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Considerações clínicas na remoção de um espigão intra-radicular

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Academic year: 2021

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(1)

Porto,

2020

Considerações clínicas no momento da

remoção de um pino intra-radicular

Artigo de Revisão Bibliográfica

Mestrado Integrado em Medicina Dentária

Orientadora

(2)

Considerações clínicas no

momento da remoção de um

pino intra-radicular

Autor: Diogo Sabugueiro de Assis

Aluno do 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Dentária na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

Contacto: up201504898@fmd.up.pt

A Orientadora: Professora Doutora Cláudia Sofia Cunha Mesquita Rodrigues Professora Auxiliar da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

(3)

Agradecimentos

O meu profundo agradecimento à minha mãe, por todo o carinho, amor incondicional, paciência, confiança depositada e pela companhia, porque apesar da distância, não houve um dia que não sentisse o teu apoio. Ao meu pai por ser uma figura inspiradora, intransigente desde o primeiro dia e uma verdadeira referência para mim. À minha Honey por não me deixar desleixar durante todo o meu percurso académico e ajudar a não esquecer a razão por esta caminhada extensa. Ao meu irmão por todo o apoio que me deu nas alturas que mais precisava, pelo companheirismo que mostrou, por ser a voz da razão em muitas ocasiões e pela eterna preocupação que demonstrou todo este tempo. A toda a família, por toda a paciência, carinho, amor e por acreditarem sempre nas minhas capacidades.

À minha orientadora, Professora Doutora Cláudia Sofia Cunha Mesquita Rodrigues, o meu profundo agradecimento por ter acreditado em mim, ao aceitar orientar este trabalho. À sua disponibilidade e paciência desde o primeiro momento, que foram essenciais para a conclusão desta tese.

À praxe e à Dentuna – Tuna de Medicina Dentária do Porto, por me acolherem e mostrarem a verdadeira essência da vida académica. Ter teria um percurso académico, mas não seria a mesma coisa…

E por fim, aos meus amigos, amizades feitas no local de infância, Portugal, Brasil e mais, os meus sinceros agradecimentos por todo o apoio que me deram, pelos momentos inacreditáveis que vivemos, por me acompanharem neste montanha russa emocional que é a vida e estarem comigo nos momentos de euforia e de tristeza.

“A alegria da expansão do nosso conhecimento

não vem de quanto sabemos mas sim do

começo, de quanto poderíamos procurar saber”

(4)

Resumo

Introdução: O uso de pinos intra-radiculares na reabilitação de um dente é frequentemente necessário para obtermos retenção suficiente numa restauração coronária extensa. Porém, nos casos de insucesso do tratamento endodôntico, pode ser necessário refazer o tratamento endodôntico. Neste cenário, os pinos intra-radiculares podem tornar-se um obstáculo, uma vez que a sua remoção pode ser difícil e implica alguns riscos.

Objetivos: O objetivo desta monografia é determinar os fatores, os procedimentos e técnicas a ter em consideração no momento da remoção de pinos intra-radiculares. Serão também abordados os cuidados a ter durante o procedimento, de forma a maximizar o sucesso clínico e minimizar os danos no remanescente dentário, de acordo com a literatura atual.

Materiais e Métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada através do recurso das bases de dados como EBSCO, SCIELO e PubMed. Os critérios de inclusão compreendem artigos e teses com texto integral disponível em português, inglês e espanhol entre os anos 2000 e 2020, conjugando “palavras-chave” relacionadas com a temática em estudo.

Discussão/Conclusão: Antes de se iniciar a remoção de um pino intra-radicular, há que ter em consideração diversos fatores, nomeadamente os relacionados com os pinos intra-radiculares e o cimento; relacionados com a própria estrutura dentária; e até a relação entre o médico dentista e o paciente. No que diz respeito à técnica, escolhendo a técnica mais adaptada para cada caso e conhecendo o maior número de fatores descritos na literatura, consegue-se tornar a remoção de um pino intra-radicular num ato seguro e previsível, minimizando o risco de complicações como o desgaste excessivo e o aumento da temperatura.

Palavras-Chave: dental post system removal, dental fiber post removal, Intra-radicular posts, ultrasonic tip post removal, dental post removal kit.

(5)

Abstract

Introduction: The use of intra-radicular reinforcement with pins in the rehabilitation of a tooth is often necessary to obtain enough retention in an extensive coronary restoration. However, in cases where an initial approach is not successful, it'll be necessary to redo the endodontic treatment, because it's the most conservative and effective method to combat an intracanal infection. In this scenario, the pins can become an obstacle, since their removal can be difficult, while dealing with various risks.

Objectives: The objective of this dissertation is to determine the factors, procedures and techniques to be considered when removing intra-radicular pins. The different cautions that should be considered to achieve clinical success, in other words, cause less damage to the remaining dental structure, will also be addressed.

Materials and Methods: Research was performed using databases such as EBSCO, SCIELO and PubMed. The inclusion criteria include articles and theses with full text available in Portuguese, English and Spanish between the years 2000 and 2020, combining “keywords” related to the theme under study.

Discussion/Conclusion: Before starting to remove an intra-radicular pin, it's necessary to take into account the various factors that influence it, which may be related to the intra-radicular pins and cement, with the dental structure itself and the relationship between the dentist and the patient. With regard to the technique, if chosen the most suitable technique for each case and known the greatest number of factors previously described, it's possible to make the removal safe and predictable, managing to minimize the risk of complications such as excessive wear and temperature rise.

Keywords: dental post system removal, dental fiber post removal, Intra-radicular posts, ultrasonic tip post removal, dental post removal kit.

(6)

Índice geral

I. Introdução ... 7

II. Materiais e Métodos ... 9

III. Desenvolvimento ... 11

III.1 Remoção do pino intra-radicular ...12

III.1.1 Causas de insucesso ... 12

III.2 Fatores que influenciam na remoção do pino intra-radicular ...15

III.3 Técnicas de remoção ...18

III.3.1 Ultrassons e técnicas auxiliares ... 20

III.4 Complicações ...23

III.4.1 Desgaste Excessivo ... 23

III.4.2 Aumento da temperatura ... 23

IV. Conclusão ... 25

V. Bibliografia ... 26

VI. Anexos ... 28

Índice de tabelas

Tabela 1- Critérios de inclusão e exclusão ... 9

Tabela 2- Causas de insucesso ...13

(7)

I.

Introdução

O sucesso de um tratamento endodôntico depende de uma instrumentação biomecânica e desinfeção química dos canais, bem como de obturação hermética. No final do tratamento, o dente deve ser restaurado de modo a proteger a estrutura remanescente(1).

Em relação à reabilitação de dentes tratados endodonticamente, este é um assunto muito discutido na literatura atual, contudo é um tópico que gera opiniões distintas, e muitas vezes a opção de tratamento depende da experiência do profissional, quando se deveria basear nas evidências científicas mais atualizadas. Segundo os conhecimentos atuais, nos casos em que a estrutura dentária está relativamente intacta, abordagens conservadoras, como restaurações em compósito, são satisfatórias(2). Porém, os dentes tratados endodonticamente geralmente apresentam grande perda de estrutura dentária devido a cárie, fraturas ou cavidades de acesso excessivamente extensas, por isso, nestes casos, recomenda-se o uso de pinos intra-radiculares para manter a restauração definitiva da coroa e minimizar a transferência de forças para o dente, uma vez que os dentes não vitais são mais vulneráveis a fraturas do que os dentes vitais(2-4).

Apesar da elevada taxa de sucesso do tratamento endodôntico, pode haver casos em que é necessário reintervir(5, 6). Nestes casos, deve-se considerar primeiro refazer o tratamento endodôntico, porque o retratamento não cirúrgico demonstrou taxas de sucesso a longo prazo mais altas do que a cirurgia apical(7-9) e também, porque é menos traumático que os tratamentos cirúrgicos, conseguindo eliminar a contaminação intracanal, que é a causa mais comum de infeção recorrente(9, 10) Nos casos em que é necessário fazer um retratamento endodôntico, os pinos intra-radiculares podem tornar-se um obstáculo, uma vez que sua remoção pode ser difícil, complexa e demorada, existindo o risco de fragilizar a raiz do dente e risco de fratura(6, 11). Este procedimento depende de fatores como: material, forma e comprimento do pino, o cimento usado no momento da cimentação, acessibilidade, bem como a habilidade do próprio médico dentista e a técnica utilizada para a remoção(10).

Portanto, este trabalho tem como objetivo determinar as variáveis, os procedimentos e técnicas que temos que ter em consideração no momento da remoção de pinos intra-radiculares, que cuidados devemos ter e que técnicas, de forma a adotar as que têm mais sucesso clínico e causam menores danos no remanescente dentário, de acordo com a literatura atual.

(8)
(9)

II.

Materiais e Métodos

Esta revisão bibliográfica foi realizada com base na leitura e análise de vários artigos cumprindo os critérios de inclusão e exclusão referidos na tabela 1. O objetivo principal é estabelecer os fatores com maior influência na remoção de um pino intra-radicular de forma a aumentar a previsibilidade deste processo.

Portanto, a informação que serviu de base para a elaboração desta monografia é proveniente de artigos científicos de revisão, selecionados com recurso às bases de dados EBSCO, SCIELO e PubMed. Neste sentido, foram considerados critérios de inclusão/exclusão os seguintes parâmetros:

Critérios de inclusão Critérios de exclusão

· Publicados desde 2000 até ao

momento da publicação da monografia; · Revisões sistemáticas; · Revisões bibliográficas; · Casos clínicos; · Investigações; · Teses; · Espécie – Humana;

· Idiomas – Inglês; Português;

Espanhol;

· Artigos disponíveis em “full text”

· Artigos não abrangidos pelos

critérios de inclusão

· Artigos cujo título/resumo não se

mostravam pertinentes para a realização da monografia;

· Opiniões pessoais sem base

científica;

Tabela 1- Critérios de inclusão e exclusão

Nas pesquisas utilizamos diversos termos MeSH, como os: Dentistry[MeSH Terms];

Endodontics[MeSH Terms]; Dental Pins[MeSH Terms]; Dental Equipment[MeSH Terms]) OR

Dental Instruments[MeSH Terms]; Root Canal Preparation[MeSH Terms]; Post and Core Technique[MeSH Terms] ; Post Technique[MeSH Terms];

(10)

A informação foi também pesquisada em livros científicos, selecionados utilizando como palavras chaves: dental post system removal, dental fiber post removal, Intra-radicular posts, ultrasonic tip post removal, dental post removal kit. Numa pesquisa mais genérica de ilustrações e esquemas, para além de livros, foi utilizado o motor de busca Google.

A pesquisa bibliográfica para a realização desta monografia estendeu- se de 1 de Setembro a 15 de Fevereiro. A gestão das referências bibliográficas foi efetuada com recurso ao programa EndNote.

Os artigos foram selecionados após a leitura integral do seu resumo, obtendo-se um total de 32 artigos.

(11)
(12)

III.1

Remoção do pino intra-radicular

É normal haver ampla perda de estrutura coronária, e até radicular, em dentes com tratamento endodôntico e essa perda pode ser justificada por cárie, fraturas e traumas que possam ter ocorrido ao dente, ou por causas iatrogénicas, provocadas pelo médico dentista durante o tratamento endodôntico, nomeadamente na abertura da cavidade de acesso(2, 12).

A restauração de dentes com tratamento endodôntico é geralmente difícil e muitas vezes são necessários pinos intra-radiculares para obter retenção suficiente numa restauração coronária extensa(4).

Certos fatores têm que ser considerados antes da reabilitação de um dente com pinos intra-radiculares. Esses fatores incluem o formato do canal, quantidade de dentina hígida e morfologia da raiz(2).

É muito importante selecionar bem os casos a reabilitar com pinos, porque quando é necessário refazer o tratamento endodôntico, o pino terá de ser removido. Hoje sabe-se que se consegue remover um pino com alguma previsibilidade, e não são de esperar fraturas se utilizarmos os métodos e dispositivos corretos de acordo com o material do pino(3), tema que será retomado mais à frente.

III.1.1 Causas de insucesso

Os casos de insucesso nos dentes restaurados com auxílio a pinos intra-radiculares podem dever-se a questões biológicas, dano iatrogénico ou falhas causadas pelo material, como explicado na tabela 2(11, 13).

Razões de insucesso Etiologia Biologia Cárie

• Falha na prevenção primária ou secundária;

• Alto risco de cárie;

• Mau contorno cervical;

Doença periodontal

• Falha no controlo da doença;

• Má higiene oral;

• Paciente de alto risco;

(13)

Insucesso endodôntico

• Erro na primeira intervenção endodôntica;

• Bactérias resistentes;

• Infiltração marginal da restauração;

Reabsorção radicular

• Dano causada à superfície da raiz ou sobreaquecimento no momento da preparação do espaço protético ou infeção;

Fratura radicular

• Enfraquecimento da raiz por remoção em demasia de estrutura dentária no momento da preparação biomecânica do canal no tratamento da raiz ou na preparação do espaço protético;

• Perda extensa de estrutura dentária por cárie ou fratura;

• Oclusão traumática;

Iatrogénico Perfuração da raiz

• Erro na preparação biomecânica do canal no tratamento endodôntico ou na preparação do espaço protético;

• Reabsorção radicular;

Material Fratura do pino

• Falha no desenho do pino;

• Forças oclusais aumentadas;

• Erros de confeção;

Descimentação

• Má técnica de cimentação;

• Comprimento do pino desproporcional à raiz;

• Falta de meios auxiliares de retenção;

• Oclusão traumática;

Tabela 2- Causas de insucesso(7, 13, 14)

Em relação às causas específicas às restaurações com retenção intra-radicular, temos a falha endodôntica, que se engloba numa falha biológica; a descimentação, que é uma falha relativa ao material; e por fim a fratura radicular, que também está relacionada a uma falha biológica(13).

(14)

Este trabalho não abordará a descimentação nem a fratura radicular, por fugir ao tópico da monografia.

Após um tratamento endodôntico, recomenda-se um follow-up de pelo menos 4 anos, radiografando periodicamente para avaliar a evolução (aumento ou diminuição) das lesões apicais. Só desta forma conseguimos perceber o sucesso ou insucesso do tratamento(15). Uma vez diagnosticado o insucesso de um tratamento endodôntico, será importante para o profissional saber qual foi a causa desse insucesso para evitar repetir os mesmos erros, ainda que seja muitas vezes impossível determinar essa causa. A causa mais comum do insucesso pode estar relacionada com uma desinfeção deficiente do canal(13), que pode ser consequência de:

• Preparação biomecânica insuficiente dos canais radiculares;

• Sob ou sobre obturação ou não obturação de canais acessórios.

• A presença de canais não instrumentados e/ou não obturados.

Outro aspeto de elevada importância é o selamento periférico, pois a microinfiltração também pode contribuir para o insucesso do tratamento endodôntico. Por esse motivo é essencial termos uma restauração bem adaptada a nível cervical, evitando assim uma quebra do selamento periférico(13, 15).

Outras causas de insucesso são(15): • Perfuração da raiz;

• Reabsorção externa da raiz;

• Lesão apical associada a uma etiologia periodontal; • Trauma constante;

Após um diagnóstico de insucesso endodôntico e a identificação das possíveis causas, o plano de tratamento poderá ser o retratamento endodôntico não cirúrgico. Em dentes com restaurações com retenção intra-radicular, existe um obstáculo que vai dificultar e nalguns casos impedir o retratamento, que é o pino intra-radicular. Nestas situações, coloca-se a seguinte questão: Que fatores é que devemos considerar antes de iniciar a remoção do pino intra-radicular? Uma pergunta que se tenta responder no próximo capítulo.

(15)

III.2

Fatores que influenciam na

remoção do pino intra-radicular

Antes de se iniciar a remoção do pino intra-radicular, tem que se ter em consideração que há inúmeras variáveis que influenciam este ato clínico. Na tabela 3 estão inumerados esses fatores.

Local Fatores que influenciam a remoção

Pino intra-radicular e cimento · Número de pinos usados e sua localização e

orientação no dente;

·

Forma de pino;

·

O tipo de reabilitação (se o pino e a coroa estão

unidas);

· Material do pino;

· A acessibilidade ao pino;

· A espessura do cimento;

· O cimento utilizado;

(16)

Estrutura dentária

· A espessura da raiz;

· O comprimento da raiz;

· Dilacerações da raiz;

· Estrutura dentária remanescente;

Médico dentista e a relação com o paciente

· Cooperação do paciente;

· A experiência clínica e as habilidades do médico dentista;

· O médico dentista ter o material correto para fazer a remoção;

Tabela 3- Fatores que influenciam na remoção(5, 6, 8, 10, 11, 13, 14, 16-19)

Como descrito na tabela, podem-se agrupar os fatores em 3 grupos: relacionados com os pinos intra-radiculares e cimento; relacionados com a própria estrutura dentária; e a relação entre o médico dentista e o paciente.

Quanto ao pino intra-radicular, pode classificar-se conforme, o material: se é metálico ou não metálico; quanto à forma: se é ativo ou passivo; e quanto às dimensões: comprimento e largura do pino(13, 16). É importante saber com que pino estamos a lidar, porque todos estes fatores vão condicionar a técnica usada para o remover.

No que diz respeito ao material usado na cimentação definitiva de pinos intra-radiculares, pode classificar-se em 4 grandes grupos que são: cimento fosfato de zinco, cimento ionómero de vidro, cimento resinoso e cimento policarboxilato(17). Como descrito na tabela, o cimento escolhido é um fator a ter em consideração. Há estudos que afirmam que o tempo necessário para a remoção de um pino é influenciado pelo tipo de cimento, referindo que o cimento fosfato de zinco se desprende mais rapidamente em comparação aos outros cimentos(17, 20). O outro fator ligado ao cimento é a espessura, sendo que 25 a 35 mm é a espessura ideal para maximizar a retenção(14, 17, 20).

(17)

Portanto, o cimento terá que promover retenção, mas o seu principal objetivo é garantir um selamento hermético do canal e impedir a microinfiltração, uma vez que a quebra desse selamento, e por consequência, infiltração de bactérias, é uma das grandes causas de insucesso endodôntico, como vimos anteriormente(17, 21, 22). Com a evolução dos materiais de cimentação, surge uma dicotomia: a melhoria de materiais e protocolos, aumenta a retenção, mas por outro lado aumenta a dificuldade de remoção(1, 8, 21-23).

Os restantes fatores, tanto os que estão ligados à estrutura dentária remanescente como a relação do médico dentista e do paciente estão bastante explícitos na tabela 3, porém convém enfatizar a importância do conhecimento da história clínica do paciente, uma vez que esta é a única forma de ter conhecimento de todas as variáveis. No entanto, em muitos casos, o clínico desconhece os registos anteriores do paciente e por isso não sabe qual o pino utilizado, nem quando e de que forma foi cimentado. Quantos mais fatores forem conhecidos, maior a probabilidade de sucesso na remoção de um pino intra-radicular.

(18)

III.3

Técnicas de remoção

Na reabilitação de dentes tratados endodonticamente, o médico dentista pode optar por escolher um pino metálico ou um pino de fibra de vidro. Os pinos metálicos foram os primeiros a surgir no mercado, sendo que apresentam algumas desvantagens:

• Maior desgaste de dentina hígida na preparação do espaço para colocação do pino em relação a outras técnicas;

• Descimentação mais frequente que os pinos de fibra de vidro(12, 24);

• Risco de corrosão;

Os pinos têm um módulo de elasticidade superior ao da dentina, aumentando o risco de fratura radicular(4, 12, 18).

Com a evolução da tecnologia, surgiram no mercado alternativas promissoras aos pinos metálicos convencionais, sendo uma delas os pinos pré-fabricados de fibra de vidro. Estes pinos consistem em fibras orientadas longitudinalmente, reforçadas por uma matriz de resina Epóxi ou de metacrilato que mantêm as fibras interligadas entre si(1-3, 19). A disposição das fibras serve para ajudar na remoção, mantendo a broca/ponta de ultrassom contida dentro do pino, eliminando assim o risco de perfurações(2, 25). Uma característica importante dos pinos de fibra de vidro é terem um módulo de elasticidade bastante semelhante à dentina, o que diminuiu o risco de fratura comparando com dentes restaurados com pinos metálicos(2, 3). Além disso, a preparação do canal radicular para esses pinos é mais conservadora, tem melhores propriedades estéticas, é biocompatível e apresenta boas capacidades de adesão(1, 2, 8).

O uso generalizado de pinos de fibra de vidro coloca a questão de avaliar o grau de dificuldade da remoção para o retratamento e se existe alguma técnica específica que seja mais adequada para esse fim(19). Apesar do uso de pinos de fibra de vidro ser recomendada pelos fabricantes por serem de fácil remoção, a realidade é que podem dar várias complicações ao médico dentista. É mais fácil remover os pinos metálicos íntegros, uma vez que os pinos de fibra de vidro são cimentados com adesão o que torna praticamente impossível a sua remoção numa peça inteira(23, 25).

Estão descritos na literatura diversos dispositivos e técnicas de remoção de pinos intra-radiculares. Essas técnicas podem basear-se em preensão e tração do pino, com pinças hemostáticas, boticões, entre outros; ou envolvendo desgaste, ou seja o uso de dispositivos ultrassónicos, brocas convencionais ou kits específicos de brocas para a sua remoção, como por exemplo: DT Removal drill kit (Bisco Dental®) e Parapost removal drill kit (Coltene®), entre outras marcas disponíveis(3, 5, 10, 14, 18).

É importante relembrar que cada caso é um caso, devendo o clínico escolher a técnica mais apropriada, e nalguns casos são necessárias várias abordagens. Embora as técnicas possam variar, todas têm o mesmo propósito: ser simples, eficiente e acima de tudo conseguir remover o pino intra-radicular sem causar danos iatrogénicos(24).

(19)

No que diz respeito aos pinos metálicos, há um consenso na literatura de que a utilização de dispositivos ultrassónicos é o método mais eficaz de remoção, porque os ultrassons têm melhor eficiência em materiais rígidos, ou seja, com alto módulo de elasticidade, que é o caso dos metais. Portanto, nestes pinos, há maior quebra do cimento circundante o que permite uma remoção segura do pino(3, 6, 8). Um estudo feito por Garrido et al. (2009) comprovou que a ponta ultrassônica deve ser aplicada na união entre o pino metálico e o dente, fazendo movimentos circulares para expor a linha de cimento, facilitando a remoção(18).

Se estivermos perante um espigão falso coto metálico, estão descritos na literatura várias técnicas com intuito de facilitar a remoção, reduzindo o tempo do procedimento e minimizando o risco de fratura. Estas técnicas baseiam-se na diminuição do diâmetro e altura do coto(14, 18). Com a diminuição do diâmetro conseguimos expor a linha de cimentação, podendo atuar diretamente nesse ponto; e também reduzir o contacto entre o coto e o dente, algo que favorecerá a remoção. Em relação à diminuição da altura, foi confirmado que também influencia na remoção porque ao diminuir o volume do coto, diminuímos a dissipação das ondas ultrassônicas, permitindo que cheguem mais facilmente ao cimento(14, 18).

Outras técnicas que se podem utilizar estão relacionadas com o uso do ultrassom, tendo como exemplo a aplicação dinâmica do ultrassom em todas as faces do pino, ao invés do uso estático num só local, porque segundo a literatura tem resultados ao fragmentar o cimento, facilitando na remoção(10, 18). O uso concomitante de dois dispositivos ultrassónicos é mais eficaz que o uso de apenas um dispositivo. Isto pode ser explicado por haver sobreposição das ondas ultrassônicas e existir uma situação de interferência construtiva, havendo uma soma da potência que cada dispositivo produz(10, 11, 14, 18).

Em relação aos pinos de fibra de vidro, começou por se fazer a sua remoção com as mesmas técnicas usadas para remover os pinos metálicos, ou seja, por quebrar o cimento e tracionar o pino, mas com menos sucesso porque, como referido anteriormente, a estrutura de fibra de vidro e a elevada capacidade de adesão que apresenta impedem a sua remoção numa só peça, sendo necessário recorrer a técnicas envolvendo desgaste. Estas apresentam algumas desvantagens(1-3):

• não são as mais eficazes, ou seja não removem o pino/cimento na totalidade, deixando as paredes do canal com material residual;

• Podem causar danos na estrutura dentária;

• Pode ser um procedimento demorado;

• Podem causar problemas por sobreaquecimento;

Quanto ao facto destas técnicas não serem tão eficazes, isso pode ser contornado, uma vez que se estamos a remover um pino intra-radicular, assume-se que seja preciso fazer um retratamento endodôntico, portanto o material remanescente nas paredes do canal pode ser removido nas consultas endodônticas que sucedem a remoção do pino(1, 3). Em relação às restantes desvantagens, com dispositivos ultrassónicos evita-se o desgaste de alguma estrutura dentária e consegue-se que o tempo de remoção não seja muito elevado. Porém, no intuito de melhorar, desenvolveram-se sistemas específicos de remoção de pinos de fibra de vidro. Geralmente contêm uma broca piloto que é inserida no centro do pino, seguida de uma sequência de brocas até se desgastar todo o pino, evitando assim desgaste excessivo, enfraquecimento ou perfuração da raiz(3, 26, 27). Estudos mostraram que estes sistemas desgastam menos estrutura dentária que os dispositivos ultrassónicos e num tempo mais reduzido(1). Porém o uso isolado destes sistemas específicos pode não ser o mais eficaz, deixando material por remover das paredes, e por isso é sugerido por Göze et al. (2018) o uso combinado destes sistemas com um dispositivo ultrassônico, com intuito de obter melhores resultados(1).

(20)

Apesar dos sistemas específicos de remoção de pinos de fibra de vidro terem tanto sucesso, não são muito usados, pois em grande parte das situações, o médico dentista é confrontado com um pino de fibra de vidro de origem desconhecida. Como estes sistemas são feitos especificamente pelos fabricantes para remover os seus próprios pinos, muitos autores referem que não são úteis a remover pinos de outras marcas, tornando-os clinicamente inúteis caso não se identifique o pino intra-radicular(1, 2, 23). Existe uma necessidade por parte dos clínicos de que seja fabricado um sistema universal de remoção de pinos de fibra de vidro, para melhorar o procedimento de remoção e diminuir o risco de causarem danos iatrogénicos. Como resultado do que foi dito anteriormente, os médicos dentistas recorrem muitas vezes aos dispositivos ultrassónicos e brocas convencionais para a remoção de pinos de fibra de vidro(2, 23).

III.3.1 Ultrassons e técnicas auxiliares

Para usarmos corretamente os dispositivos ultrassónicos na remoção de pinos intra-radiculares, temos primeiro que remover todo o material restaurador para termos acesso ao pino e podermos aplicar o ultrassom diretamente. As vibrações são transferidas pelo pino até ao cimento, o que favorece a sua fragmentação(16). Geralmente, o ato de remoção é também associado a forças de tração, especialmente no início do procedimento para aumentar a fragmentação do cimento(6).

Dá-se preferência ao uso dos dispositivos ultrassónicos pela dificuldade na identificação dos pinos o que impede a utilização dos sistemas específicos de remoção, como foi dito anteriormente, mas também por permitir um desgaste mínimo de estrutura dentária, por ser um método eficiente, simples e seguro, evitando assim riscos de fratura e perfurações(3, 8, 10, 17, 20).

Existem duas categorias para os dispositivos ultrassónicos:

• Magnetostrição: converte energia eletromagnética em energia mecânica, produzindo muito calor;

• Piezoelétrico: é usado um cristal que altera a dimensão quando é aplicada uma carga elétrica. A deformação deste cristal é convertida em oscilação mecânica, produzindo menos calor(14, 20, 28);

O método piezoelétrico é o recomendado na Endodontia, visto que comparando-o com o método alternativo de produção de ultrassons, pode-se concluir que o piezoelétrico oferece alta eficiência na transferência de energia, conseguindo gerar menos calor e por consequência diminuir efeitos secundários que podem advir disso; e têm grande poder de vibração linear, com movimentos de vaivém, sendo ideal nesta área(14, 20, 28).

Outras características importantes a ter em consideração são:

• O formato da ponta do ultrassom, como demonstrado por Anny et al. (2014) em que deram preferência a uma ponta cilíndrica, alongada com a terminação arredondada e ativa. Esse formato mostrou melhores resultados neste estudo, primeiro pela facilidade de acesso ao pino, segundo por ser capaz de transmitir a energia produzida em maior escala, levando à quebra da união entre o pino e o dente, sendo preciso menos forças para o remover(10, 14).

(21)

de vibração deve-se ajustar a força a ser aplicada e a angulação da ponta de ultrassons. É relevante também apontar que foi encontrada uma ligação entre maximizar a vibração produzida e o aumento da produção de calor. Ao maximizar a vibração produzida, o médico dentista consegue otimizar a eficácia mas a custo de um maior aumento de temperatura, especialmente quando não se irriga. Mais à frente veremos o que pode provocar esse aumento de temperatura(29, 30).

Por fim, e falando agora brevemente da eficácia dos dispositivos ultrassónicos nos diferentes cimentos, foi verificado num estudo de Ângela et al. (2004) que a vibração produzida pelo dispositivo ultrassônico é eficiente em pinos fixados com cimento fosfato de zinco, conseguindo quebrar o material(28). A irrigação com água é recomendada nestes casos dado que promove a solubilidade do cimento fosfato de zinco(6, 17, 20, 28); e também porque o cimento fosfato de zinco apresenta baixos valores de expansão térmica, logo o uso dos dispositivos ultrassónicos sem irrigação, e consequente aumento da temperatura, não interfere com este cimento(28). O mesmo não acontece com os cimentos resinosos, que apresentam características mecânicas e químicas opostas ao cimento fosfato de zinco. As vibrações não são eficazes nestes cimentos, porque não são friáveis e não tendem a criar microfraturas. Têm valores de elasticidade semelhantes a certos materiais plásticos e absorvem a energia transmitida pelos dispositivos ultrassônicos(22, 28). Portanto, a rutura da camada do cimento é apenas alcançada com a produção de calor, porque os cimentos resinosos são vulneráveis ao calor devido à propriedade de elevada expansão térmica(6, 22, 28), contudo a ausência de irrigação não deve ser usada clinicamente. Assim sendo , são necessárias mais pesquisas para encontrar alternativas para a remoção de pinos intra-radiculares fixados com cimentos resinosos de maneira segura e eficaz(6, 28).

Resta falar de alguns outros meios que possam auxiliar a remoção, como por exemplo o uso de ampliação, lupas ou microscópio, por se tratar de um ato delicado e se lidar com materiais de pequenas dimensões. Num estudo feito por Valencia (2012) utilizou-se o azul de metileno, porque mesmo com ampliação pode ser difícil visualizar tudo o que é necessário, e a aplicação deste corante serve para melhorar a perceção da união entre a dentina e o cimento. Desta forma pode atuar-se diretamente na linha de cimentação, porque, como se viu anteriormente, este é o local de eleição. Outra utilidade desta ferramenta pode ser evidenciar falhas/fraturas na estrutura dentária(3, 25).

Um último procedimento que pode ser implementado clinicamente é a utilização de uma guia endodôntica. Esta, à semelhança de uma guia cirúrgica, tem como objetivo facilitar o ato clínico, oferecendo mais segurança na remoção de um pino intra-radicular, evitar desgastes exagerados de estrutura dentária, desvio/perfurações do canal radicular e propagação de fissuras(27). Estas guias endodônticas são confecionadas tendo em consideração a anatomia radicular do dente, a posição, espessura e comprimento do pino, para conseguir orientar a cavidade de acesso e determinar a broca ou sequência de brocas a ser usada durante a remoção do pino intra-radicular. Só conseguimos estas informações com a realização de uma tomografia computorizada de feixe cónico, daí este exame ser indispensável para a confeção da guia endodôntica(27).

Uma vez confecionada a guia, pode-se começar a remoção do pino intra-radicular. Inicia-se por estabilizar a guia sobre os dentes adjacentes e colocar 2 pinos de fixação facial em locais previamente determinados. Garantindo a estabilidade da guia em boca, com a broca ou sequência de brocas (que se escolhe na altura da análise do CBCT) remove-se o pino

(22)

intra-radicular. Por fim, removem-se os pinos de fixação facial e faz se uma radiografial periapical para confirmar a completa remoção do pino intra-radicular(27).

(23)

III.4

Complicações

Já foram abordadas as técnicas de remoção de pinos intra-radiculares descritas na literatura, é importante agora falar das possíveis complicações associadas a estas técnicas.

As complicações incluem perfurações/fraturas radiculares, desvio do canal radicular, flare-up, remoção excessiva de estrutura dentária, extração (pode ocorrer se usarmos unicamente as técnicas de preensão e tração para remover o pino), fratura do pino ou dano periodontal/ósseo (por aumento da temperatura se usarmos as técnicas de desgaste sem correta irrigação)(13, 27).

III.4.1 Desgaste Excessivo

Ao usar exclusivamente métodos de preensão e tração para a remoção de pinos, corre-se um alto risco de fratura radicular e possível extração do dente. Por essa razão, usam-se técnicas de desgaste numa primeira abordagem. No entanto, mesmo este método não é isento de complicações, podendo levar a perfurações radiculares e ao desgaste excessivo de estrutura dentinária em redor do pino, fragilizando a raiz, o que predispõe a uma fratura vertical(7, 9, 14, 18). No entanto, segundo a literatura, a ocorrência de fraturas de radiculares é rara(7, 13). Embora a quantidade de estrutura dentária remanescente seja um dos fatores cruciais para o sucesso a longo prazo e também influenciar a retenção dos pinos intra-radiculares(3, 7), a remoção de estrutura dentária é inevitável, mas é dever do clínico minimizar esse desgaste. Logo, para reduzir perda de estrutura dentária, vários autores passaram a recomendar o uso de dispositivos ultrassónicos para tornar o procedimento mais seguro e eficaz(7, 14, 18).

III.4.2 Aumento da temperatura

Falando especificamente sobre a temperatura, sabemos que os dispositivos ultrassónicos são comummente usados para a remoção de pinos, mas o uso desse instrumento possui riscos inerentes, sendo um deles o aumento da temperatura(1, 8, 29, 31). O dispositivo ultrassónico liberta energia, que é transmitida da ponta para o pino, que por sua vez conduz a para o dente e é absorvida pela dentina. Esta energia é transformada em calor e consegue chegar aos tecidos periodontais subjacentes e até ao osso, podendo provocar reabsorção óssea, anquilose ou necrose(1, 8, 10, 31). Isto acontece porque o limiar para necrose óssea induzida pelo calor é 10ºC acima da temperatura corporal média normal, ou seja 47ºC, se mantida por mais de 1 min(29, 31, 32).

Foram documentadas medidas para tentar evitar as complicações do aumento da temperatura, que passam por:

• Fazer uma aplicação dinâmica dos dispositivos ultrassónicos ao invés de fazer uma aplicação estática, porque os movimento reduzem a fricção entre a ponta de ultrassons e o pino, minimizando o aumento de temperatura(18);

• Não realizar aplicações extensas do ultrassom, sendo recomendado aplicações até 1min. Para além desse tempo, há um aumento significativo da temperatura(10, 29). Uma possível técnica seria aplicar a ponta 15s em cada face, somando um total de 1 min(10);

• Usar irrigação no momento da aplicação dos ultrassons, sendo o jato de água o método de eleição. Um estudo feito por Christopher et al. (2007) demonstrou que o jato de água

(24)

é mais eficaz na minimização do aumento da temperatura durante a remoção de um pino intra-radicular comparado com um jato de ar sem irrigante. Contudo, o jato de água não conseguiu prevenir que a temperatura não subisse para além dos 50ºC, podendo ainda ser problemático mesmo com irrigação(29). Por este motivo, é recomendado que se irrigue com, no mínimo, 30 ml de água por minuto durante a remoção de um pino(32).

• Evitar desgaste da estrutura dentária durante a remoção porque a dentina é um mau condutor térmico e por esse motivo a mínima diferença de espessura da dentina pode ter impacto no aumento da temperatura nos tecidos periodontais adjacentes. Outro aspeto a considerar é que dentes com raízes finas ou dentes reabilitados com pinos largos podem ser mais suscetíveis a estas diferenças de temperatura(31);

É importante realçar que todos os estudos feitos a avaliar o aumento da temperatura são feitos

in vitro, portanto as diferenças de temperatura podem ser diferentes in vivo uma vez que o nosso

organismo tem mecanismos termorreguladores, como o fluxo sanguíneo capilar e a adaptação tecidular, que podem ajudar na dissipação do calor ao longo da raiz(31, 32).

(25)

IV.

Conclusão

A remoção de pinos intra-radiculares é descrita por muitos autores como difícil, complexa e demorada e por este motivo certos clínicos desistem da ideia de retratar o dente e optam por uma abordagem cirúrgica por acharem mais previsível, o que nem sempre corresponde à realidade.

Ainda que, a remoção de um pino intra-radicular possa ser considerada difícil, o consenso na literatura atual é que, face a um insucesso, o médico dentista deve tentar refazer o tratamento endodôntico e só depois, caso seja necessário, recorrer a uma abordagem cirúrgica.

Existem várias técnicas de remoção de pinos intra-radiculares, para auxiliar o médico dentista, tendo todas o mesmo propósito: ser simples, eficiente e acima de tudo conseguir remover o pino intra-radicular sem causar danos iatrogénicos. Na remoção de pinos metálicos, a literatura está em consenso de que os dispositivos ultrassónicos são os mais eficazes, porém no que diz respeito aos pinos de fibra de vidro, existem opiniões divergentes: na maior parte dos casos recorre-se aos ultrassons, mas existe uma necessidade de que seja fabricado um sistema universal de remoção para melhorar este procedimento.

Em conclusão, é fundamental ter-se conhecimento dos fatores que influenciam a remoção antes de iniciar o procedimento, porque quantos mais se souber mais previsível se torna o ato. Por outro lado, também é preciso ter-se consciência das complicações, com objetivo de minimizá-las.

Escolhendo a técnica mais adaptada para cada caso e conhecendo o maior número de fatores descritos anteriormente, consegue-se tornar a remoção de um pino intra-radicular num ato mais seguro e previsível.

(26)

V.

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DECLARAÇÃO

Monografia de Investigação/Relatório de Atividade Clínica

Declaro que o presente trabalho, no âmbito da Monografia de Investigação/Relatório de Atividade Clínica, integrado no MIMD, da FMDUP, é da minha autoria e todas as fontes foram devidamente referenciadas.

22/05/2020

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Tabela 1- Critérios de inclusão e exclusão
Tabela 2- Causas de insucesso (7, 13, 14)
Tabela 3- Fatores que influenciam na remoção (5, 6, 8, 10, 11, 13, 14, 16-19)

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