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Planos de carreira: o significado do modelo em construção para o serviço público federal

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Academic year: 2020

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C I)I) : 35 4.8 1101

P L A N O S D E C A R R E IR A

O S IG N IF IC A D O D O M O D E L O EM C O N S T R U Ç Ã O PA R A O S E R V IÇ O P Ú B L IC O F E D E R A L

Guenther Jung Maria Helena Siqueira Rodrigues

Diretor da Divisão de Acompanhamento e Assessgra da Comissão fnterministerial para

A vali ação do Sistema de Carreira da Sistema d e Carreira

SRH /SE P LA N /PR

Vanda M arques de Almeida Josué Guilherme Medeiros Assessora da Comissão Intenninisterial para

Assessor d a Comissão Intenninisterial para Sistema d e Carreira

Sistema de Carreira

1 — In trod u ção

A fixação dc diretrizes para os P lanos d e C arreira d a A dm inistração D ireta, A utarquias e Fundações P úblicas é im perativo para o reordenam ento, bem com o para a racio n alização da adm inistração pública federal, q ue tem com o v eto r p rin ­ cipal a C o n stitu ição F ederal, som ando-a a o u tro s v inculados à dem anda d o s ór­ gãos e e n tid a d es integrantes d a ad m in istração pública federal d ireta, bem com o dos servidores p úblicos e da sociedade b rasileira u suária d o s serviços prestados pelo E stad o B rasileiro.

A proposta dc an tep ro jeto d e lei, d iv u lg ad a pela C om issão In tenninisterial e n c arreg ad a d e co o rd e n ar todos o s trab alh o s d e sua ela b o ração , cm nível do Poder E x ecu tiv o , fundam enta-se n o s p rin cíp io s da q u alificação p ro fissio n al, d o d esem ­ p en h o , d a co n tin u id ad e d a ação adm in istrativ a e da eficiên cia do serviço público.

2 — B reve R etrosp ectiva

A e x p eriên cia b rasileira, q u e se re strin g e m ais ao cam po d e P lanos de C las­ sificação d e C arg o s do que propriam ente ao d e P lanos d c C arreira, data de meio

(2)

P L A N O S DE C A R R E IR A ..

sécu lo , c u ja análise e reflex ão c rític a perpassam m om entos e práticas tentativas c a lc a d as cm leis fundam entais q ue m erecem o s seg u in tes destaques:

1936 — Lei N - 284(,>: m arco de referên cia na história d a A dm inistração

P ú blica, esp ecialm en te nas áreas de o rg an ização e m étodos de p essoal — o b jeto de c ria ção do C o n selh o Federal do S erv iço P ú b lico C ivil — cu jas funções, am pliadas, o riginaram o D A S P - D epartam ento d e A dm inistração do S erv iço Público.

1960 — Lei N - 3 .7 8 0 <2): sob a co o rd en ação do D A S P foram con ceb id o s

m odelos adm inistrativos e , dentre ele s, o d e C lassificação dc C arg o s, fundam enta­ d o nos p ressupostos d c d e v e re s e resp o n sa b ilid a d e d o s c a rg o s. O ponto forte d es­ se m odelo foi a d istin ção feita en tre as unid ad es b ásicas dc c lassificação dc c a r­ g o s, classe e carreira, com a e x clu são do p rincípio d o s c a rg o s d e direção e ch efia, que co n tin u aram a ser p ro v id o s em com issão. A im plantação d o P lano dc C lassifi­ caçã o dc C arg o s se deu d en tro de uma ríg id a estru tu ra de co n ceito s - sim ples c o n ­ ce ito s — faltan d o com plem entação n o s procedim entos e norm as, vazados n a d outri­ na e na técn ica.(3)

1967 — D ecreto-L ei N - ZOtK'1': den tre a s tentativas para buscar so lu çõ es de

provim ento dc m ão-dc-obra esp ecializad a e não prevista nos P lanos dc C lassifica­ ção d c C arg o s, vige este d isp o sitiv o legal O s artig o s 122 c 123 do D ecreto-lei n- 2 0 0 /6 7 instituem as F un çõ es d e A ssessoram ento S u p e rio r (F A S ), para a te n d e r às necessid ad es dc m ão-de-obra q u a lificad a e tem porária d o s M inistros d e E stado E n tretan to , na prática não passou d e m ais um instrum ento d e co n tratação de mão- d c -o b ra indireta, sem a s qualificaçõ es e x ig id as, co n stitu in d o , h o je , um sério pro­ blem a para o G o v ern o , tendo em vista que j á existem processos na Ju stiça com a finalidade dc efetiv ação de em pregos no S erv iço P úblico, nessa situação.

1970 — l.e i N - 5 .6 4 5 (5>: co n tem p lo u o s p rin cíp io s d a Lei n - 3.780/60<6),

então rev o g ad a , m ais d o ponto dc vista dc d ec lara çã o dc p ressu p o sto s norteadores do novo P lano dc C lassificação d c C a rg o s, seja do ponto dc v ista co n c c p tiv o , seja do técnico. O s co n ceito s d e carg o s, elasse c carreira j á av an çad o s n a Lei n- 3 .7 8 0 /6 (/7> n ã o foram ex p licitad o s nesse diplom a legal. T o d a v ia , o regulam ento m anteve a q u elas c o n cep tu alizaçõ es, in ovando, tão som ente, a q u e stão d a catego­ ria fu nciona!, que an tes caracterizav a-se com o sé rie d e cla sse s. O u tro fato no v o , a criaçã o do D A S (carg o dc d ireçã o , ch efia c assesso ram en to ), m antcndo-sc os

(1) B R A S IL . L e i n - 2 8 4 , d c 2 8 d c o u tu b r o d c 1 9 3 0 . R e a ju sta o s q u a d ro s c o s v e n c im e n to s d o fu n c io n a lis m o p lc m c n to p í 3 0 o Í M 9 3 6 1H ,d ° R cp flb lic a F c d c ra ‘lv " ' lo B ra sil], R io d c J a n e ir o , n ? 2 S 2 s u -(2 ) B R A S IL . L e i n-‘ 3 .7 8 0 , d e 12 d c j u l h o d c 1 9 6 0 . D is p õ e s o b re C la s s ific a ç ã o d c c a r r o s d o S e r v iç o C iv il

d o I p d e r e x e c u tiv o , e s ta b e le c e o s v e n c im e n to s c o rre s p o n d e n te s , e d á o u tra s p ro v id ê n c ia s . L E X : c o le tâ ­ n e a d c le g is la ç ã o . L e g is la ç ã o l-c d c ra l c M a r g in á lia , S ã o P a u lo , v . 2 5 . 2- s e m e s tre , p. 4 9 8 . 1960. (3 ) A R A N I E S , J o sé M a ria . N o ta té c n ic a . B ra s ília , s. c d ., 1 9 8 5 /8 6 .

(4 ) B R A S IL . L e i n 1-' 2 0 0 , d e 25 d e fe v e r e ir o d c 1 9 6 7 . D is p õ e s o b re a o rg a n iz a ç ã o d a A d m in is tra ç ã o F e d e ra l, e s ta b e le c e d ire tr iz e s p a ra a R e f o rm a A d m in is tra tiv a c d á o u tr a s p r o v id ê n c ia s . L E X : c o le tâ n e a d c Ic e is la -

Si?'» 11 . c . . í £ l.n ' .l a , SaP P a u lo , v .3 1 , m a rç o c m a io . p . 8 6 4 . 19 6 0 .

(5 ) B K A S IL . L e i n- 5 .6 4 5 , d c 10 d c d e z e m b r o d c 1 9 7 0 . E s t a h e l r e r d iri-iri/i-s n nrn « rla c e ifiriu -ô n H.» i i-eiiisuiLao re u c ra i e B R A S IL . L e i n - 3 . 7 8 0 / 6 0 o p . c it. B R A S IL . L e i n - 3 . 7 8 0 / 6 0 o p . c it. d c c a rg o s " * ■ e j u -6 R. S c r v . Publ. B rasília, 117 (1): 5 -2 8 , ju n ./s e t. 1989

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Guenther Jung.

m esm os critério s de provim ento. A intro d u ção das escalas de nív eis criad o s para d a r o b jetiv ação ao p ro cesso de av aliação d e c arg o e , p o r co n seg u in te, à fixação de vencim entos, salários e g ratificaçõ es co n stitu iu certo av an ço nessa d écada. T o d a ­ via, a q u e stão fundam ental q ue é a da q u a lificaç ão profissional ficou praticam ente no nível d as intenções, p o is q ue n ão estabeleceu parâm etros o b rig ató rio s m ínim os, c la ro s e objetivos^8'.

1987 — D ecreto-L ei N - 2 .4 0 3 (9): prescrito p o r decurso de p razo . C aso tiv es­

se sido ap ro v ad o pelo P o d er L eg islativ o , introduziria, basicam ente, o C oncurso P úblico em d u as e tap a s, q u a is sejam , ingresso e treinam ento (cu rso , estág io s e o u tro s ev en to s). A dm itia com o regra o ex e rc íc io d o s carg o s d iretiv o s p o r serv id o ­ res, em bora, ain d a, pelo c rité rio de confiança.

C om relação à cap acitação profissional para o serviço p ú blico, so b o aspecto in stitucional, haveria considerável av an ço , em bora sua o p eracio n alização p ro v a ­ velm ente ch eg asse a ser p roblem ática, em face às suas d eficiên cias em term os de sistem atização e de parâm etros m ínim os e objetivos.

H averia, no e n tan to , a d estacar o instrum ento d a av aliação d c desem penho, estab elecid o de forma objetiva e ab ran g en te, m as provavelm ente tam bém este não iria a tin g ir suas finalidades (estágio p ro b ató rio e prom oção), em face à m anuten­ ção do critério de co n fian ça pessoal no preen ch im en to d o s cargos de direção . Em­ bora h ouvesse certo av an ço nesse asp ecto , to rn an d o -o s, na sua m aioria, p reen ch i­ do s pelo req u isito d e cu rso s dc n atu reza g e ren cial, m as com o eq u ív o c o dc não c o n sid e ra r o s req u isito s d e p ersonalidade c dc ex p eriên cia - p riv ativ o s de funcio­ nários - o q u e, cm grande parte d o s ó rg ã o s p ú b lico s, ainda não ocorrc.

Um a característica d a legislação sobre c lassificação d e carg o s d estacav a o co n cu rso p ú b lico p a ra ingresso, o q u e, no e n tan to , não ev ito u o u tras form as de in­ gresso, q ue foram m uito prejudiciais ao serv iço público.

R egistre-se q ue o co n cu rso p ú blico, em bora na form a tradicional com o tem sido a p licad o , representa m uito m ais um a forma d em ocrática dc ingresso e dc m o­ ralização , n ão asseg u ran d o , co n tu d o , a n ecessária q u alificação profissional e o d e ­ sem penho eficaz, co n d icio n an tes sin e q u a n o n para a instituição dc planos dc c a r­ reira, que pressupõem dentre o u tro s critério s, o d o m érito.

3 — B reve R ev isã o da L iteratu ra E sp ecífica: C a rreira s no S erv iç o P úblico

A ntes d a a p resen tação dc um m odelo tcó rico d e Sistem a d e C a rre ira com o im perativo constitucional para d isc u ssão p elo s segm entos in teressados da so cied a­ de brasile ira, co n sid era -se o p ortuno d e sta c a r a lg u n s aspectos sig n ificativ o s da lite­ ratura esp ecífica sobre o tem a, que está q u ase q ue totalm ente p u b licad a em ale­ m ão, francês c inglês, sen d o p ouco d iv u lg ad a no Brasil.

[8) A R A N T E S , J o s é M a ria o p . c it.

,9) B R A S IL . D e c r e to - L c i n - 2 .4 0 3 , d e 21 d c d e z e m b r o de 1 9 8 7 . F ix a d ir e tr iz e s d o S is te m a d c C a r r e ir a <Jo S e r v iç o C iv il d a U n iã o e d o s T e r r i t ó r i o s F e d e ra is . D i á r i o O f ic ia l d a R e p ú b lic a F e d e ra tiv a d o B ra sil, B ra s ília , S e ç ã o I p . 2 2 2 3 3 . 2 2 d c d e z . 1987.

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P L A N O S D E C A R R E IR A ...

O d esenvolvim ento d e obras e trab alh o s, visando a ap licação do co n ceito de Sistem a d e C a rre ira , teve início no B rasil, basicam ente a p a rtir d a d écad a de 70, com a transform ação em 1973, do C en tro d e T reinam ento e D esenvolvim ento do P essoal d o M inistério da F azenda - C F.TR EM FA , criad o em 1967, n a E scola de A d m in istração F azendâria - E S A F , e a criaçã o de esco las com o a de A dm inistra­ ç ão Postal - E S A P , A cadem ia N acional de Polícia - A N P. Isso, sem falar no tra ­ dicional In stitu to R io B ranco, q ue g u ard a m ais tem po na história.

O m odelo teó rico proposto neste trab alh o se inspira nas esco las fran cesa e alem ã, sobre as q u ais cabem algum as citaçõ es refere n ciais, logicam ente ajustadas e a d eq u ad a s ã realid ad e d a adm inistração pública brasileira:

“ U m a ca rreira co m p reen d e to d o s o s c a rg o s d a m esm a o rie n ta ­ ç ã o p ro fissio n a l, d e a c o rd o c o m a s fin a lid a d e s d o ó rg ã o respectivo, se n d o o rg a n iza d a e m se g m en to s su p erp o sto s, seg u n d o o n ível d a e s­ co la rid a d e e q u a lific a çã o p ro fissio n a l ex ig id a s p a r a in g r e s s o " ^ n\

" C o m p o n e n tes ce n tra is d o co n c e ito d e carreira: a p tid ã o , d e­ sem p en h o efic a z e ca p a cita çã o p ro fissio n a l d e um lado, e , d e outro, p e rsp ectiva s c o n c re ta s de c re scim en to fu n c io n a l, q u e p re ssu p õ e a não d e m issã o a rb itrá ria d e c a rg o s, in clu siv e d e d ireçã o . P aralelam ente, p e rm ite a a d eq u a d a e fle x ív e l a d m in istra çã o de p e sso a l, d esce n tra li­

zada, im p esso a l e fl u x o re g u la r d e a d m issõ es. P a ra co n c re tiza ç ã o d es­ s e s p rin cíp io s, h á n ec essid a d e d e d eterm in a r, via leg isla çã o , p a râ m e ­ tro s o b jetivo s e m ín im o s rela tivo s à q u a lifica çã o p ro fissio n a l e d e d e­ sem p en h o efic a z p a ra a s c a rreira s c o m vista a o in g resso , está g io p r o ­ ba tó rio , d esen vo lvim en to fu n c io n a l, o que, a lém d o c a rá te r de ob ri­ ga to ried a d e, p e rm ite a n ecessá ria fle x ib ilid a d e n o tem p o e espaço, resp eita n d o -se a s p ec u lia rid a d e s d a s o rg a n iza çõ es e d a s c a rreira s”

( 11) .

“A p ro fissio n a liza ç ã o so m e n te p o d e o c o rrer a tra v é s d o p rin c í­ p io da ca p a cita çã o p ro fissio n a l, a p tid ã o , d esem p en h o efica z e a não d e m issã o arbitrária.

P ro teg e o fu n c io n a lism o c o n tra in terferên cia s estra n h a s e p re ju ­ d ic ia is a o serviç o p ú b lico .

A g a ra n tia d a p ro fissio n a liza çã o do fu n c io n á rio e stá e m gra n d e p a rte a p o ia d a n a independência, n e u tra lid a d e e ca p a cita çã o d e n tro do co n tex to da n ã o d e m issã o a rb itrá ria de o c u p a n te s d e c a rg o s, inclusive de direção.

C an d id ato s q ue n ão possuem a esco larid ad e m as têm a c a p acitação p ro fis­ sional, atrav és d a ex periência de vida, inclusive funcional podem ser adm itidos com o a ex c e ç ão à regra, desde que a d ecisão seja d a com petência de uma com is­ são neutra e independente, d ado o c a rá te r de ex cepcionalidade.

(1 0 ) B E A M T E N R E C H T , I’ rc f. D r. U lr ic h lia ttis - lic c k - T c x t c im d t v - M ü n c h e n , p 2 0 (1 1 ) S C H E R B A R T H /H O E F K E N — L A U F B A H N W E S E N . p. 2 7 3 c 2 7 4 . P

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Gucnlhcr Jung.

U m g ru p o especial d en tre os fun cio n ário s e stáv eis, o s ch am ad o s “ funcioná­ rios p o lític o s” , q u e , no desem p en h o de carg o dc alta d ireção d ev e e s ta r cm c o n ­ co rd ân cia perm anente com os asp ecto s das p o líticas e o b jetiv o s fundam entais do G o v ern o , p o d e, p o r isso, a q u a lq u e r m om ento, em bora tam bém , não de form a ar­ b itrária, ser co lo c ad o em d isp o n ib ilid ad e tem p o rária, e , p o r p o u c o s m eses com re­ m uneração in teg ral’^ 12*.

“ O S istem a d e C arreira possibilita a sistem atização d a c a p acitaçã o , integra­ ção da teoria com a p rática, d esenvolvim ento funcional pelo m érito e ig ualdade de ch a n ces no acesso ao s carg o s p ú b lico s” *13)

O co n ce ito de C arreira e o p rincípio d a linha técn ica e d e d ireção p aralela, ou seja em “ Y ” , ad o tad o s no m odelo p ro p o sto para o S erv iço P ú b lico F ederal, to m am opo rtu n a a tran scrição de algum as a firm açõ es d o Prof. S erg e S alo n , da U niversidade de P aris,,4).

“ A adm inistração necessita de funcio n ário s q ue conheçam perfeitam en te seu m etiê, m as m esm o assim , o o b jetiv o d a form ação inicial não dev e lim itar-se à e s­ trita p rep aração à s tarefas im ediatas a serem ex ecu tad as, po is isto lev a ria a um a e sp ecialização ex cessiv a, co n stitu in d o -se um o b stácu lo à sua m obilidade e um fa­ to r de esclero rização d a adm inistração.

A form ação inicial d e v e satisfaze r d u a s ex ig ên cias de d ifícil co n ciliação : a e x ecu ção d as tarefas para as q u ais são o s funcio n ário s recru tad o s e , cm segundo lugar, a ev o lu ção d as técn icas e a trib u içõ e s da adm inistração no m undo m oderno, perm itindo, assim , as ad ap taçõ es necessárias ao longo d a carre ira. A p rim eira das p reo cu p açõ es deve ser o s co n h ecim en to s e as té c n ic a s p ro fissio n ais e sp ecializa­ das, atrav és de cu rso s teóricos e e stág io s práticos. A seg u n d a deve c o n sid e ra r o v alo r d a cu ltu ra g e ra l, a p olivalência, o s m étodos, aspectos q ue crescem em im­ p o rtân cia na m edida em q ue se trata d e prep arar funcio n ário s d e nív eis m ais e le ­ v a d o s” .

N o co n tex to d a literatura e stu d ad a vale reg istrar q ue o s sistem as e u ro p eu s, esp ecialm en te o alem ão e o francês, são altam ente so fisticad o s, com relação aos q u ais pode até falar-se em hipercom petência. L evam em co n sid eração , d en tre o u ­ tros pressu p o sto s, a ex p e riên c ia, a q u alificação profissional, inclusive c a racterísti­ ca s de perso n a lid ad e, esp ecialm en te para o s carg o s dc d ireção . E xiste a b e rtu ra pa­ ra m aior velocidade no cu rso d a ca rre ira, para o s m ais com p eten tes e eficazes, ev itan d o -se, assim , ao m esm o tem po, o en v elh ecim en to d o s q u a d ro s d e dirigentes.

L evando-se em conta a pouca ou quase n enhum a e x p eriên cia no B rasil, é pragm ático c o n sid era r q ue os plan o s dc carreiras, a q ue se refere o artig o 39 da C o n stitu içã o F ederal (l5), devem b u sc a r in spiração cm algum as esco las européias av an ça d as, especialm ente a alem ã, com a tradição q ue lhe é quase secular.

Evi-(1 2 ) B E A M T E N R E C H T , P R O F E S S O R D R . U L R IC H B A T T I S , B cck - T c x t c i m d t v - p . ! I a 13. (1 3 ) J U N G , C iu e n th er. T reinam ento F azendário n a A le m a n h a . R io d e J a n e ir o , C E T R E M F A /.M F , 1 9 7 1 , p 9 (14) S A L Õ N , S e rg e . R e c ru le m e n t e t fo r m a tio n . C A H IE K SF R A N Ç A /S, P a ris , 1 9 7 :2 - 7 , s e p t. 19 8 0 .

(1 5 ) B R A S I L . C o n s titu iç ã o (1 9 8 8 ) . Constituição: R e p ú b lic a F e d e ra tiv a d o B ra sil. B ra s ília , S e n a d o F e d e ra l, C e n t r o G r á f ic o , 198 8 . a r t. 3 9 p. 39 .

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P L A N O S D E C A R R E IR A .

den tem en le, m ais n a linha d o referen cial, levando-se em conta a realid ad e da A d­ m inistração Pública no Brasil. Em especial com relação ao s parâm etros m ínim os em term os de q u alificação profissional e desem p en h o efic a z , q ue devem se r m íni­ m os m esm o se co m parados com o s d aq u eles p aíses, m as teriam a s características d a o b rig a to rie d ad e, o b jetiv id ad e, ap licab ilid ad e, clareza e p o ssib ilid ad e, com o já referid o , d e aju stes no tem po e e sp aço , via ex p eriên cia prática: su p eração gradual de b arreiras cu ltu rais e outras que terão de s e r necessariam ente rom pidas, se real­ m ente e x istir a v ontade política de efetivam ente m odernizar e restau rar aspectos fundam entais que interessem a toda a n ação b rasileira no lim iar d o sécu lo X X I, quando se percebe um clam o r de to d a a so cied ad e em direçã o à m odernização, eficác ia e m o ralização do setor público.

4 — B ase T e ó r ic a d e um M odelo d e S istem a d e C arreira p a ra a A d m in istra ­ ção P ú b lica F ederal

4.1 — B ases para a C on cep ção

A reo rg an ização d a A dm inistração Pública F ederal constitui p rio rid ad e na­ cio n a l, cm razão d o q ue dispõe a C o n stitu ição F ederal, com o tam bém d a n ecessi­ dade de m odernização da m áquina p ú b lica, de sorte q ue ela p ossa v ir a cum prir com efic iê n c ia, eficácia e efetiv id ad e suas finalidades e o b jetiv o s, ju n to à so cie ­ dade u su ária d o s serv iço s g overnam entais. E ssa é um a trajetória técnico-política que deve revestir-se de um caráte r d inâm ico, flexível e tra n sp aren te - um a ex ig ên ­ cia da p rópria dem ocracia — em basada num a p ro fu n d a an álise e reflex ão , em ter­ m os retro sp ectiv o e prospectivo.

A p a r d isso , torna-se necessária a esco lh a d e um cam inho determ in an te de m udanças com portam entais e org an izacio n ais, que passa fundam entalm ente pela m elhoria d o s quadros d e p esso al, em esp ecial de d irig en tes do serviço p ú b lico e, certam en te, foi este o esp írito Iegiferante d a C o n stitu in te, ao d isp o r sobre o in­ gresso , atrav és d e concurso p ú blico, bem com o sobre o s plan o s de c a rreira p a ra os servidores da A dm inistração Pública D ireta, A utarquias e F un d açõ es Públicas.

4 .2 — F u n d am en tos do M odelo

A co n cep ção de um m odelo de P lan o d e C arreira, com o j á foi d ito , parece p o d er inspirar-se nos sistem as de carreira ado tad o s com bastante su cesso n o s paí­ ses co n sid erad o s m odernos, conform e já foi abordado, o nde q u estõ es com o a e s­ co larid ad e, q u alificação profissional, av aliação de desem penho (produtividade), d efin ição cla ra e p recisa d as com petências d o s ó rg ão s de pessoal e d e form ação e aperfeiçoam ento d o s servidores p ú b lico s, c ritério s para prom oção interna, inclusi­ ve para o acesso a carg o s d e d ireç ão , d en tre o u tro s de igual relev ân cia, são tom a­ d o s com o base para a co n cep ção d a sua op eracio n alização .

O M É R IT O , C O M P E T Ê N C IA P R O F IS S IO N A L e a N Ã O D E M ISSÃ O

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Gucnther Jung...

A R B IT R Á R IA co nstituem -se nos p ressu p o sto s fundam entais do S IS T E M A DE C A R R E IR A - instrum ento d e co n tro le e de g estão d a m áquina p ú b lica. A P R E S ­ T A Ç Ã O Q U A L IT A T IV A DOS S E R V IÇ O S G O V E R N A M E N T A IS , lado à V A ­ L O R IZ A Ç Ã O d o s recu rso s h u m an o s, devem ca ra c teriz a r a e ssên c ia d e um sistem a d e carreira.

A co n tin u id ad e d as ações d a A dm inistração Pública está intrinsicam ente re ­ lacionada com o Sistem a d e C a rre ira , um a vez q u e o s recu rso s hum anos, no caso o s serv id o res p ú b lic o s, são o s a g en tes e o s ag en ciad o res da m áquina g o v ern a­ m ental.

Q u alq u er m odelo de S istem a d e C a rre ira deve fundam entar-se n a n ecessária b u sca da m elhoria d o s nív eis de eficiên cia, eficác ia c efetiv id a d e d a A dm inistra­ ção P ú blica, vinculada à q u alificação profissional d o s seus servidores.

A introdução efetiva d e um S istem a de C arreira, tom a lu g ar prim eiram ente d en tro e atrav és d o s ó rg ão s e en tid ad es q ue integram a A dm inistração P ú b lica.“ E é d en tro e atrav és d as org an izaçõ es qu e o s v alo res, norm as, processos c estruturas devem se r institu cio n alizad o s. Institu cio n aliz ação é d e fin id a com o o p ro cesso pelo qual são estab elecid as as relaçõ es norm ativas e o s padrões de a titu d e '’*161. O pro­ cesso institucional e o s padrões d e atitude n a A dm inistração Pública p o d erão res­ guardar-se num P lano d e C arreira bem estru tu rad o — fato r determ inante da profis­ sio n alização d o se rv id o r público.

4 .3 — P ressu p ostos E ssen ciais

A q u estão p rio ritária d o s plan o s de c a rreira dev e m erecer p o r parte d o G o ­ verno decisiv o esfo rço , no sentido de q ue o resultado final, cm nível do Poder E xecutivo, represente a síntese das co n trib u iç õ es - p roduto d e ex p eriên cias a p li­ ca d as e vivenciadas - d o s D irigentes de O rgãos de Pessoal d o S IP E C - Sistem a de Pessoal C iv il, dos próprios serv id o re s, bem com o, d e co n su lto res e esp e c ia lis­ tas d as m ais d iv ersas ex p e riên c ias e o rien taçõ es de pensam ento, bem com o d e ou­ tros segm entos in teressados da so cied ad e brasileira.

É im p era tivo c o n stitu c io n a l a fixação de d ire trizes para o s plan o s de carreira da A dm inistração D ireta, A utarquias c F un d açõ es P ú b licas, resg u ard ad as as pecu ­ liaridades institucionais.

N este co n tex to , vale ressaltar q ue a q u e stão d o s plan o s d e carreira d ev e ser tratada à luz d e p ressu p o sto s essen ciais, q ue devem su sten tar o S istem a d e C arrei­ ra, c u ja s d iretrizes sã o g e ra is para toda a A dm inistração P ública.

4 .4 - A rq u itetu ra da C arreira

A arq u itetu ra d a c a rre ira dev e em erg ir d a dem anda co n stitu cio n al que

preci-(1 6 ) E S M A N . M IL T O N J .K .. B L A IS E H A N S , in M odelos in s titu c io n a is-s .n .t.

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P L A N O S DE C A R R E IR A .

sa, p o r sua vez, g u a rd a r estreita c o rrelação com a s funções do E stado, qu e se ca­ racterizam com o E X C L U S IV A S , com o p o r exem p lo , A uditoria Fiscal, D iplom a­ cia, Polícia F ederal, A dv o cacia d a U nião e C O R R E L A T A S com o se to r privado, a exem plo: o M agistério, S aúde e A gricultura.

No prim eiro cam p o , via de reg ra, a q u alificação profissional d ev e se r adqui­ rida na p rópria instituição. N o seg u n d o , p re ssu p õ e a q u a lificação do se rv id o r - com o serv id o r p ú blico. Essa p articu larid ad e dev e ser m arcante para c aracterizar seja o profissional liberal, en q u an to pessoa física e /o u ju ríd ic a , seja o profissional pú blico. A n atu rez a ju ríd ic a do profissional não dev e ser determ inante do nível q u a lific ativ o d o serviço prestado.

4 .5 — In g resso e V a lorização do S ervid or

N ão restam , p o is, m ais d úvidas sobre a q u e stão d a necessária pro fissio n ali­ zação e valorização do serv id o r p ú b lic o , a b rin d o -lh e o E stado p ersp ectiv as c h o ri­ zo n tes d e crescim en to fu n cio n al, c o n so a n te finalidades e o b jetiv o s institucionais bem d efin id o s. Isso está relacio n ad o com as q u estõ es d c ingresso - via C oncurso P ú b lico - com o instrum ento efe tiv o de aferição da q u alificação profissional (duas e tap as, ou se ja , a tradicional prova ou p ro v as c títu lo s e p ro v as, ap ó s form ação teó ric a e prática - estád io p rep arató rio - , p recedem ao e stág io probatório). A m aior ou m enor com plexidade desse estág io p rep arató rio d ep enderá d a natureza das ativ id ad es/co m p etên cias inerentes a o Ó rg ã o e à s C arreiras.

N ão se pode esq u ecer, tam bém , d a q u estã o do p ré-req u isito d c form ação b á­ sica do ca n d id a to , para ing resso na carre ira, conform e atrib u to s d e cad a um a, a partir d a h abilitação ex ig id a. Essa h ab ilitação profissional dev e ficar a c arg o dos S istem as R egulares d e E n sin o (1 -, 2- c 3- graus).

4 .6 — D esen v o lv im en to na C arreira

A e ficiên cia, a efic ácia c a efetiv id ad e d o E stado na prestação d c se rv iço s à S o ciedade depen d e do aperfeiçoam ento c d a c a p acitação d o s recu rso s hum anos - O s F un cio n ário s P úblicos. A q u alifica ção profissional co n stitu i-se cm pressuposto fundam ental q u e, som ada a uma rigorosa d efin ição de pad rõ es dc desem penho, p o ssib ilitará av an ço s n a q u estão d a p ro d u tiv id ad e no S erv iço Público. O princípio da prom oção a classes superiores ou para carre iras m ais com p lex as su sten ta-se no pressu p o sto d a av aliação dc desem penho c produtividade.

N ão h á com o se falar cm co n tin u id ad e de ações g o v ern am en tais ('U nião/E s­ tad o/M unicípio) sem se estru tu rar, n essas b ases, o s P lanos de C arreira.

4 .7 — A cesso a o s C argos de D ireção

O s P lanos de C arreira arq u itetad o s c d e sen v o lv id o s nessas bases abrirão p e rsp ectiv as, a partir d e um processo seletiv o , com perfil c h abilidades defin id as,

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Gucnthcr Jung.

inclusive, atrav és d a ex p eriên cia, para o acesso d o s serv id o res ao s c a rg o s de dire- ção.

E sta é um a q u e stão po lêm ica, m as fundam ental. O problem a d o clien telism o , som ado à se g reg ação de tantos serv id o res com perfil e preparo g eren cial, vêm tendo c o n v iv ên cia p acífica e acom odada n a A dm inistração P ública. H á q u e se adm itir a n ecessária op o rtu n ização a tantos e a todos q ue atendam ao s requisitos estab elecid o s em lei de galgarem a escad a da m áquina pública - em níveis d e ge­ rên cia, sem p reju ízo d a n ecessária m obilidade nesses ca rg o s, conform e previsto na lei e regulam ento, para e v ita r a form ação d e “ p ro p rietário s” d e posições. É um a estratég ia pragm ática de o x ig en aç ão d o Sistem a.

C ertam ente esta m edida, qu e sig n ifica ro m p e r com trad içõ es e vício s forte­ m ente arraig ad o s n a nossa cu ltu ra a d m in istrativ a, virá a a te n d e r ao d esejo da so­ cied ad e, d as o rg an izaçõ es p ú b licas, bem com o d o se rv id o r, no sentido de se obter a m elhor seleção de p essoal possível, asseg u ran d o -se uma ação técnico-adm inis- trativa co n tin u ad a, som ada à preserv ação do “ s ta tu s " hierárq u ico c rem uneratõrio a ser c o n q u istad o pelo funcionário p ú b lico , atrav és d o s escalõ es d o m érito. S ig n i­ fica, inclusive, co n d ição sin e q u a n o n p a ra a im plantação d e um S istem a dc C a r­ reira com todas as suas co n d icio n an tcs e im plicações. A ssim , há, ain d a, a co n sid e rar-se um asp ecto fundam ental no âm b ito da p ro fissio n alização q ue é o d a a v a lia ­ ç ão de d esem p en h o , d escaracterizad o sensivelm ente pela form a ad o tad a na A dm i­ n istração P ú blica, q u an to ü q u estão d o s c a rg o s d c d ireção . Um m odelo m ais ad e­ q u ad o é aquele que estab elece requisitos claro s e o b rig ató rio s para o acesso a e s­ ses carg o s, resp eitad o s o s critério s dc ro d ízio , com a im plicação d ec o rren te de um a relação m ais ad eq u ad a do av aliad o e avaliador.

4 .8 — R acio n a liza çã o

N a m edida cm q ue a A dm inistração Pública se o rg a n iz a , co n so an te m issões e funções bem d efin id as e d elim itadas e , na m esm a lin h a, em q ue se cam inha siste­ m aticam ente num a efetiv a estratégia dc ca p a c itaç ã o c p reparação d o q u a d ro de servidores — força de trab alh o ativ a, ao lado de rig o ro so critério p a ra ingresso, via C o n cu rso P úblico, com o e stá g io prep arató rio , com o já referido, o n d e a teoria e a p rática se integram , form ando um a unidade d id ática, certam en te o resultado será d e racio n alização , seja d a força d e trab alh o , seja d o nível d o s serv iço s prestados. A m édio e longo prazo s ter-se-á um a a d eq u aç ão d o s q u ad ro s de p esso al, cm ter­ m os q u alitativ o s e quantitativos: d e se jo e e xig ê n c ia d a S o cie d a d e e d o p ró p rio E stado.

4 .9 - M an u ten ção d os C a rg o s d e L ivre N o m ea çã o

O p o n to a lto d e um m odelo de ca rre iras refere-se ao s cargos d c d ireção , que devem c o n stitu ir-se em pressu p o sto para a estru tu ração d o S istem a d c C arreira,

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P L A N O S D E C A R R E IR A .

h a ja visto qu e no B rasil to d as as ten tativ as nesse sen tid o foram frustradas ou ap licad as sem m uito êxito. C om isso, sem se a d o ta r uma “ cam isa d c fo rç a " , sofre- riam ex ceçõ es o s “ c a rg o s p o lítico s” e , de o u tro lad o , ascenderiam n o s ó rg ão s e in stitu içõ es, a o s carg o s de d ireção , o s fu n cio n ário s de carreira. Isso dem anda que o s titu lares de “ ca rg o s p o lítico s” este jam , perm anentem ente, en g ajad o s nas mis­ sõ es, fun çõ es e program as governam entais, dc sorte q u e, integrados com a base técnico-operacional d o s d irig en tes d o s nív eis de escalõ es m enores na organização (o cupantes de c a rre ira), possam ser cum pridas a s finalidades e o s o b jetiv o s esta­ belecidos.

C om isso, ficam o s d irig en tes d e prim eiro e sc a lã o livres para escolherem seus assessores m ais d ire to s, resg u ard an d o -se, no e n tan to , o s c a rg o s técn ico s e os dem ais de direção para serem preen ch id o s, seg u n d o o s p rin cíp io s d o s p lanos de carreira.

A qui teriam q ue sc r con sid erad o s asp ecto s da cu ltu ra adm in istrativ a no B rasil, co m o , tam bém , o fato de q u e, q u an to m ais e lev ad a a h ierarq u ia d o s carg o s que serão p reen ch id o s p elo s p rin cíp io s da carreira, m aiores as p ersp ectiv as e a m otivação do funcionalism o, bem com o a g aran tia da co n tin u id ad e da ação adm i­ nistrativa e m ais positiva a relação av aliad o x avaliador.

5 — E stra tég ia s d e Im p lan tação: G ra n d es L inhas

O m om ento d e transição política é pro p ício para a d efin ição d e d iretrizes pa­ ra o s plan o s d c c arreira — IM P E R A T IV O C O N S T IT U C IO N A L . D ar concretude a disp o sitiv o de tam anha im portância é d ev e r d o E stado, no âm bito d o s Poderes E x ecu tiv o , L eg islativ o e Judiciário. D e o u tro lado, a partir d e uma base d iag n ó sti- ca - retrato d a situ ação real d o s recursos hum anos d o S IP E C - Sistem a de Pessoal C ivil - poderão ser estim ados o s cu sto s prováveis: d ad o s essen ciais para a d efin i­ ção de um plano e stratég ico e tá tico -o p eracio n al para a im plantação d a lei. Isso

im plica uma program ação de recu rso s o rçam entários, in clu siv e, em razão do que disp õ e o artig o 169 da C o n stitu ição Federal.

F az-se n ecessário o b serv ar q u e , no p ro cesso d e im plantação d o s P lanos de C arreira, observe q u e, na prim eira c o m p o sição , o núm ero d e carg o s n ão d ev erá ex c ed er ao co n tig en te existente. Em c a rá te r ex cep cio n al p o d erá ser adm itido acréscim o d e ca rg o s, de aco rd o com as n ece ssid a d es identificadas p elo s órgãos e desde q u e se lim ite ao reaproveitam ento d e fun cio n ário s de o u tro s ó rg ã o s, com a prévia an u ên cia do Ó rgão C entral do Sistem a de Pessoal C ivil.

O u tra q u e stão fundam ental refere-se ao ajustam ento e ad eq u ação d as escolas d e form ação c ap erfeiçoam ento, a exem plo da E scola N acional d e A dm inistração P ú b lica - E N A P , F u ndação C en tro d e Form ação do S erv id o r P úblico - F U N C E P e E scola d e A dm inistração F azendária - E S A F , d en tre o u tras, para o atendim ento às d em andas, v inculando-as à s su a s finalidades qu e devem ser d efin id as e /o u re­ d efin id as d e form a clara e o b jetiv a e com c a ra cterística de o b rig ato ried ad e. Isto

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Gucnthcr Jung.

atrav és d e parâm etros m ínim os, com o j á referid o , aju stáv eis no esp aç o e no tem po, m as tam bém co n sid eran d o -se as resp o n sab ilid ad es reais, em term os q u a n titativ o s e q u alitativ o s d o su bsistem a de form ação e ap erfeiço am en to , em qu e pese apenas 3% d o co n tin g en te do funcionalism o tenha atrib u içõ es, cu ja q u alificação p ro fis­ sional h á de ser ad q u irid a fundam entalm ente nas instituições “ internas” de c a p a ­ citação. A lém d o s fu n cio n ário s, com perfil profissional e interesse em subm eter-se ao p ro cesso seletivo para acesso à s funções dc direção.

A s E sco las de Form ação d e R ecursos H um anos para a A dm inistração P ú b li­ ca devem te r seus fins e o b je tiv o s claram ente d e fin id o s - inspirados n a legislação instituidora do S istem a d e C arreira.

E ssas E scolas terã o a enorm e resp o n sab ilid ad e de form ar o s can d id a to s ao S erv iço P ú b lico e d e ap erfe iço ar ou esp ecializar o s funcio n ário s j á cm exercício. E, acim a de tu d o , algum as delas irão p rep a rar o s d irig en tes para o S e rv iço P ú b li­ c o , tarefa em que o s o b jetiv o s serão c o n ciliar a p o liv alên cia com a especialização: a form ação prática; a cu ltu ra geral; e a teoria, além da o b ten ção d e nov o s valores pro fissio n ais, m orais, políticos e so ciais, com conhecim entos co g n itiv o s d as c iê n ­ c ia s ju ríd ic a , p o lítica, eco n ô m ica, adm in istrativ a e sociológica. O cam inho dessa c o n stru ção d ev erá p e rseg u ir o “S A B E R F A Z E R ” e o “A P R E N D E R F A Z E N D O " .

A ex ig ên cia d a esco larid ad e d e nível su p erio r para d eterm inadas carreiras im plica um a sensível abrev iação d o estág io preparatório.

Ao m esm o tem po há q ue se e v ita r a “ in flação pedagógica e de c u rs o s " , isto é , a tecn o lo g ia instrucional e a q uantidade d e cu rso s dc ap erfeiço am en to , q ue d e­ vem s e r d evidam ente d im ensionadas, em term os q u alitativ o s, q u an titativ o s e de ad eq u ação (l7).

A finalidade básica d o s cu rso s n ão regulares dc aperfeiço am en to será a de co m p letar e /o u reciclar conhecim entos e h a b ilid ad es, de m odo a e le v a r o nível dc desem penho d o funcionário d ev en d o te r, assim , em p rin cíp io , com ex c e ç ão d o s cu rso s reg u lares previstos em regulam ento, v alo r indireto para o desenvolvim ento na c arre ira, via av aliação d o d esem penho. P o r o u tro lad o , há q ue se co n sid erar que a form ação inicial deve ser co m pletada ou atu alizad a sem e sq u e c e r a n ecessi­ dade d e e sp ec ialização e as característic as d a carreira e d a organização.

A s estra tég ias d e im plantação dc um S istem a d e C arreira terão que ser d ife­ renciadas. H á q ue se d e fin ir prio rid ad es e c o n sid e rar q ue h á ó rg ão s com plan o s de c a rg o s com fortes c aracterísticas de c a rreira e recu rso s hum anos, em nível g e ren ­ cial b astan te adequados. O u tro s existem q u e, além d e terem ap en as p lanos d e car­ gos e salário s, n ão possuem um a po lítica de d esenvolvim ento dc recu rso s hum a­ nos.

O s p ressu p o sto s d a c a rre ira nas suas d iretrizes vinculam -se a p rin cíp io s que d ev erão o rien tar todo esse processo.

(1 7 ) K E S S L E R , M a r ie - C h r is tin c . L 'é c o l c n a tio n a le d 'A d m i n is tr a ti o n . CA H /ER S F R A N Ç A /S. P a r is . 1 9 7 :8 -1 4 , s e p t. -198 0 .

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P L A N O S D E C A R R E IR A ..

É n e cessário observ ar, ain d a, d en tre o u tro s pressu p o sto s, a re o rg an ização adm inistrativa; o desenvolvim ento e im plantação d e processos ad eq u ad o s d e ava­ liação de desem penho: a d efin ição e perfis pro fissio g ráfico s, in clu siv e, para fun­ çõ e s d c d ireção ; e o redim ensionam ento d a força d e trabalho, atrav és de m étodos ad equados.

A lém d isso , a e stru tu ra ção , a im plantação e o d esenvolvim ento de um p ro ­ je to d e S istem a de C arreira d em andará tem po considerável p a ra form ação dos

qu a d ro s perm anentes d e d irigentes. C om o co n se q ü ê n c ia ter-se-á d e adm itir, p o r determ in ad o tem po, a ex istên c ia d e sistem as p aralelo s, fato q ue d ev erá se r adm i­ nistrado com a n ecessária com petência.

Há q ue e sta r igualm ente im plantado o p ro cesso de m o d ernização e inform a­ tização do S istem a de Pessoal C ivil da U nião — S IP E C , p o ssib ilitan d o o fe re c er to­ da uma base d e d ad o s e inform ações g eren ciais c ap azes d e su b sid iar a im plantação de um program a de trab alh o d e Sistem a de C arreira, ao lado da ad eq u ação d a e s­ trutura d o s órgãos de p essoal q ue integram o S IP E C , bem com o de um a efetiva ação d e d esenvolvim ento d e recu rso s h u m an o s, em todos o s níveis.

6 - G Ê N E S E E C O N S T R U Ç Ã O D E UM A P R O P O S T A P A R A O S E R V IÇ O P Ú B L IC O F E D E R A L

A p ro p o sta de an tep ro jeto d e lei p u b licad a n o D .O .U ., d e 16/08/89^18*, para au d iên cia pú b lica, pela S ecretaria E x ecu tiv a d a C om issão Interm inisterial, criada pelo D ecreto n - 9 7 .8 8 5 , d e 28/06/89< l9>, resultou d o estu d o , an álise e discussão cm quase 150 horas d e trabalho efetiv o d a citad a C om issão e d a inco rp o ração das suas recom endações pelo G ru p o T é c n ic o d a SR H .

C o n sid eran d o os produtos fundam entais resu ltan tes desse p ro cesso dc co n s­ tru ção particip ativ a e integrado, o s trab alh o s d e sen v o lv id o s até a q u ela fase com­ preenderam d u as e tap as, ou seja, o perío d o d ec o rrid o entre m arço e m aio d e 1989, data em q ue ocorreu a ap resen tação pelo S e n h o r S ecretário de R ecursos H um anos, D r. E L O Y C O R A Z Z A , d a proposta de texto prelim inar do G ru p o T é c n ic o em S em inário T écn ico , qu e contou com a p articipação do M inistro de E stad o d a SE- P L A N /P R e de autoridades daquela P asta, culm inando com inform ações à opinião pública num a en trev ista de cerca de uma h o ra à im prensa escrita e televisionada.

A segunda grande etap a do p ro cesso iniciou-se com a instalação, no dia 0 7 /0 7 /8 9 , da C om issão Interm inisterial, criad a com a finalidade d e ela b o ra r, no prazo d e n oventa dias^20', an tep ro jeto s d e leis, in stitu in d o R egim e Ju ríd ico Ú nico

(1 8 ) B R A § I L - S E C R E T A R I A D E P L A N E J A M E N T O E C O O R D E N A Ç Ã O D A P R E S ID Ê N C IA D A R E P U B L I C A . S E C R E T A R I A D E R E C U R S O S H U M A N O S . P ortaria n ? 0 1 d e I 6 d e a g o s to d e 1 9 8 9 . D iá rio O fic ia l d a U n iã o , B r a s ília , v o l. 1 2 7 , n? 15 6 , p . 1 3 9 8 4 , S e ç ã o I , 1 6 a g o . 1 9 8 9 .

(1 9 ) B R A S IL . D e c re to n - 9 7 .8 8 5 , d e 2 8 d e ju n h o d c 1 9 8 9 . C o m is s ã o I n te rm in is te ria l p a ra fim q u e i n d ic a e d á o u tr a s p ro v id ê n c ia s . D iá r io O fic ia l d a U n iã o , B ra s ília , v o l. 12 7 , n - 1 2 2 , S e ç ã o I , p . 1 0 5 6 3 , 2 9 iu n . 19 8 9 .

(2 0 ) P r o r r o g a d o p e lo D e c r e to 9 7 .1 8 4 d e 2 7 .0 9 .8 9 , e m r a z ã o d a n e c e s s á ria a n á lis e d a s re c o m e n d a ç õ e s d e ­ c o rr e n te s d o p ro c e s s o d c a u d iê n c ia p ú b lic a q u e a tin g iu a m a is d e 8 .0 0 0 .

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Guenthcr Jung.

e estab elecen d o d iretrizes b ásica s p a ra o s P lanos d e C arreira d o s S erv id o res C iv is d a A dm inistração Pública d ireta, d as A u tarq u ias e d as F u n d açõ e s Públicas.

A C om issão Interm inisterial é in teg rad a p e lo s seg u in tes m em bros: I - S ecretário-G eral da S E P L A N /P R , com o P residente;

II — U m rep resen tan te da C onsultoria-G eral d a R ep ú b lica indicado pelo C onsultor-G eral d a R epública;

n i - T rês rep resen tan tes da S E P L A N d esig n ad o s pelo M inistro d e E stado do P lanejam ento,

IV — U m representante d o s seg u in tes M inistérios: a) M inistério d a F azenda;

b) M inistério do T rabalho;

c) M inistério d a P rev id ê n cia e A ssistência; e d) M inistério da E ducação

C om o rep resen tan tes d o s ó rg ão s q ue constituem a C om issão Interm inisterial: — R icardo S an tiag o - F rancisco d c P aula Schetiini

— S ebastião A ffo n so — L u iz C laudino

— E lo y C o razza - P aulo S é rg io B astos M endes

— F lávio F arias — Jo sé C arv alh o do N. B orges

— A lb erto C arn eiro — R aim unda R odrigues

— G ileno F ernandes M arcelino — N úbia D avid M acedo

A C om issão tem com o S ec retário -E x ec u tiv o o S ecretário d e R ecursos H u­ m anos da S E P L A N /P R Dr. E lo y C o razza q ue co n ta com o assessoram ento direto d a D ra. V an d a M arques de A lm eida.

iNa reu n ião de in stalação , o S ecretário d e R ecursos H um anos e x p ô s ao s inte­ g rantes d a C om issão a situação d o s R ecursos H um anos do S erv iço P úblico Fede­ ral; S IP E C , a m etodologia e estratég ias d e trab alh o s até e n tã o ad o tad as, bem com o as prem issas d as p ropostas d o s textos prelim inares do R egim e Ju ríd ico Ú nico e d o s P lanos de C arreira, até aq u ela fase.

E specificam ente, com relaçã o ao S istem a d e C arreiras, e x p licito u a c o n cep ­ ção b ásica d o tex to prelim inar, seus pressupostos e q u estõ es fundam entais para re­ flexão.

O s trab alh o s da C om issão, reu n id a sem analm ente a um a base de quinze ho­ ras/sem an ais, levaram ao aperfeiço am en to d o tex to na su a versão técn ica prelim i­ n ar, bem com o a um a p rofunda reflex ão so b re su a base co n ceituai e prática.

A s grav açõ es d o s lo n g o s, ap ro fu n d ad o s e c riterio so s d eb ates, an álises e co n trib u içõ es d o s d iv erso s m em bros d a C om issão foram tran scritas d ia-a-d ia de trab alh o , p o ssib ilitan d o a an álise té cn ica e o aproveitam ento fidedigno e im ediato, pelo G ru p o T éc n ico , d a s reco m en d açõ es ou d ec isõ es tom adas, além do papel fun­ dam ental de c o n stru ção d a m em ória técnica.

C oncom itantem ente ao s trabalhos da C om issão Interm inisterial, sem pre a s­ sesso rad a p e lo G ru p o T écn ico - S R H /S E P L A N /P R , foram realizad o s três S em iná­ rios com a p articip ação d a C om issão Interm inisterial: do is na C om issão dc S erv iço

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P L A N O S D E C A R RE IR A ...

P ú b lico da C âm ara d o s D eputados, nos d ia s 15/05 e 0 3 /0 8 /8 9 , e um n a C om issão de C o n stitu ição , Justiça e C id a d an ia d o S enado F ed eral, no dia 23 d c ag o sto de 1989, com am plo deb ate p ú b lico c u jo s resu ltad o s subsidiaram sobrem aneira os T ra b alh o s T écnicos.

A m etodologia se g u id a na elab o ração d a p ro p o sta inicial d o G ru p o T écn ico , form ado ju n to à S ecretaria dc R ecursos H u m an o s/S E P L A N /P R , in teg rad a p o r e s­ p ecialistas na á re a e não e n v o lv id o s n as açõ es d c linha ex ig iu esfo rço s e estu ­ d o s inten siv o s para um a prim eira co n stru ção d iscu tid a e ap resen tad a ao S ecretário de R ecursos H um anos, ju n to com m inucioso relató rio e q ue foi ex p o sto ao M inis­ tro d e E stado d a S E P L A N /P R no dia 3 0 /0 6 /8 9 , conform e já referido.

B asicam ente, o G ru p o T écn ico d a S R H desen v o lv eu as seg u in tes etap as de trab alh o , q ue p recederam a o s da C om issão Interm inisterial:

a) em m arço de 1989, reu n ião com o S ecre tário de R ecu rso s H um anos com o o b jetiv o d e d iag n o sticar a situação co m plexa e a to rd o ad a cm q ue se en co n tram os recu rso s hum anos do S IP E C e , ain d a, n o m esm o m ês, p rocedeu-se à id en tificação p recisa d c insum os e d ire trizes para a co n d u ção d o s trab alh o s, bem com o o resgate d a m em ória viva d o s trabalhos realiz ad o s até 1988 pelos co n su lto res P rofessores Jo sé M aria S an to s A rantes e José V icente d e P aula M endes, na ex -S E D A P ;

b) em 2 7 /0 4 /8 9 o S ecretário de R ecursos H um anos instalou o s G ru p o s T é c ­ nicos para o S istem a d e C arreira e R egim e Ju ríd ic o Ú n ico , o p o rtu n id ad e em que um d o s se u s integrantes fez um a ex p o siç ão so b re o Sistem a d e C a rreira alem ão q u an d o d estaco u pontos fundam entais, bem com o algum as ad eq u açõ es daquele m odelo à realidade b rasileira, em esp ecial q u an to a seus principais instrum entos, o b jetiv o s, cla re z a, o b rigatoriedade de parâm etros m ínim os aju stáv eis no tem po e no esp aço para a estru tu ração e desen v o lv im en to d o S istem a d e C a rre ira , bem co­ m o sobre a d escen tralização do sistem a d e adm inistração d e recu rso s hum anos, in­ clu siv e, n a form ação c aperfeiçoam ento profissional;

c) cm p rin cíp io s de m aio/89, e x p o siçã o , pelo P ro fesso r Jo sé M aria A ran tes e D r. V icente d e Paula M endes quan d o , em m om entos d iferen tes, ap resen taram as bases co n ce itu ais d o s an tep ro jeto s d e lei elab o rad o s à ép o ca d a ex -S E D A P ;

d) 10 a 12/0 5 /8 9 — R eu n ião T écn ica com D irigentes d e Pessoal (1 8 6 órgãos e e n tid a d es/S IP E C ), para o levantam ento de recom endações, com v istas à estru tu ­ ração técn ica d o tex to prelim inar, p recedida d e ex p o sição té cn ica sobre a s bases do trabalho;

e) cm 17 /0 5 /8 9 — ex p o sição pelo G T /S R H do P lano T eó rico R eferencial, em reu n ião com a s en tid ad es sin d icais rep resen tativ as d o s serv id o res, com a parti­ cip a ção de um representante d o M inistério d o T rabalho;

0 em 2 2 /0 5 /8 9 - ex p o sição pelo G eneral F ranco, D ireto r d o D PC do Mi­ nistério do E x ército , sobre o p ro jeto da C a rreira d e A p o io à A tiv id ad e M ilitar e div erso s aspectos da organização do pessoal m ilitar;

(2 1 ) M a ria H e le n a S iq u e ir a R o d rig u e s (C o o rd e n a d o ra ), G u c n th e r J u n g (C o n s u lto r) e J o sé G u ilh e r m e d c M e ­ d e iro s

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Guenther Jung...

g ) e m 2 2 /0 5 /8 9 — ap resen tação pelo G ru p o T écn ico de T ra b a lh o /S R H / S E P L A N /P R , ao S ecretário dc R ecursos H um anos e seu S t a f f d a c o n cep ção técni­ c a do m odelo d e Sistem a dc C a rre ira , na form a com o e sta v a sen d o proposto;

h) d e 23 a 2 5 /0 5 /8 9 — elab o ração de um ro teiro a se r o b serv ad o para p ro d u ­ ção d o prim eiro in sig h t pelo G T /S R H ;

i) dc 23 a 3 0 /0 6 /8 9 — elab o ração pelo G T /S R H do prim eiro in sig h t p a ra ser d isc u tid o , ju n to com o s com itcs técn ico s (S IP E C ), ap ó s ap resen tação ao S ecretá­ rio de R ecursos H um anos;

j) d e 31/05 a 0 2 /0 6 /8 9 — reuniões na F U N C E P para an á lise c rítica, pelos C om itês T écn ico s d o s div erso s e stu d o s, ou se ja , do prim eiro in sig h t do G T /S - R H /S E P L A N /P R , d as p ropostas c e stu d o do Prof. Jo sé M aria A ran tes, d o D r. Vi­ cen te de P aula M endes e do P lano R eferencial T e ó rico , do Prof. G u n th er Ju n g p a­ ra acolhim ento de recom endações para c o n stru ção d o m odelo;

1) dc 0 6 a 0 9 /0 6 /8 9 - elab o ração d a prim eira versão d e p ro p o sta prelim inar de an tep ro jeto de lei pelo G T /S R H e rep resen tan tes d o s co m itês, tendo com o re­ lato r o diplom ata G ilb erto F onseca G. d e M oura, e n treg u e ao S ecretário de R ecu r­ sos H um anos, no dia 0 9 /0 6 /8 9 ;

m )em 15/0 6 /8 9 - S em inário da S E P L A N /F U N C E P , em B rasília, com d iv er­ sos deb ated o res sobre S istem a dc C arreira, te n d o com o m oderador o S ecretário de R ecursos H um anos, Dr. E loy C o razza, com a p articipação d o Prof. V icente de Paula M endes e o D r. José R oberto A rruda;

n) cm 21 c 2 2 /0 6 /8 9 — discussão nas E m baixadas d a R F A , com a p articip a­ ção d a A ssesso ra da S R H , Dra. V anda M arques d e A lm eida e do C o n su lto r Prof. G u en th e r Ju n g , e na F rança pelo G T /S R H , sob div erso s aspectos ligados ao s S is­ tem as d e C arreira d aq u eles países;

o) em 2 1 /0 6 /8 9 - d iscu ssão p resid id a pelo S ecretário de R ecursos H um anos com o G T /S C c S ta ff, sobre o m odelo operacional elab o rad o pelo S ecretário S u b stitu to , D r. R O B E R T O S E R Z A N IN C K a partir d o prim eiro in sig h t do G T /S R H ;

p) em 2 2 /0 6 /8 9 — ap resen ta ção em reu n ião presidida pelo S ecretário de R e­ cu rso s H um anos, com a p articipação d o seu S ta ff e G T /S C , pela D ra. C H R IS T I-

NE W EIL, D iretora d o D epartam ento Ju ríd ico da E m baixada da R F A , so b a e x p e ­ riência alem ã, no início do sécu lo , da im plantação d e seu Sistem a de C arreira;

q) em 2 3 .0 6 .8 9 - D iscu ssão d o Dr. E loy C o razza com seu S ta ff e G T /S R H so b estratég ias dc im plantação do S istem a d e C a rre ira , prim eiros in sig h ts o p eracio ­ nais.

C om o se o b serv a, o m odelo co n stru íd o resultou de um p ro cesso de partici­ pação, integração c articulação q ue dev e o rie n tar a adm inistração da re s p ú b lic a .

Inspirou-se ain d a, dc form a m arcante, nas esco las francesa e alem ã. N a prim eira, no q ue diz respeito à q u estão essencial d e um Sistem a de C arreira q ue é a do aces­ so a o s c a rg o s d e direção c d c assesso ram en to , sig n ifican d o um e stág io interm ediá­ rio en tre o m odelo tradicional b rasileiro c alg u n s av an ço s n aq u ilo q ue se aplica ju stam en te o nde está presente a ex istên cia d e um q u arto g ru p o de funcionários

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P L A N O S D E C A R R E IR A .

pú b lico s, co lo cad o s num patam ar acim a do téc n ic o -su p erio r, co n stitu in d o um q u a ­ dro perm anente de dirigentes altam ente q ualificados. N o m odelo alem ão buscou-se principalm ente a inspiração na d e fin ição c la ra , o b je tiv a e ob rig ató ria, e , ao mesmo tem po flex ív el, d e parâm etros m ínim os para a q u estão d a q u alificação profissional para o serviço p ú blico, bem com o a ad o ção de um sistem a d escen tralizad o dc ad­ m inistração d o s recu rso s hum anos, cu jo em basam ento está posto na parte que ab o rd a o s com ponentes teó rico s do m odelo.

Q uanto à d ivulgação d a proposta do anteprojeto de lei, q ue fixa a s diretrizes para o s plan o s de carreira d o s servidores da adm inistração d ire ta, d a s au tarquias e d as fund açõ es públicas, a C om issão Interm inisterial conclui a terceira e últim a e ta p a do processo de elaboração do an tep ro jeto de lei, em nível dc P oder E xecuti­

vo, q ue culm ina com a su a publicação no D .O .U ., com o o b jetiv o d c o p o rtu n izar aos div erso s segm entos d a sociedade, n a q u alidade de usuária d o s serv iço s públi­ co s prestados pelo E stado e ao s serv id o res p ú b lico s, legítim os prestadores desses serv iço s, trazerem suas co n trib u içõ es, d en tro d o p rin cíp io da p u b licid ad e determ i­ nad a ao s ato s da A dm inistração P ú blica, nos term os da C o n stitu ição Federal.

A s sugestões receb id as foram c ad astrad as e an alisad as p ela C om issão Inter- m inisterial a grande parte das recom endações p assaram a in teg rar o s texto d o an ­ tep ro jeto de lei. R eg istre-se o recebim ento de m ais d e três mil sugestões em endas d o s segm entos institucionais e da sociedade.

A in d a, sobre a m etodologia utilizada n a elab o ração d as p ropostas do an te­ p ro jeto d e lei sobre Regim e Ju ríd ico Ú nico e Sistem a de C arreira, vale d estacar as diretrizes citad as pelo S ecretário-G eral d a S E P L A N /P R e P residente da C om issão Interm inisterial, D r. R IC A R D O S A N T IA G O , q u a n d o d a ab ertu ra da sessão de d e b a te s na C om issão d e C o n stitu ição , Justiça e C id ad an ia do S enado F ederal, no dia 2 3 .0 8 .8 9 - determ inadas pelo S e n h o r M inistro dc E stado do P lanejam ento Dr. JO A O B A T IST A D E A B R E U , para a ela b o ra ç ão das p ro p o stas, bem com o para a co n clu são do processo:

a) T o d o o conhecim ento a d quirido ao longo d o tem po deve se r ap roveitado. b) T o d o s os segm entos en v o lv id o s na q u estã o d everão ser ouvidos.

c) A d ecisão sobre a proposta final só o co rre rá dep o is da m anifestação dos segm entos envolvidos.

d) U m a C om issão Interm inisterial en carreg a r-se-á d e c o o rd e n a r to d o s o s tra ­ balh o s de elaboração da proposta (D ecretos n- 9 7 .8 8 5 /8 9 de 2 8 /0 8 /8 9 e 9 8 .1 8 4 , de 17.09.89) <21)

e) O P o d er L egislativo deverá ser perm anentem ente inform ado sobre o an ­ dam ento do processo.

f) D epois de tram itar tecnicam ente a p ro p o sta deverá se r su bm etida à au ­ diência pública para aperfeiçoam ento.

g) A s sugestões q ue advirem d a sociedade, m esm o dep o is d c av aliad as pela C om issão Interm inisterial, incorporadas ou n ão à pro p o sta, d ev erão ser enviadas ao C o n g resso N acional com o su b síd io s ao s trab alh o s daq u ela C asa L egislativa, atrav és de processam ento pelo PR O D A S E N .

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Guenthcr Jung...

h) D urante to d as a s fases do pro ce sso , há que se seg u ir, p rin cip alm en te, o p rincípio d a im pessoalidade.

N a q u alidade d c representante do S r. M inistro, o Dr. R IC A R D O S A N T IA ­ G O registrou tam bém a s ex p ectativ as d o P o d er E x ecu tiv o , cm relação à s q uestões d o s anteprojetos d e leis:

— form ulação de um a proposta q u e contem ple um co n ju n to , o m ais harm o­ nioso p o ssív el, d o s interesses da sociedade u su ária d o s serv iço s p ú b lico s e d o s serv id o res q ue o s executam : c

— in teg ração entre o s P oderes d a U nião, d an d o a n ecessária p rioridade a e s­ ses p rojetos, nos term os do q ue disp õ e o artig o 2- d a C o n stitu ição Fede­ ral, d e m odo a d a r cum prim ento ao s prazo s e stip u lad o s, na form a do arligo 24 d o A to d as D isposições T ransitórias daquela C arta M agna.,22)

7 — 0 S ig n ifica d o do M odelo

O q u ad ro com parativo a seg u ir revela com bastante d etalhe o sig n ificad o da proposta dc an tep ro jeto de P lanos d c C a rreira divulgado.

(2 2 ) B R A S IL . C o n s titu iç ã o (1 9 8 8 ) . o p . c it. a r t. 2 4 p . 2 8 .

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P L A N O S D E C A R R E IR A

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Guenther Jung.

8 - C O N S ID E R A Ç Õ E S F IN A IS

Parece e sta r a m erecer especial relevo nas d isp o siçõ es d e um a lei de d ire tri­ zes para a im plantação d e P lanos d e C arreira o fato d e q ue resultam do cu m p ri­ m ento a o s d isp o sitiv o s co n stitu cio n ais (artig o s 37 e 39)(23>, q u e tan to estu d o m ere­ ceu q u an d o d a instalação d a C o n stitu in te, e , c u jo c o n se n so d efin iu o regim e Ju rí­ dico E statutário com o único para o serv id o r p ú b lico d a A dm inistração D ireta, A u tárq u icas, e F undações, som ando-se à d efin ição de P lanos d e C a rreira com o um do s cam inhos para a racionalização d a m áquina pública e v alo rização do servidor.

N ão resta d ú v id a q ue um a lei d e tanta im p o rtân cia para a so cied ad e e para o se rv id o r público d ev e ex p ressar a sín tese d o pensam ento d o s seus d iv erso s seg­ m entos rep resen tativ o s, até m esm o pelas estratég ias q u e foram ad o tad as p a ra a sua co n stru ç ã o , bem com o pelas que serão ad o tad as q u an d o de sua im plantação e im­

plem entação.

C o n ciliar o im perativo co n stitu cio n al e as asp iraçõ es do E stado e S o ciedade é tarefa q ue o s Poderes d a U nião d evem cu m p rir tem pestivam ente.

E acim a d c tu d o , é n ecessário q ue todos q u a n to s se en g ajarem nessa g i­ g an tesca tarefa d e rev er e redim ensionar o S erv iço P úblico no B rasil, se revistam , dc alto e sp írito co letiv o , d e um a postura pragm ática e estejam im buídos d a co ra ­ gem n ecessária para a ruptura gradual de b arreiras cu ltu rais e vício s tradicionais arraigados na A dm inistração P ú blica, que certam ente n ão fazem a grandeza da função pública.

A o b jetiv id ad e, a clare za, a ex e q ü ib ilid ad e, o s resu ltad o s a m édio e a longo p razo s, a facilidade e a possibilidade de aju stes g raduais no tem po e no e sp aço , a sse e u rad a a observ ân cia d o s p rin c íp io s bá sico s norteadores da o rg an ização do setor p ú blico, q u ais sejam a m oralidade, a leg alid ad e, a im p esso ab ilid ad e, a p u b li­ cid ad e, a q u a lificação p ro fissio n al, o desem p en h o efic a z , a co n tin u id ad e adm inis­ trativ a , além d a d ig n ificação d o funcionalism o p ú b lico devem se c o n s titu íre m fa­ tores d e luta p o r tan to s q u a n to s estejam en g ajad o s nesse processo. O B rasil está no cam inho d a D em ocracia, no lim iar do S écu lo X X I e dem anda um a retom ada do s hom ens e d o s sistem as públicos.

(2 3 ) B R A S IL . C o n s ti tu iç ã o (1 9 8 8 ). o p . c i t . a r t . 3 7 e 3 9 p . 3 7 e 39 .

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