N.º38 Out-Dez 2015 Pág. 106-112
Resumo
Introdução e Objetivos
A dislipidemia constitui um dos princi-pais fatores de risco de doença cardiovas-cular. Têm sido elaborados vários trabalhos de investigação sobre potenciais hipolipe-miantes, entre eles a linhaça e seus deriva-dos. Neste contexto, foi efetuada uma revi-são baseada na evidência, com o objetivo de determinar o efeito dos produtos de linhaça sobre o perfil lipídico em indivíduos adul-tos.
Métodos
Pesquisa de artigos em base de dados
Medline e sítios de Medicina Baseada na
Evidência, publicados entre 1 de janeiro de 2004 e 1 de janeiro de 2014, utilizando os termos MeSH: flax e hypercholesterolemia e os termos portugueses: linhaça e hiperco-lesterolemia. Adotaram-se como critérios de inclusão: estudos em humanos com disli-pidemia, com idade superior a 18 anos; cuja
intervenção fosse a ingestão de produtos de linhaça; sendo a comparação com ausência de tratamento farmacológico ou placebo; e cujo resultados medido fosse o efeito sobre o perfil lipídico. Utilizou-se a escala Oxford
Centre for Evidence-based Medicine Levels of Evidence e a escala Jadad para a
avalia-ção da qualidade dos estudos e força de recomendação.
Resultados
Obtiveram-se 86 artigos. Oito preenche-ram os critérios de inclusão: cinco estudos controlados e aleatorizados e três opiniões de perito.
Em quatro dos estudos controlados e aleatorizados (EAC) verificou-se um efeito hipolipemiante dos produtos de linhaça, com significado estatístico. Todas as opi-niões de perito recomendam o consumo destes produtos para esse efeito. Apenas um estudo mostrou não haver efeito no per-fil lipídico.
Joana de Oliveira e Silva
1Lígia Silva
1Pedro Couto
1, Pedro Mendes
1Rosa Barreira
1, Ana Paula Reis
21Médico Interno de Medicina Geral e Familiar da USF Valongo, ACES Maia – Valongo, Valongo, Portugal
2Assistente Graduada Medicina Geral e Familiar da USF Valongo, ACES Maia – Valongo, Valongo, Portugal
Revisão
O efeito dos produtos da linhaça no perfil lipídico
– uma revisão baseada na evidência
de produtos de linhaça parece apresentar um efeito benéfico sobre o perfil lipídico. Apesar da maioria dos estudos serem de elevada qualidade, a heterogeneidade des-tes e os reduzidos tamanhos amostrais condicionaram as recomendações, tendo sido atribuída uma força de recomenda-ção C.
Introdução:
A doença cardiovascular é uma das prin-cipais causas de morte em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde1, representando um impacto impor-tante na qualidade de vida dos doentes e na economia da saúde. Porém, a maioria dos seus fatores de risco são conhecidos e passíveis de serem modificados2, sendo um deles a dislipidemia.
macológico são as ferramentas disponíveis para o controlo do perfil lipídico, e conse-quentemente diminuição do risco de doença cardiovascular2,3. Neste sentido, têm sido elaborados muitos trabalhos de investiga-ção sobre o potencial benefício de alguns alimentos como protetores cardiovascula-res, por exemplo o consumo de nozes, peixe, soja, isoflavonóides, entre outros4,5.
A linhaça e seus derivados (linhano, ácido α-linoleico - ómega 3, fibras solúveis) têm adquirido algum protagonismo nesta área devido ao seu potencial efeito hipoli-pemiante, já observado nos animais6.
Neste contexto, foi efetuada uma revi-são baseada na evidência, com o objetivo de determinar o efeito dos produtos de linhaça sobre o perfil lipídico nos indiví-duos adultos.
Métodos:
Foi efetuada uma pesquisa de revisões baseadas na evidência, normas de orien-tação clínica, meta-análises, revisões sis-temáticas, estudos originais e opiniões de perito nas bases de dados TRIP, National
Guideline Clearinghouse, Canadian Medi-cal Association Infobase, United States Preventive Services Task Force, Clinical Evidence, The Cochrane Library, DARE, Bandolier, Medline e Índex de Revistas
Médicas Portuguesas. Foram utilizados os termos MeSH: flax e hypercholesterolemia. Por ausência de Descritores em Ciências da Saúde compatíveis, as palavras-chave utilizadas em Português foram: linhaça e hipercolesterolemia. Foram selecionados os artigos publicados entre 1 de janeiro de 2004 e 1 Janeiro 2014, em inglês, espanhol e português.
Foram utilizados como critérios de inclu-são dos artigos:
● População: Humanos com dislipide-mia, com idade superior a 18 anos;
● Intervenção: Ingestão de produtos de linhaça;
● Comparação: Ausência de tratamento farmacológico ou placebo;
● Resultados: efeito sobre o perfil lipí-dico.
A força de recomendação (FR) foi ava-liada utilizando a escala Oxford Centre for
Evidence-based Medicine Levels of Evi-dence de Março de 200912, e, para a avalia-ção da qualidade dos estudos controlados e aleatorizados, a escala Jadad13.
Resultados:
Da pesquisa obtiveram-se 86 artigos. Destes, oito preencheram os critérios de inclusão: cinco estudos controlados e alea-torizados (Quadro 1) e três opiniões de perito. O fluxograma de seleção dos estudos encontra-se representado na Figura 1.
Figura 1: Fluxograma de seleção de estudos 86 artigos identificados na pesquisa 20 excluídos por serem repetidos Selecionados para leitura integral (n=28) Triagem por leitura de título/resumo (n=66) 20 excluídos por não responderem ao objetivo 38 excluídos por não cumprirem critérios de inclusão 8 artigos incluídos
No estudo de Thakur et al7 foram incluí-dos 120 adultos com Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 divididos aleatoriamente em dois grupos. O grupo experimental (n=60) consumiu diariamente 5g de mucilagem de linhaça em pão Chapati e o grupo con-trolo apenas o pão. Ao fim de três meses, no grupo experimental, observou-se uma diminuição significativa do colesterol total (CT) (182±11 mg/dl para 163±9 mg/dl) e do colesterol LDL (C-LDL) (110±8 mg/dl para 92±9 mg/dl), quando comparado com o controlo (p=0,03 e p=0,02, respetiva-mente), sem alterações no colesterol HDL (C-HDL) e nos triglicerídeos (TG). Adicio-nalmente verificou-se uma diminuição dos valores de glicose em jejum.
No estudo de Patade et al8 foi avaliado o efeito do consumo de sementes de linhaça em 55 mulheres pós-menopáusicas. Estas foram distribuídas aleatoriamente em 3 grupos: A - grupo controlo, onde as mulhe-res consumiam 2 queques e duas fatias N.º38 Out-Dez 2015 Pág. 106-112
de pão branco; B – onde consumiam os mesmos alimentos mas com sementes de linhaça incorporadas (30g) e no C – onde consumiam sementes de linhaça (30g) e aveia. Ao fim de três meses foi avaliado o efeito sobre o perfil lipídico, tendo-se
encon-trado uma redução significativa de 7% do CT e de 10% do C-LDL em ambos os grupos experimentais (p < 0,05). O C-HDL dimi-nui significativamente no grupo controlo (14,7%, p = 0,007), não se tendo encontrado variações estatisticamente significativas Autor
(Ano) IntervençãoPopulação/ Resultados Conclusões Escala Jadad NE Thakur et al7 (2009) n = 120 (adultos com DM tipo 2) Mucilagem de linhaça (5g) vs placebo P. lipídico, glicose em jejum (3 meses) - CT e C-LDL* no grupo de intervenção 2 2B Patade et al8 (2008) n = 55 (mulheres pós-menopáusicas) Semente de linhaça (30 g) vs semente de linhaça (30g) + aveia vs placebo Perfil lipídico, variáveis antropométricas, perfil hematológico (3 meses) - CT e C-LDL* nos grupos de intervenção 2 2B Zhang et al9 (2007) n = 66 (adultos) 300 ou 600 mg de extrato de semente de linhaça (secoisolarisiresinol diglicosideo) vs placebo Perfil lipídico e glicose em jejum (4, 6 e 8 semanas) - CT e C-LDL* ao fim de 8 semanas nos grupos de intervenção - C-HDL* ao fim de 8 semanas no consumo de 600 mg 4 1B Pan et al10 (2007) n = 73 (adultos com DM tipo 2) Linhano em cápsulas (360 mg) vs placebo Perfil lipídico, HbA1c, HOMA- IR e Marcadores inflamatórios (12 semanas separadas por 8 de washout) - Não foram encontradas diferenças com significado estatístico no perfil lipídico 5 1B Fukumitsu et al11 (2010) n = 30 (homens com hipercolesterolemia 180 - 240 mg/dL) 20 ou 100 mg de extrato de semente de linhaça (secoisolarisiresinol diglucosideo) vs placebo Perfil lipídico e perfil hepático ao fim de 12 semanas - da razão C-LDL/C- HDL*, para o consumo de 100 mg - Sem reduções significativas no CT e C-LDL 4 1B
*com significado estatístico
C-HDL – Colesterol HDL, C-LDL – Colesterol LDL, DM tipo 2 – Diabetes Mellitus tipo 2, HbA1c – Hemoglobina A1c, n – tamanho da amostra, NE – Nível de Evidência (Escala Oxford Centre for Evidence-based Medicine Levels of Evidence) TG – triglicerídeos, vs – versus
dos TG em todos os grupos. Neste estudo ainda foi observado um aumento da con-tagem dos monócitos e uma diminuição da hemoglobina no grupo C.
No estudo de Zhang et al9 foram avalia-dos 66 adultos atribuíavalia-dos aleatoriamente a três grupos: dois grupos experimentais, onde consumiam diariamente comprimi-dos com 300 ou 600 mg de secoisolarisi-resinol diglicosídeo de extrato de semente de linhaça (SDG) e um grupo controlo, a quem era fornecido um placebo. Os
out-comes foram avaliados ao final de quatro,
seis e oito semanas. O grupo que consumia
600 mg de SDG apresentou um decrés-cimo significativo dos valores de CT desde o primeiro tempo de avaliação (diminuição de cerca 13,55%, 23,98% e 24,2 % respe-tivamente, p < 0,05) e dos valores de LDL a partir da sexta semana (diminuição de cerca 24,38% e 22,0%, respetivamente, p < 0,05), quando comparado com os valores iniciais e com o grupo placebo. O mesmo se verificou para o grupo que consumia 300 mg, mas apenas com significado esta-tístico dentro do mesmo grupo (reduções no CT de 7,84%, 9,77% e 15,47%, às 4, 6 e 8 semanas e no C-LDL de 13,56% 17,04% às 6 e 8 semanas – p < 0,05 em ambos os casos). Na avaliação à oitava semana foi ainda encontrada uma diminuição esta-tisticamente significativa do C-HDL (p = 0,035) no grupo com consumo de 600 mg em relação ao grupo controlo. Este estudo também demonstrou uma diminuição nos
valores de glicose em jejum às seis e oito semanas no grupo que consumia 600 mg, principalmente se os valores de base fos-sem mais elevados.
No estudo de Pan et al10 foram avalia-dos 73 indivíduos com DM tipo 2. O grupo experimental, composto por 36 diabéti-cos, consumia 360 mg de linhano (SDG) em cápsulas e ao grupo controlo (n=35) foi dado um placebo durante 12 sema-nas. Após oito semanas de washout cada grupo recebeu o tratamento alternativo por mais 12 semanas, tendo sido o único estudo encontrado que não demonstrou
alterações significativas no perfil lipídico. No entanto, foi observada uma diminuição significativa de hemoglobina A1c após 12 semanas quando comparando com o grupo de controlo.
No estudo de Fukumitsu et al11 foram incluídos 30 homens com CT entre 180 – 240 mg/dL, distribuídos aleatoriamente em 3 grupos: A - consumo de 20 mg de SDG, B - consumo de 100 mg de SDG, C – placebo. O outcome foi avaliado após 12 semanas de intervenção, tendo-se verifi-cado no grupo B uma redução estatistica-mente significativa da relação C-LDL/C--HDL quando comparado com os valores de base (variação de -0,43±0,13 mmol/L, p = 0,038), e quando comparado com o grupo A (p = 0,027) e grupo C (p = 0,010). Por outro lado, apesar de se terem obser-vado reduções no grupo B do CT e C-LDL não significativas, estas foram de 6,2% e
Em quatro dos estudos controlados e aleatorizados verificou-se um efeito
hipolipemiante dos produtos de linhaça, com significado estatístico.
Todas as opiniões de perito recomendam o consumo destes produtos para
esse efeito. Apenas um estudo mostrou não haver efeito no perfil lipídico
N.º38 Out-Dez 2015 Pág. 106-1128,4%, respetivamente, tendo em conside-ração os valores iniciais. Relativamente ao perfil hepático observou-se uma diminui-ção significativa no grupo B dos valores de transaminase glutâmico pirúvica e gama glutamil transferase (15,3% e 20% relativa-mente ao valor de base), sem alteração dos valores de transaminase glutâmico oxaloa-cética.
No Quadro 1 podemos observar o resumo das principais características dos EAC, assim como a avaliação da qualidade e força de recomendação.
Os resultados das três opiniões de perito encontram-se expostos no Quadro 2. Discussão:
Na sua maioria, os resultados encontra-dos parecem suportar a existência de um efeito dos produtos de linhaça sobre o perfil lipídico, promovendo uma descida do CT e C-LDL. Os mecanismos através dos quais estes derivados poderão interferir nestes parâmetros têm sido alvo de estudo.
No caso das fibras solúveis, sabe-se que estas promovem um processo de fermenta-ção que conduz à formafermenta-ção de ácidos gor-dos de cadeia curta, que inibem a síntese hepática de colesterol e ácidos gordos. O linhano, por sua vez, tem uma ação hipoli-pemiante que se julga dever-se à modulação da atividade das enzimas 7U-hidroxilase e acetil Co-A transferase de colesterol12,13. Por fim, o mecanismo a partir do qual o ácido α-linoleico exerce um efeito benéfico sobre o perfil lipídico ainda não se encontra bem esclarecido14.
Em relação aos trabalhos originais encontrados, é necessário referir que ape-sar da maioria apresentar uma elevada qualidade quando avaliados pela escada de Jadad, estes são muito heterogéneos, abordando na sua maioria populações com comorbilidades específicas, com tama-nhos amostrais reduzidos, com diversos derivados de linhaça e diferentes posolo-gias.
Referência Recomendações NE
Citkowitz E et al (2013)14
Hypertriglyceridemia Treatment & Management
Produtos ricos em ómega 3 como as sementes de linhaça podem reduzir os triglicerídeos em cerca de 40% ou mais quando ingerido numa dose de ≥10g /dia.
5
Prasad K et al (2009)15 Flaxseed and Cardiovascular Health
Os efeitos hipolipemiantes das sementes de linhaça são variáveis. Os produtos com ácido alfa linoleico, SDG e linhanos atuam de forma favorável no perfil lipídico. O SDG e os linhanos aumentam o C-HDL. No geral o óleo de semente de linhaça não afeta o perfil lipídico.
5
Rodriguez‑Leyva D et al (2010)16 The cardiovascular effects of flaxseed and its omega-3 fatty acid, alpha‑linolenic acid
Os produtos de linhaça, como produtos contendo ácido alfa linoleico, apresentam um efeito benéfico no perfil lipídico.
5
Pelas limitações acima referidas, são necessários estudos mais recentes e de qua-lidade metodológica rigorosa, principal-mente com tamanho amostral adequado, para a aferição do potencial hipolipemiante dos derivados de linhaça.
Conclusão:
O consumo de produtos de linhaça parece apresentar um efeito benéfico sobre o perfil lipídico (Força de Recomendação C). Estudos de maior qualidade são neces-sários para confirmar esta hipótese.
Referências
1. Organização Mundial de Saúde 2014, “Fact sheet N°310 - The top 10 causes of death: The 10 leading causes of death in the world, 2000 and 2012”, consultado a 04 Fevereiro 2015, <http://www. who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/> 2. Perk J, De Becker G, Gohlke H et al. European
Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice (version 2012). Eur Heart J. 2012;33(13):1635-701
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8. Patade A, Devareddy L, Lucas EA et al. Flaxseed reduces total and LDL cholesterol concentrations in Native American postmenopausal women. J Womens Health (Larchmt). 2008 Apr; 17(3):355-66.
9. Zhang W, Wang X, Liu Y, et al. Dietary flaxseed lignan extract lowers plasma cholesterol and
glucose concentrations in hypercholesterolae-mic subjects. Br J Nutr. 2008 Jun; 99(6): 1301-9. Epub 2007 Dec 6.
10. Pan A, Sun J, Chen Y, et al. Effects of a Flaxseed-Derived Lignan Supplement in Type 2 Diabetic Patients: A Randomized, Double-Blind, Cross-O-ver Trial. PLoS ONE. 2007. 2(11): e1148. 11. Fukumitsu S, Aida K, Shimizu H, et al. Flaxseed
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Richelle McCullough, et al. The cardiovascular effects of flaxseed and its omega-3 fatty acid, alpha-linolenic acid. Can J Cardiol. 2010 Nov; 26(9): 489–496.