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Ministério suspende projetos e
preocupa confederações
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Q U I N TA - F E I R A , 9 D E J U N H O D E 2 0 1 6
US$ 88 mi
faturou Cristiano Ronaldo em
2015; é o 1º futebolista a liderar
o ranking de atletas da Forbes
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 5 1 8
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
A continuidade dos investimen-tos nos esportes olímpicos sofreu um baque com a iniciativa do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, de suspender o Edital de Chamada Pública nº 1/2016, destinado à seleção de propostas de apoio financeiro a projetos voltados ao desenvolvimento do esporte de alto rendimento. Os projetos seriam desenvolvidos após o RIo 2016, com valor de investimento de R$ 150 milhões.
A insegurança gerada pela me-dida preocupa as principais con-federações. É o caso do atletismo, que havia aprovado convênio de financiamento de projeto para a detecção de talentos.
“É difícil comentar antes de nos inteirarmos de tudo. Nosso pro-jeto com o Ministério do Esporte que havia sido aprovado é a Rede [Nacional de Treinamento]. É preciso ver como vão operaciona-lizar o que foi aprovado”, afirmou Antônio Carlos Gomes, superin-tendente de Alto Rendimento da CBAt (Confederação Brasileira de
Atletismo). Segundo o dirigente, uma reunião com o presidente da entidade, José Anto-nio Martins Fernandes, o Toninho, será marcada para discutir a questão. O projeto
teria duração de dois anos, com investimento de R$ 26 milhões do poder público. Seriam constituí-dos oito centros locais de treina-mento em diferentes regiões do país, dois centros regionais e dois centros nacionais. “É uma inicia-tiva para treinar a molecada do país”, conta Gomes.
O corte também pegou de surpresa a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáti-cos). Ricardo de Moura, superin-tendente da entidade, disse que será necessário rever os projetos
de cada uma das cinco modalida-des abarcadas pela confederação: natação, polo aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e maratona aquática.
“O importante não é só encerrar esse ciclo [olímpico nos Jogos do Rio de Janeiro]. O grande legado seria a continuidade dos projetos. Na verdade, ninguém imaginaria estar passado por essa situação a menos de dois meses dos Jogos Olímpicos”, lamenta Moura.
À Máquina do Esporte, o Minis-tério afirmou apenas que a medi-da não afetará o Rio 2016.
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diretor de conteúdo da Máquina do Esporte
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
diretor da conteúdo da Máquina do Esporte
Quando o Brasil ganhou a eleição
para sede olímpica, havia vários
le-gados possíveis a serem alcançados.
Olimpíada é uma chance
transfor-madora principalmente para países
emergentes como o Brasil.
Uma das heranças possíveis viria
em infraestrutura. Nesse quesito
falhamos fragorosamente.
Gran-des obras prometidas para a Copa e
Olimpíada não saíram do papel. É o
caso do trem-bala entre São Paulo e
Rio de Janeiro ou a despoluição da
Baía de Guanabara. O tão
prometi-do metrô para a Barra só deve sair
parcialmente às vésperas dos Jogos.
Outro legado seria tornar o Brasil
uma pátria esportiva. Hoje o futebol
monopoliza as atenções. É
necessá-ria a popularização de outras
mo-dalidades. Isso seria fundamental
para tornar o país, no campo
espor-tivo, uma potência, e na área saúde
pública, uma nação de esportistas.
Pesquisa do Ministério do Esporte
mostrou que 45,9% dos brasileiros
são sedentários.
Vinculado a isso está a
continuida-de continuida-de projetos esportivos. O
investi-mento na preparação do time Brasil
para 2016 não pode se perder para
o próximo ciclo olímpico. As ações
com jovens, criam uma cultura
es-portiva no país. Ao financiar o alto
rendimento, o Brasil forja ídolos
para jovens se espelharem.
Soa preocupante que o Ministério
do Esporte, de uma canetada,
cance-le projetos que já haviam sido
apro-vados. É uma justificativa
esquizo-frênica a pasta afirmar que isso não
interfere na preparação olímpica.
Para um atleta, como será que é
fi-nalizar preparação sem saber como
será sua vida a partir de setembro?
Brasil corre risco de perder
mais um legado olímpico
Após imbróglio com Kappa, Portuguesa
anuncia nova fornecedora de material
POR DUDA LOPES A Portuguesa não é mais parceira da Kappa. O
clube de São Paulo acertou com a Uniex, empre-sa que apareceu no mercado ao dar suporte ao Audax, finalista do Campeonato Paulista deste ano. O novo acordo é válido
por 12 meses.
O marketing da Portugue-sa exaltou algumas condi-ções oferecidas pela Uniex, especificamente a rapidez na produção do material espor-tivo. O acordo foi acertado há uma semana e, já no
pró-ximo domingo, o time usará a nova vestimenta. Além disso, a loja Portuguesa será imediata-mente abastecida, com produtos também no próximo domingo. Nesse primeiro momento, serão colocados à venda apenas as camisas de jogo. Em breve, haverá disponibilidade de
camisas especiais, agasalhos para crianças e até vestido para mulheres.
A falta de material era o principal problema da Portuguesa com a Kappa. Com a marca italiana,
o time era obrigado a repetir o uniforme em diversos jogos. E não havia abastecimento para a loja. A situação irritou a diretoria do clube, que resolveu romper o acor-do com a empresa.
Na última quarta-feira, quando a Máquina do Esporte revelou os entre-veros sofridos pelos clubes da marca, a Kappa se justificou. Segundo a empresa, o problema é a fábrica responsável pelos uniformes da Portu-guesa, a Unibol, que estaria com sem condições financeiras de cumprir o atual acordo.
A Net é a “nova” patrocinadora dos Jogos Olímpicos. Não há ne-nhum acordo de fato novo, mas a América Móvil, que em 2011 anunciou o aporte ao evento com o consórcio Claro/Embratel, re-solveu incluir a marca de televisão à cabo e internet na comunicação que envolve o Rio 2016.
A mudança foi feita com discri-ção, mas a marca da Net já pode ser vista no site dos Jogos Olím-picos. E, na quarta-feira, a Amé-rica Móvil fez uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro para detalhar alguns dos planos para o Rio 2016. A apresentação pública já contou com a marca da Net.
Apesar de que há algum tem-po as marcas aparecem juntas, com combos entre Claro e Net, por exemplo, apenas no fim de
2015 a América Móvil integrou por completo as três empresas, com estuturas unificadas.
A Net está incluída no pacote de infraestrutura que a companhia apre-sentou para os Jogos Olímpicos. A operadora será responsável pela televisão à cabo no
Parque Olímpico, além de outras instalações do evento.
Entre as estruturas apresenta-das pela América Móvil, estão a internet em fibra ótica para o IBC, o centro para jornalistas que fa-zem a cobertura dos Jogos Olím-picos, além de novas estações da Claro, para ampliar a cobertura de 3G e 4G no Rio de Janeiro, que certamente terá uma
deman-da ampliademan-da durante o evento. Entre as ativações, a companhia anunciou que fará um ponto de encontro no Parque Olímpico. Chamado de Live Site, o local terá 300 m² e capacidade para receber 40 mil pessoas durante todo o evento. Feita para rela-cionamento, haverá exposição de produtos das três marcas e atletas patrocinados por elas.
POR DUDA LOPES
Claro/Embratel inclui Net na
comunicação do Rio 2016
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O Linkedin, rede social para contatos profissio-nais, aproveitará os Jogos Olímpicos para pro-mover debates sobre negócios que envolvem o esporte e o próprio evento, no Rio de Janeiro.
A rede social conta com 25 milhões de internau-tas no Brasil, que serão convidados a publicar ar-tigos. Serão cinco temas para os textos: a econo-mia da Rio-2016, carreira no esporte, aberto para negócios, empoderando mulheres pelo esporte e o legado olímpico. Os conteúdos devem ser divididos entre os dias 3 de julho e 6 de agosto.
Segundo a rede, a ideia é refletir e analisar ideias sobre a Olimpíada, sob a perspectiva de
negócios, marketing, produtos e tendências. Os melhores artigos publicados serão escolhi-dos pelos editores do Linkedin. Selecionaescolhi-dos, eles terão destaque nos canais da rede social. Alguns serão até traduzidos para o inglês pela própria equipe da rede social, ampliando o alcan-ce do conteúdo para os mais de 400 milhões de internautas que estão na rede em todo o mundo.
A possibilidade de publicar artigos é algo recente no Linkedin. As publicações ficam anexa-das ao perfil profissional de cada internauta. Para participar dos grupos de discussões que envol-vem os Jogos, basta usar a hashtag #Rio2016.
O Palmeiras conseguiu o direito de realizar o jogo contra o Améri-ca, pela 10ª rodada do Campeo-nato Brasileiro, no Allianz Parque. Na noite de ontem, a CBF confir-mou a alteração da data do jogo para 21 de junho, uma terça-feira. Assim, no dia seguinte, o está-dio estará apto também a rece-ber a pré-estreia mundial do filme “Independence Day: O ressurgi-mento”, evento promovido pela FOX e Allianz, parceira da arena. Foram os dois parceiros, aliás, que pressionaram a WTorre e o clube a encontrarem uma solução para o impasse, depois que a construtora, que gerencia o es-tádio, ter reservado a data tanto para o filme quanto para o jogo, que posteriormente foi transfe-rido para o estádio do Pacaembu.
A mudança de local de jogo do Palmeiras revoltou a torcida, que prometeu fazer um protesto no dia do lançamento do filme. Os torcedores queriam comprar o
ingresso para a sessão e, du-rante o filme, entoar cânticos de incentivo ao Palmeiras. A Máquina do Esporte apu-rou que desde fevereiro FOX, Allianz e WTorre conversavam
sobre a data para a realização do evento. Para contar com a pre-sença de atores do filme no even-to, a FOX solicitou que o evento ocorresse no dia 22 de junho.
Na época, a CBF não havia ain-da divulgado a tabela detalhaain-da do Brasileirão. Nos dias 22 e 23, porém, estava programado que Palmeiras e São Paulo manda-riam jogos na capital paulista. A WTorre, então, ficou de pedir ao Palmeiras para solicitar a data de 23 de junho para fazer seu jogo.
Na última segunda-feira,
quan-do os protestos da torcida come-çaram, Allianz e FOX souberam que o jogo havia sido marcado para o dia 22, no Pacaembu. O fato gerou uma briga pública entre Palmeiras e WTorre e um problema para a construtora.
O CEO do braço de entreteni-mento da construtora, Rogério Dezembro, afirmou que o Palmei-ras havia participado da decisão, fato negado pelo clube. A briga pública gerou mais atrito para a WTorre, que passou a ser pressio-nada pelos parceiros comerciais.
POR ERICH BETING
Após pressão, Palmeiras
consegue mudar data de jogo
A ITF (Federação Internacional de Tênis) puniu a tenista Maria Sharapova devido ao caso de do-ping da atleta, após ter sido previamente absolvi-da pela Waabsolvi-da (Agência Mundial Antidoping).
O caso da tenista ocorreu em janeiro no Aberto da Austrália. Dias depois de ser comunicada, a tenista admitiu o uso da substancia, proibida a
partir deste ano. A agência mudou recentemente sua regra, liberando atletas cujos exames fossem encontrados até um miligrama de meldonium.
Sharapova afirmou que irá recorrer a Corte Arbi-tral do Esporte (CAS), última instância de julga-mento para casos de doping. A tenista alega que a decisão da ITF contraria a resolução da Wada.