularizado perante o chamado mercado “vermelho” ou mercado negro de sangue41. A escassez crônica dos estoques de sangue na Índia reflete problemas que vão além da falta de estrutura do sistema de saúde do país e do tabu acerca da doação e transfusão de sangue, ela remete à extrema pobreza local que obriga parte da população sustentar um mercado ilegal de sangue em troca de alguma recompensa41.

Percebe-se, portanto, o poder da política de sangue tem para mobilizar a sociedade, positiva ou negativamente, e o valor que deve ser dado à normatização de uma doação sanguínea voluntária e não remunerada inclusive para garantir a qualidade do sangue que é transfundido pelo serviço que segue nesses moldes, como foi percebido em nosso país com a adoção dessa perspectiva.

É possível perceber que os assuntos relacionados à doação de sangue ainda estão imbuídos de crenças e mitos que não coadunam com os parâmetros científicos. Segundo Reginato e Andrade (2005)42 a partir do advento da AIDS é que se deu início a um processo de conscientização para promover a desmistificação das crenças de que: doar sangue não engorda, nem emagrece; não engrossa nem afina o sangue, não torna mandatório doar pelo resto da vida se o sujeito doa a primeira vez, e não se transmite doenças com os cuidados adotados atualmente, argumentos esses que parte da população ainda usa como justificativa para não efetivar o ato42. Certamente, esses aspectos constituem um desafio para os serviços de hemoterapia em relação ao desenvolvimento de estratégias para captação e fidelização de doadores.

Um acontecimento importante e que conta a favor do desenvolvimento de estratégias para captar mais doadores foi a criação, em 1998, do Programa Nacional de

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Doação Voluntária de Sangue. Por meio dele “pretende-se envolver a sociedade brasileira, levando-a a participar ativamente do processo da doação de sangue de forma consciente e responsável, através de ações educativas e de mobilização social, visando a garantia da quantidade adequada à demanda do país e a melhoria da qualidade do sangue, componentes e derivados”43. De acordo com o Manual de Orientações para Promoção da Doação Voluntária de Sangue

A tarefa de captar doadores de sangue na realidade brasileira não é algo fácil, simples, estático. Requer técnicas que venham proporcionar conhecimento, entendimento dos aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos que envolvem e influenciam a doação espontânea de sangue e como esta poderá ser concebida como uma questão de participação, compromisso e responsabilidade social (BRASIL, 2015)9.

Dessa maneira, é preciso considerar os aspectos históricos que marcam a realidade da hemoterapia no Brasil para promover medidas de captação de doadores. Percebe-se que há fatores que influenciam negativamente este processo e que podem, de certa forma, justificar a escassez de doadores frente à demanda crescente de sangue. Por outro lado, deve-se também reconhecer as conquistas e avanços neste âmbito, como a elaboração de um Manual de orientações da promoção voluntária de sangue e, recentemente, também a inclusão do NAT (teste de ácido nucléico) dentre os exames obrigatórios que precedem a transfusão. Esses acontecimentos somam a favor da maior qualidade de nossos serviços e representam o esforço para incremento de uma política baseada no altruísmo e solidariedade, lançando mão da tecnologia na garantia de maior seguridade das partes.

(18)

2.

OBJETIVO

Identificar e descrever as estratégias para captação e fidelização de doadores de sangue referidas em estudos científicos, nacionais e internacionais.

(19)

3.

JUSTIFICATIVA

Com o intuito de apresentar um panorama das estratégias de captação e da fidelização de doadores de sangue no Brasil, discutindo sua adequação ao perfil sócio-demográfico brasileiro, a presente revisão se justifica pela sua contribuição à sistematização do conhecimento existente e pelo fato de seus resultados poderem vir a apoiar a implementação da Política Nacional de Promoção da Doação Voluntária de Sangue. Pode vir a ser útil para a fundamentação e o planejamento de novas estratégias e para o fortalecimento das que já estão em vigor, voltadas para cada público específico.

(20)

4.

METODOLOGIA

A fim de sistematizar o conhecimento referente à situação atual no que diz respeito às estratégias de captação e fidelização de doadores, esta revisão foi realizada com base em artigos originais indexados em bancos de publicações científicas. Foram também consultados cadernos informativos e guias de captação de doadores editados pelas Coordenadorias Gerais de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde (CGSH - MS) no Brasil, para registrar o perfil do doador brasileiro de sangue para os quais essas estratégias devem estar voltadas.

4.1 Estratégias de busca, seleção e análise de artigos científicos das bases de

documentos da Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed

Os artigos científicos acessados livremente através do Portal de Periódicos da CAPES foram rastreados nos sítios eletrônicos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e do PubMed.

A BVS agrupa a literatura científica e técnica relacionada às Ciências da Saúde em Geral, constantes nos engenhos de busca LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane e SciELO. O PubMed, por sua vez, reúne mais de 17 milhões de artigos nas áreas de Biomedicina e Saúde, Ciências Naturais, Ciências do Comportamento, Química e Bioengenharia, publicados em aproximadamente 5.400 periódicos disponíveis nos Estados Unidos e em mais de 80 países. A maioria dos registros do PubMed, cerca de 90%, é proveniente de fontes na língua inglesa, e por isso a estratégia de busca nesse campo foi feita através de unitermos em inglês, enquanto que na BVS foi feita em inglês, espanhol e português, também com filtro de idioma correspondente ao dos unitermos registrados, descritos adiante.

Na BVS, como no PubMed, as estratégias de busca foram precedidas da definição dos descritores, adotando-se aqueles disponíveis em seu sítio, sendo eles em inglês, espanhol

http://bvsalud.org/

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e português, respectivamente: “Blood Donors”/ “Donantes de Sangre”/ “Doadores de Sangue”. As buscas avançaram considerando os seguintes descritores na mesma ordem de idiomas: “Strategies”/ “Estrategias”/ “Estratégias”. Foram considerados artigos de todas as bases associadas à BVS, não havendo exclusão nesse quesito.

É importante registrar a definição dos descritores disponíveis na BVS. Dessa forma, por “Doadores de Sangue” entendem-se indivíduos que fornecem sangue ou componentes do sangue para transferência para receptores histocompatíveis e por “Estratégias”, amplas linhas de ação requeridas em todos os setores para colocar em execução a política de saúde. No PubMed, os descritores utilizados foram exatamente os mesmos adotados na busca na BVS, sendo as definições em ambos os sítios semanticamente equivalentes.

Tanto na BVS, quanto no PubMed, foram feitas buscas com os termos em cada idioma separadamente e com filtros de tempo, sendo incluídos os documentos publicados no período de 2010 à 2014. Quanto à natureza das pesquisas, foram considerados apenas os artigos originais (outras revisões de literatura foram usadas para apoiar a discussão dos resultados encontrados).

A busca foi refinada quanto à categoria da população estudada em cada artigo (considerou-se estudos em humanos apenas), “assuntos principais” e ao “assunto da revista”, não dando preferência a nenhuma revista específica, apenas discriminando pelos assuntos. Foram considerados apenas os artigos que estivessem disponíveis na íntegra, utilizando-se o código VPN-UFBA.

A primeira triagem dos artigos foi feita considerando-se a leitura do título, dos objetivos e/ou dos resumos, a fim de se refinar a busca e eliminar aqueles que não se relacionassem com o objetivo em questão e com a proposta dessa revisão. Dessa maneira, foram excluídos os estudos feitos com outros animais que não humanos, os artigos fora do período estabelecido ou que não se associavam com a expectativa do estudo a partir da leitura do título, objetivos ou resumo, ou que os assuntos principais da revista não apresentassem associação com este estudo.

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Busca com os termos em inglês (BVS e PubMed)

Os seguintes filtros foram usados na base de artigos da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): “Blood Donors” -> “Strategies” -> filtro de idioma (inglês) -> humanos -> período de publicação 2010/2014 -> assunto da revista. Inicialmente, apenas com o unitermo “Blood donors”, foram encontrados 55.977 artigos. Com o avançar da busca através do termo “Strategies” restaram 1.041 artigos. Passando pelo filtro do idioma restaram 917, dos quais 792 são pesquisas realizadas com humanos e 243 foram publicadas entre 2010 e 2014. Desses 243, 98 foram selecionados por estarem dentro dos seguintes assuntos principais “Doadores de Sangue”, “Transfusão de Sangue” e “Seleção do doador”, dos quais 92 estavam disponíveis na íntegra e 64 tinham como assunto da revista “Hematologia”, “Saúde Pública” e “Ciências Sociais”, sendo as outras consideradas desconexas com o tema focado neste estudo. Esses 64 artigos restantes tiveram seus títulos, objetivos ou resumos lidos, para, a partir, daí serem separados 27 relacionados mais diretamente com o objetivo dessa pesquisa (ou seja, foram retirados artigos que tratavam, por exemplo, das questões laboratoriais que envolvem transfusão, o estudo e testes microscópicos de sorologia e etc), os quais foram utilizados para esta revisão, e, portanto, lidos na íntegra. Um desses 27 artigos tratava-se de uma revisão de literatura e foi excluído do grupo utilizado para o levantamento de estratégias incorporadas neste estudo, restando, portanto 26 artigos a partir dessa busca, conforme fluxograma abaixo.

Fluxograma 1 - Busca feita na BVS com os unitermos em inglês e sua seleção parcial

“blood donors” 55.977 publicações “Strategies” 1.041 publicações Idioma inglês 917 publicações Pesquisa realizadas com humanos

792 publicações Assuntos principais

98 Publicações 92 na íntegra

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Abaixo, no QUADRO 1, estão enumeradas as referências dos 26 artigos incluídos nessa pesquisa a partir dessa busca em ordem alfabética.

QUADRO 1

Fluxograma 1 [Continuação] Assunto da revista

64 publicações, lidos título, objetivo e/ou resumo dos artigos

1.AMOYAL, NR; ROBBINS, ML; PAIVA, AL; BURDITT, C; KESSLER, D; SHAZ,BH. Measuring the processes of change for increasing blood donation in black adults.

Transfusion; 53(6): 1280-90, 2013 Jun. *

2.BRUHN, R; LELIE, N; CUSTER, B; BUSCH, M; KLEINMAN, S. Prevalence of human immunodeficiency virus RNA and antibody in first-time, lapsed, and repeat blood donations across five international regions and relative efficacy of alternative screening scenarios. Transfusion; 53(10 Pt 2): 2399-412, 2013 Oct. */**

3.CIMAROLI, K; PÁEZ, A; NEWBOLD, KB; HEDDLE, NM. Individual and contextual determinants of blood donation frequency with a focus on clinic accessibility: a case study of Toronto, Canada. Health Place; 18(2): 424-33, 2012 Mar. *

4.DE ALMEIDA-NETO, C; MENDRONE-JUNIOR, A; CUSTER, B; ET AL. Inter-Donation Intervals and Patterns of Return among Blood Donors in Brazil. Transfusion, 2012.

5.DHINGRA, N. International challenges of self-sufficiency in blood products. Transfus

Clin Biol; 20(2): 148-52, 2013 May. **

6.FRANCE, CR; FRANCE, JL; KOWALSKY, JM; CORNETT, TL. Education in donation coping strategies encourages individuals to give blood: further evaluation of a donor recruitment brochure. Transfusion; 50(1): 85-91, 2010 Jan. *

7.FRANCE, CR; FRANCE, JL; WISSEL, ME; KOWALSKY, JM; BOLINGER, EM; HUCKINS, JL. Enhancing blood donation intentions using multimedia donor education materials. Transfusion; 51(8): 1796-801, 2011 Aug. *

8.FRANCE, CR; FRANCE, JL; KOWALSKY, JM; COPLEY, DM; LEWIS, KN; ELLIS, GD; MCGLONE, ST; SINCLAIR, KS. A Web-based approach to blood donor preparation. Transfusion; 53(2): 328-36, 2013 Feb. *

9.FRANCE, CR; FRANCE, JL; WISSEL, ME; DITTO, B; DICKERT, T; HIMA,WAN LK. Donor anxiety, needle pain, and syncopal reactions combine to determine retention: a path analysis of two-year donor return data. Transfusion; 53(9): 1992-2000, 2013 Sep. *

[Continua]

26 artigos

que não tratavam da captação ou fidelização de doadores ou que eram

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Quadro 1 [continuação]

10.GODIN, G; GERMAIN, M. Predicting first lifetime plasma donation among whole blood donors. Transfusion; 53 Suppl 5: 157S-61S, 2013 Dec. *

11.GREINACHER, A; FENDRICH, K; BRZENSKA, R; KIEFEL, V; HOFFMANN, W. Implications of demographics on future blood supply: a population-based cross-sectional study. Transfusion; 51(4): 702-9, 2011 Apr. *

12.GUO, N; WANG, J; NESS, P; ET AL., FOR THE NHLBI RETROVIRUS

EPIDEMIOLOGY DONOR STUDY-II (REDS-II), INTERNATIONAL COMPONENT. Analysis of Chinese Donors’ Return Behavior. Transfusion, 2011.

13.GUO, N; WANG, J; NESS, P; YAO, F; BI, X; LI, J; YUN, Z; GUO, X; HUANG, Y; DONG, X; TIEMUER, MH; HE, W; MA, H; HUANG, M; LIU, J; WRIGHT, DJ; NELSON, K; SHAN, H. First-time donors responding to a national disaster may be an untapped resource for the blood centre. Vox Sang; 102(4): 338-44, 2012 May.

14.GUO, N; WANG, J; YU, Q; YANG, T; DONG, X; WEN, G; TIEMUER, MH; LI, J; HE, W; LV, Y; MA, H; WEN, X; HUANG, M; NESS, P; LIU, J; WRIGHT, DJ; NELSON, K; SHAN, H. Long-term return behavior of Chinese whole blood donors. Transfusion; 53(9): 1985-91, 2013 Sep.*

15.LOURENCON, ADRIANA DE FÁTIMA; ALMEIDA, RODRIGO GUIMARÃES DOS SANTOS; FERREIRA, ORANICE AND MARTINEZ, EDSON ZANGIACOMI.

Evaluation of the return rate of volunteer blood donors. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. 2011, vol.33, n.3, pp. 190-194.

16.MUMTAZ, Z; BOWEN, S; MUMTAZ, R. Meanings of blood, bleeding and blood donations in Pakistan: implications for national vs global safe blood supply policies.

Health Policy and Planning, 2012.

17.POLONSKY, MJ; BRIJNATH, B; RENZAHO, AM. "They don't want our blood": social inclusion and blood donation among African migrants in Australia. Soc Sci Med; 73(2): 336-42, 2011 Jul. *

18.POLONSKY, MJ; RENZAHO, AM; FERDOUS, AS; MCQUILTEN, Z. African

ulturally and linguistically diverse communities' blood donation intentions in Australia: integrating knowledge into the theory of planned behavior. Transfusion; 53(7): 1475-86, 2013 Jul. *

19.SMITH, A; MATTHEWS, R; FIDDLER, J. Recruitment and retention of blood donors in four Canadian cities: an analysis of the role of community and social networks.

Transfusion; 53 Suppl 5: 180S-4S, 2013 Dec. *

20.TAYOU, CT; KOUAO, MD; TOURÉ, H; ET AL. Transfusion safety in francophone African countries: an analysis of strategies for the medical selection of blood donors.

Transfusion, 2012.

21.TAZI-MOKHA, A; SOULAYMANI, A; MOKHTARI, A; ALAMI, R. Blood donation in Morocco: a 20-year retrospective study of blood collection in the Rabat blood centre.

Transfus Med; 22(3): 173-80, 2012 Jun. *

22.TSUNO, NH; NAGURA, Y; KAWABATA, M; MATSUHASHI, M; SONE, S; IKEDA, T; OKOCHI, N; TAKAHASHI, K. The current status of autologous blood transfusion in Japan--the importance of pre-deposit autologous blood donation program and the needs to achieve patient blood management. Transfus Apher Sci; 49(3): 673-80, 2013 Dec.* /**

23.VELDHUIZEN, I; VAN DONGEN, A. Motivational differences between whole blood and plasma donors already exist before their first donation experience. Transfusion; 53(8): 1678-86, 2013 Aug. *

(25)

*Artigos não gratuitos/ ** artigos que não citaram estratégias de captação de doadores

Na busca no PubMed em inglês, por sua vez, os artigos foram encontrados seguindo o seguinte filtro em seu banco de artigos: “Blood Donors” [Mesh] -> AND “Strategies” -> filtro de idioma (inglês) -> humanos -> período de publicação 2010/2014 -> Assunto da revista. Seguindo essa sistemática de busca, inicialmente foram encontrados 17.204 artigos, com o avançar da busca através do termo “Strategies” restaram 380 artigos. Passando pelo filtro do idioma (inglês) restaram 347, dos quais 339 foram pesquisas realizadas com humanos, 133 publicados entre 2010 e 2014. Desses 133, 23 foram triados por estarem dentro dos seguintes Subjects “Complementary Medicine”, “Bioethics” e “History of

Medicine” dos quais sete estavam disponíveis na íntegra. Esses sete artigos restantes tiveram

seus títulos, objetivos ou resumos lidos, para, a partir, daí serem separados quatro com base na temática abordada apresentando compatibilidade com o objetivo dessa pesquisa, os quais foram lidos na íntegra e utilizados para esta revisão.

Fluxograma 2 Busca feita na PubMed com os unitermos em inglês e sua seleção parcial

Quadro 1 [continuação]

24.VELDHUIZEN, I; FERGUSON, E; DE KORT, W; DONDERS, R; ATSMA, F. Exploring the dynamics of the theory of planned behavior in the context of blood donation: does donation experience make a difference? Transfusion; 51(11): 2425-37, 2011 Nov. *

25.WHO EXPERT GROUP. Expert Consensus Statement on achieving self-sufficiency in safe blood and blood products, based on voluntary non-remunerated blood donation (VNRBD). Vox Sang; 103(4): 337-42, 2012 Nov **

26.YU, C; HOLROYD, E; CHENG, Y; FAI LAU, JT. Institutional incentives for altruism: gifting blood in China. BMC Public Health, 2013.

“Blood Donors”

17.204 publicações “Estrategias”

380 publicações [Continua]

(26)

Abaixo, no QUADRO 2, encontram-se enumeradas as referências dos quatro artigos encontrados a partir desta busca, em ordem alfabética. A enumeração é uma continuação do quadro 1, ou seja, inicia-se por “27” e não foram enumerados na sequência aqueles que já foram contabilizados na relação anterior e portanto já pertencentes ao grupo de artigos selecionados.

QUADRO 2

27.EVANS, R; FERGUSON, E. Defining and measuring blood donor altruism: a theoretical approach frombiology, economicsandpsychology. Vox Sanguinis,

2014;106(2):118-126. doi:10.1111/vox.12080.

12.GUO, N; WANG, J; NESS, P; ET AL., for the NHLBI Retrovirus Epidemiology Donor Study-II (REDS-II), International Component. Analysis of Chinese Donors’ Return Behavior. Transfusion, 2011;51(3):523-530.

26.YU, C; HOLROYD, E; CHENG, Y; FAILAU, JT. Institutional incentives for altruism: gifting blood in China. BMC Public Health, 2013;13:524.

28.ZITO E, ALFIERI S, MARCONI M, SATURNI V, CREMONESI G. Adolescents and blood donation: motivations, hurdles and possible recruitment strategies. Blood

Transfusion, 2012;10(1):45-58.

Fluxograma 2 [Continuação] Idioma

347 publicações 339 em humanos Filtro por tempo 2010/2014

133 publicações Havia 1 revisão Assuntos da Revista

23 publicações 07 disponibilizados na íntegra

Exclusão de 3 artigos pela leitura prévia de título, objetivos ou resumo dos artigos que não tratavam da captação ou fidelização de

doadores ou que eram revisões

(27)

Percebe-se que na busca em inglês na BVS e no PubMed, há dois artigos duplicados: Analysis of Chinese Donors’ Return Behavior e Institutional incentives for altruism: gifting blood in China, enumerados fora da ordem por já terem sido considerados no QUADRO 1, respectivamente, nas posição 12 e 26. Portanto, a busca em inglês que foi feita tanto na BVS como no PubMed gerou um total de 28 artigos para a leitura completa e utilização nesta revisão, conforme objetiva esse estudo.

Busca com os termos em espanhol BVS

Os artigos foram encontrados seguindo a seguinte estratégica no banco de artigos da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): “Donantes de Sangre” -> “Estrategias” -> idioma -> humanos -> período de publicação 2010/2014. Na primeira busca, foram encontrados 23.741 artigos. Com o avançar da busca através do termo “Estrategias” restaram 35 artigos, passando pelo filtro do idioma restaram 26, dos quais 19 são pesquisas realizadas com humanos, sete foram publicados entre 2010 e 2014. Desses sete, quatro não se relacionavam com o objetivo em questão, um tratava-se de uma revisão de literatura, portanto, apenas dois foram incluídos neste estudo.

No Fluxograma 3 Busca feita na BVS com os unitermos em espanhol e sua seleção parcial. “Donantes de Sangre” 23.741 publicações “Estrategias” 35 publicações Idioma 26 publicações 19 em humanos [Continua]

(28)

Abaixo, no QUADRO 3, estão enumeradas as referências dos dois artigos incluídos nesta pesquisa. A enumeração é uma continuação do quadro 2, ou seja, inicia-se por “29”.

QUADRO 3

29.CARDONA-ARIAS, Jaiberth. Conocimientos, actitudes y práticas sobre la donación de sangre em estudiantes universitários. MEDICINA U.P.B. 30(2), 2011.

30.VASQUEZ, Marcela et al. Abastecimiento de sangre durante desastres: la experiencia de Chile en 2010. Rev Panam Salud Publica [online], 2011.

Busca com os termos em português BVS

Os artigos foram encontrados seguindo o seguinte filtro no banco de artigos da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): “Doadores de Sangue” -> “Estratégias” -> filtro de idioma (português) -> humanos -> período de publicação 2010/2014. Na primeira busca, foram encontrados 25.675 artigos. Com o avançar da busca através do termo “Estratégias” restaram 33 artigos, passando pelo filtro do idioma restaram 12, dos quais sete são pesquisas realizadas com humanos, três foram publicados entre 2010 e 2014. Desses três, um não se

Fluxograma 3 [continuação] Filtro por tempo 2010/2014

7 publicações Havia 1 revisão Exclusão de 5 artigos pela leitura prévia de título, objetivos ou resumo dos artigos que não tratavam da

captação ou fidelização de doadores ou que eram revisões

(29)

relacionava com o objetivo em questão e um não estava disponível. Dessa forma, um foi incluído neste estudo.

No Fluxograma 4 Busca feita na BVS com os unitermos em português e sua seleção parcial.

Abaixo, no QUADRO 4, está enumerada a referência do artigo incluído nesta pesquisa, a partir desta estratégia de busca. A enumeração é continuação do quadro 3, portanto inicia-se por “31”.

QUADRO 4

31.FREITAS, KATIA BUTTER LEÃO DE. Coletar sangue: um trabalho intenso e

fundamental para garantir a vida / Collect blood: an intense and essential to ensure life.

Rio de Janeiro; s.n; 2011. “Doadores de Sangue” 25.675 publicações “Estratégias” 33 publicações Idioma 12 publicações 07 em humanos Filtro por tempo 2010/2014

3 publicações Havia 1 revisão, e outra indisponível Exclusão de 2 artigos pela leitura prévia de título, objetivos ou resumo dos artigos que não tratavam da captação ou fidelização de

doadores ou que eram revisões

(30)

4.3. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Neste projeto, os dados foram extraídos da literatura e, portanto, não coube submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)/Conep, segundo o regramento estabelecido na Resolução CNS-MS nº 466 de 2012, no que concerne a essa modalidade de estudo.

(31)

5.

RESULTADOS

Como se vê na Tabela 1, a seguir, a maior parte dos 31 artigos selecionados para este estudo foi publicada em 2013, ano no qual, no Brasil, foi redefinido o regulamento técnico dos procedimentos hemoterápicos, que inclui a captação de doadores, através da portaria nº 2.712 em vigor6. Dentre esses 31 artigos, 27 foram encontrados exclusivamente no banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (24 em língua inglesa, dois em espanhol e um em português) e outros dois em inglês estavam tanto na BVS como no PubMed, e mais dois em língua inglesa estavam apenas no PubMed. A maioria dos estudos está disponível em língua inglesa, (90%; 28 artigos), dois em espanhol e um em língua portuguesa.

Cinco artigos são de autores vinculados a instituições sediadas nos Estados Unidos e outros cinco a instituições do Canadá. Quatro artigos são de autores da China e três publicações foram do Brasil. Os demais países relacionados incluem Austrália, Suíça, Marrocos, Colômbia, Chile, Países Baixos, Holanda, Camarões, Alemanha, Japão e Itália. Outros aspectos da caracterização dos artigos podem ser vistos na tabela a seguir.

(32)

TABELA 1: Caracterização geral dos estudos coletados

Autor, (ano) País Título/Objetivo do estudo Tipo do estudo Base de

dados 1.AMOYAL et alli.

(2013)10 EUA

Medindo os processos de mudança para aumentar a doação de sangue em adultos pretos/ descrever o desenvolvimento e validação de POC adaptada para negro para aumentar a doação de

sangue

QUANTITATIVO,

TRANVERSAL BVS

2.*BRUHN et alli.

(2013)11 CANADÁ

Prevalência do vírus de RNA da Imunodeficiência humana e anticorpos em doações de sangue, por doadores de primeira vez e de repetição, em de 05 regiões internacionais e a

eficácia relativa de alternativos cenários de triagem/ relatar o componente de HIV-1 do conjunto de dados e empregar um modelo matemático publicado anteriormente para avaliar o risco

residual de transmissao de HIV - 1 sob as condições de triagem observadas

QUANTITATIVO BVS

3.CARDONA-ARIAS

(2011)12 COLOMBIA

Conhecimentos, atitudes e práticas em matéria de doação de sangue por estudantes universitários/ descrever os conhecimentos, atitudes e práticas em matéria de doação de sangue

em estudantes universitários da Universidade de Antioquia.

DESCRITIVO QUANTI/QUALI, TRANSVERSAL BVS 4.CIMAROLI et alli. (2011)13 CANADA

Determinantes individuais e contextuais da frequência da doação de sangue com foco na acessibilidade clínica: Estudo de caso de Toronto, Canadá/ compreender melhor os fatores

determinantes motivadores e de impedimento para se tornar um doador de sangue.

QUALITATIVO BVS

5.DE ALMEIDA-NETO (2012)14

BRASIL

Intervalos Inter-Doação e Padrões de retorno entre os doadores de sangue no Brasil/ avaliar as taxas de retorno e características demográficas, status e tipo de doador associados a uma maior

probabilidade de retorno entre os doadores de primeira vez e os de repetição.

RETROSPECTIVO LONGITUDINAL

BVS

(33)

TABELA 1 [continuação] 6.*DHINGRA

(2013)15 SUÍÇA

Desafios internacionais de auto-suficiência em hemoderivados/ resumir as recomendações de especialista da OMS para se alcançar a auto-suficiência em hemoderivados

BVS

7.EVANS & FERGUSON (2014)16

REINO

UNIDO Definindo e medindo o altruísmo de doadores de sangue: Uma abordagem teórica da biologia, economia e psicológica/ desenvolver um índice orientado da teoria da motivação

subjacente ao altruísmo associado com a doação de sangue

TRANSVERSAL PubMed

8.FRANCE et alli.

(2010)17 EUA

Educação em estratégias para encorajamento de indivíduos que querem doar sangue: uma avaliação mais aprofundada de recrutamento/ Avaliar o recrutamento de doadores de sangue

conforme registro de atitudes e comportamento

QUANTI/QUALI BVS

9.FRANCE (2011)18 EUA

Reforçar intenções de doação de sangue usando materiais de educação multimídia/ efeitos da apresentação de materiais audiovisuais para doadores de sangue, como ferramentas para melhorar

recrutamento

QUALITATIVO/TRAN

VERSAL BVS

10.FRANCE et alli.

(2013 /A)19 EUA

Uma abordagem baseada na Web para preparação de doadores de sangue/ estudar a eficácia do recrutamento de doadores sanguíneo por meio de web-site

QUALITATIVO/TRAN

SVERSAL BVS

11.FRANCE et alli,

(2013/B)20 EUA

Ansiedade, medo da agulha e reações de síncope combinam para determinar a retenção de doadores: uma análise do caminho de retorno do doador após dois anos de coleta/ Analisar o

comportamento de retorno de doadores anteriores comparando com os atuais após aplicação de cuidados sob fatores como ansiedade, medo de agulha e reações de síncope

QUALI/LONGITUDIN

AL BVS

(34)

TABELA 1 [continuação] 12.FREITAS (2011)21 BRASIL

Coletar sangue: um trabalho intenso e fundamental para garantir a vida/ Analisar as situações de trabalho do Salão de Doação de Sangue do Hemocentro e sua relação com a saúde dos trabalhadores; verificar as variabilidades presentes na atividade de coleta de sangue; apreender os sentidos que os trabalhadores atribuem ao seu fazer; identificar os riscos existentes no ambiente de

trabalho; conhecer a percepção dos trabalhadores na relação saúde e trabalho e compreender para transformar a atividade de trabalho

QUALITATIVO,

TRANSVERSAL BVS

13.GODIN &

GERMAIN (2013)22 CANADÁ

Prevendo primeira doação de plasma entre doadores de sangue total/ prever a primeira doação de plasma entre doadores de sangue total

QUALITATIVO/TRAN

VERSAL BVS

14.GREINACHER et

alli. (2011)23 ALEMANHA

Implicações da demografia no futuro fornecimento de sangue: um Estudo transversal de base populacional/ analisar o impacto da mudança demográfica sobre a futura demanda e suprimento

de sangue em um estado federal alemão.

TRANSVERSAL/QUA

NTITATIVO BVS

15.GUO et alli.

(2011)24 CHINA

Análise do comportamento de retorno do doador chinês/ descrever as características demográficas de doadores de primeira vez e as características associadas ao comportamento de

retorno QUANTI/QUALITATI VO/REVISÃO DE DADOS INSTITUCION BVS e PubMed 16.GUO et alli. (2012)25 CHINA

Doadores de primeira vez durante um desastre nacional podem ser

um recurso inexplorado para o hemocentro/ comparar o padrão de retorno de doadores de primeira vez pós-terremoto de Sichuan e doadores de primeira vez em um período comparável e

explorar características associadas com os seus comportamentos de retorno.

QUANTI/QUALITATI

VO BVS

17.GUO et alli.

(2013)26 CHINA

Comportamento de retorno a longo prazo dos chineses doadores de sangue total/ compreender o comportamento de retorno de doadores

QUALI/QUANTI/TRA

NSVERSAL BVS

(35)

TABELA 1 [continuação] 18.LOURENCON et

alli. (2011)27 BRASIL

Avaliação da taxa de retorno de doadores voluntários de sangue/ estimar a taxa de retorno de doadores de sangue de primeira vez no centro de Ribeirão Preto e de outros centros de sangue em

sua região de cobertura

QUANTITATIVO/ LONGITUDINAL/RET ROSPECTIVO BVS 19.MUMTAZ et alli. (2012)28 CANADA

Significado do sangue, sangramento e doações de sangue no Paquistão: implicações para as políticas nacional vs fornecimento de sangue seguro/ investigar o significado do sangue para os

paquistaneses

QUALITATIVO/TRAN

SVERSAL BVS

20.POLONSKY et

alli. (2011)29 AUSTRÁLIA

“Eles não querem nosso sangue”: inclusão social e de doação de sangue entre imigrantes africanos na Austrália/ examinar como sentimentos de inclusão social influenciam as

comunidades migrantes a doar sangue.

QUALITATIVO/TRAN

SVERSAL BVS

21.POLONSKY et

alli. (2013)30 AUSTRALIA

Diversidade cultural e linguística das comunidades africanas de doação de sangue na Austrália: integrando conhecimento na teoria do comportamento planejado/ examinar se a Teoria do Comportamento Planejado (TPB) aplica-se a uma comunidade diversa culturalmente e linguisticamente na Austrália e avaliar o efeito da integração do conhecimento geral dos indivíduos

sobre a doação de sangue para a estrutura TPB

QUALITATIVO BVS

22. SMITH et alli.

(2013)31 CANADÁ

Recrutamento e retenção de doadores de sangue de quatro cidades canadenses: uma análise do papel das redes comunitárias e sociais/ descrever as atividades de recrutamento e retenção dos

doadores que mobilizam as redes sociais e comunidade dos indivíduos para a doação

QUALITATIVO/TRAN

VERSAL BVS

23.TAYOU et alli.

(2012)32 CAMARÕES

A segurança das transfusões nos países africanos francófonos: uma análise de estratégias para a seleção de doadores de sangue/ Avaliar a processo de seleção médica de doadores de

sangue nos países africanos

QUANTI/QUALI/TRA

NVERSAL BVS

(36)

TABELA 1 [continuação] 24.TAZI-MOKHA

(2012)33 MARROCOS

Doação de sangue em Marrocos: um estudo retrospectivo de 20 anos

de coleta de sangue no Hemocentro a Rabat/ traçar a história dos doadores de sangue e de estratégias de recrutamento desenvolvido entre 1988 e 2008, no centro de transfusão de sangue

regional da Rabat

QUALITATIVO/RETR

OSPECTIVO BVS

25.*TSUNO et alli.

(2013)34 JAPÃO

O status atual de transfusão de sangue autólogo no Japão - A importância do pré-depósito autólogo de sangue no programa de doação e as necessidades para atrair pacientes para o gerenciamento de sangue/ analisar as melhorias alcançadas e os problemas restantes para alcançar

uma gestão de sangue.

QUALITATIVO BVS

26.VASQUEZ

(2011)35 CHILE

Abastecimento de sangue durante desastres: a experiência de Chile em 2010/ Fornecer informações para melhorar as estratégias e os planos de resposta para desastres potenciais futuros.

QUANTI/ QUALITATIVO,

TRANVERSAL

BVS

27.VELDHUIZEN et

alli. (2011)36 BAIXOS PAÍSES

Explorando a dinâmica da teoria do comportamento planejado no contexto da doação de sangue: faz diferença a experiência de doação?/ investigar sobre a atual população de doadores

holandeses no que diz respeito à motivação, saúde, demografia.

QUALITATIVO BVS

28.VELDHUIZEN &

DONGEN (2013)37 HOLANDA

Diferenças motivacionais entre doadores de sangue e plasma já existem antes de sua primeira experiência de doação/ estimar o efeito de intenção de tornar-se doador de plasma, antes da

primeira doação.

QUANTITATIVO BVS

29.*WHO EXPERT

GROUP (2012)38 SUIÇA

Consenso de Peritos: Declaração sobre como atingir a auto-suficiência de sangue seguro e produtos derivados, com base em doação voluntária e não remunerada/ estabelecer estratégias

e mecanismos para alcançar a auto-suficiencia em sangue e hemoderivados

QUALITATIVO BVS

(37)

TABELA 1 [continuação] 30.YU et alli. (2013)39 CHINA

Incentivos institucionais para o altruísmo: doação de sangue na China/ investigar a natureza e os resultados de alguns mecanismos institucionalizados de incentivo à doação voluntária de

sangue.

QUALITATIVO BVS e PubMed

31.ZITO et alli.

(2012)40 ITÁLIA

Adolescentes e doação de sangue: motivações, obstáculos e possíveis

estratégias de recrutamento/ investigar as motivações e obstáculos para adolescentes doarem sangue e estratégias para recrutar doadores deste grupo de indivíduos.

QUALITATIVO/TRAN

SVERSAL PubMed

(38)

Do universo de 31 artigos quatro deles foram excluídos, por não apresentarem informações sobre estratégias de captação ou fidelização de doadores. Foram eles: (a)

Prevalence of human immunodeficiency virus RNA and antibody in first-time, lapsed, and repeat blood donations across five international regions and relative efficacy of alternative screening scenarios11, (b) Expert Consensus Statement on achieving self-sufficiency in safe blood and blood products, based on voluntary non-remunerated blood donation (VNRBD38),

(c) International challenges of self-sufficiency in blood products Enjeux internationaux de

l’autosuffisance en produits sanguins15 e (d) The current status of autologous blood transfusion in Japan – The importance of pre-deposit autologous blood donation program and the needs to achieve patient blood management34.

Dessa forma, 27 artigos foram utilizados para o levantamento das principais estratégias citadas e recomendadas como eficazes para captação e fidelização de doadores de sangue. Aqueles quatro artigos excluídos11, 15, 34, 38, embora não tenham contribuído diretamente para o objetivo desta pesquisa, foram muito úteis para ampliar o conhecimento e discussão desenvolvida, trazendo reflexões válidas em se tratando da necessidade de estruturar um serviço nacional autossuficiente no fornecimento de sangue e hemoderivados, em especial os artigos do WHO expert group (2012)38 e de Dhingra (2013)15.

Conforme detalhado na Tabela 2, a seguir, a revisão sistemática de 27 artigos mostrou que as estratégias para captação e fidelização de doadores de sangue que a maioria dos artigos mencionou foram “Estimular o altruísmo, a solidariedade e o senso de dever

moral por meio de campanhas objetivas de doação”, citada por 14 artigos10, 12, 14, 16, 17, 21, 22, 25,

27, 31, 35, 37, 40. (aproximadamente 50%) e “Conhecer perfil de doador para desenvolver

estratégias direcionadas”, tendo sido citada por 13 artigos10, 12, 14, 16, 17, 20, 24, 26, 27, 28, 30, 36, 40.

(48%), sendo que Cardona-Arias (2011)12, Amoyal et alii (2013)10, Evans & Ferguson (2014)16, Zito et alii (2012)40 e France et alii (2010)17 mencionaram ambas.

Outra estratégia referida por muitos dos estudos revisados foi “Desmistificar

risco, medo e quebrar preconceitos relacionados à doação”, tendo sido citada por 11

artigos10, 12, 14, 17, 18, 19, 24, 30, 32, 39, 40, aproximadamente 40% do total.

Citada por nove dos artigos, cerca de 30%, a quarta estratégia de captação mais referida foi “Coleta móvel, acessível e de localização conhecida”12, 13, 24, 26, 31, 32, 33, 35, 40.

(39)

Outras estratégias que mereceram destaque, por suas frequências, foram “Manter

contato com os doadores de primeira vez ou possíveis candidatos à doação” 10, 14, 17, 24, 25, 27 e

“Estimular autoavaliação enquanto doador de sangue”

10, 17, 31, 36, 37, 39, 40 estando presentes,

cada uma delas, em sete artigos, 25% do total e “Campanhas ao telefone voltadas para

grupos e líderes específicos/campanhas por meio de redes sócias, SMS, carta ou email/panfletos, materiais áudio-visuais”14, 18, 25, 37, 40 e “Prevenir ou esclarecer o possível aparecimento de sintomas após a doação/ Proporcionar uma boa experiência/Informar sobre o procedimento que será submetido”18, 20, 25, 27, 32, citadas por cinco artigos cada uma delas, 18%, portanto.

As seguintes estratégias estiveram presentes em três artigos cada “Ampliar o

horário de funcionamento”24, 31, 35, “Campanha com celebridades e pessoas de relevada

opinião pública em pontos estratégicos da cidade/ Educação em saúde promovida por especialistas/ conversa com pessoas que já tiveram a experiência enquanto doador”22, 39, 40 e “Reconhecer profissionais da captação e doadores quanto ao seu ato/valorização do

trabalhador”21, 27, 36.

Entre as estratégias menos referidas, encontram-se: “Incentivo de doação pelos

migrantes conforme necessidade local”29, 30, “Ambientação lúdica/ Simulações anedóticas voltadas para o público alvo”10, 40, “Repensar critérios de seleção de doadores: considerar

idades extremas de acordo com a esperança de vida local, epidemiologia”23, 32, “Desenvolver

políticas baseadas em crenças locais em detrimento das globais”28, 30 e “Possibilitar a coleta de diferentes volumes de sangue”26, com uma ou duas referências apenas.

É importante dizer que a maior ou menor frequência com que são mencionadas não tem relação com a importância da estratégia, considerando-se a realidade, a necessidade e a demanda local de cada serviço. Além disso, as estratégias não são mutuamente excludentes, podendo ser utilizadas várias ao mesmo tempo a depender dos recursos do serviço. Talvez, quanto mais estratégias se somarem para um fim, maior a possibilidade de o objetivo ser atingido.

Vale salientar que os estudos que mais referiram estratégias de captação no decorrer de seu texto, conforme apresentado na TABELA 2 foram: Zito et alii (2012)40 que mencionam oito das 20 estratégias identificadas e Amoyal et alii (2013)10 e De Almeida Neto (2012)14, que citam cinco das 20 estratégias agrupadas.

(40)
(41)

Tabela 2 Relação de estratégias identificadas Estratégias de captação e fidelização de doadores de sangue Artigos mapeados 1. Estimular o altruísmo, solidariedade, senso de dever

moral e auto-confiança

FREITAS, 2011 VARQUEZ, 2011 CARDONA-ARIAS,

2011 AMOYAL et alli. 2013 YU et alli. 2013 FRANCE et alli, 2010 DE ALMEIDA A NETO, 2012 LOURENCON et alli, 2011 ZITO et alli, 2012

EVANS & FERGUSON, 2014 GODIN & GERMAIN, 2013 VELDHUIZEN & DONGEN (2013)

SMITH et alli, 2013 GUO et alli, 2012

2.Desmistificar risco, medo e quebrar preconceitos

CARDONA-ARIAS, 2011

AMOYAL et alli. 2013

YU et alli. 2013 GUO et alli, 2011 FRANCE et alli, 2010 DE ALMEIDA NETO, 2012 FRANCE et alli, 2011 TAYOU et alli, 2012 FRANCE et alli, 2013(A)

ZITO et alli, 2012 POLONSKY et alli, 2013

3.Ambientação lúdica/ Simulações anedóticas voltadas para o público

alvo AMOYAL et alli, 2013 ZITO et alli, 2012 4.Ampliar o horário de funcionamento

VASQUEZ, 2011 GUO et alli, 2011 SMITH et alli, 2013

5.Coleta móvel/ acessível e de localização conhecida

VASQUEZ, 2011 CARDONA-ARIAS,

2011

GUO et alli, 2011 ZITO et alli, 2012 TAZI-MOKHA, 2012

CIMAROLI et alli, 2011

GUO et alli, 2013 SMITH et alli, 2013

TAYOU et alli, 2012

(42)

Tabela 2 [continuação] 6.Campanha com celebridades e

pessoas de relevada opinião pública em pontos estratégicos da

cidade/ Educação em saúde promovidas por especialistas/

conversa com pessoas que já tiveram a experiência enquanto

doador

YU et alli, 2013 ZITO et alli, 2012 GODIN E GERMAIN, 2013

7.Reconhecer profissionais da captação e doadores quanto ao seu

ato/valorização do trabalhador

FREITAS, 2011 VELDHUIZEN et

alli, 2011

LOURECON et alli, 2011

8.Manter contato com os

doadores de primeira vez ou

possíveis candidatos

VASQUEZ, 2011 AMOYAL et alli, 2013

GUO et alli, 2011 FRANCE et alli, 2010

DE ALMEIDA NETO, 2012

LOURECON et alli, 2011 GUO et alli, 2012

9.Conhecer perfil de doador para desenvolver estratégias direcionadas/ Desenvolver estratégias localmente eficazes

CARDONA-ARIAS, 2011

AMOYAL et alli, 2013

GUO et alli, 2011 VELDHUIZEN et

alli, 2011 FRANCE et alli, 2010 DE ALMEIDA NETO, 2012 GUO et alli,

2013 EVANS & FERGUSON, 2014

LOURENCON et

alli, 2011

MUMTAZ et alli, 2012

ZITO et alli, 2012 POLONSKY et alli, 2013

FRANCE et

alli, 2013 (B)

(43)

Tabela 2 [continuação]

10.Estimular autoavaliação

enquanto doador de sangue

AMOYAL et alli, 2013

YU et alli, 2013 VELDHUIZEN et alli, 2011

FRANCE et alli, 2010

ZITO et alli, 2012

VELDHUIZEN & DONGEN (2013)

SMITH et alli, 2013

11.Campanhas ao telefone

voltadas para grupos e líderes

específicos/campanhas por

meio de redes sócias, SMS,

carta ou email/panfletos,

materiais áudio-visuais

DE ALMEIDA NETO, 2012

ZITO et alli, 2012 GUO et alli, 2012 FRANCE et alli, 2011 VELDHUIZEN & DONGEN (2013)

12.Prevenir ou esclarecer o

possível aparecimento de

sintomas após a doação/

Proporcionar uma boa

experiência/Informar sobre o

procedimento que será

submetido

TAYOU et alli, 2012 FRANCE et alli, 2013 (B) LOURECON et alli, 2011

GUO et alli, 2012 FRANCE et

alli, 2011

13.Sinalizar os doadores

diferenciando-os como de

primeira vez ou de repetição

para que os profissionais

deem acolhimento específico

LOURECON et

alli, 2011

14.Desenvolver políticas

baseadas em crenças locais

em detrimento das globais

MUMTAZ et alli,

2012 POLONSKY et alli, 2013

(44)

Tabela 2 [continuação]

15.Incentivo de doação pelos

migrantes conforme

necessidade local

POLONSKY et alli, 2011 POLONSKY et alli, 2013

16.Banco de sangue em

hospitais

TAZI-MOKHA, 2012

17.Visitar periodicamente

Universidades e faculdades

GUO et alli, 2013

18.Possibilitar a coleta de

diferentes volumes de sangue

GUO et alli, 2013

19.Manutenção de site para

esclarecer sobre o processo da

doação

FRANCE et alli, 2013 (A)

20.Repensar critérios de

seleção de doadores:

considerar idades extremas de

acordo com a esperança de

vida local, epidemiologia

GREINACHER et

alli(2011)

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