Conciliação e Mediação Judicial
no Novo CPC
André Gomma de Azevedo
Andre.Gomma@cnj.jus.br Andre.Gomma@me.comMediação Judicial no Novo CPC
Roteiro
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Introdução e Visão Geral!
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Inovações no novo CPC!
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Inovações ao acesso à jus9ça
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Sistema pluriprocessual
Inovações
ao Acesso à Justiça
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Origens do movimento
“A insa9sfação com o Poder Judiciário é tão an9ga quanto o Direito” - Roscoe Pound, palestra no evento “Compreendendo os mo9vos da insa9sfação da população com a administração da jus9ça” em 1906.
As pesquisas desenvolvidas atualmente têm indicado que a sa9sfação dos usuários com o devido processo legal depende fortemente da percepção de que o procedimento e seu resultado foram justos e de que houve alguma par9cipação do jurisdicionado na seleção dos processos a serem u9lizados para dirimir suas questões - Deborah Rhode, In the interests of jus.ce, Oxford University Press, 2003.
Inovações
ao Acesso à Justiça
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Três períodos!
Historicamente, pode-se dividir o movimento de acesso à justiça em três períodos:
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Acesso ao Poder Judiciário com resposta tempes9va
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Acesso a uma solução efe9va para o conflito por meio
de par9cipação adequada do Estado
Processos de Resolução de Conflitos
Ordenamentos jurídico-processuais modernos são compostos, atualmente, de vários processos dis9ntos. Esse espectro de processos (e.g. processo judicial, arbitragem, mediação, conciliação entre outros), forma um mecanismo que denominamos sistema pluriprocessual.
Com o pluriprocessualismo, busca-se um ordenamento jurídico processual no qual as caracterís9cas intrínsecas de cada processo são u9lizadas para reduzirem-se as ineficiências inerentes aos mecanismos de solução de disputas, na medida em que se escolhe um processo que permita endereçar da melhor maneira possível a solução da disputa no caso concreto.
Processos de Resolução de Conflitos
Tomada de decisão
particular pelas próprias partes Tomada de decisãoextra-judicial por terceiro Tomada de decisão judicial por terceiro Tomada de decisão coercitiva
pela própria parte
Evitação Negociação Mediação
Conciliação DecisãoAdmin. Arbitragem Decisão Judicial Ação direta não-violenta
Violência
Coerção aumentada e probabilidade
Tomada de decisão
particular feita pelas partes
Tomada de decisão
particular feita pela terceira parte
Tomada de decisão coercitiva extralegal Tomada de decisão pública feita
pela terceira parte
Evitação do
conflito Negociação Violência
Mediação
Conciliação Decisão Administ. Arbitragem Decisão Judicial Decisão Legislativa Ação direta não- violenta
Autocomposição
INTERESSES FATOS E DIREITOS PODER
Heterocomposição
Autotutela
Processos autocompositivos Processos heterocompositivos
Características preponderantes
• Prospec9vo • Foco em soluções • Disputa deve ser resolvida • Enfoque monista • Uso pragmá9co do Direito • Formalismo definido pelo usuário • Linguagem e regras simplificadas • Par9cipação a9va das partes • Advogados direcionados a contribuir com soluções negociadas • Foco em interesses • Processo humanizado • Retrospec9vo • Foco em culpa • Disputa deve ser vencida • Enfoque pluralista • Uso dogmá9co do Direito • Formalismo definido pelo prestador • Linguagem e regras tradicionais • Par9cipação a9va dos operadores do direito • Advogados direcionados a atuar no processo para vencer • Foco em direitos e fatos • Processo posi9vadoInovações
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Mediadores como auxiliares da jus5ça (Rec. CNJ 50/14)
Art. 149. São auxiliares da Jus9ça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de jus9ça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador
judicial, o par9dor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de
Inovações
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Criação de centros de conciliação e mediação (Res. CNJ 125/10)
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas
Inovações
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Sugestão de encaminhamento de casos
Art. 165. § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em
que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o lidgio, sendo vedada a u9lização de qualquer 9po de constrangimento ou in9midação para que as partes conciliem.
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que
houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, iden9ficar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefcios mútuos.
Inovações
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Priorização da autocomposição
Art. 334. Se a pe9ção inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
…
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
Inovações
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Priorização da autocomposição
Art. 334. § 8o O não comparecimento injus9ficado do autor ou do réu à
audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da jus9ça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, rever9da em favor da União ou do Estado.
Inovações
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Priorização da autocomposição
CAPÍTULO X
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 695. Recebida a pe9ção inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no art. 694.
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à
audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da pe9ção inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.
Inovações
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Priorização da autocomposição
CAPÍTULO X
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 694. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os li9gantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento mul9disciplinar.
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a par9r de então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335.
Inovações
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Priorização da autocomposição
CAPÍTULO XI
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Inovações
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Cadastro de Mediadores Judiciais e Conciliadores
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de jus9ça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.
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§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e
mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que par9cipou, o sucesso ou insucesso da a9vidade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes.
Inovações
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Cadastro de Mediadores Judiciais e Conciliadores
Art. 167. § 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados
sistema9camente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estads9cos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores.
Inovações
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Remuneração de Mediadores
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Jus9ça.
§ 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho
voluntário, observada a legislação per9nente e a regulamentação do tribunal.
Inovações no novo Código de Ética
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Remuneração do advogado na autocomposição
Art. 48. A prestação de serviços profissionais por advogado, individualmente ou integrado em sociedades, será contratada, preferentemente, por escrito.
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§ 5º É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários contratados em decorrência da solução do lidgio por qualquer mecanismo adequado de solução extrajudicial.
Inovações
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Impedimento de advogados que atuem como mediadores
Art. 167. § 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na
forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções.
Conclusões
O novo CPC consiste em um sistema pluriprocessual com subsistemas heterocomposi9vo e autocomposi9vo específicos, com valores próprios. O subsistema autocomposi9vo deve ser tratado como prioritário.
A gestão de mediadores foi planejada para atender às diversas realidades processuais no Brasil. Assim é possível termos mediadores/conciliadores concursados ou auxiliares da jus9ça. De igual forma, remunerados ou voluntários.
Conclusões
Espera-se que nos próximos anos com o novo CPC e o novo código de é9ca da OAB, seja possível:
• Tratar a autocomposição como principal polí9ca pública do judiciário para a solução de conflitos.
• Emprestar um tom mais posi9vo à busca do cidadão por jus9ça perante o Judiciário.
• Auxiliar usuários a resolverem melhor seus conflitos por meio do aperfeiçoamento do acesso à jus9ça.
• Medir resultados na conciliação e na mediação e facilitar o uso desses dados estads9cos.
• Criar parâmetros estáveis e legí9mos de remuneração de advogados em processos autocomposi9vos.
CURSO DE FÉRIAS SOBRE O NOVO PROCESSO CIVIL
ANDRÉ FELIPE GOMMA DE AZEVEDO • Juiz de Direito; • Juiz Auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Jus9ça (2014-2016); • Mestre em Direito pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque – EUA; • Doutorando em Direito (UnB); • Membro do Comitê Gestor do Movimento pela Conciliação do Conselho Nacional de Jus9ça desde 2006;
• Professor Adjunto do Programa de Inverno do Strauss Ins9tute for Dispute Resolu9on – Pepperdine University;
• Professor Pesquisador Associado da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (FD/UnB);
• Instrutor de técnicas autocomposi9vas da Escola Nacional da Magistratura (ENM/ AMB), da Escola Nacional de Formação de Magistrados (ENFAM) e do Movimento pela Conciliação do Conselho Nacional de Jus9ça (CNJ);
• Foi mediador no Ins9tuto de Mediação e Resolução de Conflitos (IMCR) e no Juizados de Pequenas Causas no Harlem, ambos em Nova Iorque – EUA.
22/01/16
