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AS DIRETRIZES CURRICULARES DE ENSINO RELIGIOSO DO ESTADO DO PARANÁ COMO DOCUMENTO DE CONCEPÇÃO E ORIENTAÇÃO

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Academic year: 2021

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ESTADO DO PARANÁ COMO DOCUMENTO DE CONCEPÇÃO E

ORIENTAÇÃO

NIZER, Carolina do Rocio - SEED/PR carolnizer@seed.pr.gov.br

VIEIRA, Wilson José - SEED/PR wilsonjosevieira@seed.pr.gov.br

Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas. Agência Financiadora: Secretaria da Educação do Estado do Paraná.

Resumo

As Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso da Secretaria de Educação do Estado do Paraná foi um documento construído coletivamente com a participação dos professores da rede estadual de ensino, de professores de instituições superiores e de diferentes organizações religiosas com o objetivo de desenvolver uma proposta para o Ensino Religioso que superasse a “tradicional aula de religião”, ou seja, que desenvolvesse uma perspectiva laica do Ensino Religioso. Após a elaboração desse documento houve a necessidade de uma efetiva implementação e tal ação, foi desenvolvida através do processo de formação continuada denominada “DEB Itinerante”. Nome que se dá à ida dos técnicos do Departamento de Educação Básica aos 32 Núcleos Regionais de Ensino do Estado do Paraná para desenvolver oficinas nas quais se discutiam as Diretrizes Curriculares e práticas oriundas de tal perspectiva. Um dos principais elementos presentes nesse documento é a definição do objeto de estudo o Sagrado que possibilita o tratamento das diferentes manifestações religiosas sem que ocorra o tratamento privilegiado de uma religião em detrimento de outra. Neste documento o Ensino Religioso tem como intenção superar o próprio processo histórico de proselitismo ao apresentar a disciplina enquanto forma de abordar a religião como conteúdo escolar.

Palavras-chave

Diretrizes Curriculares, Ensino Religioso, Sagrado.

Introdução

O Ensino Religioso em boa parte da história da educação brasileira foi desenvolvido de forma confessional e catequética. Existiram outras concepções, porém mesmo que as orientações tenham um cunho aconfessional a prática não acompanhava, e em muitos lugares ainda não acompanha, tais orientações. Uma orientação importante no processo de constituição de um

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Ensino Religioso laico é a concepção presente nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 e correção, em 1997, pela Lei 9.475 que em seu artigo 33 da LDBEN, diz:

Art. 33 – O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação

básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.

§1º – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão de professores.

§2º – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.

Assim com o intuito de atender a LDB, os profissionais responsáveis pela disciplina na rede pública estadual do Paraná, com demais entidades que se preocupam com o Ensino Religioso, repensaram as fundamentações teóricas, os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, a metodologia de ensino, e elaboraram as Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso.

Esse artigo tem como objetivo apresentar o processo de construção e o início da implementação das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado do Paraná. O recorte parte da aprovação da Deliberação 03/02 do Conselho Estadual de Educação, em 2002 aprovou e regulamentou o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Sistema Estadual de Ensino do Paraná..

A partir daquela deliberação o Ensino Religioso passou a ser uma disciplina de oferta obrigatória nos horários normais em sala de aula nas escolas públicas do Estado do Paraná, mas de frequência facultativa ao aluno. A Secretaria de Estado da Educação (SEED), por sua vez, elaborou a Instrução Conjunta n. 001/02 do DEF/SEED, que estabeleceu normas para o ensino desta disciplina.

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Religioso de modo a superar a tradicional aula religião. Um dos encaminhamentos utilizados para superar a tradicional catequese foi o processo de formação continuada de professores envolvidos em encontros, simpósios e grupos de estudos para desenvolver uma proposta que contemplasse o respeito a diversidade religiosa. As discussões realizadas nesses eventos fundamentaram o processo de construção coletiva das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso.

A partir desses encontros e discussões foi encaminhado ao Conselho Estadual de Educação um questionamento que propiciou a aprovação da Deliberação 01/06 de 10 de fevereiro de 2006 estabelecendo normas para a disciplina de Ensino Religioso, o repensar no objeto de estudo, como também, o compromisso do Estado na formação continuada dos docentes. (DCE de Ensino Religioso, 2008 p. 45)

As Diretrizes Curriculares Estaduais para o Ensino Religioso

Na perspectiva de trabalhar o Ensino Religioso superando a tradicional aula de religião e consolidar a proposta de uma disciplina que possibilite a identificação, o conhecimento e o entendimento da diversidade cultural e religiosa do ser humano, nas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso apresentam como objeto de estudo o Sagrado.

Tal concepção de Sagrado apresentado nas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso possibilita ao professor trabalhar as diferentes manifestações religiosas inclusive com as religiões que não se organizam como instituições.

“Etimologicamente, o termo Sagrado se origina do termo latim sacrátus e do ato sagrar. Como adjetivo, refere-se ao atributo de algo venerável, sublime inviolável e puro”. (DCE, 2008 p. 48). Para Eliade, que fundamenta teoricamente as Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso, o Sagrado é uma experiência denominada de hierofania, ou seja, “a manifestação de algo “diferente' – de uma realidade que não pertence ao nosso mundo – em objetos que fazem parte integrante do nosso mundo “natural”, “profano”. (ELIADE, 2001 p. 17).

Assim, ao definir o Sagrado como objeto de estudo o professor tratará as manifestações religiosas como conhecimento e a sua função nos diversos grupos humanos, pois, a religião contribui para o processo civilizatório da humanidade.

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como um a priori. Ao contrário, no contexto da educação laica e republicana, as interpretações e experiências do Sagrado devem ser compreendidas racionalmente como resultado de representações construídas historicamente no âmbito das diversas culturas e tradições religiosas e filosóficas. Não se trata, portanto, de viver a experiência religiosa ou a experiência do Sagrado, tampouco de aceitar tradições, ethos, conceitos, sem maiores considerações, trata-se antes. De estudá-las para compreendê-las e problematiza-las. (DCE p. 48).

A partir do esquema abaixo, podemos compreender de que maneira a disciplina de Ensino Religioso se apresenta como área de conhecimento, pois os conteúdos são a própria expressão do Sagrado e são nesses conteúdos que o Sagrado se manifesta.

DCE Ensino Religioso, 2008.

O esquema acima ilustra que o tratamento a ser dado aos conteúdos estruturantes nunca devem ser estanque. Portanto, os conteúdos estruturantes: Paisagem Religiosa, Universo

SAGRADO

Conteúdos Estruturantes UNIVERSO SIMBÓLICO RELIGIOSO PAISAGEM RELIGIOSA TEXTO SAGRADO Conteúdos Básicos 5ª série · Organizações Religiosas ·Lugares Sagrados · ··

·Textos Sagrados orais ou

escritos ·Símbolos Religiosos 6ª série · Temporalidade Sagrada ·Festas Religiosas · Ritos ·Vida e Morte

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Simbólico Religioso e Texto Sagrado não devem ser entendidos isoladamente, pois quando o professor prepara aula pensando nos conteúdos básicos ele estará automaticamente trabalhando com esses três conteúdos estruturantes. Podemos citar como exemplo as pirâmides, que tiveram a função de paisagem religiosa porque em tal local foram enterrados os faraós, além de todo um significado simbólico pela sua própria forma estruturada para ascensão ao céu e de texto sagrado por ser o local onde se encontram os registros.

Na 5ª/6º ano, o primeiro conteúdo básico trabalhado é organização religiosa o aluno estuda a estrutura da religião e o seu processo de institucionalização. Também, os papéis dentro do sistema religioso, para depois avançar para lugares sagrados onde ocorre as diferentes manifestações religiosas, os textos sagrados orais ou escrito expressam, asseguram e guardam os ensinamentos da religião e como ultimo conteúdo o aluno conhecerá os aspectos simbólicos que envolve as diferentes manifestações religiosas.

Na 6ª/ 7º ano, o conteúdo inicial é a temporalidade sagrada, onde o aluno entenderá de que maneira as religiões explicam a criação do mundo. Ainda neste conteúdo o professor poderá compreender as diferentes formas de contagem do tempo através dos calendários de comemorações, as festas religiosas e sua função social, os ritos que aproximam o homem religioso com o divino e fazem reviver as manifestações sagradas e o conteúdo vida e morte em que as religiões dão explicações do que acontecerá com o homem após a morte.

Todos os conteúdos apresentados podem ser desenvolvidos em qualquer manifestação religiosa. Assim, o professor desenvolverá os conteúdos do Ensino Religioso em consonância com o processo histórico.

Formação continuada – DEB Itinerante

A Secretaria de Estado da Educação (SEED) conforme previsto na LDB tem o dever de propiciar aos professores da rede estadual pública momentos de formação continuada, nesse artigo relataremos o que foi o DEB Itinerante de Ensino Religioso que aconteceu entre os anos de 2007 a 2008. Essa formação continuada foi um momento em que as escolas estaduais pararam suas atividades normais, durante dois dias, para refletir e discutir possibilidades de implementação das Diretrizes Curriculares.

O DEB Itinerante foi realizado nas próprias escolas e estruturado em oficinas com máximo de 40 professores. Era de responsabilidade dos técnicos pedagógicos do Departamento de Educação Básica (DEB) ministrarem as oficinas que tinham como foco estudar conteúdos de

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fundamentação da disciplina, possibilidades de práticas pedagógicas e colocar as Diretrizes Curriculares em ação.

O DEB Itinerante foi um projeto de formação continuada descentralizada, com os eventos sediados nos 32 Núcleos Regionais de Educação, possibilitando o contato direto da Secretaria de Estado da Educação por meio do Departamento de Educação Básica com todos os professores de todas as disciplinas da Rede Estadual de Educação, o formato foi realizado através de oficinas disciplinares e oficinas com equipes pedagógicas. As oficinas disciplinares trabalham na perspectiva da efetivação das Diretrizes Curriculares Estaduais nos Projetos Político Pedagógicos e nos Planos de Trabalho Docente. Nesse sentido, são discutidos os conteúdos estruturantes, básicos e específicos de cada disciplina, além de se abordarem o uso e a produção de materiais didáticos e a utilização das novas tecnologias em sala de aula. Contribuindo assim, para a qualidade do ensino das EscolasPúblicas do Estado do Paraná.(http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=9 )

O DEB Itinerante de Ensino Religioso apresentou características específicas, pois na maioria dos casos, os professores não possuíam formação e não eram concursados na disciplina de Ensino Religioso.

As oficinas de Ensino Religioso eram iniciadas com a discussão das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso através da problematização: “Se o fenômeno religioso pertence a vida, e portanto, deve participar da formação básica do cidadão de que forma ela deve ser trabalhado e estudado em sala de aula?”

Em primeiro momento os professores entendiam e aceitavam que a nossa sociedade é composta pela diversidade cultural e religiosa, porém, na sua prática escolar nem sempre isso era possível perceber, pois a justificativa se dava “meus alunos 99% são cristãos” primeiramente a compreensão de cristão estava limitada entre católicos e evangélicos, segundo o 1% dos demais alunos eram excluídos.

Como forma de fortalecimento as DCE de Ensino Religioso e para os professores perceberem que tal proposta não está em desacordo com as demais discussões nacionais, era apresentado o vídeo “Diversidade religiosa e direitos humanos”. Neste vídeo, um dos aspectos centrais tratado era a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, que afirma em seu XVIII artigo o seguinte:

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Toda a pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Após apresentação inicial das leis que garantem o respeito à diversidade religiosa, os professores tiveram então contato com as Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. A discussão em torno deste documento seguiu a seguinte ordem: dimensão histórica da disciplina, fundamentos teórico-metodológicos, conteúdos estruturantes e conteúdos básicos, encaminhamentos metodológicos e sistema de avaliação.

Na discussão relativa a dimensão histórica foi dada a possibilidade ao professor de compreender que a disciplina de Ensino Religioso sempre esteve presente nos currículos escolares mesmo assumindo posturas legais e pedagógicas diferentes. Mesmo não tendo essa denominação, o Ensino Religioso se faz presente na educação brasileira no período jesuítico. É a primeira forma de uma educação catequética e de imposição de uma religião através do documento Ratio Studiorum. Em seguida foram apresentados outros períodos para o entendimento do processo de constituição da disciplina de Ensino Religioso até as orientações atuais. Ao estudar o processo histórico o professor pode entender os motivos da disciplina ser facultativa para o aluno e não ser objeto de aprovação ou reprovação.

Na fundamentação teórica encontramos os motivos pelos quais a religião e o conhecimento religioso devem estar presentes no espaço escolar e assim desenvolvidos como conteúdos não dissociados da cultura, da economia, da política e do social. Segundo Costella,

[...] não pode prescindir da sua vocação de realidade institucional aberta ao universo da

cultura, ao integral acontecimento do pensamento e da ação do homem: a experiência religiosa faz parte desse acontecimento, com os fatos e sinais que a expressam. O fato religioso, como todos os fatos humanos, pertencem ao universo da cultura e, portanto, tem uma relevância cultural, tem uma relevância em sede cognitiva. (2004, p. 104)

Os conteúdos estruturantes e básicos possibilitaram desenvolver trabalhos relacionados com a própria prática pedagógica do professor, pois, além da definição de cada um dos conteúdos eram apresentados possibilidades de desenvolvimentos em sala de aula, sempre contemplando a diversidade religiosa.

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Os técnicos pedagógicos possíveis recursos para a efetivação dessa proposta, como por exemplo, o Caderno Pedagógico de Ensino Religioso (“O Sagrado no Ensino Religioso”), a Biblioteca do Professor, os Folhas Publicados, o Portal da Educação e também o Livro Didático Público de Ensino Religioso em processo de finalização.

No encaminhamento metodológico era apresentadas as possibilidades de trabalho relativos aos conteúdos básicos e a necessidade de se partir do conhecimento prévio dos alunos.

A avaliação gerava polêmica pela particularidade da disciplina que não constitui objeto de aprovação ou reprovação. Nesse momento era necessário fazer menção ao próprio processo histórico da disciplina que legalmente afirma ser o Ensino Religioso parte da formação do cidadão, porém de frequência facultativa para o aluno mesmo sendo ministrada em horários normais nas escolas públicas.

As orientações dos procedimentos avaliativos ocorriam mesmo a disciplina não sendo objeto de reprovação, pois isso, não tira a responsabilidade do professor em avaliar e de estabelecer critérios de avaliação e o registro das práticas escolares.

Após todo o estudo das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso entendendo que depois dessa discussão os professores passaram a ter conhecimento do documento que concebe e orienta a disciplina de Ensino Religioso no estado, partimos para o momento de implementação e efetivação das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso através da aula simulada.

A aula simulada foi produzida somente com materiais disponíveis ao professor da rede, Folhas publicado no portal, Caderno Pedagógico de Ensino Religioso, TV Multimídia (música, vídeos e imagens) que foram baixado através do Paraná Digital.

Aula simulada foi desenvolvida a partir do Folhas “Onde podemos encontrar o

Sagrado?” com a intenção de propor um material possível de utilização em sala de aula e que

seguisse as Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. A aula simulada:

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Em seguida com a imagem na TV Multimídia era contada a história de Mariazinha:

Toda vez que alguém bronqueava com Mariazinha, ela saía correndo e subia no “morro da pedra bonita”. Era um lugar no alto de um morro em que havia uma pedra grande de onde podia se ver toda a cidadezinha. Para ela, aquele lugar era sagrado. Lá ela se sentia segura, ficava observando de cima toda a cidade e parecia que estava olhando para si mesma e aos poucos ia se acalmando.

Após a historinha trabalhamos com as seguintes problematizações:

Mas o que é um lugar sagrado? Quais são as características de um lugar sagrado? O que faz com que um lugar seja considerado como sagrado?

A partir desses questionamentos os professores explicitavam suas compreensões desses conceitos e o grupo aprofundava as discussões sobre os lugares sagrados para algumas manifestações religiosas. Entre os lugares sagrados foram trabalhados as pirâmides para o Egito, as cidades sagradas como Meca e Jerusalém, o Terreiro, o rio Ganges e os cemitérios.

Após a apresentação desses Lugares Sagrados os professores concluíam que Lugares Sagrados são diferentes nas manifestações religiosas, mas o que torna um lugar sagrado é a identificação e o valor que o grupo atribui a ele. Para encerrar essa parte da oficina apresentava-se a música a Casinha Branca e os professores tinham que articular o conteúdo Lugares Sagrados com a letra dessa música. Depois tinham que pensar em encaminhamentos metodológicos para o

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trabalho desse conceito com os alunos.

Além desse recurso foram também passados vídeos sobre Lugares Sagrados, todos devidamente explorados de acordo com o tema dos filmes.

Consideração Final

O Ensino Religioso no seu processo histórico passou por diversos períodos que muitas vezes não se levava em conta à diversidade religiosa existente no Brasil. A partir da separação do Estado da Igreja no período da República é que se começam movimentos para um Ensino Religioso aconfessional.

Essa separação e a tentativa de superar as aulas tradicionais de religião se concretizam no artigo 33 da LDBEN que estabelece o Ensino Religioso como uma disciplina escolar nos horários normais das escolas públicas estaduais. Por isso a Secretaria do Estado do Paraná a partir de 2003 vem trabalhando na construção e implementação das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso a fim de consolidar os conteúdos escolares dessa disciplina como conhecimento sobre o sagrado nas mais diversas manifestações religiosas.

A disciplina de Ensino Religioso é componente do currículo escolar no Estado do Paraná e é tratada, pedagogicamente como qualquer outra disciplina de maior tradição. Isso se comprova na importância dada à construção do documento de orientação, como também, no processo de formação continuada e elaboração de materiais didáticos voltados aos professores que ministram essa disciplina.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

BRASIL, Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997.

COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do ensino religioso. In: JUNQUEIRA, S.; WAGNER, R. (Orgs.) O ensino religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso. Curitiba, 2008.

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ELIADE, M. O Sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

GIL FILHO, S. F. ; ALVES, L. A. S . O Sagrado como foco do Fenômeno Religioso. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; OLIVEIRA, L. B. de (Orgs.). Ensino Religioso: memórias e perspectivas. 1 ed. Curitiba: Editora Champagnat, 2005, v. 01, p. 51-83.

Referências

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