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PREVDORT - Projeto de Prevenção de DORTs

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PREVDORT - Projeto de Prevenção de DORTs

Sara Cristina Freitas de Oliveira 1. RESUMO

O PREVDORT - Projeto de Prevenção de DORTs – é um projeto vinculado à Diretoria de

Programas Comunitários da Pró- Reitoria de Extensão, que atua na promoção da Saúde Laboral dos funcionários da própria Universidade, buscando a qualidade de vida no trabalho, através de medidas que visam eliminar ou minimizar os fatores de risco nos ambientes de trabalho da comunidade interna da Universidade, que levam ou contribuem para o aparecimento de DORTs (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) e dores na coluna vertebral. Busca também estimular a participação e o envolvimento de alunos, desenvolver o espírito científico ao fomentar a pesquisa na área de Saúde do Trabalhador, e, através de atividades práticas, o aprimoramento e o desenvolvimento de um futuro profissional voltado para a atenção primária em saúde.

2. INTRODUÇÃO

No Brasil, as empresas estão gastando R$ 12,5 bilhões por ano apenas com os acidentes de trabalho e doenças profissionais que poderiam ser evitados. Além do seguro pago à Previdência, as empresas perdem R$ 10 bilhões por ano com o tempo perdido, primeiros socorros, destruição de equipamentos e materiais, interrupção da produção, substituição de trabalhadores, perda da experiência do trabalhador afastado, treinamento de outros trabalhadores para substituir o lesionado, horas extras, recuperação de empregados, salários pagos a trabalhadores afastados, despesas administrativas, gastos com medicina etc. Assim, como afetam o custo de produção, os acidentes e doenças do trabalho elevam os preços dos produtos e serviços e acabam por diminuírem a capacidade das empresas de competir. O custo para o Brasil é ainda maior, uma vez que as pessoas atingidas e suas famílias também enfrentam despesas pelo menos iguais ao custo segurado,além da dor, das frustrações, da perda de dignidade e do trabalho. De forma que, a conta para a sociedade, como um todo, sobe para R$ 15 bilhões ( PASTORE, 2005)

A Norma Técnica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ordem de Serviço 606, de 05/08/1998 (Brasil/Diretoria do Seguro Social, 1998), conceitua DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) , que substitui o termo para LER (Lesões por Esforços Repetitivos),como “uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos”.

No Brasil estes distúrbios já constituem atualmente, a segunda maior causa de afastamento de trabalhadores, segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Seguridade Social (O’NEILL, 2000).

Os sinais e sintomas característicos são muitos: dor espontânea ou à movimentação, sensação de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamentos, alteração de sensibilidade, agulhadas, choques, vermelhidão, calor e edema locais, presença de tumefações, áreas de hipotrofia ou atrofia muscular, entre outros. Diversos fatores podem contribuir para tal variedade de sinais e sintomas: o grande número de afecções incluídas no universo dos DORT ( tenossinovites, Síndrome do Túnel Carpal, tendinites, etc.). Em muitos casos, os problemas serão esclarecidas após um estudo ergonômico da situação de trabalho. A multiplicidade de sintomas e sinais pode ser explicada através de uma análise detalhada da atividade de trabalho, das exigências da tarefa (biomecânicas,cognitivas,organizacionais e ambientais) e das funções que o trabalhador solicita para executá-la (ASSUNÇÃO & ALMEIDA, 2003).

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Os DORT têm caráter multifatorial e estes fatores que levam ao seu aparecimento são amplamente discutidos pela literatura. O desenvolvimento é multicausal, de forma que é importante analisar os fatores de risco que direta ou indiretamente intervém neste processo (CARDIA & MÁSCULO, 2002) .

Deliberato (2000) enumera os principais fatores de risco ligados aos DORT:

- Fatores Biomecânicos :Posturas estáticas por tempo prolongado; força excessiva na execução da tarefa; compressão mecânica dos tecidos moles; alta repetitividade dos movimentos, mobiliário inadequado.

- Fatores Organizacionais: Monotonia excessiva; pressão por produtividade; competição exacerbada; ausência de pausas; ritmo intenso de trabalho

- Fatores ambientais : frio, vibração.

- Fatores psicoemocionais: desmotivação; afastamento da família; estresse; etc.

Além dos DORT’s, os distúrbios dolorosos da coluna vertebral, genericamente conhecidos como dorsalgias e lombalgias, são grande fonte de preocupação, pois, segundo Couto (2002) constituem atualmente a maior causa isolada de transtornos à saúde e de absenteísmo relacionado ao trabalho.

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), através da Norma Regulamentadora nº 17 dada pela Portaria nº 3.751, de 23 novembro de 1990, trata do tema Ergonomia e estabelece “os parâmetros de adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores” promovendo a segurança, desempenho e satisfação.

A Ergonomia, ciência da configuração do trabalho, busca a adequação das condições de trabalho às capacidades e realidades da pessoa que trabalha e tem como principais objetivos : o melhoramento e a conservação da saúde, a satisfação e o bem-estar dos trabalhadores dos trabalhadores na sua relação com os sistemas produtivos, vindo a eficiência como conseqüência (GRANDJEAN, 1997).

A ergonomia se constitui na principal forma de prevenção de lombalgias e dorsalgias no trabalho. Estima-se que a adoção de medidas ergonômicas de baixo custo no ambiente de trabalho é capaz de reduzir cerca de 80% a incidência de dores lombares (COUTO, 2002).

O prejuízo é grande para as empresas, mas afeta principalmente os funcionários ,por serem patologias que em seus estágios mais avançados são altamente dolorosas e incapacitantes.

Com base nestas considerações, o Projeto PREVDORT visa eliminar ou minimizar os fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho da própria Universidade, fatores estes que levam ou contribuem para o aparecimento de DORTs e algias na coluna vertebral, uma vez que, adotar medidas preventivas significa demonstrar respeito e preocupação com a saúde do trabalhador, aumentando a identificação do funcionário com a Instituição, ao mesmo tempo em que diminui custos com absenteísmo, encargos sociais, perda de produtividade e de qualidade do serviço.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Promover saúde laboral e melhoria da qualidade de vida no trabalho no Campus I e Campus II da Universidade, através de medidas que visam principalmente eliminar ou minimizar os fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho da Instituição que levam ou contribuem para o aparecimento de DORT’s e dores na coluna vertebral.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Realizar análise ergonômica dos postos de trabalho dos setores solicitantes da universidade, visando melhorias das condições gerais de trabalho;

- Emitir laudos ergonômicos a partir das análises dos posto de trabalho, com as recomendações para adequação dos postos de trabalho;

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- Divulgação e distribuição de material científico/informativo nos diversos postos de trabalho; - Realizar educação em saúde do trabalhador, através de aplicação de palestras, cartazes e

folhetos informativos nos diversos setores da instituição;

- Triagem e acompanhamento dos funcionários com patologias músculo-esqueléticas instaladas, de origem ocupacional, para verificar a necessidade de encaminhá-los ao médico do trabalho do SESMT e ao serviço de Fisioterapia da Instituição, para diagnóstico precoce e aplicação de terapêutica apropriada.

- Desenvolver e incutir entre os alunos participantes do projeto (estudantes de educação física e de fisioterapia), o conceito de Promoção da Saúde do Trabalhador, principalmente na Fisioterapia, geralmente preocupada apenas com a reabilitação, esquecendo a prevenção. - Desenvolver e estimular a elaboração de Artigos Científicos e Trabalhos de Conclusão de

Curso – TCC, (Monografias), envolvendo alunos participantes do projeto;

4. ESTRATÉGIAS PARA CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS 4.1. Articulação com ensino e/ou pesquisa

- Proporcionar aos alunos dos diversos cursos da Instituição, que participam do Projeto , em atividades teórico-práticas que demandam conhecimentos gerais e específicos das diversas áreas de saúde, através da participação em programas e projetos de pesquisas desde o início de sua formação profissional.

- Estimular a participação voluntária de estudantes no Projeto, despertando uma consciência maior para atenção primária em saúde do trabalhador, buscando a prevenção e não apenas a reabilitação das doenças;

- Desenvolver e estimular a elaboração de Artigos Científicos e Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC, (Monografias), envolvendo alunos participantes do projeto;

- Participação em Congressos de Ergonomia,Fisioterapia, Saúde do Trabalhador; Qualidade de Vida, Fisioterapia e áreas afins de temas livre e painéis;

- Participação em atividades desenvolvidas pela Universidade, como Semana Universitária, Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT), etc.

- Integração com o curso de graduação de Fisioterapia e Educação Física, envolvendo os alunos em atividades práticas nas disciplinas afins.

4.2. Parcerias

- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT e Gerência Administrativa - GA

O PREVDORT, mantém parcerias direta com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT e Gerência Administrativa - GA , por ser um Projeto ligado à saúde do trabalhador e promoção da qualidade de vida na comunidade da Instituição.

- Prefeitura do campus I: a Prefeitura do Campus I tem trabalhado em conjunto com o projeto, de

forma que proporcionou uma maior abertura e liberdade para atuar junto aos setores e funcionários diretamente ligados à mesma: Higiene e Limpeza; Conservação e Limpeza Externa.

- Setor de Manutenção: Da mesma forma que a Prefeitura, a Manutenção apóia amplamente as

ações do projeto , junto aos setores e funcionários diretamente ligados à mesma: Marcenaria, serralharia, elétrica e hidráulica. Além disso, também tentamos trabalhar com o conceito de Ergonomia de Concepção, ao oferecer orientação à marcenaria sobre os padrões e medidas mais adequados para fabricação de mobiliário que não ofereça risco à saúde dos trabalhadores.

- Mantém ainda ações em conjunto com outros projetos da universidade como o SEDESPORTE (Projeto atividades físicas e desportivas) encaminhando e estimulando os participantes do

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PREVDORT para atividade física regular. Também com o Projeto Alimentação Saudável, com palestras integrando alunos da fisioterapia e nutrição.

4.3. Equipe envolvida

- 01 Professor fisioterapeuta - 02 estagiários

- Alunos voluntários dos cursos fisioterapia e educação física; - Apoio da equipe do SESMT.

4.4. Colegiado

Como forma de avaliação e controle das atividades do projeto, existe um colegiado composto pela gestora do projeto, pela diretora de programas comunitários da Universidade, pela diretora do curso de Fisioterapia e por um representante do SESMT da instituição. Tal colegiado reúne-se no início e no fim de cada semestre com a finalidade de avaliar as ações, resultados e impactos do projeto, discutir as atividades desenvolvidas, detectar problemas, propor soluções e novas estratégias, planejar e definir novas diretrizes do projeto.

4.5. Corpo de voluntários

Estimula a participação e atuação acadêmica no projeto, especialmente estudantes de fisioterapia e educação física, com atividades voltadas ao permanente aprimoramento científico e atualização das práticas profissionais relacionadas à qualidade de vida no trabalho. Capacita estagiários e

voluntários na dinâmica e metodologia de aplicação da ginástica laboral.

Figura 1: voluntários do projeto.

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

5.1. Realiza análise ergonômica dos postos de trabalho dos setores solicitantes da Universidade,

e emitir laudos ergonômicos a partir das análises dos posto de trabalho, com as recomendações para adequação dos postos de trabalho, visando melhorias das condições gerais de trabalho:

A prevenção dos riscos ambiente de trabalho requer o conhecimento do ambiente físico, do arranjo físico,mobiliário, das dimensões, das características dos instrumentos e das posturas adotadas na

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execução da tarefa. A ergonomia só existe se houver uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e esta só é válida se for realizada empiricamente numa real situação de trabalho.

5.2. Levantamento das condiçoes de saúde (DORT)

Aplicação de questionários estruturados, para identificar sinais e sintomas iniciais e tardios de DORT e dores na coluna vertebral, com a intenção de encaminhar , se necessário, ao médico do trabalho e ao tratamento fisioterapêutico precoce, evitando a progressão da doença. Também é uma forma de avaliar e controlar os resultados do projeto na população envolvida. Tais questionários são aplicados aos funcionários quando da realização das palestras, nas Análises dos Postos de Trabalho, antes da aplicação e a cada semestre após a adoção da Ginástica Laboral nos setores de trabalho.

5.3. Aplicação de ginástica laboral nos diversos setores de trabalho da Universidade: A ginástica

laboral ou do trabalho é realizada antes, ou durante ou no fim da jornada de trabalho, em curtos períodos de pausa, num intervalo de 15 minutos, onde são executados exercícios básicos de alongamento de membros superiores e coluna cérvico-torácica, com objetivo de diminuir a tensão muscular e minimizar os efeitos traumáticos que o trabalho desempenha nas estruturas osteoarticulares e prepará-las para a carga de trabalho. Também são realizados exercícios para membros inferiores que estimulam o retorno venoso, prevenindo problemas circulatórios, e exercícios respiratórios que combatem o estresse.

Três fatores devem ser considerados nesta prática, o primeiro é a instrução correta para realização de alongamentos, que se executados erroneamente, podem provocar distensões musculares, piorando quadros dolorosos e aumentando o desgaste das estruturas osteomioarticulares; o segundo fator relevante é que os exercícios devem ser feitos com consciência dos movimentos, buscando um auto conhecimento, formação da auto imagem e auto-aceitação e o terceiro fator importante é evitar que os exercícios no posto de trabalho seja encarado como mais uma tarefa imposta. Nestes casos a ginástica laboral deve ser realizada segundo as necessidades dos trabalhadores, fazendo-se necessário o estudo preliminar das tarefas executadas e do ritmo exigido para posterior introdução dos exercícios, e deve ter participação voluntária dos mesmos.

Atualmente a aplicação de ginástica laboral se dá em 14 setores: CAMPUS I:

1- SIBI – SISTEMA DE BIBLIOTECAS 2- Gerência de Tecnologia da Informação 3- PROEX DPE/DPC

4- GERÊNCIA ADMINISTRATIVA 5- Setor de Compras

6- Setor de Recebimento e Patrimônio 7- Almoxarifado

8- MANUTENÇÃO: Marcenaria, serralharia, hidráulica e elétrica, Central de Reuso. 9- Controladoria

10. Financeiro

11. Higiene e Limpeza/Conservação e Limpeza Externa

12. SAA/SAC: Setor de Atendimento ao Aluno e Secretaria Acadêmica 13. CAMPUS II : pessoal da limpeza; secretarias; biblioteca; telefonia. 14. HUCB: pessoal da limpeza; recepção, enfermaria.

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Figura 1: ginástica laboral no campus II Figura 2: ginástica laboral na marcenaria.

Figura 3: ginástica laboral com o pessoal Figura 4: ginástica laboral com o administrativo. da Higiene e Limpeza.

5.4. Educação postural e auto-cuidados na prevenção de DORT’S

No cotidiano do trabalhador maus hábitos posturais são automatizados pelo sistema nervoso central e para modificá-los é preciso um processo educativo de reorientação. Não basta trocar o mobiliário se o trabalhador não souber usá-los adequadamente e continuar a adotar posturas e movimentos risco , ou não dá pausas para o corpo se recuperar da carga de trabalho diária.

Desta forma é recomendável que os exercícios sejam associados a Aplicação de Palestras educativas nos diversos setores de trabalho da Universidade, sobre educação postural, dor de coluna e lesões por esforços repetitivos entre outros temas como estresse, qualidade de vida entre outros. As palestras propiciam maior conhecimento sobre o corpo e seu processo de desgaste, permitindo ao trabalhador uma reflexão de suas atitudes e mudança de comportamento. São bons princípios para despertar o interesse sobre o próprio corpo e a responsabilidade individual para o auto cuidado. Reforçar e estimular a realização dos exercícios também fora do horário específico da Ginástica Laboral, ou seja, nos momentos de pausa durante o dia de trabalho.

As palestras são aplicadas no próprios setores de trabalho ou em salas e auditórios reservados pata tal, com uso de DATASHOW, apresentações bem ilustrativas e de fácil entendimento do assunto.

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Programação das Palestras:

1- O QUE SÃO DORT’S? Esta palestra objetiva explicar ao trabalhador a origem, causas e consequências dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, de forma que ele aprenda a identificar os primeiros sintomas, e se conscientize da necessidade de prevenção (estimular a participação na ginástica laboral).

2- ENTENDENDO SUA DOR NAS COSTAS esta palestra pretende esclarecer de forma simples, as causas de dores na coluna, as estruturas vertebrais, as curvas fisiológicas e patológicas da coluna vertebral.

3- AUTOCUIDADOS (posturas adequadas nas Atividades de Vida Diária e no Trabalho, exercícios simples de auto-alongamento)

4- APRESENTAÇÃO DO PROJETO PREVDORT: esta palestra tem a intenção de divulgar e explicar o projeto entre alunos e funcionários.

- Também faz parte do processo de educação em Saúde do Trabalhador a Distribuição de folders, cartazes e de Cartilhas informativas sobre Educação Postural e autocuidados na prevenção de DORT’s e dores na coluna vertebral.

5.5. Gerar multiplicadores de saúde laboral entre os próprios funcionários; capacitando um ou

mais funcionários de cada setor atendido, na aplicação da ginástica laboral aos próprios colegas de trabalho e no cuidado com a educação postural dos mesmos.

5.6. Ergonomia aplicada às pessoas portadoras de deficiência;

A lei obriga a contratação de pessoas Portadoras de Deficiências.Estudar as implicações da relação trabalho x Pessoa Portadora de Deficiência, por meio da avaliação ergonômica , da identificação de fatores de risco adversos a integridade físico-psico social do indivíduo que podem agravar ou comprometer as capacidades residuais deste trabalhador portador de deficiência; da comparação entre demandas da tarefa com as capacidades funcionais deste trabalhador a fim de detectar possíveis incompatibilidades e da intervenção junto ao ambiente de trabalho, promovendo uma melhor qualidade de vida do trabalhador, limitando e corrigindo os agravos à saúde do indivíduo através de uma abordagem ergonômica adequada de ao estudo da PPD.

5.7. Escola de posturas

Back School ou Escolas de Posturas é um método que objetiva a auto educação para mudança de atitudes posturais e controle da dor, composto essencialmente por informações teóricas educativas, exercícios terapêuticos e treino de relaxamento.

A escola de postura por meio de exercícios terapêuticos propicia uma maior flexibilidade, equilíbrio e harmonia corporal, através de alongamentos das musculaturas encurtadas, fortalecimento das musculaturas enfraquecidas e relaxamentos das musculaturas tensionadas, desta forma compensa as posturas viciosas e prepara o corpo para um envelhecimento saudável, minimizando os efeitos traumáticos que o trabalho desempenha nas estruturas osteoarticulares. A tensão muscular e o stress psíquico são minimizados através de treinamento de relaxamento estimulando o auto conhecimento e um melhor controle sobre o corpo e a dor.

As aulas, com informações teórico-práticas sobre a estrutura e o funcionamento dos diversos órgãos e segmentos corporais, que sustentam e locomovem o ser humano, têm o objetivo também de orientar sobre os movimentos adequados do corpo, na esperança de que o indivíduo minimize a ocorrência de movimentos falhos durante as atividades de vida diária e no trabalho.

A Escola de Posturas gera e proporciona a comunidade um atendimento especializado em prevenção e tratamento precoce da coluna vertebral e particulamente auxilia no tratamento reabilitador da coluna e nos casos de dor crônica.

A escola de Postura ainda não foi efetivada, mas é uma meta do projeto ainda para este ano. Estaria aberta para todos os funcionários da Universidade, com distúrbios leves na coluna vertebral, com diagnóstico médico e que preferivelmente já tivessem passado anteriormente por um

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atendimento fisioterapêutico individual. Também seriam criados grupos para os funcionários com intenção de prevenir problemas crônicos na coluna vertebral.

O trabalho será realizado com grupos 5 a 10 trabalhadores, duas vezes por semana, com duração de 30 a 40 minutos, sob orientação de um facilitador. Antes ou depois da jornada de trabalho. A dinâmica em grupo cria um estímulo aos participantes, formando uma rede através da qual as pessoas se incentivam mutuamente.

6. INDICADORES DE AVALIAÇÃO

- Como formas de avaliação das ações do Projeto têm-se um controle do numero de postos de trabalho envolvidos no programa de ginastica laboral, bem como numero de funcionários de cada setor;

- Confrontar número de solicitação de laudos técnicos ergonômicos, motivados por queixas dos funcionários do setor e o número de laudos ergonômicos elaborados, para verificar se a demanda foi atendida;

- Verificar o número de palestras realizadas; - Número de voluntários;

- Produção científica desenvolvida: TCC; artigos, apresentações em congresso etc.

- Aplicação de questionários entre os funcionários atendidos pelo projeto, para investigar a prevalência de dores músculo-esqueléticas, fadiga muscular, e outros sinais e sintomas que são indícios para o desenvolvimento de DORT e verificar a satisfação e participação dos funcionários em relação ao projeto;

- Número de consultas e afastamentos médicos (licença médica) relacionados a DORT´s;

7. RESULTADOS

- Ambientes de trabalho saudáveis com melhoria do nível de satisfação dos funcionários; - Adaptação de postos para os trabalhadores portadores de deficiência;

- Conscientização das chefias e dos funcionários da importância do auto-cuidado, da participação assídua na ginástica laboral, palestras e melhora das condições de trabalho; - Criação multiplicadores de saúde laboral entre o funcionários e alunos participantes do

projeto;

- Diminuição do número de afastamentos (licença médica) relacionados aos DORT’s junto ao SESMT;

- Geração de Trabalhos de Conclusão de Curso

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9. CONCLUSÃO

As palestras de conscientização dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que tentam promover o auto-cuidado em relação a posturas adequadas e estimular a participação na ginástica laboral, também trazem um maior conhecimento sobre as patologias, de forma que, se antes, àquele trabalhador que mesmo apresentando sintomatologia de DORT, não reconhecia a doença, agora pode procurar o médico para realizar diagnóstico precoce e evitar a evolução da mesma. Com isto poderíamos esperar até um número maior de diagnósticos pelo SESMT, mesmo assim observamos uma queda de 10% nos mesmos em relação a 2005.

Atualmente a Universidade conta com 829 docentes, 1170 funcionários administrativos. Podemos afirmar que o projeto atende atualmente cerca 40,6 % dos administrativos no que se refere à aplicação da ginástica laboral e palestras. Em relação aos docentes, são mais beneficiados pelos laudos ergonômicos. 2004 2005 2006 Laudos ergonômicos solicitados e realizados 19 10 07 Trabalhadores beneficiados com laudos ergonômicos Não se contava 41 23 Palestras para funcionários 17 13 10 voluntários 07 41 26 Setores beneficiados com a ginástica laboral 11 15 15 Trabalhadores beneficiados com a ginástica laboral 128 450 475 N° de diagnósticos de DORTs nos setores atendidos pelo projeto Não se contava 213 176 Percentual de diagnósticos de DORTs nos setores atendidos pelo projeto

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10. BIBLIOGRAFIA

ASSUNÇÃO, A.A; ALMEIDA, ILDEBERTO, M. Doenças osteomusculares relacionadas com o trabalho: membros superiores e pescoço. In: Patologia do Trabalho. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.

BRASIL. INSS. Diretoria do Seguro Social. Ordem de Serviço nº 606, de 05/08/98. Brasília. Diário Oficial da União. 20 de agosto de 1998.

CARDIA, M.C. G.; MÁSCULO, F. S. Back School: um modelo de educação postural para as

empresas. In: XII Congresso Brasileiro de Ergonomia, 2002, Recife. CD ROM.

COUTO, H.A. Ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Belo Horizonte: Ergo, 2002.

DELIBERATO, P. Fisioterapia Preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole, 2002. GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 4ª ed., Porto Alegre: Editora Bookman, 1998.

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