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Fatores de motivação ou desmotivação para a prática do desporto escolar

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Academic year: 2020

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II Declaração

Nome: André Araújo Quintão

Endereço eletrónico: andre.q19@gmail.com Telefone: 963 768 907

Numero cartão cidadão: 13852457

Título: “Fatores de Motivação ou Desmotivação para a prática do Desporto Escolar” Orientador: António Camilo Cunha

Ano de conclusão: 2015

Designação do Mestrado: Mestrado em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTE RELATÓRIO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, ____/ ____/ ________

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III

Agradecimentos

A realização do presente relatório de estágio só foi concretizado, com o apoio, direta ou indiretamente, de diversas pessoas que me auxiliariam nesta caminhada, contribuindo para o meu futuro sucesso.

Ao Professor António Camilo Cunha, pelo seu acompanhamento, disponibilidade, auxilio e incentivo na concretização deste projeto.

À Professora Beatriz Pereira, pela ajuda prestada, na Unidade Curricular de Seminário II, em relação ao programa SPSS.

À Professora cooperante, Marinha Fernandes, pela motivação, ajuda, disponibilidade, críticas construtivas e concelhos ao longo deste ano como professor estagiário. Um agradecimento especial à minha turma, pela disponibilidade e por me permitirem alagar os meus conhecimentos.

Ao meu colega de estágio, Rafael Pereira, pelo companheirismo ao longo destes últimos meses, pelas ideias trocadas e ajuda na construção de novos conhecimentos.

Por fim, não poderia de deixar de agradecer à minha família, principalmente aos meus pais por todo o apoio prestado nesta caminhada, e também à minha namorada, que sempre me incentivou a prosseguir nos estudos, sendo determinante no que consegui realizar nos ultimo anos.

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V

Título:

Fatores de Motivação ou Desmotivação para a prática do Desporto Escolar

Resumo

O presente relatório de estágio integra-se no Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensino Básico e Secundário, sendo a última etapa do Mestrado.

O seguinte documento divide-se em 2 capítulos, sendo o destinado à reflexão de todo o percurso deste ano, enquanto professor estagiário, e o segundo destina-se ao Projeto de Estágio. Desta forma, no 1º capítulo será apresentado o enquadramento pessoal e da instituição, e também a caracterização da turma. Este capítulo divide-se ainda em duas grandes áreas, designadamente a Área 1 – Organização e gestão do ensino-aprendizagem, distribuída por quatro conceitos fundamentais na tarefa do professor - Conceção, Planeamento, Realização e Avaliação. Neste ponto, foram descriminadas as diferentes estratégias utilizadas ao longo do ano letivo, para que os alunos pudessem adquirir o máximo de aprendizagens ao longo do ano letivo. A área 2 destina-se à participação na escola e relação com a comunidade, onde descrevo as atividades realizadas na escola, em conjunto com o grupo de Educação Física.

O 2º capítulo refere-se ao Projeto de Investigação, tendo como principal objetivo perceber quais as motivações que levam os alunos a aderir, ou não, ao Desporto Escolar. Este estudo teve uma amostra de 49 alunos, divididos em 25 que não frequentam o Desporto Escolar e 24 que frequentam o Desporto Escolar. Com este estudo, percebeu-se que a principal motivação para os alunos não frequentarem o Desporto Escolar é a “3. Falta de tempo”, enquanto a principal motivação para frequentar o Desporto Escolar foi "10. Aprender novas técnicas”.

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VII

Title:

Motivation/Demotivation factors to the practice of school sports.

Abstract

This internship report is the last part of the Masters degree in Teaching Physical Education in the Elementary and Secondary School.

The following document is divided in two chapters: the first chapter intends to reflect the entire course along the year as a trainee teacher, and the second is about the Internship Project.

Therefore, in the 1st chapter I will introduce my personal background, the Institution, as well as the characterization of the class. This chapter is also divided in two main areas:

1 - Organization and management of teaching and learning, disseminated by four fundamental concepts in the teacher's task: Design, Planning, Implementation and Evaluation. In this area, there were distinguished the different strategies used throughout the school year so that students could acquire as much Knowledge as possible.

2 – School involvement and community relationship, describing the activities carried out at school, with the group of Physical Education.

The 2nd chapter is about the Research Project. The main goal was to understand what motivates students to participate, or not, in School Sports. This study had a sample of 49 students (24 attending and 24 not attending). Through this, it was revealed that the main reason for students’ discouragement was the "3. Lack of time “, while the main motivation for joining was" 10. Learning new techniques. "

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Índice

Agradecimentos ... III Resumo ... V Abstract ... VII

1º Capítulo – Intervenção Pedagógica no Processo Ensino-Aprendizagem ... 1

1. Introdução ... 1

2. Realização da Prática de Ensino Supervisionada (PES) ... 2

2.1. Enquadramento pessoal ... 2

2.2. Enquadramento institucional ... 3

2.3. Caracterização da turma ... 3

3. Área 1 - Organização e gestão do ensino e da aprendizagem ... 4

3.1. Conceção ... 4

3.2. Planeamento ... 5

3.3. Realização ... 7

3.4. Avaliação ... 9

Área 2 - Participação na escola e relação com a comunidade ... 10

3.5. Atividades realizadas ... 11

3.6. Outras Atividades... 13

2º Capítulo - A Investigação ... 15

Fatores de Motivação ou Desmotivação para a prática do Desporto Escolar ... 15

1 - Introdução ... 15

2 Revisão da literatura ... 15

3. – Metodologia e procedimentos ... 19

Problema - Quais são os fatores de motivação e desmotivação para a prática do desporto escolar? ... 19

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X

3.1 Objetivos ... 19

3.2 Amostra ... 20

3.3 Instrumentos e recolha de dados ... 21

3.4 Procedimentos ... 22

4. Apresentação dos Resultados ... 22

Estudo 1 - IMAAD ... 23

Estudo 2 – QMAAD ... 26

5. Discussão dos resultados ... 29

6. Conclusões ... 30

Considerações finais ... 33

Referências Bibliográficas ... 35

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XI

Índice de tabelas

Tabela 1 – Caracterização da amostra relativas aos não praticantes do Desporto Escolar Tabela 2 - Caracterização da amostra relativas aos praticantes do Desporto Escolar Tabela 3 – Análise dos itens do questionário IMAAD

Tabela 4 – Motivações para a ausência, quanto à idade Tabela 5 – Motivações para a ausência, quanto ao género Tabela 6 - Análise dos itens do questionário QMAD Tabela 7 - Motivações para a adesão, quanto à idade Tabela 8 - Motivações para a adesão, quanto ao género

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XII

Índice de Anexos

Anexo 1 – Plano 1º Período

Anexo 2 – Unidade Didática Corfebol Anexo 3 – Grelha Vickers

Anexo 4 – Plano de aula Futebol Anexo 5 – Rotação de espaços Anexo 6 – Grelha avaliações

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1º Capítulo – Intervenção Pedagógica no Processo Ensino-Aprendizagem

1. Introdução

O presente Relatório de Estágio, será elaborado com base na Unidade Curricular de Prática de Ensino Supervisionada, estando inserida no Mestrado de Ensino de Educação Física nos Ensinos Básicos e Secundários.

Assim sendo, a função deste documento assenta numa reflexão do que foi o ano enquanto professor estagiário, permitindo analisar todo o trabalho efetuado. Espera-se que o estágio seja a forma de pôr em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da formação.

O estágio teve a duração de noves meses, realizados entre Setembro de 2014 e Junho de 2015. O estágio foi realizado numa Escola Básica 2/3 de Braga, numa turma de 6º ano.

Deste modo, o presente documento divide-se em diversas áreas, designadamente o Enquadramento Pessoal, destinado à análise do que foi o ano enquanto professor estagiário, seguindo-se o Enquadramento Institucional e da turma, caracterizando a turma que acompanhei no decorrer do estágio, a escola onde esta se insere e o meio em questão.

De seguida, surgem duas grandes áreas, a primeira intitula-se de Organização e gestão do ensino e da aprendizagem, onde analiso a conceção, planeamento, realização e avaliação. A segunda área denomina-se de Participação na escola e relação com a comunidade, onde comento as atividades realizadas na escola.

O último tópico do documento trata a Investigação e Desenvolvimento Professional, tendo sido realizado um estudo sobre as motivações para a adesão ou não adesão ao Desporto Escolar. Para finalizar, torna-se importante refletir sobre todo o trabalho realizado ao longo do estágio. Assim sendo, será apresentada uma consideração final, seguindo-se as referências bibliográficas, bem como os anexos.

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2.

Realização da Prática de Ensino Supervisionada (PES)

2.1. Enquadramento pessoal

Sendo o estágio a última etapa do Mestrado em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário, aguardei com grande expectativa esta nova fase. Pela primeira vez estive do lado oposto da educação física, uma vez que até hoje sempre estive nas aulas como aluno, e nunca como professor.

Faço um balanço bastante positivo deste ano onde, ao longo de 8 meses acompanhei uma turma nas aulas de Educação Física, cabendo-me ensinar as diversas modalidades do programa. Penso que foi um ano bastante produtivo, uma vez que foi nesta fase que adquiri os conhecimentos fundamentais para ser professor, fruto do trabalho realizado ao longo do ano letivo. Durante este período, procurei sempre motivar os alunos, programando aulas dinâmicas e motivadoras, tentando retirar o melhor de cada aluno, potencializando as suas capacidades, quer físicas, quer sociais. Não foi fácil, uma vez que os alunos não gostam de todas as modalidades, tornando-se complicado manter a turma concentrada e empenhada na realização dos exercícios.

A partilha de ideias com o grupo de estágio, com a Professora cooperante, bem como com o meu colega de estágio tornou-se um método muito positivo para corrigir possíveis erros, melhorando assim o planeamento das aulas. Relativamente à observação das aulas, serviram para avaliar o meu colega enquanto professor, mas também para me avaliar a mim, enquanto futuro profissional, uma vez que serviam de reflexão sobre a minha prática, e quais os pontos que poderia alterar tendo sempre como objetivo melhorar.

Foi um ano intenso, mas muito produtivo. Sabia que ia ser um ano complicado, uma vez que foi o meu primeiro contacto com o ensino. Espero que tenha contribuído para o futuro e sucesso dos meus alunos, e que seja o início de uma longa caminhada no ramo da educação.

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2.2. Enquadramento institucional

A escola onde realizei o estágio situa-se em Braga, numa zona que em 2013 foi fruto de uma reforma administrativa nacional. É uma freguesia portuguesa do concelho de Braga, com 5,22 km² de área e 5 924 habitantes.

A escola insere-se num agrupamento fundido a 29 de Abril de 2013, resultando da fusão entre dois agrupamentos da cidade de Braga. Este agrupamento abarca cerca de 13 estabelecimentos, com escolas que vão do Jardim de Infância até ao Ensino Secundário. A escola contém uma vasta área exterior, com um campo de voleibol e um campo de futebol, que agrega também um campo de basquetebol, pista de atletismo e ainda uma caixa de areia.

A escola conta com 28 turmas, dividindo-se em 6 turmas de 6º, 7º e 8º ano e 5 turmas de 5º e 9º ano, havendo uma média de 700 alunos divididos pelo 2 e 3º ciclo. Dispõe também de um pavilhão recente, tendo sido inaugurado há cerca de 10 anos, contendo este 4 balneários para as turmas e um balneário para os professores.

Relativamente à disciplina de educação física, nesta instituição, foram selecionadas diversas modalidades, nomeadamente voleibol, badmínton, atletismo, futebol, basquetebol, corfebol, andebol e ginástica (solo e aparelhos). Destes deportos, no corrente ano letivo, o corfebol e o badmínton foram as atividades do desporto escolar.

2.3. Caracterização da turma

No que diz respeito à turma que acompanhei durante o ano, esta contava inicialmente com 26 alunos, contudo houve uma transferência no início do ano, ficando reduzida a 25. No final do 1º período houve mais uma transferência, neste caso um rapaz, a pedido da mãe, tendo trocado de turma. A meio do 2º período houve novamente alterações na turma, tendo sido transferido um aluno do 7º ano, uma vez que foi erradamente matriculado no 7º ano, devido à sua imigração. Assim, a turma ficou constituída por 25 alunos, sendo que 14 são do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 11 e 12 anos.

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De uma forma geral a turma apresentou bons níveis de empenhamento motor, no entanto o comportamento dificultou muitas vezes o bom desenrolar das aulas.

O principal objetivo para o ano letivo foi conseguir retirar o melhor de cada aluno, proporcionando-lhes aulas agradáveis e divertidas, mas sem descorar o principal objetivo que é a aprendizagem. Espero que no final do ano se possam orgulhar das notas obtidas na Educação Física e que tudo seja fruto da sua evolução e da sua aprendizagem nas diversas modalidades.

3. Área 1 - Organização e gestão do ensino e da aprendizagem

Citando Petrucci e Batiston (2006), “a palavra ‘estratégia’ possui estreita ligação com o ensino. Ensinar requer arte por parte do docente, que precisa envolver o aluno e fazer com ele se encante com o saber. O professor precisa promover a curiosidade, a segurança e a criatividade para que o principal objetivo educacional, a aprendizagem do aluno, seja alcançada” (p. 263).

O principal objetivo desta área passa por promover estratégias tendo como foco os objetivos pedagógicos, de forma que os alunos consigam adquirir conhecimentos necessários de forma a obter o sucesso na disciplina. Esta área é de enorme importância para o sucesso dos alunos, dividindo-se posteriormente em 4 áreas, a saber Conceção, Planeamento, Realização e Avaliação.

3.1. Conceção

“A planificação é o elo de ligação entre as pretensões, imanentes ao sistema de ensino e aos programas das respectivas disciplinas, e a sua realização prática. É uma actividade prospectiva, directamente situada e empenhada na realização do ensino…” (Bento, 2003, p.15-16)

No que diz respeito à Conceção, tornou-se então fundamental consultar o Programa Nacional Curricular de Educação Física (1998), mais especificamente os Domínios, Áreas e Objetivos Específicos referente ao ano letivo da turma que acompanhei durante o estágio, para

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que o planeamento fosse o mais correto possível, promovendo uma aprendizagem positiva para todos os alunos.

Apesar de não existir consenso quanto ao programa de Educação Física, este serve essencialmente para auxiliar os professores quanto às atividades a lecionar em cada ano e também o nível que os alunos devem atingir. No entanto, cada escola possui liberdade para se adaptar consoante as suas necessidades, elegendo as modalidades a lecionar durante o ano letivo, como é o caso do Corfebol. Esta é uma modalidade que a escola aposta bastante, inserindo-a também no Desporto Escolar, uma vez que bastantes professores foram federados da modalidade.

Na primeira reunião com a professora cooperante foram-me fornecidos diversos documentos que me iriam auxiliar no desenrolar do estágio, nomeadamente rotação dos espaços no pavilhão, caracterização da turma, grelhas de avaliação, regulamento interno da disciplina, entre outros.

3.2. Planeamento

“A prática da planificação baseia-se, pois, sempre numa profunda análise do programa de ensino, numa disciplina e num nível relativamente elevado de compreensão teórica dos processos de ensino e aprendizagem em causa.” (Bento, 2003, p.20)

Para que o estágio se desenvolvesse sempre de forma correta, procurei realizar três tipos de planificações, ou seja, a planificação anual, onde continha as modalidades a realizar durante o ano (diferentes períodos) (anexo 1); a planificação por unidade didática (anexo 2), recorrendo à gelha de vickers, (anexo 3) tornando o processo de planeamento das aulas muito mais simples; e por fim, a realização de planos de aula, tendo estes sido realizados para todas as aulas, com a respetiva reflexão no final. (anexo 4)

Todas estas planificações foram realizadas conforme o documento referente à rotação de espaços no pavilhão (anexo 5), planeando assim de forma assertiva que modalidade daria, consoante o espaço disponível. Enquanto estagiário, procurei lecionar as modalidades pela ordem que a professora cooperante estabeleceu, pelo facto destas questões terem sido delineadas no

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início do ano letivo entre todos os professores do grupo de Educação Física, para que não houvesse conflito de material entre professores.

Em suma, as modalidades dividiram-se pelos três períodos da seguinte forma: no 1º período lecionaram 41 blocos de 45 minutos (14 semanas), divididos por três modalidades, Badmínton, Voleibol e Atletismo. Na primeira aula do 1º período realizou-se a apresentação e também se registou a altura e o peso de cada aluno, procedimento habitual na escola, de forma a controlar os alunos quanto à sua saúde. A 2ª aula foi de encontro à primeira aula, tendo-se realizado um teste de condição física. Relativamente ao 2º período, este dividiu-se em 31 blocos de 45 minutos (11 semanas), tendo lecionado as modalidades de futebol, corfebol, ginástica de solo e atletismo. Por ultimo, o 3º período dividiu-se em 27 blocos de 45 minutos (10 semanas), tendo lecionado as modalidades de andebol, basquetebol, ginástica de aparelhos e atletismo. Como já foi referido, todos os períodos foram planeados consoante o documento orientador de rotação de espaços, que determina os espaços disponíveis para cada professor nas diversas semanas de cada período. As aulas lecionadas dividiram-se numa aula de 90 minutos e uma de 45 minutos, lecionadas à 3ª feira das 10:05h – 11:35h e à 5ª feira das 15:20h – 16:05h. Durante as aulas de 45 minutos procurei, sempre que possível, realizar a aula no exterior, uma vez que nesse mesmo horário decorria o desporto escolar e uma aula de educação física de outro professor.

Quanto aos planos de aula, estes foram fornecidos pela professora cooperante no início do ano letivo. Eram bastante simples e diretos, o que facilitou no momento do planeamento. Tive sempre o cuidado de planear aulas simples, partindo numa fase inicial dos gestos técnicos chave para cada modalidade, acabando as Unidades Didáticas com o jogo, fase que se pretende que os alunos atinjam em todas as modalidades. Procurei também que as aulas promovessem a aprendizagem necessária de cada modalidade de acordo com o programa de educação física, para que os alunos atingissem a melhor nota possível. Os planos continham diversas informações essenciais, como o local da aula e o espaço disponível, modalidade a abordar, tempo e explicação de cada exercício, objetivos gerais e específicos da modalidade, e quando necessário imagens ilustrativas dos exercícios propostos. Embora o plano de aula sirva como base para o desenrolar da aula, houve momentos em que foi necessário efetuar alterações de ultima hora, fruto de situações inesperadas. No final de cada plano efetuei uma reflexão, onde pude analisar de forma crítica a aula, certificando-me se os objetivos tinham ou não sido cumpridos.

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Em todas as Unidades Didáticas, a primeira aula era destinada à Avaliação Diagnóstica, para perceber em que nível os alunos se encontravam, podendo já tirar alguma ilações sobre o que podia esperar da turma na respetiva modalidade.

3.3. Realização

“O processo de aprendizagem no ensino é planificado, organizado e conduzido pelo professor; consiste, porém, essencialmente, na apropriação e assimilação activas do conteúdo formativo pelos alunos.” (Bento, 2003, p.176)

Quanto à Realização, é um ponto fundamental no processo de ensino, uma vez que é aqui que se coloca em prática tudo que foi adquirido ao longo da formação.

Desde cedo estabeleci com a turma, e em conformidade com a Professora cooperante, o que pretendia das aulas ao longo do ano letivo, nomeadamente a assiduidade, pontualidade e o respeito entre colegas e professor. No que toca ao comportamento sempre foi um ponto muito em foco nas aulas, indo de encontro às observações que a Professora cooperante fez no início do ano. Desde sempre procurei manter os alunos em movimento, com exercícios dinâmicos e motivadores, tentando manter a turma ativa.

Procurei sempre que as aulas fossem simples e eficazes, promovendo aprendizagens significativas para os alunos. Estas iniciavam-se sempre com uma preleção com os alunos acerca da modalidade a abordar e o que pretendia da aula. Quanto ao tempo de empenhamento motor, tentei que fosse o maior possível, pois só assim os alunos conseguem adquirir todos os gestos técnicos das modalidades.

Optei, sempre que fosse necessário, pela demonstração visual dos exercícios, pois entendo que os alunos assimilam muito melhor o que lhes é pedido, e o facto de o exercício ser demonstrado reduz o tempo perdido na aula. A desmonstração era feita, maioritariamente pelos alunos, mais concretamente pelo aluno que apresentava melhor capacidade na modalidade em questão, ou então por mim, quando esta era completamente nova para a turma, por exemplo, os lançamentos no basquetebol. Neste caso, tinha sempre a preocupação de exercitar o movimento

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nos tempos livres que tinha na escola, nos dias de observações das aulas, procurando instruir da forma mais correta os alunos.

No que toca há minha relação com a turma, esta sempre foi bastante simples e direta, oferecendo aulas agradáveis aos alunos, com um ambiente positivo entre todos. Senti alguma dificuldade no início, fruto da inexperiência na área da educação, mas com o passar do tempo, a comunicação e a cumplicidade com os alunos aumentou, facilitando a aprendizagem, tanto dos alunos como a minha.

Melhorando a comunicação, melhoraram também os feedbacks, ponto que acho bastante importante na aprendizagem dos alunos. Sendo uma parte essencial na aprendizagem dos alunos, procurei dar feedbacks curtos mas diretos, para que os alunos percebessem rapidamente a informação. Notei com o passar do tempo que os alunos sentiam mais necessidade de perguntar, sabendo se estavam ou não a executar determinado exercício corretamente, e também procuraram saber o porquê de fazerem determinado exercício, descobrindo os benefícios que esse exercício iria trazer para as suas aprendizagens em determinada modalidade. Por outro lado, procurei também dar feedbacks motivacionais, premiando assim o esforço que os alunos imprimem nas aulas, elogiando-os para que continuassem com o bom trabalho.

No que toca à organização da aula, esta dividiu-se sempre em três partes, nomeadamente a parte inicial (aquecimento), parte fundamental e por ultimo, parte final (retorno à calma). A parte inicial, como o nome indica, serve para preparar os alunos para a parte fundamental. A parte fundamental centra-se essencialmente nos exercícios da Unidade Didática em questão, onde os alunos irão desenvolver as suas aprendizagens. A parte final serve, essencialmente, para os alunos recuperarem do esforço da aula, ajudando também nas tarefas de recolha do material, fazendo um balanço geral da aula. Quanto à parte fundamental, procurei sempre estimular os alunos com exercícios motivantes, que proporcionassem uma aprendizagem adequada, em conformidade com o nível geral da turma, tendo em conta a avaliação diagnostica efetuada na primeira aula de cada Unidade Didática.

No que diz respeito às presenças na escola, defini logo no início quais seriam os dias e as respetivas horas em que teria que estar presente na escola. Desta forma, lecionava as minha aulas, observava as do meu colega de estágio e também algumas aulas da professora cooperante e de outros professores, de diferentes ciclos, para perceber os diferentes métodos de trabalho, percebendo também como decorriam as aulas dos diferentes ciclos. A minha presença na escola

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também se baseou nas diversas atividades organizadas pelo departamento de Educação Física, auxiliando em diversas tarefas.

3.4. Avaliação

Em último lugar surge a Avaliação., uma vez que nenhuma aprendizagem é finalizada sem que haja este momento. Assim, todas as competências dos alunos serão frequentemente avaliados. Como Bento (2003) afirma “… a análise e avaliação são apresentadas com tarefas centrais de cada professor.” (p.175)

Segundo Pacheco (2001), o termo avaliação recai sobre duas funções essenciais, a primeira de controlo dos resultados, validação de objetivos, deteção de lacunas do rendimento, e por fim, de classificação. Por outro lado, encontra-se a interpretação, a proposta de melhoria e a análise critica. Desta forma, pude também efetuar uma avaliação do meu método de ensino, analisando o processo de aprendizagem que incuti nos alunos, verificando se este foi ou não correto, e se promoveu a aprendizagem necessário aos alunos.

Desta forma, a avaliação iniciou-se em todas as Unidade Didáticas com a Avaliação Diagnostica, que permitiu observar os conhecimentos que os alunos possuíam em cada modalidade, para que pudessem progredir. Nesta fase, consultei a grelha de avaliação fornecida pela professora cooperante, a fim de examinar quais seriam os gestos técnicos que os alunos teriam que dominar, fruto da aprendizagem do ano anterior. Numa segunda fase seguiu-se a Avaliação Formativa, onde foi possível observar os alunos, bem como as suas dificuldades no decorrer das aulas, onde pude avaliar a performance dos alunos, corrigindo-os, para que evoluíssem. Na minha opinião, penso que esta fase é a mais importante, sendo a fase onde proporciono aos alunos as aprendizagens necessárias para a avaliação final, e onde a turma tem a possibilidade de aperfeiçoar todos os gestos das modalidades. Com base na primeira avaliação, tentei acompanhar mais de perto os alunos que apresentaram mais dificuldades, insistindo com eles e auxiliando-os com diversos feedbacks, exercitando posteriormente o exercício com esses mesmos alunos. Penso que desta forma os alunos perceberam com mais facilidade como deviam executar os gestos técnicos, facilitando a sua aprendizagem. A troca de ideias com o meu colega de estágio e também com a professora cooperante no final das aulas ajudou-me nesta fase, pois

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pude perceber como podia melhorar a gestão da aula e também se os alunos estavam, de facto, a evoluir da forma que pretendia. No entanto, nenhuma Unidade Didática pode ser finalizada sem que haja um momento formal de avaliação. Nas últimas aulas deu-se então a Avaliação Sumativa, (anexo 6) onde os alunos puseram em prática todos os conhecimentos adquiridos no decorrer da Unidade Didática num momento de avaliação mais formal. Aquando da avaliação sumativa, os alunos realizaram também a Autoavaliação, onde tiveram que propor uma nota, justificando-a. Sendo esta a ultima fase de todas as Unidade Didáticas, os alunos eram avaliados de acordo com as modalidades. Nos Desportos Coletivos, a avaliação iniciava-se com os gestos técnicos fundamentais para o desenrolar da modalidade. Tendo como exemplo o Andebol, a avaliação iniciou-se com exercícios de passes, seguido de exercícios de drible e de remate. Nesta aula, o jogo reduzido é realizado durante mais tempo, uma vez que os alunos têm que ser capazes de aplicar no jogo toda a aprendizagem adquirida ao longo das aulas. No que toca às modalidades de Atletismo e Ginástica, únicas modalidades individuais, estas foram avaliadas de forma diferente. Quanto ao Atletismo, em cada período houve um objetivo a cumprir, ou seja, no 1º período, devido ao corta-mato, a avaliação centrou-se na corrida de resistência, no 2º período, com o mega sprint, a avaliação se na corrida de velocidade, e no último período o foco da avaliação centrou-se no salto em comprimento. Relativamente à Ginástica, no 2º período a avaliação bacentrou-seou-centrou-se na realização dos elementos gímnicos de solo, onde os alunos tiveram que realizar uma coreografia com esses mesmos elementos. Por fim, no 3º período, a avaliação da Ginástica centrou-se na Ginástica de Aparelhos.

Com as avaliações finalizadas, e tendo em conta todos os critérios de avaliação, defini uma nota para cada aluno. Esta nota teve como base um documento fornecido no início do ano, com todos os critérios de avaliação, tanto de forma geral como específicos para cada modalidade.

Estes critérios, definidos pelo Grupo de Educação Física, dividiam-se no Domínio Motor/Cognitivo (55%), Aptidão Física (15%) e Domínio Atitudinal (30%).

Área 2 - Participação na escola e relação com a comunidade

Esta área tem como principal objetivo dinamizar e reforçar a importância da atividade física junto da comunidade escolar, promovendo atividades para os alunos.

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Como professor estagiário, em conjunto com o Grupo de Educação Física, promovi e auxiliei nas atividades previstas na escola, integrando-me também de uma forma mais clara junto da comunidade escolar.

3.5. Atividades realizadas

Durante este ano letivo realizaram-se diversas atividades, inseridas no Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio. No que toca ao agrupamento, realizou-se a Taça ESAS, dividida em 3 etapas durante o ano letivo, tendo-se iniciado no 1º período, dia 19 de Novembro com uma prova de skills (escalada, pontes suspensas, tiro ao arco, entre outras), destinada a alunos do 7º ao 9º ano. A 25 de Fevereiro realizou-se a 2ª etapa, intitulada de Kids Athletics, onde se realizaram provas como salto em comprimento, saltos à corda e corrida com barreiras. Por fim, a 3ª etapa da Taça ESAS realizou-se a 3 de Junho com a prova de Canoagem, onde se apura o vencedor com o somatório das restantes etapas. Estas atividades são desenvolvidas pela sede do agrupamento, pelo que tanto eu como o meu colega de estágio não participamos, nem na organização nem no auxílio da atividade.

Quanto à escola onde realizarei o estágio, realizou-se o Corta-mato a a 16 de Dezembro, o MegaSprint a 13 de Fevereiro, o Torneio de Badminton dia 18 de Março e por último a turma completa dia 12 de Junho. No que toca ao MegaSprint, e como em todas as atividades da escola, dois professores do Grupo de Educação Física são responsáveis pela organização da atividade. Tudo foi planeado para realizar a atividade no exterior, aproveitando as pistas de atletismo. No entanto não foi possível devido às condições atmosféricas. No que toca à logística da atividade, penso que foi muito bem concretizada por todos os elementos do grupo de Educação Física. No entanto, existe um ponto negativo a apontar nesta atividade, pois não foram entregues medalhas aos alunos. Embora fosse uma atividade para apurar os alunos que iriam ao distrital, as medalhas são um grande fator de motivação para os alunos participarem ativamente nas atividades. Nesta atividade comecei logo por ajudar a montar os 4 percursos do sprint dentro do pavilhão, uma vez que a mesma não pôde ser realizada no exterior. Posteriormente, cada professor teve uma função a realizar durante as provas. Enquanto um professor estava junto da linha de partida a alinhas os alunos nas pistas corretas, outros dois professores encontravam-se numa mesa a registar os

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tempos dos alunos no final de cada prova. Nesta fase coube-me a mim e ao meu colega de estágio verificar a ordem de chegada dos alunos enquanto as professoras restantes cronometravam os tempos de cada um. Os professores optaram por nos colocar nesta função para que a cronometragem fosse a mais correta possível.

Quanto à participação dos alunos penso que foi muito satisfatória, havendo um grande número de inscritos na prova. Notei que esta foi uma atividade muito motivadora para os alunos, pois é uma prova de segundos em que eles podem realmente provar quem é o mais veloz.

Resumindo, penso que a atividade foi realmente um sucesso, os alunos mostraram grande empenho no decorrer da prova, resultando num dia agradável, tanto para os alunos em competição, como para nós, enquanto estagiários, onde pudemos adquirir mais alguns conhecimentos.

Quanto ao Torneio de Badminton, este é um pouco diferente, pelo facto de ser um torneio. A atividade começou bastante cedo, uma vez que era necessário montar os diversos campos para que se realizassem os jogos. Neste torneio as inscrições foram bastante mais limitadas, pois só se podiam inscrever um rapaz e uma rapariga por cada turma, para que fosse possível organizar o calendário dos jogos previamente.

A organização deste torneio foi muito bem conseguida, estando o torneio dividido duas vertentes, rapazes e raparigas e também dividido pelos diversos anos. O facto de existir medalhas e cerimónia de entrega das mesmas funcionou como fator de motivação para os alunos, pois tiveram sempre como meta atingir no mínimo o 3º lugar para receber uma medalha.

Neste torneio a minha função centrou-se no torneio das raparigas. Enquanto o professor Miguel organizava os boletins de jogo e anotava todos os resultados na mesa, a minha função era organizar os jogos, chamando as atletas de acordo com o boletim, destinando-lhes um campo e uma árbitra. Concluído o jogo, as alunas entregavam-me o boletim do jogo para que fosse preenchido na mesa, sendo posteriormente preenchidos os boletins que se encontravam perto dos campos, para consulta das atletas.

A participação dos alunos não podia ter sido melhor. Foi um torneio bastante disputado, com muitos jogos renhidos e ganhos somente no último set e com bastantes pontos. Este torneio permitiu também que tivesse um contacto mais próximo com mais alunos da escola, pois costumo estar restringido somente à minha turma.

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Em suma, este torneio foi um sucesso. A prova disso foi o “público” presente no final do torneio, mais concretamente na entrega das medalhas. Estiveram presentes diversos alunos na entrega das medalhas, que não participaram no torneio e que quiseram assistir à entrega e também às diversas finais.

Por último, no dia 12 de junho irá realizar-se a atividade turma completa, que consiste num conjunto de exercícios nas diversas modalidades, nomeadamente basquetebol, futebol, voleibol, andebol, corfebol, ginástica e atletismo, sendo que no final, com o somatório de todos os resultados, apura-se a melhor equipa de cada ano. Para esta atividade, cada turma elege 14 elementos, 7 rapazes e 7 raparigas, para depois se formarem duplas mistas para cada modalidade. Nesta atividades ficarei responsável pelo basquetebol, onde os alunos terão que efetuar 3 tentativas de lançamento com drible, com e sem oposição e também com um percurso com cones, e também efetuar 3 lançamentos de lançamento livre. Cada lançamento convertido vale 1 ponto, num total de 12 pontos possíveis.

3.6. Outras Atividades

No dia 5 de fevereiro realizou-se também o corta-mato distrital, na pista Gémeos Castro – Guimarães. Para esta atividade, a professora cooperante pediu-nos para acompanharmos também os alunos ao corta-mato, também para percebermos de perto como funcionam este tipo de atividades a nível distrital. De uma fora geral foi um dia muito produtivo, onde os nossos alunos conseguiram bons resultados.

Em maio realizou-se uma demonstração de snagolfe, com a colaboração da Associação Portuguesa de Snagolfe. Esta demonstração realizou-se em todas as turmas de 5º e 6º ano, em todas as aulas de 90 minutos. Acompanhei esta atividade durante todo o dia 26 de Maio, dia em que a Associação realizou a demonstração na minha turma.

Esta demonstração iniciou-se com uma parte teórica por parte de um responsável da associação, onde explicou todos os fundamentos básicos da modalidade, gestos técnicos e objetivo do jogo. Para finalizar a demonstração, existiam 4 estações de exercícios, para que os alunos pudessem pôr em prática tudo o que apreenderam na primeira parte da aula.

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Embora esta atividade não fosse da responsabilidade do grupo de Educação Física, na parte prática da demonstração procurava ajudar os alunos nos exercícios, pois muitas vezes os alunos não percebiam com clareza qual o objetivo do exercício.

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2º Capítulo - A Investigação

Fatores de Motivação ou Desmotivação para a prática do Desporto Escolar

1 - Introdução

O desporto escolar é sem dúvida uma das manifestações mais importantes do movimento na escola. Neste contexto o objetivo principal deste estudo passa por perceber quais as principais motivações para aderir, ou não, ao Desporto Escolar.

De acordo com o site do Desporto Escolar, o Desporto Escolar é assenta em três pilares fundamentais: Visão, tendo como principal objetivo a prática regular de atividade física e desportiva; Missão, proporcionar o acesso à prática, colaborando no sucesso escolar dos alunos, promovendo um estilo de vida saudável, criando valores e princípios para uma cidadania ativa; Valores, potenciando questões físicas e psicológicas, que colaboram no desenvolvimento global dos jovens, sendo um espaço distinto para incrementar hábitos de vida saudáveis, competências sociais e valores morais, nomeadamente Responsabilidade; Espirito de equipa; Disciplina; Tolerância; Perseverança; Humanismo; Verdade; Respeito; Solidariedade; Dedicação.

A amostra é composta por 49 alunos, frequentadores da escola onde realizei o estágio, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos. Dos 49 alunos, 24 eram frequentadores do Desporto Escolar, e 25 alunos não eram frequentadores do Desporto Escolar.

2 Revisão da literatura

Desporto Escolar, e segundo o Regime Jurídico da Educação Física e do Desporto Escolar, é entendido como “o conjunto das práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo desenvolvidas como complemento curricular e ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo”. Desta forma, o Desporto Escolar contempla um conjunto de atividades de complemento curricular, visando o enriquecimento das crianças quer a nível cultural, quer a nível cívico, a educação física e desportiva, a educação artística e por último a inserção dos

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alunos na comunidade. Assim sendo, o Desporto Escolar deve ser uma forma de promover saúde e consequentemente melhorar a condição física dos praticantes, não esquecendo a educação moral, intelectual e social dos jovens que participam no Desporto Escolar.

É importante também referir que o Desporto Escolar deve ser praticado de forma voluntária pelos alunos, transmitindo assim a vontade e o interesse dos alunos em praticar um determinada modalidade. Desta forma, o Desporto Escolar funciona como impulso do desporto, uma vez que melhora a quantidade e qualidade do desporto no país através das escolas.

Segundo Freitas (2002), o Desporto Escolar só será benéfico para o desenvolvimento dos alunos quando lhe forem reconhecidos objetivos e conteúdos próprios, destacando os de natureza corporal, do domínio da saúde, social, ético, moral e por último o da construção duma cidadania participativa e ativa.

Desta forma, a escola deverá ser o primeiro local onde a atividade física e o deporto se assumem como fatores decisivos para um bom desenvolvimento das crianças mais jovens. Os professores de Educação Física assumem-se como os principais mensageiros destes fatores, oferecendo práticas positivas, realçando os benefícios da prática regular de atividade física, não deixando de lado a criação de um estilo de vida saudável. Para que esta mensagem seja passada aos alunos, a disciplina de Educação Física é o principal motor da adoção de um estilo de vida saudável, não deixando de lado as atividades extracurriculares, destacando-se aqui, naturalmente, o Deporto Escolar.

Pina (1997, citado por Vieira 2008) divide o Desporto Escolar em quatro perspetivas distintas:

1. “Como complemento da atividade curricular;

2. Como prolongamento das aulas de Educação Física, de forma a constituírem uma relação causa e efeito, em que no último se realizar a “aplicação” do primeiro;

3. Como forma de deteção e preparação das elites para o desporto federado; 4. Como um processo substantivo de Educação Física, quando esta não encontra

os meio de se poder realizar.”

Desta forma, Sousa (2006), considera que o Desporto Escolar deve ser parte integrante do Sistema Educativo, sustentado pelos princípios e valores pedagógicos e funcionando como o

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pilar base do Sistema Desportivo, sendo este o primeiro passo para introduzir os jovens na cultura desportiva.

Com o passar dos anos, diversos estudos foram realizados, tendo como principal foco o Desporto Escolar. Gill, Gross & Huddleston (1983) realizaram um dos mais pertinentes, tendo concebido um questionário, “Participation Motivation Questionnaire”, de forma a determinar quais os motivos que levam os jovens a aderir ao desporto. Os resultados obtidos com base no questionário mostraram que as motivações mais importantes para os jovens eram melhorar as suas competências, o divertimento, adquirir novas capacidades, o desafio e ser fisicamente saudável.

De acordo com o estudo realizado por Matos & Cruz (1997), as principais razoes para o abandono do Desporto Escolar são a “incompatibilidade entre estudar (mais importante) e praticar desporto, a falta de tempo para a prática e para o treino, ter outras coisas alternativas para fazer, o início da prática desportiva federada e a inexistência da modalidade preferida” (p.470). Quanto aos motivos que menos importam, Matos & Cruz (1997) apontam as derrotas ou as vitórias e as dificuldades de relação interpessoal com os colegas.

De acordo com Cid (2002), não se opta por uma modalidade de forma aleatória, uma vez que existe sempre algo ou alguém que nos “força” a escolher. O interesse ou a curiosidade por uma determinada atividade física deve-se a diversos fatores, como a ocupação dos tempos livres, em prol de uma saúde melhor, tanto a nível físico, psicológico e social, respondendo a necessidades individuais e sociais.

Conforme o estudo realizado por Veiga, Catalão, Ferreira & Boto (2009), onde estudaram as motivações para a prática e não prática do Desporto Escolar. Numa amostra com 289 inquiridos, divididos por 182 não praticantes e 107 praticantes, conclui-se que os inquiridos aderem ao Desporto Escolar devido a diversas motivações, nomeadamente “estar em boa condição física”, “atingir um nível desportivo mais elevado” e “manter a forma”. Como motivos menos importantes, os autores obtiveram como resultados “ser conhecido”, “ter a sensação de ser importante” e “pretexto para sair de casa”.

Quanto às motivações para não aderir ao Desporto Escolar, Veiga, Catalão, Ferreira & Boto (2009) obtiveram como motivações mais relevantes “os horários disponíveis das instalações não são as mais adequadas”, “falta de iniciativas desportivas pela autarquia” e “têm outras coisas

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para fazer”. Em relação às menos importantes para a não adesão ao Desporto Escolar, foram referidos “desporto não traz benefícios”, “não querem mudar o seu visual” e “o desporto é aborrecido, maçador e chato”.

No entanto, nos dias de hoje, existem cada vez menos alunos a praticar atividade física regular dentro do contexto escolar, destacando aqui o Desporto Escolar. Quais são, então, as motivações que levam ou não os alunos a frequentarem o Desporto Escolar como forma de praticar algum exercício físico?

Apesar da existência de diversos estudos sobre a motivação em ambientes completamente diferentes, não existe consenso quanto à definição deste tema. No entanto, diversos autores descrevem a Motivação como o pilar de todas as ações humanas, sendo de extrema importância em distintas áreas, tanto no desporto como na atividade física.

De uma forma simples, Motivação define-se como a realização de uma tarefa por parte de um individuo, centrado num determinado desafio, onde este será fruto de uma avaliação consoante a prestação do individuo no desafio (Roberts 1992, citado por Vidal 2001).

De acordo com Castuera, (2004), motivação refere-se ao processo ou condição, podendo este ser “fisiológico ou psicológico, inato ou adquirido, interno ou externo ao organismo ao qual determina ou descreve o que ou respeito a que, se inicia a conduta, se mantem, direciona, se seleciona ou finaliza”.

Segundo Weiss e Ferrer-Caja (2002), o tema Motivação tem sido estudado em diferentes tópicos mas que se relacionam entre si: Motivação como fator de diferenciação individual entre indivíduos e como essas alterações afetam os resultados psicológicos (perceção de competência, resposta afetivas), e por outro lado Motivação como comportamento para a atividade física (intensidade, frequência).

De acordo com Cid (2010), sustentado em Alves, et al., 1996; Biddle & Mutrie, 2001; Kingston, et al., 2006, “existem três componentes que estão envolvidas no conceito de motivação: direção (que se relaciona com a escolha de uma determinada atividade), intensidade (que se relaciona com a quantidade de energia que o sujeito mobiliza para a realização dessa atividade), e a persistência (que se relaciona com a continuidade ou não na atividade escolhida) ”.

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Rocha (2009), baseado em Knijnik, Greguol e Santos, 2001, afirma que quando um individuo manifesta interesse por qualquer ação, este irá agir para atingir um determinado objetivo desejável. Desta forma, a motivação surge como um impulso interno terminando na conquista de um determinado objetivo, implicando a obtenção de novas aprendizagens, fazendo com que o individuo diminua a ansiedade aumentando o prazer. Quando são alcançados desempenhos bem-sucedidos, aumenta o desejo pela aquisição de bons resultados, aumentando por consequência a satisfação e também, naturalmente, a motivação.

Quanto aos tipos de motivação, é possível desdobrá-la em duas partes distintas: Intrínseca e Extrínseca.

Para Moutão (2005), Motivação Intrínseca centra-se no prazer que um individuo terá a realizar uma determinada atividade. Já a Motivação Extrínseca centra-se nos resultados que uma determinada tarefa pode proporcionar a um individuo, ou também por cedências externas. Ryan & Deci, (2000), definem Motivação Intrínseca como o prazer com que o individuo irá realizar uma determinada tarefa, tendo como resultado final a satisfação que esta lhe poderá proporcionar. Já a Motivação Extrínseca ocorre quando o individuo realiza uma determinada tarefa com base nos resultados que possam obter, ou por outro lado cedendo a pressões exteriores.

3. – Metodologia e procedimentos

Problema - Quais são os fatores de motivação e desmotivação para a prática do

desporto escolar?

3.1 Objetivos

O presente estudo tem como principal objetivo perceber quais os fatores que motivam ou não os alunos a frequentar o Desporto Escolar. Os alunos poderão ser incentivados a frequentar o Desporto Escolar por diversos motivos, como por exemplo o desafio de conhecer e praticar novos desportos, pelo facto de estarem na companhia dos amigos ou pelos simples facto do excesso de tempo livre.

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20 Objetivos específicos

 Comparar as motivações para a adesão ao Desporto Escolar, quando ao género;  Comparar as motivações para a não adesão ao Desporto Escolar, quando ao

género;

 Comparar as motivações para a adesão ao Desporto Escolar, quando às idades;  Comparar as motivações para a não adesão ao Desporto Escolar quando às

idades;

3.2 Amostra

Para a realização do presente estudo, a amostra é composta por 49 alunos, frequentadores da escola onde realizei o estágio, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos. Dos 49 alunos, 24 eram frequentadores do Desporto Escolar, e 25 alunos não eram frequentadores do Desporto Escolar.

Tabela 1 – Caracterização da amostra relativa aos não praticantes do Desporto Escolar Idade

Total 11 Anos 12 Anos

Ano curricular 6º Ano N 22 3 25

% 88,0% 12,0% 100,0%

Total N 22 3 25

% 88,0% 12,0% 100,0%

Com base na Tabela 1, pode verificar-se que a maioria dos não praticantes de Desporto Escolar tem 11 anos, ou seja, 88%. Por outro lado, com 12 anos existem apenas 3 alunos, ou seja, 12%.

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Tabela 2 – Caracterização da amostra relativa aos praticantes do Desporto Escolar Idade

Total 11-12 Anos 13-14 Anos

Ano de Escolaridade 6º Ano N 15 0 15

% 100,0% 0,0% 100,0% 7º Ano N 3 3 6 % 50,0% 50,0% 100,0% 8º Ano N 0 3 3 % 0,0% 100,0% 100,0% Total N 18 6 24 % 75,0% 25,0% 100,0%

Com base na Tabela 2, pode verificar-se que a maioria dos praticantes de Desporto Escolar tem entre os 11 e os 12 anos, ou seja, 75%. Por outro lado, com idades compreendidas entre os 13 e 14 anos existem apenas 6 alunos, ou seja, 25%.

3.3 Instrumentos e recolha de dados

Para perceber quais os fatores de Motivação e Desmotivação dos alunos para frequentar o Desporto Escolar serão utilizados 2 questionários de caracter quantitativo, um relativo à Motivação – QMAD (Questionário de Motivação para as atividades desportivas), e outro questionário relativo à Desmotivação – IMAAD (Inquérito de motivações para a ausência de atividades desportivas). (anexo 7)

O questionário QMAD, originário do Participation Motivation Questioner – PQM, criado por Grill, Gross e Huddleston (1983), é dividido em 35 questões, iniciando-se pela afirmação “Eu aderi ao Desporto Escolar por...”, com as respostas em escala ordinal do tipo Lickert, com as alternativas de respostas (de “1” a “5”) a variar entre “nada importante” e “totalmente importante”.

O questionário IMAAD foi desenvolvido por Pereira e Vasconcelos – Raposo (1997), validado posteriormente por Fernandes (2005), é dividido em 35 questões, iniciando-se pela afirmação “Eu não aderi ao Desporto Escolar por...”, com as respostas em escala ordinal do tipo

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Lickert, com as alternativas de respostas (de “1” a “5”) a variar entre “discordo totalmente” e “concordo totalmente”.

3.4 Procedimentos

Uma vez que a escola já acolhe estagiários desde há vários anos, no ato da matricula já existe uma autorização para os pais assinarem, dando consentimento para que se possam efetuar investigações na escola.

Estando esta etapa ultrapassada, os questionários foram preenchidos no horário do Desporto Escolar, sendo combinado com o professor responsável a hora (inicio ou final) para o preenchimento.

Quanto aos alunos que não participam no Desporto Escolar a tarefa foi mais simples, pois esses alunos eram a minha turma de estágio. O preenchimento dos questionários deu-se no início de uma aula de Educação Física.

Após a recolha de todos os dados, estes serão analisados e tratados.

4. Apresentação dos Resultados

De seguida, serão apresentados os resultados dos dois estudos, com base nas análises efetuadas aos questionários aplicados aos praticantes e não praticantes do Desporto Escolar.

Os resultados, apesar de serem expostos em conjunto, serão divididos em dois estudos diferentes, ou seja, o Estudo 1 será sobre o IMAAD (não praticantes do Desporto Escolar, e o Estudo 2 será sobre o QMAAD (praticantes do Desporto Escolar).

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Estudo 1 - IMAAD

Tabela 3 – Análise dos itens do questionário IMAAD

Média (N=25)

1. Falta de interesse, de vontade 1,64

2. Falta de instalações Desportivas 1,52

3. Falta de tempo 3,08

4. Falta de treinador/professor 1,24

5. Falta de equipamento pessoal 1,44

6. Por motivos de saúde 2,08

7. Não gostam de desporto 1,12

8. Há pouca possibilidade de prática 1,48

9. Os pais não deixam/não apoiam 1,44

10. Têm outras coisas para fazer 2,48

11. Falta de hábitos desportivos 1,24

12. O desporto é "aborrecido", "maçador" e "chato" 1,16

13. As instalações desportivas ficam longe 1,32

14. Há poucas pessoas interessadas 2,88

15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados 2,80

16. Por vergonha dos outros 1,08

17. Falta de jeito 1,56

18. As modalidades existentes não são as que mais gostam 1,88

19. Acham que não são bons a praticar desporto 1,56

20. Não gosto do treinador/professor 1,28

21. Não sabem jogar 1,52

22. Não gostam de se submeter a esforços físicos 1,72

23. Tem má condição física 1,28

24. Os amigos também não praticam 1,72

25. Falta de informação 1,32

26. Não querem mudar o seu "visual" (ficar magro, com músculos) 1,48

27. Por causa da idade 1,40

28. Têm medo ou receio de fazer mal 1,56

29. Têm medo de se aleijar 1,24

30. O desporto não traz benefícios 1,48

31. Por causa do seu "visual" (são gordos ou muito magros) 1,20

32. Por preguiça 1,36

33. Porque não se sentem bem a praticar/sentem-se rejeitados 1,64

34. Não gostam do conforto físico 1,24

35. Porque não gostam de estar em grupo 1,44

De acordo com a Tabela 3, é possível analisar os itens relativos ao questionário IMAAD, observando os itens mais e menos escolhidos pelos inquiridos. Desta forma, os itens com média mais alta, ou seja, as motivações mais fortes para a não adesão ao Desporto Escolar foram “3. Falta de tempo (3,08) ”, “10. Têm outras coisas para fazer (2,48) ”, “14. Há poucas pessoas interessadas (2,88) ” e, por último, “15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados (2,80) ”.

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Por outro lado, os itens com média mais baixa, ou seja, as motivações que menos interferem com a não adesão ao Desporto Escolar são “7. Não gostam de desporto (1,12) ”, “12. O desporto é "aborrecido", "maçador" e "chato" (1,16) ”, “16. Por vergonha dos outros (1,08) ”, e, por último, “31. Por causa do seu “visual” (são gordos ou muito magros) (1,20) ”.

Tabela 4 – Motivações para a ausência, quanto à idade

Idade

11 Anos (N=22) 12 Anos (N=3) Total (N=25)

Média Média Média

3. Falta de tempo 3,09 3,00 3,08

10. Têm outras coisas para fazer 2,68 1,00 2,48

14. Há poucas pessoas interessadas 2,95 2,33 2,88

15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais

adequados 2,77 3,00 2,80

7. Não gostam de desporto 1,14 1,00 1,12

12. O desporto é "aborrecido", "maçador" e "chato" 1,18 1,00 1,16

16. Por vergonha dos outros 1,09 1,00 1,08

31. Por causa do seu "visual" (são gordos ou muito magros) 1,23 1,00 1,20

Analisando a Tabela 4, é possível observar as motivações para a não adesão ao Desporto Escolar, em função da idade. Assim, as motivações “3. Falta de tempo (3,09) ”, “10. Têm outras coisas para fazer (2,68) ”, “14. Há poucas pessoas interessadas (2,95) ” mostraram-se superiores nos alunos com 11 anos. Na motivação “15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados (3,00) ”, mostrou-se ligeiramente superior nos alunos com 12 anos.

Quanto às motivações com média mais baixa, nomeadamente “7. Não gostam de desporto (1,14) ”, “12. O desporto é “aborrecido”, “maçador” e “chato” (1,18) ”, “16. Por vergonha dos outros (1,09) ” e “31. Por causa do seu “visual” (são gordos ou muito magros) (1,23) ”, todas se mostraram superiores nos inquiridos com 11 anos.

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Tabela 5 – Motivações para a ausência, quanto ao género

Género

Masculino Feminino Total

Média Média Média

1. Falta de interesse, de vontade 2,18

3. Falta de tempo 2,36 3,64 3,08

10. Têm outras coisas para fazer 3,00 2,48

14. Há poucas pessoas interessadas 3,27 2,57 2,88

15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados

2,55 3,00 2,80

5. Falta de equipamento pessoal 1,07

7. Não gostam de desporto 1,18 1,07 1,12

12. O desporto é "aborrecido", "maçador" e "chato" 1,09 1,16

16. Por vergonha dos outros 1,18 1,00 1,08

31. Por causa do seu "visual" (são gordos ou muito magros) 1,18 1,21 1,20

De acordo com a Tabela 5, é possível analisar as motivações para a não adesão ao Desporto Escolar, quanto ao género. Desta forma, tanto no género masculino como no género feminino, as motivações mais fortes para a não adesão são “3. Falta de tempo (2,36) & (3,64) ”, “14. Há poucas pessoas interessadas (3,27) & (2,57) ” e “15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados (2,55) & (3,00) ”. O género masculino elege ainda “1. Falta de interesse, de vontade (2,18) “, enquanto o género feminino elegeu “10. Têm outras coisas para fazer (3,00) “.

Quanto às motivações que menos interferem para a não adesão ao Desporto Escolar, comum em ambos os géneros, temos “7. Não gostam de desporto (1,18) & (1,07) “, “16. Por vergonha dos outros (1,18) & (1,00) “ e “31. Por causa do seu “visual” (são gordos ou muito magros) (1,18) & (1,21) “. O género feminino elege depois “5. Falta de equipamento pessoal (1,07) “, enquanto o género masculino elegeu “12. O desporto é “aborrecido”, “maçador” e “chato” (1,09) “.

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Estudo 2 – QMAAD

Tabela 6 – Análise dos itens do questionário QMAD

Média (N=24) 1. Melhorar as capacidades técnicas 4,21

2. Estar com os amigos 3,63

3. Ganhar 3,00

4. Viajar 3,04

5. Descarregar energias 3,54

6. Manter a forma 3,96

7. Ter emoções fortes 3,04

8. Trabalhar em equipa 4,33

9. Influência da família ou de amigos 3,04

10. Aprender novas técnicas 4,79

11. Fazer novas amizades 4,17

12. Fazer algo em que se é bom 4,25

13. Libertar tensão 3,54

14. Receber prémios 3,33

15. Ter ação 3,96

16. Fazer exercício 4,42

17. Ter alguma coisa para fazer 3,63

18. Espírito de equipa 4,58

19. Pretexto para sair de casa 1,83

20. Entrar em competição 3,58

21. Ter a sensação de ser importante 2,67 22. Atingir um nível desportivo mais elevado 4,46

23. Ser conhecido 2,92

24. Estar em boa condição física 4,29

25. Ultrapassar desafio 3,96

26. Ser conhecido e ter prestígio 3,46

27. Divertimento 4,21

28. Prazer na utilização das instalações e material desportivo 3,46

29. Pertencer a um grupo 3,75

30. Influência do professor/treinador 3,08

De acordo com a Tabela 6, é possível analisar os itens relativos ao questionário QMAAD, observando as motivações com média mais alta, ou seja, as mais fortes para a adesão ao Desporto Escolar. Desta forma, as motivações mais fortes foram “10. Aprender novas técnicas (4,79) ”, “16. Fazer exercício (4,42) ”, “18. Espirito de equipa (4,58) ” e, por último, “22. Atingir um nível desportivo mais elevado (4,46) ”.

Por outro lado, os itens com média mais baixa, ou seja, as motivações que menos interferem com a adesão ao Desporto Escolar são “4. Viajar (3,04) ”, “19. Pretexto para sair de casa (1,83) ”, “21. Ter a sensação de ser importante (2,67) ”, e, por último, “23. Ser conhecido (2,92) ”.

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Tabela 7 – Motivações para a adesão, quanto ao à idade

Idade

11-12 Anos (N=18) 13-14 Anos (N=6) Total (N=24)

Média Média Média

8. Trabalhar em equipa 4,83

10. Aprender novas técnicas 4,83 4,67 4,79

16. Fazer exercício 4,33 4,67 4,42

18. Espírito de equipa 4,56 4,67 4,58

22. Atingir um nível desportivo mais elevado 4,50 4,46

3. Ganhar 3,17

5. Descarregar energias 2,83

9. Ter emoções fortes 3,00 3,00

19. Pretexto para sair de casa 1,72 2,17 1,83

21. Ter a sensação de ser importante 2,44 2,67

23. Ser conhecido 2,67 2,92

30. Influência do professor/treinador 2,67

Analisando a Tabela 7, é possível observar as motivações mais e menos importantes que levaram os inquiridos a aderir ao Desporto Escolar. Desta forma, as motivações “10. Aprender novas técnicas (4,83) & (4,67) “, “16. Fazer exercício (4,33) & (4,67) “ e “18. Espirito de equipa (4,56) & (4,67) “ foram as mais importantes para todas as idades. Os inquiridos com idades compreendidas entre os 11 e os 12 anos apontam ainda “22. Atingir um nível desportivo mais elevado (4,50) “ como um fator importante para a adesão ao Desporto Escolar, enquanto os inquiridos com idades compreendidas entre os 13 e 14 anos elegeram “8. Trabalhar em equipa (4.83) “ como outro fator bastante importante para a adesão ao Desporto Escolar.

Quanto às motivações menos importantes para a adesão ao Desporto Escolar, a motivação “19. Pretexto para sair de casa (1,72) & (2,17) “ foi considerada a menos importante para todos os inquiridos.

Os inquiridos com idades compreendidas entre os 11 e os 12 anos elegeram também “21. Ter a sensação de ser importante (2,44) “, “23. Ser conhecido (2,67) “ e “30. Influência do professor/treinador (2,67) “, enquanto os inquiridos com idades compreendidas entre os 13 e os

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14 anos elegeram “3. Ganhar (3,17) “, “5. Descarregar energias (2,83) “ e “9. Ter emoções fortes (3,00) “.

Tabela 8 – Motivações para a adesão, quanto ao género

Género

Masculino (N=11) Feminino (N=13) Total (N=24)

Média Média Média

10. Aprender novas técnicas 4,73 4,85 4,79

16. Fazer exercício 4,55 4,31 4,42

18. Espírito de equipa 4,64 4,54 4,58

22. Atingir um nível desportivo mais elevado 4,64 4,46

24. Estar em boa condição física 4,46

3. Ganhar 2,91 3,00

7. Ter emoções fortes 2,69

19. Pretexto para sair de casa 2,09 1,62 1,83

21. Ter a sensação de ser importante 2,82 2,54 2,67

23. Ser conhecido 3,18 2,69 2,92

De acordo com a Tabela 8, é possível analisar as motivações mais e menos importantes para a adesão ao Desporto Escolar, quanto ao género. Em simultâneo, as motivações mais escolhidas por ambos os géneros foram “10. Aprender novas técnicas (4,73) & (4,85) “, “16. Fazer exercício (4,55) & (4,31) “ e “18. Espirito de equipa (4,64) & (4,54) “.

Quanto ao género masculino, nomeiam também “22. Atingir um nível desportivo mais elevado (4,64) “, enquanto o género feminino elege “24. Estar em boa condição física (4,46) “ como uma forte motivação para aderir ao Desporto Escolar.

No que toca às motivações menos importantes para aderir ao Desporto Escolar, ambos os géneros apontam “19. Pretexto para sair de casa (2,09) & (1,69) “, “21. Ter a sensação de ser importante (2,82) & (2,54) “ e “23. Ser conhecido (3,18) & (2,69) “.

Por último, o género masculino aponta também “3. Ganhar (2,91) “ como uma motivação pouco significativa para aderir ao Desporto Escolar, enquanto o género feminino elege “7. Ter emoções fortes (2,69) “.

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5. Discussão dos resultados

Com base nos resultados apresentados, e depois de uma análise cuidada, quanto às motivações para aderir ou não ao Desporto Escolar, é possível retirar as seguintes conclusões.

Quanto ao Estudo 1, relativo ao IMAAD (motivações para não aderir ao Desporto Escolar), as motivações que mais importa para não aderir ao Desporto Escolar, foram “3. Falta de tempo”, “14. Há poucas pessoas interessadas ”, “15. Os horários disponíveis das instalações não são os mais adequados”, e por fim, “10. Têm outras coisas para fazer ”. Estes resultados vão de encontro ao estudo realizado por Matos & Cruz (1997), que apontam também a falta de tempo e ter outras coisas para fazer como as principais razoes para a não adesão ao Desporto Escolar.

Quanto às motivações que menos interferem para a não adesão ao Desporto Escolar, os inquiridos apontam “16. Por vergonha dos outros”, “7. Não gostam de desporto”, “12. O desporto é “aborrecido”, “maçador” e “chato”” e por último “31. Por vergonha do seu “visual” (são gordos ou muito magros) ”. Comparando com o estudo realizado por Veiga, Catalão, Ferreira & Boto (2009), apenas uma motivação é igual, nomeadamente “O desporto é “aborrecido”, “maçador” e “chato””.

Relativamente às motivações para a não adesão ao Desporto Escolar, quanto ao género, notam-se algumas diferenças entre os géneros. Enquanto o género masculino afirma que a motivação “14. Há poucas pessoas interessadas (3,27) “ como a mais importante para não aderir ao Desporto Escolar, o género feminino aponta a motivação “3. Falta de tempo (3,64) ”.

Relativamente ao Estudo 2, baseado no QMAAD (motivações para aderir ao Desporto Escolar), as motivações mais fortes para aderir ao Desporto Escolar foram “10. Aprender novas técnicas”, “18. Espirito de equipa”, “22. Atingir um nível desportivo mais elevado” e por último “16. Fazer exercício”. Estes resultados são condizentes com os resultados apresentados por Veiga, Catalão, Ferreira & Boto (2009), nomeadamente “estar em boa condição física”, “atingir um nível desportivo mais elevado” e “manter a forma”.

No que toca às motivações menos importantes para aderir ao Desporto Escolar, os inquiridos apontaram “19. Pretexto para sair de casa”, “21. Ter a sensação de ser importante”, “23. Ser conhecido”, e por fim “4. Viajar”, sendo estes resultados bastante parecidos com os de

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Veiga, Catalão, Ferreira & Boto (2009), que apresentam os motivos “ser conhecido”, “ter a sensação de ser importante” e “pretexto para sair de casa” como os que menos importam para aderir ao Desporto Escolar.

Relativamente às motivações para aderir ao Desporto Escolar, quanto à idade, notam-se algumas diferenças entre os géneros. Enquanto o género masculino afirma que a motivação mais importante para aderir ao Desporto Escolar é “10. Aprender novas técnicas (4,83) “, o género feminino aponta a motivação “8. Trabalhar em equipa (4,83).

Quanto à comparação entre géneros, a motivação mais importante para aderir ao Desporto Escolar mostrou-se igual em ambos os géneros, nomeadamente “10. Aprender novas técnicas (4,73) & (4,84) “.

6. Conclusões

Concluindo, os resultados do presente estudo coincidem com a literatura apresentada, onde os alunos aderem ao Desporto Escolar, maioritariamente por motivações intrínsecas.

Analisando os resultados, as motivações mais fortes para aderir ao Desporto Escolar são, “10. Aprender novas técnicas”, “18. Espirito de equipa”, “22. Atingir um nível desportivo mais elevado” e por último “16. Fazer exercício”, enquanto os menos importantes para aderir ao Desporto Escolar são “19. Pretexto para sair de casa”, “21. Ter a sensação de ser importante”, “23. Ser conhecido”, e por fim “4. Viajar”. Com base nestes resultados, confirma-se que os alunos aderem ao Desporto Escolar, principalmente por razões intrínsecas, ou seja, pela satisfação em praticar atividade física. As motivações extrínsecas, baseada nas recompensas (aprovação social e cultural, recompensas materiais e status social) foram as motivações menos importantes para aderir ao Desporto Escolar.

A prática regular de atividade física é de extrema importância para um bem-estar físico e mental, elevando a suaautoestimae também a sua integração no grupo. Sendo o Desporto Escolar a única atividade física que os alunos têm a oportunidade de realizar, é de extrema importância, uma vez que permite a participação dos alunos num quadro competitivo, criando oportunidades para estes acederem aos valores educativos do Desporto.

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Criar oportunidades para os jovens, organizar atividades de formação e competição e a competência do ensino são três pilares do desenvolvimento do desporto escolar e, por via disso, do desenvolvimento do desporto nacional.

Este estudo vem apresentar alguns dos motivos para que existam cada vez menos alunos inseridos no Desporto Escolar, tornando-se crucial renovar as estratégias, de modo a atrair mais alunos para a prática desportiva. Dar oportunidade aos alunos de recomendar modalidades para o Desporto Escolar, alterar horários, e também modificar as formas de competição, uma vez que as competições entre escolas se realizam ao Sábado, seriam estratégias a adotar para aliciar mais jovens para o Desporto Escolar.

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Imagem

Tabela 1 – Caracterização da amostra relativa aos não praticantes do Desporto Escolar
Tabela 2 – Caracterização da amostra relativa aos praticantes do Desporto Escolar
Tabela 3 – Análise dos itens do questionário IMAAD
Tabela 4 – Motivações para a ausência, quanto à idade
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Referências

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