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Estudo locacional para a implantação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no município de Atalanta/SC

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LUIZ GUILHERME LEMOS HESSMANN

ESTUDO LOCACIONAL PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (ETE) NO MUNICÍPIO DE ATALANTA/SC

Palhoça 2013

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LUIZ GUILHERME LEMOS HESSMANN

ESTUDO LOCACIONAL PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO (ETE) NO MUNICÍPIO DE ATALANTA/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitarista.

Orientador: Prof. Carlos Bavaresco, Msc.

Palhoça 2013

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Dedicatória

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a minha família por dar suporte e apoiar minhas decisões, principalmente quanto ao regresso à vida acadêmica para a finalização do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária.

A minha namorada pela paciência e o bom humor que demonstrou durante o período em que estive estudando, principalmente pelas noites e as festas perdidas.

Ao professor Carlos Roberto Bavaresco por ter aceitado ser meu orientador e estar sempre à disposição para o esclarecimento de duvidas.

Aos membros da banca por aceitarem participar deste momento importante de minha vida.

Aos meus colegas de turma com os quais tive bons e maus momentos durante o decorrer do curso, o que fortaleceu os laços de nossa amizade.

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RESUMO

Santa Catarina é o estado com menor porcentagem em coleta e tratamento de esgotamento sanitário do sul do Brasil, sendo a falta de saneamento básico uma das principais causas da poluição dos recursos hídricos. Este tipo de impacto é uma das principais causas do aumento de transmissão das doenças de veiculação hídrica, o que gera uma perda na qualidade de vida da população. Com este contexto o objetivo deste trabalho foi propor a definição de área para a instalação de uma estação de tratamento de esgotos para o município de Atalanta-SCa qual é conhecida por ser “a cidade jardim da mata atlântica”. Para tanto foram realizadas pesquisas bibliográficas, saídas a campo e análises laboratoriais para obtenção de dados e a correta aplicação das metodologias propostas. Além da avaliação da área de implantação foram levantados os impactos causados com a construção e operação do empreendimento.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Classificação dos impactos sistematizada. ... 22

Figura 2 – Relação Energia – Homem - Resíduos... 24

Figura 3 - Efeitos diretos e indiretos do abastecimento de água e do esgotamento sanitário sobre a saúde: esquema conceitual. ... 25

Figura 4 – Comparação entre o abastecimento de água e o tratamento de esgoto por estado brasileiro. ... 26

Figura 5 – Relação entre população, abastecimento de água e rede coletora de esgoto de Santa Catarina, 2008. ... 27

Figura 6 – Localização do município de Atalanta. ... 28

Figura 7 – Limites do município de Atalanta. ... 29

Figura 8 – Divisão das bacias hidrográficas conforme decodificação sugerida pelo estado de Santa Catarina. ... 33

Figura 9–Hidrografia do município de Atalanta ... 34

Figura 10 – Cobertura vegetal do município de Atalanta. ... 35

Figura 11 – Sistema viário no centro de Atalanta. ... 37

Figura 12 – Rede elétrica do município de Atalanta. ... 38

Figura 13 – Representação da Bacia de Contribuição de Esgoto. ... 42

Figura 14 – Foto do corpo receptor ... 46

Figura 15 – Processos erosivos encontrados próximos ao ponto de lançamento de efluentes tratados. ... 47

Figura 16 – Perfil do Rio Dona Luiza no local de lançamento de efluentes tratados. ... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores dos coeficientes utilizados baseados na NBR 9649/86. ... 18

Tabela 2 – Critérios de avaliação definidos para o estudo de concepção de uma ETE. ... 18

Tabela 3 – Classificação da área do empreendimento. ... 19

Tabela 4 – Relação de fatores e pontuações para a escolha da área de implantação da ETE. . 20

Tabela 5 – Relevância dos impactos conforme pontuação final. ... 22

Tabela 6 – Relação entre a população da região hidrográfica e a atendida por redes de esgoto. ... 27

Tabela 7 – População do município de Atalanta conforme censos realizados. ... 30

Tabela 8 – IDHM de Atalanta/SC. ... 30

Tabela 9 – Sub-bacias principais. ... 33

Tabela 10 – Intensidades de chuvas para a região de Agrolândia. ... 36

Tabela 11 – Intensidades de chuvas para a região de Ituporanga. ... 36

Tabela 12 – Consumidores e consumo de energia elétrica em Atalanta no período de 2004-2008. ... 39

Tabela 13 – Número de consumidores e demanda de energia elétrica, segundo tipologia das unidades consumidoras – Atalanta – 2008. ... 39

Tabela 14 – Indicadores de abastecimento de água em Atalanta – 2010. ... 40

Tabela 15 – Rede de distribuição de água no município de Atalanta. ... 40

Tabela 16 – Indicadores municipais de saneamento básico em Atalanta – 2010. ... 41

Tabela 17 – Área das bacias de contribuição em km² e ha. ... 43

Tabela 18 – Estimativa populacional do município de Atalanta, com ênfase na população urbana. ... 44

Tabela 19 – Resultados das análises físicas, químicas e bacteriológicas do Rio Dona Luiza.. 49

Tabela 20 - Avaliação dos impactos gerados na implantação e operação da ETE. ... 51

Tabela 21 – Avaliação de impacto referente aos processos erosivos. ... 53

Tabela 22 – Avaliação de impactos referente à formação de áreas degradadas. ... 54

Tabela 23 – Avaliação do impacto referente à alteração da qualidade de água. ... 54

Tabela 24 - Avaliação do impacto referente à contaminação do solo. ... 55

Tabela 25 - Avaliação do impacto referente à poluição do lençol freático. ... 56

Tabela 26 - Avaliação do impacto referente à alteração da paisagem. ... 56

Tabela 27 - Avaliação do impacto referente à perda de habitat para a fauna terrestre. ... 57

(9)

Tabela 29 - Avaliação do impacto referente à alteração da biota aquática. ... 58

Tabela 30 - Avaliação do impacto referente ao aumento do tráfego local. ... 59

Tabela 31 - Avaliação do impacto referente às expectativas e incertezas quanto à implantação do empreendimento. ... 59

Tabela 32 - Avaliação do impacto referente à emissão de ruídos. ... 60

Tabela 33 - Avaliação do impacto referente à interferência no cotidiano da comunidade. ... 61

Tabela 34 - Avaliação do impacto referente ao aumento do volume de resíduos e efluentes gerados. ... 62

Tabela 35 - Avaliação do impacto referente à geração de odores. ... 62

Tabela 36 - Avaliação do impacto referente à melhoria na infraestrutura local... 63

Tabela 37 - Avaliação do impacto referente à saúde ambiental. ... 63

Tabela 38 - Avaliação do impacto referente à interação homem natureza. ... 64

Tabela 39 - Avaliação do impacto referente ao controle/diminuição da poluição do solo e água por esgoto doméstico. ... 65

(10)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 11 2 JUSTIFICATIVA ... 12 3 OBJETIVOS ... 13 3.1 GERAL ... 13 3.2 ESPECÍFICO ... 13 4 METODOLOGIA ... 14 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ... 14 4.2 POPULAÇÃO DE PROJETO ... 14 4.2.1 Estimativa Populacional ... 14

4.3 DEFINIÇÃO DA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO ... 16

4.4 TAXA DE INFILTRAÇÃO... 16

4.5 DEFINIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DA ETE ... 17

4.6 ALTERNATIVAS DE ÁREAS PARA IMPLANTAÇÃO ... 18

4.7 LEVANTAMENTO DE IMPACTOS GERADOS ... 21

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 24

5.1 SANEAMENTO ... 24

5.2 SANEAMENTO NO BRASIL E EM SANTA CATARINA ... 26

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ... 28

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 42

6.1 DEFINIÇÃO DA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DE ESGOTO ... 42

6.2 ESTUDO POPULACIONAL ... 44

6.3 CÁLCULO DE VAZÃO DE INFILTRAÇÃO ... 45

6.4 CÁLCULO DE VAZÃO ... 45

6.5 CORPO RECEPTOR ... 46

6.6 LEVANTAMENTO E DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ...49

(11)

6.7 LEVANTAMENTO DE ÁREAS PARA IMPLANTAÇÃO DA ETE .... 65

6.8 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA ETE ... 68

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 70

8 REFERÊNCIAS ... 71

(12)

1 INTRODUÇÃO

A Constituição Brasileira em seu art. 225 dispõem que:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Em confronto a este artigo temos a poluição dos recursos hídricos, a qual muitas vezes é ocasionada pela falta de tratamento de efluentes domésticos e industriais nos centros urbanos, gerando malefícios diretos a saúde da população e ao meio ambiente. Segundo pesquisa realizada pelo Trata Brasil, opus cit. Seroa e Mendonça (2004), na literatura são encontradas estimativas que evidenciam que a relação entre gastos de saneamento e saúde em termo de efetividade de custo-benefício varia de 4 para 1 até pouco menos de 1,5 para 1, que representa quanto se poupa de saúde gastando em saneamento.

Para tanto o Governo Federal decretou a Lei 11.445 de 2007, a qual estabelece as diretrizes e prazos nas questões relacionadas ao saneamento básico, sendo este um tema complexo e multidisciplinar. Segundo esta lei o saneamento básico compreende ações nas questões de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

Neste trabalho será abordado o tema esgotamento sanitário, mais precisamente no levantamento de impactos e áreas para a implantação de uma estação de tratamento de esgoto sanitário (ETE) no município de Atalanta – Santa Catarina, o qual é conhecido atualmente como “A cidade jardim da Mata Atlântica”. Trata-se de um município de pequeno porte, com 3.300 habitantes segundo ultimo censo realizado, economia voltada para a agricultura e que vem aumentando sua população urbana no decorrer dos últimos anos.

Para a definição da área de implantação da ETE foram realizados levantamentos bibliográficos, análises laboratoriais e pesquisas de campo, assim como metodologias especificas para a avaliação destas áreas. Durante a pesquisa bibliográfica foi encontrado no Plano Diretor Participativo do município a Lei Complementar 001/2008, na qual está descrito, em sua seção VI, as diretrizes para o saneamento básico da cidade de Atalanta. No texto está prevista a viabilização para a implantação de uma rede coletora e uma ETE para atender o esgotamento sanitário doméstico, o que vem a reforçar a realização deste trabalho.

(13)

2 JUSTIFICATIVA

O estado de Santa Catarina apresenta uma realidade preocupante quanto à coleta e tratamento dos efluentes domésticos gerados, sendo coletado aproximadamente 17,8% (Instituto Trata Brasil, 2013).

O município de Atalanta esta localizado no Alto Vale do Itajaí – Santa Catarina, sendo sua hidrografia pertencente à Região Hidrográfica 7 (RH7). Esta RH é caracterizada por se apresentar como a segunda região com menor porcentagem de coleta e tratamento de esgoto sanitário no estado de Santa Catarina (ABES, 2013).

Além das problemáticas apresentadas no parágrafo anterior a zona urbana de Atalanta apresenta-se crescente quanto a sua população, e por consequência ocasionou um aumentou na preocupação do poder legislativo com questões voltadas à saúde, o bem estar e com o meio ambiente.

(14)

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Elaborar estudo de concepção para um Sistema de Esgotamento Sanitário para o município de Atalanta/SC.

3.2 ESPECÍFICO

a) Caracterização do município;

b) Definição das bacias de contribuição c) Estimativa populacional;

d) Taxa de infiltração;

e) Cálculo de contribuição diária de esgoto; f) Levantamento de impactos gerados; g) Alternativas de áreas para implantação;

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4 METODOLOGIA

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

A caracterização do município de Atalanta-SC foi realizada a partir de fontes secundárias, tendo como base os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Plano Diretor Regional Participativo (ATALANTA, 2008) e a publicação Santa Catarina em números (SEBRAE, 2010).

Esta caracterização permite uma visualização geral da região e uma descrição mais abrangente em termos do processo de desenvolvimento do município. Ao mesmo tempo, ela fornece indicativos importantes sobre a sua infraestrutura, economia e características naturais, possibilitando assim obter uma visão geral da região.

4.2 POPULAÇÃO DE PROJETO

Para a elaboração de um projeto de esgotamento sanitário é necessário, inicialmente, definir o período de alcance do projeto, estudo populacional e análise de informações planialtimétricas da área de trabalho.

O estudo populacional pode ser dividido em duas etapas, população de início de projeto e população de final de projeto. Segundo NBR 9648/86 classifica-se:

População Inicial

A população atendível no ano de inicio de operação. Como forma de certificar a veracidade e amparar os resultados obtidos neste trabalho foram utilizados os dados do último censo demográfico divulgado pelo IBGE (2010) com base.

População Final

A atendível no alcance do plano de projeto. A população de final de plano é necessária para estimar, mesmo sujeita a erros, o número de indivíduos para o qual o sistema deve ser projetado. Para tanto esta estimativa deve ser realizada de forma criteriosa, sendo neste trabalho utilizados os dados de censo divulgado pelo IBGE.

4.2.1 Estimativa Populacional

A estimativa populacional teve como base a utilização dos métodos aritmético e geométrico. Estes métodos consistem na taxa de crescimento da populacional em função da

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população existente a cada instante, geralmente utilizado para estimativas de menor prazo (PEREIRA, 2010, p.. 101).

Os dados para a aplicação do método foram obtidos junto ao IBGE. Foram verificados os dados referentes à população urbana do município, a qual foi atendida na primeira etapa do projeto.

As equações utilizadas para estimativa populacional estão apresentadas nas equações 1a 4: Processo Aritmético (1) P = P2 + ka(t - t2) (2) Onde: ka – incremento populacional P – população de projeto

P1 – população do primeiro censo representativo, realizado no t1 P2 – população do segundo censo, realizado no t2

t1 – ano do primeiro censo a utilizado t2 – ano do segundo censo a utilizado

t – ano que se deseja determinar a população

Processo Geométrico (3) (4) Onde: q – razão de crescimento P – população de projeto

(17)

P0 – população do primeiro censo representativo, realizado no t0 P1 – população do segundo censo, realizado no t1

t1 – ano do primeiro censo a utilizado t2 – ano do segundo censo a utilizado

t – ano que se deseja determinar a população

4.3 DEFINIÇÃO DA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO

Para a definição da bacia de contribuição foi utilizada uma planta planialtimétrica (Anexo A) cedida pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN), referente ao município de Atalanta.

De posse da planta foram analisadas as cotas encontradas no município, onde foi definido que diferenças de cotas de até 5 (cinco) metros resultariam na limitação de uma bacia, estes dados foram analisados juntamente com informações do plano diretor e de informações obtidas junto a Prefeitura de Atalanta, para assim abranger as áreas de expansão imobiliária atuais da área.

O levantamento topográfico é fundamental para o desenvolvimento do trabalho, pois é através deste que são identificadas as áreas que serão atendidas, as vias urbanas, corpos da água e a definição do traçado da rede coletora e do local de instalação das unidades de recalque e de tratamento. .

4.4 TAXA DE INFILTRAÇÃO

A taxa de infiltração ocorre por diversos fatores, como a profundidade do lençol freático, extensão da rede coletora, tipo de solo, entre outras. Para o cálculo da vazão de infiltração deste trabalho será observado à planta planialtimétrica do município para a verificação dos arruamentos juntamente com a definição das bacias de contribuição, estimando assim a extensão da rede coletora de esgotamento sanitário. Após a definição da extensão da rede será utilizada a Equação 5 para a definição da vazão de infiltração.

(18)

Onde:

Qinf = Vazão de infiltração (L/s.km) Lrede = Comprimento da rede (km) C = Coeficiente de infiltração (L/s.km)

O coeficiente de infiltração é descrito na NBR 9649, variando de 0,05 a 1,0 L/s.km. Como fator de segurança, principalmente pela falta de dados da área, será utilizado o valor de 0,50 L/s.km para este trabalho.

4.5 DEFINIÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DA ETE

Para determinação das características da ETE se faz necessário o cálculo da vazão contribuinte, sendo esta calculada para a vazão de início de plano e para vazão de final de plano. Para tanto as fórmulas são apresentada nas Equações 6 e 7.

a) Vazão de esgoto sanitário de início de plano:

(6)

Onde:

Qesi – Vazão de esgoto sanitário (L/s); C – Coeficiente de retorno;

Pi – População de inicio de plano; qi – Per capita inicial (L/hab.dia);

K2–Coeficiente de máxima vazão horária; Qinf– Vazão de infiltração.

b) Vazão de esgoto sanitário de final de plano:

(7)

Onde:

Qesf – Vazão de esgoto de final de plano (L/s); Pf – População de final de plano;

(19)

qf – Per capita final (L/hab.dia); C – Coeficiente de retorno;

K1 – Coeficiente de máxima vazão diária; K2 - Coeficiente de máxima vazão horária; Qinf – Vazão de infiltração.

Os dados utilizados para este cálculo tem como base a NBR 9649/86, a qual recomenda a utilização para os coeficientes presentes nas fórmulas, conforme Tabela1.

Tabela 1 – Valores dos coeficientes utilizados baseados na NBR 9649/86.

Coeficiente Valores

Coeficiente de retorno (C) 0,8

Coeficiente de máxima vazão diária (K1) 1,2

Coeficiente de máxima vazão horária (K2) 1,5

Coeficiente de mínima vazão horária (K3) 0,5

Taxa de contribuição de infiltração (TI) 0,5L/s.km

Fonte:Autor apud NBR 9649.

Os possíveis locais para a implantação da estação de tratamento de esgoto (ETE) foram definidos através da análise da bacia de contribuição e da planta planialtimétrica, levando em consideração a ocupação do solo, corpos receptores e os impactos sobre a população local e ao meio ambiente, tanto na implantação como na operação.

4.6 ALTERNATIVAS DE ÁREAS PARA IMPLANTAÇÃO

Para a definição da área de instalação da ETE foram estabelecidos fatores e critérios para a realização da análise dos locais levantados. Estes fatores foram divididos em grupos para facilitar a análise, conforme Tabela 2.

Tabela 2 – Critérios de avaliação definidos para o estudo de concepção de uma ETE.

Critérios de Avaliação Fatores

Físicos e Bióticos

Topografia, solo, espaço físico, cobertura vegetal, características do solo, distanciamento do corpo receptor e da estação de recalque, proximidade com a cidade, riscos de cheias, danos à fauna terrestre e possibilidade de afastamento.

Usos do solo Ocupação da área.

Socioeconômicos Odores, ruídos, modificação na paisagem, vetores.

Custo de implantação Preço do terreno, investimento ETE.

(20)

Juntamente ao estabelecimento dos critérios e fatores de análise foram definidos pesos para cada fator, os quais foram analisados a partir da importância individual de cada um no conjunto do empreendimento. Estes pesos foram estabelecidos de forma a possibilitar um balanço coerente para a valoração, que foi estipulada em 1.000 quando atingida a pontuação máxima.

Para tanto se definiu os seguintes pesos para cada critério de avaliação:  Aspectos físicos e bióticos – Peso 300.

 Usos do solo – Peso 250.

 Fatores socioeconômicos – Peso 250.  Custo de implantação – Peso 200.

Cada um dos fatores definidos recebeu uma nota que varia de 1 (nota mínima) a 10 (nota máxima) para representar o grau de importância para cada uma das áreas levantadas para a implantação da ETE. Para cada critério serão somadas as notas máximas e, separadamente, as notas de cada área para aplicarmos uma média e definir o peso relativo para cada uma das alternativas encontradas, conforme apresentado na equação (8):

(8)

Onde:

V = Valoração para área;

εA – Somatório para área escolhida;

εNM – Somatório das notas máximas para o critério; P – Peso referente ao critério avaliado.

Ao aplicar o método os valores encontrados para cada critério serão somados e a pontuação final será classificada dentro de uma das categorias definidas para este trabalho, as quais estão descritas na Tabela 3.

Tabela 3 – Classificação da área do empreendimento.

Pontuação Classificação da área do empreendimento

Abaixo de 599 Área imprópria

Entre 600 e 699 Área regular

Entre 700 e 799 Área boa

Entre 800 e 899 Área muito boa

Acima de 900 Área ótima

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Para ser possível realizar uma avaliação igualitária entre as áreas destinadas a implantação da ETE foram adotadas as classificações descritas na Tabela 4 para a efetivação da pontuação dos fatores apresentados.

Tabela 4 – Relação de fatores e pontuações para a escolha da área de implantação da ETE.

Fatores Classificação Pontuação

- Topografia Plano 10 a 9 Levemente Inclinado 8 a 7 Inclinado 6 a 5 Muito Inclinado 4 a 3 Extremamente inclinado 2 a 1 - Espaço Físico Ótimo 10 Muito Bom 9 a 8 Bom 7 a 5 Regular 4 a 2 Impróprio 0 - Cobertura Vegetal Inexistente 10 Pouca Vegetação 9 a 7 Média Vegetação 6 a 4 Muita Vegetação 3 a 1 - Características do Solo Impermeável 10 Pouco Permeável 9 a 8 Permeável 7 a 5 Muito Permeável 4 a 2 Extremamente Permeável 1 - Distanciamento do Corpo Receptor Menos de 500 m 10 a 9 De 501 a 900 m 8 a 7 De 901 a 1300 m 6 a 5 De 1301 a 1700 m 4 a 3 Mais de 1701 m 2 a 1 - Distanciamento da Estação de Recalque Menos de 500 m 10 a 9 De 501 a 900 m 8 a 7 De 901 a 1300 m 6 a 5 De 1301 a 1700 m 4 a 3 Mais de 1701 m 2 a 1 - Proximidade da Cidade Mais de 1701 m 10 a 9 De 1301 a 1700 m 8 a 7 De 901 a 1300 m 6 a 5 De 501 a 900 m 4 a 3 Menos de 500 m 2 a 1 - Risco de Cheias Improvável 10 Baixo 9 a 7 Médio 6 a 4 Alto 3 a 1 - Percepção de Odores Improvável 10 Baixo 9 a 7 Médio 6 a 4 Alto 3 a 1 - Observação de Vetores Improvável 10 Baixo 9 a 7 Médio 6 a 4 Alto 3 a 1

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Fatores Classificação Pontuação - Percepção de Ruídos Improvável 10 Baixo 9 a 7 Médio 6 a 4 Alto 3 a 1

-Danos a Fauna Terrestre

Improvável 10 Baixo 9 a 7 Médio 6 a 4 Alto 3 a 1 Uso do Solo Área Publica 10 Áreas Rurais 9 a 6 Áreas Urbanas 5 a 1 - Possibilidade de Afastamento Alto 10 Médio 9 a 7 Baixo 6 a 4 Improvável 3 a 1

- ETE Fora de Visão

Alto 10 Médio 9 a 7 Baixo 6 a 4 Improvável 3 a 1 - Preço do Terreno Baixo 10 a 8 Médio 7 a 4 Alto 3 a 1 - Investimento ETE Baixo 10 a 8 Médio 7 a 4 Alto 3 a 1 Fonte: Autor, 2013.

4.7 LEVANTAMENTO DE IMPACTOS GERADOS

Para este levantamento foi adaptado uma metodologia utilizada na empresa Terra Ambiental em um de seus empreendimentos. Ela consiste em atribuir pesos conforme sua relevância as várias características inerentes (importância, abrangência, etc.).

Cada impacto recebeu uma classificação segundo as suas possibilidades, acumulando-se os pesos correspondentes, cujo resultado foi repassado para a matriz de impactos, de maneira a mensurar de forma quantitativa o impacto, conforme classificação apresentada na Figura 1.

(23)

Figura 1 – Classificação dos impactos sistematizada.

Fonte: Terra Ambiental, 2013.

As características são diferenciadas através da multiplicação, dada pelas seguintes características:

natureza: positiva (+) ou negativa (-) a partir do conhecimento e sensibilidade

ambiental de cada técnico integrante da equipe;

importância: irrelevante, baixa, média e alta de 1 a 4. magnitude: irrelevante, baixa, média e alta de 1 a 4.

O valor final poderá ser positivo (+) ou negativo (-), caso o impacto seja benéfico ou danoso, respectivamente. Ainda, se esse valor for nulo ou insignificante, a célula na matriz é deixada em branco.

A partir desta valoração, definiu-se a relevância de cada impacto em relação a cada componente socioambiental, sendo apresentada a quantificação na Tabela 5.

Tabela 5 – Relevância dos impactos conforme pontuação final.

Pesos Impacto

Até 50 Irrelevante

Entre 51 e 100 Pouco Relevante

Entre 101 e 140 Mediamente Relevante

Entre 141 e 190 Muito Relevante

Superior a 191 Extremamente Relevante

Fonte: Autor, 2013.

Característica de Forma (Ordem)– refere-se à forma como o efeito do impacto

manifesta-se sobre a variável ambiental. São classificados como impactos diretos e indiretos.

Característica de Incidência – refere-se há quanto tempo irá demorar para que o

impacto seja sentido no ambiente. Podendo ser classificado como impacto de curto prazo e de longo prazo.

(24)

Característica de Reversibilidade / Potencialidade – caso o impacto seja

classificado como negativo, dirá respeito à capacidade de reversão do(s) parâmetro(s) para a(s) condição(ões) prévia(s), antes da interferência realizada pelo empreendimento. Caso o impacto seja classificado como positivo, dirá respeito à capacidade de potencialização do benefício obtido.

Característica de Abrangência – trata-se da classificação do impacto segundo a

sua área de impacto, podendo ela ser local ou regional.

Característica de Permanência – refere-se à periodicidade originada pelo

impacto no âmbito do aparecimento dos efeitos, podendo ser descrito como de curto prazo, longo prazo ou permanente.

Característica de Probabilidade (frequência em função da intensidade) -

referem-se à possibilidade de ocorrência do impacto, sendo ela designada como Baixa, Média ou Alta probabilidade.

Característica de Natureza (valor ou sentido)– corresponde à classificação da

natureza valorativa dos impactos, isto é, se o seu efeito sobre a variável ambiental é benéfico ou adverso à qualidade que ela apresenta no momento em que sobre a ação do impacto. Pode ser considerado como impacto positivo (benéfico) ou impacto negativo (adverso).

Característica de Importância – corresponde à importância do recurso atingido

pelo impacto em relação ao todo. Dividindo-se em impacto irrelevante, impacto de baixa importância,impacto de média importância e impacto de alta importância.

Característica de Magnitude – refere-se à mensuração da alteração processada a

partir de uma variável ambiental e que implica pelo menos em a) uma alteração no parâmetro em si ou, b) a provocação de uma rede de acontecimentos necessariamente posteriores em relação à sua situação prévia. Pode ser classificado como impacto irrelevante, impacto de baixa magnitude, impacto de média magnitude, impacto de alta magnitude.

(25)

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 SANEAMENTO

Por definição da lei 11.445/2007, saneamento básico é definido como conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

A questão do saneamento é de grande importância para a manutenção do ambiente no qual o homem está inserido, pois como relata Jordão (2011, p. 2), historicamente verifica-se o comodismo natural entre do homem com suas fontes de energia, as quais após consumo geram uma série de subprodutos considerados indesejáveis. A Figura 2 representa o tipo de envolvimento do homem com os resíduos gerados.

Figura 2 – Relação Energia – Homem - Resíduos

Fonte: Jordão, 2011.

Segundo Braga (2005, p. 6) podemos utilizar o termo poluição para o resultado da utilização dos recursos naturais pelo homem. A poluição é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou biológicas no meio ambiente que cause ou possa causar prejuízo à saúde, sobrevivência ou atividades de seres humanos e outras espécies ou ainda deteriorar materiais.

Para fins legais, definidos pela lei 6.938/1981, poluição é a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

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a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

Sendo assim podemos dizer que a poluição do meio ambiente é um assunto de interesse público, pois envolve questões decorrentes de um rápido crescimento econômico associado à exploração dos recursos naturais (FUNASA, 2007 p.15).

Em decorrência do rápido crescimento da população dos países em desenvolvimento nos últimos 20 anos, o número de indivíduos não servidos por água potável e saneamento tem aumentado e não diminuído (WHO, 1996 opus cit. GOUVEIA, 1999 p. 54).

Segundo Leme (1982, p. 1) o saneamento visa à proteção da saúde humana por meio de medidas de manejo dos resíduos gerados, compreendendo-o como elemento básico para a prevenção de doenças.

Como forma de reforçar Leme, Heller (s. d., p. 77) afirma que países com melhores coberturas por saneamento têm populações mais saudáveis, o que por si só constitui um indicador de nível de desenvolvimento, conforme demonstra a Figura 3.

Figura 3 - Efeitos diretos e indiretos do abastecimento de água e do esgotamento sanitário sobre a saúde:

esquema conceitual.

(27)

5.2 SANEAMENTO NO BRASIL E EM SANTA CATARINA

Segundo informativo do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia - Sinaenco (2013, p. 6), podemos caracterizar a evolução do saneamento no Brasil como lenta e desigual nas últimas décadas. Foram observados conquistas e avanços na cobertura do abastecimento de água e na diminuição dos lixões, mas a situação do esgotamento sanitário apresenta-se em descompasso entre a necessidade da população e as melhorias efetivadas para atendê-las.

O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em seu diagnóstico apresentado para o ano de 2011 (p. 25) apresenta mapas relacionados ao abastecimento de água e do tratamento de esgoto registrados no Brasil em 2011 (Figura 4).

Figura 4 – Comparação entre o abastecimento de água e o tratamento de esgoto por estado brasileiro.

Fonte: Autor, 2013.

Observando a Figura 4, retiradas do diagnóstico do SNIS de 2011, pode-se notar que a grande maioria dos estados brasileiros apresenta valores próximos a 90 % no abastecimento de água a população, o tratamento de esgoto apresenta-se deficiente em comparação, sendo que a maior parte dos estados federativos está disposta na faixa de 20,1 a 40%.

Aisse (2000, p. 20) ressalta que embora o esgoto provoque muitos problemas como poluição, contaminação bacteriana e o aparecimento de doenças, entre outros, seu tratamento é inexistente na maior parte dos municípios brasileiros.

(28)

Conforme Édison Carlos (SINAENCO, 2013 p. 6) este déficit que pode ser notado atualmente é resultado da combinação entre a ausência persistente de investimentos e a rápida urbanização.

Para o estado de Santa Catarina foi apresentada, pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) em 2008, a relação entre a população do estado atendida pelo abastecimento de água e coleta de esgoto, conforme apresentado na Figura 5.

Figura 5 – Relação entre população, abastecimento de água e rede coletora de esgoto de Santa Catarina, 2008.

Fonte: Autor, 2013.

No mesmo trabalho foram apresentados os dados da população atendida por redes coletoras de esgoto divididas pelas regiões hidrográficas (Tabela 6), apresentando um índice de atendimento para cada área (ABES, 2008).

Tabela 6 – Relação entre a população da região hidrográfica e a atendida por redes de esgoto. Região

Hidrográfica

População dos Municípios População Atendida Índice de Atendimento

Total Urbana Total Urbana Total Urbana

Habitante Habitante Habitante Habitante % %

RH1 205.070 101.186 6.799 6.799 3,32 6,72 RH2 425.552 303.747 22.545 22.545 5,30 7,42 RH3 404.436 285.109 19.783 19.783 4,89 6,94 RH4 404.436 340.435 38.943 36.614 9,63 10,76 RH5 356.574 249.024 16.299 10.999 4,57 4,42 RH6 794.438 647.406 135.440 114.591 17,05 17,70 RH7 1084.215 807.624 7.358 6.451 0,68 0,80 RH8 981.216 894.884 245.673 245.673 25,04 27,45 RH9 275.915 181.681 31.221 28.932 11,32 15,92 RH10 439.708 328.196 0 0 0,0 0,0

Fonte: SNIS 2006 apud ABES 2008.

Os dados da Tabela 5apontam a RH 7, que representa a região do Vale do Itajaí, como a segunda região com o pior índice em atendimento por rede de coleta de esgotos. Tal

5.866.252

4.700.041

560.814

População Total População Atendida pelo Abastecimento de

Água

População Atendida pela Rede de Esgoto

(29)

fato torna-se surpreendente, visto que a região é a que detém um dos maiores índices de atendimento em abastecimento de água do Estado (ABES, 2008 p. 15).

Ainda em relação ao relatório apresentado pela ABES (2008, p. 28) o fato de que em Santa Catarina mais de 90% da população total não têm acesso ao sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário é alarmante, sendo necessárias ações integradas de todos os agentes envolvidos na administração estadual visando melhorar as condições de saúde pública e reduzindo a degradação do ambiente urbano e rural.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Área do Município

No Plano Diretor Participativo (ATALANTA, 2008, p. 12) está descrito que Atalanta é conhecida atualmente como “Capital ecológica de Santa Catarina”, estando localizada no centro-leste catarinense, distante 199 quilômetros da capital, a uma latitude de 27º 25’12’’Sul e uma longitude de 49º 46’52’’ Oeste. A Figura 6 mostra a localização do município em relação ao estado de Santa Catarina e ao Alto Vale do Itajaí.

Figura 6 – Localização do município de Atalanta.

(30)

A área total do município de Atalanta é de 98,1 km2, sendo 1,6 Km² a área do perímetro urbano e 96,5 Km² de zona rural. A altitude média da sede é de 548 metros acima do nível do mar (ATALANTA, 2008, p. 12).

Atalanta tem os seguintes limites municipais conforme pode ser observado naFigura 7:

ao Norte: Agronômica e Agrolândia; ao Sul: Petrolândia;

ao Leste: Ituporanga; ao Oeste: Agrolândia.

Figura 7 – Limites do município de Atalanta.

Fonte: Autor, 2013.

População

A população do município de Atalanta foi colonizada por descendentes de imigrantes alemães, poloneses e italianos (ATALANTA, 2008, p. 9).

Por se tratar de uma cidade pequena com economia voltada a agricultura familiar, e pela falta de incentivo para a permanência dos cidadãos no meio rural, vem apresentando um decline na população do município desde o censo de 1991, ano em que foi registrado o maior número de moradores no município pelo IBGE (Tabela 7).

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Tabela 7 – População do município de Atalanta conforme censos realizados.

Ano População

Total Urbana Rural

1980 3.487 616 2.871 1996 3.654 1.227 2.427 2000 3.429 1.133 2.296 2010 3.300 1.368 1.932 2013* 3.310 - - Fonte: IBGE, 2013.

*Estimativa populacional IBGE 2013.

Sua população continua sendo mais significante no meio rural, onde encontramos pequenas propriedades mantidas pela agricultura familiar, porém podemos notar que a relação entre o crescimento da população urbana e rural não se manteve regular, o que indica um forte êxodo rural nas ultimas décadas.

Apesar da diminuição da população nos últimos censos oficiais, o Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM) vem aumentando conforme o decorrer dos anos, como representado na Tabela 8.

Tabela 8 – IDHM de Atalanta/SC.

Ano do censo IDHM

1991 0,476

2000 0,599

2010 0,733

Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento apud IBGE, 2013.

Economia

O setor primário é à base da economia do município. A atividade primária predominante no município continua sendo a agricultura, com ênfase para a cebola, fumo e milho, além do extrativismo, destacando-se a extração de madeira (ATALANTA, 2008, p.. 20).

Segundo a Lei Complementar 001/2008 de Atalanta (2008) a estrutura fundiária de Atalanta caracteriza-se pela predominância de minifúndios e ainda predomina o trabalho familiar. A predominância dessa estrutura agrária favorece o desenvolvimento de lavouras de ciclo de vida curto (feijão, fumo, cebola, milho, etc.), da pecuária leiteira e da criação de pequenos animais (aves e suínos).

No que diz respeito à exploração de recursos naturais, no município foi constatada a extração mineral de cascalho, utilizado como revestimento primário nas estradas municipais. A extração vegetal é representada pela produção de lenha para abastecer as estufas de fumo e

(32)

de madeira em tora para fabrica de papel e celulose e madeira beneficiada (ATALANTA 2008, p. 22).

No setor secundário, ou seja, a atividade industrial tem pouca expressão no município, das 14 empresas existentes, as mais importantes atuam na área de beneficiamento e desdobramento de madeira, fabricação de móveis de madeira e fabricação de equipamentos e máquinas agrícolas (ATALANTA, 2008, p.. 23).

Principais produtos industrializados:  Madeira: madeira bruta e beneficiada;  Mobiliário: móveis e esquadrias;

 Máquinas: Carretas traçadas e implementos para micro tratores;

 Cerâmica: aparelhamento e trabalhos em mármore, granito e ardósia;Artefatos de cimento;

 Confecções: jeans, peças do vestuário e acabamentos em tecidos;

 Conservas: Processamento, e produção de conservas de legumes e outros vegetais;

 Abatedouros: abate bovino, suíno e de aves e preparação de carnes.

O desenvolvimento do setor terciário em Atalanta está intimamente ligado ao crescimento dos demais setores, que ao desenvolverem-se aumentam consequentemente, a geração de renda que é gasta no comércio local (ATALANTA, 2008, p. 24).

As atividades desse setor são razoavelmente diversificadas com seus 46 estabelecimentos comerciais, atendendo os produtos de primeira necessidade a comunidade de Atalanta. A maioria dos estabelecimentos deste setor estão localizadas no centro da cidade e classificam-se como micro empresas (ATALANTA, 2008, p. 24).

Geologia

No Alto Vale do Itajaí aparecem Formações Gonduânicas pertencentes à área da Bacia do Paraná e constituídas por sedimentos de idade permiana, identificados como Supergrupo Tubarão (ATALANTA, 2008, p. 44).

Dentro deste supergrupo está compreendido o Grupo Itararé, com as Formações Mafra e Rio do Sul, expostas nos fundos dos vales dos rios Itajaí do Sul e do Oeste pelos seus profundos entalhamentos, e o Grupo Guatá, com a Formação Rio Bonito (ATALANTA, 2008, p. 44).

(33)

Independente do Supergrupo Tubarão é encontrado também o Grupo Passa Dois, com as Formações Irati e Serra Alta (ATALANTA, 2008, p. 44).

Solos

Na região há uma dominância quase absoluta de cambissolos originados de rochas sedimentares (argilosos, siltitos, folhelhos), frutos da degradação das rochas pela ação do clima, do intemperismo e da erosão dos rios (ATALANTA, 2008, p. 45).

Os tipos de cambissolos existentes na região são:  Cambissolos Húmicos;

CambissolosÀlicos; Cambissolos Litólicos; Cambissolo Distrófico Álico;

Revelo

O município de Atalanta conta com um relevo é levemente ondulado, apresentando partes de níveis diferentes, limitadas por serras nas localidades de Alto Dona Luiza, Santo Antônio e São Miguel (ATALANTA, 2008, p. 45).

O relevo do município está assim distribuído:  Terreno plano: 15%;

Terreno acidentado: 10%; Terreno ondulado: 50%; Terreno montanhoso: 25%.

As altitudes variam de 400 a 1000 metros, a altitude média é de 600 a 700 metros no centro. A Serra do Pitoco aparece num trecho da divisa entre Atalanta, Agrolândia e Petrolândia na parte sul, onde atinge 1000 metros acima do nível do mar (ATALANTA, 2008, p. 46).

Hidrografia

Considerando o fato das bacias hidrográficas de Santa Catarina apresentarem pequenas dimensões e relativa conformidade em seus aspectos físicos e socioeconômicos, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente - SDS caracterizou o Estado em 10 Regiões (ABES, 2008), conforme Figura 8.

(34)

Figura 8 – Divisão das bacias hidrográficas conforme decodificação sugerida pelo estado de Santa Catarina.

Fonte: ZANATTE, 2003.

A área de estudo esta inserida na Bacia do Rio Itajaí Açu, definido como Região Hidrográfica (RH) 7, sendo o maior curso d'água o rio Itajaí-açu, formado pela junção dos rios Itajaí do Oeste e Itajaí do Sul, no município de Rio do Sul. A bacia do Itajaí se divide naturalmente em sete sub-bacias hidrográficas principais (COMITÊDO ITAJAÍ, 2010), sendo apresentado na Tabela 9 o comprimento dos rios e as áreas relativas a cada sub-bacias.

Tabela 9 – Sub-bacias principais.

Sub-bacias Comprimento do rio (km) Área da bacia (km²)

Itajaí do Sul 101,0 km 2.027,6 km² Itajaí do Oeste 132,0 km 3.013,7 km² Itajaí do Norte 185,0 km 3.354,2 km² Benedito 83,0 km 1.500,1 km² Luiz Alves 59,6 km 578,7 km² Itajaí-açu 188,0 km 2.780,0 km² Itajaí Mirim 170,0 km 1.677,2 km²

Fonte: Comitê do Itajaí, 2010.

Conforme relatório apresentado pelo Comitê do Itajaí (2010), a rede de drenagem da bacia hidrográfica do Itajaí é extremamente vasta. Na escala 1:50.000, com extensão próxima de 25.000 km de cursos d’água. A densidade de drenagem é estimada em 1,55 km/km².

(35)

Atalanta faz parte da Bacia do Itajaí, sendo que apresenta uma peculiaridade quanto a sua rede hidrográfica, pois todos os cursos d’ água têm suas nascentes dentro da área do próprio município. (SEBRAE, 2010).

O corpo hídrico de maior comprimento do município é a do rio Dona Luiza, sendo este um dos três rios que contam o centro da cidade. Os demais cursos d’ água encontrados na área do município de Atalanta são: São João, Córrego Santo Antônio, Córrego de Ribeirão Matilde e Ribeirão Caçador (ATALANTA, 2008p. 47). A Figura 9 apresenta a rede hidrográfica do município de Atalanta.

Figura 9–Hidrografia do município de Atalanta

Fonte: Autor, 2013.

Vale ressaltar que, devido à topografia da região, os principais cursos d’ água de Atalanta desembocam no Rio Itajaí do Sul, em sua maioria no trecho do rio localizado na cidade de Ituporanga.

Vegetação

Originalmente o município de Atalanta era coberto por regiões de Floresta Ombrófila Densa e região da Floresta Ombrófila Mista, ambas caracterizadas como pertencentes ao bioma Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica, 2013). A Figura 10 nos apresenta a área de cobertura vegetal original e atual do município.

(36)

Figura 10 – Cobertura vegetal do município de Atalanta.

Fonte:Autor, 2013.

Este tipo de vegetação é caracterizado por apresentar espécies vegetais de médio e grande porte, uma rica biodiversidade, formando áreas densamente florestadas com um microclima sombreado e úmido.

O impacto sobre a vegetação, no Alto Vale do Itajaí, vem do período de sua colonização, pois uma das principais atividades geradoras de renda foi à indústria da madeira.

Atualmente o município de Atalanta apresenta aproximadamente 10% (SOS Mata Atlântica, 2013) de área preservada de Mata Atlântica, a qual continua sofrendo pressão pela necessidade de madeira para a secagem da produção de fumo, o que faz com que as áreas preservadas sejam substituídas por pinus e eucaliptos.

Clima

Segundo classificação feita por Köppen (OMETO, 1981, Opus cit. PANDOLFO, 2002) o clima do estado de Santa Catarina é descrito como mesotérmico úmido (sem estação seca) – Cf, incluindo dois subtipos, o Cfa e Cfb.

Cfa - Clima subtropical; temperatura média no mês mais frio inferior a 18ºC e temperatura média no mês mais quente acima de 22ºC, com verões quentes, geadas pouco frequentes e tendência de concentração das chuvas nos meses de verão (PANDOLFO, 2002).

(37)

Cfb - Clima temperado propriamente dito; temperatura média no mês mais frio abaixo de 18ºC, com verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22ºC e sem estação seca definida (PANDOLFO, 2002).

Para demonstrar a intensidade das chuvas do município foi utilizado o trabalho realizado por Nerilo (2002), o qual apresenta nasTabelas 10 e 11a relação entre a intensidade das chuvas e o tempo de retorno das mesmas para o município de Agrolândia e Ituporanga.

Tabela 10 – Intensidades de chuvas para a região de Agrolândia. Agrolândia

Intensidade de chuvas (mm/h)

Duração 5 anos 10 anos 20 anos 50 anos 100 anos

5 min 143,2 164,1 184,2 213,9 233,7 10 min 113,7 130,3 146,3 169,8 185,6 15 min 98,3 112,6 126,4 146,8 160,4 20 min 85,3 97,7 109,7 127,4 139,2 25 min 76,7 87,8 98,6 114,5 125,1 30 min 70,2 80,4 90,3 104,8 114,5 1 h 47,4 54,4 61,0 70,8 77,4 6 h 13,6 15,5 17,4 20,2 22,1 8 h 11,0 12,6 14,2 16,4 18,0 10 h 9,3 10,6 11,9 13,8 15,1 12 h 8,0 9,2 10,3 11,9 13,1 24 h 4,7 5,4 6,1 7,0 7,7 Fonte: NERILO, 2002.

Tabela 11 – Intensidades de chuvas para a região de Ituporanga. Ituporanga

Intensidade de chuvas (mm/h)

Duração 5 anos 10 anos 20 anos 50 anos 100 anos

5 min 134,5 153,6 171,9 199,1 217,1 10 min 106,8 122,0 136,5 158,1 172,4 15 min 92,3 105,4 118,0 136,6 149,0 20 min 80,1 91,5 102,4 118,6 129,3 25 min 72,0 82,2 92,0 106,6 116,2 30 min 65,9 75,3 84,3 97,6 106,4 1 h 44,5 50,9 56,9 65,9 71,9 6 h 12,7 14,5 16,3 18,8 20,5 8 h 10,3 11,8 13,2 15,3 16,7 10 h 8,7 9,9 11,1 12,9 14,0 12 h 7,5 8,6 9,6 11,1 12,1 24 h 4,4 5,0 5,6 6,5 7,1 Fonte: NERILO, 2002.

Segundo Nerilo (2002, p. 23) estes dados mostram-se importantes pelo fato de obras de engenharia hidráulica levar em conta parâmetros hidrológicos, pois como são projetados para o atendimento de demandas futuras, estes dados servem para prevenir ou diminuir os impactos econômicos e ambientais do projeto.

(38)

Sistema Viário

O município é cortado pela rodovia SC 426 de Leste para Oeste e liga Trombudo Central a Ituporanga. Esta rodovia apresenta 20 km asfaltados, os quais são referentes ao trecho entre Trombudo Central e Atalanta, sendo o trecho entre Atalanta e Ituporanga de estrada de chão (ATALANTA, 2008, p. 72).

A largura total da faixa de domínio da rodovia é de 30 m, sendo 15 m para cada lado, a partir do eixo.

O trecho onde ocorre o encontro entre a rodovia e a malha viária urbano acontece na altura da ponte sobre o Rio Dona Luiza, o qual, logo após, recebe o nome de Rua São José e Av. XV de Novembro, principais ruas do município (ATALANTA, 2008, p. 72). A Figura 11 apresenta o sistema viário do município através de imagem retirada do Google Maps.

Figura 11 – Sistema viário no centro de Atalanta.

Fonte: Google Maps, 2013.

O sistema viário da cidade é caracterizado por uma configuração em forma de malha. Na cidade prevalece o sentido linear, apesar de inserções de novas ruas, onde vias de penetração ampliaram a área urbanizada em direção as localidades do município (ATALANTA, 2008, p. 73).

O sistema viário de Atalanta possui aproximadamente 36 ruas, sem a contabilização das estradas e ruas encontradas na zona rural. Dentre estas, as avenidas

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possuem grande potencial por apresentarem 18 m de largura no centro da cidade (ATALANTA, 2008, p. 73).

Energia Elétrica

A energia elétrica de Atalanta é disponibilizada pela empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina S/A (CELESC), a qual é responsável pela operação e administração do sistema e distribuição. As subestações mais próximas estão localizadas nos municípios de Ituporanga e Trombudo Central, as quais são responsáveis pelo manutenção da distribuição de energia do município (ATALANTA, 2008, p. 78).

Na Figura 12 esta representada a rede de abastecimento elétrico do município, conforme descrita no Plano Diretor Participativo de Atalanta.

Figura 12 – Rede elétrica do município de Atalanta.

Fonte: Atalanta, 2007, p. 78.

Segundo dados do SEBRAE (2010, p. 61) o número de unidades consumidoras de energia elétrica no município aumentou cerca de 5,2% no período entre 2004 a 2008 (Tabela 12), o que significou uma evolução de 31,6% no consumo de energia no mesmo período.

(40)

Tabela 12 – Consumidores e consumo de energia elétrica em Atalanta no período de 2004-2008.

Ano Nº de unidades

consumidoras Consumo Total (kW/h)

Média de Consumo Anual Per Capita

(kW/h) 2004 1.260 4.056.457 3.219,4 2005 1.271 4.240.587 3.336,4 2006 1.282 4.361.676 3.402,2 2007 1.329 5.309.081 3.994,8 2008 1.326 5.339.587 4.026,8 Evolução no período 2004/2008 5,2% 31,6% 25,1%

Fonte: CELESC apud SEBRAE, 2010.

Este consumo, dividido por classe (Tabela 13), é representado por 19,0% por residências, 13,0% por indústrias, 12,7% pelo comércio e 48,3% rural, conforme demonstrado no quadro abaixo (SEBRAE, 2010, p. 61).

Tabela 13 – Número de consumidores e demanda de energia elétrica, segundo tipologia das unidades

consumidoras – Atalanta – 2008.

Tipo de consumidor Nº de unidades

consumidoras Consumo total (kW/h)

Representatividade no consumo Residencial 495 1.015.998 19,0% Industrial 34 694.058 13,0% Comercial 74 679.844 12,7% Rural 680 2.579.885 48,3% Poderes Públicos 40 158.081 3,0% Iluminação Pública 2 140.087 2,6% Serviço Público 1 71.634 1,3% Consumo Próprio - - - Total 1.326 5.339.587 100,0%

Fonte: CELESC apud SEBRAE, 2010.

Abastecimento de Água

O município de Atalanta é atendido pela CASAN para o tratamento e abastecimento de sua população, a qual utiliza como ponto de captação o rio Santo Antônio, de área de 2,5 km² e vazão mínima de estiagem de 7,1 l/s (ATALANTA, 2008, p. 79).

Por se tratar de um município com uma grande área rural e pela inviabilidade de investimentos no abastecimento de água para a população inserida neste contexto, grande parte dos moradores da zona rural utilizam para seu abastecimento águas provindas de grotas, poços e nascentes, sem nenhum tipo de tratamento para o consumo. A Tabela 14 indica o número de residências atendidas por cada tipo de abastecimento de água no município para o ao de 2010, através de dados retirados do IBGE.

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Tabela 14 – Indicadores de abastecimento de água em Atalanta – 2010. Indicadores de abastecimento de água –

2010 Domicílios % relativo

Ligados à rede geral 401 37,58%

Canalizados poços ou nascentes 666 62,42%

Não canalizados poços ou nascentes - -

Outros canalizados - -

Outros não canalizados - -

Total de domicílios 1.067 100%

Fonte: IBGE, 2013.

A única Estação de Tratamento de Água (ETA) do município esta localizada na Av. XV de novembro, próxima ao centro, sendo caracterizada por sua captação ser do tipo superficial. A capacidade de captação é de 500 m³/dia e de tratamento de 260 m³/dia, além de um reservatório com capacidade de 100 m³ (ATALANTA, 2008, p. 79).

Segundo dados apresentados no Plano Diretor Participativo (ATALANTA, 2008, p. 79) o dimensionamento da Rede de distribuição pode ser representada conforme Tabela 15:

Tabela 15 – Rede de distribuição de água no município de Atalanta.

Rede de distribuição DN (mm) L (m) 25 73 32 913 50 6.116 75 234 100 483 Total 7.819

Fonte: CASAN apudATALANTA, 2008.

Como forma de monitoramento da qualidade da água distribuída são feitas análises semanais, tanto da água bruta como da água no reservatório e na rede coletora. As condições físico-químicas e toxicológicas estão dentro dos padrões de potabilidade e a água é considerada de boa qualidade.

Esgoto

O município não dispõe de um sistema de esgotamento sanitário, sendo o método de tratamento utilizado, pela maioria das residências, a tanques sépticos e os filtros anaeróbicos. O lançamento dos efluentes é feito, de modo geral, através da rede pluvial do município.

Segundo dados divulgados pelo SEBRAE (2010, p. 63), a caracterização do sistema de coleta e tratamento de esgoto de Atalanta apresenta a configuração apresentada na Tabela 16.

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Tabela 16 – Indicadores municipais de saneamento básico em Atalanta – 2010. Indicadores de

saneamento básico - 2010

Atalanta Santa Catarina

Domicílios

Urbanos DomicíliosRurais Total deDomicílio % relativo

Ligados à rede de

esgoto ou pluvial 18 2 20 1,87%

Fossa séptica 436 412 848 79,4%

Fossa rudimentar 2 117 119 11,15%

Vala 1 60 61 5,71%

Rio, lago ou mar 3 13 16 1,50%

Outro escoadouro - 2 2 0,19% Sem banheiro ou sanitário 1 - 1 0,09% Total de domicílios 461 606 1.067 100,0% Fonte: IBGE, 2010. Drenagem Urbana

Segundo o Plano Diretor Participativo (ATALANTA, 2008, p. 80), a macro drenagem do município é composta como valas a céu aberto e pequenos cursos da água Já a micro drenagem é caracterizada pela presença de sarjetas, bocas de lobo e rede coletora, utilizando os cursos da água, componentes da macro drenagem, como corpos receptores.

O sistema drenagem existente apresenta deficiências, ocorrendo problemas de alagamento em algumas ruas pelo fato do projeto não comportar as precipitações que ocorrem na região (ATALANTA, 2008, p. 80).

Plano Direto Participativo - Saneamento

Devido à importância do tema de saneamento básico a Lei Complementar 001/2008 de Atalanta, em sua seção IV art. 40, estabelece que compete ao Município organizar e prestar direta ou indiretamente os serviços de saneamento básico de interesse local.

Sendo descrito no mesmo texto, em sua Subseção II (ATALANTA, 2008), que a questão do esgotamento sanitário estão pautadas pelas seguintes diretrizes:

I - viabilizar a implantação de rede e estação de tratamento de esgoto no município;

II - incentivar o uso de sistema de tanques sépticos e filtros anaeróbios para o tratamento de rejeitos domésticos nas áreas desprovidas de redes de esgoto sanitário, principalmente na área rural do município;

III - impedir o lançamento de esgoto sanitário em todos os cursos d água que não passem previamente por sistema de tratamento.

(43)

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 DEFINIÇÃO DA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DE ESGOTO

Através da análise feita a partir da planta planialtimétrica do município de Atalanta foi possível definir as bacias de contribuição que compõem a área de estudo (Figura 13), um total de 3 bacias, bem como estabelecer o ponto de final de rede, o qual é de suma importância para a definição dos possíveis locais de instalação da estação de tratamento de esgotos.

Figura 13 – Representação da Bacia de Contribuição de Esgoto.

Fonte: Autor, 2013.

As bacias de contribuição foram definidas através da observação das cotas apresentadas, onde se levou em consideração que a profundidade máxima das escavações para a instalação da rede coletora de esgotamento sanitário fosse de até 5 metros, onde apresentou profundidades maiores optou-se pela formação de outra bacia de contribuição.

As bacias de para o projeto tem como área total aproximadamente 0,871 km², levando em consideração alguns terrenos sem ocupação e os novos loteamentos que estão surgindo, conforme demonstrado na Tabela 17.

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Tabela 17 – Área das bacias de contribuição em km² e ha.

Bacia de Contribuição Km² Hectares (ha)

01 0,739 73,903

02 0,05 4,99

03 0,082 8,237

Total 0,871 87,1

Fonte: Autor, 2013.

Para a caracterização das bacias de contenção foi observado o zoneamento urbano descrito no plano diretor participativo (Anexo B), visitas aos locais e informações obtidas junto a Prefeitura Municipal de Atalanta, a qual esta elaborando junto a Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI) um recadastramento das áreas urbanas do município.

A Bacia de Contribuição 01 é caracterizada por apresentar-se como a maior área de cobertura, aproximadamente 84,82% da área a ser atendida pela ETE, e por consequência a maior densidade de residências. Esta bacia é caracterizada por apresentar áreas consolidadas e ocupação mista, variando entre residências particulares, comércios, prédios públicos e pequenas indústrias. Destaca-se que esta é a única bacia a ser cortada pelos três córregos/rios encontrados nesta região, sendo que a área de instalação da ETE se dará após o encontro dos mesmos para formar o Rio Dona Luiza.

Ainda com relação à Bacia de Contribuição 01, foi verificado em saída de campo e após consulta à Prefeitura Municipal de Atalanta, a existência de atividades para a construção de um loteamento as margens da rodovia SC 426 no sentido ao município de Ituporanga. Ao lado deste empreendimento é encontrado um terreno com características semelhantes e do mesmo proprietário, o qual futuramente também será loteado.

A Bacia de Contribuição 02 apresenta-se ocupada por residências particulares e tem aumentado o desenvolvimento de construção de habitações nos últimos anos. É caracterizada por cotas desfavoráveis a implantação de uma rede de esgoto em uma primeira etapa de projeto devido ao alto investimento a ser realizado e a baixa porcentagem de atendimento imediato. Esta área apresenta um grande potencial de crescimento no decorrer dos próximos anos, conforme o desenvolvimento do município. Nesta bacia encontra-se a estação de tratamento de água da CASAN que abastece o município, demandando assim cuidados na ocupação desta região.

Já a Bacia de Contribuição 03 é caracterizada pela ocupação de residências particulares, além de áreas de reflorestamentos de pinus, campos e lagoas. Apesar da proximidade do centro urbano esta área não apresenta um crescimento habitacional

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significativo, sendo representado por apenas dois trechos de ruas com aproximadamente 8 moradias.

Quanto ao ponto final da rede de esgotamento sanitário, este se localiza na SC 426, correspondendo à saída da zona urbana de Atalanta no sentido a Ituporanga. Esta área apresenta ocupação de poucas residências e grandes áreas de pastagem e reflorestamento, possuindo assim áreas propícias para as instalações de uma estação de recalque.

6.2 ESTUDO POPULACIONAL

Para o cálculo de estimativa populacional de Atalanta foram utilizados os dados referentes aos dois últimos censos realizados pelo IBGE, respectivamente os de 2000 e 2010. Ao se verificar a série histórica do município podemos constatar que o município de Atalantavem apresentando um decréscimo em na sua população total, porém a população da zona urbana apresenta um crescimento, muitas vezes devido ao êxodo rural.

Como este Trabalho prevê um estudo de concepção de um sistema de esgoto, foram selecionados os dados referentes à população urbana do município, os quais serão contemplados pela ETE. Os resultados da aplicação dos métodos estatísticos são apresentadosna Tabela 18.

Tabela 18 – Estimativa populacional do município de Atalanta, com ênfase na população urbana. Ano Censo Aritmética Tx. Cresc. Geométrica Tx. Cresc

2000 1.133 2010 1.368 2011 1.392 1,69 1.394 1,87 2012 1.415 1,69 1.421 1,87 2013 1.439 1,66 1.448 1,87 2014 1.462 1,63 1.475 1,87 2015 1.486 1,61 1.503 1,87 2016 1.509 1,58 1.532 1,87 2017 1.533 1,56 1.561 1,87 2018 1.556 1,53 1.591 1,87 2019 1.580 1,51 1.621 1,87 2020 1.603 1,49 1.652 1,87 2021 1.627 1,47 1.683 1,87 2022 1.650 1,44 1.715 1,87 2023 1.674 1,42 1.748 1,87 2024 1.697 1,40 1.781 1,87 2025 1.721 1,38 1.815 1,87 2026 1.744 1,37 1.850 1,87 2027 1.768 1,35 1.885 1,87 2028 1.791 1,33 1.921 1,87 2029 1.815 1,31 1.957 1,87

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2030 1.838 1,30 1.994 1,87

2031 1.862 1,28 2.032 1,87

2032 1.885 1,26 2.071 1,87

2033 1.909 1,25 2.110 1,87

Fonte: Autor, 2013.

Com a aplicação dos métodos de estimativa populacional, aplicados a área urbana, chegamos aos dados de 1.909 habitantes para o método aritmético e 2.110 para o método geométrico. Como a diferença entre os dois métodos é muito pequena, 201 habitantes, foi utilizado para os cálculos relativos à vazão os dados obtidos através do método geométrico como forma de segurança para a capacidade de tratamento no final de projeto da ETE.

6.3 CÁLCULO DE VAZÃO DE INFILTRAÇÃO

Através da observação dos arruamentos e das bacias de contribuição definidas neste trabalho, chegou-se a 7.275 m de extensão para a rede de esgotamento sanitário. Esta extensão refere-se apenas a Bacia 1, a qual contempla a maior densidade populacional do município e a bacia que deverá ser atendida no inicio da operação da ETE.

Para o cálculo da vazão de infiltração foi aplicado a Equação 5, a qual esta demonstrada abaixo.

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6.4 CÁLCULO DE VAZÃO

Para o cálculo de vazão a ser atendida pela ETE foi estipulado um alcance de projeto de 20 anos, com seu início em 2013.

Com esta definição pode-se, com base na estimativa populacional, definir que a população inicial a ser atendida é de 1.448 habitantes, sendo sua vazão de contribuição de efluentes domésticos de 7,66 L/s. O cálculo de contribuição inicial é apresentado na Equação 6.

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Conforme apresentado anteriormente, o ano de final de projeto será em 2033, e após o cálculo de vazão chegou-se em uma razão de 10,67 L/s de efluentes domésticos que deverão ser tratados na ETE do município, conforme demonstrado na Equação 7.

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6.5 CORPO RECEPTOR

O corpo hídrico que receberá o efluente tratado é chamado de Rio Dona Luiza (Figura 14), um dos principais rios do município. Este rio é caracterizado pela presença de diversas quedas da água, sendo a principal a cachoeira chamada de Perau do Gropp, com 41 m de altura e integrante do Parque Natural Municipal da Mata Atlântica.

Figura 14 – Foto do corpo receptor

Fonte: Autor, 2013.

No ponto de lançamento o rio possui 4,70 m de largura, com profundidade máxima de 91 cm de profundidade. Possui pouca vegetação nativa em suas margens, sendo constatado o predomínio de áreas de pastagem.

Apresenta processos erosivos em suas margens, conforme Figura 15, principalmente na área destinada para a pastagem animal, a qual não apresenta nenhuma área

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preservada, deixando o solo exposto e sem sustentação as margens do rio Dona Luiza, sobretudo em períodos com grande intensidade de chuvas.

Figura 15 – Processos erosivos encontrados próximos ao ponto de lançamento de efluentes tratados.

Fonte: Autor, 2013.

Para o cálculo da vazão foi necessário estabelecer o perfil do rio no trecho (Figura 16), sendo realizada a medição da profundidade do rio a cada 10 cm de distancia a partir das margens. Após a transcrição dos dados levantados foi possível estipular a área ocupada pela massa de água no trecho, que na ocasião da medição foi de 3,89 m². Além das medições de profundidade da água também foi realizado a medição do tempo de percurso de uma bola de plástico levou para fazer um percurso de 7 m de distância, a fim de obter dados para calcular a velocidade e então a vazão do corpo hídrico. A média de tempo foi de 11,33 segundos, e a velocidade de 0,62 m/s, conforme demonstrado na Equação 8.

(8)

Onde:

V - Velocidade (m/s) d – Distância (m)

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t – Tempo (s)

Figura 16 – Perfil do Rio Dona Luiza no local de lançamento de efluentes tratados.

Fonte: Autor, 2013.

Com base nos dados obtidos foi calculada a vazão do trecho, a qual foi de 2,4 m³/s na ocasião onde foi realizada a medição. Esta vazão esta um pouco acima da média para este Rio, pois na ocasião da obtenção de dados para definição do perfil do Rio decorreu após uma semana de intensas chuvas na região, alterando assim o volume de água no local. O cálculo da vazão é demonstrado na Equação 9.

(9)

Onde:

Q = Vazão (m³/s) A = Área (m²)

Referências

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