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A adequação das empresas comerciais de agrotóxicos, de Campo Grande/MS, à política nacional de resíduos sólidos por meio da logística reversa de pós-consumo

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A ADEQUAÇÃO DAS EMPRESAS COMERCIAIS DE AGROTÓXICOS, DE CAMPO GRANDE/MS, À POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS POR MEIO DA

LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO1

Fábio Andrade Silveira

Resumo: A preservação do meio ambiente é fundamental para a sobrevivência dos seres vivos.

Fatores como o alto consumo de matéria-prima, aumento da população, incremento da produção e diminuição do ciclo de vida útil dos produtos, impactam as quantidades de resíduos que, em geral, são descartados na natureza, gerando consequências negativas ao meio ambiente. Diante desta problemática, este estudo busca identificar as ações desenvolvidas pelas empresas que comercializam agrotóxicos, em Campo Grande/MS, em cumprimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) por meio da logística reversa de pós-consumo. Empregou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica e a utilização de questionários disponibilizados aos gestores dessas empresas com foco em identificar as práticas implementadas no setor. Os resultados obtidos mostram que as empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande atendem, de forma ampla, os requisitos da PNRS, haja vista a estruturação e implementação de sistema de logística reversa, promovido por meio de parceria estabelecida com a Associação Campo-Grandense de Revendas Agrícolas (ACRA), sob a coordenação geral do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Concluiu-se que a responsabilidade compartilhada entre os atores deste sistema, composto pela indústria fabricante, canais de distribuição/comerciantes, produtores rurais e poder público é o principal fator de sucesso, constituindo exemplo para os demais países do mundo.

Palavras-chave: Política Nacional de Resíduos Sólidos. Logística reversa. Embalagens de

Agrotóxicos.

1 INTRODUÇÃO

A gestão de resíduos sólidos, por muitos anos, foi tratada de forma precária no Brasil, sendo que o marco regulatório capaz de estabelecer uma política pública ambiental ampla com diretrizes e instrumentos de ação para uma gestão adequada somente se inicia em 2010 com a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

1 Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Gestão de Logística, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão de Logística.

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Entretanto a efetivação destas políticas ambientais constitui um campo desafiador tendo em vista os seguintes fatores: falta de integração das instâncias de governo, procrastinação e resistência a mudanças por parte das diversas partes interessadas logo que uma nova legislação entra em vigor.

Na perspectiva das empresas, as dificuldades são operacionais por se constituir em um fator considerado pelos gestores, em um primeiro momento, como de aumento de custos. Outro aspecto que deve ser considerado diz respeito à falta de informações que impede um melhor entendimento. Finalmente, em um sentido mais amplo, a própria mudança de cultura da população em relação à preservação ambiental.

Após 21 anos de tramitação no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a PNRS, com a inserção de novos conceitos relacionados à sustentabilidade do meio ambiente, bem como traz à tona o tema logística reversa.

Os principais mecanismos de operacionalidade desta Política Pública se alinham ao crescimento do consumo, o volume de matéria-prima e a preocupação com o meio ambiente, nesse sentido a proposição da legislação visa a participação e a atuação estratégica das organizações empresariais que tendem a desenvolver um sistema de logística reversa como complemento do processo logístico.

Alinhado à evolução destes conceitos, no Brasil, o conteúdo das regulamentações que tratam do meio ambiente estabelece foco na prevenção e redução do volume dos resíduos, desde o início do processo produtivo e em todas as etapas subsequentes. Situação que estimula o desenvolvimento de ações capazes de promover a revalorização dos resíduos por meio da reciclagem, reutilização ou reaproveitamento, algo que, na prática, gera estímulos quanto ao potencial de retorno econômico para as empresas e, simultaneamente, impacta a sociedade na perspectiva de sustentabilidade do meio ambiente.

Todo esse contexto colaborou para que estudiosos e empresários voltassem suas atenções para o fluxo reverso na cadeia de suprimentos, uma área da logística que se empenha em agregar valor aos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo (LEITE, 2003).

A logística reversa evoluiu de maneira gradativa, partindo de uma visão tradicional operacional, com preocupações puramente voltadas aos sistemas de operações logísticas, para uma visão ampliada e holística, constituindo a estratégia empresarial, contemplando em suas proposições os diversos aspectos inibidores das cadeias reversas (LEITE, 2009).

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As principais dificuldades, citadas por Guarnieri (2011), para o desenvolvimento da logística reversa são:

a) Carência de sistemas informatizados capazes de integrar o fluxo inverso ao normal de distribuição, resultando na constituição de sistema próprio por parte das empresas ou terceirização para organizações especializadas;

b) Carência de sistemas/ferramentas de informações financeiras e econômicas dificultando a mensuração do impacto dos retornos/receita de produtos e/ou materiais, bem como os investimentos, custos realizados com o processo, combinados ao desconhecimento da necessidade de controlá-los;

c) Infraestrutura logística deficiente. O fluxo reverso é visto como um obstáculo no processo de negócios, necessitando de diversos meios e estrutura física e muitas empresas não julgam ser viável investir em canais reversos; e

d) Falta de conhecimento e planejamento dificultam a implementação da logística reversa no ambiente empresarial.

Diante desta contextualização, infere-se que as empresas podem ter sérios prejuízos relacionados ao contexto financeiro e de imagem corporativa caso não adotem medidas apropriadas de logística reversa.

Em casos mais graves podem, inclusive, serem proibidas de exercer sua atividade principal até providenciarem adequações, algo que pode implicar em perda de parcela de mercado. É evidente que os impactos poderão alavancar ou mesmo comprometer definitivamente a permanência da organização no mercado. No atual ambiente de negócios a logística reversa passa a ser reconhecida como uma fonte de vantagem competitiva para as empresas.

Fatores como a crescente disputa por mercados, curtos ciclos de vida de produtos, pressões legais, a conscientização ecológica pela difusão do conceito de desenvolvimento sustentável, taxas de retorno relevantes em alguns segmentos de mercado são exemplos de fatores que determinam a necessidade do desenvolvimento do processo da logística reversa nos sistemas logísticos (RODRIGUES et al., 2003).

Os ciclos reversos geram diversas oportunidades de redução de custos e estimulam ganhos de imagem decorrentes da crescente sensibilidade ecológica por parte dos consumidores relacionada aos impactos que podem ser minimizados e, até mesmo eliminados, no meio ambiente.

Alinhada a estes conceitos esta pesquisa verificou se as empresas que atuam no comércio de agrotóxicos, em Campo Grande/MS, estão sendo eficientes e eficazes no

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cumprimento dos requisitos legais da PNRS, bem como se praticam o fluxo reverso com o intuito de gerenciar corretamente os resíduos sólidos, representados pelas embalagens vazias, reduzindo desta forma os possíveis danos causados ao meio ambiente.

2 A LOGÍSTICA REVERSA PÓS CONSUMO: ÊNFASE EM RESÍDUOS SÓLIDOS

Nos anos 80 os gastos com a proteção ambiental começaram a ser vistos pelas empresas líderes não primordialmente como custos, mas sim como investimentos e, em paralelo, como vantagem competitiva. A tomada de decisão por parte dos gestores passou de defensiva e reativa para um novo alinhamento que privilegia a ação ativa e criativa (CALLEMBACH et al, 1993).

A perspectiva de sustentabilidade do meio ambiente impulsiona uma nova realidade nas organizações, pois se torna necessário reconsiderar a utilização dos recursos naturais e os interesses da comunidade, no sentido de se adotarem tecnologias mais efetivas em prol da preservação ambiental, situação que, na prática, impacta de forma positiva a imagem da empresa (CAMPOS, 1996).

No atual ambiente de negócios, é restritivo pensar em desenvolvimento econômico sem considerar o tripé das três vertentes da sustentabilidade: social, econômica e ambiental. Esta última ancorada no princípio da preservação do planeta e dos recursos naturais (CAXITO, 2011).

A logística reversa ampara-se neste tripé, comprovando que existem possibilidades do desenvolvimento econômico caminhar ao lado do desenvolvimento ambiental. Entende-se que a logística reversa constitui o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processamento e produtos acabados e seu fluxo de informação do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte adequado (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999).

O processo de logística reversa pode, em muitas situações, gerar materiais reaproveitados que retornam ao processo tradicional de suprimento, produção e distribuição, conforme indicado na figura 1.

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Figura 1 – Representação esquemática do processo logístico direto e reverso Fonte: In: Lacerda (2002, p.2).

Para atender à legislação vigente no país, em 2001 foi criado o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), entidade que representa a indústria fabricante de agrotóxicos, tendo como missão gerir o processo de recolhimento e destinação final das embalagens vazias de produtos agrotóxicos no Brasil, como elo de uma cadeia integrada.

Concebido pelo inpEV, o Sistema Campo Limpo é a denominação do programa gerenciado pelo instituto para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil.

Abrangendo todas as regiões do país, o sistema tem como base o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público, conforme determinações legais, o que tem garantido seu sucesso. Sem esta gestão de excelência dos resíduos sólidos, o impacto ambiental certamente seria gravíssimo.

Quando as embalagens são abandonadas no ambiente ou descartadas em aterros e lixões, esses produtos ficam expostos às intempéries e podem contaminar o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o problema da reutilização sem critério das embalagens, que coloca em risco a saúde de animais e do próprio homem.

Em 2016, o Sistema alcançou mais um marco, ultrapassando as 400 mil toneladas de embalagens vazias destinadas de forma ambientalmente correta – desde o início de sua operação, em 2002 (inpEV, 2016).

A atuação do inpEV garante que 94% de embalagens primárias (que têm contato com o produto) comercializadas ano a ano sejam destinadas corretamente e torna o Brasil a maior referência mundial na gestão desses materiais (inpEV, 2016).

Esses índices transformaram o Brasil em líder e referência mundial no assunto. Em segundo lugar vem a França, com 77%, seguida pelo Canadá, com 73%. Os Estados Unidos aparecem em 9º lugar com 33% (inpEV, 2016).

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2.1 ASPECTOS LEGAIS QUE NORTEIAM A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O inciso XVI do art. 3º da PNRS define como resíduo sólido todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, estejam eles nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou que exijam, para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

De maneira geral, os resíduos sólidos são materiais indesejáveis para quem os descartou, oriundos de diversos tipos de atividades e locais, podendo acarretar sérios riscos à saúde e ao bem-estar humano e ambiental, caso sejam descartados de forma inadequada.

A instituição da PNRS, representou o ponto de partida na gestão de resíduos sólidos no Brasil, porém o estabelecimento de parâmetros para este gerenciamento já havia ocorrido, de forma pioneira, com a sanção da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 – Lei dos Agrotóxicos. De acordo com seu art. 1º serão regidos pela Lei:

Art. 1º A pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

A partir deste Diploma Legal a legislação que envolve a regulamentação sobre o retorno dos resíduos sólidos está evidenciada no Quadro 1.

Legislação Principais aspectos

Decreto nº 98.816, de 11

de janeiro de 1990 Regulamenta a Lei Nº 7.802, de 11 de julho de 1989.

Lei nº 9.974, de 6 de junho de 2000

Altera a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e regulamenta a obrigatoriedade do recolhimento das embalagens pelas empresas produtoras e as que comercializam agrotóxicos. Decreto nº 4.074, de 4 de

janeiro de 2002 Regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989.

Resoluções do Conselho

Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), Legislação complementar

Dispõe sobre definições de resíduos, tratamento a ser dado a esses resíduos, recolhimento, coleta, destinação e os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.

Quadro 1 – Legislação inerente à gestão de resíduos

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Em 6 de junho de 2000, promulgou-se a Lei nº 9.974, alterando a Lei de Agrotóxicos e regulamentando a obrigatoriedade do recolhimento das embalagens pelas empresas produtoras e as que comercializam agrotóxicos, com o objetivo de minimizar o impacto ambiental causado pela disposição final incorreta de embalagens de agrotóxicos no meio ambiente.

No dia 4 de janeiro de 2002 foi sancionado o Decreto-Lei nº 4.074, que regulamenta dentre outras atividades, o transporte e a destinação final das embalagens de agrotóxicos determinando também responsabilidades para os integrantes desta cadeia integrada: agricultores, canais de distribuição, fabricantes e o poder público, conteúdo que apresenta como finalidade se obter uma melhor gestão da logística reversa, em específico, das embalagens de agrotóxicos. Foram definidas as seguintes responsabilidades:

- Consumidor: devolver as embalagens lavadas pós-consumo;

- Estabelecimentos comerciais: dispor de local adequado para o recebimento das embalagens e indicar nas notas fiscais de venda os locais de devolução;

- Fabricante: recolher e dar uma destinação final adequada às embalagens;

- Governo deve fiscalizar e promover, conjuntamente com os fabricantes, a educação ambiental e orientação técnica necessária para o bom funcionamento do sistema.

A PNRS apresenta os conceitos, princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e à gestão de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis.

Ficou estabelecido em seu art. 6º uma lista de princípios, no quadro 2 foram evidenciados os que são atendidos pelo Sistema Campo Limpo.

Princípio Descrição

Prevenção e Precaução

Metodologia de não geração de resíduos e melhor uso de matéria prima, energia e desenhos de produtos, características fundamentais do princípio batizado de Cradle-to-cradle (berço-ao-berço). O reprocessamento dos resíduos descartados possibilita a criação de um novo produto.

Responsabilidade Compartilhada e

Cooperação

O compartilhamento da responsabilidade entrelaça pessoa física e jurídica de direito privado com pessoa jurídica de direito público. É fundamental para um novo conceito na gestão dos resíduos sólidos, pois é a efetividade da responsabilidade dos fabricantes, dos distribuidores, dos comerciantes e dos consumidores.

Ecoeficiência

Redução do consumo de recursos naturais, considerando a capacidade que o planeta disponibiliza, mantendo um nível para não chegar a escassez. Entre 2002 e 2016 foram dadas diversas contribuições para um mundo mais sustentável, 572 mil toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas (inpEV, 2016).

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Visão Sistêmica

A gestão de resíduos sólidos não pode ser feita de forma isolada, deve-se considerar as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública.

Desenvolvimento Sustentável

Correlaciona os aspectos econômicos, sociais e ambientais da sociedade, de maneira contínua. O programa gerou 1 500 empregos diretos, mais de 1 milhão de pessoas se envolveram em ações educativas promovidas pelo Sistema. Além disso, a conscientização dos agricultores contribuiu para que 94% das embalagens plásticas primárias comercializadas tivessem o destino ambientalmente correto (inpEV, 2016).

Respeito às diversidades locais e

regionais

O alcance nacional, a alta capilaridade e os diferentes formatos de recebimento nas unidades fixas ou por recebimentos itinerantes.

Quadro 2 – Princípios da PNRS

Fonte: Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Os resultados da ecoeficiência, conforme informações registradas no Quadro 2, referentes à implantação do Sistema Campo Limpo são flagrantes, contribuindo para uma atividade de negócios mais sustentável.

Nesse contexto, é importante considerar que desde a criação do sistema foram mitigadas a intensidade energética de bens e serviço, a emissão de gases tóxicos, o consumo de água, a extração de recursos naturais como madeira e a extração de combustível fóssil (inpEV, 2016).

2.2 O PAPEL DA ASSOCIAÇÃO CAMPO-GRANDENSE DE REVENDAS AGRÍCOLAS NA LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS VAZIAS

A Associação Campo-Grandense de Revendas Agrícolas (ACRA) é uma pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de associação sem fins lucrativos para coletar as embalagens vazias de agrotóxicos comercializadas no estado do Mato Grosso do Sul, oferecendo uma destinação adequada a estas embalagens.

Constituída desde 2003 por iniciativa dos empresários do setor de revendas agrícolas de Campo Grande/MS, conta com o envolvimento de seus associados e de colaboradores, pessoas físicas, profissionais liberais, empresários e empreendedores do campo e o esforço do inpEV. Todos centrados na preservação do meio ambiente e na prestação de serviços à comunidade a que pertencem.

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Como elo do Sistema Campo Limpo, seu objetivo é realizar parte da logística reversa em prol dos associados, retirando este encargo das empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande. A promoção, a preservação e conservação do meio ambiente na busca do desenvolvimento sustentável, permitem que os seus parceiros gerem vantagens de ordem financeira e legal, bem como quanto à imagem corporativa perante aos clientes, de ordem logística e sustentável. Recolhe mais de 80% das embalagens vazias de agrotóxicos do total produzido (BRAZIL, 2012).

A associação é responsável pela inspeção e recebimento das embalagens vazias de agrotóxicos comercializadas, monitoramento do retorno das embalagens provenientes do consumidor, que são orientados verbalmente e por escrito, prestando conta ao inpEV, por meio do Sistema de Informação das Centrais (SIC).

Também emite recibo confirmando a entrega das embalagens; as classifica, separa por tipo, compacta o material e o armazena até que se alcance a quantidade necessária para a emissão da ordem de coleta. O recolhimento e o transporte das embalagens vazias constituem responsabilidade de operador logístico contratado pelo inpEV que se encarrega de dar a destinação adequada a estas embalagens - reciclagem ou incineração - ações promovidas pelas empresas parceiras do Instituto.

Visando engajar e integrar todos os elos do sistema a ACRA investe continuamente em ações de educação ambiental, promovendo atividades de sensibilização e conscientização das comunidades rurais quanto a responsabilidade do produtor no processo de logística reversa.

Anualmente em 18 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Campo Limpo, a celebração é implementada por meio de campanhas, ações comunitárias, concursos em escolas, palestras em universidades, distribuição de material educativo e encontros com autoridades locais, no intuito de levar à região do entorno das unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas reflexão, conscientização e participação em atividades relacionadas à conservação do meio ambiente.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE

A pesquisa se caracteriza como um estudo exploratório de natureza qualitativa, realizado por meio de um estudo de caso. O delineamento da contextualização teórica foi realizado por meio de consultas à legislação específica que estabelece a PNRS, direcionando a

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análise ao que se refere à logística reversa de pós-consumo e ainda, o que tange como responsabilidade dos estabelecimentos que comercializam agrotóxicos.

O levantamento em campo foi realizado por meio da aplicação de questionário que buscou obter informações dos gestores responsáveis das empresas comerciais, objeto do TCC. As empresas que constituíram o universo da pesquisa foram identificadas por meio da relação oficial atualizada, disponibilizada pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (IAGRO) – Núcleo de Agrotóxicos, de outubro de 2016, a qual indica os atores autorizados no Estado de Mato Grosso do Sul, sendo que, na cidade de Campo Grande se verificou que há um total de 21 cadastros e, especificamente na categoria de comerciantes, que é o foco da pesquisa, um total de 12 empresas, as quais formam a composição do universo da pesquisa, constituindo um censo. Dos questionários enviados, 8 empresas responderam o instrumento.

Quanto ao perfil das empresas, foi possível constatar, quanto ao tempo de atuação no mercado, que seis organizações atuam há mais de dez anos no mercado. Com destaque para a mais jovem que atua há dois anos e para a mais antiga que empreendeu, neste segmento de mercado, há 52 anos (as demais empresas atuam há 45, 31, 20, 17, 10 e 9 anos). É perceptível que a maioria das empresas apresenta grande período de experiência no ambiente de atuação.

Em relação ao meio ambiente, conforme o gráfico 1, é possível visualizar que há uma grande preocupação com o tema, sendo que as oito empresas questionadas inserem a pauta em seu planejamento estratégico, além disso consideram que a gestão ambiental pode trazer uma série de possibilidades, benefícios e a obtenção de diferentes vantagens em seus negócios, gerando desta forma impactos positivos.

A – A questão "meio ambiente" está inserida no planejamento estratégico da empresa.

B – Define objetivos organizacionais, metas e/ou indicadores de desempenho que agreguem valor na área do meio ambiente.

C – Hoje há consciência da importância do meio ambiente e dos impactos gerados pelos produtos comercializados (agrotóxicos), porém somente são realizados os registros exigidos na Lei.

D – Há participação em reuniões setoriais (com empresas do mesmo segmento, prefeitura, Governo do Estado, outros) para a implementação das diretrizes da PNRS.

Gráfico 1 – Índice de preocupação das empresas com o meio ambiente. Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

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D C B A

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Seis empresas definem seus objetivos estratégicos, metas e indicadores de desempenho a fim de agregar valor à área ambiental e apenas uma empresa considera que este aspecto é de suma importância, porém realiza apenas os atos exigidos por força de Lei. É importante destacar que não são realizadas reuniões setoriais entre empresas do mesmo segmento e o poder público para a implementação de diretrizes da PNRS.

Quando questionados quanto ao atendimento à legislação vigente sobre agrotóxicos/gestão de resíduos sólidos, conforme se pode observar no gráfico 2, as oito empresas estão alinhadas com o princípio da Legalidade e todas as empresas atuam conforme as Leis e Decretos citados, contudo apenas uma empresa desenvolveu um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos como instrumento de direcionamento de suas ações gerenciais.

A – Registra alguma situação de impacto negativo ao meio ambiente.

B – Atua conforme a Lei nº 12.305/10 e Decreto nº 7.704/10 que institui e regulamenta a PNRS. C – Cumpre as normas estabelecidas na Lei nº 9.974/2000 que dispõe sobre os fluxos que envolvem a movimentação e destinação final de embalagens de agrotóxicos.

D – Desenvolveu e determina suas ações conforme o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Gráfico 2 – Índice de atendimento às legislações vigentes. Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

O volume de embalagens vazias que retorna após a utilização do produto pelo produtor rural está entre 75% e 90% do volume total comercializado pelas empresas. Uma empresa considera que 100% das embalagens de agrotóxicos comercializadas retorna para que seja destinada de forma correta sem agredir o meio ambiente e uma empresa relatou que após a implementação de legislação específica a quantidade devolvida de embalagens vazias aumentou.

Percebe-se pelo gráfico 3 que a maior parte dos questionados (62,5%) relata uma situação diversa às questões elaboradas pelo autor. Informam que quem realiza este monitoramento é a ACRA, conveniada ao inpEV.

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D C B A

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A – Sim, sempre é realizado o monitoramento, com o respectivo registro (em sistema, planilha ou outra ferramenta de controle).

B – Às vezes são registradas as informações sobre o retorno de embalagens vazias por cliente.

C – Não existe o registro das informações sobre o retorno das embalagens vazias encaminhadas pelos clientes. D – OUTRA SITUAÇÃO.

Gráfico 3 – Índice de monitoramento de retorno de embalagens vazias por cliente. Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

Após a entrega das embalagens vazias por parte dos consumidores na ACRA a associação elabora um relatório de embalagens recebidas e registra estes dados no SIC que é o Sistema de Informações das Centrais.

O SIC está diretamente ligado ao inpEV e se destina a registrar informações referentes ao monitoramento de retorno do material. Entre os questionados na pesquisa, 25% informa que não executa registro das informações sobre o retorno de embalagens vazias encaminhadas pelos clientes, sendo que 12,5% afirmam existir o monitoramento, com o respectivo registro (em sistema, planilha ou outra ferramenta de controle).

Quanto à orientação ao cliente verifica-se que os estabelecimentos expedem orientações tanto informais (verbais) quanto formais (escritas) por meio de inscrições na Nota Fiscal do produto, inclusive sendo obrigatório por Lei, conforme consta no gráfico 4.

A – Sim, é realizada ORIENTAÇÃO VERBAL sobre a necessidade das embalagens de agrotóxicos vazias serem devolvidas.

B – Sim, é realizada ORIENTAÇÃO POR ESCRITO sobre a necessidade das embalagens de agrotóxicos vazias serem devolvidas.

C – A empresa promove capacitações direcionadas a clientes nas quais evidencia a necessidade do retorno das embalagens vazias.

D – Não existe ação de orientação quanto a necessidade de retorno de embalagens vazias. E – OUTRA SITUAÇÃO.

Gráfico 4 – Índice de orientação ao cliente quanto a necessidade de retorno das embalagens vazias a um posto ou central de recebimento.

Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

Entre os questionados, sete empresas responderam que é realizada a orientação verbal sobre a necessidade das embalagens de agrotóxicos vazias serem devolvidas, todos os questionados afirmaram que é realizada a orientação por escrito sobre a necessidade das

12,5% - A 25% - C 62,5% -D 0 2 4 6 8 E D C B A

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embalagens de agrotóxicos vazias serem devolvidas. Uma empresa alegou não existir nenhuma ação de orientação quanto a necessidade de retorno de embalagens vazias.

Quanto ao índice de empresas que reservam local para o armazenamento de embalagens vazias, dos estabelecimentos questionados, sete estabelecimentos declararam que os consumidores de agrotóxicos em Campo Grande/MS após a utilização do produto se dirigem à ACRA e entregam as embalagens vazias.

O gráfico 5 e 6, representa as respostas para uma pergunta do tipo caixa de seleção, a qual dá a possibilidade do questionado marcar mais de uma resposta ou até descartar uma ou mais respostas.

O gráfico 5 mostra que nenhuma empresa envia embalagens vazias para o fabricante, duas empresas acreditam serem associadas ao inpEV, duas empresas relatam conhecer o destino final dado às embalagens vazias e quatro afirmam que o envio das embalagens vazias é realizado por operador logístico terceirizado.

A – A empresa envia as embalagens para o fabricante. B – É associada ao inpEV.

C – A empresa conhece o destino final das embalagens vazias de agrotóxicos que são entregues ao fabricante.

D – O envio das embalagens vazias é realizado por operador logístico habilitado para realizar o recolhimento e descarte conforme as normas definidas na Lei.

E – OUTRA SITUAÇÃO.

Gráfico 5 – Índice de empresas que enviam as embalagens vazias para o destino ambientalmente adequado. Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

Ainda entre as respostas, três empresas relatam que a Associação Campo-Grandense de Revendas Agrícolas é a responsável pela recepção das embalagens vazias e como terceirizada da logística reversa das empresas se encarrega do envio das embalagens vazias à sua destinação correta.

No gráfico 6, estão colocados os dados referentes à relação das empresas com a logística reversa e os dados mostram que quatro empresas relatam que existe um responsável pela logística reversa, cinco empresas informam que existe pessoal capacitado nesta área e quatro empresas consideram que pode ter alguma vantagem ao adotar a logística reversa e o gerenciamento de resíduos sólidos.

0 2 4 6 8 E D C B A

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A – Existe na minha empresa área específica responsável por Logística Reversa de Resíduos Sólidos de pós-consumo.

B – Existe pessoal tecnicamente capacitado na área ambiental e gerenciamento de resíduos sólidos. C – Minha empresa considera que pode ter alguma vantagem competitiva ao adotar a Logística Reversa e praticar o gerenciamento de resíduos sólidos de pós-consumo.

Gráfico 6 – Relação das empresas com a Logística Reversa. Fonte: Questionário elaborado pelo autor, 2017.

É importante destacar que todos os respondentes conhecem o Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010 e três empresas consideram que a PNRS impactou positivamente suas atividades de negócio. Três empresas afirmaram que anterior à PNRS já existia legislação pertinente ao setor versando sobre o gerenciamento de resíduos sólidos.

Quanto aos benefícios de uma atuação ambiental adequada, todos os questionados acreditam que estes são de ordem financeira e econômica. Além disso, as empresas consideram que os principais benefícios estão relacionados ao cumprimento da Lei, de ordem ambiental e à melhoria da imagem corporativa.

Quanto às dificuldades para implantação da logística reversa, uma empresa respondeu que há falta de conhecimento/planejamento, outro estabelecimento considera a baixa escala de volume de resíduos, duas empresas afirmam ser o alto custo operacional a grande dificuldade para a implantação da logística reversa e a maioria considerou que não há dificuldades.

No tocante à destinação final das embalagens vazias, as oito empresas responderam ser a reciclagem, três empresas acreditam que ocorre a incineração e cinco empresas sabem que além da reciclagem as embalagens vazias podem também ter o destino da incineração.

No que se refere ao nível hierárquico do principal responsável pela Logística Reversa da empresa sete estabelecimentos declaram ser a Diretoria e apenas uma empresa informa que esta responsabilidade está a cargo da Coordenação.

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C B A

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4 RESULTADOS SOBRE OS DADOS COLETADOS

O elenco de informações teóricas em alinhamento às rotinas e gestão permitiu o delineamento de parâmetros de análise quanto à implantação de ações desenvolvidas pelas empresas que comercializam agrotóxicos, em Campo Grande/MS, em cumprimento à PNRS por meio da logística reversa de pós-consumo, que envolvem: questões ambientais, questões legais e ações de logística reversa.

Em relação às questões ambientais, avalia-se que há um forte peso nas estratégias implementadas pelos estabelecimentos questionados, as empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande/MS estão atentas aos impactos que este aspecto pode dar às suas atividades de negócio, levam em consideração o aspecto meio ambiente durante o diagnóstico estratégico e definem seus objetivos, metas e indicadores de desempenho a fim de agregar valor na área ambiental.

Esta definição estratégica se alinha com a nova tendência de gestão, conforme afirma Lora (2000), com o impulso do desenvolvimento industrial, finalmente as empresas estão adotando um comportamento ambiental ativo, transformando uma postura passiva em oportunidades de negócios.

No entanto, mesmo considerando a evolução do pensamento ambiental, as decisões podem ser eminentemente contextuais. Dessa forma, empresas que estão sujeitas a contextos de maiores demandas ambientais tendem a desenvolver uma postura mais proativa em relação ao meio ambiente, seja para antecipar regulamentações, para buscar identidade com a comunidade, para melhorar sua posição de mercado quando a sua conduta ambiental for importante para isso e também para cumprir a legislação vigente a fim de não ter prejuízo em suas atividades de negócio.

As empresas podem, ao mesmo tempo em que geram lucros e riqueza, adotar práticas sustentáveis que lhe tragam benefícios e garantam a preservação do meio ambiente para as futuras gerações, além de possibilitar a sustentabilidade, respeitando a comunidade em que se inserem, gerando empregos e renda. (GUARNIERI, 2011).

No aspecto legal, pode-se salientar que o principal diferencial do setor de defensivos agrícolas é o fato de ele ser sustentado por bases muito firmes. Entende-se que as normas estabelecidas pelas Leis e Decretos específicos são cumpridas.

Quanto às ações de logística reversa das empresas, com a sanção da PNRS, surge a necessidade de que as empresas produzam e organizem os dados e informações gerados nos

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seus processos, com o intuito de disponibilizá-los aos departamentos responsáveis pela implantação de projetos de logística reversa e também para o poder público quando requisitado. De acordo com o art. 33 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os atores envolvidos no processo de geração dos resíduos de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor.

Observa-se pelos dados coletados que as empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande estabeleceram parceria com a Associação Campo-Grandense de Revendas Agrícolas na implementação da logística reversa, coleta e manejo dos resíduos sólidos a fim de se voltarem totalmente para sua atividade-fim. É a ACRA que se responsabiliza pelo recebimento e demais ações até o transporte para que o material tenha o descarte ambientalmente adequado.

Com a transferência de responsabilidade da logística reversa, as empresas acreditam que seus benefícios serão de ordem financeira e econômica, de cumprimento da Lei, ordem ambiental, relacionados à melhoria da imagem corporativa, vantagem logística e vantagem

competitiva sustentável.

O motivo para esta delegação pode ser justificado pelas principais dificuldades citadas: a falta de conhecimento/planejamento e alto custo operacional.

5 CONCLUSÕES

A pesquisa permitiu constatar que as empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande/MS se adequaram ao que preconiza a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, seus princípios, objetivos e instrumentos, porquanto optaram por estabelecer uma parceria para a implementação de um sistema de logística reversa organizado, Sistema Campo Limpo, que acarretou em uma série de vantagens competitivas e benefícios imediatos para o negócio.

As empresas focam apenas na atividade-fim e não tem um aumento considerável nos custos da organização. O canal reverso depende do encadeamento das ações de todos os componentes do sistema atuando de forma planejada e organizada, nas quais uns possam suprir as necessidades de outros e não apenas da atuação isolada de agentes ou instituições.

O segmento de defensivos agrícolas está organizado há mais de uma década e possui um sistema de logística reversa anterior à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

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O Sistema Campo Limpo serviu de modelo para a concepção da PNRS, haja vista a sanção da Lei nº 9.974/2000 que já estabelecia competências e responsabilidades compartilhadas a todos os atores envolvidos no ciclo de vida da embalagem e está completamente alinhado aos princípios da PNRS apresentando resultados cada vez mais sustentáveis.

Ao estabelecer parceria com a ACRA para a implementação de um sistema de logística reversa, as empresas que comercializam agrotóxicos em Campo Grande indiretamente estão promovendo capacitações, atividades de conscientização, sensibilização e educação ambiental, bem como todas as ações realizadas pela associação parceira, tal como recebimento dos resíduos, inspeção, classificação, redução de volume, armazenamento, monitoramento das informações. Além disso os estabelecimentos comerciais orientam seus clientes, de forma formal e informal no que tange à devolução das embalagens vazias. Todas essas são ações desenvolvidas em cumprimento e em consonância à PNRS.

A pesquisa permitiu também identificar as questões importantes sobre o funcionamento do sistema de recolhimento e destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos em Campo Grande/MS e não obstante verificar que estas empresas apresentam sinais claros de maturidade da governança corporativa em atender os requisitos de sustentabilidade.

Ao analisar as quantidades de embalagens vazias devolvidas percebe-se também que o volume vem aumentando a cada ano desde a criação do inpEV, porém é necessário que se intensifique a conscientização de um elo fundamental deste sistema: o produtor rural para que tenha a verdadeira medida de um simples ato de devolver a embalagem logo após o uso do agrotóxico.

Concluindo verifica-se que todas as empresas cumprem com o princípio da Legalidade, sendo que 100% das empresas atuam conforme as Leis e Decretos citados, portanto por tudo o que foi explanado, considera-se que as empresas estão adequadas com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei 7.802 / 1989 – Lei dos Agrotóxicos. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências.

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______. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências.

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