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HISTÓRIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA NO BRASIL

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HISTÓRIA DO ENSINO DE

MATEMÁTICA NO BRASIL

Profª Drª Virgínia Cardia Cardoso

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I. AS ORIGENS DO ENSINO DE MATEMÁTICA

► Pitagóricos (século V aC.) – Trívium

e Quadrívium

► Platônicos (século IV aC) - “Que aqui não entre quem não souber

geometria”. ► Biblioteca de

Alexandria -correntes

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► Idade Média- a educação era privilégio dos membros da Igreja e de uma pequena parcela da população. A

Matemática era aprendida na prática do dia-a-dia. Ainda assim, o Trívium e o Quadrívium eram ensinados como as

“sete artes liberais”.

► Idade Moderna - a Matemática teórica era associada à

filosofia natural. Grandes filósofos e matemáticos como René Descartes, Isaac Newton, Galileu Galilei e Blaise Pascal colocam a Matemática como o fundamento das ciências e do pensamento moderno.

► Época contemporânea - conseqüência trazida pela

Revolução Francesa (1879): universalização do ensino básico e a Matemática escolar passa a ser objeto de

preocupação de pessoas que ensinam, que escrevem livros e que pesquisam Matemática.

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II. MATEMÁTICA ESCOLAR NO BRASIL-PERÍODO COLONIAL

1. Os Jesuítas e o ensino de Ciências

► Clávio (1537 – 1612) jesuíta, astrônomo e matemático, promoveu o ensino de ciências na Igreja; escreveu

tratados de aritmética, álgebra, geometria e trigonometria, amplamente usados nos colégios jesuítas.

► Aula de Esfera: formar os jesuítas missionário no Oriente e na África, na marinharia. Transformou-se numa disciplina

mais especulativa. “O tratado da Esfera” (1233) de João

Sacrobosco (Astrônomo inglês, escreveu sua obra baseado no sistema ptolomaico de Universo). Essa aula não era

ensinada no Brasil.

► Colégios Jesuítas – a matemática era atrelada à física e

iniciava com a “lição dos algarismos”. Tinha o caráter

especulativo, baseada na lógica aristotélica.

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2. A Matemática nas Escolas Militares

► D. João VI, em 1647, funda as aulas de Fortificação e Arquitetura Militar (geometria, proporções, cálculos de distância, escalas) para engenheiros do exército.

► Em 1699 as aulas de artilharia e de fortificação passam a ser ministradas no Rio de Janeiro com mestres

estrangeiros. Mas faltam instrumentos (compassos, réguas) e livros.

► Gomes Freire de Andrada, governador de São Paulo e Rio de Janeiro, funda, em 1738, um curso que se tornará o embrião das escolas militares no Brasil.

► José Fernandes Alpoim, engenheiro militar gaúcho,

professor de 1738 a 1765(†). Obras – Exame de Artilheiros (1744) e Exame de Bombeiros (1748) - tratavam da

matemática elementar (Aritmética, Geometria,

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► Em 1763, as aulas de Artilharia, em Portugal, adotam as obras de Belidor (autor francês de grande prestígio). No

Brasil em 1767. Conteúdos: cálculos com números inteiros; números complexos (hora, minuto e segundo); frações;

decimais; raízes quadradas e cúbicas; potenciação; início da álgebra; geometria; trigonometria.

► Em 1772, A Universidade de Coimbra cria um curso de Matemática e a Academia Real da Marinha passa a

oferecer um curso completo de Matemática para

engenheiros. Belidor é substituído por Bezout (prestigiado autor francês, membro da Academia de Ciências).

► Outros autores usados nas academias militares, para o ensino de matemática: Legendre, Lacroix, Euler. Lacroix teve 18 edições e inaugura a seqüência de livros

Aritmética – Álgebra – Geometria. Também introduziu o sistema decimal de medidas no ensino. Sua primeira

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III. PERÍODO IMPERIAL

► 1827 - primeiras escolas primárias gratuitas (ler, escrever, contar,

resolver problemas de geometria elementar), baseadas na Matemática de Condorcet. Porém, após resolução da Câmara do Senado do

Império, a geometria passou a fazer parte apenas do ensino

secundário e o ensino primário ficou com o sistema de numeração e as quatro operações.

► No curso secundário, os saberes exigidos eram diferentes. Para o médico, ler e escrever. Para o engenheiro, aritmética. Para o

advogado, a geometria teórica, pois ela habilitaria o raciocínio com rigor.

► 1837- Colégio Imperial D. Pedro II, no Rio de Janeiro como modelo para o ensino secundário no Brasil. Matemática está nas 8 séries do

colégio. Usavam “Os Elementos de Euclides”, e os “Elementos de Geometria de Lacroix” nos cursos preparatórios para a advocacia.

► Autores da época: Francisco Vilela Barbosa (o Marquês de Paranaguá), Cândido Baptista de Oliveira, Francisco de Paula Leal, Pedro de

Albuquerque Belligarde, Cristiano Benito Ottoni, Antonio Trajano (136

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IV. MATEMÁTICA NO INÍCIO DA REPÚBLICA

► Coleção FIC (Fréres de L’Instruction Chretiense / Frére Ignace Chaput).

Criada na França, 1720, La Salle, para unificar a didática escolar

cristã. Foi trazida para o Brasil, por Eugênio de Barros Raja Gabaglia, professor de Matemática do Colégio Pedro II e adotada nesta escola entre 1895 a 1930. Três volumes: Elementos de Aritmética, Elementos de Álgebra, Elementos de Geometria.

► Coleção FTD (Frére Theophane Durand – Congregação Marista de Lion, França, a partir de 1897). Em 1902 é aberta a editora FTD no Brasil, a princípio associada à ed. Francisco Alves.

► Colégio Pedro II – Eugênio Raja Gabaglia participa, em 1908 do IV IMUC, Roma (Felix Klein) - Primeiro movimento de reorganização curricular da Matemática

► Anísio Teixeira – década de 1930 – traz dos EUA as idéias sobre

educação de John Dewey – O Movimento da Escola Nova. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.

► Professores do Pedro II, Euclides Roxo, Cecil Thiré e Júlio Cezar de Mello e Souza, escrevem livros didáticos sob a influência do 1º

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V. MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA -

MMM

► 1950 – Guerra Fria – Sputinik – Reorganização curricular do ensino de Ciências nos EUA construtivismo estruturalista de

Piaget e nos trabalhos de Bourbaki (Dienes).

► Coleção SMSG (School Mathematics Study Group – EUA),

traduzida no Brasil por Sangiorgi e outros professores do Grupo GEEM. Acordo MEC-USAID.

► Grupos de estudo e cursos de atualização para professores, em todo o Brasil: GEEM, GRUEMA, GEEMPA, GEPEM.

► Benedito Castrucci, Oswaldo Sangiorgi, Antonio Marmo de Oliveira.

► entre 1950 e 1966 foram realizados cinco Congressos

Brasileiros de Ensino de Matemática (CBEM). Em 1956 houve a criação de Centros Regionais de Pesquisas Educacionais

(CRPE).

► Década de 1970, surgem as primeiras pesquisas de mestrado

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O FRACASSO DA MATEMÁTICA MODERNA

► As estruturas fundamentais da Matemática são os

conjuntos e estruturas algébricas – conceitos abstratos.

► Década de 1970 - fracasso da Matemática Moderna nos EUA e nos países europeus. No Brasil, as reformulações necessárias só vieram na década de 1980.

► A introdução de novas tecnologias de ensino, como o uso de calculadoras e, mais tarde, o uso de computadores e da Internet, trouxeram novas situações de ensino.

► Novas necessidades sócio-econômicas levaram a novos problemas na Educação Matemática.

► A criação de uma comunidade de Educadores Matemáticos

no Brasil, formada a partir dos grupos citados acima,

possibilitou a criação de programas de pós-graduação em Educação Matemática, levando as pesquisas à

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VI. ENSINO ATUAL DE MATEMÁTICA NO BRASIL

► Caracteriza-se por: seguir as linhas pedagógicas

construtivistas, valorizar o raciocínio intuitivo, uso de metodologia de resolução de problemas em projetos multidisciplinares, aplicação de novas tecnologias,

relacionar a álgebra com a geometria, ensino a partir de

situações experimentais, com o uso de materiais concretos, enfatizar o desenvolvimento histórico dos conceitos

matemáticos.

► Formação de uma comunidade de pesquisadores e da pesquisa científica que se consolida com cursos uma Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM/ 1987), periódicos especializados (Zetetiké, BOLEMA, ...), programas de mestrado e doutorado de reconhecimento internacional na área.

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BIBLIOGRAFIA

FIORENTINI, D. & LORENZATO, S.

Investigação

em Educação Matemática

percursos

teóricos e metodológicos.

Coleção Formação

de Professores. Campinas: Autores associados,

2006.

MIORIN. M. A.

Introdução à História da

Educação Matemática.

São Paulo: Editora

Atual, 1998.

VALENTE, W. R.

Uma História da Matemática

Escolar no Brasil (1730 a 1930).

São Paulo:

Referências

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