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Contribuições da psicologia no contexto hospitalar e da saúde/Contributions of psychology in the hospital and health context

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761

Contribuições da psicologia no contexto hospitalar e da saúde

Contributions of psychology in the hospital and health context

DOI:10.34117/bjdv6n11-513

Recebimento dos originais:08/10/2020 Aceitação para publicação:24/11/2020

Maria Nattália Alves

Pós-graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental Instituto Suassuna

Endereço:Rua 10 B, s/n°, Setor Noroeste, Cachoeira Dourada – Goiás E-mail: alvesnattalia228@gmail.com

Larisse Medeiros Venâncio Psicóloga – CRP: 04/58919

Endereço:Rua 11, n° 1005, centro, Canápolis – Minas Gerais E-mail: larissemedeiros68@gmail.com

Mariana Alves dos Santos Bacharela em Psicologia

Instituto Luterano de Ensino Superior ILES/ULBRA – Itumbiara Endereço:Rua Dorvalina Ribeiro, s/n°, bairro Maria Luiza, Itumbiara – Goiás

E-mail: marianapsicologia123@gmail.com Bárbara Oliveira Rodrigues

Graduanda em Psicologia

Instituto Luterano de Ensino Superior ILES/ULBRA – Itumbiara

Endereço:Rua Rio Paranaíba, n° 151, bairro Novo Horizonte, Centralina – Minas Gerais E-mail: babiha88@gmail.com

Higor Gonçalves Rodrigues Graduando em Psicologia

Instituto Luterano de Ensino Superior ILES/ULBRA – Itumbiara

Endereço:Av. José Antônio de Lima, n° 669, bairro Alvorada, Bom Jesus – Goiás E-mail: higorhotel@outlook.com

Maura Ribeiro Alves

Mestre em Psicologia da Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia Centro Universitário Una/Uberlândia – MG

Endereço: Rua Alexandrino Santos Lima, n° 87, apto 401, Cep: 38408-082, Uberlândia – Minas Gerais

E-mail: mauraribeiro2000@yahoo.com.br

RESUMO

Este trabalho apresenta o relato de experiência vivenciado pelos estudantes de Psicologia, durante o Estágio Básico IV-Foco Saúde, ofertado pelo curso de Psicologia do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara ILES/ULBRA Itumbiara, em parceria com o Hospital Municipal Modesto de Carvalho. Este estágio com foco em saúde consiste na inserção do Graduando de Psicologia no

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 ambiente hospitalar, neste estágio, os alunos têm a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos teóricos das disciplinas base em prática. Este estágio é dividido em: parte teórica, que consiste em estudos primários acerca da psicologia da saúde e hospitalar, juntamente com orientações dos alunos de como proceder no ambiente hospitalar, e parte prática, onde o estagiário é inserido na instituição. A psicologia hospitalar tem como objetivo principal a minimização do sofrimento causado pela hospitalização e as sequelas e decorrências emocionais dessa hospitalização, é possível notar a evidência cada vez maior que muitas patologias tem seu quadro clínico agravado a partir de complicações emocionais do paciente, assim se faz de grande importância a atuação do psicólogo (CAMON, ET.AL, 2003).

Palavras-Chave: Saúde, Patologia, Hospitalização. ABSTRACT

This work presents the report of experience experienced by students of Psychology, during the Basic Internship IV-Health Focus, offered by the Psychology course of the Lutheran Institute of Higher Education of Itumbiara ILES/ULBRA Itumbiara, in partnership with the Municipal Hospital Modesto de Carvalho. This internship with a focus on health is the insertion of the Graduating Psychology in the hospital environment, in this internship, students have the opportunity to put into practice the theoretical knowledge of the basic disciplines. This internship is divided into: theoretical part, which consists of primary studies on health psychology and hospital, together with guidance from students on how to proceed in the hospital environment, and practical part, where the trainee is inserted into the institution. Hospital psychology has as its main objective the minimization of the suffering caused by hospitalization and the sequels and emotional consequences of this hospitalization, it is possible to notice the increasing evidence that many pathologies have their clinical picture aggravated from the emotional complications of the patient, so it is of great importance the action of the psychologist (CAMON, ET.AL, 2003).

keywords: Health, Pathology, Hospitalization.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo, tem como objetivo, apresentar uma Perspectiva histórica e transcultural da Psicologia da Saúde. Alguns temas essenciais em Psicologia da Saúde, tais como: avaliação, investigação e intervenção em Psicologia da Saúde, Procedimentos éticos na atuação do Psicólogo.

E como objetivo geral Proporcionar conhecimento acerca da prática do Psicólogo no Hospital e possibilitar o contato com algumas atividades que contemplem o fazer dessa prática a partir de visitas em hospitais locais.

Os objetivos específicos são apresentar as funções do psicólogo no hospital geral; apresentar as atividades exercidas pelo psicólogo no hospital, incluindo as várias demandas dessa instituição; propiciar visitas à instituição hospitalar nas quais os estagiários observarão a rotina e funcionamento desta instituição (ala da enfermaria).

A psicologia hospitalar tem como objetivo principal a minimização do sofrimento causado pela hospitalização e as sequelas e decorrências emocionais dessa hospitalização, é possível notar a evidência cada vez maior que muitas patologias têm seu quadro clínico agravado a partir de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 complicações emocionais do paciente, assim se faz de grande importância a atuação do psicólogo (CAMON, et al, 2003).

Este estágio foi realizado no Hospital Municipal Modesto de Carvalho, em Itumbiara – Goiás. Com carga horaria total de 36 horas, dessas sendo 16 horas de prática hospitalar, 16 horas de supervisão e 4 horas de relatório semanal. As supervisões foram orientadas pela professora Maura Ribeiro Alves, às quartas feiras, no primeiro semestre de 2018.

Foram realizadas quatro visitas, 1 vez por semana, totalizando 4 semanas de estagio supervisionado, no primeiro dia, foi feita a observação e apresentação da estrutura física do hospital e os estagiários realizaram triagem dos pacientes; no segundo dia, realizaram triagem e observação da UTI em horário de visita dos familiares; no terceiro dia, triagem e palestra na maternidade para as novas mamães; no quarto, foi realizado triagem e palestra.

É importante ressaltar que todas intervenções foram orientadas pela professora da disciplina e acompanhadas dentro da instituição pela supervisora, sendo esta psicóloga do hospital.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PSICOLOGIA HOSPITALAR

A Organização Mundial de Saúde define hospital como parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é dispensar à comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos à família em seu domicílio e ainda um centro de formação dos que trabalham no campo da saúde e para as pesquisas biossociais.

Para Lima Gonçalves, o hospital não pode ser entendido desvinculado e isolado da comunidade que pretende servir, mas como parte integrante e integrada da própria dinâmica do mundo atual, que interfere em sua própria origem, em sua política e em sua atuação, manutenção e desenvolvimento.

O psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos de psicoprofilaxia; atendimento em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnostica; psicodiagnostico; consultoria e interconsulta (CFP,2003).

Psicologia Hospitalar é, então, o conjunto de contribuições científicas, educativas e profissionais que as diferentes disciplinas psicológicas fornecem para dar melhor assistência aos pacientes no hospital. O psicólogo hospitalar seria aquele que reúne esses conhecimentos técnicos para aplicá-los de maneira coordenada e sistemática, visando à melhora da assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso, ao tempo específico das hospitalizações. Por tanto, seu trabalho é especializado no que se refere, fundamentalmente, ao restabelecimento do estado de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 saúde do doente ou, ao menos, ao controle dos sintomas que prejudicam seu bem estar (RODRIGUEZ,MARÍN, 2003).

Para Fongaro e Sebastião, (1996) a implementação de uma área nova dentro da psicologia suscitou a utilização de recursos técnicos e metodológicos de diversas áreas do saber psicológico, não se restringindo apenas a clínica, mas também a organizacional, social e educacional.

A psicologia hospitalar busca comprometer-se com questões ligadas à qualidade de vida dos usuários bem como dos profissionais da saúde, portanto, não se restringindo ao atendimento clínico, mesmo este sendo uma prática universal dos psicólogos hospitalares (FONGARO, SEBASTIÃO, 1996).

Segundo o Manual de Psicologia Hospitalar, uma característica importante da psicologia hospitalar é a de que ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do adoecimento. Ela se propõe a ajudar o paciente a fazer a travessia da experiência do adoecimento, mas não diz onde vai dar essa travessia, e não diz por que não pode, não o diz por que não sabe.

O Manual de Psicologia Hospitalar traz que o objetivo da psicologia hospitalar se fundamenta em uma posição filosófica muito particular, que pode ser mais bem compreendido se colocado em perspectiva com a posição filosófica que fundamental a medicina.

É muito importante ressaltar que a psicologia não está no hospital para melhorar o trabalho da medicina, mas está lá para fazer outra coisa. É certo que acaba mesmo ajudando o trabalho de cura da medicina, mas esse não é seu principal valor, sendo na verdade, quase uma espécie de efeito colateral positivo (MORETTO, 2001).

Simonetti, (2004), coloca a psicologia hospitalar como o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento.

A psicologia hospitalar vem se desenvolvendo no âmbito de novo paradigma epistemológico que busca uma visão mais ampla do ser humano é privilegia articulação entre diferentes formas de conhecimento. A consequência clínica mais importante dessa visão é de que “em vez de doença existem doentes” (SIMONETTI, 2004).

2.2 AS FUNÇÕES DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

Segundo Psicologia Hospitalar/ Portal Educação (2012) o psicólogo deve promover o modelo preventivo de saúde em relação à doença, ele atua com o doente, em prevenção de segundo e terceiro graus. A prevenção de segundo grau se faz no acompanhamento a internação, o tratamento e a cirurgia. Enquanto a de terceiro grau é lidar com as consequências da doença e com todas as limitações decorrentes.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 Com a família e a equipe do hospital pode-se fazer a prevenção informando, orientando, dando suporte emocional, ajudando a aliviar as tensões, diante da proximidade da perda do ente querido ou da frustração ou rejeição pela sua mutilação. Com o colega de equipe se trabalha para facilitar sua convivência com seus sentimentos de frustração e raiva. Em ambas as situações fazemos a prevenção de primeiro grau, no sentido de evitar que distorções comprometam as relações interpessoais e o convívio.

De acordo com Psicologia Hospitalar/ Portal Educação (2012) a intervenção primaria visa à educação e prevenção. O seu objetivo principal é evitar que a patologia se instale. Isso pode ser feito através de campanhas, grupos, cursos, palestras e debates, feitos diretamente com o sujeito adoecido ou envolvendo membros da comunidade para serem os multiplicadores desse trabalho, o psicólogo atua na elaboração, administração, e coordenação das atividades, enfatizando a emoção, aspectos cognitivos, influencias inconscientes, dinâmicas do grupo, auto-estima, ansiedade medos e influencias sociais e psicológicas das doenças em questão, sempre buscando uma reflexão sobre a prevenção.

O psicólogo na intervenção primaria à saúde não irá atuar diretamente com as patologias instaladas, ele atuara com o objetivo de evitar a necessidade de atendimentos em hospitais e ambulatórios.

A intervenção secundaria é desenvolvida no hospital, voltada para os atendimentos ambulatoriais de vários sintomas e doenças do sujeito que procura a instituição hospitalar. Nessa abordagem, o psicólogo acompanha o paciente nas suas questões afetivas e emocionais, que estão diretamente relacionadas à doença e ao tratamento. Nesse atendimento é estabelecido horário, tempo e duração.

A intervenção terciária se dá em condições urgentes, intensivas e totalitárias, durante o período de hospitalização. O psicólogo entra em contato direto com o paciente e suas questões relacionadas ao período que estiver no hospital, como medo, ansiedade, angústias, inseguranças. Junto com a equipe multidisciplinar, atua esclarecendo as dúvidas a respeito da doença e seus aspectos emocionais, auxiliando no processo de adaptação a rotina hospitalar, evitando níveis de estresse e desgastes desnecessários.

O psicólogo no nível terciário também atua no sentido de levar o paciente a assumir suas responsabilidades no seu processo de recuperação e resgate da saúde, auxiliando o paciente a ser um agente ativo frente ao tratamento.

De acordo com Campos (1995), é necessário que o psicólogo leve o indivíduo a conhecer suas potencialidades, perceber as relações com suas atitudes e suas próprias experiências, sua doença e suas reações no seu contexto de vida, fortalecendo suas possibilidades pessoais de enfrentar e lidar com as situações de crise, buscando evitar ou aliviar o sofrimento psicológico que causam.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 O psicólogo poderia facilitar ao paciente a identificação e o reconhecimento do que está acontecendo com ele, ou seja, esclarecendo o que existe, o que está vivendo e o significado para ele.

Ainda sobre Campos (1995) vários são os instrumentos que podem ser utilizados no atendimento ao paciente, abrangendo, por exemplo, com crianças: conversas informais, observações, pinturas, desenhos, colagem, dramatizações das situações que estão vivendo, atividades de jogos em pequenos grupos, histórias, visitas dos pacientes que se locomovem aos que não se locomovem; psicoterapia individual e em grupos.

Nos casos de cirurgia, o psicólogo primeiramente atuaria no momento de admissão ao pré-operatório, no transoperatório e no pós-pré-operatório, acompanhando o paciente na sua regressão e na sua evolução. O psicólogo deve elaborar com o paciente as explicações já dadas pelos profissionais médicos quanto à doença, as intervenções, mutilações e prognóstico, fazendo o acompanhamento que se fizer necessário do ponto de vista psicológico (CAMPOS, 1995).

Caberia também que o psicólogo acompanhasse as visitas médicas, estando presente na troca de plantões para poder informar os acontecimentos relacionados aos pacientes, e que desse também assistência psicológica aos pacientes após as visitas médicas.

Quando a doença se instala no indivíduo, muitas vezes, em consequência, surge um desajustamento do grupo familiar, tornando-se necessário o apoio psicológico aos membros da família. O psicólogo ajudará a família conscientizando-a da real situação do doente e da necessidade de tratamento ou hospitalização. A família precisa se sentir apoiada e segura, com suas dúvidas esclarecidas. O psicólogo pode fazer os esclarecimentos utilizando explicações verbais, cartazes, desenhos, gráficos, sendo, muitas vezes, a ponte de ligação entre o hospital, a equipe de profissionais e a família (CAMPOS, 1995).

O psicólogo informaria detalhes sobre a doença, transmitiria segurança aos familiares, discutiria seus medos, estabelecendo um vínculo entre a equipe e a família.

O psicólogo precisa, na equipe, buscar a conscientização de todos os profissionais para o trabalho multi-profissional, ajudando cada profissional a ter claras suas funções, definindo seus objetivos, facilitando a comunicação dos membros da equipe, sendo, muitas vezes, o interlocutor entre os membros da equipe entre si e com os pacientes e familiares. O psicólogo buscará alertar os profissionais para a necessidade do conhecimento das atividades dos outros membros da equipe, trocando informações e buscando atender o mais completamente possível o paciente (CAMPOS, 1995).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 2.3 PASSO A PASSO DO FAZER DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

O psicólogo tem importante contribuição no sentido da humanização no hospital. Humanizar o atendimento é socorrer as circunstâncias e necessidades do outro, assim como tornar mais humanas as condições de trabalho do pessoal hospitalar (CAMPOS, 1995).

Na sua atividade de Assistência ao paciente de ambulatório ou aos internados, irá atendê-los no processo de avaliação ou psicodiagnóstico, e no processo de tratamento psicológico com visitas à recuperação e reintegração do paciente à família, ao trabalho, à escola e à comunidade (CAMPOS, 1995).

A assistência psicológica se estende à família do paciente hospitalizado, abrange também a equipe multiprofissional.

As atividades de consultorias psicológicas e interconsultas psicológicas fazem parte da assistência psicológica. As interconsultas se referem a consultas de um para outro profissional de formação diferente (CAMPOS, 1995).

Campos (1995) ressalta que nas consultorias e interconsultas, o psicólogo não faz orientação nem psicoterapia, mas deve ser dispor a conversar, a ouvir e fazer o outro profissional perceber o seu paciente, ou que através estão dificultando essa percepção, utilizando a psicologia no trato diário, favorecendo a compreensão relacional entre profissionais e entre pacientes.

O papel do psicólogo na psicologia preventiva, é atuar junto aos funcionários, a fim de contribuir para se evitar as doenças profissionais comuns em situações de trabalho. Esse treinamento e orientação aos funcionários permitiriam a análise das enfermidades que podem ser adquiridas no trabalho (CAMPOS, 1995).

O psicólogo como um profissional da saúde, poderia facilitar ao paciente a identificação e o reconhecimento do que está acontecendo com ele, ou seja, aclarar do o que existe, o que está vivendo e o significado para ele (CAMPOS, 1995).

No seu trabalho, o psicólogo poderia ir ao encontro do paciente, não esperando apenas que seja encaminhado. Poderia criar condições, para que o paciente aja, intervenha se manifeste e contribua efetivamente no processo de sua reintegração física, psicológica e social (CAMPOS, 1995).

A assistência psicológica prestada ao paciente, na prevenção ou tratamento, prevê o psicodiagnóstico, a devolução e/ou orientação, além dos tratamentos possíveis ou necessários realizados no hospital, coordenador psicopedagógico, psicomotor ou psicoterápico, e os encaminhamentos aos recursos da comunidade (CAMPOS, 1995).

No psicodiagnóstico, o psicólogo utilizará os instrumentos teóricos e técnicos da área de Psicologia, tais como: entrevistas, testes, técnicas gripais, entre outros; fará orientações, encaminhamentos e providenciará o tratamento adequado pela psicoterapia (CAMPOS, 1995).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 O psicólogo hospitalar deve acompanhar as visitas médicas, estando presente na troca de plantões para poder informar os acontecimentos relacionados aos pacientes e que desse também deve oferecer assistência psicológica aos pacientes após as visitas médicas (CAMPOS, 1995).

Nas internações cirúrgicas, o psicólogo atua no momento da admissão ao pré-operatório, no trans operatório e no pós-operatório, o psicólogo também deve elaborar com o paciente as explicações já dadas pelos profissionais médicos, quanto à doença que tem, as intervenções, mutilações e prognóstico, fazendo o acompanhamento que se fizer necessário do ponto de vista psicológico (CAMPOS, 1995).

O psicólogo ajudará a família conscientizando-a da real situação do doente e da necessidade de tratamento ou hospitalização. O psicólogo pode fazer os esclarecimentos utilizando explicações verbais, cartazes, desenhos, gráficos, sendo muitas vezes, a ponte de ligação entre o hospital, a equipe de profissionais e a família (CAMPOS, 1995).

A equipe multiprofissional, englobando médicos, residentes acadêmicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros, devem atuar como um grupo junto aos pacientes e familiares (CAMPOS, 1995).

E conveniente que o psicólogo junto à equipe multiprofissional discuta os casos ou situações emergentes no ambulatório e enfermaria, visando melhor compreensão da situação do paciente, criando espaço para as manifestações emocionais do paciente e sua família (CAMPOS, 1995). 3 RESULTADO E DISCUSOES

No dia 14 de maio de 2018, iniciamos a parte prática do nosso estágio básico IV foco saúde, no Hospital Municipal Modesto de Carvalho de Itumbiara-GO. Assim que chegamos fomos até a sala da psicóloga, onde nos apresentamos e assim ela começou a nos apresentar o hospital, conhecemos todas as alas do hospital, e quando estávamos chegando perto da UTI, ela nos informou que havia falecido a mãe de uma das funcionárias do hospital e que ela, teria que acompanhar o médico para dar a notícia e acolher a família, ela pediu que nós esperássemos ela do lado de fora. Enquanto esperávamos percebemos a movimentação da família da senhora que faleceu, estavam tristes e chorando. Assim que a psicóloga voltou ela nos apresentou o restante do hospital e disse que poderíamos começar a fazer a triagem psicológica com pacientes. Decidimos ir até a maternidade conversar com as puérperas, conversamos com algumas delas e quando fomos conversar com a última descobrimos que ela tinha perdido o bebe com 39 semanas de gestação, ela estava com muita dor e sofrendo bastante pela perda do filho, enquanto conversávamos com ela, chegaram os maqueiros e a psicóloga para mudar ela de quarto. A psicóloga nos convidou para acompanharmos a palestra que ela e a assistente social iam fazer para as puérperas, fomos com elas e assistimos à palestra, a palestra explicava sobre a amamentação, os cuidados com o recém-nascido, registro da criança entre outras

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 dúvidas que as puérperas apresentavam. Em seguida fomos conhecer a UTI, higienizamos as mãos e vestimos uma roupa apropriada para podermos entrar, os leitos estavam todos ocupados, e um dos pacientes um senhor sessenta e poucos anos estava em coma. Saímos da UTI e acompanhamos a psicóloga até a sala onde ela conversa com os familiares dos pacientes da UTI, assim que ela terminou de falar com os familiares voltamos para a UTI e acompanhamos observando o horário de visita.

Na tarde do dia 28 de maio 2018 chegamos ao hospital municipal modesto de carvalho para mais um dia de estágio. Assim que chegamos fomos até a ala da psiquiatria, a enfermeira abriu para pudéssemos entrar e falar com os pacientes, alguns estavam dormindo, por causa da medicação, havia apenas dois acordados e então falamos com eles, mas percebi que eles estavam muito dopados, falando lentamente, porém o pensamento estava organizado, a enfermeira nos disse que eles já estavam bem melhor, que o surto já havia passado, saímos da psiquiatria e fomos a outro quarto onde tinha um senhor que perdeu a memória, não lembrava nem seu nome, apenas ficava nos olhando com o olhar firme, mas não falava nada, foi uma acompanhante de outro senhor que estava na cama ao lado que nos falou sobre o estado dele. Continuamos andando pelos corredores do hospital e logo acompanhamos a assistente social e a psicóloga na palestra para as puérperas, foi uma palestra muito boa e informativa, as mães se mostraram bem atentas e interessadas no assunto. Após fomos para a UTI acompanhando a psicóloga, antes de entrarmos ela conversou com alguns dos familiares de uma senhora que estava na UTI explicando os procedimentos para poder entrar na UTI e como estava o estado de saúde da senhora, esclarecendo as dúvidas dos familiares. Entramos na UTI e ficamos lá por todo o horário de visita observando o fazer da psicóloga e como os familiares interagem com o seu ente que estava ali na UTI.

No dia 11 de junho iniciamos nosso estágio às 12:00, fomos a sala da psicóloga para avisar que havíamos chegado, observamos que o hospital nesse dia estava menos movimentado, a maioria dos pacientes haviam recebido alta ou estavam esperando o médico para avaliar e assinar a alta, os pacientes estavam almoçando, então esperamos eles almoçar primeiro para depois abordados, mas logo em seguida começou horário de visitas e não quiseram conversar conosco, após fomos na pediatria, onde conversamos com uma avó/mãe como ela mesmo se define, onde ela nos relatou que seu neto havia caído e quebrado o braço na semana anterior, ele realizou uma cirurgia de emergência e foi para casa, mas começou a dar febre e voltaram para o hospital e os médicos não sabiam o que estava provocando a febre pois não parecia ser da cirurgia, após fomos na maternidade, no quarto que visitamos havia duas mulheres, uma estava dormindo e não conversamos com ela, a segunda, uma moça de 15 anos que havia dado a luz a uma menina, ela nos relatou que teve parto normal, e que sua sogra a acompanhava seu marido não se encontrava no hospital nem havia conhecido a filha, pois eles eram de outra cidade vizinha. Após fomos acompanhar a psicóloga e a assistente social na palestra as puérperas, também fomos ao quarto da clínica cirúrgicas, onde havia uma mulher que tinha acabado

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 de receber alta, ela tinha feito uma cirurgia para retirada de pinos e placa do seu tornozelo, pois havia dado rejeição, em outro quarto da mesma ala conversas com uma mãe que acompanhava seu filho recém operado, ela nos relatou que ele havia sido baleado por bala perdida quando estava em uma festa, uma bala pegou de raspão a outra havia perfurado seu intestino e ele precisaria realizar algumas cirurgias futuras, ela demonstrou estar bastante abalada pela situação, pois ela reside em outro estado e quando soube do ocorrido veio às pressas para Itumbiara-Goiás, após fomos conversar com, a psicóloga e ela nos contou que a bala não era tão perdida, pois ele tinha envolvimento com o tráfico da cidade, dessa forma encerramos este dia de estágio.

No dia 18 de junho, foi realizado o último dia de estágio. Logo na chegada ao hospital notei que o mesmo estava mais tranquilo, calmo, com poucos pacientes internados, e eles estavam em horário de almoço, então esperei para poder conversar com eles, fui primeiramente à maternidade, a qual um dos quartos se encontrava totalmente vazio, o segundo encontrava uma única paciente, que já havia recebido alta medica, porém sua filha não, pois ela deveria realizar um tratamento contra sífilis congênita por dez dias consecutivos, a mãe da criança relatou que a partir daquele dia ela não poderia ter mais acompanhante, pois ela não era mais paciente do hospital, somente sua filha, e ela seria a acompanhante de sua filha, nesse quarto havia uma senhora que aguardava a chegada de sua filha e neto que acabava de nascer, ela falava com entusiasmo sobre o nascimento do neto, e que havia mais uma mulher que iria subir para o mesmo quarto. Após fui na clínica cirúrgica, onde encontrei o paciente de bala perdida da semana passada, sua mãe relatou que no dia anterior ele teve que fazer uma nova cirurgia, pois havia uma complicação na cirurgia anterior, ela não soube explicar qual era essa complicação, seu filho se apresentava inquieto, reclamava que não conseguia dormir havia dois dias, e que não conseguia se alimentar corretamente. Já na pediatria encontrei o paciente da semana passada que havia quebrado o braço, dessa vez sua tia que estava de acompanhante, pois sua avó estava passando mal em casa, ela relatou que ele passou por uma nova cirurgia e que teve que drenar liquido de seus pulmões e peritônio, mas que já estava esperando alta medica para o dia seguinte, nesse mesmo quarto se encontrava um novo paciente, internado há dois dias e que estava esperando alta também, ele estava tomando sua última medicação para pneumonia para ser liberado.

4 CONCLUSÃO

O Estágio Básico IV – Foco Saúde, foi enriquecedor do ponto de vista acadêmico e pessoal, pois nele vimos como será a realidade da prática nesta especialidade, do ponto de vista profissional, serviu para que obtivesse um olhar mais humanizado para com os pacientes hospitalizados e seus familiares, que muitas vezes estão passando por momentos difíceis, de uma perda de um ente querido ou uma doença inesperada.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 Proporcionou ver um pouco do fazer do psicólogo hospitalar na prática, acolher o sofrimento do outro em um momento delicado de sua vida.

O hospital é um ambiente onde se tem várias pessoas, cada uma com uma história única, algumas alegres outras sofridas. Este estágio proporcionou experiências únicas e novos aprendizados que nos tornarão profissionais melhores, mais humanizados.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p.91298-91309 nov. 2020. ISSN 2525-8761 REFERÊNCIAS

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CAMON, V. Et.al. PSICOLOGIA HOSPITALAR: teoria e eu prática. 1994. Disponível em:<https://pt.scribd.com/doc/297107451/Livro-Psicologia-Hospitalar-Teoria-e-Pratica Valdemar-Augusto-Angerami-Completo>.

FÓSSIL, L; GUARESCHI, N. A psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinares. Revista da SBPH, v.7, n.1. Rio de Janeiro, jun.2004.

MOSIMANNO, L. et al. A psicologia hospitalar e o hospital. Revista SBPH. V.14, n.1. Rio de Janeiro, jun.2011.

PSICOLOGIA Hospitalar/ Portal Educação. Campo Grande: Portal da Educação. 2012. Disponível em:<https://www.portaleducacao.com.br > Acesso em 26 de Mar. 2018.

SIMONETTI, A. Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença. Casa do psicólogo, São Paulo, 2004.

Referências

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