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Equações de ondas com condições de fronteira da acustica

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Academic year: 2021

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Equa¸

oes de Ondas com Condi¸

oes de Fronteira da

Ac´

ustica

Andr´

e Vicente

Orientador: Dr. Luis Adauto da Justa Medeiros Co-Orientador: Dr. C´ıcero Lopes Frota

Tese apresentada ao Instituto de Matem´atica, Estat´ıstica e Computa¸c˜ao Cient´ıfica, UNICAMP, como requisito para obten¸c˜ao do T´ıtulo de Doutor em Matem´atica Aplicada.

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Agradecimentos

Aos meus orientadores C´ıcero Lopes Frota e Luis Adauto da Justa Medeiros pela excelente orienta¸c˜ao, aten¸c˜ao e disponibilidade.

A Professora Sˆonia Maria Gomes pelo apoio junto ao IMECC.

A minha esposa, Daniela Maria Grande, pelo incentivo, compreens˜ao e carinho.

Aos amigos Marcos Andr´e Verdi e Fernando Pereira de Souza pela agrad´avel convivˆencia e companheirismo.

A minha fam´ılia pelo apoio sempre que necess´ario.

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Resumo

Neste trabalho estudamos a resolubilidade de alguns problemas de valores iniciais e de fronteira, envolvendo equa¸c˜oes de ondas com Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica. Inicial-mente, provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao para dois problemas com a formula¸c˜ao cl´assica, introduzida por Beale e Rosencrans [5] (considerando que a fronteira ´e localmente reagente). Posteriormente provamos resultados para problemas envolvendo uma formula¸c˜ao das condi¸c˜oes de fronteira em que consideramos o caso de fronteira n˜ao localmente reagente. Para os resultados de existˆencia de solu¸c˜ao usamos o m´etodo construtivo de Faedo-Galerkin e argumentos de compacidade. Resultados sobre o decaimento de solu¸c˜ao baseam-se no m´etodo de Nakao.

(7)

Abstract

In this work we study the resolubility of some problems for wave equations with Acoustic Boundary Conditions. Firstly, we prove the existence and uniqueness of solution for two prob-lems with classical formulation due to Beale and Rosencrans [5] (considering locally reacting boundary). After we prove some results to initial boundary value problems for no locally reacting boundaries. The results on the existence of solutions were obtained by using the con-structive Faedo-Galerkin’s method and compactness arguments. Results on the assymptotic behavior of solutions was given by Nakao’s method.

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Sum´

ario

Introdu¸c˜ao 1

1 Motiva¸c˜ao F´ısica 5

1.1 Movimento de Ondas Ac´usticas . . . 5

1.2 Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica . . . 11

1.3 Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica para Fronteira n˜ao Localmente Reagente . 12 2 Fronteira Localmente Reagente 15 2.1 Um Sistema Hiperb´olico do Tipo Klein-Gordon com Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica . . . 16

2.2 Equa¸c˜ao de Ondas com Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica/Mem´oria . . . 28

3 Fronteira n˜ao Localmente Reagente 41 3.1 Alguns Conceitos de Geometria Diferencial . . . 42

3.2 Espa¸cos de Sobolev sobre um Aberto de Γ . . . 49

3.3 Existˆencia, Unicidade e Decaimento para a Equa¸c˜ao de Ondas Linear . . . 56

3.4 Resolubilidade Global para a Equa¸c˜ao de Carrier . . . 72

3.5 Condi¸c˜ao de Impenetrabilidade n˜ao linear . . . 83

4 Conclus˜ao 95

(9)

Introdu¸

ao

O grande desenvolvimento tecnol´ogico dos ´ultimos anos, com computadores e esta¸c˜oes de trabalho de alta capacidade, tem impulsionado significativamente o estudo das equa¸c˜oes diferenciais parciais, por meio do estudo de modelos ligados as aplica¸c˜oes nas mais diversas ´

areas do conhecimento. Segundo as leis da F´ısica e um conjunto de dados observados experi-mentalmente, formulam-se os modelos que, de modo geral, matematicamente, constituem-se em problemas cuja solu¸c˜ao ´e uma fun¸c˜ao. Ap´os uma an´alise matem´atica criteriosa, tais mo-delos s˜ao computacionalmente implementados e por meio de resultados num´ericos fornecem simula¸c˜oes e conclus˜oes sobre a realidade. A an´alise Matem´atica de modelos constitui-se de um estudo qualitativo. ´E fundamental estabelecer condi¸c˜oes para a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao para os problemas formulados, bem como, obter informa¸c˜oes sobre o comportamento destas solu¸c˜oes. ´E neste contexto que enquadramos este trabalho.

Ao longo das ´ultimas d´ecadas, diversos trabalhos tratam problemas envolvendo equa¸c˜oes de ondas com condi¸c˜oes de fronteira homogˆeneas. No entanto, condi¸c˜oes de fronteira depen-dendo do tempo (que variam com o tempo) tornam-se mais interessantes quando se trata de aplica¸c˜oes concretas. Neste sentido J. T. Beale e S. I. Rosencrans [5], introduziram ao estudo de propaga¸c˜ao de ondas uma classe de condi¸c˜oes de fronteira, atualmente conhecidas como Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica. A id´eia central para a formula¸c˜ao deste modelo ´e imagi-nar um ambiente com uma propaga¸c˜ao de ondas e considerar que cada ponto da fronteira do ambiente reage as tens˜oes da onda, isoladamente, como uma mola (neste caso a fronteira ´e dita localmente reagente), ou seja, age como um oscilador harmˆonico resistivo. V´arios artigos apresentam estudos qualitativos para problemas hiperb´olicos com estas condi¸c˜oes de fronteira. Posteriormente, Beale publicou dois trabalhos tratando destas condi¸c˜oes. Em [3] foram

(10)

obti-das propriedades espectrais e em [4] foram considerados dom´ınios exteriores. O primeiro artigo considerando uma equa¸c˜ao n˜ao linear foi Frota-Goldstein [19], onde os autores trabalharam com o modelo de Carrier e termo dissipativo, ou seja, a equa¸c˜ao

utt− M Z Ω u2dx  ∆u + µ|ut|αut = 0

em Ω× (0, ∞) e Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica sobre Γ. Nesse trabalho, inicialmente, eles consideraram a fronteira constitu´ıda de duas partes com medida positiva, Γ = Γ0∪ Γ1,

com Γ0∩ Γ1 = ∅. Sobre Γ0 foi colocada a condi¸c˜ao homogˆenea de Dirichlet e sobre Γ1 as

condi¸c˜oes da ac´ustica. Desta forma, provou-se que o problema ´e bem posto, ou seja, obteve-se a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao e tamb´em a sua dependˆencia cont´ınua em rela¸c˜ao aos dados iniciais. Num segundo momento, por um processo limite, tratou-se do problema quando as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica est˜ao postas sobre toda a fronteira de Ω. Outros resultados s˜ao encontrados em [15], [16], [25], [34], [37] e [39].

Neste trabalho estudamos problemas envolvendo equa¸c˜oes de evolu¸c˜ao com Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica.

O primeiro problema trata-se de um sistema do tipo Klein-Gordon, com termo n˜ao linear generalizado e condi¸c˜oes homogˆeneas de Dirichlet sobre uma parte da fronteira (ver [20]). Este sistema generaliza o modelo que descreve as intera¸c˜oes entre dois campos eletromagn´eticos. Provamos a existˆencia de solu¸c˜ao global fraca sem fazer restri¸c˜ao na dimens˜ao n do espa¸co e com condi¸c˜oes de crescimento sobre a n˜ao linearidade, bem como, a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global forte quando n ≤ 2. Estas restri¸c˜oes foram necess´arias para a utiliza¸c˜ao dos resultados de imers˜ao de Sobolev ao lidar com os termos n˜ao lineares.

No segundo problema, analisamos a combina¸c˜ao das condi¸c˜oes da ac´ustica com uma condi¸c˜ao n˜ao homogˆenea do tipo mem´oria, ou seja, sobre uma parte da fronteira conside-ramos as condi¸c˜oes da ac´ustica e sobre outra parte colocamos um efeito de mem´oria. Como o interesse foi analizar a intera¸c˜ao entre as duas condi¸c˜oes de fronteira, sobre o dom´ınio, con-sideramos uma equa¸c˜ao de ondas, linear. Neste caso provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global.

Apresentamos tamb´em um estudo considerando que os pontos de parte da fronteira vi-brem, n˜ao isoladamente como uma mola, e sim como uma membrana el´astica, quando ela ´e

(11)

afetada pela tens˜ao exercida pela propaga¸c˜ao interior ao se chocar com a fronteira. Para isto, obviamente, parte da fronteira deve ser n˜ao r´ıgida. Chamamos estas condi¸c˜oes de Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica para fronteira n˜ao localmente reagente e veremos que ela ´e, num certo sentido, uma generaliza¸c˜ao das condi¸c˜oes da ac´ustica formuladas por Beale e Rosencrans [5]. Desta forma, destinamos um cap´ıtulo, Cap´ıtulo 3, ao estudo de problemas com fronteira n˜ao localmente reagente.

Para facilitar a leitura do trabalho, iniciamos o Cap´ıtulo 3 fazendo um breve relato dos obje-tos geom´etricos utilizados, e tamb´em sobre os Espa¸cos de Sobolev definidos sobre variedades, ambiente natural para se trabalhar, quando considera-se estas condi¸c˜oes de fronteira. Ap´os estabelecer os elementos te´oricos necess´arios, provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global para um problema misto associado a uma equa¸c˜ao de ondas, linear, com termo dissipa-tivo e, utilizando as t´ecnicas de Nakao [35], [36], provamos o decaimento uniforme da Energia associada ao problema. Posteriormente, consideramos a equa¸c˜ao de Carrier (equa¸c˜ao de on-das, n˜ao linear) com estas mesmas condi¸c˜oes de fronteira e provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global emt. Finalizamos o cap´ıtulo com o estudo de um problema com condi¸c˜ao de impenetrabilidade n˜ao linear. Ou seja, na formula¸c˜ao das Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica surge uma equa¸c˜ao, chamada de condi¸c˜ao de impenetrabilidade da fronteira, que ´e conside-rada linear. Supondo uma condi¸c˜ao mais geral, n˜ao linear, provamos a existˆencia de solu¸c˜ao, condicionado a hip´otese de dados iniciais pequenos.

As demonstra¸c˜oes sobre a existˆencia de solu¸c˜oes, seguem o m´etodo construtivo de Faedo-Galerkin, o qual consiste em resolver problemas aproximados, em espa¸cos de dimens˜ao finita, para posteriormente passar ao limite e obter a solu¸c˜ao do problema original, como limite de uma sequˆencia formada pelas solu¸c˜oes dos problemas aproximados. No intuito de tornar este trabalho mais completo e apresentar a motiva¸c˜ao f´ısica para o estudo realizado, no Cap´ıtulo 1, apresentamos o modelo linear que ´e utilizado no estudo de propaga¸c˜ao de ondas ac´usticas em fluidos (ver Morse-Ingard, [33]). Descrevemos as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica formulada por Beale e Rosencrans e tamb´em o que se entende por Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica para fronteira n˜ao localmente reagente.

Resumidamente, os resultados est˜ao organizados da seguinte forma: No Cap´ıtulo 1, como descrito acima, apresentamos a motiva¸c˜ao f´ısica para os problemas abordados. No Cap´ıtulo

(12)

2, provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global para o sistema de Klein-Gordon, e tamb´em, para a equa¸c˜ao linear com condi¸c˜oes da ac´ustica sobre uma parte da fronteira e com termo de mem´oria sobre outra parte. O Cap´ıtulo 3 ´e destinado ao estudo das Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica para fronteira n˜ao localmente reagente.

(13)

Cap´ıtulo 1

Motiva¸

ao F´ısica

A obten¸c˜ao de resultados referente a Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais torna-se interessante quando o modelo estudado reflete um fato de interesse pr´atico. As Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica, formuladas por Beale e Rosencrans [5], v˜ao de encontro a esse prop´osito, e sua caracteriza¸c˜ao est´a associada ao estudo do movimento de ondas ac´usticas em fluidos. Para tornar este trabalho mais completo, este cap´ıtulo foi acrescentado para mostrar a motiva¸c˜ao f´ısica envolvendo os problemas abordados. Para maiores detalhes veja Beale-Rosencrans [5] e Morse-Ingard [33].

1.1

Movimento de Ondas Ac´

usticas

Nesta se¸c˜ao apresentamos a equa¸c˜ao linear que modela o movimento de ondas de som, de pequenas amplitudes, em um fluido, denominada equa¸c˜ao de Ondas Ac´usticas. Ondas de Som s˜ao ondas longitudinais. Ao contr´ario de vibra¸c˜ao de uma corda (em que s˜ao estudados ondas transversais) onde o material transmitindo a onda move-se na dire¸c˜ao perpendicular `a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao da onda, no caso de ondas longitudinais as mol´eculas do fluido movem-se na dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao da onda. Assim n˜ao existe alternˆancia entre “picos”e “vales”, mas sim entre compress˜ao e rarefa¸c˜ao. Estudamos aqui o movimento de ondas de som planas, ondas possuindo a mesma dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao em todo o espa¸co.

(14)

equi-l´ıbrio termodinˆamico, exceto pelo movimento causado pelas ondas de som, e com movimento suficientemente pequeno para que efeitos n˜ao lineares sejam desprezados.

Denotemos por ρ0 a densidade uniforme do fluido e por p0 a press˜ao uniforme exercida

sobre o fluido em estado de equil´ıbrio. Com a presen¸ca de ondas de som h´a mudan¸cas na densidade, press˜ao e temperatura do fluido. As mudan¸cas na press˜ao s˜ao usualmente mais f´aceis de serem medidas, o que n˜ao ocorre com a densidade e a temperatura, estas sendo calculadas apartir da press˜ao.

Se a mudan¸ca de press˜ao causada pelo som ´e p (a press˜ao ac´ustica), comp << p0, ent˜ao

a press˜ao total com a presen¸ca de som ´e p0+p, e se a mudan¸ca na densidade do fluido ´e ρ,

com ρ << ρ0, ent˜ao a densidade com a presen¸ca do som ser´aρ0+ρ, onde ρ est´a relacionado

com p pela equa¸c˜ao

ρ = kρ0p, (1.1)

sendo k a constante de compressibilidade do fluido.

Para elaborar o modelo utiliza-se a descri¸c˜ao de Euler, que consiste em fixar um sistema de coordenadas no espa¸co e descrever as propriedades do fluido que acontecem num pontox no instante de tempo t. Desta forma, as grandezas envolvidas (como densidade, press˜ao ou velocidade) s˜ao fun¸c˜oes de x e t.

Adicionamos `a nossa discuss˜ao o princ´ıpio segundo o qual o que ocorre numa parte do fluido afeta o que ocorre em outra parte. Expressamos numa equa¸c˜ao o fato de que o fluxo que cruza uma regi˜ao fechada no fluido produz uma mudan¸ca nas propriedades do fluido dentro da regi˜ao.

Suponha quef ´e alguma propriedade do fluido (como, por exemplo, densidade) que pode ser carregada quando o fluido se move. Denotamos porv(x, t) a velocidade do fluido em x no instante de tempo t. Para situa¸c˜oes unidimensionais, onde f e v dependem de x e t, o fluxo de f ´e a quantidade total de f que passa, por segundo, na dire¸c˜ao positiva dex, atrav´es de uma se¸c˜ao transversal, com ´area unit´aria, perpendicular a x. Se f viaja com o fluido, este fluxo J(x, t) ser´a igual ao produto def por v,

(15)

O fluxoJ(x, t) representa um ganho e J(x + dx, t) uma perda de f na regi˜ao (Figura 1.1).

Figura 1.1: Fluxo num elemento de Fluido.

A diferen¸ca entre as duas deve ser igual `a taxa de varia¸c˜ao, com o tempo, def no elemento de fluido. Assim a taxa de mudan¸ca de f nessa regi˜ao ´e

∂f

∂tdx = −J(x + dx, t) + J(x, t) = − ∂J

∂xdx +O(dx

2),

ondeO(dx2) representa o termo de ordem dx2. Portanto, ∂f ∂t =− ∂J ∂x =− ∂ ∂x(f v).

Esta equa¸c˜ao estabelece que qualquer acr´escimo em f , na regi˜ao, deve ser trazida pelo fluxo do fluido e ´e denominadaEqua¸c˜ao de Continuidade .

Se f = ρ0+ρ ent˜ao obtemos ∂ρ ∂t =−(ρ0+ρ) ∂v ∂x − v ∂ρ ∂x. (1.2)

N˜ao ´e dif´ıcil generalizar estas id´eias para trˆes dimens˜oes. De fato, seja f (r, t) alguma propriedade do fluido, em fun¸c˜ao da posi¸c˜ao r = (x, y, z) ∈ R3 e de t. Denotemos por v =

(16)

(v1, v2, v3) a velocidade do fluido em r. O fluxo def ´e J(r, t) = f (r, t)v(t) := (J1(r, t), J2(r, t),

J3(r, t)). Tem-se que a varia¸c˜ao de fluxo no elemento de volume dxdydz ´e

dydz∂J1 ∂xdx + dxdz ∂J2 ∂ydy + dxdy ∂J3 ∂z dz = div (J) dxdydz, assim a equa¸c˜ao de continuidade torna-se

∂f

∂t =−div (J) = −div (fv) = −fdiv v − v · ∇f. Quandof = ρ0+ρ, obtem-se

∂ρ

∂t =−(ρ0+ρ)div v− v · ∇ρ. (1.3)

Suponha que o fluido seja n˜ao viscoso e tenha condutividade de calor zero. Assim a ´unica energia envolvida no movimento ac´ustico ´e mecˆanica, e h´a somente for¸cas de compressibilidade el´astica.

Obteremos agora a equa¸c˜ao que modela o movimento de ondas ac´usticas em uma dimens˜ao. Na presen¸ca do som a press˜ao torna-se p0 +p(x, t), com x ∈ R e t > 0, sendo a onda

unidimensional, as wavefronts s˜ao planas e paralelas ao planoyz.

A densidade torna-se ρ0 +ρ(x, t) sobre todo o plano `a distˆancia x a partir do plano yz.

Ondas desse tipo s˜ao chamadas de ondas planas. Assim, a mudan¸ca de press˜ao, chamada de ac´ustica ou press˜ao do som, ´e respons´avel pelo movimento do fluido.

A for¸ca no elemento de fluido, de massa (ρ0+ρ)dx, envolvido entre duas superf´ıcies planas,

com ´area unit´aria, num pontox e outro em x+dx, ´e p(x, t)−p(x+dx, t), que ´e igual ao produto da massa do fluido pela acelera¸c˜ao. Suponha que a posi¸c˜ao de cada part´ıcula ´e uma fun¸c˜ao deriv´avel do tempo, isto ´e, x = x(t), com x deriv´avel. Denotando por v(x, t) a velocidade do fluido no pontox no instante de tempo t, ent˜ao teremos que dv

dt(x(t), t) ´e a acelera¸c˜ao do fluido emx no instante de tempo t. Logo

−∂p ∂x(x(t), t)dx +O(dx 2) =p(x(t), t) − p(x(t) + dx, t) =  d dt[v(x(t), t)]  [ρ0+ρ(x(t), t)]dx =  ∂v ∂x(x(t), t)x ′ (t) +∂v ∂t(x(t), t)  [ρ0+ρ(x(t), t)]dx. (1.4)

(17)

Substituindo a equa¸c˜ao ∂ ∂xv 2(x, t) = 2∂v ∂x(x, t)v(x, t) em (1.4), tem-se ∂p ∂x(x, t) =−(ρ0+ρ(x, t))  1 2 ∂v2 ∂x(x, t) + ∂v ∂t(x, t)  . (1.5)

Por outro lado, da equa¸c˜ao (1.2) e lembrando queρ = ρ0kp (equa¸c˜ao (1.1)), tem-se que

ρ0k ∂p ∂t(x, t) =−ρ0(1 +kp(x, t)) ∂v ∂x(x, t)− ρ0kv(x, t) ∂p ∂x(x, t). (1.6)

Como mencionado anteriormente, admitimos queρ e p possuem valores pequenos se comparar-mos comρ0ep0. Assim, a equa¸c˜ao para o movimento de ondas ac´usticas ´e obtida desprezando

os termos de segunda ordem em (1.5) e (1.6), ent˜ao chegamos a ∂p ∂x =−ρ0 ∂v ∂t e k ∂p ∂t =− ∂v ∂x. (1.7)

Diferenciando a primeira equa¸c˜ao relativamente a x e a segunda a t, obtemos a Equa¸c˜ao do Movimento Ac´ustico (de primeira ordem),

∂2p ∂t2 = 1 kρ0 ∂2p ∂x2. (1.8)

Diferenciando a primeira equa¸c˜ao em (1.7) relativamente at e a segunda a x, obtemos que v tamb´em deve satisfazer a equa¸c˜ao de ondas, isto ´e,

∂2v ∂t2 = 1 kρ0 ∂2v ∂x2. (1.9)

Para extender estas id´eias para trˆes dimens˜oes considere v(r, t) = (v1(r, t), v2(r, t), v3(r, t))

como sendo a velocidade em r = (x, y, z) ∈ R3, no instante de tempo t. Denotemos por ρ(r, t) ∈ R+ e por p(r, t)

∈ R a densidade e a press˜ao em (x, y, z) no instante de tempo t, respectivamente. Suponha que a posi¸c˜ao de cada part´ıcula ´e uma fun¸c˜ao deriv´avel do tempo, isto ´e, r(t) = (x(t), y(t), z(t)), com x, y, z deriv´aveis. Considerando cada uma das 3 dire¸c˜oes coordenadas de R3, fazendo interpreta¸c˜ao an´aloga `a (1.4), obtem-se a equa¸c˜ao

(ρ0+ρ)

dv

(18)

Derivando v(r(t), t) = v(x(t), y(t), z(t), t) relativamente a t e desprezando os termos de se-gunda ordem, segue que

ρ0

∂v

∂t =−∇p. (1.10)

Por outro lado, de (1.3) e como ρ = kρ0p, tem-se que

kρ0

∂p

∂t =−ρ0(1 +kp)div v− kρ0v· ∇p. (1.11)

Desprezando os termos de segunda ordem, obtem-se k∂p

∂t =−div v. (1.12)

Tomando o divergente na equa¸c˜ao (1.10) e usando (1.12) para eliminar v, tem-se que ∆p = div∇p = −ρ0

∂tdiv v =ρ0k ∂2p ∂t2,

que ´e a equa¸c˜ao de ondas. Ou seja, a press˜ao ac´ustica deve satisfazer a equa¸c˜ao ∂2p

∂t2 −

1 ρ0k

∆p = 0. (1.13)

Podemos expressar v e p em termos de uma ´unica fun¸c˜ao, u, com valores escalares. De fato, suponha que o campo vetorial, definido pela velocidade do fluido v, ´e conservativo. Assim existe uma fun¸c˜ao com valores escalares,u, tal que

v=−∇u, (1.14)

u ´e denominadavelocidade potencial do fluido. Disso e de (1.10) segue que

p = ρ0

∂u

∂t, (1.15)

disso, (1.12) e (1.14) conclu´ımos que a velocidade potencial tamb´em satisfaz a equa¸c˜ao de ondas, ou seja, ∂2u ∂t2 − 1 kρ0 ∆u = 0,

(19)

1.2

Condi¸

oes de Fronteira da Ac´

ustica

Em 1974, Beale e Rosencrans [5] introduziram as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica no estudo de propaga¸c˜ao de ondas ac´usticas sob aspectos da An´alise Matem´atica. Eles conside-raram que a velocidade potencial de um fluido, confinado no interior de um dom´ınio Ω⊂ R3, o qual est´a sujeito ao movimento de ondas ac´usticas, exerce press˜ao sobre a fronteita Γ de Ω e esta reage localmente. Entende-se por fronteira localmente reagente, superf´ıcies tais que

cada um de seus pontos, age `a press˜ao do som, de modo independente um do outro, como um oscilador harmˆonico. Superf´ıcies localmente reagentes s˜ao relatadas em Morse-Ingard [33].

Neste caso, a formula¸c˜ao das Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica s˜ao descritas como segue. Seja Ω ⊂ R3 um dom´ınio limitado com um fluido em seu interior, o qual est´a em repouso,

exceto pela presen¸ca de ondas ac´usticas. Seu(x, t) ´e a velocidade potencial do fluido, ou seja, −∇u(x, t) ´e a velocidade da part´ıcula, ent˜ao u satisfaz

utt− c2∆u = 0 em Ω× (0, ∞).

Suponha que a fronteira, Γ, de Ω ´e n˜ao r´ıgida. Admita que cada ponto de Γ reage localmente `

a press˜ao causada pela onda ac´ustica como uma mola. Ent˜ao denotando por δ(x, t) o deslo-camento na dire¸c˜ao normal `a fronteira do pontox no instante de tempo t, δ deve satisfazer a equa¸c˜ao

mδtt(x, t) + dδt(x, t) + kδ(x, t) =−p(x, t) em Γ × (0, ∞), (1.16)

onde m, k > 0, d≥ 0 s˜ao constantes e p(x, t) ´e a press˜ao ac´ustica no ponto x no instante de tempot. Denotando por ρ0 a densidade uniforme do fluido em repouso, ent˜ao, de acordo com

(1.15), temos que p(x, t) = ρ0ut(x, t). Substituindo em (1.16) chegamos a

mδtt(x, t) + dδt(x, t) + kδ(x, t) =−ρ0ut(x, t) em Γ× (0, ∞). (1.17)

Neste modelo considera-se tamb´em uma condi¸c˜ao de impenetrabilidade da fronteira, isto ´e, admite-se que h´a compatibilidade entre a velocidade normal da fronteira, δt(x, t), com a

ve-locidade normal do fluido. Assim δt(x, t) =

∂u

(20)

onde ν ´e o vetor normal unit´ario exterior a Ω. Note que ∂u

∂ν =∇u · ν = −v · ν, onde v ´e a velocidade do fluido. Portanto ∂u

∂ν ´e a componente normal da velocidade do fluido. As equa¸c˜oes (1.17) e (1.18) s˜ao chamadas de Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica.

1.3

Condi¸

oes de Fronteira da Ac´

ustica para Fronteira

ao Localmente Reagente

Na se¸c˜ao anterior onde foram descritas as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica, uma hip´otese fundamental para a formula¸c˜ao das equa¸c˜oes foi que a fronteira seja localmente rea-gente e, portanto, cada ponto age, de modo independente um do outro, como um oscilador harmˆonico. Assim a intera¸c˜ao entre os pontos da fronteira foi desprezada.

Neste trabalho tamb´em consideramos problemas em que parte da fronteira n˜ao ´e localmente reagente, mais precisamente, provamos a resolubilidade para problemas que possuem a seguinte motiva¸c˜ao f´ısica: Seja Ω ⊂ R3 um aberto, conexo, limitado, bem regular. Isto significa que

a fronteira Γ de Ω ´e uma variedade C∞, compacta, de dimens˜ao 2, sem fronteira, estando Ω localmente do mesmo lado de Γ (Γ ´e uma superf´ıcie regular, compacta, sem fronteira em R3).

Sejam Γ1 ⊂ Γ um aberto de Γ e Γ0 = Γ\Γ1, tais que Γ1 se comporta como uma membrana

el´astica refletora e Γ0 uma parte r´ıgida absorvente. Suponha que a regi˜ao Ω esteja repleta de um fluido sob a a¸c˜ao de ondas ac´usticas e queu = u(x, t) represente a velocidade potencial do fluido no ponto x ∈ Ω, no instante de tempo t. Ent˜ao u deve satisfazer a equa¸c˜ao de ondas. Se δ = δ(x, t) descreve o deslocamento, na dire¸c˜ao normal `a fronteira, do ponto x ∈ Γ1 no

instante de tempot e, Γ1n˜ao ´e localmente reagente, ent˜aoδ deve satisfazer uma equa¸c˜ao que

esteja definida somente sobre a fronteira, cujo comportamento depende da elasticidade desta fronteira e do efeito da press˜ao exercida pela propaga¸c˜ao interior ao se chocar com a fronteira. Esta proposta esta claramente ligada a uma situa¸c˜ao pr´atica. Suponha que em uma sala h´a uma fonte de som e que numa parte das paredes h´a absor¸c˜ao de som, ou seja,u = 0 em Γ0,

e que o restante da parede vibre como uma membrana. A equa¸c˜ao envolvendo δ ir´a modelar o comportamento de Γ1.

(21)

aspec-tos sobre geometria diferencial. Para tornar o texto mais completo, na se¸c˜ao 3.1 apresentamos um breve apanhado destes conceitos e na se¸c˜ao 3.2 descrevemos os Espa¸cos de Sobolev definidos sobre variedades, ambiente natural para tratar as condi¸c˜oes de fronteira neste caso.

(22)

Cap´ıtulo 2

Fronteira Localmente Reagente

Como mencionado na introdu¸c˜ao, neste cap´ıtulo estabelecemos condi¸c˜oes para a obten¸c˜ao de existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao para dois problemas hiperb´olicos com as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica. O primeiro trata-se de um sistema do tipo Klein-Gordon, com termo n˜ao linear generalizado (ver [20]). No segundo problema consideramos a equa¸c˜ao de ondas linear com condi¸c˜oes da ac´ustica sobre uma parte da fronteira e uma condi¸c˜ao do tipo mem´oria sobre outra parte.

Em todo este cap´ıtulo, Ω⊂ Rn ´e um aberto, limitado, conexo com fronteira bem regular. Denotamos sua fronteira por Γ. Sejamν o vetor unit´ario, normal, exterior a Γ,T um n´umero real positivo, Q = Ω× (0, T ) o cilindro em Rn+1 e Σ = Γ× (0, T ) sua fronteira.

O produto interno e norma emL2(Ω) eL2(Γ) s˜ao denotados, respectivamente, por

(u, v) = Z Ω u(x)v(x) dx ; |u| = Z Ω|u(x)| 2 dx 1 2 ; (δ, θ)Γ = Z Γ δ(x)θ(x) dΓ ; |δ|Γ = Z Γ|δ(x)| 2 1 2 . Se O ⊂ Γ, ent˜ao denotaremos o produto interno e norma em L2(O) por

(δ, θ)O = Z O δ(x)θ(x) dΓ ; |δ|O = Z O|δ(x)| 2 1 2 . Denotamos por γ0 :H1(Ω)→ H 1 2(Γ) eγ1:H(∆, Ω)→ H− 1 2(Γ)

(23)

as aplica¸c˜oes tra¸co de ordem zero e tra¸co da derivada normal, respectivamente, ondeH(∆, Ω) = {u ∈ H1(Ω); ∆u

∈ L2(Ω)

} com norma kukH(∆,Ω) =

 kuk2 H1(Ω)+|∆u|2 1 2 (ver [31], p´agina 126). Seja Γ0⊂ Γ, com medida positiva, consideramos tamb´em o espa¸co

V ={u ∈ H1(Ω);γ0(u) = 0 q.s. em Γ0}. (2.1)

Ent˜aoV ´e um subespa¸co fechado de H1(Ω) e a desigualdade de Poincar´e vale emV . O produto

interno e norma emV s˜ao denotados, respectivamente, por:

((u, v)) = n X i=1 Z Ω ∂u ∂xi (x)∂v ∂xi (x) dx, kuk = n X i=1 Z Ω  ∂u ∂xi (x) 2 dx !1 2 . (2.2)

Note que vale a f´ormula de Green:

(−∆u, v) = ((u, v)) − hγ1(u), γ0(v)iH− 1

2(Γ)×H12(Γ), ∀ u ∈ H(∆, Ω), ∀ v ∈ V,

(ver [31], p´agina 151).

2.1

Um Sistema Hiperb´

olico do Tipo Klein-Gordon com

Condi¸

oes de Fronteira da Ac´

ustica

Nesta se¸c˜ao suponha que a fronteira Γ, de Ω, est´a particionada em Γ = Γ0∪ Γ1, tal que

Γ0∩ Γ1 = ∅ e Γ0, Γ1 possuam medidas positivas. Agora consideramos o problema de valor

inicial e de fronteira para o sistema hiperb´olico, n˜ao linear, do tipo Klein-Gordon:

u′′− ∆u + |v|ρ+2|u|ρu = F1 em Ω× (0, T ), (2.3)

v′′− ∆v + |u|ρ+2|v|ρv = F2 em Ω× (0, T ), (2.4)

com condi¸c˜oes de fronteira:

u = v = 0 em Γ0× (0, T ), (2.5) u′+f1δ′′+g1δ′+h1δ = 0 em Γ1× (0, T ), (2.6) v′+f2θ′′+g2θ′+h2θ = 0 em Γ1× (0, T ), (2.7) ∂u ∂ν =δ ′, ∂v ∂ν =θ ′ em Γ 1× (0, T ), (2.8)

(24)

e dados iniciais: u(x, 0) = u0(x), v(x, 0) = v0(x) em Ω, (2.9) u′(x, 0) = u1(x), v′(x, 0) = v1(x) em Ω, (2.10) δ(x, 0) = δ0(x), θ(x, 0) = θ0(x) em Γ1, (2.11) δ′(x, 0) = ∂u0 ∂ν (x), θ ′ (x, 0) = ∂v0 ∂ν(x) em Γ1, (2.12) onde ′ = ∂ ∂t, ∆ = n X i=1 ∂2 ∂x2 i ´e o operador de Laplace, Fi : Ω× (0, T ) → R, fi, gi, hi : Γ1 → R,

i = 1, 2, u0, v0, u1, v1: Ω→ R, δ0, θ0: Γ1→ R s˜ao fun¸c˜oes dadas.

O caso particularρ = 0 em (2.3)-(2.4), isto ´e,

u′′− ∆u + α2u + g2v2u = 0, (2.13)

v′′− ∆v + β2v + g2u2v = 0, (2.14)

foi introduzido por Segal [41] como um modelo que descreve as intera¸c˜oes de campos eletro-magn´eticos u, v com massas α, β, respectivamente, de constante intera¸c˜ao g. Este sistema generaliza o caso escalar, que na literatura ´e chamado de equa¸c˜ao de Klein-Gordon. Em Medeiros-Menzala [29], foi considerado o problema misto para o sistema (2.13)-(2.14) com condi¸c˜oes de Dirichlet em toda a fronteira Γ e a resolubilidade global fraca foi estabelecida quando a dimens˜ao espacial satisfazn≤ 3.

O caso generalizado, isto ´e, o sistema (2.3)-(2.4), tamb´em com condi¸c˜oes de Dirichlet sobre toda a fronteira Γ, foi considerado em Medeiros-Milla Miranda [30], onde os autores provaram a existˆencia de solu¸c˜ao global fraca quando n = 1, 2 e ρ > −1 ou quando n ≥ 3 e −1 < ρ < 4

n− 2. Al´em disso, a unicidade de tal solu¸c˜ao fraca foi provada quando n = 1, 2 e ρ≥ 0, e tamb´em quando n = 3 e ρ = 0. Quando n ≥ 4, o m´etodo utilizado pelos autores ´e inconclusivo.

Um sistema com k equa¸c˜oes, k ≥ 2, com termo n˜ao linear do tipo de (2.13)-(2.14) foi estudado em Frota-Cousin-Larkin [15], onde eles consideraram condi¸c˜oes de fronteira do tipo (2.5)-(2.8) e provaram a existˆencia de solu¸c˜ao global fraca para todo n ≥ 1, a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global forte quando n ≤ 3 e tamb´em o decaimento exponencial da energia.

(25)

Nesta se¸c˜ao provamos a existˆencia de solu¸c˜ao global fraca para o problema (2.3)-(2.10) para −1 < ρ ≤ 4− n

n− 2 quando n ≥ 3, ou −1 < ρ quando n = 1, 2. Al´em disso, se n = 1, 2 e ρ > 0 provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global forte.

O resultado de existˆencia de solu¸c˜ao global fraca est´a baseado no seguinte lema, devido a Strauss (ver Medeiros [28] p´agina 27, e Strauss [42]).

Lema 2.1 (Strauss) Sejam S ⊂ Rnum conjunto aberto e limitado e (U

m)m∈N uma sequˆencia de fun¸c˜oes mensur´aveis definida em S sobre R2. Admita que g : R2

→ R e h : R2

→ R

satis-fa¸cam:

(i) g ´e limitada sobre todo subconjunto B ⊂ R2 onde h ´e limitada.

(ii) g(Um) :S → R e h(Um) :S → R s˜ao fun¸c˜oes mensur´aveis e existe uma constante c > 0, tal que

Z

S|g(U

m(z))||h(Um(z))| dz ≤ c, para todo m ∈ N.

(iii) g(Um)→ v q. s. em S. Ent˜ao a fun¸c˜ao v∈ L1(S)e g(U

m)→ v em L1(S).

Agora iremos definir o que entendemos por solu¸c˜ao fraca e solu¸c˜ao forte para o sistema (2.3)-(2.10).

Defini¸c˜ao 2.1 Dizemos que (u, v, δ, θ) ´e uma solu¸c˜ao fraca para (2.3)-(2.10) se u, v : Q→ R e δ, θ : Σ1→ R est˜ao na classe u, v∈ L∞(0, T ; V ) ; u′, v′ ∈ L∞"0, T ; L2(Ω); δ, θ, δ′, θ′ ∈ L∞"0, T ; L2(Γ1)  ;

satisfazem as identidades, no sentido de D(0, T ), para todo ω

∈ V ∩ L∞(Ω)e z ∈ L2 1) : d dt(u ′(t), ω) + ((u(t), ω)) − (δ′(t), γ 0(ω))Γ1+ " |v(t)|ρ+2 |u(t)|ρ u(t), ω= (F1(t), ω) ; d dt(v ′(t), ω) + ((v(t), ω)) − (θ′(t), γ 0(ω))Γ1+ " |u(t)|ρ+2 |v(t)|ρ v(t), ω= (F2(t), ω) ;

(26)

d dt(γ0(u(t)) + f1δ ′ (t), z)Γ1+ (g1δ′(t) + h1δ(t), z)Γ1 = 0; d dt(γ0(v(t)) + f2θ ′(t), z) Γ1+ (g2θ ′(t) + h 2θ(t), z)Γ1 = 0; e as condi¸c˜oes iniciais u(0) = u0, v(0) = v0, u′(0) =u1, v′(0) =v1, δ(0) = δ0, θ(0) = θ0.

Defini¸c˜ao 2.2 Dizemos que (u, v, δ, θ) ´e uma solu¸c˜ao forte para (2.3)-(2.10) se u, v : Q→ R

e δ, θ : Σ1→ R est˜ao na classe u, v, u′, v′ ∈ L∞(0, T ; V ) ; u′′, v′′∈ L∞"0, T ; L2(Ω); δ, θ, δ′, θ′, δ′′, θ′′ ∈ L∞"0, T ; L2(Γ1)  ; satisfazem as identidades u′′− ∆u + |v|ρ+2|u|ρu = F1 q.s. em Q; v′′− ∆v + |u|ρ+2|v|ρv = F2 q.s. em Q; γ0(u′) +f1δ′′+g1δ′+h1δ = 0 q.s. em Σ1; γ0(v′) +f2θ′′+g2θ′+h2θ = 0 q.s. em Σ1; hγ1(u(t)), γ0(z)iH− 12(Γ)×H12(Γ) = (δ ′(t), γ 0(z))Γ1,∀ z ∈ V, q.s. em [0, T ]; hγ1(v(t)), γ0(z)iH− 12(Γ)×H12(Γ)= (θ ′(t), γ 0(z))Γ1,∀ z ∈ V, q.s. em [0, T ]; e as condi¸c˜oes iniciais u(0) = u0, v(0) = v0, u′(0) =u1, v′(0) =v1, q.s. em Ω; δ(0) = δ0, θ(0) = θ0 q.s. em Γ1.

Provamos agora a existˆencia de solu¸c˜ao global fraca para o sistema (2.3)-(2.10). Teorema 2.2 Seja ρ um n´umero real satisfazendo a condi¸c˜ao −1 < ρ ≤ 4− n

n− 2 se n≥ 3 ou ρ >−1 se n = 1, 2. Sejam fi, gi, hi ∈C(Γ1), i = 1, 2, tais que

(27)

Se u0, v0 ∈ V ∩ L2(ρ+2)(Ω); u1, v1 ∈ L2(Ω), δ0, θ0 ∈ L2(Γ1) e F1, F2 ∈ L2(0, T ; L2(Ω)), ent˜ao existe (u, v, δ, θ) solu¸c˜ao fraca para (2.3)-(2.10).

Prova: Sejam (ωj)j∈N uma base para o espa¸co V e (zj)j∈N uma base para L2(Γ1). Para

cada m ∈ N consideramos Vm e Um os subespa¸cos lineares gerados por {ω1, ω2, . . . , ωm} e

{z1, z2, . . . , zm}, respectivamente. Da teoria de Equa¸c˜oes Diferenciais Ordin´arias, para cada

m∈ N encontramos Tm> 0, um, vm: Ω× [0, Tm]→ R e δm, θm: Γ1× [0, Tm]→ R tais que

um(x, t) = m X j=1 αjm(t)ωj(x), vm(x, t) = m X j=1 βjm(t)ωj(x), δm(x, t) = m X j=1 ηjm(t)zj(x), θm(x, t) = m X j=1 ξjm(t)zj(x),

satisfazem o seguinte problema aproximado:

(u′′m(t), ωi) + ((um(t), ωi))− (δm′ (t), γ0(ωi))Γ1 +"|vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t), ωi  = (F1(t), ωi), 1≤ i ≤ m; (2.16) (v′′m(t), ωi) + ((vm(t), ωi))− (θ′m(t), γ0(ωi))Γ1 +"|um(t)|ρ+2|vm(t)|ρvm(t), ωi  = (F2(t), ωi), 1≤ i ≤ m; (2.17) (γ0(u′m(t)) + f1δm′′(t) + g1δ′m(t) + h1δm(t) , zi)Γ1 = 0, 1≤ i ≤ m; (2.18) (γ0(vm′ (t)) + f2θm′′(t) + g2θ′m(t) + h2θm(t) , zi)Γ1 = 0, 1≤ i ≤ m; (2.19) um(0) =u0m → u0 e vm(0) =v0m → v0 emV ∩ L2(ρ+2)(Ω), (2.20) u′m(0) =u1m → u1 e vm′ (0) =v1m → v1 em L2(Ω), (2.21) δm(0) =δ0m → δ0 e θm(0) =θ0m → θ0 em L2(Γ1), (2.22) δm′ (0) =δ1m =γ1(u0m) e θ′m(0) =θ1m =γ1(v0m). (2.23)

Estimativa I:De (2.16) e (2.17) temos as equa¸c˜oes aproximadas, as quais ocorrem para todo ω e ω∈ Vm: (u′′m(t), ω) + ((um(t), ω)) + " |vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t), ω  − (δ′ m(t), γ0(ω))Γ1 = (F1(t), ω) , (2.24) (v′′m(t), ω) + ((vm(t), ω)) + " |um(t)|ρ+2|vm(t)|ρvm(t), ω  − (θ′ m(t), γ0(ω))Γ1 = (F2(t), ω) . (2.25)

(28)

Tomandow = 2u′

m(t) em (2.24), ω = 2vm′ (t) em (2.25) e somando as duas equa¸c˜oes temos que

d dt " |u′ m(t)|2+|vm′ (t)|2+kum(t)k2+kvm(t)k2  +2 Z Ω|v m|ρ+2|um|ρumu′mdx + 2 Z Ω|u m|ρ+2|vm|ρvmvm′ dx − (δ′ m(t), 2γ0(u ′ m(t)))Γ1− (θ ′ m(t), 2γ0(v ′ m(t)))Γ1 = (F1(t), 2u ′ m(t)) + (F2(t), 2v ′ m(t)) . (2.26)

Nas integrais acima omitimos (x, t) em um(x, t) e vm(x, t) para simplificar a nota¸c˜ao. Observe

que ∂ ∂t " |vm|ρ+2|um|ρ+2  = (ρ + 2)|vm|ρ+2|um|ρumum′ +|um|ρ+2|vm|ρvmvm′  . Dessa forma d dt  |u′ m(t)|2+|vm′ (t)|2+kum(t)k2+kvm(t)k2+ 2 ρ + 2 Z Ω|v m|ρ+2|um|ρ+2dx  − (δ′ m(t), 2γ0(u′m(t)))Γ1− (θ ′ m(t), 2γ0(v′m(t)))Γ1 = (F1(t), 2u ′ m(t)) + (F2(t), 2vm′ (t)) . (2.27)

De (2.18) e (2.19), temos as equa¸c˜oes aproximadas:

(γ0(u′m(t)) + f1δm′′(t) + g1δ′m(t) + h1δm(t), z)Γ1 = 0 (2.28) (γ0(vm′ (t)) + f2θ ′′ m(t) + g2θ ′ m(t) + h2θm(t), z)Γ1 = 0, (2.29)

para todoz, z ∈ Um. Em particular, tomando z = 2δ′m(t) em (2.28), z = 2θ′m(t) em (2.29) e

somando estas duas equa¸c˜oes temos − (γ0(u′m(t)), 2δ ′ m(t))Γ1− (γ0(v ′ m(t)), 2θ ′ m(t))Γ1 = 2(|g 1 2 1δ ′ m(t)| 2 Γ1 +|g 1 2 2θ ′ m(t)| 2 Γ1) +d dt  |f12 1δm′ (t)|2Γ1+|f 1 2 2θ′m(t)|2Γ1+|h 1 2 1δm(t)|2Γ1+|h 1 2 2θm(t)|2Γ1  . (2.30) Substituindo (2.30) em (2.27), obtemos d dt  |u′ m(t)| 2+ |v′ m(t)| 2+ kum(t)k2+kvm(t)k2+ 2 ρ + 2 Z Ω|v m|ρ+2|um|ρ+2dx +|f 1 2 1δm′ (t)|2Γ1 +|f 1 2 2θ′m(t)|2Γ1+|h 1 2 1δm(t)|2Γ1+|h 1 2 2θm(t)|2Γ1  +2(|g 1 2 1δ ′ m(t)| 2 Γ1+|g 1 2 2θ ′ m(t)| 2 Γ1) = (F1(t), 2u ′ m(t)) + (F2(t), 2vm′ (t)) . (2.31)

(29)

Integrando esta identidade de 0 at≤ Tm, chegamos a |u′ m(t)|2+|v′m(t)|2+kum(t)k2+kvm(t)k2+ 2 ρ + 2 Z Ω|v m|ρ+2|um|ρ+2dx +|f 1 2 1δm′ (t)| 2 Γ1+|f 1 2 2θ′m(t)| 2 Γ1+|h 1 2 1δm(t)|2Γ1+|h 1 2 2θm(t)|2Γ1 +2 t Z 0  |g21 1δ ′ m(τ )| 2 Γ1 +|g 1 2 2θ ′ m(τ )| 2 Γ1  dτ =|u1m|2+|v1m|2+ku0mk2+kv0mk2+ 2 ρ + 2 Z Ω|v 0m|ρ+2|u0m|ρ+2dx +|f 1 2 1δ1m|2Γ1+|f 1 2 2θ1m|2Γ1+|h 1 2 1δ0m|2Γ1+|h 1 2 2θ0m|2Γ1 + Z t 0 (F1(τ ), 2u′m(τ )) dτ + Z t 0 (F2(τ ), 2v′m(τ )) dτ. (2.32)

Da desigualdade de H¨older e (2.20) obtemos que existe uma constante C1 > 0, independente

de m e t, tal que Z Ω|v 0m|ρ+2|u0m|ρ+2dx ≤ |v0m|ρ+2L2(ρ+2)(Ω)|u0m| ρ+2 L2(ρ+2)(Ω)≤ C1.

Portanto, (2.20)-(2.23), (2.32) e a hip´otese (2.15) implicam que existe uma constante C2> 0,

independente de m e t, tal que |u′ m(t)| 2+ |v′ m(t)| 2+ kum(t)k2+kvm(t)k2+ 2 ρ + 2 Z Ω|v m|ρ+2|um|ρ+2dx +|f 1 2 1δm′ (t)| 2 Γ1+|f 1 2 2θ′m(t)| 2 Γ1+|h 1 2 1δm(t)|2Γ1+|h 1 2 2θm(t)|2Γ1 +2 t Z 0  |g21 1δm′ (τ )| 2 Γ1+|g 1 2 2θ′m(τ )| 2 Γ1  dτ ≤ C2+ Z t 0 |u ′ m(τ )| 2+ |v′ m(τ )| 2dτ. (2.33)

Usando a desigualdade de Gronwall, podemos estender a solu¸c˜ao aproximada (um, vm, δm, θm)

a todo intervalo [0, T ], para todo T > 0, e, al´em disso, obtemos que (um)m∈N, (vm)m∈N s˜ao limitadas em L∞(0, T ; V ) ; (u′ m)m∈N, (vm′ )m∈N s˜ao limitadas em L∞(0, T ; L2(Ω)) ; (δm)m∈N, (θm)m∈N s˜ao limitadas em L∞(0, T ; L2(Γ1)) ; (δ′ m)m∈N, (θ′m)m∈N s˜ao limitadas em L∞(0, T ; L2(Γ1)). (2.34)

(30)

Estimativa II:Tomando w = um(t) em (2.24) obtemos " |vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t), um(t)  =d dt(u ′ m(t), um(t)) +|u′m(t)|2 −kum(t)k2+ (δm′ (t), γ0(um(t)))Γ1+ (F1(t), um(t)) .

Integrando de 0 aT, temos que Z T 0 " |vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t), um(t)  dt = (u1m, u0m)− (u′m(T ), um(T )) + Z T 0 " |u′ m(t)| 2 − kum(t)k2  dt + Z T 0 (δm′ (t), γ0(um(t)))Γ1 dt + Z T 0 (F1(t), um(t)) dt ≤ |u1m|2+|u0m|2+|u′m(T )| 2+ |um(T )|2+ Z T 0 |u ′ m(t)| 2 dt + Z T 0 ku m(t)k2dt + Z T 0 |δ ′ m(t)| 2 Γ1 dt + Z T 0 |γ 0(um(t))|2Γ1dt + Z T 0 |F 1(t)|2dt + Z T 0 |u m(t)|2dt .

Esta desigualdade e a Estimativa I implicam que existe uma constante C3> 0, independente

de m e t, tal que Z Q |vm(x, t)|ρ+2|um(x, t)|ρum(x, t)um(x, t) dx dt≤ C3, portanto Z Q |vm(x, t)|ρ+2|um(x, t)|ρum(x, t) |um(x, t)| dx dt ≤ C3. (2.35)

Da mesma forma, existe uma constanteC4 > 0 tal que

Z Q |um(x, t)|ρ+2|vm(x, t)|ρvm(x, t) |vm(x, t)| dx dt ≤ C4. (2.36)

Por outro lado, da Desigualdade de H¨older, temos que Z Ω |vm|ρ+2|um|ρumvm dx =Z Ω |umvm|ρ+1|vm|2dx

(31)

≤ Z Ω|u mvm|ρ+2dx ρ+1 ρ+2Z Ω|v m|2(ρ+2)dx  1 ρ+2 =|um(t)vm(t)|ρ+1Lρ+2(Ω)|vm(t)|2L2(ρ+2)(Ω).

Como, por hip´otese, ρ < 4− n

n− 2, ent˜aoV ֒→ L 2(ρ+2)(Ω), logo Z Ω |vm|ρ+2|um|ρumvm dx ≤ C5|um(t)vm(t)|Lρ+1ρ+2(Ω)kvm(t)k2,

disso, observando as Estimativas (2.34) e (2.35), conclu´ımos que existe uma constanteC6> 0

tal que Z Q |vm(x, t)|ρ+2|um(x, t)|ρum(x, t) |vm(x, t)| dx dt ≤ C6. (2.37)

Analogamente, prova-se que existe uma constante C7> 0 tal que

Z Q |um(x, t)|ρ+2|vm(x, t)|ρvm(x, t) |um(x, t)| dx dt ≤ C7, (2.38)

o que conclui a Estimativa II.

Passagem ao Limite: De (2.34) obtemos que existem (u, v, δ, θ) tal que um ∗ ⇀ u e vm ∗ ⇀ v em L∞(0, T ; V ) ; u′m ∗ ⇀ u′ e vm′ ∗ ⇀ v′ em L∞(0, T ; L2(Ω)) ; δm ∗ ⇀ δ e θm ∗ ⇀ θ em L∞(0, T ; L2 1)) ; δ′ m ∗ ⇀ δ′ e θ′ m ∗ ⇀ θ′ em L(0, T ; L2 1)). (2.39)

Dessas convergˆencias e do teorema de compacidade de Aubin-Lions (ver Lions [27], teorema 5.1, p´agina 58), temos que

um→ u e vm→ v em L2

"

0, T ; L2(Ω). Portanto, passando a uma subsequˆencia, se necess´ario, vemos que

um→ u e vm→ v q.s. em Q,

logo

|vm|ρ+2|um|ρum → |v|ρ+2|u|ρu q.s. em Q, (2.40)

(32)

Agora, considere (Um)m∈N,g e h definidas da seguinte forma: Um:Q→ R2,g, h : R2→ R

e

Um(x, t) = (um(x, t), vm(x, t)), g(ξ, η) =|η|ρ+2|ξ|ρξ, h(ξ, η) =|ξ| + |η|.

Note que (Um)m∈N,g e h satisfazem as hip´oteses do Lema (de Strauss) 2.1. De fato, claramente

g e h satisfazem o ´ıtem (i). De (2.35) e (2.37) temos que (ii) tamb´em ´e satisfeita. E (iii) segue de (2.40). Portanto

|vm|ρ+2|um|ρum→ |v|ρ+2|u|ρu em L1

"

0, T ; L1(Ω). (2.42) Analogamente, utilizando as estimativas (2.36) e (2.38), e a convergˆencia (2.41), prova-se que

|um|ρ+2|vm|ρvm→ |u|ρ+2|v|ρv em L1

"

0, T ; L1(Ω). (2.43) As convergˆencias (2.39), (2.42) e (2.43) permitem passar ao limite, quando m → ∞, no problema aproximado e provar que (u, v, δ, θ) ´e uma solu¸c˜ao para o sistema (2.3)-(2.10) no sentido da Defini¸c˜ao 2.1.

2 Agora provaremos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global forte.

Teorema 2.3 Sejam fi, gi, hi, i = 1, 2 como no Teorema 2.2. Assuma que u0, v0∈ V ∩H2(Ω),

u1, v1 ∈ V , δ0, θ0 ∈ L2(Γ1) e Fi, Fi′ ∈ L2(0, T ; L2(Ω)), i = 1, 2. Al´em disso, suponha que n≤ 2 e ρ > 0. Ent˜ao, existe uma ´unica (u, v, δ, θ) solu¸c˜ao forte para (2.3)-(2.10).

Prova: Sejam (um, vm, δm, θm)m∈N as solu¸c˜oes aproximadas construidas na demonstra¸c˜ao do

Teorema 2.2. A regularidade nos dados iniciais e as hip´oteses emn e ρ permitem obter mais uma estimativa.

Estimativa III: Diferenciando as equa¸c˜oes aproximadas (2.24), (2.25), (2.28) e (2.29), e tomando w = 2u′′m(t), w = 2v′′m(t), z = 2δm′′(t) e z = 2θm′′(t), temos d dt  |u′′ m(t)|2+ku′m(t)k2+|f 1 2 1δm′′(t)|2Γ1+|h 1 2 1δm′ (t)|2Γ1  + 2|g 1 2 1δ′′m(t)|2Γ1 +2  d dt  |vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t)  , u′′m(t)  = (F1′(t), 2u′′m(t)) , (2.44) d dt  |v′′ m(t)|2+kv′m(t)k2+|f 1 2 2θ′′m(t)|2Γ1+|h 1 2 2θm′ (t)|2Γ1  + 2|g 1 2 2θ′′m(t)|2Γ1

(33)

+2  d dt  |um(t)|ρ+2|vm(t)|ρvm(t)  , v′′m(t)  = (F2′(t), 2v′′m(t)) . (2.45) Note que  d dt  |vm(t)|ρ+2|um(t)|ρum(t)  , u′′m(t)  = Z Ω (ρ + 1)|vm|ρ+2|um|ρu′mu ′′ mdx + Z Ω (ρ + 2)|um|ρum|vm|ρvmv′mu′′mdx (2.46) e, de maneira similar,  d dt  |um(t)|ρ+2|vm(t)|ρvm(t)  , v′′m(t)  = Z Ω (ρ + 1)|um|ρ+2|vm|ρv′mv′′mdx + Z Ω (ρ + 2)|vm|ρvm|um|ρumu′mv ′′ mdx. (2.47)

Substituindo (2.46) e (2.47) em (2.44) e (2.45), respectivamente, e somando as equa¸c˜oes re-sultantes, obtemos d dt h |u′′m(t)| 2+ |v′′m(t)| 2+ ku′m(t)k 2+ kvm′ (t)k 2 +|f 1 2 1δm′′(t)|2Γ1 +|f 1 2 2θ′′m(t)|2Γ1+|h 1 2 1δ′m(t)|2Γ1+|h 1 2 2θ′m(t)|2Γ1 i +2(|g 1 2 1δm′′(t)| 2 Γ1+|g 1 2 2θ′′m(t)| 2 Γ1) ≤ |F ′ 1(t)|2+|F2′(t)|2+|u′′m(t)| 2+ |v′′ m(t)| 2 +2(ρ + 1) Z Ω  |vm|ρ+2|um|ρ|u′m| |u′′m| + |um|ρ+2|vm|ρ|vm′ | |vm′′|  dx +2(ρ + 2) Z Ω  |um|ρ+1|vm|ρ+1|vm′ | |u′′m| + |vm|ρ+1|um|ρ+1|u′m| |v′′m|  dx . (2.48)

Agora vamos estimar os dois ´ultimos termos do lado direito desta desigualdade: Paran = 1, sabemos que V ֒→ C0(Ω). Portanto

2(ρ + 1) Z Ω|v m|ρ+2|um|ρ|u′m||u ′′ m| dx + Z Ω|u m|ρ+2|vm|ρ|vm′ ||v ′′ m| dx  + 2(ρ + 2) Z Ω|u m|ρ+1|vm|ρ+1|vm′ ||u ′′ m| dx + Z Ω|v m|ρ+1|um|ρ+1|u′m||v ′′ m| dx  ≤ 2(ρ + 1) max (x,t)∈Q{|vm| ρ+2 } max (x,t)∈Q{|um| ρ } Z Ω|u ′ m||u′′m| dx +2(ρ + 1) max (x,t)∈Q{|um| ρ+2 } max (x,t)∈Q{|vm| ρ } Z Ω|v ′ m||vm′′| dx +2(ρ + 2) max (x,t)∈Q{|um| ρ+1 } max (x,t)∈Q{|vm| ρ+1 } Z Ω|v ′ m||u′′m| dx

(34)

+2(ρ + 2) max (x,t)∈Q{|vm| ρ+1 } max (x,t)∈Q{|um| ρ+1 } Z Ω|u ′ m||v ′′ m| dx ≤ C8  ku′ m(t)k2+kvm′ (t)k2+|u′′m(t)|2+|v′′m(t)|2  , (2.49)

ondeC8 ´e uma constante positiva, independente de m e t.

Para n = 2 e ρ > 0 considere a ∈ R tal que a > 3 e 0 < 1

a ≤ ρ. Desta forma, observando a Estimativa I e as seguintes imers˜oes

V ֒→ L3a(ρ+2)a−3 (Ω)֒→ L 3a(ρ+1)

a−3 (Ω), V ֒→ La(ρ+1)(Ω)֒→ Laρ(Ω),

temos que 2(ρ + 1)  Z Ω |vm|ρ+2|um|ρ|u′m||u ′′ m| dx + Z Ω |um|ρ+2|vm|ρ|vm′ ||v ′′ m| dx   +2(ρ + 2)   Z Ω |um|ρ+1|vm|ρ+1|vm′ ||u′′m| dx + Z Ω |vm|ρ+1|um|ρ+1|u′m||vm′′| dx   ≤ 2(ρ + 1)|vm(t)|ρ+2 L 3a(ρ+2) a−3 (Ω)|u m(t)|ρL(Ω)|u ′ m(t)|L6(Ω)|u′′m(t)| +2(ρ + 1)|um(t)|ρ+2 L 3a(ρ+2) a−3 (Ω)|v m(t)| ρ Laρ(Ω)|vm′ (t)|L6(Ω)|v′′m(t)| +2(ρ + 2)|um(t)|ρ+1 L 3a(ρ+1) a−3 (Ω)|v m(t)|ρ+1La(ρ+1)(Ω)|v ′ m(t)|L6(Ω)|u′′m(t)| +2(ρ + 2)|vm(t)|ρ+1 L 3a(ρ+1) a−3 (Ω)|u m(t)|ρ+1La(ρ+1)(Ω)|u ′ m(t)|L6(Ω)|vm′′(t)| ≤ C9  kvm(t)kρ+2kum(t)kρku′m(t)k |u ′′ m(t)| + kum(t)kρ+2kvm(t)kρkvm′ (t)k |v ′′ m(t)| +kum(t)kρ+1kvm(t)kρ+1kvm′ (t)k |u ′′ m(t)| + kvm(t)kρ+1kum(t)kρ+1ku′m(t)k |v ′′ m(t)|  ≤ C10 " ku′ m(t)k2+kv′m(t)k2+|u′′m(t)|2+|vm′′(t)|2  , (2.50) ondeC10 independe de m e t.

Por (2.49) e (2.50) podemos reescrever (2.48) como d dt h |u′′ m(t)|2+|vm′′(t)|2+ku′m(t)k2+kv′m(t)k2+|f 1 2 1δm′′(t)|2Γ1+|f 1 2 2θm′′(t)|2Γ1 +|h 1 2 1δ ′ m(t)| 2 Γ1+|h 1 2 2θ ′ m(t)| 2 Γ1 i + 2(|g 1 2 1δ ′′ m(t)| 2 Γ1+|g 1 2 2θ ′′ m(t)| 2 Γ1) ≤ C11 h |u′′m(t)| 2+ |vm′′(t)| 2+ ku′m(t)k 2+ kvm′ (t)k 2+ |F1′(t)| 2+ |F2′(t)| 2i . (2.51)

(35)

Por outro lado, desde que Fi and Fi′ pertencem `a L2(0, T ; L2(Ω)), ent˜ao Fi pertence a

C0([0, T ]; L2(Ω)), i = 1, 2. Portanto, as equa¸c˜oes aproximadas (2.24), (2.25), (2.28) e (2.29) implicam que " u′′m(0)− ∆um(0) +|vm(0)|ρ+2|um(0)|ρum(0), u′′m(0)  = (F1(0), u′′m(0)) ; " v′′m(0)− ∆vm(0) +|um(0)|ρ+2|vm(0)|ρvm(0), v′′m(0)  = (F2(0), vm′′(0)) ; (γ0(u′m(0)) +f1δm′′(0) +g1δm′ (0) +h1δm(0), δm′′(0))Γ1 = 0; (γ0(vm′ (0)) +f2θm′′(0) +g2θm′ (0) +h2θm(0), θm′′(0))Γ1 = 0.

Disso e das hip´oteses sobre os dados iniciais obtemos que |u′′

m(0)| + |vm′′(0)| + |δm′′(0)|Γ1+|θ ′′

m(0)|Γ1 ≤ C12. (2.52)

ondeC12 independe de m e t.

Integrando (2.51) de 0 at≤ T e usando (2.52), conclu´ımos que existe uma constante positiva, C13, independente dem e t, tal que

|u′′

m(t)|2+|v′′m(t)|2+ku′m(t)k2+kvm′ (t)k2

+m′′(t)|2Γ1 +m′′(t)|2Γ1+m(t)|2Γ1+m′ (t)|2Γ1 ≤ C13,

que ´e a Estimativa III.

Com as Estimativas I-III podemos passar ao limite, quando m → ∞, e encontrar que (u, v, δ, θ) ´e a ´unica solu¸c˜ao forte para o sistema (2.3)-(2.10), no sentido da Defini¸c˜ao 2.2.

2 Observa¸c˜ao 2.1 Quandon = 2 ou n = 3 e ρ = 0 o resultado tamb´em ´e v´alido, este ´e o caso tratado em [15].

2.2

Equa¸

ao de Ondas com Condi¸

oes de Fronteira da

Ac´

ustica/Mem´

oria

Nesta se¸c˜ao suponha que Γ est´a dividida em trˆes partes Γ = Γ0∪ ΓA∪ ΓM, conexas, sem

(36)

que as seguintes fun¸c˜oes s˜ao dadas: F : Ω× (0, T ) → R , f, g, h : ΓB → R , β : R+ → R ,

u0, u1 : Ω → R e δ0 : ΓB → R. Nesta se¸c˜ao consideramos o seguinte problema de valores

iniciais e de fronteira para a equa¸c˜ao de ondas, com Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica sobre ΓA, do tipo mem´oria sobre ΓM e de Dirichlet sobre Γ0:

u′′− ∆u = F em Ω× (0, T ), (2.53) u = 0 em Γ0× (0, T ), (2.54) u + Z t 0 β(t− s)∂u ∂ν(s) ds = 0 em ΓM × (0, T ), (2.55) ∂u ∂ν =δ ′ em Γ A× (0, T ), (2.56) u′+f δ′′+gδ′+hδ = 0 em ΓA× (0, T ), (2.57) u(x, 0) = u0(x), u′(x, 0) = u1(x) , x∈ Ω, (2.58) δ(x, 0) = δ0(x), δ′(x, 0) = ∂u0 ∂ν(x) , x∈ ΓA. (2.59)

A Equa¸c˜ao (2.55) ´e chamada de condi¸c˜ao de fronteira do tipo mem´oria e exprime que Ω est´a envolvido, em ΓM, por um material com propriedades viscoel´asticas. Desta forma,

provoca um efeito de mem´oria. Nos ´ultimos anos apareceram v´arios trabalhos tratando esse tipo de condi¸c˜ao sobre uma parte da fronteira e condi¸c˜ao de Dirichlet homogˆenea sobre o restante, veja por exemplo [2], [10], [38] e [40]. Por outro lado, como visto no Cap´ıtulo 1, as equa¸c˜oes (2.56) e (2.57) s˜ao as Condi¸c˜oes de Fronteira da Ac´ustica, e at´e onde conhecemos os artigos abordaram problemas com tais condi¸c˜oes sobre uma parte da fronteira e condi¸c˜oes de Dirichlet sobre o restante (veja [15], [16], [20], [37]), ou condi¸c˜oes da ac´ustica sobre toda fronteira (veja [19], [25], [34]).

A principal proposta dessa se¸c˜ao ´e estudar a combina¸c˜ao das condi¸c˜oes da ac´ustica e do tipo mem´oria na fronteira. Utilizando o M´etodo de Faedo-Galerkin e argumentos de compacidade provamos a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao global para o problema (2.53)-(2.59). Dificul-dades t´ecnicas em estudar a equa¸c˜ao (2.55) nos levam, usando o operador inverso de Volterra, a considerar outra equa¸c˜ao, equivalente a (2.55), na qual a derivada normal, ∂u

∂ν, aparece

ex-plicitamente. Al´em disso, temos ainda problemas t´ecnicos ao estimar a solu¸c˜ao aproximada u′′

(37)

iniciais homogˆeneos para, posteriormente, resolvermos o problema n˜ao homogˆeneo.

Devido a (2.54) podemos utilizar o espa¸coV definido em (2.1) (onde ocorre a Desigualdade de Poincar´e) com o produto interno e norma dados por (2.2).

Da desigualdade de Poincar´e e da continuidade da aplica¸c˜ao tra¸co, temos que existe uma constante positivaC, tal que

|γ0(u)|2Γ ≤ C kuk2, para todou ∈ V. (2.60)

Algumas vezes, para simplificar a nota¸c˜ao, escrevemos u e ∂u

∂ν ao inv´es de γ0(u) e γ1(u), respectivamente.

Como dito anteriormente trocaremos a equa¸c˜ao (2.55) por outra equivalente (ver, por exemplo, [2], [10], [40]). Denotamos o produto de convolu¸c˜ao por

∗ ϕ)(t) = Z t

0

β(t− s)ϕ(s) ds. Suponha queβ : [0,∞) → R satisfaz

β ∈ W2,1(0,∞) , β(0) 6= 0 e η |β|L1(0,∞) < 1 , onde η =

1

β(0), (2.61) ent˜ao, pelo teorema do ponto fixo de Banach, existe uma ´unica fun¸c˜ao k ∈ W1,1(0,∞), chamada de n´ucleo resolvente, tal que

k(t) =−ηβ′(t)− η(β∗ k)(t), q.s. em (0, ∞). (2.62) Assim, o Operador de Volterraψ(ξ) =−β(0)ξ − β∗ ξ, para todo, ξ ∈ L∞(0, T ; L2(ΓM)), est´a

bem definido e seu inverso ´e dado porψ−1(ζ) =−η(ζ + k ∗ ζ).

Diferenciando (2.55) relativamente at e aplicando o operador inverso de Volterra, obtemos ∂u ∂ν =−η(u ′+k ∗ u′). (2.63) Mas Z t 0 k(t− s)u′(s) ds = Z t 0

k′(t− s)u(s) ds + k(0)u(t) − k(t)u0,

substituindo isto em (2.63), temos que ∂u

∂ν =−η (u

+k(0)u

(38)

que ´e equivalente `a (2.55). Portanto, o seguinte problema ´e equivalente a (2.53)-(2.59), u′′− ∆u = F em Ω × (0, T ), (2.65) u = 0 em Γ0× (0, T ), (2.66) ∂u ∂ν =−η (u ′+k(0)u − k(t)u0+k′∗ u) em ΓM × (0, T ), (2.67) ∂u ∂ν =δ ′ em Γ A× (0, T ), (2.68) u′+f δ′′+gδ′+hδ = 0 em ΓA× (0, T ), (2.69) u(x, 0) = u0(x), u′(x, 0) = u1(x) em Ω, (2.70) δ(x, 0) = δ0(x), δ′(x, 0) = ∂u0 ∂ν (x) em ΓA. (2.71) Admitimos que:

f, g, h∈ C(ΓB) tal que f (x), h(x) > 0 e g(x)≥ 0 , para todo x ∈ ΓB (2.72)

e

k∈ W1,1(0,∞) ∩ W1,2(0,∞) . (2.73)

Teorema 2.4 Nas hip´oteses (2.72) e (2.73), se u0, u1 ∈ V ∩ H2(Ω), δ0 ∈ L2(ΓB) e F, F′ ∈

L∞loc(0,∞; L2(Ω)) com

∂u0

∂ν =−η u1 em ΓM, (2.74)

ent˜ao, para todo T > 0, existe um ´unico par (u, δ), na classe

u, u′∈ L∞(0, T ; V ) tal que u(t)∈ H(∆, Ω) q.s. em [0, T ] ; (2.75) u′′ ∈ L∞(0, T ; L2(Ω)); δ, δ′, δ′′∈ L∞(0, T ; L2(ΓB)), (2.76) solu¸c˜ao do problema (2.65)-(2.71).

Como descrito acima, perturbaremos o problema (2.65)-(2.71) de maneira apropriada, e ap´os resolver o problema perturbado retornamos ao Teorema 2.4. Para isto sejamf, g, h, F, k, u0, u1 eδ0 como no Teorema 2.4. Defina as seguintes fun¸c˜oes auxiliares:

φ(x, t) = u0(x) + tu1(x) , (2.77)

F(x, t) = F (x, t) + ∆φ(x, t) , (2.78)

r(x, t) =−η[φ′(x, t) + k(0)φ(x, t)− k(t)φ(x, 0) + (k∗ φ)(t)] −∂φ

(39)

Considere o problema v′′− ∆v = F em Ω × (0, T ), (2.80) v = 0 em Γ0× (0, T ), (2.81) ∂v ∂ν =−η (v ′+k(0)v + k′ ∗ v) + r em ΓM × (0, T ), (2.82) ∂v ∂ν =δ ′ − ∂φ∂ν em ΓA× (0, T ), (2.83) v′+f δ′′+gδ′+hδ =−φ′ em ΓA× (0, T ), (2.84) v(x, 0) = v′(x, 0) = 0 em Ω, (2.85) δ(x, 0) = δ0(x), δ′(x, 0) = ∂u0 ∂ν(x) em ΓA. (2.86)

Teorema 2.5 (Problema Perturbado) Sejam φ ,F e r dados por (2.77)-(2.79). Para todo

T > 0, existe um ´unico par (v, δ), na classe

v, v′ ∈ L∞(0, T ; V )tal que v(t)∈ H(∆, Ω) q.s. em [0, T ] ; (2.87) v′′ ∈ L∞(0, T ; L2(Ω)); δ, δ′, δ′′ ∈ L∞(0, T ; L2(ΓB)), (2.88) solu¸c˜ao do problema (2.80)-(2.86).

Prova: Sejam (wj)j∈N, (zj)j∈N bases ortonormais em V e L2(ΓB), respectivamente. Para

cada m ∈ N consideremos Um e Zm os subespa¸cos lineares gerados por {ω1, ω2, . . . , ωm} e

{z1, z2, . . . , zm}, respectivamente. Da teoria de Equa¸c˜oes Diferenciais Ordin´arias, existem

0< Tm≤ T , vm: Ω× [0, Tm]→ R e δm: ΓB× [0, Tm]→ R tais que vm(x, t) = m X j=1 αjm(t)wj(x) e δm(x, t) = m X j=1 βjm(t)zj(x)

satisfazem o problema aproximado

(v′′m(t), wj) + ((vm(t), wj)) + (η[vm′ (t) + k(0)vm(t) + (k′∗ vm)(t)]− r(t), γ0(wj))Γ M +  ∂φ(t) ∂ν − δ ′ m(t), γ0(wj)  ΓB = (F(t), wj), j = 1, . . . , m, (2.89) − (v′ m(t), zj)Γ B = (f δ ′′ m(t) + gδ ′ m(t) + hδm(t), zj)Γ B + (φ ′(t), z j)Γ B, j = 1, . . . , m,(2.90) vm(0) =v′m(0) = 0, (2.91) δm(0) =δ0m = m X i=1 (δ0, zi)ΓBzi → δ0em L2(ΓB), δm′ (0) = ∂u0 ∂ν , (2.92)

(40)

Agora, faremos estimativas que permitir˜ao extender as solu¸c˜oes um, δm a todo intervalo

[0, T ] e passar ao limite quando m → ∞. De (2.89) e (2.90) temos as seguintes equa¸c˜oes aproximadas: (v′′m(t), w) + ((vm(t), w)) + (η[v′m(t) + k(0)vm(t) + (k′∗ vm)(t)]− r(t), γ0(w))ΓM+ +  ∂φ(t) ∂ν − δ ′ m(t), γ0(w)  ΓB = (F(t), w) , ∀ w ∈ Um, (2.93) − (v′ m(t), z)ΓB = (f δ ′′ m(t) + gδ′m(t) + hδm(t), z)Γ B+ (φ ′(t), z) ΓB, ∀ z ∈ Zm. (2.94) Estimativa I:Tomandow = 2v′ m(t) em (2.93), z = 2δ′m(t) em (2.94) e substituindo a segunda

equa¸c˜ao na primeira, obtemos d dt  |v′ m(t)|2+kvm(t)k2+|f 1 2δ′ m(t)|2ΓB+|h 1 2δ m(t)|2ΓB  + 2η|vm′ (t)|2ΓM + 2|g 1 2δ′ m(t)|2ΓB =−2ηk(0) (vm(t), vm′ (t))ΓM − 2η ((k ′ ∗ vm)(t), vm′ (t))ΓM + 2 (r(t), v ′ m(t))ΓM −2  ∂φ(t) ∂ν , v ′ m(t)  ΓB − 2 (φ′(t), δ′ m(t))ΓB + 2 (F(t), v ′ m(t)) . (2.95) Observe que |2ηk(0) (vm(t), v′m(t))ΓM| ≤ η 3|v ′ m(t)| 2 ΓM + 3ηk(0) 2C kvm(t)k2; (2.96) |2η ((k′∗ vm)(t), vm′ (t))ΓM| ≤ η 3|v ′ m(t)| 2 ΓM + 3η|k ′ |L1(0,∞) Z t 0 |k ′ (t− s)||vm(s)|2ΓMds; (2.97) |2 (r(t), vm′ (t))ΓM| ≤ η 3|v ′ m(t)| 2 ΓM + 3 η|r(t)| 2 ΓM. (2.98)

Usando (2.96)-(2.98) em (2.95) e integrando de 0 at≤ Tm, temos

|v′ m(t)|2+kvm(t)k2+|f 1 2δ′ m(t)|2ΓB +|h 1 2δ m(t)|2ΓB+η Z t 0 |v ′ m(ξ)|2ΓMdξ + 2 Z t 0 |g 1 2δ′ m(ξ)|2ΓBdξ ≤ f 1 2∂u0 ∂ν 2 ΓB +|h12δm(0)|2 ΓB+ 3ηk(0) 2 C Z t 0 kv m(ξ)k2dξ +3η|k|L1(0,∞) Z t 0 Z ξ 0 |k ′ − s)||vm(s)|2ΓM dsdξ + Z t 0 # 3 η|r(ξ)| 2 ΓM− 2  ∂φ(ξ) ∂ν , v ′ m(ξ)  ΓB − 2 (φ′(ξ), δ′ m(ξ))ΓB+ 2 (F(ξ), v ′ m(ξ)) % dξ. (2.99)

(41)

Note que 3η|k|L1(0,∞) Z t 0 Z ξ 0 |k ′ − s)||vm(s)|2ΓM dsdξ ≤ 3η|k′|2L1(0,∞)C Z t 0 kv m(ξ)k2dξ; (2.100) Z t 0 3 η|r(ξ)| 2 ΓMdξ≤ C1+C2(T + T 3); (2.101) 2 Z t 0  ∂φ(ξ) ∂ν , v ′ m(ξ)  ΓB dξ = 2 Z ΓB  − Z t 0 ∂φ′ ∂ν(x, ξ)vm(x, ξ)dξ + ∂φ ∂ν(x, ξ)vm(x, ξ)| t 0  dΓ ≤ C3+C4(T + T2) +C Z t 0 kv m(ξ)k2dξ + 1 2kvm(t)k 2 . (2.102)

Substituindo estas estimativas em (2.99) e aplicando a desigualdade de Gronwall, concluimos que existe uma constante L1=L1(T ) > 0, independente de m e t∈ [0, Tm], tal que

|v′

m(t)|2+kvm(t)k2+|δ′m(t)|2ΓB+|δm(t)| 2

ΓB ≤ L1, ∀ t ∈ [0, Tm]. (2.103)

Dessa estimativa podemos extender a solu¸c˜ao do problema aproximado a todo intervalo [0, T ] e (2.103) ocorre para todot∈ [0, T ].

Estimativa II:Tomandow = vm′′(t) na equa¸c˜ao aproximada (2.93) e fazendot = 0, obtemos

|v′′(0) |2 =  −ηu1− ∂u0 ∂ν , v ′′ m(0)  ΓM + (F (0) + ∆u0, vm′′(0)). (2.104)

Agora, tomandoz = δm′′(t) em (2.94) e fazendo t = 0 temos

0 =  f δm′′(0) +g ∂u0 ∂ν +hδm(0), δ ′′ m(0)  ΓB + (u1, δm′′(0))ΓB.

Esta igualdade, (2.104), as hip´oteses sobreu0, u1, δ0, F, f, g, h e (2.74) implicam que existe uma

constante C5> 0, tal que

|v′′

m(0)| + |δ ′′

m(0)|ΓB ≤ C5. (2.105)

Diferenciando (2.93) e (2.94) relativamente a t e tomando w = 2vm′′(t) e z = 2δm′′(t)

encon-tramos d dt  |vm′′(t)| 2+ kv′m(t)k 2+ |f12δ′′ m(t)| 2 ΓB+|h 1 2δ′ m(t)| 2 ΓB  + 2η|vm′′(t)| 2 ΓM + 2|g 1 2δ′′ m(t)| 2 ΓB =−2ηk(0) (vm(t), vm′′(t))ΓM − 2η  d dt(k ′ ∗ vm)(t), vm′′(t)  ΓM

(42)

+2 (r′(t), vm′′(t))ΓM − 2  ∂φ′(t) ∂ν , v ′′ m(t)  ΓB + 2 (F′(t), vm′′(t)) . (2.106)

Agora, estimaremos cada termo do lado direito de (2.106). Note que |2ηk(0) (vm′ (t), v ′′ m(t))ΓM| ≤ η 3|v ′′ m(t)| 2 ΓM + 3ηk(0) 2 Ckv′m(t)k 2; (2.107) |2 (r′(t), v′′ m(t))ΓM| ≤ η 3|v ′′ m(t)|2ΓM + 3 η|r ′(t) |2 ΓM. (2.108)

Levando em conta que d dt(k ′ ∗ vm)(t) = k′(t)vm(0) + Z t 0 k′(τ )v′m(t− τ)dτ = (k ′ ∗ vm′ )(t), analogamente a (2.97) resulta 2η  d dt(k ′ ∗ vm)(t), vm′′(t)  ΓM ≤ η 3|v ′′ m(t)| 2 ΓM+3η|k ′ |L1(0,∞) Z t 0 |k ′(t −s)||vm′ (s)| 2 ΓMds. (2.109)

Usando (2.107)-(2.109) em (2.106), integrando de 0 at≤ T e considerando (2.105), obtemos |v′′ m(t)| 2+ kv′ m(t)k 2+ |f12δ′′ m(t)| 2 ΓB +|h 1 2δ′ m(t)| 2 ΓB+η Z t 0 |v ′′ m(ξ)| 2 ΓMdξ + 2 Z t 0 |g 1 2δ′′ m(ξ)| 2 ΓBdξ ≤ C6+ 3ηk(0)2C Z t 0 kv ′ m(ξ)k 2dξ + 3η |k′ |L1(0,∞) Z t 0 Z ξ 0 |k ′ − s)||v′ m(s)| 2 ΓMdsdξ + Z t 0 # 3 η|r ′(ξ) |2 ΓM − 2  ∂φ′(ξ) ∂ν , v ′′ m(ξ)  ΓB + 2 (F′(ξ), vm′′(ξ)) % dξ. (2.110) Temos que 3η|k|L1(0,∞) Z t 0 Z ξ 0 |k ′ − s)||v′ m(s)|2ΓM dsdξ ≤ 3η|k ′ |2 L1(0,∞)C Z t 0 kv ′ m(ξ)k2dξ; (2.111) Z t 0 3 η|r ′(ξ) |2 ΓMdξ≤ C7+C8T, (2.112)

e procedendo como em (2.102), obtemos 2 Z t 0  ∂φ′(ξ) ∂ν , v ′′ m(ξ)  ΓB dξ ≤ C9+ 1 2kv ′ m(t)k 2 . (2.113)

Substituindo (2.111)-(2.113) em (2.110), podemos aplicar a desigualdade de Gronwall e, dessa forma, obter que existe uma constante L2 = L2(T ) > 0, independente de m e t ∈ [0, T ], tal

que |v′′ m(t)| 2+ kv′ m(t)k 2+ |δ′′ m(t)| 2 ΓB +|δ ′ m(t)| 2 ΓB ≤ L2, ∀ t ∈ [0, T ], (2.114)

(43)

que ´e a segunda estimativa.

De (2.103) e (2.114) existem subsequˆencias, que ainda iremos denotar por (vm)m∈N, (δm)m∈N

e fun¸c˜oes v , δ tais que vm ∗ ⇀ v em L∞(0, T ; V ) , δ m ∗ ⇀ δ em L∞(0, T ; L2 B)), v′ m ∗ ⇀ v′ em L(0, T ; V ) , δ′ m ∗ ⇀ δ′ em L(0, T ; L2 B)), vm′′ ∗ ⇀ v′′ em L∞(0, T ; L2(Ω)), δm′′ ∗ ⇀ δ′′ em L∞(0, T ; L2(ΓB)). (2.115)

Usando argumentos de compacidade e as convergˆencias (2.115), podemos passar ao limite, quandom→ ∞, nas equa¸c˜oes aproximadas (2.93), (2.94) e obter

(v′′(t), w) + ((v(t), w)) + (η[v′(t) + k(0)v(t) + (k′∗ v)(t)] − r(t), γ0(w))ΓM +  ∂φ(t) ∂ν − δ ′(t), γ 0(w)  ΓB = (F(t), w) , ∀ w ∈ V , (2.116) − (v′(t), z) ΓB = (f δ ′′(t) + gδ(t) + hδ(t), z) ΓB + (φ ′(t), z) ΓB, ∀ z ∈ L 2 B). (2.117)

A ´ultima equa¸c˜ao prova (2.84). Tomandow∈ D(Ω) em (2.116) obtemos

v′′(t)− ∆v(t) = F(t) em D′(Ω), q.s. em (0, T ). (2.118) Como F(t), v′′(t) ∈ L2(Ω), podemos ver que ∆v(t) ∈ L2(Ω), e a equa¸c˜ao (2.118) ocorre q.s. em Ω× (0, T ), o que prova (2.80).

Agora interpretaremos em qual sentido v e δ satisfazem (2.82) e (2.83). Multiplicando (2.80) porw∈ V , integrando sobre Ω e usando a f´ormula de Green encontramos

Z Ω v′′w dx + Z Ω∇v∇w dx − hγ 1(v(t)), γ0(w)iH− 12(Γ)×H12(Γ) = Z ΩFw dx.

Isto, (2.116) e levando em conta queγ0(w) = 0 em Γ0, temos que

hγ1(v(t)), γ0(w)iH− 12(Γ)×H12(Γ)=− (η[v ′ (t) + k(0)v(t) + (k′∗ v)(t)] − r(t), γ0(w))ΓM −  ∂φ(t) ∂ν − δ ′ (t), γ0(w)  ΓA , ∀ w ∈ V , q.s. em [0, T ] , (2.119) o que prova (2.82) e (2.83).

(44)

Unicidade: Suponha que existem dois pares de solu¸c˜oes, (v1, δ1) e (v2, δ2), para (2.80)-(2.86). Definaϑ = v1− v2 e θ = δ1− δ2, ent˜ao ϑ′′− ∆ϑ = 0 q.s. em Ω × (0, T ), (2.120) ϑ′+f θ′′+gθ′+hθ = 0 q.s. em ΓB× (0, T ), (2.121) hγ1(ϑ(t)), γ0(w)iH− 12(Γ)×H12(Γ)=− (η[ϑ ′(t) + k(0)ϑ(t) + (k′ ∗ ϑ)(t)], γ0(w))ΓM + (θ′(t), γ0(w))ΓA, ∀ w ∈ V , q.s. em [0, T ], (2.122) ϑ(x, 0) = ϑ′(x, 0) = 0 em Ω, (2.123) θ(x, 0) = θ′(x, 0) = 0 em ΓB. (2.124)

Multiplicando (2.120) por 2ϑ′, (2.121) por 2θ, integrando sobre Ω e Γ

B, respectivamente, e observando (2.122) obtemos d dt  |ϑ′(t)|2+kϑ(t)k2+|f12θ′(t)|2 ΓB +|h 1 2θ(t)|2 ΓB+ηk(0)|ϑ(t)| 2 ΓM  + 2η′(t)|2ΓM +2|g12θ′(t)|2 ΓB =−2η ((k ′ ∗ ϑ)(t), ϑ′(t))Γ M. (2.125) Note que 2η ((k′ ∗ ϑ)(t), ϑ′(t)) ΓM ≤ η|k′ |L1(0,∞) Z t 0 |k ′(t − s)||ϑ(s)|2 ΓMds + η|ϑ ′(t) |2 ΓM.

Usando esta estimativa em (2.125), integrando de 0 a t ≤ T e procedendo como em (2.100) temos que existe uma constanteC10 > 0, tal que

|ϑ′(t) |2+ kϑ(t)k2+ |θ′(t) |2 ΓB+|θ(t)| 2 ΓB ≤ C10 Z t 0 kϑ(ξ)k 2dξ,

usando a desigualdade de Gronwall nesta estimativa, temos que ϑ = 0, q.s. em Ω× [0, T ] e θ = 0 q.s. em ΓB× [0, T ].

2 Observa¸c˜ao 2.2 Suponha que temos regularidade na fun¸c˜ao v, por um momento suponha que v ∈ L∞(0, T ; V ∩ H2(Ω)). Ent˜ao, podemos ver que (2.82) e (2.83) ocorrem q.s. em ΓM × (0, T ) e ΓA× (0, T ), respectivamente. Para verificar esta afirma¸c˜ao, seja

H ={(γ0(ψ))|

(45)

PortantoH ´e denso em L2

A). Assim, podemos reescrever (2.119) como

 ∂v ∂ν(t), γ0(w)  ΓM +  ∂v ∂ν(t), γ0(w)  ΓA =− (η[v′(t) + k(0)v(t) + (k′∗ v)(t)], γ0(w))ΓM + (r(t), γ0(w))ΓM−  ∂φ(t) ∂ν − δ ′(t), γ 0(w)  ΓA , ∀ w ∈ V. Portanto,  ∂v ∂ν(t) + ∂φ(t) ∂ν − δ ′(t), z  ΓA = 0, ∀ z ∈ H, logo, ∂v ∂ν =δ ′ − ∂φ ∂ν, q.s. em ΓA× (0, T ). Analogamente, prova-se que

∂v

∂ν =−η[v

+k(0)v + (k

∗ v)] + r, q.s. em ΓM × (0, T ).

Observa¸c˜ao 2.3 Seja (v, δ) a solu¸c˜ao do problema perturbado dada pelo Teorema 2.5 e φ a fun¸c˜ao definida em (2.77). Ent˜ao podemos facilmente verificar que (u, δ), onde

u(x, t) = v(x, t) + φ(x, t),

´e a ´unica solu¸c˜ao para (2.65)-(2.71) e o Teorema 2.4 est´a provado.

Observa¸c˜ao 2.4 Utilizando as mesmas id´eias da demonstra¸c˜ao do Teorema 3 de Frota-Goldstein [19] (p´agina 104), podemos provar a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao quando a condi¸c˜ao de mem´oria ´e posta sobre uma parte da fronteira e a condi¸c˜ao da ac´ustica ´e con-siderada sobre todo o restante da fronteira. Com efeito, consideremos a fronteira Γ dividida em duas partes disjuntas, conexas, ΓA e ΓM, cada uma das partes com medida positiva. O

problema ´e provar a existˆencia e unicidade de (u, δ) tais que

u′′− ∆u = F em Ω × (0, T ), (2.126) ∂u ∂ν =−η (u ′+k(0)u − k(t)u0+k′∗ u) em ΓM × (0, T ), (2.127) ∂u ∂ν =δ ′ em Γ A× (0, T ), (2.128) u′+f δ′′+gδ′+hδ = 0 em ΓA× (0, T ), (2.129) u(x, 0) = u0(x), u′(x, 0) = u1(x) em Ω, (2.130) δ(x, 0) = δ0(x), δ′(x, 0) = ∂u0 ∂ν (x) em ΓA. (2.131)

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