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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 15/2021

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Academic year: 2021

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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 15/2021

"Dispõe sobre a obrigatoriedade do Município de Joinville garantir uma indenização financeira aos familiares dos profissionais da Saúde Pública e outros que menciona vitimas da SARS-Cov-2 (COVID-19)"

O Prefeito Municipal de Joinville, no exercício de suas atribuições, conforme artigos 42 e 68, VI da Lei Orgânica, faz saber que a Câmara de Vereadores de Joinville aprovou e ele sanciona a presente lei complementar:

Art. 1º Esta Lei visa assegurar aos profissionais da saúde pública de Joinville envolvidos com a situação de emergência da Saúde Pública, relacionada à SARS-Cov-2, Pandemia do Coronavírus, uma indenização financeira aos familiares em caso de morte, seqüelas graves ou invalidez permanentes.

Parágrafo único: Também farão jus à indenização, que não deverá ser inferior ao valor de 50 salários mínimos vigentes, valor tomado como referência, a data da concessão de que trata o caput deste artigo, sendo-lhes aplicadas as mesmas regras e condições aos profissionais, servidores ou não, contratados temporariamente, que durante a situação de emergência/calamidade estejam encarregados do transporte de pacientes, ou dos cuidados após a morte, ou das atividades de limpeza e de manejo de material contaminante, dentre estes:

I - fisioterapeutas; II - nutricionistas; III - assistentes sociais;

IV - os que trabalham com testagens nos laboratórios e análises clínicas; V - servidores que atuam nos necrotérios e coveiros;

VI - todos aqueles que, mesmo não exercendo atividades-fim de saúde, sejam designados para a operacionalização do atendimento, serviços administrativos e de copa, lavanderia, limpeza, segurança, condução de ambulâncias e outros.

Art. 2º. A indenização será devida quando a infecção por COVID-19 ou suas complicações resultarem em:

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I - invalidez parcial permanente; II - invalidez total;

III - morte.

§ 1º - A preexistência de condição de comorbidades não afasta o pagamento a indenização de que trata o caput deste artigo.

Art. 3º. O cálculo do valor da indenização devida aos profissionais de saúde será definido pelo Poder Executivo Municipal por meio de regulamento, cujos direitos retroagem a data da emissão do Decreto Municipal nº 37.630, de 20 de março de 2020.

§ 1º - A indenização será paga preferencialmente em parcela única, nunca superior a 05 (cinco) parcelas iguais e sucessivas.

§ 2º - O recebimento da indenização de que trata esta Lei não prejudica o direito ao recebimento de benefícios previdenciários ou assistenciais previstos em lei.

§ 3º - Os valores recebidos de que trata esta Lei possui natureza indenizatória. Art. 4º O Poder Executivo poderá regulamentar a presente Lei se necessário. Art. 5º As despesas decorrentes do disposto nesta Lei correrão à conta da programação orçamentária do município de Joinville, suplementadas se necessário.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Gabinete Parlamentar, 7 de abril de 2021.

Osmar Vicente - PSC Vereador

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JUSTIFICATIVA

Profissionais da Saúde e todos aqueles que atuam no combate a Pandemia do Covid-19.

"Alguns os têm chamado de anjos, outros de heróis, outros de mantenedores da VIDA"

Tenho me questionado sobre estas denominações, ao tempo em que não vejo nenhuma ação efetiva para compensar os riscos do trabalho humanitário e sem precedentes que estes profissionais vêm dedicando em prol da manutenção da vida de milhares de Joinvilenses.

O momento é de preocupação, é de profunda reflexão, mas também é de compensação pelos riscos, pelos reflexos psicológicos causados pelo estresse, pelos efeitos no seio das famílias, amigos e vizinhos, daqueles que atuam diretamente no enfrentamento da Pandemia.

Sabemos que o quadro que se nos apresenta é preocupante e que a luta pela sobrevivência tem sido a tônica nesse período crítico que atravessamos, porém é preciso pensar e valorizar aqueles que, no dia a dia, não tem como se isolar, sendo necessário o contato direto com pessoas infectadas, contato direto com o vírus, transitando permanentemente nas áreas de altíssimo risco.

Esses anjos ou esses heróis como se os tem chamado, são pessoas humanas como todos nós, com uma diferença, arriscam a vida cotidianamente no cumprimento com seus misteres, ignorando o perigo e, sobretudo, mantendo a tranqüilidade e uma palavra de carinho e de conforto aos seus iguais nas horas mais necessárias.

Esse benefício, ou esse reconhecimento, precisa ser assegurado desde já, mesmo que seus efeitos venham depois de cessada a Pandemia, tendo em vista que depois de passada a tempestade, refeitos os seus estragos, dificilmente se reconhece ou se enxerga os heróis que combateram de peito aberto e anonimamente na aluvião dos temporais.

Muitos destes heróis anônimos perderam a vida, e outros tantos ainda perderão, para salvarem tantas outras.

A presente proposta tem seu objeto alicerçado na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1969), no Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), todos devidamente pactuados e ratificados pelo Brasil, e em consonância com o Direito Fundamental a vida, a saúde, ao meio ambiente de trabalho digno, e, em especial, aos direitos fundamentais ao servidor público relativos à saúde

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pessoal e meio ambiente e segurança do trabalho, em razão do enfrentamento à pandemia de COVID-19.

Ressalte-se que a Casa Legislativa é o ápice da representação dos interesses individuais e coletivos dos munícipes de Joinville, vez que são os representantes diretos do povo, eleitos democraticamente pelo voto, a fim de representar os seus interesses, mediante representação.

Em assim sendo, também se enquadra como dever e função inerente à atuação legiferante, observar os temas e as demandas que tocam a população, legislar sobre tais, a fim de regular no plano normativo a situação fática existente.

Por outra banda é de se salientar a fragilidade do SUS (Sistema único de Saúde) nesse momento, o esgotamento de leitos de UTI, o fato de o Município de Joinville é referência Regional na área da saúde, recebendo pacientes de dezenas de municípios no seu entorno e, por fim, toda a sobrecarga diária recai sobre os profissionais da saúde de nossa cidade.

SOB AS PERPECTIVAS CONSTITUCIONAIS BUSCAMOS OS DIREITOS SOCIAIS:

Os chamados direitos sociais emergem da sociedade como um suspiro de dignidade humano, a fim de reduzir as marginalizações, de buscar um equilíbrio socioeconômico e de superar a desumanização do homem, permitindo ao mesmo retomar para si a sua condição humana, de ser e se fazer detentos de direitos.

Os direitos sociais ascenderam, no período pós-guerra, primeiramente no Plano Internacional, cobertos pelos Direitos Humanos e, hoje, no Brasil, essa garantia se tornou expressa com a promulgação da Lex Magna, a qual foi construída sob o espírito dirigente e do bem estar social, exaltando no seu Art. 6º, caput, os direitos sociais, os quais têm por finalidade garantir direitos mínimos à coletividade e assegurar uma melhoria das condições de existência para os indivíduos, exigindo do Estado, em face deste, uma prestação positiva.

É de se compreender, então, que os direitos sociais são aqueles destinados a atender os que se encontram em grau de vulnerabilidade e que precisam da intervenção do Estado, a fim de garantir a igualdade de situações sociais desiguais, ou seja, de utilizar do aparelhamento público e de políticas públicas com o intuito de reduzir as desigualdades, incrementando a qualidade de vida dos indivíduos, a fim de construir uma sociedade mais homogênea.

Logo, a presente proposta de lei trata tem como objeto cumprir com mandamento constitucional, extraindo a máxima potencialidade destes direitos previstos expressamente na Carta Maior da República, quais sejam, o direito à saúde e a proteção do trabalho.

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Em outros termos, devemos observar a medida como forma de proteger e exaltar o núcleo intangível que dá vida aos direitos sociais, qual seja, a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.

Busca-se que o momento atual é de uma guerra contra um inimigo invisível e a favor da vida. Não há o uso de material bélico, interesses internacionais, nem disputas políticas ou territoriais. Na verdade, trata-se de uma guerra contra o tempo, na qual estamos lutando de olhos vendados e, por ora, sem o devido e ideal instrumento de batalha.

Logo, em assim sendo, aqueles que se encontram como pontas de lança desse embate e que o encaram dia-a-dia, estão lutando de olhos vendados, colocando a sua vida em risco, expondo seu emocional à fragilidade humana diante do número de pessoas infectadas que já somam milhões e de mortes que já chegaram também à casa dos milhões. Agrava-se a esse quadro da realidade o expressivo número de pessoas com covid-19 internadas e no aguardo de leitos vagos de UTI pelas famílias e a carga emocional dai advinda. Em arremate, os profissionais da saúde estão colocando o seu futuro e de suas famílias em xeque, infelizmente é MATE.

Em resumo, estamos diante de uma pandemia, tanto que atingiu escala global, e nesse sentido muitos Estado e Municípios já editaram e sancionaram Leis a fim de cumprir com a finalidade dos direitos sociais e compensar aqueles que estão na linha de frente dessa batalha invisível e que estão em alto grau de desproteção, vulnerabilidade e submetidos ao risco de contágio e morte, como tem ocorrido aos milhares pelo País a fora.

O estabelecimento de normas protetivas aos profissionais da saúde está vinculado à noção de dignidade da pessoa humana, à valorização do trabalho e do homem que o presta, pois o primeiro não pode ser considerado sem o segundo, significam valorizar o trabalho e conceder àqueles que prestam serviços essenciais condições que lhe permitam executar suas tarefas sem prejuízo de ordem física ou psíquica à sua saúde.

No que tange especificamente aos profissionais da saúde que atuam no enfrentamento do covi-19 é digno de nota o fato de encontrarem-se submetidos a agentes biológicos da classe de risco 3 (três), segundo a classificação de Risco dos Agentes Biológicos, publicado em 2017, pelo Ministério da Saúde, com potencial risco à saúde humana, o que demanda a observância, conforme as orientações do próprio Ministério da Saúde, de medidas administrativas, de engenharia e de proteção coletiva e individual.

Diante de toda a fundamentação que se trouxe a baila, de direito e de fato, verifica-se a necessidade extrema da medida que ora se pleiteia isso porque o presente Projeto de Lei vai ao encontro de todos os ideias constitucionais estabelecidos em nossa Magna Carta e, ainda, busca pelo ideal da proteção a pessoa humana.

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Eles merecem esse reconhecimento e, por isso, rogo aos nobres pares que aprovemos essa proposta de Lei, por uma questão de justiça.

Gabinete Parlamentar, 7 de abril de 2021.

Osmar Vicente - PSC Vereador

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