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ANAIS DA 4ª MOSTRA DE TRABALHOS EM SAÚDE PÚBLICA 29 e 30 de novembro de 2010 Unioeste Campus de Cascavel ISSN

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Academic year: 2021

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RECÉM NASCIDO PRÉ-TERMO DE MÃE ADOLESCENTE: UM RELATO DE CASO

AUTORES: Giovanna Carolina Guedes1

Cláudia Silveira Viera Jéssica Chritina Acosta

Kamila Lubenow Vanessa Rosseto

RESUMO:

INTRODUÇÃO: Anualmente tem-se elevado número de nascimentos prematuros ou

de crianças com baixo peso, desses apenas um terço deles completa um ano de vida, deve-se refletir sobre o enfoque das práticas de saúde na atenção pré-natal e a criança recém nascida. A atenção ao recém-nascido (RN) avançou muito nas últimas décadas, principalmente na inovação tecnológica no atendimento de crianças prematuras (PT) e baixo peso ao nascer (BPN). Contudo, nos deparamos ainda com vulnerabilidade na continuidade do cuidado oferecido a essas crianças após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). O seguimento deste usuário deve se ocorrer de modo articulado entre a Unidade Básica de Saúde (UBS) e a atenção especializada para a continuação desse cuidado, com o objetivo tomar medidas de prevenção e da promoção a saúde e promover a interação da criança e família, com serviços de saúde e outros setores sociais. Uma das ações prioritárias da equipe de saúde que atende a criança PT, sua mãe e sua família deve ser o acompanhamento destes até sua inserção nos programas de puericultura na Atenção Primária a Saúde (APS) após a alta. A equipe de saúde deve além de conhecer as condições clínicas do PT, precisa estabelecer vínculo com a mãe/família para que estes se sintam inseridos no processo de cuidar do PT em casa, fortalecendo a relação mãe-bebe-família, assim como possibilitar o diálogo para que se tenha real conhecimento das condições da mãe e família para receberem o PT em casa. Neste sentido, o cuidado com o PT, não pode ser apenas no momento de

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Acadêmica 3º ano Curso Enfermagem/Unioeste/Cascavel, colaboradora do projeto de extensão e pesquisa intitulado O seguimento do egresso da UTIN: a continuidade do cuidado. Fone: (45) 99455696. E-mail: giocguedes@hotmail.com

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hospitalização, mas sim deve ser ampliado para o ambiente extra-hospitalar, pois há necessidade da assistência competente com suporte técnico e social adequado para que a mãe possa melhor se adaptar aos cuidados com o filho e as particularidades que a criança nascida prematuramente possa apresentar (VIERA; MELLO, 2009). Os egressos da UTIN se encontram vulneráveis nos primeiros meses em casa devido a sua condição de prematuridade. Diante do quadro do nascimento prematuro e necessidade de hospitalização em UTIN, podem ter-se outros fatores sociais, ambientais, biológicos ou familiares associados que venham a contribuir para maior vulnerabilidade desse bebe. Associada às características da prematuridade pode se deparar então com uma mãe adolescente, sabe-se que esse PT após alta da UTIN irá ter mais um fator de risco para o seu processo saúde-doença. Há maior prevalência de prematuridade e de BPN entre mães adolescentes de baixo nível socioeconômico e ainda, esses bebês têm risco aumentado de morrer por desnutrição e problemas infecciosos no primeiro ano de vida. Desse modo temos como objetivo deste trabalho apresentar o estudo de caso de um recém-nascido PT filho de mãe adolescente e a vulnerabilidade em que essa díade se encontrava durante o período de acompanhamento por acadêmicos do curso de Enfermagem da Unioeste.

METODOLOGIA: Pesquisa descritiva, do tipo estudo de caso, que utilizou como técnica de coleta de dados: pesquisa documental e observação direta, no período pré e pós-alta hospitalar de um PT que permaneceu hospitalizado na UTIN. Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Unioeste sob parecer nº 245/2009-CEP. É um relato de experiência do projeto de extensão cadastrado na Pró-Reitoria de Extensão da Unioeste sob número 28760/2009. O seguimento do PT e BPN e sua família no ambulatório do prematuro do Hospital Universitário do Oeste do Paraná teve início em novembro de 2009 e desenvolve atividades que tem início com a captação da mãe e do PT logo após o nascimento, encaminhando-a a UTIN para a 1ª visita ao filho após orientações por parte dos membros do projeto. Posteriormente, são acompanhados periodicamente na UTIN até a alta hospitalar, realiza-se uma visita domiciliária (VD) pré-alta hospitalar do bebê e uma semana após a alta, é feita nova VD para facilitar o processo de transição hospital-domicílio, identificando-se dúvidas, dificuldades da família nesse período, são feitas orientações e novo contato com a UBS para informar que o PT se encontra em casa, bem como é agendado a primeira consulta no ambulatório de enfermagem após a alta da UTIN.

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RESULTADOS: Este estudo de caso trata de um RNPT de 31 semanas de idade

gestacional, peso de nascimento de 1100 gr, nasceu de cesariana, APGAR 7/9, que ficou hospitalizado 60 dias, sendo 25 na UTIN e 35 na UCIN, devido a prematuridade e desconforto respiratório. Na alta hospitalar estava com 1995gr. A mãe adolescente tem 15 anos, estudante, cursando a 8ª série do ensino fundamental II, reside com conjugue de 17 anos, que cursou até a 7ª série do ensino fundamental II e trabalhava como metalúrgico. Residiam em casa de madeira, alugada, renda familiar de 750 reais. A adolescente foi acompanhada desde a primeira visita a filha na UTIN, sendo realizadas sete visitas pelos acadêmicos do Curso de Enfermagem durante a hospitalização, bem como uma semana antes da alta do bebê foi realizada uma VD agendada previamente com a mãe e outra uma semana após a alta do PT. Durante a primeira visita ao bebê na UTIN, a mãe referiu muita dor na cesariana, disse que estava ansiosa para levar a filha para casa e que não esperava vê-la cercada de tubos e aparelhos, isso era muito ruim, mas não estava com medo, achava que ela iria sair bem. A adolescente era pouco comunicativa, somente respondia as questões feitas, orientada quanto a manutenção da lactação, explicando-lhe sobre a terapêutica que o PT estava sendo submetido e sobre a importância do vínculo mãe e filho. Durante as visitas na UTIN, observamos certa indiferença da mãe em relação às orientações e explicações que lhe era repassada pela acadêmica, bem como para com a filha. Na visita pré-lata a avó do PT, sogra da adolescente demonstrou preocupação com a mesma, relatando que a mãe da adolescente sofria de problema de saúde mental e estava em tratamento, assim como após a gravidez da adolescente seus pais a mandaram para fora de casa e não mantinham nenhum contato. Na avaliação do caso associamos a indiferença materna com a crise situacional que vivem os pais de PT logo após o parto devido a separação abrupta do filho, associada à imaturidade da adolescência. Na visita pré-alta observamos o ambiente e entrevistada a sogra da adolescente, a qual relatou preocupação com a introspecção desta, parecia estar apresentando sinais de depressão e estava preocupada porque a jovem usava nenhum método contraceptivo. Os encaminhamentos dessa VD foram contato com o ACS da UBS, informando sobre as dificuldades familiares encontradas, solicitado a avaliação do serviço de psicologia do hospital, que considerou a adolescente “normal” para a idade, apenas estava cansada diante das responsabilidades que teve que assumir com o nascimento do PT. Apresentava ainda, dificuldades com o aleitamento materno do PT, não tinha postura adequada para o aleitamento e não se esforçava para melhorá-la, assim como o PT não mantinha pega e sucção adequada. A VD após a alta

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hospitalar mostrou manutenção de conflitos entre sogra e adolescente, esta se queixando das dificuldades em conciliar o cuidado ao PT e os afazeres domésticos, relataram não terem recebido VD por parte da equipe de saúde da UBS até o momento. A casa estava em precárias condições de higiene e as roupas do bebê estavam sujas. A mãe foi orientada quanto à manutenção da higiene doméstica para a saúde do PT e de todos na casa, reforçada a necessidade de visita ao ginecologista para reavaliação e métodos contraceptivos e incentivada manutenção do aleitamento materno exclusivo. Na consulta de seguimento do PT no ambulatório, uma semana após a VD, a criança estava com 39 semanas de idade gestacional corrigida, com peso de 1780, havia perdido 215 gramas em 15 dias após alta hospitalar. Segundo a adolescente não teve nenhuma intercorrência no período, o bebê estava em aleitamento materno exclusivo, o banho era realizado pela sogra, não estava dando banho de sol pelo frio, não estava fazendo a puericultura na UBS e não haviam recebido VD da equipe ainda. Segundo a sogra a adolescente não tem interesse em cuidar do PT, não realizava o banho e não gostava de amamentar. Solicitou-se a avaliação do pediatra de plantão imediata, a qual solicitou o internamento do bebê, permaneceu hospitalizado na unidade de internação pediátrica por sete dias para ganho de peso, tendo alta com 2.200gr. Passados cinco dias em casa, a criança reinterna na unidade por bronquiolite, permanecendo mais 10 dias hospitalizada. A última VD foi realizada quando a criança estava com oito meses de idade cronológica e seis meses de idade corrigida. Estava sob a custódia da avó, a mãe adolescente estava em tratamento psiquiátrico, havia retornado a casa dos pais e visitava a filha três vezes por semana. O encaminhamento para avaliação psiquiátrica foi solicitação da avó à pediatra da UBS. O PT foi alimentado ao seio materno somente até os três meses, agora se alimenta com leite de vaca e alimentação variada. A avó toma conta também de outra neta de um ano e meio e devido a ter as duas crianças pequenas e mais os afazeres domésticos não faz acompanhamento na UBS e nem no ambulatório do PT, mas estavam com imunização aprazada, nega problemas de saúde até o momento da VD. No exame físico da criança estava em bom estado geral, com desenvolvimento adequado à idade, crescimento dentro dos parâmetros desejados. Observamos neste estudo de caso que apesar da continuidade ter sido dada pelo projeto no seguimento do PT, após o término da etapa de VD propostas pelo projeto, não houve o acompanhamento adequado pela UBS. Os encaminhamentos feitos foram por meio de solicitações da avó do PT. Mesmo com o contato feito pelos acadêmicos com a UBS na visita pré e pós-alta do PT não foram feitas VD e acompanhamentos da díade. A VD

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possibilita o estabelecimento de vínculo e relação eficiente entre família e equipe de saúde, proporcionando proximidade entre serviço e díade criança/família, captando para o serviço o acompanhamento da criança e sua família. Essa estratégia possibilita conhecer o mundo real da família; o local onde vive; sua rotina diária; cultura; modo de vida; hábitos e comportamentos; seus cuidados de saúde e sua comunidade (VIERA, 2007). A experiência de ter um filho prematuro que permanece hospitalizado na UTIN por tempo indeterminado, se traduz em situação geradora de estresse e crise familiar. Quando a gestação ocorre na adolescência o problema se potencializa. À situação de pobreza, se soma a falta de estrutura emocional da jovem grávida, que muitas vezes não conta com o apoio do pai da criança e/ou da própria família. Para tanto, caso a equipe de saúde, não utilize estratégias que estimulem a interação e relacionamento, auxiliando a mãe-família no enfrentamento da situação da prematuridade e gravidez na adolescência, podem resultar em repercussões negativas influenciando na não formação do apego na convivência com o PT após a alta hospitalar e na saúde deste e da família.

CONCLUSÃO: As famílias conseguem estabelecer vínculo com o extensionista, visto

que o contato é precoce e tem continuidade por meio das VD e consulta de enfermagem no ambulatório do prematuro. Facilitando, portanto, a interação equipe e família de egressos da UTIN. A perspectiva da intersetorialidade e integração entre os serviços encontra-se vulnerável, não se observa os encaminhamentos das famílias para demais setores da sociedade para minimizar os problemas que enfrentam, assim como não há referência e contra-referência entre os serviços de APS e de seguimento do bebê. Outro reflexo da vulnerabilidade se dá na relação entre profissionais de saúde e usuários, a qual ocorre de modo superficial, sem estabelecimento de vínculo, não facilitando a integralidade do cuidado aos egressos e família. Propiciar suporte à família no período de transição hospital-domicílio e identificar as dificuldades ou necessidades da família no cuidado ao egresso da UTIN é essencial para promover a saúde deste e da família. Percebemos no estudo a vulnerabilidade da integralidade nas práticas em saúde, para que esta ocorra é necessário fazer com que assistência seja ampla e desfragmentada, que os profissionais se relacionem com sujeitos os empoderando, contribuindo assim para melhorar a qualidade e obter resolutividade no cuidado.

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REFERÊNCIAS:

VIERA, C. S. Experiência de famílias no seguimento do recém-nascido pré-termo e

de baixo peso ao nascer no município de Cascavel – PR. 2007. 230p. Tese

(Doutorado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, 2007.

VIERA, C.S.; MELLO, D.F. O seguimento da saúde da criança pré-termo e de baixo peso egressa da Terapia Intensiva Neonatal. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2009 Jan-Mar; 18(1): 74-82.

PALAVRAS-CHAVE: vulnerabilidade; prematuro; adolescente; atenção primária em

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