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Impactos regionais da mudança tecnológica no setor agrícola de Minas Gerais

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Academic year: 2021

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Impactos regionais da mudança tecnológica no setor

agrícola de Minas Gerais

Adriano Provezano Gomes

Professor do Departamento de Economia Universidade Federal de Viçosa

Campus Universitário s/n – Viçosa/MG – 36.570-000 E-mail: apgomes@ufv.br

CPF: 723.006.046-04

Antonio José Medina dos Santos Baptista

Estudante de Doutorado em Economia Aplicada

Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Economia Rural Campus Universitário s/n – Viçosa/MG – 36.570-000

E-mail: tozecv@yahoo.com CPF: 012.392.596-70

Armando Chinelatto Neto

Estudante de Doutorado em Economia Aplicada

Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Economia Rural Campus Universitário s/n – Viçosa/MG – 36.570-000

E-mail: achinelattoneto@yahoo.com.br CPF: 998.068.276-00

Área Temática: 11 - Ciência, Inovação Tecnológica e Pesquisa Agrícola Forma de Apresentação: Apresentação em sessão sem debatedor

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Impactos regionais da mudança tecnológica no setor

agrícola de Minas Gerais

Resumo

O setor agrícola de Minas Gerais passou por uma série de transformações nas últimas décadas, ocasionadas pela mudança tecnológica. Contudo, essa mudança tecnológica não ocorreu de forma homogênea. Nesse sentido, buscou-se analisar os impactos da mudança tecnológica e suas conseqüências na geração de disparidades regionais. Para isso, foram utilizados dados referentes à produção e uso de insumos das 66 microrregiões do estado. Foram estimadas funções de produção na forma funcional translog, as quais permitiram a obtenção dos produtos marginais dos fatores. Feito isso, utilizou-se a classificação de Hicks para identificar o perfil das mudanças tecnológicas. Concluiu-se que em apenas 23 microrregiões foi verificada a mudança tecnológica poupadora de trabalho. Nas demais, a mudança tecnológica poupou capital. Contudo, nas microrregiões onde a tecnologia poupou trabalho está concentrada a maior parte da produção agrícola do estado. Além disso, os índices de mudança tecnológica foram significativamente maiores nessas regiões. Conciliando esses dois pontos, pode-se dizer que a mudança tecnológica ocorrida no setor agrícola mineiro poupou relativamente mais trabalho do que capital.

PALAVRAS-CHAVE: Minas Gerais, mudança tecnológica na agricultura, disparidades regionais.

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Impactos regionais da mudança tecnológica no setor

agrícola de Minas Gerais

1. INTRODUÇÃO

Historicamente, a agricultura sempre teve papel de destaque no desenvolvimento da economia brasileira. O setor agropecuário é fundamental no processo de desenvolvimento regional, participando na segurança alimentar, oferecendo oportunidades de emprego, renda e geração de divisas, por meio de exportações.

Entretanto, ao longo do tempo, a modernização da agricultura brasileira não ocorreu de forma homogênea, seja em termos temporais ou espaciais. De certa forma, a modernização da agricultura impôs características de caráter excludente quanto ao tamanho dos produtores e regiões do país. Preponderantemente foram integrados ao processo os médios e grandes produtores, localizados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Em Minas Gerais essa situação não foi diferente. CURI (1997), ao analisar as divergências regionais da produção agropecuária nesse estado, verificou que tais diferenças são explicadas devido à ação de um conjunto de fatores. Destaca-se a adaptação do pacote tecnológico da modernização, aliada às condições naturais, ao interesse dos empresários, à disponibilidade de crédito, aos subsídios concedidos, ao interesse de capitais externos e à demanda crescente e diferenciada por produtos agrícolas.

De modo geral, pode-se dizer que, nas últimas décadas, a agricultura se desenvolveu em um novo ambiente econômico, marcado pela redução da participação do estado e abertura comercial. Diante desta nova realidade, é importante compreender as características presentes na adoção das novas tecnologias de produção. Além disso, considerando que a evolução do setor não ocorreu de forma homogênea, torna-se necessário analisar as características regionais da estrutura produtiva agrícola do estado.

Nesse sentido, o presente estudo pretende oferecer subsídios para uma melhor compreensão das disparidades regionais na agropecuária em Minas Gerais, bem como dos impactos da mudança tecnológica no uso dos fatores de produção.

2. METODOLOGIA

O procedimento analítico deste estudo consistiu na utilização de técnicas quantitativas de análise de dados. Inicialmente, foi preciso estimar as funções de produção para os dois períodos analisados (1985 e 1995). Em seguida, por meio do Índice de Malmquist, calculou-se a variação da produtividade total dos fatores entre os dois períodos de tempo. Tal índice permitiu separar as influências da mudança na eficiência técnica da mudança tecnológica na variação da produtividade total dos fatores. Por fim, utilizando-se dos produtos marginais dos fatores, calculados nas funções de produção, classificaram-se as mudanças tecnológicas ocorridas nas microrregiões de Minas Gerais.

2.1. Estimativa das funções de produção

Para verificar a estrutura da produção, foram estimadas funções de produção na forma transcendental logarítmica (translog). A função de produção translog é considerada uma forma funcional flexível pelo fato de não impor restrições a priori aos valores das

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elasticidades de produção e de substituição entre os fatores. Além disso, a forma funcional translog pode representar de forma mais fiel a tecnologia de produção, possibilitando testes quanto à separabilidade, homogeneidade, monotonicidade, concavidade, entre outras características desejáveis para a tecnologia de produção.

De acordo com LIMA (2000), as condições de monotonicidade e concavidade podem não ser satisfeitas globalmente pela função translog. Entretanto, tais propriedades devem ser testadas localmente (sendo o ponto médio das variáveis o mais utilizado). A monotonicidade é satisfeita quando os produtos marginais dos fatores forem positivos. A concavidade da função se verifica quando a matriz Hessiana orlada for negativa semidefinida.

Pressupondo-se separabilidade fraca entre os fatores de produção, de tal forma que eles possam ser agregados em três grupos X1, X2 e X3, a função de produção pode ser definida como:

∑∑

= = = μ + β + α + α = 3 1 j 3 1 k jk ji ki i 3 1 j j ji 0 i lnX lnX 2 1 X ln ln Y ln (1)

em que i = 1,2,3,...,N são unidades de produção; Xjk, j,k = 1, 2, 3 são os fatores de produção terra, capital e trabalho; Y é a variável dependente (produção); αj e βjk são os parâmetros a serem estimados; e é um erro aleatório pressuposto normal, independente e de variância constante. A igualdade

i

μ

kj jk =β

β , j, k = 1, 2, 3 é a condição imposta pelo teorema de Young, referente à igualdade das derivadas cruzadas de segunda ordem, garantindo as condições de simetria.

Estimando-se os parâmetros da função de produção translog, podem-se calcular os produtos marginais dos fatores, utilizando-se a seguinte expressão:

i j j ij ij i i i X Y X ln X Y X ln Y ln X Pmg ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ β + α = ∂ ∂ =

(2) 2.2. O Índice de Malmquist

O Índice de Malmquist é utilizado para verificar o comportamento da produtividade total dos fatores (PTF) ao longo do tempo. Sua característica mais importante é que ele pode ser decomposto em um índice de mudança na eficiência técnica e um índice de mudança tecnológica. Em outras palavras, a análise de eficiência/produtividade pode ser desmembrada em duas partes: mudança da distância em relação à fronteira tecnológica, também chamada de mudança de eficiência, e mudança da fronteira tecnológica ao longo do tempo, também chamada de progresso tecnológico.

O índice de mudança na produtividade de Malmquist com orientação produto, entre os períodos t e t+1, pode ser definido como:

2 1 t t 1 t 0 1 t 1 t 1 t 0 t t t 0 1 t 1 t t 0 t t 1 t 1 t 1 t , t 0 ) y , x ( d ) y , x ( d x ) y , x ( d ) y , x ( d ) x , y , x , y ( M ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = + + ++ + + + + + (3)

A equação anterior representa a produtividade do ponto de produção (xt+1, yt+1) com relação ao ponto de produção (xt, yt). Esse índice representa a média geométrica entre um

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índice que usa a tecnologia do período t e outro que usa a tecnologia do período t+1. Conforme mencionado anteriormente, o índice de Malmquist pode ser decomposto em duas medidas (mudança de eficiência e progresso tecnológico) da seguinte forma:

índice que usa a tecnologia do período t e outro que usa a tecnologia do período t+1. Conforme mencionado anteriormente, o índice de Malmquist pode ser decomposto em duas medidas (mudança de eficiência e progresso tecnológico) da seguinte forma:

2 1 t t 1 t 0 t t t 0 1 t 1 t 1 t 0 1 t 1 t t 0 t t t 0 1 t 1 t 1 t 0 t t 1 t 1 t 1 t , t 0 ) y , x ( d ) y , x ( d x ) y , x ( d ) y , x ( d x ) y , x ( d ) y , x ( d ) x , y , x , y ( M ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = + + + + + + + + + + + + (4)

em que o primeiro termo do lado direito da equação mede a mudança de eficiência e o segundo termo mede o progresso tecnológico. A Figura 1 ilustra essa definição, considerando-se um modelo com um insumo e um produto.

Na Figura 1, T e Tt+1 representam as tecnologias de produção em dois períodos. Considere uma região produzindo no ponto P no período t e no ponto Q no período t+1. A mudança de eficiência para esta região é dada pela razão entre a eficiência técnica no período t+1 em relação ao período t.

b 0 a 0 e 0 d 0 eficiência de Mudança = (5) T t+1 Y e b Y t = a P Y t+1 = d Q T t c 0 X t X t+1 X

Figura 1: Representação do índice de produtividade de Malmquist.

A mudança tecnológica é a média geométrica entre o deslocamento da tecnologia avaliada em Xt+1 e o deslocamento da tecnologia avaliada em Xt.

2 1 c 0 a 0 b 0 a 0 x e 0 d 0 c 0 d 0 a tecnológic Mudança ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ = (6)

Para calcular os componentes do índice, é necessário resolver quatro problemas de programação linear do tipo:

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(

)

[

]

, 0 ... , 0 X x , 0 Y y : a sujeito , MAX y , x d n 1 i p q , i i p q , i , 1 q q p 0 ≥ λ λ ≥ λ − ≥ λ + φ − φ = φλ − em que

( ) ( ) (

p,q ∈

{

t,t , t+1,t+1

) (

, t,t+1

) (

, t+1,t

)

}

.

Os valores obtidos para os φ’s indicam a quantidade máxima de aumento em todos os produtos do período q, com os insumos constantes requeridos para obter um ponto na função fronteira no período p.

2.3. Mudanças na função de produção e progresso tecnológico

Pode-se dizer que progresso tecnológico está associado à introdução de uma nova técnica de produção que permita produzir mais com a mesma quantidade de fatores ou, de modo equivalente, produzir a mesma quantidade utilizando-se menos fatores. De modo geral, isso equivale a uma mudança nas isoquantas de produção, mudança esta que dependerá do tipo do progresso técnico.

Uma classificação muito utilizada nas análises econômicas deve-se a HICKS (1932), a qual está relacionada às variações nas relações dos produtos marginais dos fatores. Para exemplificar essa classificação, considere os dois fatores de produção capital (K) e trabalho (L), com seus respectivos produtos marginais (fK e fL). De acordo com Hicks, toda inovação deve aumentar a produtividade marginal de, pelo menos, um fator. Nesse sentido, as mudanças tecnológicas podem ser classificadas em:

− Poupadoras de trabalho: quando, para a combinação inicial de fatores, aumentar a relação fK/fL;

− Poupadoras de capital: quando, para a combinação inicial de fatores, diminuir a relação fK/fL; e

− Neutras: quando, para a combinação inicial de fatores, a relação fK/fL se mantiver. A Figura 2 ilustra uma mudança tecnológica poupadora de trabalho. Considere que, inicialmente, a firma esteja operando em equilíbrio no ponto A (isoquanta I0), utilizando uma combinação de fatores L e K, cujas produtividades marginais são fK e fL. Denominando os preços do trabalho e do capital de PL e PK, respectivamente, o ponto de equilíbrio é alcançado quando

L K L K P P = .

Com a mudança tecnológica, a isoquanta de produção muda para I1. Nesta nova isoquanta, mantendo-se a combinação inicial de fatores, os produtos marginais se alteram para fK’ e fL’. Considerando que a relação entre os preços dos fatores não se altera, a firma sairá do ponto de equilíbrio, pois

L K ' L ' K > .

Para retornar ao equilíbrio, a firma terá que modificar sua combinação de fatores, de modo a restabelecer a proporcionalidade entre as produtividades marginais e os preços dos fatores. Para que isso ocorra, é preciso diminuir a produtividade marginal do capital e aumentar a produtividade marginal do trabalho, ou seja, utilizar mais capital e menos trabalho. O novo ponto de equilíbrio ocorrerá em B.

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R1 I1 I0 R0 L A B

Figura 2: Mudança tecnológica poupadora de trabalho.

Resumindo, inicialmente a firma estava operando ao longo do caminho de expansão R0. Após a introdução da mudança tecnológica, o caminho de expansão se deslocou para R1, onde se verifica maior relação capital/trabalho.

2.4. Dados utilizados

Os dados utilizados no trabalho foram coletados no Censo Agropecuário de Minas Gerais, nos anos de 1985 e 1995/96, sendo consideradas as 66 microrregiões deste estado em 1996. Foram necessárias adaptações dos dados referentes ao ano de 1985, pois, neste ano, existiam apenas 46 microrregiões. Portanto, foram criadas novas microrregiões por meio do desmembramento e/ou redução do número de municípios de outras, sendo feitas estas mudanças para adequar os dados de 1985 ao número de microrregiões de 1995.

Além da necessidade de adequar os dados de 1985 ao número de microrregiões de 1995, entre estes dois anos foram criados 34 novos municípios. Neste caso, optou-se por não se realizar nenhum tratamento especial dos dados, pois considerou-se a hipótese de que os novos municípios foram criados por meio do desmembramento de municípios que existiam em 1985, acompanhando-os quanto a microrregião que pertencem ou que passaram a pertencer em 1995.

Para conduzir os procedimentos empíricos do trabalho, foram utilizadas três variáveis relacionadas aos insumos e uma variável relacionada ao produto. São elas:

− Terra (X1): área explorada, expressa em hectares. O conceito de área explorada refere-se à soma de áreas com lavouras permanentes e temporárias, pastagens plantadas, matas plantadas, áreas com pastagens naturais e matas naturais.

− Tratores (X2): refere-se ao número total de tratores utilizados na produção agrícola, expresso em unidades.

− Trabalho (X3): pessoal ocupado nas atividades agropecuárias, expresso em número de trabalhadores.

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− Produção (Y): soma do valor da produção vegetal e animal, medida em mil Reais de dezembro de 1995. Para corrigir o valor da produção agrícola de 1985, utilizou-se o Índice de Preços Recebidos pelos Produtores (IPR), da Fundação Getúlio Vargas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em termos agregados, entre o período de 1985 e 1995 as transformações ocorridas na estrutura produtiva agrícola do estado intensificaram o uso de tecnologias mecânicas, poupadoras de mão-de-obra, conforme os dados apresentados na Tabela 1. Como se pode observar, houve queda tanto no número de estabelecimentos agrícolas, quanto no uso dos fatores terra e trabalho, com destaque para a significativa redução da mão-de-obra. Em apenas dez anos, a agropecuária mineira reduziu em cerca de um quarto o pessoal empregado na produção primária do setor. Por outro lado, houve expressivo aumento do número de tratores, caracterizando aumento da mecanização do setor.

Tabela 1: Número de estabelecimentos, área, pessoal ocupado e tratores utilizados na agricultura de Minas Gerais, nos períodos de 1985 e 1995

Especificação Unidade 1985 1995 Variação (%)

Estabelecimento Ud 551.488 496.677 -9,94

Área Hectare 45.836.654 40.811.660 -10,96

Mão-de-obra Pessoa 2.660.130 2.000.046 -24,81

Trator Ud 60.421 89.667 48,40

Fonte: IBGE – Censo Agropecuário.

Entretanto, tais transformações normalmente não ocorrem de forma homogênea em todas as regiões. Muitos autores discutem sobre essas divergências regionais, afirmando que a mudança tecnológica é acompanhada de uma dualidade. Em uma mesma região, ou entre regiões, encontram-se agricultores que empregam técnicas modernas de produção, lado a lado a produtores que produzem com baixo nível tecnológico.

Vários fatores são apontados como responsáveis pelas diferenças intra e inter regionais nas funções de produção agrícolas. Além da disponibilidade relativa de fatores de produção, podem-se citar as limitações de recursos naturais e/ou econômicos e as características subjetivas, relacionadas à propensão do produtor em adotar a nova tecnologia, dados o risco e a incerteza envolvidos nessa decisão.

Independente do motivo, o fato é que existem muitas disparidades entre as regiões produtoras, em virtude da própria extensão territorial do estado de Minas Gerais. Obviamente, tais disparidades exercerão efeitos distintos no mercado de fatores. Isso significa que podem existir regiões onde as transformações impostas pela mudança tecnologia pouparam trabalho em maior ou menor intensidade ou, até mesmo, não foram poupadoras de trabalho.

Para analisar essa questão, é necessário verificar como está distribuída a produção entre as regiões do estado, conforme ilustrado na Figura 31. Como se pode observar há

1 Em todas as figuras que ilustram as distribuições das variáveis, foram utilizados dados das 66 microrregiões

do Estado de Minas Gerais. Além disso, os mapas foram divididos em classes de igual freqüência, isto é, em cada classe encontram-se 22 microrregiões (1/3 do total de observações). Esse tipo de distribuição eqüitativa facilita a análise visual, separando as microrregiões em níveis alto, médio e baixo, relativamente entre elas.

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uma concentração da produção em algumas regiões, destacando as mesorregiões Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e Noroeste. Essas regiões, típicas de cerrado, se destacaram nos últimos anos como as principais produtoras de grãos e pecuária, tanto de corte quanto de leite. A produção vegetal nessas regiões foi beneficiada pelas tecnologias desenvolvidas em diversos centros de pesquisa, as quais buscaram viabilizar a produção agrícola no cerrado brasileiro. Nessas regiões mineiras, há muita semelhança com a agricultura desenvolvida no Centro-Oeste brasileiro, com destaque para o estado de Goiás, maior celeiro de produtos agrícola nacional.

Figura 3: Distribuição do valor da produção agrícola entre as microrregiões de Minas Gerais. Dados em mil Reais de dezembro de 1995.

Em relação à pecuária, essas regiões sempre se destacaram na produção de carne, em virtude, principalmente, da topografia plana. Entretanto, nas últimas décadas, as regiões tradicionais na produção de leite, como Sul de Minas e Zona da Mata, estão perdendo espaço para a região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Destaca-se que Minas Gerais é responsável por 1/3 da produção de leite no Brasil, sendo que, deste total, 24% ocorre na mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba.

A explicação do deslocamento da produção de leite para as regiões do cerrado mineiro está na redução do custo de produção. A elevada produção de milho e soja no Centro-Oeste contribuiu para reduzir, substancialmente, o custo de produção de leite dessa região, mediante redução do preço dos alimentos fornecidos ao rebanho.

Outras regiões do estado também se destacaram entre as maiores produtoras agrícolas. São os casos de parte da mesorregião Sul/Sudoeste e da Zona da Mata Norte. Em ambos locais, há predominância da produção de café, produto que possui, relativamente, elevado valor de venda. Devido a essa característica, essas regiões figuram entre os maiores valores de produção agrícola do estado.

Após analisar os aspectos distributivos da produção agrícola entre as regiões do estado, passa-se agora a discutir sobre as formas como procederam as mudanças na estrutura produtiva. Em outras palavras, qual a trajetória percorrida por cada região para

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chegar aos dados que foram apresentados anteriormente? Para realizar essa análise, compararam-se os dados do Censo Agropecuário de 1985 com os dados do Censo Agropecuário de 1995/96, buscando identificar onde ocorreram variações na produtividade total dos fatores, e de que forma se deram essas variações.

Para tanto, é preciso separar as causas das variações ocorridas na produtividade total dos fatores em duas partes: uma parte relacionada às variações na eficiência produtiva; e outra relacionada às variações tecnológicas. Ganhos em eficiência produtiva estão relacionados à melhor utilização dos recursos disponíveis para produzir uma mesma quantidade, isto é, produzir sem que haja desperdícios de insumos. Exemplificando com duas regiões que produzem a mesma quantidade, porém uma utiliza menos insumos que outra, pode-se dizer que a região que usa menos insumos é tecnicamente mais eficiente que a outra. Com o passar do tempo, se ambas continuarem produzindo a mesma quantidade, pode ser que ocorra mudanças no uso dos insumos. Se a região que antes era considerada ineficiente passar a utilizar menos insumos, isto é, corrigir parte das ineficiências, significa dizer que houve um ganho de eficiência nessa região. Por outro lado, caso a região passe a utilizar proporcionalmente mais insumos, pode-se dizer que houve uma mudança negativa na sua eficiência técnica, ou seja, a região ficou mais ineficiente do que era.

Já o conceito de mudança tecnológica envolve alterações na estrutura produtiva, as quais possibilitam ganhos quantitativos na produção. Em termos econômicos, ganhos de tecnologia são representados por deslocamentos para cima da função de produção, ou seja, passa-se a produzir mais, utilizando-se a mesma quantidade de insumos.

Para calcular essas medidas, utilizou-se de um procedimento não-paramétrico para se obter um índice final de mudança na produtividade total dos fatores, conhecido como índice de Malmquist. As Figuras 4 e 5 ilustram, respectivamente, as diferentes intensidades nas variações ocorridas na eficiência técnica e na tecnologia, entre os dois anos considerados.

Figura 4: Distribuição das mudanças na eficiência técnica verificadas na produção agrícola de Minas Gerais, no período de 1985 a 1995.

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Como se pode perceber, os maiores ganhos de eficiência não ocorreram nas regiões onde o uso de tecnologia mecânica é mais intenso. Ao contrário, os maiores ganhos ocorreram nos locais de menor produção, onde predomina o uso do fator trabalho. É necessário dizer que a melhoria na eficiência técnica em algumas regiões do estado não significa, necessariamente, que essas são mais eficientes do que as demais. Pode ser que as regiões onde o ganho de eficiência foi menor já operavam com eficiência técnica elevada no início do período (1985), situando-se próximas à fronteira de eficiência, ou mesmo nela. Com isso, não foi necessário ganhar eficiência, bastando mantê-la elevada.

O fato é que o aumento de eficiência nas regiões de menor produção, verificado ao longo da década analisada, fez com que a amplitude das medidas de eficiência entre as regiões do estado de Minas Gerais reduzisse. Essa constatação é sustentada analisando-se os dados apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Indicadores de eficiência na produção agrícola de Minas Gerais, no período de 1985 e 1995.

Medida de eficiência técnica Especificação

1985 1995

Média 0,553 0,641

Desvio padrão 0,239 0,219

Coeficiente de variação 43,19% 34,12%

Fonte: Dados da pesquisa.

Como se pode observar, a eficiência média das regiões em 1985 foi de 0,553. Isso significa que havia uma ineficiência no sistema produtivo agrícola do estado de 0,447, ou seja, corrigindo as ineficiências, a produção pode aumentar em até 44,7%, sem a necessidade de utilizar mais insumos. De modo equivalente, a ineficiência média da produção agrícola em 1995 foi da ordem de 35,9%. Essa redução ocorreu, principalmente, pelas melhorias verificadas nas regiões de menor produção, como já discutido anteriormente.

Ainda em relação aos dados da Tabela 2, nota-se que, além do aumento na eficiência média, houve redução no desvio padrão dos escores de eficiência das microrregiões do estado. O resultado foi uma queda do coeficiente de variação, cerca de nove pontos percentuais. Esses resultados corroboram a idéia de que o aumento proporcionalmente maior nas medidas de eficiência das regiões de menor produção foi o responsável pela redução nas discrepâncias regionais. Pelo menos em termos de eficiência técnica pode-se aceitar a hipótese de convergência entre as microrregiões do estado.

O outro fator que compõe as variações na produtividade total dos fatores diz respeito às mudanças tecnológicas entre dois períodos de tempo. Para analisar esse componente, a Figura 5 ilustra seu comportamento entre as regiões do estado, no período entre 1985 e 1995. De forma equivalente aos procedimentos realizados nas análises anteriores, adotou-se a distribuição eqüitativa das microrregiões de acordo com o índice de mudança tecnológica alcançado. Com isso, foi possível a delimitação de três grandes áreas no mapa.

A região onde os ganhos de tecnologia ocorreram em maior intensidade é aquela onde há predominância de tecnologia mecânica, responsável pela maior parcela de produção do estado. Essa situação pode ser interpretada como indícios de que as mudanças

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tecnológicas poupadoras de mão-de-obra predominaram sobre aquelas poupadoras de outros recursos, como terra e trabalho.

Figura 5: Distribuição das mudanças tecnológicas verificadas na produção agrícola de Minas Gerais, no período de 1985 a 1995.

No outro extremo, encontram-se as regiões onde o uso de mão-de-obra é relativamente mais intensivo do que o de capital. Nessas regiões, o que se verifica, sem exceção, foi que houve um regresso tecnológico. Observando-se a escala do mapa da Figura 5, nota-se que o limite superior dos índices de mudança tecnológica dessas regiões é de 0,944. Como a medida final é expressa em termos de índices, valores inferiores à unidade representam queda, relativamente à situação inicial do período em análise.

A existência de regresso tecnológico implica em dizer que melhorias na produtividade total dos fatores somente serão possíveis se os ganhos em eficiência técnica forem proporcionalmente maiores. Por outro lado, nas regiões onde houve maiores ganhos tecnológicos, mesmo que a eficiência técnica não tenha melhorado, certamente haverá aumento na produtividade total dos fatores. Para verificar as mudanças na produtividade total dos fatores de produção agrícola, a Figura 6 ilustra sua distribuição entre as regiões do estado de Minas Gerais.

Observando-se as diferentes intensidades da mudança na produtividade total dos fatores, duas conclusões podem ser feitas. Em primeiro lugar, verifica-se que a composição final do índice de mudança na produtividade total foi mais influenciada pelo componente mudança tecnológica do que pelo componente que mede eficiência técnica. Isso significa que ganhos de produtividade se deram, em maior intensidade, devido ao progresso técnico do que pela melhoria nos níveis de eficiência técnica. Em segundo lugar, constata-se o viés regional nas mudanças tecnológicas e, conseqüentemente, na produtividade dos fatores, em direção às regiões onde ocorrem os maiores volumes de produção.

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Figura 6: Distribuição das mudanças na produtividade total dos fatores verificadas na produção agrícola de Minas Gerais, no período de 1985 a 1995.

A análise feita anteriormente sinaliza no sentido de que o progresso técnico ocorrido nas microrregiões mineiras não ocorreu de forma igual e nem na mesma intensidade. Contudo, outra questão que merece ser analisada de maneira mais formal é o caráter de parcialidade ou neutralidade do progresso técnico sobre o uso dos fatores de produção, ocorrido nas regiões do estado.

Para aprofundar essa análise, é preciso identificar e classificar os impactos das mudanças tecnológicas entre as microrregiões do estado. Para isso, utilizou-se da classificação proposta por Hicks. A mudança tecnológica não-neutra no sentido de Hicks requer que a produtividade marginal de um fator de produção aumente, relativamente à do outro fator. Nesse sentido, a classificação da mudança tecnológica, se poupadora de capital ou de trabalho, dependerá da variação na relação entre os produtos marginais dos fatores. Caso a relação entre o produto marginal do capital e o produto marginal do trabalho aumente, a tecnologia é dita poupadora de trabalho. Caso contrário será poupadora de capital. Maiores detalhes sobre a classificação das mudanças tecnológicas estão na parte de notas metodológicas, ao final do capítulo. As mudanças tecnológicas ocorridas no setor agrícola de Minas Gerais podem ser visualizadas na Figura 7.

Ao contrário do que se possa imaginar ao analisar parcialmente os dados agregados de Minas Gerais, não houve um único tipo de mudança tecnológica. Das 66 microrregiões que constituem o estado, em 43 delas a mudança tecnológica é classificada como poupadora de capital, no sentido de Hicks. Nas 23 restantes, a nova tecnologia possibilitou a poupança do fator trabalho.

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Figura 7: Classificação das mudanças tecnológicas verificadas na produção agrícola de Minas Gerais, no período entre 1985 e 1995.

Os dados apresentados na Tabela 3 resumem o que foi discutido com o auxílio das Figuras 5, 6 e 7. Nessa tabela, encontram-se as mudanças médias ocorridas nas regiões discriminadas segundo a mudança tecnológica, isto é, se poupadora de capital ou trabalho. Tabela 3: Mudanças na eficiência técnica, tecnológica e na produtividade total dos fatores nas microrregiões de Minas Gerais, segundo o tipo de mudança tecnológica

Tecnologia Especificação Unidade

Poupadora de capital Poupadora de trabalho

Mudança na eficiência técnica % 66,22 9,34

Mudança tecnológica % 8,18 70,59

Mudança na PTF % 64,01 79,57

Fonte: Dados da pesquisa

Como se pode observar, a mudança na eficiência técnica foi superior nas regiões onde a tecnologia poupou capital. Por outro lado, a mudança tecnológica foi significativamente maior nas regiões onde se verificou a poupança do fator trabalho. Agregando-se esses dois resultados, tem-se a mudança na produtividade total dos fatores. Note que a mudança na PTF ocorrida nas regiões em a tecnologia poupou trabalho é maior. Isso significa que, em termos relativos, a mudança tecnológica foi maior que a mudança na eficiência técnica, conforme discutido anteriormente.

Em termos absolutos, o número maior de regiões onde a tecnologia poupou capital parece contradizer todo o raciocínio desenvolvido ao longo do texto. Contudo, observando-se a Figura 7 verifica-observando-se que as regiões onde a mudança tecnológica foi classificada como poupadora de capital são aquelas onde há maior quantidade produzida, conforme dados da

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Tabela 4. Assim, é de se esperar que, embora em menor número, o impacto das grandes regiões produtoras, poupadoras de mão-de-obra, é significativamente maior.

Nas demais regiões, onde predominou a mudança tecnológica poupadora de capital, além de menor produção, são aquelas onde praticamente não ocorreram ganhos tecnológicos, isto é, seu impacto é substancialmente reduzido devido à baixa magnitude da mudança tecnológica. O problema é que, nessas regiões, muitas vezes a tecnologia poupa capital devido ao fato de esse fator não estar disponível para o produtor. Com isso, existem forças alheias ao produtor que impedem a modernização do setor, dificultando seguir o caminho que outras regiões mais avançadas já percorreram, perpetuando o caráter de agricultura de subsistência nessas regiões.

Tabela 4: Mudanças na eficiência técnica, tecnológica e na produtividade total dos fatores nas microrregiões de Minas Gerais, segundo o tipo de mudança tecnológica

Tecnologia Especificação Unidade

Poupadora de capital Poupadora de trabalho

Valor da produção Mil R$* 76.038 136.497

Área utilizada Mil hectares 317 686

Número de tratores Ud 876 2.261

Pessoal ocupado Pessoa 33.470 24.384

Fonte: Dados da pesquisa. * Valores de dezembro de 1995.

Observando-se os dados da Tabela 4, verifica-se que, em média, onde a tecnologia poupou trabalho, além de maior produção nas microrregiões, a área utilizada é maior, exigindo maior quantidade de tratores e menos mão-de-obra. Essa simples relação já traz implícita a dinâmica nos sistemas produtivos ocasionada pela mudança tecnológica.

O lado bom da mudança tecnológica que não poupa o fator trabalho está, obviamente, na absorção de parcela significativa da mão-de-obra rural. Com isso, reduz a necessidade de migração para as cidades, diminuindo os problemas enfrentados pelos maiores centros urbanos. Entretanto, a modernização agrícola diferenciada regionalmente faz com que as regiões de agricultura mais moderna tenham vantagens competitivas sobre as demais. Com isso, dificilmente as regiões mais atrasadas tecnologicamente conseguirão competir no mercado.

Outro ponto identificado foi que os ganhos de eficiência, por si só, não estão sendo suficientes para aumentar a produtividade total dos fatores nas regiões onde predomina o uso de trabalho. Considerando que o ganho na produtividade é condição necessária para o desenvolvimento da agricultura, nota-se que estas regiões tendem a permanecer na situação de uma agricultura estagnada e de sobrevivência, sem possibilidades de formação de poupanças e modernização, sem que haja a intervenção do governo.

Aliás, se essas regiões optarem por apenas corrigir as ineficiências técnicas, futuramente enfrentarão problemas de desemprego rural. Isso acontecerá porque os ganhos de eficiência normalmente estão associados à redução no uso do fator em que há abundância. Isso significa que, ao longo do processo de eliminação de ineficiências, a tendência é reduzir o uso do fator que está sendo utilizado em excesso. Como a mão-de-obra é relativamente mais abundante que o maquinário, a simples eliminação das ineficiências fatalmente reduzirá postos de trabalho.

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Outra opção para as regiões de agricultura menos desenvolvidas seria trilhar os caminhos percorridos pelas regiões localizadas na parte oeste do estado, onde o setor agrícola é mais moderno. Contudo, o que se verificou nessas regiões foi a adoção de tecnologias mecânicas, poupadoras de mão-de-obra. Caso a opção para aumentar a produção for essa mudança tecnológica, certamente reduzirá o uso do fator trabalho.

Em síntese, qualquer mudança no sistema produtivo das regiões menos desenvolvidas, seja via ganhos de eficiência técnica ou ganhos tecnologia, terá como conseqüência a poupança do fator trabalho.

4. CONCLUSÕES

Os resultados discutidos ao longo deste trabalho sinalizam para as conseqüências de uma política de modernização na agricultura no restante do estado, de forma semelhante ao que se verificou nas regiões do Triângulo/Alto Paranaíba. A tecnologia adotada nessas regiões geralmente está direcionada para produção em larga escala, integrada com a indústria, requerendo uso de intensa mecanização e, por conseguinte, reduzindo a necessidade de utilização de mão de obra. A disseminação desse tipo de tecnologia traz à tona a questão do trade-off entre adoção de tecnologia e emprego, situação que conflita com os objetivos de geração de emprego na agricultura, preconizados pelo governo.

Contudo, alguns pontos merecem ser refletidos antes de tirar qualquer conclusão precipitada. Em primeiro lugar, existe a dúvida do sentido da causalidade, isto é, foi a modernização agrícola que expulsou o pessoal ou foi a falta de pessoal que forçou o uso de tecnologias mecânicas? Em outras palavras, a migração rural-urbana, verificada nas últimas décadas, teve como causa principal aspectos de expulsão do meio rural ou de atração do meio urbano?

Vários autores discorrem sobre essas causas. De modo geral, esses autores afirmam que no período entre 1950 e 1985 mereceu destaque a importância da remuneração da agricultura na decisão de migrar, com o desenvolvimento urbano-industrial estimulando a migração e induzindo a mecanização da agricultura. Nesse caso, o efeito de atração prevaleceu.

Já no período pós 1985, a diminuição do crescimento econômico gerou desemprego urbano, e o baixo crescimento da população e das exportações reduziu o crescimento da demanda de produtos agrícolas. Esses eventos, juntamente com a rigidez da legislação trabalhista no campo, aceleraram a substituição de mão-de-obra por máquinas, aumentando o desemprego agrícola. Com isso, o que se verificou nesse período foi que as forças de expulsão foram as principais responsáveis pela diminuição do emprego rural.

Com isso, não se pode culpar o setor agrícola por empregar baixa parcela da população economicamente ativa. É preciso entender que a falta de pessoal coincidiu com o processo de modernização da agricultura, cujo acréscimo da produção se deveu ao aumento da produtividade, reduzindo a área cultivada, o número de trabalhadores e de estabelecimentos.

Nessa mesma discussão, cabe ressaltar os papéis atribuídos à agricultura no processo de desenvolvimento da economia brasileira. Tradicionalmente, couberam à agricultura os seguintes papéis: fornecer alimentos; fornecer capital, especialmente para a expansão do setor não-agrícola; fornecer mão-de-obra para o crescimento e diversificação de atividades na economia; gerar ganhos cambiais; e constituir mercado para os produtos do setor não-agrícola. Olhando por esse ótica, pode-se dizer que a agricultura no Estado de

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Minas Gerais vem desempenhando satisfatoriamente seu papel, não podendo imputar-lhe a culpa principal pelas dificuldades enfrentadas pela economia do país.

De qualquer forma, retorna-se ao paradigma já enfrentado pelos países desenvolvidos, que é a utilização de baixo contingente de mão-de-obra no setor agrícola. A despeito de discussões teóricas, é necessário gerar emprego, não só nas atividades urbanas, como também na agricultura. Contudo, dada a importância do setor na geração de alimentos, é preciso, também, que haja crescimento contínuo da produção, independente da forma como ocorrerá esse crescimento.

Tendo em vista que as alternativas para o crescimento são diferentes em termos do impacto regional na distribuição da renda e do emprego, torna-se necessário a adoção de políticas diferenciadas para as regiões do estado. Pode-se dizer que essa situação consiste em um desafio para o governo, no sentido de que, por um lado, a modernização é condição necessária para competir num mercado cada vez mais globalizado e, por outro lado, a atual crise de desemprego requer medidas urgentes para alocar grande contingente de mão-de-obra.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CURI, W. F., Eficiência e fonte de crescimento da agricultura mineira na dinâmica de

ajustamentos da economia brasileira. Tese (Doutorado em Economia Rural),

Universidade federal de Viçosa, Viçosa, 1997. 182p.

HICKS, J. R. The Theory of Wages. London: Macmillan, 1932. 261 p.

LIMA, J.E. Definições e aplicações de elasticidades de substituição: revisão e aplicação.

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