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UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE VOLTA REDONDA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE VOLTA REDONDA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ANDINARA COSTA PEREIRA DE SOUZA MAYARA SOARES COSTA JAVOSKI

REGIÃO DE VISCONDE DE MAUÁ: APL OU NÃO? Várias visões sobre o tema

VOLTA REDONDA 2016

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ANDINARA COSTA PEREIRA DE SOUZA MAYARA SOARES COSTA JAVOSKI

REGIÃO DE VISCONDE DE MAUÁ: APL OU NÃO? Várias visões sobre o tema

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Graduação em Administração da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador :

Prof. Dr. RICARDO THIELMANN

VOLTA REDONDA 2016

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ANDINARA COSTA PEREIRA DE SOUZA MAYARA SOARES COSTA JAVOSKI

REGIÃO DE VISCONDE DE MAUÁ: APL OU NÃO? Várias visões sobre o tema

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Graduação em Administração da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Prof. Dr. RICARDO THIELMANN–Orientador

UFF

_____________________________________________ Prof. Dr. ANDRÉ FERREIRA

UFF

_____________________________________________ Prof. Dr..JULIO CÂNDIDO DE MEIRELLES JUNIOR

UFF

VOLTA REDONDA 2016

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UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE VOLTA REDONDA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

VAD00098 – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II FOLHA DE AVALIAÇÃO – NOTA FINAL

Nome das Alunas: Andinara Costa Pereira de Souza e Mayara Soares Costa Javoski Nome do Orientador: Professor Dr. Ricardo Thielmann

Após análise do trabalho apresentado, a Comissão Julgadora do Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado em Administração, atribuiu às alunas a seguinte nota:

____________ (__________________________________)

Considerando-as: [ ] APROVADAS

[ ] NÃO APROVADAS

Volta Redonda, ____/_____/________.

COMISSÃO JULGADORA

Componentes Nomes Assinaturas

Presidente da Banca

(Orientador) Ricardo Thielmann

Membro André Ferreira

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v Dedicatória

Dedicamos este trabalho a Deus, mestre maior de infinita bondade, que nos ajudou a concluir mais uma etapa de nossa jornada, sempre iluminando nossos pensamentos. Dedicamos a nossa família que sempre esteve ao nosso lado nos ajudando e incentivando a

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vi Agradecimentos

Agradecemos, primeiramente, a Deus por ter nos dado saúde e força para superar as dificuldades.

Agradecemos ao corpo docente do Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda da Universidade Federal Fluminense por todo suporte e apoio oferecidos ao longo de nossa graduação.

Agradecemos ao Professor Ricardo Thielmann, nosso orientador, que com seus ensinamentos nos permitiu chegar até aqui.

Agradecemos ao Professor Júlio Meirelles, por sua orientação inicial, sempre disposto a nos ajudar.

Agradecemos a Paola Tenchini que nos orientou nas ideias sobre o tema trabalhado, sempre com boa vontade e atenção.

Agradecemos ao secretário de turismo da cidade de Resende, ao presidente da MAUATUR e a todos os empresários da região de Visconde de Mauá que dedicaram um tempo de seu dia para responder nossa entrevista.

Agradecemos a nossos pais e companheiros, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Agradecemos a todos aqueles que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, o nosso muito obrigado.

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vii Resumo

SOUZA, Andinara . JAVOSKI, Mayara. Região de Visconde Mauá: APL ou não? Várias visões sobre o tema. Volta Redonda, 2015. Monografia (Graduação em Administração) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2015.

Diante do processo de globalização em que as atividades empresariais se encontram, é de fundamental importância que as empresas busquem estratégias de sobrevivência nos mercados cada vez mais competitivos. O surgimento de Arranjos Produtivos Locais propiciam que pequenas empresas, de qualquer segmento de determinado aglomerado, possam competir com a força de uma grande empresa, visto que o arranjo forma um elo de coordenação cooperativa, sem perder a competitividade. Este trabalho tem como objetivo discutir o desenvolvimento local a partir das características dos Arranjos Produtivos Locais, visando o incremento econômico das empresas do setor de turismo e comunidade, a partir da liderança do estado em articular investimentos de infraestrutura e políticas públicas e o impacto na economia local após a reforma das Estradas RJ 163 e RJ 151, no modelo Estrada Parque, que abrange os municípios de Resende e Itatiaia, localizados no Estado do Rio de Janeiro e Bocaina de Minas, localizado noEstado de Minas Gerais. Assim trata-se especificamente de uma pesquisa sobre a caracterização ou não de um APL na região de Visconde de Mauá, a partir de investimentos do Ministério do Turismo, por meio do PRODETUR - Programa de Desenvolvimento do Turismo, para reforma das estradas RJ 163 e RJ 151, no modelo de Estrada Parque, com o objetivo de facilitar o acesso à região.Este trabalho foi desenvolvido utilizando-se dois tipos de pesquisa. Em um primeiro momento foi feito um levantamento bibliográfico sobre os temas da pesquisa e em seguida realizou-se entrevistas com roteiro semiestruturado a empresários e membros do setor público da região.Verificou-se que por meio dos documentos oficiais publicados pelo SEBRAE, em parceria com a associação MAUATUR, a região de Visconde de Mauá é considerada um Arranjo Produtivo Local devido a suas características, porém os empresários não reconhecem essa interação entre as entidades locais, prefeituras e outros órgãos que atuam para o desenvolvimento da região.

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viii Abstract

SOUZA, Andinara e JAVOSKI, Mayara. Região de Visconde Mauá: APL ou não? Várias visões sobre o tema. Volta Redonda, 2015. Monografia (Graduação em Administração) – Escola de Ciências Humanas e Sociais de Volta Redonda, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, 2015.

In face of the globalization process which current business are facing nowadays, it is of crucial for companies to find survival strategies on the most competitive markets. The growth of the Local Clusters provide that small business, of any segment on certain agglomerate, the capacity to compete with the strength of a large business, since the cluster creates a link of cooperative coordination, not losing the competition.This work aims to get to know the concept f Local Clusters, its characteristics and advantages associated to the investment of public resources in the realm of the touristic region known as the region of Visconde de Mauá, which comprehends the cities Resende and Itatiaia, localized in the state of Rio de Janeiro, and Bocaina de Minas, localized in the state of Minas Gerais.Therefore, this research was done specifically to find out if there is a Local Cluster in the region of Visconde de Mauá and, in case we verify there is one, to identify if it was created because of the investments by the Tourism Ministery, through the PRODETUR, a program for development of the tourism that reconstructed the highways RJ 163 and RJ 151, aiming to make it easier to get in the region.This work was developed with two types of research. In a first moment was made a bibliographical survey about the subjects of the research and next was realized interviews with semi structured script to businessmen and public segment members of this region. It was verified by published official documents of SEBRAE, in partnership with the MAUATUR association, that the Visconde de Mauá area is considered a Local Clusters, because of it’s characters, however the businessmen doesn’t recognized these interactions between the local entities, city halls and others institutions that work for the region development.

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ix Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 1

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 3

2.1 CLUSTERS, ARRANJO PRODUTIVO LOCAL E DISTRITOS INDUSTRIAIS 3 2.1.1 CARACTERÍSTICAS ... 6 2.1.2 VANTAGENS ... 9 2.2 TURISMO ... 10 2.2.1 SETOR DE SERVIÇOS ... 10 2.2.2 SEGMENTO DO TURISMO ... 10 2.2.3 SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA ... 13

2.2.4 O TURISMO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA ... 14

2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS ... 18

2.3.1 MINISTÉRIO DO TURISMO ... 18

2.3.2 PRODETUR ... 18

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 20

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 23

4.1 APL DE TURISMO EM VISCONDE DE MAUÁ – A VISÃO DOS DOCUMENTOS OFICIAIS ... 23

4.1.1 SOBRE A REGIÃO ... 23

4.1.2 MAUATUR ... 36

4.1.3 ESTRADA PARQUE ... 37

4.2 A VISÃO DOS EMPRESÁRIOS ... 38

4.3 VISÃO DA ASSOCIAÇÃO ... 41

4.4 VISÃO DA PREFEITURA ... 42

5 CONCLUSÃO ... 47

(10)

x Lista de Figuras

Figura 1 – Vantagens de um arranjo produtivo local. ... 9

Figura 2 - Cadeia Produtiva do Turismo ... 12

Figura 3 - Segmentação Turística ... 14

Lista de Quadros Quadro 1 - Principais características dos Arranjos Produtivos Locais ... 8

Quadro 2 - Proporção de Domicílios Urbanos com Viajantes, por Tipo de Viagem e Total ... 15

Quadro 3 - Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda... 16

Quadro 4 - Dados Comparativos a 2005, 2007 e 2011. ... 17

Quadro 5 – Lista de Entrevistados ... 22

Quadro 6 – Unidades de conservação... 25

Quadro 7 - População Residente ... 26

Quadro 8 - Quantitativo de empreendimentos ... 26

Quadro 9 - Formalização dos empreendimentos ... 27

Quadro 10 - Quantidade de hospedagem ... 27

Quadro 11- Gasto Médio diário ... 31

Quadro 12- Projeção de número de visitantes ... 31

Quadro 13 - Gasto médio x Faixa de ocupação ... 32

Quadro 14 – Premissas de um APL ... 33

Quadro 15 – Características da Região de Visconde de Mauá ... 34

Lista de Gráficos Gráfico 1 - Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda ... 16

Gráfico 2 - Faixa etária ... 28

Gráfico 3 - Faixa de Renda ... 29

(11)

1

1 INTRODUÇÃO

A forma como as empresas de determinado setor irão trabalhar é de fundamental importância para as questões estratégicas de qualquer negócio. Assim como os investimentos públicos podem ser um diferencial para as atividades empresarias.

A região de Visconde de Mauá possui uma aglomeração de empresas focada no setor de turismo. Ela é formada pelas Vilas de Visconde de Mauá, Vila de Maringá e Vila de Maromba, está situada em dois estados e três municípios, Resende e Itatiaia, no Estado do Rio de Janeiro e Bocaina de Minas, no Estado de Minas Gerais.

Além da aglomeração de empresas turísticas, existe na região uma comunidade que sobrevive basicamente da agricultura orgânica e associações de moradores e empresários que buscam pleitear recursos para o desenvolvimento local.O território possui graves problemas de infraestrutura, como: estradas, saúde, tratamento de esgoto e crescimento desordenado. Esses problemas se transformam em barreiras para o crescimento e a competitividade das empresas.

Em 2011, a região recebeu investimentos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Regional do Turismo, PRODETUR Nacional, uma parceria do Governo Federal com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os investimentos foram destinados a recuperação das estradas RJ 163 e RJ 151, que dão acesso ao polo turístico. O objetivo era deixar a estrada em boas condições de uso, sinalizadas, buscando aumentar o fluxo turístico,no modelo conhecido como Estrada Parque - via automotiva normalmente localizada em área de conservação ambiental que visa a preservação ambiental e cultural da região.

Conforme dados do SEBRAE, levando em consideração a forma de arranjo das empresas de atividades turística da região de Mauá, junto com os atores locais, comunidade e associações, e poder público podemos considerar sua atuação como de um Arranjo Produtivo Local. Segundo Schiavetto e Alves (2009), o conceito de Arranjo Produtivo Local (APL) se constrói a partir da ideia de aglomeração ou concentração de empresas e atividades.

De acordo com o Observatório Brasileiro de APL (2011), “em todo país, iniciativas públicas do governo federal, dos estados e municípios, além dos esforços privados, pautam-se na abordagem de arranjos produtivos, com destaque também para atuação de bancos públicos e privados”.

Além do investimento, outras ações importantes foram implementadas. Pode-se citar que em agosto de 2004, pela Portaria Interministerial nº200, de 02/08/2004, institui-seum

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2 Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP APL, envolvendo instituições governamentais e não governamentais, tendo como objetivo melhorar a articulação das ações das políticas públicas para apoiar o desenvolvimento desses arranjos. Em 2014, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, por meio de uma Coordenação-Geral de Arranjos Produtivos Locais, identificaram 667 arranjos existentes no Brasil, reforçando a necessidade de atenção ao tema.

Diante dessas configurações de articulação de mercado faz se necessário maiores estudos sobre o dinamismo de um Arranjo Produtivo Local, para conhecer sua interação entre empresas privadas, órgãos públicos e comunidade, e também seus impactos.

Nesse contexto, o objetivo geral dessa pesquisa é discutir o desenvolvimento do APL de turismo na região de Visconde de Mauá sob a ótima de vários atores, empresários, municípios, associações e documentos oficiais e verificar os impactos da construção da Estrada Parque para os empresários da região.

A metodologia será uma pesquisa qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturada, com os principais atores locais da região, empresários, prefeituras e associação representativa. A pesquisa será de caráter exploratória e explicativa. Os instrumentos utilizados serão revisão bibliográfica e documental. E análise de conteúdo como principal técnica de análise.

O presente trabalho está dividido em cinco partes, a saber: a introdução; o referencial teórico, onde estãoapresentadas as definições de Arranjo Produtivo Local, segmentação turística e políticas públicas; em seguida os procedimentos metodológicos realizados; a apresentação da análise dos dados com a visão dos documentos oficiais publicados sobre a região de Visconde de Mauá e a visão dos empresários, associação representativa e prefeituras, por meio da realização de entrevistas; e para finalizar discutem-se os resultados encontrados na conclusão.

(13)

3 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CLUSTERS, ARRANJO PRODUTIVO LOCAL E DISTRITOS INDUSTRIAIS No século XIX, Alfred Marshall, economista britânico, em sua obra Principles of

Economics, apresentou o conceito de economias de aglomeração, relacionado à formação de clusters ou distritos industriais.

Marshall começou a escrever sua obra no ano de 1881, na Inglaterra, onde analisou a forma como as empresas se organizavam. De acordo com Silva (2004), o economista pôde perceber que estas empresas aplicavam fortemente os conceitos advindos de Adam Smith individualmente, quanto à divisão do trabalho e ao desenvolvimento e especialização de mão de obra. Ao analisar de forma sistêmica as relações existentes, verificou-se um processo de integração, baseado nas inter-relações das diversas divisões da organização, o qual resultava em um fortalecimento dessas empresas.

Marshall (1985) apudSilva (2004) acreditava que:

Muitas das economias na utilização de mão de obra e maquinaria especializadas, comumente consideradas peculiares aos estabelecimentos muito grandes, não dependem do tamanho das fábricas individuais. Algumas dependem do volume total da produção do mesmo gênero de fábricas na vizinhança; enquanto outras, especialmente relacionadas com o adiantamento da ciência e o progresso das artes, dependem principalmente do volume global de produção em todo o mundo civilizado. (MARSHALL, 1985, p. 229 apud SILVA, 2004, p.117)

Com base nesta análise, Marshall (1985) apud Silva (2004) defende que as empresas podem obter ganhos ou vantagens por meio de economias internas ou economias externas. A economia interna ocorre quando a empresa analisa individualmente sua eficácia e eficiência no cumprimento de seu objetivo de negócio, buscando otimizar ou melhorar suas ações. A economia externa compreende a obtenção de ganhos no mercado independente de suas ações individuais.

Segundo Hissa (2008), a economia externa pode ser alcançada por fatores relacionados a uma determinada localidade, como: disponibilidade recursos naturais locais, mão de obra com expertise, infraestrutura, custos com transporte e deslocamentos, proximidade geográfica entre empresas, etc.

Portanto, a concentração de empresas de diferentes portes em uma determinada localização geográfica, condiciona ao aparecimento de uma economia externa resultante deste aglomerado empresarial.

(14)

4 No século XX, as ideias de Marshall sobre o conceito de economia de aglomerações foram ganhando mais evidências a partir da análise do crescimento de determinadas empresas, por meio do desenvolvimento regional na Itália.

Na década de 70, a Itália encontrava se dividida em duas regiões denominadas Primeira e Segunda Itália. A Primeira Itália, situada ao noroeste, era caracterizada por uma região industrializada e próspera economicamente, com grandes empresas. A região sul era conhecida como Segunda Itália, na qual a produção era realizada por pequenas empresas.

Diante da divisão territorial causada pelo nível de industrialização deste país, surgem entre as duas regiões uma terceira, situada ao nordeste e centro, nas regiões da Emília- Romagna e Toscânia, conhecida como Terceira Itália. Segundo Feitosa (2009), a Terceira Itália ficou caracterizada pelo crescimento de micro, pequenas e médias empresas por meio do desenvolvimento de distritos industriais, estabelecido por um sistema com forte vínculo de cooperação e confiança entre essas organizações.

Ainda segundo Feitosa (2009, p.37):

A chamada Terceira Itália – regiões onde se localizam Milão, Turim, Bolonha, Florença, Ancona, Veneza, Modena e Gênova – caracteriza-se pela existência de grupos de pequenas empresas, cuja principal estratégia é a inovação contínua e a utilização de métodos flexíveis de produção (FEITOSA, 2009, p.37).

Segundo Lastres et al (2002), as pequenas empresas existentes naquela região possuíam uma estrutura familiar, com poucos empregados e apresentavam um alto grau de coordenação cooperativa, porém não deixavam de ser competitivas. As elações sociais estavam baseadas na interdependência produtiva e social das empresas, com princípios de cooperação e confiança.

Outro ponto importante foi à atuação do governo nos distritos industriais italianos, o qual buscava apoiar o seu desenvolvimento. Em 1974, fundou-se a Autoridade Regional para o Desenvolvimento Econômico da Emília-Romagna (ERVET), na qual utilizava políticas e ações para promover as pequenas empresas daquela região.

O desenvolvimento desta região foi propiciado não pela ação individual de cada empresa de acordo com as experiências empresarias anteriores, mas por uma nova atitude de ordem econômica, social e cultural. A Terceira Itália conseguiu aproveitar as vantagens disponíveis naquela região, como a mão de obra com expertise, a infraestrutura local, a flexibilidade produtiva, etc.

Assim, a partir da análise de Marshall sobre economias em aglomerações e os estudos derivados da formação da Terceira Itália, novos estudos buscaram aprofundar o

(15)

5 conhecimento em distritos indústrias, conhecidos também como clusters, sistemas inovativos locais, arranjo produtivo local, etc. Para tanto, o ponto chave nessa forma de organização territorial para produção é a atuação em rede de cooperação e a confiança que as firmas precisam estabelecer entre si.

A partir do processo de globalização, derivado de transformações de origem econômica, social e cultural em escala mundial, a atuação e sobrevivência das empresas de micro e pequeno porte nos mercados passaram a ser uma preocupação para esses empreendedores, visto que um mercado globalizado exigia que essas empresas fossem fortes o suficiente para competir neste mercado sem fronteiras com grandes empresas e outras do mesmo porte de localidades diversas. Assim, surge o conceito de rede de empresas.

Segundo Costa (2002), a definição para este conceito seria um número expressivo de empreendimentos coordenados por uma grande inteligência voltada para a coletividade. As empresas pertencentes a esta rede são movidas pela força da cooperação, além da concorrência.

A utilização do termo rede coloca em evidência a mobilidade das alianças, a vantagens dos acordos, a volatilidade das configurações e a multiplicidade dos modos de coordenação que em alguns casos o mercado constitui o instrumento de coordenação, e em outros, são os mecanismos institucionais não ligados ao mercado, como a confiança e o reconhecimento da capacitação dos parceiros (SCHILLER, 2008, p. 22)

Segundo Balestrin e Verschoore (2009), as empresas atuam de forma coletiva, pois a atuação por meio de uma cultura de cooperação trará resultados que beneficiarão as partes envolvidas, ou seja, todos irão ganhar ou todos irão perder. Assim, a organização que participa do grupo estará mais forte e competitiva frente a aquelas que não pertencem a ele.

Quando micro e pequenas empresas conseguem de alguma forma cooperarem para atuar no mercado, elas conseguem se fortalecer de modo a se tornarem mais flexíveis em seus serviços ou produção, pois em rede uma poderá suprir uma necessidade da outra e assim, atender ao objetivo coletivo desejado. Com o desenvolvimento dessa cultura de cooperação os riscos e as incertezas de não se conseguir sobreviver no mercado diminuem.

Para que os indivíduos possam realizar uma cultura de cooperação, de acordo com Costa (2002), é necessário o respeito à legislação que ordena a sociedade, uma racionalidade econômica, um espírito de reciprocidade em todas as relações interpessoais, um sentimento moralidade mútua, um sentimento de dever em relação ao bem e ao interesse coletivo, e um sentimento de confiança.

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6 Com o estabelecimento de uma cultura de cooperação entre empresas, onde existe um objetivo comum a uma rede de organizações o que surge é o capital social. Nos anos 90, o Banco Mundial, conhecido em inglês como The World Bank, apresentou uma definição sobre o capital social, no qual o define como a capacidade que uma sociedade possui de estabelecer laços de confiança interpessoal e em redes de cooperação ao cumprimento de objetivos com vistas à atuação coletiva (ARAÚJO, 2010).

Segundo Lastres et al (2002), cada local apresenta diferentes combinações de bens da sociedade, como físicos, econômicos, culturais entre outros, os quais contribuem para a qualidade de vida dos indivíduos e por suas relações diversas. Assim, o capital social é uma forma de riqueza conquistada pela sociedade por meio de uma vasta experiência de relacionamentos interpessoais.

Uma sociedade cuja cultura de cooperação estabelecida reforça o compromisso de civilidade, ou seja, o respeito mútuo pelos indivíduos, além do respeito às normas, leis e código de conduta, possui um alto nível de capital social. Quanto mais elevado o nível de capital social, maiores meios para o desenvolvimento de uma cultura de cooperação serão encontrados. Enquanto existir fortes princípios egoístas e individuais, não será possível a constituição de uma cultura de cooperação, e assim não acontecerá uma atuação de empresas em rede.

A atuação em redes de cooperação, propiciada por uma cultura de cooperação que busca ganhos e vantagens em eficiência, e além de um alto nível de capital social estabelecem premissas para o desenvolvimento de clusters, arranjos produtivos locais, sistemas produtivos locais ou distritos empresariais.

2.1.1 CARACTERÍSTICASDO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL

De acordo com Moura (2008), os arranjos produtivos locais surgiram como modelo de aglomerações empresariais que possuem o objetivo de promover a cooperação, associação e interação entre as organizações de modo a gerar vantagens competitivas, eficiência coletiva, conhecimentos e aprendizagem entre si e com os diferentes atores envolvidos.

O SEBRAE (2003, p. 12) define arranjo produtivo local como:

Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa (SEBRAE, 2003, p.12).

(17)

7 Para uma melhor compreensão da definição citada acima, o SEBRAE (2003) define cada trecho sublinhado. A expressão “aglomerações de empresas” refere-se a um número expressivo de firmas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal. Já “especialização produtiva” está relacionada ao conhecimento, além da produção de bens e serviços, ao conhecimento tácito ou explícito que os indivíduos e firmas possuem sobre uma atividade produtiva principal. A definição de “território” abrange não só o espaço geográfico político delimitado, como também o espaço das diversas interações sociais dos atores de um arranjo. Para o trecho “articulação, interação, cooperação e aprendizagem”, esses aspectos se manifestam pela interação das organizações com os diferentes atores participantes de um APL. A cooperação entre as empresas pode ocorrer por variadas maneiras, como a cooperação produtiva, com o objetivo de obtenção de economias diversas e outros objetivos relacionados a produção; ou a cooperação inovativa, resultando em ganhos de eficiência e aprendizado interativo. Por último, a expressão “outros atores locais” refere-se aos diversos atores inseridos nos arranjos produtivos locais que buscam ou participam do seu desenvolvimento.

Assim, para um aglomerado empresarial ser considerado um arranjo produtivo local, é necessário que além de um grupo de empresas que visam um objetivo econômico, outros atores sejam ativos, como o governo e instituições de fomento, associações, instituições financeiras, instituições de ensino e pesquisa, etc.

A participação dos atores supracitados é de fundamental importância para a atuação do APL, visto que o objetivo de empresas se fortalecerem utilizando essa estratégia é encontrar por meio da cooperação resultados que não encontrariam estando sozinhas no mercado. A participação em um APL proporciona a estas firmas uma presença mais forte no mercado.

As organizações envolvidas nestes arranjos apresentam complementariedades e sinergias capazes de agrupá-las para realização de tarefas diversas, alto fluxo de informações para a gestão de seus negócios, intensa colaboração entre todos os agentes visando o desenvolvimento do arranjo, mão de obra qualificada com expertise na atividade, etc.

A seguir quadro 1, contendo as principais características de um arranjo produtivo local.

(18)

8 LOCALIZAÇÃO PROXIMIDADE OU CONCENTRAÇÃO GEOGRÁFICA Atores Grupo de empresas pequenas

Pequenas empresas nucleadas por grande empresa

Associação, instituições de suporte, serviços, ensino e pesquisa, fomento, financeiras, etc.

Características Intensiva divisão do trabalho entre as firmas Flexibilidade de produção e de organização Especialização

Mão de obra qualificada

Competição entre firma baseada em inovação

Estreita colaboração entre as firmas e demais agentes Fluxo intenso de informações

Identidade cultural entre os agentes Complementariedades e sinergias

Quadro 1 - Principais características dos Arranjos Produtivos Locais Fonte: Lemos (1997) apud Moura (2008, p. 13).

Outro ponto importante para a caracterização de um APL é a presença de uma governança eficaz, que busque ações para promover o desenvolvimento do arranjo. A governança é responsável pela gestão e monitoramento do aglomerado empresarial. Entre suas ações estão à implementação de ações conjuntas, definição de papéis e responsabilidades dos agentes, compartilhamento de informações, acesso a crédito e a mercados, gerenciamento de conflitos, etc. A governança local é formada por todos os atores inseridos em um arranjo produtivo local, seja público ou privado.

A governança está diretamente ligada à questão institucional e operacional do APL. Esse organismo possui o papel de liderança na gestão do arranjo, que pode acontecer por hierarquia, quando um ator exerce papel de líder, ou por rede, quando a própria rede de empresas possui papel de liderança, o qual não é delegado a um único ator.

O SEBRAE (2003, p.25), conceitua governança como:

A governança diz respeito aos diferentes modos de liderança, coordenação, intervenção, participação e negociação dos conflitos nos processos decisórios locais. ela envolve, pois, diferentes redes de agentes (governos, empresas, cidadãos e trabalhadores, organizações não governamentais, etc.) e diversas atividades produtivas, assim como o processo de geração e disseminação e uso de conhecimentos (SEBRAE, 2003, p25).

Portanto, o sucesso do desenvolvimento de um arranjo produtivo local, além dos fatores internos, externos e setoriais as organizações, estão diretamente ligados à gestão inteligente da governança institucional. Esta deve buscar benefícios e vantagens para o grupo como um todo.

(19)

2.1.2 VANTAGENS De acordo com

participação em um arranjo produtivo local. Além das economias geradas pelas externalidades, como o aproveitamento de recursos naturais e locais, a infraestr

de obra capacitada, as empresas de acordo com

capacidade para contratação de mão de obra, escolha de fornecedores entre outras medidas de gestão; possuem maioracesso a instituições públicas que objetivam o desenvolvimento de determinada região, o que não conseg

possibilidade de uma inovação catalisada, visto que individualmente um processo inovativo ou um conhecimento novo poderia ser gerado em um tempo muito maior e de forma onerosa, pois fora de um arranjo o acesso a in

custoso. (CAPORALI e VOLKER A figura 1 ilustra

Figura 1 – Vantagens de um arranjo produtivo local.

Fonte: Adaptado de Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais – Projeto Promos/SEBRAE/BID Acesso serviços especializados Maior intercambio entre clientes fornecedores

De acordo com CAPORALI e VOLKER(2004) são muitas as vantagens para a participação em um arranjo produtivo local. Além das economias geradas pelas externalidades, como o aproveitamento de recursos naturais e locais, a infraestr

as empresas de acordo com as informações disponíveis possuem maior capacidade para contratação de mão de obra, escolha de fornecedores entre outras medidas de gestão; possuem maioracesso a instituições públicas que objetivam o desenvolvimento de determinada região, o que não conseguiriam como pequena empresa individual; a possibilidade de uma inovação catalisada, visto que individualmente um processo inovativo ou um conhecimento novo poderia ser gerado em um tempo muito maior e de forma onerosa, pois fora de um arranjo o acesso a informações especializadas não seria simples ou menos

OLKER, 2004)

ilustra as principais vantagens de um arranjo produtivo local.

Vantagens de um arranjo produtivo local.

: Adaptado de Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais Projeto Promos/SEBRAE/BID – Versão 2.o (2004, p.143) apud Moura (2008, p. 14).

VANTAGENS Localização Difusão do conhecimento Capacidade Inovativa Facilidade e velocidade de comunicação Cooperação e competição a intercambio clientes / fornecedores 9 ão muitas as vantagens para a participação em um arranjo produtivo local. Além das economias geradas pelas externalidades, como o aproveitamento de recursos naturais e locais, a infraestrutura e a mão as informações disponíveis possuem maior capacidade para contratação de mão de obra, escolha de fornecedores entre outras medidas de gestão; possuem maioracesso a instituições públicas que objetivam o desenvolvimento de uiriam como pequena empresa individual; a possibilidade de uma inovação catalisada, visto que individualmente um processo inovativo ou um conhecimento novo poderia ser gerado em um tempo muito maior e de forma onerosa, formações especializadas não seria simples ou menos

as principais vantagens de um arranjo produtivo local.

: Adaptado de Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais Moura (2008, p. 14). Capacidade

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10 Pode se perceber que a existência das vantagens relacionadas à localidade é ponto chave para a formação de arranjos produtivos locais.

2.2 TURISMO

2.2.1 SETOR DE SERVIÇOS

A economia funciona fundamentalmente com as atividades dos setores de comércio, indústria, agronegócios e serviços. Há várias definições para as atividades relacionadas ao setor de serviço. A definição apresentada por Darós (2008, p.30), compreende serviço como um “processo de realização de um trabalho, para satisfazer a necessidade de um consumidor cujo resultado poderá ser tangível ou intangível”. Segundo Beni (1997), o setor de serviços é caracterizado por ser de natureza imaterial, existir contato direto entre prestador e consumidor, além do consumidor participar da produção do serviço. Para muitos autores, uma das principais características da atividade é o consumo no momento em que se realiza o trabalho.

A atividade terciária é uma das propulsoras do desenvolvimento econômico do país, visto que representa 58% do PIB nacional, segundo dados do IBGE apud SEBRAE (2012, p.2). Com o crescimento das atividades deste setor, a geração de emprego e renda também tendem a crescer, possibilitando a economia melhores resultados.

Portanto, as empresas pertencentes ao setor de serviços podem ser consideradas como agentes do crescimento econômico, devido sua forte participação na estrutura da economia. O desenvolvimento do setor coloca em evidência a necessidade crescente de qualificação de mão de obra e a qualidade em serviços dessas empresas, para que elas possam se preparar para as demandas de mercado.

2.2.2 SEGMENTO DO TURISMO

Conforme exposto, as atividades do setor terciário podem ser consideradas como vetores para o desenvolvimento da economia do país. O setor de turismo entra em evidência na economia devido ao forte caráter de atratividade turística encontrada no Brasil.

Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) apud SEBRAE (2010, p.09) a conceituação de turismo refere-se: “as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros”. O turista é aquele indivíduo que

(21)

11 se desloca temporariamente, para um local diferente da sua residência sem ter por objetivo a obtenção de remuneração.

A principal base de um determinado destino turístico é o seu produto turístico, os quais se estruturam de acordo com seus atrativos turísticos. Os atrativos compreendem uma determinada região, um local específico, uma cultura, os recursos naturais, determinados eventos programados ou não de um local, etc. O motivo pelo qual fará o visitante ir a um determinado local serão os seus atrativos.

O produto turístico compreende “o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acrescidos de facilidades, ofertadas de forma organizada por um determinado preço. Rotas, roteiros e destinos podem se constituir em produtos turísticos, por exemplo” (MTUR, 2007, p.27 apud BARBOSA, 2011, p. 27). Dessa forma, a OMT complementa esta definição afirmando que o produto é o objeto em si de comercialização.

Assim, a cadeia produtiva do turismo compreende as atividades de uma gama de empresas de variados setores líderes, relacionados ou de apoio, cuja atividade econômica está diretamente ou indiretamente ligada ao turismo. A cadeia está baseada em determinado destino turístico, juntamente com seus atrativos e seu produto. A figura 2 ilustra toda a cadeia produtiva turística que faz a atividade econômica de turismo acontecer.

(22)

Figura 2 - Cadeia Produtiva do Turismo Fonte: SEBRAE, 2010.

As atividades relacionadas aos

hospedagem, promoção de eventos, alimentação, entretenimento, operadoras turísticas e agências de viagem. Este setor compreende a experiência vivida pelo turista, como por exemplo: a agência onde o visitante comprará

alimentação e o lazer.

Nas indústrias relacionadas estão todas as empresas que contribuem indiretamente ou diretamente para o setor de turismo, como a fabricação de móveis para mobiliar os hotéis e restaurantes, ou a indústria de eletroeletrônicos que possibilita oferecer tecnologia na promoção de eventos ou comodidade para os hóspedes de um hotel. Os serviços relacionados são aqueles que agregam valor ao serviço turístico como os serviços de transporte, de alimentação, de lavanderias, etc.

As atividades de apoio à cadeia referem

A infraestrutura está relacionada a toda a estrutura do ambiente do destino turístico, como hospitais, aeroportos, delegacias, telecomunicação, sinal

compreende a qualificação para o atendimento ao turista. No que tange ao crédito, tanto os Cadeia Produtiva do Turismo

: SEBRAE, 2010.

As atividades relacionadas aos setores líderes compreendem serviços de hospedagem, promoção de eventos, alimentação, entretenimento, operadoras turísticas e agências de viagem. Este setor compreende a experiência vivida pelo turista, como por exemplo: a agência onde o visitante comprará seu produto, contendo a hospedagem, a

Nas indústrias relacionadas estão todas as empresas que contribuem indiretamente ou diretamente para o setor de turismo, como a fabricação de móveis para mobiliar os hotéis e indústria de eletroeletrônicos que possibilita oferecer tecnologia na promoção de eventos ou comodidade para os hóspedes de um hotel. Os serviços relacionados são aqueles que agregam valor ao serviço turístico como os serviços de transporte, de

, de lavanderias, etc.

As atividades de apoio à cadeia referem-se à infraestrutura, capacitação e crédito. A infraestrutura está relacionada a toda a estrutura do ambiente do destino turístico, como hospitais, aeroportos, delegacias, telecomunicação, sinalização, etc. Quanto à capacitação compreende a qualificação para o atendimento ao turista. No que tange ao crédito, tanto os

12 setores líderes compreendem serviços de hospedagem, promoção de eventos, alimentação, entretenimento, operadoras turísticas e agências de viagem. Este setor compreende a experiência vivida pelo turista, como por seu produto, contendo a hospedagem, a

Nas indústrias relacionadas estão todas as empresas que contribuem indiretamente ou diretamente para o setor de turismo, como a fabricação de móveis para mobiliar os hotéis e indústria de eletroeletrônicos que possibilita oferecer tecnologia na promoção de eventos ou comodidade para os hóspedes de um hotel. Os serviços relacionados são aqueles que agregam valor ao serviço turístico como os serviços de transporte, de

se à infraestrutura, capacitação e crédito. A infraestrutura está relacionada a toda a estrutura do ambiente do destino turístico, como ização, etc. Quanto à capacitação compreende a qualificação para o atendimento ao turista. No que tange ao crédito, tanto os

(23)

13 investimentos como as linhas de crédito de bancos podem influenciar para o desenvolvimento do destino turístico como um todo.

2.2.3 SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA

No Brasil, os destinos turísticos estão regionalizados. De acordo com SEBRAE (2010, p. 14), “o princípio da regionalização incorpora como estratégia o ordenamento dos APL’s – Arranjos Produtivos Locais visando o desenvolvimento integrado e sustentável dos destinos e das relações entre visitantes e a comunidade”.

Segundo MTur (2008), a partir da identidade de determinada região, por meio da oferta de serviços e de sua atratividade é possível realizar a segmentação turística, com a finalidade de organizar a atividade para viabilizar o processo de planejamento e gestão, e atender corretamente o público alvo daquele mercado.

Conforme SEBRAE (2010) é possível realizar a segmentação turística de acordo com as características inerentes a região e com a finalidade do turismo para o visitante. A seguir será apresentada a figura 3, contendo os principais tipos de segmentação turística identificados.

(24)

Figura 3 - Segmentação Turística Fonte: Adaptado SEBRAE, 2010.

Portanto, cada região trabalhará com um tipo de segmentação turística, ou com mais tipos, desde que sejam afins, como o turismo de aventura e o ecoturismo. A escolha da segmentação permitirá encontrar um foco para a cadeia produtiva, assim como a definição do público alvo.

2.2.4 O TURISMO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA

A realização do turismo caracterizado pelo fluxo de viagens no interior do país é chamado de turismo doméstico. A realização de atividades turísticas de origem no interior do país para o exterior é chamada de tu

rotineiras, caracterizadas pela frequência diferenciada ao mesmo destino durante um período específico.

Ecoturismo

Turismo Náutico

Turismo Cultural

Turismo de Aventura

Turismo de Negócios e Eventos

Turismo de Esportes

Turismo de Saúde e Bem

Turismo de Pesca

Turismo Rural

Turismo de Sol e Praia

Turismo de Estudos e Intercâmbio

Turismo Social

Segmentação Turística Adaptado SEBRAE, 2010.

cada região trabalhará com um tipo de segmentação turística, ou com mais tipos, desde que sejam afins, como o turismo de aventura e o ecoturismo. A escolha da segmentação permitirá encontrar um foco para a cadeia produtiva, assim como a definição do

O TURISMO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA

A realização do turismo caracterizado pelo fluxo de viagens no interior do país é chamado de turismo doméstico. A realização de atividades turísticas de origem no interior do país para o exterior é chamada de turismo internacional. Há também atividades turísticas rotineiras, caracterizadas pela frequência diferenciada ao mesmo destino durante um período

• Utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciencia ambientalista. • Utilização de embarcações náuticas como finalidade de movimentação

turística. Turismo Náutico

• Vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo a cultura. Turismo Cultural

• Atividade associada ao Ecoturismo. Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo. Turismo de Aventura

• Conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional.

Turismo de Negócios e Eventos

• Atividades decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidade esportiva.

Turismo de Esportes

• Atividades decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapéuticos e estéticos.

Turismo de Saúde e Bem-estar

• Atividade decorrente de pesca amadora. Turismo de Pesca

• Conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural.

• Atividades relacionadas a recreação, entretenimento, ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor. Turismo de Sol e Praia

• Movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação e de desenvolvimento. Turismo de Estudos e Intercâmbio

• É a forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania.

14 cada região trabalhará com um tipo de segmentação turística, ou com mais tipos, desde que sejam afins, como o turismo de aventura e o ecoturismo. A escolha da segmentação permitirá encontrar um foco para a cadeia produtiva, assim como a definição do

A realização do turismo caracterizado pelo fluxo de viagens no interior do país é chamado de turismo doméstico. A realização de atividades turísticas de origem no interior do rismo internacional. Há também atividades turísticas rotineiras, caracterizadas pela frequência diferenciada ao mesmo destino durante um período

Utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciencia ambientalista. Utilização de embarcações náuticas como finalidade de movimentação

Vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo a cultura. Atividade associada ao Ecoturismo. Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo. Conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse

Atividades decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidade

Atividades decorrentes da utilização de meios e serviços para fins

Conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural.

Atividades relacionadas a recreação, entretenimento, ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor.

Movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação e de desenvolvimento. É a forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania.

(25)

15 Para realizar um dimensionamento caracterizando o turismo doméstico brasileiro, o Ministério do Turismo, por meio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE e dos dados do Censo de 2010 do IBGE sobre o total de domicílios urbanos, realizou estimativas e inferências para o ano de 2011 no setor de turismo doméstico.

Segundo o MTur/FIPE (2012), em sua publicação “Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil – 2010/2011”, usando uma amostra de 137 municípios e 37 mil domicílios particulares entrevistados, foi verificado que dos viajantes: 44% realizam turismo doméstico, 7% realizam atividades turísticas rotineiras e 4,3% realizam turismo internacional, conforme o Quadro 2. A proporção total de domicílios entrevistados onde pelo menos uma viagem é realizada representa 48,5%, este valor é encontrado por meio da soma dos tipos de viagem descontando as parcelas de intersecção, a fim de evitar dupla contagem de indivíduos, não de viagens. Assim, pode se concluir que a proporção de entrevistados que não realizaram pelo menos uma viagem no período pesquisado é de 51,5%. O estudo apontou que as razões para a não realização de viagens são: falta de dinheiro, falta de tempo, não ser prioridade de consumo, não ter companhia, não gostar de viajar, etc.

Tipo de Viagem (%)

Doméstica 44,0

Rotineira 7,0

Internacional 4,3

Total: Realizou pelo menos um desses tipos de viagens 48,5 Quadro 2 - Proporção de Domicílios Urbanos com Viajantes, por Tipo de Viagem e Total

Fonte: Mtur/FIPE, 2012.

A pesquisa constatou que a proporção de domicílios com viajantes cresce conforme o aumento da renda. No quadro 3 e no gráfico 1, pode se constatar a informação da relação entre a renda, conforme quantidade de Salário Mínimo (SM), com a realização de pelo menos uma viagem, ou seja, a relação da renda com o percentual de viagens realizadas.

(26)

Itens

De 0 a 4 SM

Não 60,8

Sim 39,2

Total 100,0

Quadro 3 - Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda Fonte:Mtur/FIPE, 2012.

Gráfico 1 - Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda Fonte:Mtur/FIPE, 2012.

Por meio de comparações com dados dos anos anteriores e inferências sobre a população, a partir de uma amostra aleatória, pode se chegar ao número da população que realiza viagens domésticas no país. A partir

população de domicílios com viajantes revelou um crescimento considerável.

Devido a problemas na coleta da amostra quando a lembrança do entrevistado sobre as viagens realizadas pelo domicílio no período estudado, a FIPE considerou os dados referentes para 2011 do número médio de viajantes por domicílio e o número médio de viagens como iguais a 2005.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 De 0 a 4 SM 39,2 %

Classe de Renda Mensal Familiar De 0 a 4 SM De 4 a 15 SM Acima de 15 SM

60,8 37,5 22,0

39,2 62,5 78,0

100,0 100,0 100,0

Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda FIPE, 2012.

Realização de Pelo Menos Uma Viagem, por Renda FIPE, 2012.

Por meio de comparações com dados dos anos anteriores e inferências sobre a população, a partir de uma amostra aleatória, pode se chegar ao número da população que realiza viagens domésticas no país. A partir do Quadro 4, verifica se que o número da

ção de domicílios com viajantes revelou um crescimento considerável.

Devido a problemas na coleta da amostra quando a lembrança do entrevistado sobre as viagens realizadas pelo domicílio no período estudado, a FIPE considerou os dados do número médio de viajantes por domicílio e o número médio de viagens como iguais a 2005.

De 0 a 4 SM De 4 a 15 SM Acima de 15 SM Total 39,2 62,5 78 48,5 60,8 37,5 22 51,5 Classe de Renda Sim Não 16 Classe de Renda Mensal Familiar

Acima de 15 SM Total 51,5 48,5 100,0

Por meio de comparações com dados dos anos anteriores e inferências sobre a população, a partir de uma amostra aleatória, pode se chegar ao número da população que , verifica se que o número da ção de domicílios com viajantes revelou um crescimento considerável.

Devido a problemas na coleta da amostra quando a lembrança do entrevistado sobre as viagens realizadas pelo domicílio no período estudado, a FIPE considerou os dados do número médio de viajantes por domicílio e o número médio de

(27)

17

Itens 2005 2007 2011

N° de Domicílios Total (em 1.000) 42.196 47.856 49.227

Variação (%) 13,4 2,9

Propensão a Viajar 37,3% 38,2% 44%

Domicílios com Viajantes (em 1.000) 15.739 18.281 21.660

N° Médio de Viajantes/ Domicílio 2,72 2,72 2,72

N° de Viajantes (em 1.000) 42.810 49.724 58.915

N° Médio de Viagens 3,24 3,24 3,24

N° Total de Viagens (m 1.000) 138.706 161.107 190.884

Taxa de Crescimento (em %) 16,2 18,5

Quadro 4 - Dados Comparativos a 2005, 2007 e 2011. Fonte: Adaptado MTur/FIPE, 2012

Assim, pode se inferir que o número de domicílios no Brasil em que pelo menos um de seus residentes realiza uma viagem ou mais é de 21.660 milhões, a partir do cálculo do número de domicílios total (49.227 milhões) multiplicado pela propensão a viajar (44%). Utilizando o parâmetro do número médio de viajantes por domicílio (2,72), o número médio de turistas que realizam viagens domésticas no país é 58.915 milhões de pessoas. Para o cálculo estimativo do número total de viagens, foi multiplicado o parâmetro médio de viagens (3,24) pelo número de viajantes (58.915 milhões), sendo encontrado o número total de viagens para o período de 2011 de 190.884 milhões.

Portanto, segundo o MTur/FIPE (2012), pode se concluir que o número de consumidores de turismo e o número de viagens domésticas realizadas aumentaram consideravelmente em 2011, com uma taxa de crescimento de 18,5%. Esse cenário mostra que o setor de turismo se encontra em expansão, apresentando relevância para a atividade econômica no país.

(28)

18 2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS

2.3.1 MINISTÉRIO DO TURISMO

O Ministério do Turismo foi criado, como pasta autônoma, em primeiro de janeiro de 2003, pelo então presidente da república Luis Inácio Lula da Silva e tem como objetivo desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão digital.

No entanto desde 1966 existe no Brasil a Empresa Brasileira de Turismo, que em 1991 passou a ser chamada de EMBRATUR (Empresa Brasileira de Turismo) com o objetivo de promover a atividade turística e a geração de emprego e renda no país. Após a criação do ministério, a EMBRATUR passou a atuar na promoção do turismo brasileiro no exterior.

Planejar, coordenar, supervisionar e avaliar os programas de incentivo ao turismo, promover e divulgar o turismo nacional no Brasil e no exterior, estimular as iniciativas públicas e privadas de incentivo ao turismo e todos os outros assuntos relacionados ao desenvolvimento do turismo são de competência do Ministério do Turismo.

É através do Departamento de Financiamento e Promoção de Investimentos no Turismo que o Ministério formula e gerencia as ações de estimulo à mobilização da iniciativa privada e atua junto às instituições financeiras nas linhas de crédito e financiamento voltados ao turismo. Os financiamentos são feitos através dos bancos públicos, entre eles Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

O orçamento do Ministério do Turismo em 2014 foi de R$ 1.464.180.222, dos quais R$ 887.141.203 foram direcionados a projetos de infraestrutura turística em todo país. No estado do Rio de Janeiro foram investidos R$ 5.086.000 em infraestrutura, apenas 0,57% do total.

2.3.2 PRODETUR

O Programa de desenvolvimento do Turismo – PRODETUR foi criado em 1991 no governo de Fernando Collor de Melo incialmente apenas no Nordeste (PRODETUR-NE) com o objetivo desenvolver o turismo na região e iniciou suas atividades no governo de Itamar Franco. Mas foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que o programa recebeu atenção especial e foi de fato implementado.

O programa buscava fortalecer o turismo regional nacionalmente e internacionalmente e aumentar o turismo receptivo e o tempo que o turista permanecia na

(29)

19 região. Suas ações foram concentradas principalmente na área de infraestrutura e também em marketing e recursos humanos.

Atualmente, o PRODETUR tem atuação nacional e tem como objetivo fortalecer a Política Nacional de Turismo e consolidar a gestão turística de modo democrático e sustentável, alinhando os investimentos regionais, estaduais e municipais a um modelo de desenvolvimento turístico nacional, buscando, com isso, a geração de emprego e renda, em especial para a população local.

Todos os estados e capitais, o distrito federal e as cidades com mais de um milhão de habitantes são elegíveis a participar do programa que tem os seus investimentos operacionalizados pelo Ministério do Trabalho através do planejamento das áreas turísticas prioritárias.

O PREDETUR atua diretamente em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com Corporação Andina de Fomento, que são financiadores internacionais do programa. Atualmente o programa conta com um investimento do BID de 1 bilhão de dólares e uma contrapartida do governo de 660 milhões de reais.

O programa financia cinco tipos de projetos: os de Estratégia de Produto Turístico que estão ligados a melhoria dos atrativos turísticos públicos, os de Estratégia de Comercialização que buscam a promoção e o fortalecimento da imagem dos destinos, o Fortalecimento Institucional que tem ações para fortalecer os órgãos dirigentes do turismo, os de infraestrutura e serviços básicos que visam a acessibilidade e a satisfação das necessidades básicas do turista e a Gestão Ambiental que busca preservar os recursos ambientais e culturais.

(30)

20 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa, em relação à sua natureza, é uma pesquisa aplicada, que pretendeu contribuir para a construção do saber sobre o tema Arranjo Produtivo Local. Ela foi desenvolvida utilizando-se dois tipos de pesquisa. Em um primeiro momento, buscou-se conhecer o tema proposto a partir de literaturas que tratavam do assunto. Para isso, buscaram-se artigos científicos, livros e documentos que abordaram os temas: Arranjo Produtivo Local, Políticas Públicas, Setor de Turismo e sobre a região de Visconde de Mauá. As principais fontes para buscar essas literaturas além da pesquisa em base de artigos científicos, foram diagnósticos e estudos realizados pelo SEBRAE, BID, Governo do Estado do Rio de Janeiro, que tiveram como principais objetivos o desenvolvimento econômico e social da região em questão.

Após a realização dessa pesquisa de literatura foi elaborado um roteiro de entrevistas que foi utilizado para buscar a percepção de empresários, associações e prefeituras sobre as políticas públicas implementadas na região. Esse tipo de abordagem é uma abordagem qualitativa, pois é caracterizada por possibilitar uma compreensão e interpretação de fenômenos, investigando dados subjetivos, permitindo-nos uma análise mais próxima do real em relação aos dados colhidos.

O estudo foi realizado através de observação direta intensiva por meio de entrevistas com os representantes do poder público das cidades envolvidas e de empresários locais e associações. Estas entrevistas serão semiestruturadas, pois a relação de perguntas será construída, mas permitirá desdobramentos e outras questões que possam surgir no decorrer do processo. É extremamente relevante considerar novas perspectivas durante a entrevista para manter seu caráter subjetivo e compreender melhor a situação específica.

As perguntas foram direcionadas para verificação das premissas quanto às características do APL, os impactos que os investimentos do PRODETUR para a reforma da Estrada Parque geraram em termos de resultados econômicos para as empresas e sociedade em si, contribuindo para melhoria da competitividade dos negócios, para a geração de emprego e renda e ampliação das oportunidades para os demais moradores do território. Os roteiros elaborados e utilizados encontram-se no Apêndice I.

Os resultados das entrevistas foram tratados utilizando-se a técnica da análise de conteúdo. Essa metodologia é frequentemente utilizada nos estudos no campo da administração.

(31)

21 Segundo Bardin (2006) apud Mozzato e Grzybovski(2011) a análise de conteúdo consiste em:

um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. ... A intenção da análise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou eventualmente, de recepção), inferência esta que recorre a indicadores

(quantitativos ou não).(BARDIN, 2006, p. 38apudMOZZATO e

GRZYBOVSKI, 2011, p.734)

Segundo Bauer e George (2003, p. 191) “A análise de conteúdo, reduz a complexidade de uma coleção de textos. A classificação sistemática e a contagem de unidades do texto destilam uma grande quantidade de material em uma descrição curta de algumas de suas características”.

As entrevistas foram realizadas com 15 empresários da região, entre empreendimentos de restaurante, pousadas, lojas de artesanato e comércio em geral, no período de janeiro a fevereiro de 2016, totalizando três dias. A MAUATUR, Associação Turística e Comercial da Região de Visconde de Mauá, representante dos empresários e moradores, concedeu uma entrevista, por meio do seu presidente, no dia 13 de janeiro de 2016.

Apesar de existirem 384 empresas na região, a pesquisa foi fechada após 15 entrevistas, pois se verificou uma grande repetição nas respostas apresentadas. Para avaliar o encerramento das entrevistas utilizou-se a técnica de saturação. Segundo Thiry-Cherques (2009, p.20) “a saturação é o instrumento epistemológico que determina quando as observações deixam de ser necessárias, pois nenhum novo elemento permite ampliar o número de propriedades do objeto investigado”. Para Fontanella, Ricas e Turato (2008, p.25) “a amostragem por saturação é uma ferramenta conceitual de inequívoca aplicabilidade prática, podendo, a partir de sucessivas análises paralelas à coleta de dados, nortear sua finalização”.

Para avaliar de forma mais coesa a região de Visconde Mauá, além de ouvir os empresários e sua associação, buscou-se também saber a opinião e as informações da atuação poder público. Como a divisão geopolítica da região engloba três municípios: Resende (RJ), Itatiaia (RJ) e Bocaina de Minas (MG), foi solicitado uma entrevista com os secretários de turismo de cada município, porém só a Secretário de Turismo do Município de Resende respondeu, e no município de Bocaina de Minas (MG) não existe Secretaria de Turismo.

(32)

22

Entrevistado Segmento

01 Empresário Vila de Maringá/RJ

02 Empresário Vila de Maringa/MG

03 Empresário Vila de Mauá/RJ

04 Empresário Vila de Maringá/RJ

05 Empresário Vila de Maringá/RJ

06 Empresário Vila de Maringá/RJ

07 Empresário Vila de Maringá/RJ

08 Associação MAUTUR

09 Secretaria de Turismo de Resende

10 Empresário Vila de Mauá/RJ

11 Empresário Vila de Maringa/MG

12 Empresário Vila de Maringa/MG

13 Empresário da Vila de Maromba/RJ

14 Empresário da Vila de Maromba/RJ

15 Empresário da Vila de Maromba/RJ

Quadro 5 – Lista de Entrevistados Fonte: Elaborado pelas autoras

(33)

23 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 APL DE TURISMO EM VISCONDE DE MAUÁ – A VISÃO DOS DOCUMENTOS OFICIAIS

4.1.1 SOBRE A REGIÃO

Seu processo de colonização teve início em 1870, com a crise da escravidão onde, Irineu Evangelista de Sousa recebeu do Governo Imperial as terras da região de Visconde de Mauá para exploração de madeira, e produção de carvão vegetal para as ferrovias. Em 1889, iniciou o processo de imigração dos europeus, da Áustria e da Itália para formação de um núcleo colonial. Como não foram feitas as estradas e ocorreram desvios de recursos disponíveis, o projeto fracassou e muitos colonos retornaram a seus países.

Em 1908, o governo federal cria um novo núcleo colonial, por meio das reformas das estradas, demarcação de lotes e construção de casas. Com isso, os imigrantes europeus principalmente alemães, vieram para a região.

Aqueles imigrantes que ficaram após 1916, iniciaram a atividade econômica do turismo com a criação das primeiras pousadas. A partir de 1930 se iniciam atividades de acolhida de viajantes, que se mantêm e se desenvolvem ao longo dos anos, sendo que na década de 60, já estão consolidados como empreendimentos de hospedagem o Hotel Bülher e o Hotel Casa Alpina.

A década de 70,foi um marco importante para o turismo local, a partir do movimento hippie que tinha como ideais as questões ambientais, cooperação, estilo de vida nômade, muito característicos na região, o que permitiu a atração de muitos turistas deste perfil.

Hoje, a região de Visconde de Mauá é um distrito compreendido por três vilas principais: a Vila de Visconde de Mauá, a Vila de Maringá e a Vila de Maromba. A região está situada em dois estados, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e também por três municípios Resende/RJ, Itatiaia/RJ e Bocaina de Minas/MG. A Vila de Visconde de Mauá corresponde ao município de Resende, as Vilas de Maringá e Maromba, estão no município de Itatiaia, a Vila de Maringá também possui uma parte no município de Bocaina de Minas, já no estado de Minas Gerais. Essa multiplicidade de territórios que envolvem dois estados e três municípios ampliam o grau de dificuldade na implementação de políticas para o desenvolvimento do

(34)

24 turismo na região. Em contraponto, permite que o território, uma das características de identificação de um APL, seja claramente visualizada na região.

O território integra e é vizinho de várias unidades de conservação (UCs), de âmbito federal, estadual e municipal, o que torna a região única quanto às questões de uso e ocupação do solo que afetam diretamente a população e o desenvolvimento do turismo. Vale ressaltar que as UCs entendem o turismo como o elemento fomentador do desenvolvimento econômico da região. No quadro 6, encontram-se discriminadas todas as unidades de conservação do território:

(35)

25

Local Descrição

Parque Nacional de Itatiaia (Parna Itatiaia)

Primeira área natural de proteção integral implantada no Brasil, atualmente com área de 30.000 hectares, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Proteção da Biodiversidade - ICMBio. Foi criado pelo Decreto Federal nº 1.713 de 14 de junho de 1937 e ampliado pelo Decreto Federal nº 87.586, de 20 de setembro 1982.

Área de Proteção Ambiental da Mantiqueira (APA Mantiqueira)

Área protegida de uso sustentável com 411.184 hectares, criada pelo decreto federal 91.304, de 03 de junho de 1985. Atualmente, sua administração está entregue ao ICMBio. A APA Mantiqueira abrange 25 municípios: dezesseis no estado de Minas Gerais (Bocaina de Minas, Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Delfim Moreira, Itanhandu, Itamonte, Liberdade, Virgínia, Marmelópolis, Passa-Quatro, Passa-Vinte, Piranguçu, Pouso Alto, Bom Jardim de Minas, Venceslau Brás), sete no estado de São Paulo (Cruzeiro, Queluz, Lavrinhas, Campos do Jordão, Piquete, Pindamonhangaba, Santo Antônio do Pinhal) e dois no estado do Rio de Janeiro (Resende e Itatiaia).

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

As áreas naturais protegidas do Parna Itatiaia e da APA Mantiqueira fazem parte do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, e estão inseridas na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO.Fazem parte, ainda do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Mantiqueira (Portaria 351/2006, do Ministério do Meio Ambiente-MMA), do Corredor Ecológico da Serra da Mantiqueira (inserido no Corredor da Serra do Mar). A região onde se localizam é reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente como área de prioridade extremamente alta para a conservação da biodiversidade Parque Estadual da Pedra

Selada – PEPS

Instituído pelo decreto n° 43.640 de 15 de junho de 2012. Em suas considerações, o decreto identifica que a criação de parques estaduais nas zonas rurais fluminenses contribui para o desenvolvimento regional, abrindo oportunidades para pequenos e médios empreendimentos e gerando empregos e renda na atividade turística.

Quadro 6 – Unidades de conservação Fonte:adaptado SEBRAE, 2011.

De acordo com os dados do Censo Demográfico 2010, a Região de Visconde de Mauá, nas parcelas pertencentes aos municípios de Itatiaia e Resende, conta com uma população recenseada de 3.044 habitantes.

Comparando-se com a população do município de Resende, a parte Visconde de Mauá corresponde a 1,3% do total e, em Itatiaia, a 4,79%, conforme quadro 7. As informações da parcela mineira, pertencente a Bocaina de Minas, não foram disponibilizados pelo IBGE.

Referências

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