Disciplina: Fundamentos de Genética e Biologia Molecular Turma: Fisioterapia (1o Ano)
E-mail: marilanda_bellini@yahoo.com
Blog: http://marilandabellini.wordpress.com
ERROS INATOS DO
METABOLISMO
Dogma Central
I
NTRODUÇÃO
Gregor Johann Mendel
(1822 – 1884)
1866: Experimentos em
Hibridização de Plantas
(Psim sativum)
1900
Hugo de Vries (Holanda)
Carl Correns (Alemanha)
Eric von
Tschermak-Seysenegg (Áustria)
H
ERANÇA É DETERMINADA POR APENAS UM
PAR DE FATORES GENÉTICOS
(
ALELOS
-
FATORES
MENDELIANOS
),
QUE SÃO SEPARADOS NA
FORMAÇÃO DOS
G
AMETAS E
,
DESTA FORMA
,
PAI E
MÃE TRANSMITEM APENAS UM PAR PARA SEU
DESCENDENTE
. A
PRESENTANDO GENÓTIPOS E
FENÓTIPOS DISTRIBUÍDOS CONFORME PADRÕES
CARACTERÍSTICOS
.
1a. Lei de Mendel
Herança Monogênica
Segregação independente nos gametas
Gene
Genética – Mendeliana
Porção do cromossomo que determina um único caráter (fenótipo).
Molecular – Beadle e Tatum, 1940
Segmento de material genético que determina ou codifica uma enzima.
1 gene uma enzima (proteína) 1 gene uma enzima (proteína)
Um gene codifica pelo menos uma cadeia polipeptídica, um tRNA, ou um rRNA, como produto final em Eucariotos.
Gene mutante Bloqueio Metabólico
1902:
Sir Archibald E. Garrod
Alcaptonúria
Doença Autossômica Recessiva;
Mutações (missense, splicesite,
frameshift, nonsense e no-stop
) em 3q
(3q21 – q23);
↓
↓
Deficiência completa da enzima ácido
homogentísico oxidase (HGO),
↓
Acúmulo do ácido em diversos órgãos e
tecidos e aumento de excreção urinária.
Alcaptonúria
Escurecimento da urina quando exposta ao ar;
Problemas nas articulações;
Pigmentação ocular e cutânea;
Acometimento cardiovascular;
Acometimento cardiovascular;
Beadle & Ephrussi, 1935
Biossíntese do Pigmento Marrom dos olhos de Drosophila
Triptofano Formilquinurerina Hidroxquinurerina Xantomatina
As Doenças Metabólicas Hereditárias (DMH)
são causadas por erros inatos do metabolismo
(EIM) e resultam da falta de atividade de uma
ou mais enzimas específicas ou defeitos no
transporte de proteínas.
substrato produto enzima enzima NORMAL DEFEITO ENZIMÁTICO produto substrato rota alternativa produto alternativo DEFEITO ENZIMÁTICO
Sequência Hipotética de
Reações Bioquímicas
CONSEQUÊNCIAS:
Ausência do produto final Albinismo
Acúmulo de substrato Galactosemia
Excesso de metabólitos Fenilcetonúria
CLASSIFICAÇÃO DOS EIM
CATEGORIA 1 CATEGORIA 2
Saudubray e Charpentier (1995) Alterações que afetam um único
sistema orgânico ou apenas um órgão. Ex: sistema imunológico e os
fatores de coagulação; túbulos renais; eritrócitos.
Grupo de doenças cujo defeito bioquímico compromete uma via
metabólica comum a diversos órgãos. Ex: doenças lisossomais.
Pode estar restrito a um orgão apenas, porém com manifestações humorais e sistêmicas. Ex: defeitos
CLASSIFICAÇÃO DOS EIM
EIM – CATEGORIA 2 – GRUPO 1
Adrenoleucodistrofia Ligada ao
Cromossomo X (Ald-x)
Degradação de H
2O
2;
Metabolismo de
Peroxissomos
Metabolismo de
lipídeos;
Degradação de ácido
úrico;
Degradação de
glicose;
Adrenoleucodistrofia Ligada ao
Cromossomo X (Ald-x)
Acúmulo de ácidos graxos de cadeia muito longa
Substância branca do sistema nervoso, no córtex adrenal e nas
células de Leydig do testículo;
óleo de Lorenzo; o glicerol trioleato, lovastatin e 4-fenilbutirato
tratamento paliativo retarda a evolução da doença.
EIM – Categoria 2 – Grupo 1
tratamento paliativo retarda a evolução da doença. Gene ABCD1
Proteína ALD-X
Membrana dos peroxissomos
Importação de ácidos graxos de cadeia longa
Incidência: 1:2.900 neonatos
Heterogeneidade alélica: +400 alelos diferentes
Excesso de metabólitos
Fenilcetonúria (PKU)
Excesso de metabólitos
Hiperfenilalaninemia → Fenilcetonúria (PKU)
Defeito enzimático:
Fenialanina Hidroxilase
Fenilalanina
Tirosina
metabólitos tóxicos
Fenilalanina
hidroxilase (PAH) Fenilalanina tirosina
Fenilcetonúria (PKU)
EIM – Categoria 2 – Grupo 2
Incapacidade de metabolizar a fenilalanina ↑ líquidos corporais
Prejuízo no desenvolvimento do cérebro
Retardo mental
Microcefalia
Fenilcetonúria (PKU)
EIM – Categoria 2 – Grupo 2
Microcefalia
Hipopigmentação da pele, cabelos e olhos
Irritabilidade
Epilepsia
Déficit do crescimento somático pós-natal
Distúrbios do comportamento
Outras alterações neurológicas (tremores, hipertonia,
hiper-refelixa tendinosa profunda
Fenilcetonúria (PKU)
Obrigatório em
todo o território
nacional desde
13 de julho de
13 de julho de
1990 (Lei
Federal no 8.069
– Estatuto da
Criança e do
Adolescente)
Fenilcetonúria (PKU)
Teste da fralda:
adicionar na urina cloreto férrico → verde escuro
(ácico fenilpirúvico)
Diagnóstico precoce até 6 meses e dieta pobre
em fenilalanina (300-500 mg de fenilalanina/dia)
até 7 anos de idade ou tempo indeterminado.
CLASSIFICAÇÃO
Fenilcetonúria (PKU)
EIM – Categoria 2 – Grupo 2
Valores normais: 2-4mg/dl
Galactosemia Clássica
Incidência: 1:55.000 neonatos
Ausência: galactose -1- fosfato
uridil-transferase
galactose
glicose
Deficiência da enzima
↓
ACÚMULO DE SUBSTRATO
Galactosemia
Metabolização alternativa:
Galactossemia Clássica
Manifestação clínica:problemas gastrointestinais
(ingestão de leite) -hepatoesplenomegalia -cirrose hepática -catarata -lesões do SNC e RM http://www.nytimes.com/imagepages/2007/08/01/health/adam/17187Galactosemia.html -lesões do SNC e RM Triagem neonatal:
dosagem de GAL-1-P uridil transferase Tratamento: até os 3 anos
-suspensão do leite e seus derivados (leite desprovido de galactose, leite de soja, hidrolisados de proteínas)
Herança Mitocondrial Materna
Doença de Leigh
Doença de Leigh
Doença de Leigh
Neuropatia
EIM – Categoria 2 – Grupo 3
Neuropatia
Ataxia
Retinite pigmentosa
Retardo de desenvolvimento
Retardo mental
Acidemia lática
Incidência de EIM
Incidência acumulativa 1: 5000 nascidos
vivos
vivos
Importância do diagnóstico precoce
Quadros clínicos de difícil explicação pela
Estratégias de Tratamento
Restrição alimentar
Reposição
Desvio
Desvio
R
est
riçã
o A
lim
en
ta
r
não ingerir o substrato
alteração do estilo de vida
custo financeiro elevado
distúrbios emocionais
Estratégias de Tratamento
R
est
riçã
o A
lim
en
ta
r
distúrbios emocionais
altamente eficaz
Requer o cumprimento vitalício de
R
ep
osi
çã
o
Administrar a enzima ausente;
É a forma que tem mais êxito no
tratamento;
Poucas doenças tratáveis.
Estratégias de Tratamento
R
ep
osi
çã
o
D
esvi
o
Consiste em desviar a rota
metabólica alterada para uma
rota alternativa
desde que o
produto da rota alternativa
não
Estratégias de Tratamento
D
esvi
o
produto da rota alternativa
não
seja tóxico
O diagnóstico definitivo de uma DMH é feito
através de determinação da atividade
enzimática ou identificação do defeito
DIAGNÓSTICO
enzimática ou identificação do defeito
molecular, métodos estes pouco
DIAGNÓSTICO
Triagem urinária + Triagem sanguínea
Histórico do paciente
Quando o problema foi notado e como evoluiu
Atividade fetal Adaptação neonatal Crescimento e desenvolvimento Crises de descompensação metabólica
História familiar positiva
Padrões de herança Consanguínidade
Diagnóstico
Exames de Urina
Exames de Urina
• hemograma
• gasometria venosa
• determinação de sódio (Na),
potássio (K), cloro (Cl)
Diagnóstico
Exames Sanguíneos
potássio (K), cloro (Cl)
• glicemia
• transaminases hepáticas
• colesterol total e frações, triglicérides
• ácido úrico, lactato, piruvato e
EIM Clássicos distúrbios genéticos
Resumindo:
Suspeita clínica e diagnóstico precoce ACONSELHAMENTO GENÉTICOReferências
Alberts B, Johnson A, Lewis J, Raff M, Roberts K, Walter P. Biologia
Molecular da Célula. 4 ed, Porto Alegre: Artmed, 2004.
Lourenço LB, Felisbino SL, Carvalho HF. Peroxissomos. In: A
Célula, Ed. Carvalho HF, Recco-Pimentel S. 2 ed, Barueri: Manole,
2007. Mir L. Genômica. São Paulo: Atheneu, 2004.
Mir L. Genômica. São Paulo: Atheneu, 2004.
Nussbaum RL, Mcinnes RR, Willard, HF. Thompson & Thompson
-Genética médica. 7 ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Passarge E. Color Atlas of Genetics. Thieme, 1995.
www.supportnet.com.br/artigos/pdf/monografia.pdf