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Reflexões do pesquisador no processo da investigação em educação / Researcher's reflections in the education research

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p.59760-59772 aug. 2020. ISSN 2525-8761

Reflexões do pesquisador no processo da investigação em educação

Researcher's reflections in the education research

DOI:10.34117/bjdv6n8-404

Recebimento dos originais: 20/07/2020 Aceitação para publicação: 20/08/2020

Flávia Kaine Pereira Alves Mineiro

Mestranda do Programa de pós-graduação em Educação Instituição: Universidade Estadual de Roraima – UERR.

Endereço: Boa Vista, Roraima, Brasil. E-mail flavia_kaine@hotmail.com

Lucas Portilho Nicoletti

Docente do Programa de Pós-graduação em Educação Instituição: Universidade Estadual de Roraima – UERR.

Endereço: Boa Vista, Roraima, Brasil. E-mail: lucas-nicoletti@hotmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p.59760-59772 aug. 2020. ISSN 2525-8761

RESUMO

O estudo objetivou compreender os desafios do jovem pesquisador no processo da pesquisa, bem como apresentar alguns elementos de experiência acadêmica dos próprios autores; o que serve para pensarmos sobre o mundo concreto do discente/pesquisador. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de viés bibliográfico, caracterizado como uma análise crítica das questões vivenciadas pelo aluno/pesquisador sobre a Pesquisa em Educação. O contexto bibliográfico teve como base os teóricos Chizzotti (2006), Fazenda (2004), Luna (1997), Triviños (1987), dentre outros autores. Ressaltamos que estudos relacionados a esse campo educacional vêm se constituindo ao longo dos anos, anunciando uma maior preocupação dos pesquisadores com o entendimento dos fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa científica. Os resultados descreveram as experiências, as dificuldades e as necessidades específicas do jovem pesquisador no processo reflexivo da pesquisa em educação constatando a necessidade de reflexões inerentes a esse campo educacional.

Palavras-chave: Pesquisa educacional, Experiências, Produção científica. ABSTRACT

The study aimed to understand the challenges of the young researcher in the research process, as well as to present some elements of academic experience of the authors themselves; what serves to think about the concrete world of the student / researcher. This is a research with a qualitative approach, with a bibliographic bias, characterized as a critical analysis of the issues experienced by the student / researcher on Research in Education. The bibliographic context was based on the theorists Chizzotti (2006), Fazenda (2004), Luna (1997), Triviños (1987), among other authors. We emphasize that studies related to this educational field have been constituted over the years, announcing a greater concern of researchers with the understanding of the theoretical and methodological foundations of scientific research. The results described the experiences, difficulties and specific needs of the young researcher in the reflective process of research in education, noting the need for reflections inherent to this educational field.

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo compreender os desafios do jovem pesquisador em relação ao mundo científico no processo de pesquisar, bem como apresentar alguns relatos de experiência acadêmica da disciplina de Pesquisa em Educação do Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Roraima - UERR. Trata-se de uma abordagem qualitativa, de viés bibliográfico, que teve como base os teóricos Chizzotti (2006), Fazenda (2004), Luna (1997), Triviños (1987), dentre outros autores.

As expectativas da pesquisadora iniciante em relação à forma de pesquisar foram muitas no decorrer de cada texto abordado na disciplina de Pesquisa em Educação, visto que aprendemos a ter uma nova visão de estudo, outra forma de pensar, observar e analisar os saberes da investigação científica. Afirmamos que não tínhamos conhecimento sobre o vasto mundo filosófico e teórico desta atividade.

Primeiro, para pensar sobre a investigação na educação precisamos possuir uma base de conhecimentos teóricos e metodológicos a fim de afastar-se do senso comum para ter uma consciência filosófica. Entendemos que “o senso comum, deixado a si mesmo, é conservador e pode gerar prepotências ainda maiores que o conhecimento científico” (FAZENDA, 2011, p.17).

Em segundo momento foi necessário ter uma aprendizagem da forma de analisar cada livro ou tema abordado durante as aulas. Partindo disso observamos que os materiais bibliográficos exigido na disciplina Pesquisa em Educação estavam intimamente ligados entre si. Em seguida, apreendemos que para se apropriar do conhecimento filosófico foi imprescindível superar as nossas dificuldades durante o processo de aprendizagem, desde uma abordagem simples até uma mais complexa.

Os textos oportunizaram consolidar a ligação do aluno/investigador entre teoria e prática metodológica da pesquisa educacional. Nesse sentido, encontramos a finalidade de superar determinadas barreiras como sanar dificuldades, dúvidas e preocupações no processo de investigação. Uma vez que, no percurso da construção de produção científica buscamos consolidar resultados satisfatórios sobre o conhecimento científico.

Destarte, consideramos de suma importância discorrermos nesse estudo as discussões dos temas, livros e autores com seus fundamentos filosóficos, além de expor as questões vivenciadas pelo aluno/investigador sobre a pesquisa em educação.

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2 PERCURSO METODOLÓGICO

Esse estudo fundamentou-se em uma abordagem qualitativa, de viés bibliográfico. Compreendemos por pesquisa qualitativa, “[...] as representações, as definições da situação, as opiniões, as palavras, o sentido da ação e dos fenômenos” (DESLAURIERS; KÉRISIT, 2014, p. 147). O viés bibliográfico propicia um olhar diferenciado na construção do conhecimento, como afirmam as autoras,

[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. [...] fornecendo ao pesquisador diversos dados e exigindo manipulação e procedimentos diferentes (LAKATOS E MARCONI, 2003, p. 183).

Observamos que a pesquisa bibliográfica proporciona maior familiaridade com as experiências teóricas e metodológicas do investigador, contribuindo para o objetivo desse estudo em compreender os desafios do jovem iniciante no processo de investigação em educação, além de colaborar para a formação de leitores críticos no campo da pesquisa científica.

Para fomentar este trabalho fizemos um levantamento de fontes bibliográficas baseadas em autores como Bianchetti & Machado (2002), Fazenda (2004), Triviños (1987) e outros pesquisadores da área da educação direcionando um olhar para a pesquisa como campo epistemológico de descobertas, significações e reflexões.

Foi por meio de investigação de livros correlatos ao tema proposto que se deu esse processo de estudo. Em seguida, realizamos leituras minuciosas com anotações relevantes e produções de fichamentos das ideias principais dos autores em relação à temática trazida por eles.

Embora, seja um assunto recorrente no ambiente acadêmico falar sobre a investigação em educação é sempre um desafio, pois o assunto é inesgotável. Já que explorar tais temáticas é permitir um olhar diferenciado na construção do conhecimento, como afirma Severino (2002, p. 149):

A ciência, enquanto conteúdo de conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico com o real, da teoria com a realidade. Por isso, uma pesquisa geradora de conhecimento científico [...] deve superar necessariamente o simples levantamento de fatos e coleção de dados, buscando articulá-los no nível de uma interpretação teórica.

Dessa maneira, com base nas fontes bibliográficas, em consonância com o objetivo desse estudo que obtemos resultados relevantes quanto à investigação científica como um processo de construção reflexiva do conhecimento. Oportunizando assim, alguns relatos de experiência acadêmica da jovem pesquisadora, o que serve para pensarmos sobre o mundo concreto do discente/pesquisador.

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3 CAMPO DE ESTUDO

Iniciamos nosso estudo com Fazenda (2004), por meio do qual discutimos os desafios e dificuldades enfrentadas pelo pesquisador iniciante em relação às investigações científicas da pesquisa em educação.

Percebemos que nós, como investigadores, ainda temos dificuldades nesse processo de pesquisar, começando desde a nossa graduação até a pós-graduação lato sensu ou stricto sensu, pois o contexto da pesquisa nem sempre é abordado de maneira específica nos cursos de graduação. Muitas vezes nos deparamos com a preocupação de concluir o curso sem perceber que a investigação faz parte desse processo de formação.

Daí a importância da abordagem do livro Metodologia da Pesquisa Educacional, de Fazenda (2004). É com base nele que devemos distinguir a diferença de pesquisa empírica e qualitativa em seus diferentes aspectos, sejam etnográficos, fenomenológicos, dialéticos ou históricos. Além de, refazer nosso caminho, que será um só, mesmo nos deparando com certas dificuldades no investigar. Uma de nossas dificuldades volta-se para o escrever, pois para que esta flua faz-se necessário uma apropriação desse objeto. Esse ato de apropriação pressupõe de exaustiva pesquisa sobre o tema que será abordado. O que nos gera momentos de preocupação e aflições durante a vida acadêmica, já que para escrever precisamos ler, lendo devemos saber interpretar, interpretando é que chegaremos ao senso crítico, o que nos levará à consciência filosófica.

E como conseguiremos sanar tais dificuldades? Essa deve ser a pergunta que vem à mente de qualquer acadêmico na sua fase inicial da pesquisa. Sendo assim, Fazenda (2004) nos sugere que tenhamos o hábito de escrever, contínuo exercício na expressão oral, formação de grupos de estudos para contribuir no enfrentamento dessas dificuldades, como, também, ouvir críticas (acredita-se que nem todos estão preparados para isso, já que nem toda crítica é construtiva, porém aos poucos essa forma de pensar vai se modificando com o tempo) e reescrever tantas vezes quanto for necessário tais solicitações pelo orientador ou grupo (tarefa um tanto árdua, mas ao final trará grandes reflexões para o estudante).

O fato é que pesquisamos para conhecer, pois as nossas inquietudes no buscar a compreensão estão associadas ao prazer de investigar e superar as dificuldades no meio acadêmico.

Assim, um jovem/investigador iniciante deve se familiarizar com o tema da pesquisa, conhecer a origem do problema a ser investigado, ter coragem de redefinir seu projeto inicial, sempre que necessário, sem abandoná-lo. Nesse contexto, e trazendo para a nossa realidade, aparenta-se ser complicado, pois quem está preparado para redefinir seu projeto inicial? Entretanto, essa consolidação acontecerá através de ideias e discussões entre orientador e orientando, já que o

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objetivo de ambos é aprimorar a consciência filosófica na pesquisa educacional. E isso nos levará ao processo de construção de novos caminhos em relação ao tema explorado, ou seja, termos o compromisso de ir além dos livros, das possibilidades que são oferecidas e dos problemas mais conhecidos.

E sobre o aprimoramento da consciência filosófica, Bianchetti & Machado (2002) assinalam que é importante falarmos das práticas e posturas acadêmico-científicas, uma vez que no processo de construção do conhecimento verificaremos as exigências epistemológicas, metodológicas e técnicas que nos deparamos na pós-graduação, no Brasil.

Sabe-se que é imprescindível a investigação científica para a pesquisa, pois ela exige preparação do estudante qualificado no processo de produção e sistematização do conhecimento no campo educacional. Deste modo, o vínculo entre a pós-graduação e a produção de conhecimento é fundamental para a formação de novos pesquisadores.

Por isso, quando adentramos no universo acadêmico stricto sensu percebemos que há certas exigências a serem cumpridas, como o desenvolvimento de fundamentação teórica, de reflexões sistemáticas, de levantamento de dados empíricos, documentais ou históricos, enfim, de desvelamento dos sentidos da realidade (SEVERINO, 2002).

Essas exigências nos instrumentalizarão para o levantamento, exposição de fatos ou coleta de dados, na busca de articular uma leitura teórica. E isso ocorre quando o corpo docente da instituição formadora nos guia, nas leituras e escrita, caracterizando-se o processo de conhecimento científico. Tal construção do conhecimento no campo educacional exige apropriação de referências epistemológicas para o candidato a pesquisador que nesse caso é o aluno de pós-graduação.

A nossa vivência acadêmica e científica na pós-graduação está afinada com o ritmo de construção de conhecimento, por exemplo, nossas atitudes passam a serem atreladas ao rigor, acuidade, metodicidade e sistematicidade a fim de alcançarmos a maturidade intelectual. Sendo que esta maturidade envolve o pós-graduando a partir de uma experiência problematizadora, já que temos que mergulhar em leituras avulsas, seminários, participação de eventos científicos, produções parciais, debates e estudos em grupos. Diante disso, acreditamos que todos nós que adentramos nesse mundo nos surpreendemos com esse universo.

A análise em educação é essencial para a produção do conhecimento, uma vez que ela fundamenta a atividade educacional numa sólida plataforma epistemológica. Contribuindo na orientação do pesquisador iniciante com aprofundamentos teóricos. Em destaque, nas posturas e práticas do ato de ler e escrever, na apropriação da escrita, na concepção de como pesquisadores poderão ser conscientes na atuação profissional e científica.

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Bianchetti & Machado (2002), afirmam que devemos ter novas posturas diante de novas tarefas que nos deparamos em nossa vida de estudo. Tomar medidas apropriadas para enfrentar novas situações é o que necessitaremos para desenvolvermos a consciência de que o resultado do processo depende de nós mesmos (como estudantes).

E para se alcançar tal resultado, faz-se necessário retomar as nossas anotações, submetê-las a um processo de complementação, reconstruir ideias, concentrar-se em ideias fundamentais, procurando expressar algumas categorias básicas e investir na compreensão.

A partir desse processo de anotações é que iremos alcançar uma consciência filosófica. Pensaremos numa forma de buscar fundamentações diante da necessidade de problematizar a realidade/problema a fim de trazer uma compreensão teórica no campo da investigação educacional. Saviani (1996), afirma que uma questão em si, não caracteriza o problema, nem mesmo aquela cuja resposta é desconhecida; todavia o problema envolve uma questão cuja resposta se desconhece e necessita se conhecer. Assim, o que leva ao pesquisador a filosofar são os problemas que ele encontra ao realizar a tarefa educativa – o método de reflexão profundo, rigoroso e global que lhes permitirá encarar os problemas educacionais.

Tais reflexões, segundo Chizzotti (2006), ocorrem por meio de nossos interesses sobre os temas investigados na atualidade e a determinação do problema se baseia no assunto de investigação escolhido. O que se pressupõe profundas análises de metodologias de investigação a fim de alcançar esclarecimentos e delimitações do próprio problema.

Desse modo, a filosofia da educação terá como função acompanhar reflexiva e criticamente a atividade educacional, explicitando os seus fundamentos, esclarecendo a tarefa e a contribuição das diversas disciplinas pedagógicas, subsidiará em avaliar o significado das soluções escolhidas.

Diante do exposto, frisamos que essas foram as leituras da primeira etapa de estudo. Nos debruçamos incansavelmente sobre os autores como Bianchetti & Machado (2002), Fazenda (2004) e Saviani (1996).

Em seguida, iniciaremos a etapa que abordou a investigação na pós-graduação stricto-sensu em educação, esclarecendo sobre os conhecimentos fundamentais para as bases filosóficas, como o fez Triviños (1987), que veio para consolidar as ideias de como nós pesquisadores devemos iniciar um trabalho no campo da investigação educacional.

4 REFLEXÕES DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

Nessa seção iremos elucidar sobre o processo da pesquisa científica e suas principais correntes epistemológicas na educação.

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Em relação à Pesquisa Qualitativa em Educação, Triviños (1987) contribui na apropriação do saber desde a nossa necessidade de investigar a teoria do conhecimento (gnosiologia) até reconhecermos a nossa falta de disciplina científica, além de nos ajudar a compreender as principais correntes epistemológicas que fundamentam as investigações em educação, a saber: positivismo, a fenomenologia e o marxismo.

Se discorrermos sobre o ponto de vista de precisão da disciplina científica, ela se torna um fundamento para qualificar nosso trabalho intelectual, pois o trabalho disciplinado nos permite ter consciência das classes de problemas que enfrentamos no processo investigativo da pesquisa.

Numa perspectiva de disciplina intelectual no universo acadêmico, observa-se que a base para se desenvolver no campo da pesquisa está atrelada a nossa formação teórica e metodológica. No sentido de que necessitamos nos ater às misturas de correntes de pensamento (o ecleticismo) que podem acontecer em nossos trabalhos quando não temos suportes teóricos sólidos e aprofundados.

Não é simples pesquisar sobre as abordagens metodológicas, pois muitas vezes não temos vivências teóricas no campo da educação na nossa formação inicial. E é a partir disso que nos deparamos com mais uma das missões como investigador (a): apreender leituras sobre abordagens científicas.

De acordo com as orientações dadas na disciplina de Pesquisa em Educação do Mestrado Acadêmico em Educação da UERR, em relação ao processo de investigação, precisamos firmar o compromisso de se apropriar da cientificidade de nossos trabalhos. E analisando os enfoques na pesquisa em ciências sociais refletimos que apropriação desse conteúdo se torna a base para a metodologia do trabalho. Desse modo, a maior aflição que vivenciamos foi na busca por ampliar este saber, sendo que isso requer tempo e quanto mais adentramos nesse universo de estudo, dia após dia, nos parece que o tempo não está ao nosso favor.

Nesse sentido temos duas opções não excludentes de escolha, ora acreditamos que é difícil, mas não impossível alcançar o entendimento das três principais correntes de pensamento contemporâneo, ora aceitamos o desafio e contemplamos a nossa trajetória de tê-lo superado.

Como somos pesquisadores e temos interesse insaciável do saber, aceitam-se ambas opções citadas anteriormente. Por isso, ao analisar o contexto histórico das correntes de pensamento do positivismo, fenomenologia e marxismo, de acordo com Triviños (1987), explanamos resumidamente que o positivismo tem como uma das características a visão isolada dos fenômenos sociais, sem aprofundamento das causas, sem interesse em conhecer as consequências de seus achados – o papel é exprimir a realidade, não julgá-la, o que gera nela suposta neutralidade da ciência. Já a fenomenologia caracteriza-se pela noção de intencionalidade/consciência que está

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dirigida a um objeto – passa-se a ter uma preocupação com a questão da subjetividade. Enquanto o marxismo tem caracterização do materialismo dialético (uma concepção científica da realidade, enriquecida com a prática social dos homens) e histórico (caracterizam a vida da sociedade, da evolução histórica e no desenvolvimento da humanidade).

Vale ressaltar que essas correntes de pensamentos muitas vezes são expostas em suas “caixinhas” – com características específicas e isoladas. O que podemos dizer é que a corrente positivista na pesquisa educacional – vem para embasar em novas possibilidades de interpretações e discussões nos caminhos teóricos das pesquisas fenomenológicas e marxistas no campo investigativo na educação, uma vez que ambas estão atreladas ao processo histórico e cultural.

Tais informações vêm para colaborar no ponto de vista geral, pois esses pensamentos têm como objetivo na pesquisa educacional transformar nossas pesquisas em essência para a realidade social.

Cada etapa transcorrida no processo de ensino e aprendizagem da pesquisa em educação proporcionava uma preparação para a próxima etapa de estudo. Neste caso, pode-se iniciar a terceira e a quarta etapa que abrangem o conhecimento preliminar e fundamental dos paradigmas de pesquisa em educação: pesquisa experimental (quantitativa) e qualitativa, como também os métodos e técnicas.

5 A RELEVÂNCIA DE INVESTIGAR

Nesse processo de investigar nos deparamos com conjuntos de normas que guiam o (a) pesquisador (a) para a produção do conhecimento (em destaque para produzir novos conhecimentos, devemos ter em mente que ciência não se faz sem método). Diante disso observamos que ao longo da história da metodologia da pesquisa tais normas têm sido modificadas, superadas e utilizadas com frequência pela comunidade acadêmica o que leva o pesquisador a uma análise com rigor metodológico no detalhamento do problema de pesquisa.

Luna (1997) expõe sua experiência como educador-pesquisador em aspectos do planejamento e execução de pesquisas. A finalidade de pesquisar segundo o autor é fazer com que o pesquisador produza conhecimento que seja fidedigno e que tenha relevância teórica e social.

Pesquisa visa à produção de conhecimento novo, mas o que seria o novo? Luna (1997), enfatiza que por enquanto devemos subentender que é um conhecimento que preenche uma lacuna importante em uma determinada área do conhecimento. Além disso, ele nos esclarece sobre alguns objetivos a serem atingidos por uma investigação. Neste momento começamos a imaginar quais seriam, já que aparentemente para o pesquisador são muitos.

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Todavia, Luna (1997) nos mostra que há alguns objetivos com suas especificidades como descrição das condições sob as quais ocorre um fenômeno (grosso modo acontecimentos que precisam ser revelados), demonstração da existência ou ausência de relações entre diferentes fenômenos.

Assim, no decorrer das leituras do planejamento da pesquisa, chegou-se aos seus elementos básicos e nesse momento vimos um dos pontos primordiais da pesquisa: a implicação do preenchimento dos requisitos no início e durante esse processo investigativo. Além disso, percebemos que alguns elementos que são essenciais para o pesquisador, dentre eles, a formulação de um problema de pesquisa (isso é discutido diversas vezes ao longo do processo de investigação), a seleção das melhores fontes de informações (informes seguros), um sistema teórico para a interpretação delas, a produção e confiabilidade das respostas obtidas. A fim de se conjugar essas informações ao processo de produção do conhecimento para o pesquisador.

Entendemos que o crescente interesse pelas questões teóricas na construção do conhecimento necessita de fundamentos teóricos e pressupostos filosóficos para interpretarmos a realidade e superarmos os desafios da investigação científica da pesquisa.

Desse modo, pode-se discorrer que, como pesquisadores, nos deparamos com os modelos quantitativos e qualitativos que têm suma importância no campo das abordagens teórico-metodológicas, já que é necessário ter esclarecimentos sobre a lógica (o real significado de quantidade e qualidade na epistemologia) antes de adentrarmos numa pesquisa de campo.

Segundo Gamboa (2013), como autores da pesquisa educacional, devemos nos ater na dinâmica de compreender as características quantitativas e qualitativas, no sentido de que ambas estão constituídas no processo da produção do conhecimento em categorias inseparáveis, embora opostas.

Dessa forma, na compreensão dos enfoques das técnicas quantitativas há instrumentos objetivos que têm como finalidade a busca de resultados essencialmente estatísticos sem uma reflexão aprofundada – o que nos remete ao positivismo, enquanto as características fenomenológicas focam na descrição densa de um fato, na interpretação e análise das realidades estudadas.

6 PERSPECTIVAS DA PESQUISA: REFLEXÕES DOS DESAFIOS DO JOVEM PESQUISADOR

Em síntese, numa pesquisa investigativa os pesquisadores vivenciam um processo lento na construção do conhecimento, desde as suas dúvidas construídas e trabalhadas até aos desafios

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vivenciados e superados, mas que com o tempo eles adquirem maturidade na forma de narrar, descrever e dominar os procedimentos da organização dos dados e informações para o desenvolvimento da investigação a fim de alcançar a superação do dualismo entre quantitativo e qualitativo retomando aos conceitos básicos da produção do conhecimento de forma a compreender e articular os elementos constitutivos da investigação.

Levando em conta toda a trajetória percorrida na construção desse texto dissertativo, é fundamental falarmos de algumas vivências na disciplina Pesquisa em Educação no Mestrado Acadêmico, uma vez que foi através desse estudo que passamos a ter o entendimento e compreensão da pesquisa educacional.

Para tal, reafirmamos que esse processo foi considerado árduo, histórico e cultural nessa caminhada acadêmica, pois não se imaginava a proporção desse percurso da pesquisa teórica e metodológica. Uma vez que o processo de aprendizagem teve uma dimensão muito mais ampla e proveitosa durante o processo de apropriação do conhecimento. Isso adveio por meio de ações mediadas intencionalmente pela professora e pelo interesse do aluno/pesquisador pelo mundo da pesquisa em educação.

Considerando o objetivo do nosso estudo, percebemos a necessidade de desenvolver as capacidades de pensar, de produzir e de transformar a realidade com base em conhecimentos teóricos, metodológicos e científicos. Já que para atendermos nossas expectativas, como pesquisador, deve-se pressupor um posicionamento crítico diante do universo da pesquisa.

Assumimos a ideia do compromisso de colocar em prática tais vivências pedagógicas no decorrer da pesquisa educacional, por exemplo, saber quem é o autor do livro – no sentido de esmiuçar em que ano ocorreu tal obra, como ele contribuiu para a comunidade acadêmica e identificar seus pontos principais correlacionando aos indícios e aos fatos com a nossa realidade contemporânea. Além de buscar esclarecimentos sobre as opções metodológicas, teóricas e epistemológicas na prática da pesquisa, bem como as hipóteses filosóficas que as sustentam.

Apreendemos que isso foi extraordinário para nós que não tínhamos ideia de que seria um diferencial na pesquisa e no pensamento crítico de quem se propõe adentrar no campo da epistemologia. Foi com base nesse processo de aprendizagem que tivemos contribuições na formação epistemológica da pesquisa científica.

É nesse sentido que afirmamos que obtivemos muitos avanços para nossa aprendizagem nessa etapa inicial do Stricto Sensu, apesar das limitações ainda existentes. Ser consciente disso nos faz reconhecer que a cada dia devemos superar as nossas próprias limitações a fim de transformar os estudos teóricos em ações concretas.

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Os desdobramentos da pesquisa evocam compreendermos que cada autor citado no decorrer desse trabalho possibilita reflexões da pesquisa educacional, de entendermos o conjunto do tema escolhido, o problema e o encaminhamento da pesquisa. Sobretudo no entendimento do jovem pesquisador, a Pesquisa em Educação permite reflexões nas questões teóricas e metodológicas para a produção do conhecimento.

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REFERÊNCIAS

BIANCHETTI, Lucídio & MACHADO, Ana Maria Netto (orgs.). A Bússola do escrever; desafios

e estratégias na orientação de teses e dissertações. Ed. da UFSC. São Paulo: Cortez, 2002.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. Petrópolis: Vozes, 2006. cap. 2, p. 33-61.

DESLAURIERS, Jean Pierre; KERISIT, Michele. O delineamento da pesquisa qualitativa. In: POU- PART, J. et al. (org.). A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2014, p. 127-153.

FAZENDA, Ivani (org.). Metodologia da pesquisa educacional. 9. ed. São Paulo, Cortez, 2004.

FAZENDA, Ivani (org.). Práticas interdisciplinares na escola. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

GAMBOA, Silvio Ancisar Sánchez. Pesquisa Educacional quantidade-qualidade – 8. ed. – São

Paulo, Cortez, 2013.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia

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LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São Paulo: Educ, 1997.

SAVIANI, Dermeval. Educação: do senso comum à consciência filosófica. Coleção Educação Contemporânea. 11. ed. Campinas: Editora Autores Associados, 1996.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

Referências

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