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Rejeitos de espécies de reflorestamento tratadas com preservantes CCA e CCB empregados em painéis de partículas

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Academic year: 2021

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1º. Workshop de Integração da rede de Pesquisa INOVATEC FINEP [Polo USP] 9 e 10 de Agosto de 2012 – Pirassununga, SP – Brasil

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Rejeitos de espécies de reflorestamento tratadas com

preservantes CCA e CCB empregados em painéis de

partículas

Residues from reforestation species treated with CCA and CCB preservatives used in particleboard

Marília da Silva Bertolini

1

, Maria Fátima do Nascimento

2

, Francisco Antonio

Rocco Lahr

3

1 Doutoranda em Ciência e Engenharia de Materiais, LaMEM, SET, EESC da Universidade de São Paulo

| e-mail: marilia.bertolini@usp.br | CV Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4435088D1 2 Doutora em Ciência e Engenharia de Materiais, LaMEM, SET, EESC da Universidade de São Paulo

| e-mail: fati@sc.usp.br | CV Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707267A6 3 Professor Titular do Departamento de Engenharia de Estruturas da Universidade de São Paulo

| e-mail: frocco@sc.usp.br | CV Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783883A6

RESUMO

Proposta:  Este  trabalho  objetivou  a  produção  de  chapas  de  partículas  homogêneas  empregando-­‐se  resíduos   das  espécies  Eucalyptus  sp  tratado  com  os  preservantes  CCA  (sais  de  cromo,  cobre  e  arsênio)  e  CCB  (óxidos  de   cromo,  cobre  e  boro)  e  Pinus  sp  tratado  com  CCB,  com  uso  de  adesivo  poliuretano  a  base  de  mamona.  Método  

de   pesquisa/Abordagens:   Os   painéis   foram   caracterizados   conforme   NBR   14810:3   (2006)   e   comparados   aos  

principais  requisitos  normativos  neste  âmbito.  Resultados:  Os  painéis  apresentaram  desempenho  superior  as   normas   de   aglomerado,   destacando-­‐se   aqueles   contendo   Eucalyptus   sp   tratado   com   CCB,   os   quais   apresentaram  desempenho  semelhante  a  OSB/4  para  MOR  e  MOE.

 Contribuições/Originalidade:  Os  resultados  

permitiram   observar   a   viabilidade   da   produção   destas   chapas   assim   como   a   possibilidade   de   utilização   na   construção  civil.  

Palavras-­‐chave:  Resíduos.  Espécies  de  Reflorestamento.  Madeira  Tratada.  Chapas  de  Partículas.  

ABSTRACT

Proposal:  This  study  aimed  to  particleboard  producing  using  residues  from  CCA  and  CCB  treated  Eucalyptus  sp  and  

CCB   treated   Pinus   sp   with   polyurethane   resin   based   on   castor-­‐oil.   Methods:   Particleboards   were   characterized   according  to  NBR  14810:3  (2006)  and  compared  to  the  main  normative  requirements  in  this  field.  Findings:  Panels   showed  higher  performance  than  particleboards  standards,  especially  those  containing  CCB  treated  Eucalyptus  sp   residues  which  presented  performance  similar  to  OSB/4  (EN  300:2006)  for  MOR  and  MOE.  Originality/value:  Results   showed  the  feasibility  of  producing  these  particleboards  as  well  as  the  possibility  of  use  in  civil  construction.  

Key-­‐words:  Residues.  Reforestation  Species.  Treated  Wood.  Particleboard.    

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A madeira tratada apresenta como uma de suas principais vantagens o aumento da vida útil dos produtos em serviço (RICHARDSON, 1993). Segundo Pinheiro (2001) os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da preservação da madeira no Brasil e consequente aumento da quantidade de usinas de tratamento foram, principalmente, o crescimento das áreas de reflorestamentos dos gêneros Eucalyptus e Pinus e a homologação da Lei Federal 4797, de 20/10/1965 regulamentada pelo Decreto 58010 de 18/03/1966, no qual seu

conteúdo principal foi o estabelecimento da obrigatoriedade do tratamento preservativo para todas as peças de madeira utilizada em serviços públicos.

Estima-se uma produção anual brasileira de madeira tratada de 1,2 milhões de m³, segundo dados da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal - APEBF (2011). Deste montante, o CCA (sais de cromo, cobre e arsênio) representa 80% do volume de preservativo utilizado, enquanto o CCB (sais ou óxidos de cromo, cobre e boro), o lindane, o tribromofenato e o creosoto, referem-se a 20% (SILVA, 2006).

Questões ambientais referentes à utilização destes preservantes têm sido levantadas devido à dispersão de seus componentes para o ambiente antes da completa fixação destes ingredientes ativos, havendo a possibilidade de contaminação, principalmente na forma de resíduos, pois a pequena espessura dos resíduos aumenta a área passível de viabilizar a perda de substâncias por lixiviação (BERTOLINI, 2003). Além das questões ambientais, deve-se considerar que este material sob a forma de resíduos trata-se de um potencial insumo com propriedades de resistência a degradação biológica. Lepage (2010) cita alternativas de reciclagem como: produção de chapas de fibras; chapas de partículas; madeira laminada; compósitos de madeira-cimento e compósitos plástico-madeira.

Neste contexto, este trabalho objetivou a produção de chapas de partículas homogêneas empregando-se resíduos das espécies Eucalyptus sp, tratado com os preservantes CCA (sais de cromo, cobre e arsênio) e CCB (óxidos de cromo, cobre e boro) e Pinus sp tratado com CCB, com uso de adesivo poliuretano a base de mamona.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram empregados resíduos das espécies Eucalyptus sp tratada sob pressão em autoclave, com CCA (sais de cromo, cobre e arsênio) e CCB (óxidos de cromo, cobre e boro) com retenção de 9,6 kg/m³ e da espécie Pinus sp tratada com CCB com retenção de 7,5 kg/m³. O adesivo à base de mamona utilizado foi do tipo bicomponente, fornecido pela Plural Indústria LTDA.

A metodologia adotada para produção e caracterização dos painéis foi semelhante para ambas às espécies. Obtiveram-se partículas por meio do processamento dos resíduos em moinho-martelo, com peneira de dimensões de 2,8mm, sendo empregadas as partículas em sua totalidade, inclusive com a presença dos “finos”, pois os mesmos foram determinantes na interação partículas-adesivo, conforme estudos de Nascimento (2003). Para produção dos painéis de alta densidade variou-se a quantidade de partículas dos painéis (1300 e 1400g), fixando-se a quantidade de adesivo de 15%, sendo a relação de poliól e pré-polímero de 1:1. A produção dos painéis consistiu na homogeneização da resina às partículas manualmente e em encoladeira. O material obtido foi previamente compactado para formação do colchão e prensado a quente à temperatura de 100°C e tempo de 12 minutos, sendo as pressões para chapas de Eucalyptus sp e Pinus sp de, respectivamente,

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4,7 MPa e 4,0 MPa. Foram produzidas 6 chapas de cada amostra nas dimensões de 40 x 40 mm e espessura nominal de 10 mm.

As chapas de partículas foram caracterizadas segundo a NBR 14810:3 (2006) e comparadas aos principais requisitos normativos deste âmbito, conforme tabela 1.

Normas Espessura chapa (mm) (g/cm³) ρ (MPa) MOR (MPa) MOE IE max. (%)

NBR 14810:2 (2006) 8 to 13 - 18 - 8

ANSI A208.1 (1999) - >0,8 16,5 2400 8

CS236-66 (1968) - >0,8 16,8 2450 55

EN 312 (2003) > 6 to 13 - 16 2300 16 b

Tabela 1. Requisitos normativos para painéis particulados

a Chapas tipo P4 – Uso em condições secas b IE em 24h

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela 2 apresenta os resultados obtidos das propriedades dos painéis para cada amostra. Amostra Espécie P (g) A (%) PP (MPa) ρ (g/cm³) RC MOR (MPa) MOE (MPa) IE - 2h IE - 24h A E - CCA 1300 15 4,7 0,80 1,25 29 4517 4,42 11,05 B 1400 0,80 1,25 32 4669 3,13 8,61 C E - CCB 1300 1,00 1,56 32 5020 3,69 6,87 D 1400 0,80 1,25 32 4319 4,07 6,98 E P - CCB 1300 4 0,94 1,3 26 2553 3,05 8,5 F 1400 0,91 1,3 28 2764 2,75 9,11

Tabela 2. Valores das propriedades dos painéis de partículas

*Razão de compactação (RC) baseada na densidade do Eucalipto grandis de 0,64g/cm³ e do Pinus sp tratado com CCB de 0,70g/cm³ conforme Rocco et al. (2010).

E – CCA = Eucalyptus sp tratado com CCA; E – CCB = Eucalyptus sp tratado com CCB; P – CCB = Pinus sp tratado com CCB; P = quantidade de partículas; PP = pressão de prensagem; RC = razão de compactação; MOR = módulo de ruptura; MOE = módulo de elasticidade.

Conforme tabela 2, as chapas foram classificadas como de alta densidade, conforme ANSI A 208.1 (1999) e Moslemi (1974). As amostras com Eucalyptus sp ( A, B e D), com excessão de C, apresentaram menor densidade dos painéis que aqueles com Pinus sp (E e F), consequentemente devido a maior pressão aplicada durante a prensagem, sendo que a razão de compactação permaneceu semelhante devido a associação deste parâmetro à densidade de cada espécie madeireira.

Quanto às propriedades mecânicas de MOR e MOE, as amostras em sua totalidade apresentaram desempenho superior às normas citadas na tabela 1, com destaque para os painéis contendo Eucalyptus sp com ambos os preservantes (CCA e CCB). Cabe ressaltar

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que as chapas C apresentam desempenhos superiores a painéis OSB/4 de 10 mm, classificados pela EN 300 (2006) como de usos estruturais, a qual preconiza para este produto valores de MOR e MOE de, respectivamente, 30 MPa e 4800 MPa.

Para o inchamento em espessura nos períodos de 2 e 24 horas, as amostras em sua totalidade estiveram em conformidade com os requisitos normativos, destacando-se as amostras C e D, contendo Eucalyptus sp com CCB. O desempenho significativo para esta propriedade pode estar associada tanto ao emprego da resina PU de mamona, com alta resistência à água, quanto a maior hidrofobicidade da madeira tratada devido aos preservantes.

4 CONCLUSÕES

Conclui-se por meio dos valores obtidos para as propriedades analisadas que, existe a viabilidade da produção de chapas de partículas homogêneas com resíduos provenientes de Eucalyptus sp tratado com CCA e CCB e Pinus sp tratado com CCB, empregando resina poliuretana à base de mamona. Além do apelo ambiental no tocante ao emprego de resíduos com certa toxicidade e resina proveniente de biomassa, os painéis produzidos indicam a potencialidade de aplicações em outros fins, como por exemplo, na construção civil.

5 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2006). NBR 14810: Chapas de madeira aglomerada. Rio de Janeiro.

BERTOLINI, M. S. Emprego de resíduos de Pinus sp tratado com preservante CCB na produção de chapas de partículas homogêneas utilizando resina poliuretana à base de mamona. 126f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,2011.

LEPAGE, E.S. (2010). Moq® 0x 50 (CC B-O) – preservativo sustentável com longo histórico

de eficiência. Revista Referência, p. 80 – 83. Disponível

em:<http://www.montana.com.br/Noticias/Clippings/Revista-Referencia-Segunda-Feira-20-de-Setembro-de-2010>. Acesso em: 18 jan. 2011.

MOSLEMI, A. A. (1974). Particleboard. London: Southern Illinois University Press.

NASCIMENTO, M. F. (2003). CPH - chapas de partículas homogêneas: madeiras do nordeste do Brasil. 117f. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2003.

PINHEIRO, R. V. (2001). Influência da preservação contra a demanda biológica em propriedades de resistência e de elasticidade da madeira. 162f. Tese (Doutorado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001.

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SILVA, J. C. (2006). Madeira preservada: os impactos ambientais. Disponível em:<http://www.remade.com.br>. Acesso em: 25 nov. 2011.

6 AGRADECIMENTOS

Ao CNPq, FAPESP e FIPAI pelas bolsas concedidas. As empresas Montana Química S.A. e Plural Química LTDA.

Referências

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