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Vista do Redesign da Revista Ângulo

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Academic year: 2021

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REDESIGN DA REVISTA ÂNGULO

RESUMO:

O artigo faz uma síntese histórica da Revista Ângulo, primeiro caderno de pesquisas das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, criada em 1978, destacando seu papel na cultura regional, sua evolução gráfica e, sobretudo, seu último redesign realizado segundo os parâmetros do design thinking.

PALAVRAS CHAVES:

Revista Ângulo; Design Gráfico; Redesign; Design Thinking. ABSTRACT:

The article makes a historical synthesis of the Ângulo Magazine, the first research book of the Faculdades Integradas Teresa D'Ávila, created in 1978, highlighting its role in the regional culture, its graphic evolution and, especially, its last redesign realized according to the design thinking parameters.

KEYWORDS

Sônia Maria Gonçalves Siqueira

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LITERA

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E COMUNICAÇÃO

INTRODUÇÃO

Trabalho na UNIFATEA há anos e uma das minhas atividades é a organização e revisão da Revista Ângulo (juntamente com Olga de Sá), a revista mais antiga da Instituição, que começou a ser publicada em 1978. Desde a primeira edição, a Revista tem como objetivo ser fonte de informação sobre artes, literatura e assuntos relacionados com o Vale do Paraíba nos meios acadêmicos, sempre procurando inovar as características de sua identidade, dentre elas o logotipo, o formato ou o papel em busca de se manter atual para que possa cumprir seu papel com melhor qualidade.

Com o decorrer do tempo, ela foi se sofisticando, ganhou um corpo editorial internacional, passou a receber a colaboração de alunos e professores de Programas de Mestrado e Doutorado. Direcionada para as áreas de Literatura, Linguística, Comunicação e Semiótica e Artes, Ângulo, modesta, interiorana, não teve medo de se deter numa análise mais longa, mais acurada das personagens ou aspectos de nossa cultura em seus números especiais como, por exemplo,

Clarice Lispector, Inconfidência Mineira, Guimarães Rosa, Identidade Cultural, Cecília Meireles, Literatura Judaica, os vale-paraibanos Ruth Guimarães, Alves Motta Sobrinho, Homero Senna, Mazzaropi, e agora Quissak Júnior.

Segundo sua Certidão de Nascimento, [...] Ângulo será [...] uma dessas revistas de pouco fôlego e morte repentina? [...] Não sabemos. Queremos a vida. Dá vontade de dizer com João Cabral, em Morte e vida Severina: será vida franzina, mas vida [...] (Nº0, p.01,1978) E assim tem sido: vida franzina, mas vida... sujeita às pequenas doenças do dia-a-dia que nos deixam acabrunhadas, mas não nos matam. Ângulo vem resistindo bravamente aos planos econômicos; aos humores da informática; às longas esperas por novas edições; à impaciência de alguns colaboradores (que desconhecem seu cotidiano); à vida corrida, sofrida dos editores.

Este trabalho pretende falar um pouco desta trajetória, sobretudo dos re-designs que buscaram atualizá-la, torná-la mais moderna e dinâmica. Para sopesar um pouco desta história nos pautamos pelo

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seguinte objetivo: descrever parte da história da Revista Ângulo de seu número 0, publicado em 1978, ao número 147/48, publicado em 2016; e analisar seus redesigner, sobretudo o último, ocorrido em 2016, e que se pautou pelo Design Thinking, fruto do TCC da aluna do curso de Design Isabelle Seabra Domingos.

A metodologia utilizada para a consecução deste objetivo será a pesquisa em livros, revistas, os TCCs realizados sobre a Revista, além da análise das pesquisas levadas a cabo pela aluna Isabelle Seabra Domingos.

REVISTA ÂNGULO: SURGIMENTO E REDESIGNERS

Ângulo e, por tabela eu e Olga de Sá, acompanhamos a evolução do Design Gráfico nos últimos trinta anos. Nos primeiros anos em que trabalhamos na sua organização, diagramação e revisão, o serviço era bastante artesanal: laudas, folhas de arte final, fotocomposição, fotolitos etc.. Sua apresentação também

era bastante tradicional: textos em duas ou três colunas, com algumas imagens em espaços previamente delimitados, que não passavam de fotografias transformadas em fotolitos na cidade de São Paulo. Tanto o texto como as imagens eram em preto e branco e a capa, em cartolina colorida, era em duas cores.

Em 1998, atendendo à evolução do Design Gráfico, o designer Antônio Wellington de Oliveira Júnior fez algumas alterações no layout: A Revista ficou menor, o papel de melhor qualidade, as imagens ganharam melhor resolução. Como o próprio designer afirmou na época, [...] Ela ficou menor, plasticamente mais leve, ‘mais casual’, o que tornou sua leitura mais agradável. A estreia do novo layout ocorreu na edição especial número 71, janeiro-junho de 1998, dedicada à escritora Clarice Lispector” (Apud. SIQUEIRA, Nº100, p.28.)

Em 2006, uma funcionária da gráfica do Instituto Santa Teresa, Annie da Silva Lopes, fez o Curso de Design na Instituição e apresentou, como trabalho de conclusão de curso, um novo design para a Revista

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Ângulo. O redesign foi aplicado a partir do número 108, de janeiro a março de 2007 e, desde então, não ocorreram mudanças consideráveis no projeto da Revista.

A partir de então ela passou a ser impressa com capa em couchet 224; miolo em couchet 115; impressão em quatro cores e tipografia Palatino Linotype. Os artigos eram divididos por assuntos e cada assunto recebia uma pequena tarja colorida na margem.

Entretanto, a evolução continuava. As tarjas, como se apresentavam, encareciam e dificultavam a impressão, obrigando a que as páginas entrassem na impressora várias vezes; o tipo utilizado era tradicional, grande. E assim, em 2015, uma nova funcionária da Gráfica, Isabelle Seabra Domingos, que acompanhava o processo de diagramação e impressão da Revista resolveu apresentar um novo layout,

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também como TCC de conclusão do Curso de Design. E então chegamos ao Desing Thinking.

Uma abordagem focada no ser humano que vê na multidisciplinaridade, colaboração e tangibilidade de pensamentos e processos, caminhos que levam a soluções inovadoras para negócios. (VIANNA et al, 2012, p.12)

Para o novo designe da Revista Ângulo foram seguidos alguns dos passos do referido método: imersão, ou seja, aproximação do contexto do problema. O que é a Revista Ângulo? Quem lê e utiliza a Revista? Como as pessoas acessam seus números? Era a fase de captura do problema. “Coleta de dados sobre a razão de ser do produto/serviço/empresa, em relação às crenças e suposições do interlocutor que serão utilizadas na fase de transformação. [...]”(VIANNA et al, 2012, p.25)

Num segundo momento passou-se à imersão em profundidade que “[...] consiste em um mergulho a fundo no contexto de vida dos atores e do assunto trabalhado. [...]”(VIANNA et al, 2012, p.36) Nesta fase do Design Thinking os recursos utilizados foram observação participante e a observação indireta.

Primeiramente, fez-se uma análise comparativa entre a Revista e suas similares como Estudos Feministas, ISSN 0104-026X, Florianópolis, Brasil, publicada pela UFSC. Revista Fragmentos, ISSN 2175-7992, publicada pela UFSC. Estudos em Jornalismo e Mídia, ISSN 1984-6924. Publicada pela UFSC, entre outras.

Outros aspectos que foram levados em consideração: como mudar seu visual de modo a que pudesse ser mais simples de diagramar; custo mais baixo de produção; melhor utilização por parte do usuário, ou seja, maior facilidade na localização dos artigos, maior facilidade de leitura, maior facilidade de transporte.

Em seguida, chegou-se à análise e síntese, comparando-se a Revista com as demais da área publicadas no Brasil, e levando-se em consideração as expectativas dos editores e usuários, e a fase de ideação que tem como objetivo “[...] gerar ideias inovadoras para o tema do projeto, e, para isso, utilizam-se as ferramentas de síntese criadas na fase de análise para estimular a criatividade e gerar soluções que estejam de acordo com o contexto do assunto trabalhado” (VIANNA et al, 2012, p.99) e a prototipação que é exatamente a “[...] tangibilidade de uma ideia, a passagem do abstrato para o físico de fora a representar a realidade, mesmo que simplificada – e propiciar validações. [...]”(VIANNA et al, 2012, p.122)

Assim, Isabelle Domingos definiu seu protótipo, que visava, segundo o Design Thinking, a fazer testes monitorados – protótipos - para saber se o produto atendia as necessidades e percepção de valor dos usuários da Revista.

O papel utilizado no miolo da revista será o couchê 180g, o mesmo do projeto anterior, devido ao seu preço [...]. Seu

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acabamento nivelado o faz muito propicio para impressão de fotografias, imagens de meio tom, e de retículas finas, usando reprodução de trabalhos de elevada qualidade por garantir cores vivas e definidas além de garantir cores vivas e definidas na impressão. Porém, em seu formato opaco, pois o brilhante não é recomendado para textos devido à sua reflexão de cor, que machuca os olhos.

Já a capa, na qual se pode gastar mais dinheiro em consequência de seu número menor de impressões, o papel usado será o supremo por ser muito resistente e possuir uma textura extremamente lisa, o que faz com que seja muito procurado para impressos de alta qualidade, visando valorizar as fotografias impressas de fundo na capa (20015, p.44) .

No que diz respeito às cores Domingos afirma:

As cores utilizadas no projeto gráfico serão todas em escala de cinza,impedindo que se gaste mais tempo e dinheiro com a impressão em consequência de um encaixe de cor em algum elemento do projeto gráfico em uma página que, sem esse elemento, poderia ser preta e branca. Essa escolha também auxilia em chamar atenção para as imagens da revista, em meio a um projeto preto e branco, elas ganham maior destaque na página (2014, p.44).

Sem dúvida alguma, a tipografia é um dos elementos mais importantes do design. Tão essencial quanto a escolha das cores, da diagramação e das imagens, é a escolha dos tipos que serão usados no layout. Sendo assim, a escolha da fonte para uma peça gráfica não pode ser aleatória e sem critério. Ao contrário, esse processo deve se basear na mensagem que o designer deseja passar ao público. Uma tipografia pode ser leve ou pesada, delicada ou agressiva, romântica ou fria. Pode revelar fatores sociais, políticos e econômicos, sendo, sutilmente, um índice de valores. O designer não pode apenas ler as palavras que farão parte do seu layout e indiscriminadamente transferi-las ao papel.

A tipografia que mais se adequa ao perfil da Revista Ângulo seria do grupo família Romana Antiga, dando a legibilidade necessária em uma revista de publicação acadêmica, que possui grandes quantidades de texto. Prezando a unificação de toda tipografia da Revista, isso é, a utilização de somente uma fonte em todo o projeto, foi pensada na escolha de uma superfamília que se encaixe nos moldes da mesma, podendo ser utilizada de diversas formas, dando fluidez ao projeto e sem causar grande impacto ao leitor.

A fonte escolhida foi a Serif Beta, uma fonte desenvolvida pela Betatype, pelo Designer de Interfaces e Tipógrafo, Christian Robertson. Fonte grátis,

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cujos termos de licença permitem que seja usada em uma revista acadêmica, formada por um total de 14 arquivos de fonte no conjunto, sendo eles regular, itálico, negrito, itálico negrito, para tamanhos ópticas 72, 12 e 6.. (2015, p.45)

A fonte escolhida foi a Serif Beta uma fonte desenvolvida pela Betatype, pelo Designer de Interfaces e Tipógrafo, Christian Robertson. Fonte grátis, cujos termos de licença permitem que seja usada em uma revista acadêmica, formada por um total de 14 arquivos de fonte no conjunto, sendo eles regular, itálico, negrito, itálico negrito, para tamanhos ópticas 72, 12 e 6.. (2015, p.45)

Para o projeto Gráfico foi escolhido o Grid de Colunas, em consequência de sua flexibilidade e capacidade de separar vários tipos de informação, porque, segundo Samara (2007, p.55) “com proporções das margens e entre colunas cuidadosamente estruturadas, permite acesso a um grande volume de informações complexas”.

No que diz respeito à largura das colunas optou-se para uma largura de coluna que permita uma média de 7 a 10 palavras por linha. Quanto à margem interna, o cálculo se baseou no processo de acabamento da Revista atualmente, o processo de Hot Melt, com o objetivo de fazer a lombada quadrada. Para isso, foi medido, na última Revista impressa, qual parte do papel é escondida pela lombada quando a Revista está aberta.

CONCLUSÃO

A metodologia de design thinkingfoi uma grande ferramenta para, no caso, o redesign da Revista Ângulo. O método faz uma abordagem que permite ao empreendedor pensar de maneira a focar no usuário final e por isso a empatia é muito presente.

Após a apresentação do TCC, com a aquiescência dos editores da Revista, em 2016, o projeto foi colocado em prática, e a partir do número 145 Ângulo ganhou novo design. Porque:

Como todo Ângulo, este também se constrói. Com a colaboração de professores, artistas, educadores, psicólogos, engenheiros, historiadores, enfim, quantos desejem focalizar algo sob um aspecto pessoal e útil à comunidade, a que pertencem. (SIQUEIRA, Nº100, p.29)

NOTAS

I - DOMINGOS, Isabelle Seabra. Redesign da

Revista Ângulo.

II - A Revista Ângulo é impressa e apresenta a mesma edição em formato digital. Na versão impressa as entregas são feitas pelo correio o que, dependendo do formato, pode encarecer o preço. III - Uma família de fonte que contenha muitas variações de estilo, dentre elas vários tipos de espessura de letra e formatações, porém, sem perder os traços característicos daquela fonte.

REFERÊNCIAS

CERTIDÃO DE Nascimento. Ângulo, Lorena, Nº0, p.01, ago.-set. 1978.

COLLARO, Antonio Celso.Projeto gráfico: teoria e prática da diagramação.São Paulo: Summus, 2000.

DOMINGOS, Isabelle Seabra. Redesign da

Revista Ângulo. Lorena, 2015. 75p. Monografia

apresentada ao Curso de Design das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila como trabalho de Conclusão de Curso. 2015.

SA M A R A , Timothy. Grid: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac & Naify, 2007. SIQUEIRA, Sônia.D. Quixote e Sancho Pança: de como D. Quixote convenceu, por meio da retórica, Sancho Pança a lutar contra os moinhos de vento.

Ângulo, Lorena, Nº100, p.26-29, jul.-dez. 2004.

VIANNA, Mauricio. Et. Al.Design thinking: inovação em negócio.Rio de Janeiro: MJV Press, 2012.

Referências

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