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Consenso sobre Infecções Genitais femininas Transmissíveis: Endocervicites Infecções Pelvigenitais

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Academic year: 2021

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Índice:

Índice:... 1

Consenso sobre IST’s: Endocervicites e DIP’S... 2

Endocervicite ... 2

Definição ... 2

Etiologia: ... 2

1. CLÍNICA... 2

2. DIAGNÓSTICO... 3

3. TERAPÊUTICA... 3

1. CLÍNICA... 4

2. DIAGNÓSTICO... 4

3. TERAPÊUTICA... 5

Doença Inflamatória Pélvica... 5

Definição ... 5

1. CLÍNICA... 6

2. DIAGNÓSTICO... 6

3. TERAPÊUTICA... 7

TERAPÊUTICA CIRÚRGICA... 9

Profilaxia... 10

Rastreio ... 10

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Consenso sobre Infecções Genitais femininas

Transmissíveis: Endocervicites Infecções

Pelvigenitais

Endocervicite

Definição

Entende-se por Endocervicite a infecção do epitélio cilíndrico do endocolo.

O endocolo é desprovido de flora , todo o microorganismo isolado no tracto genital superior é considerado patogénico.

Etiologia:

Múltiplos são os germens que podem ser isolados, sendo os mais frequentes: - Chlamydia Trachomatis

- Neisseria Gonorrhoeae

Endocervicite por Chlamydia Trachomatis

A endocervicite por Chlamydia Trachomatis é a primeira causa mundial de Infecção Sexualmente Transmissível ( I.S.T.) bacteriana.

A Chlamydia Trachomatis é uma bactéria intra-celular obrigatória. Pode transmitir-se por via sexual ou perinatal, sendo muito contagiosa. Tem um período de incubação variável, podendo apresentar recidivas.

1. CLÍNICA

A sua apresentação clínica é variável:  40-60% assintomáticas

 Corrimento inespecífico ou muco-purulento  Colo friável, congestivo - coitorragias  Uretrite sub-aguda

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2. DIAGNÓSTICO

O seu diagnóstico pode realizar-se através dos testes de Amplificação Génica. Este exame é considerado de primeira escolha e deve utilizar-se sempre que possível.

A utilização dos Métodos Serológicos têm indicação apenas no estudo de: • Linfogranuloma venéreo

• Doença Inflamatória Pélvica (DIP) • Recém-nascido

A Imunoglobolina G (IgG) é insuficiente para diagnóstico de Clamidiose evolutiva

A Imunoglobolina M (Ig M) –é muito lábel.

- testemunham infecção activa

- elevam-se em cada reinfecção

A técnica de Amplificação Génica é o método indicado para rastreios/determinações seriadas: o DNA é pouco lábil o que permite a sua conservação vários dias.

Colheita para testes de Amplificação Génica (PCR, LCR,…) Material de colheita mínimo

Colheita fácil, não traumatizante –1º jacto, urina da manhã (10ml) na mulher assintomática

Colheita no endocolo,na mulher grávida ou na mulher sintomática; Sensibilidade ≥ à da cultura celular

3. TERAPÊUTICA

Podem usar-se várias estratégias terapêuticas, sendo no entanto sempre preconizada a terapêutica sistemática do(s) parceiros sexuais.

 Azitromicina – 1 gr em dose única  Doxiciclina – 100 mg, po, 2 id, 7 dias OU

 Minociclina – 100 mg, po, id, 7 dias  Ofloxacina – 200 mg, po, 2id, 7 dias

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 Eritromicina – 500 mg, po, 4id, 7 dias

 TERAPÊUTICA SISTEMÁTICA DO(S) PARCEIROS SEXUAIS  Abstinência sexual 7 dias

 Controle > 3 semanas após final do tratamento, excepto se fármacos de 1ª linha (CDC 2002

TERAPÊUTICA NA MULHER GRÁVIDA  Azitromicina – 1 gr em dose única  Eritromicina – 500 mg, po, 4id, 7 dias  Amoxicilina - 500 mg, po, 4id, 7 dias

 Doxiciclina, Minociclina, Ofloxacina – contra-indicadas

Endocervicite por Neisseria Gonorrhoeae

A Endocervicite porNeisseria Gonorrhoeae apresenta baixa incidência na Europa. Á Neisseria Gonorrhoeae é um Diplococo Gram negativo.

A sua transmissão é sexual ou perinatal.

O seu período de incubação médio é de 2 a 4 dias.

1. CLÍNICA

Pode ser assintomática, ou manifestar-se frequentemente por:  Corrimento amarelo-esverdeado

 Bartholinite

2. DIAGNÓSTICO

O seu diagnóstico pode realizar-se através de exame directo ou de cultura: Exame directo

Diplococos Gram negativos no interior de polimorfonucleares Cultura

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identificação específica do gérmen

TSA (Resistências crescentes do gonococo às quinolonas)

3. TERAPÊUTICA

Deve realizar-se sempre o tratamento empírico, concomitante, anti-Chlamydia, se não for possível excluir esta co-infecção por apresentar elevada prevalência nos infectados com gonococo e, por os testes específicos para Chlamydia Trachomatis nem sempre serem suficientemente rápidos, sensíveis e disponíveis.

É sempre preconizada a terapêutica sistemática do(s) parceiros sexuais Deve realizar-se abstinência sexual 7 dias.

Podem usar-se os seguintes protocolos terapêuticos:  Ceftriaxone – 250 mg, IM, dose única  Cefixima – 400 mg, po, dose única

 Amoxicilina+ Ácido Clavulânico – 3 gr, po, dose única Ou

 Ofloxacina – 400 mg, po, dose única  Ciprofloxacina – 500 mg, po, dose única.

Doença Inflamatória Pélvica

Definição

A Doença Inflamatória Pélvica ( DIP ) é uma infecção e inflamação do tracto genital superior feminino, podendo envolver endométrio, trompas, ovários e estruturas adjacentes.

As suas Incidência e Prevalência são desconhecidas em Portugal.

Etiopatogenia:

A DIP resulta de contaminação via ascendente dos genitais superiores a partir de Endocervicites.

São geralmente polimicrobianas e podem surgir embora raramente após: - Intervenção cirúrgica

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- Parto - Aborto

Os germens implicados são geralmente:

- Chlamydia Trachomatis, Neisseria Gonorrhoeae

- Gérmens comensais da flora vaginal, em condições favoráveis : lesão epitelial prévia, ↓ da imunidade local, manobra endo-uterina – Mycoplasma hominis, bactérias anaeróbias, …

São habitualmente referidos como factores de risco: - Idade < 25 anos

- Múltiplos parceiros sexuais - Novo parceiro sexual

- Antecedentes de IST ou DIP - Álcool, tabaco, drogas

- Instrumentação pélvica/uterina prévias: DIU, HSG, …

1. CLÍNICA

A sua apresentação clínica é polimorfa e variável, não se lhe atribuindo qualquer sinal ou sintoma patognomónico.

Pode apresentar um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: - Algias pélvicas

- Uni ou bilaterais

- Agravamento com o coito, com os esforços, ao fim do dia ou pós-menstrual

- Corrimentos ou, mais raramente metrorragias - Febre

- Náuseas e vómitos nas formas graves

O Exame Físico revela

- Ao espéculo: corrimento cervical purulento; colo friável; metrorragia

- Dor à mobilização do colo uterino

- Dor na região anexial, uni ou bilateral, associada ou não a um empastamento de uma ou ambas as regiões anexiais

- Febre

2. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico deve sempre basear-se nos achados clínicos.Preconiza-se a realização dos seguintes exames complementares:

 Exames Laboratoriais

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 gérmens banais e gonococo – zaragatoa  Chlamydia – técnica de amplificação génica

 Micoplasmas – colheita abrasiva e meio de transporte especial

Remoção de DIU, e colocação em cultura (obrigatório nas formas graves)

-Teste de gravidez – excluir GEU -Hemograma – Leucocitose

-VS e PCR – elevação não constante -Serologias : Chlamydia, outras IST -Urocultura

 Ecografia

- Nem sempre confirma a presença de salpingite - Útil para excluir outra patologia

- Permite o diagnóstico de complicações (ex. abcesso)

 Celioscopia

- Diagnóstico: confirma ou exclui Salpingite Aguda

- Bacteriológico: colheitas na trompa e no Fundo Saco de Douglas - Prognóstico: precisa a gravidade das lesões

- Terapêutico: lavagem peritoneal, adesiólisis A realizar quando exames anteriores inconclusivos

3. TERAPÊUTICA

A terapêutica deve ser iniciada empíricamente na mulher jovem sexualmente activa ou com factor de risco de IST, se os seguintes critérios mínimos estiverem presentes

- Dor à palpação uterina/anexial - Dor à mobilização do colo uterino

Pode ser iniciada e/ou totalmente realizada em ambulatório no entanto são estabelecidos critérios para tratamento em internamento hospitalar:

- Gravidez

- Incapacidade de excluir emergência cirúrgica (apendicite) - Falta de resposta à terapêutica oral em ambulatório (>72 horas) - Incapacidade de tolerar terapêutica oral (náuseas, vómitos) - Doença grave (febre alta, peritonite)

- Presença de abcesso tubo-ovárico - Imunossupressão

- Não garantia de cumprimento da terapêutica em ambulatório

O tratamento em ambulatório deve ser iniciado logo que se suspeite do diagnóstico.

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Se não existir agravamento do quadro clínico que motive observação clínica mais precoce, o doente deve ser reavaliado, após 72 horas e às 4 semanas do início do tratamento.

Existem vários protocolos terapêuticos, sempre prevendo a etiologia polimicrobiana desta afecção clínica, o que obriga á associação de antibióticos.

Tendo em conta os fenómenos inflamatórios e imunoalérgicos que ocorrem neste processo, é lógico associar um AINE desde a fase inicial do tratamento.

Também se preconiza o tratamento do(s) parceiros sexuais: - Sistemática (cobertura para chlamydia e gonococo)

Deve recomendar-se a realização de relações sexuais protegidas até final da vigilância pós terapêutica

Pode usar-se um dos vários protocolos de associação de antibióticos: Terapêutica antibiótica de ambulatório

 Cefoxitina, 2 gr, IM, dose única +

Doxiciclina, 100 mg, 2 id, 14 dias Ou

 Ceftriaxone, 250 mg, IM, dose única +

Doxiciclina, 100 mg, 2 id, 14 dias +

Metronidazol, 500 mg, 2id, 14 dias Ou

 Ofloxacina, 400 mg, po, 2id, 14 dias +

Metronidazol, 500 mg, po, 2 id, 14 dias Ou

 Amoxicilina + Ácido Clavulânico, 1gr, po, 3id, 14 dias +

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Terapêutica antibiótica parental

A terapêutica antibiótica parenteral deve:

- Suspender-se 24 horas após melhoria clínica, e prosseguir com Doxiciclina oral 14 dias.

Pode usar-se um dos vários protocolos de associação de antibióticos:

 Cefoxitina, 2 gr, ev, 4 id + Doxiciclina, 100 mg, po / ev, 2 id ??? Ou  Ofloxacina, 400 mg, ev, 2 id +

Metronidazol, 500 mg, ev, 3id Ou

 Clindamicina, 900mg ev 8/8h +

Gentamicina, 2 mg/Kg (dose inicial) →1,5 mg/kg, IM ou ev, 3 id

TERAPÊUTICA CIRÚRGICA

A terapêutica cirúrgica deve efectuar-se quando a terapêutica médica se revela ineficaz Preconiza-se a realização dos seguintes procedimentos durante a Laparotomia /

Laparoscopia :

- Adesiólisis

- Drenagem de abcessos pélvicos

- Limpeza cirúrgica de material necrótico - Lavagem peritoneal com soro fisiológico

Pode também realizar-se a punção-aspiração ecoguiada de abcessos pélvicos, que sendo menos invasiva, pode ser igualmente eficaz

PROGNÓSTICO

A evolução desta patologia é imprevisível mesmo nos doentes que iniciaram terapêutica logo que se estabeleceu / suspeitou do diagnóstico.

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Podem ocorrer complicações agudas como abcessos pélvicos e/ou pelvi-peritonite. Em consequência da terapêutica inadequada ou insuficiente esta patologia evolui para doença crónica.

Nas doentes em que se obteve remissão clínica podemos ter recidivas frequentes a médio e a longo prazo.

As sequelas são frequentes e graves e traduzem-se em diferentes complicações que têm um grande impacto em Saúde Pública quer pelos dias de absentismo quer pelos custos económicos que originam:

- 20% Esterilidade de causa tubo-peritoneal - 20% algias pélvicas crónicas

- 10% das mulheres que engravidam têm GEU

Profilaxia

Neste contexto a prevenção da DIP através de uma antibioterapia imediata e apropriada e o rastreio da infecção genital por Chlamydia Trachomatis poderão evitar os problemas de Saúde Pública já descritos.

A prevenção antibiótica deverá realizar-se quando: • Mulheres com idade <24 anos

• Mulheres com idade ≥ 25 anos que apresentem: - Novo companheiro

- Vários companheiros

- Antecedentes de infecção por Chlamydia • Gravidez

Rastreio

O Rastreio da infecção por Chlamydia será anual.

Nas mulheres com antecedentes desta infecção será semestral.

Devem utilizar-se os testes de amplificação genica já que permitem uma fácil colheita, pois realizam-se com a urina obtida no primeiro jacto da primeira micção matinal

Se o teste for positivo preconiza-se: • Tratamento específico

• Tratamento do (s) parceiro (s) sexuais • Pesquisa de outras IST’s

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Bibliografia

Enfermedad inflamatoria pélvica (EIP); American Academy of Family Physicians; Revisado/Actualizado: 07/04 Creado: 07/04; IN

http://familydoctor.org/e213.xml?printxml

Pelvic Inflammatory Disease; Office of Communications and Public Liaison National Institute of Allergy an Infectious Diseases National Institutes of Health Bethesda, MD 20892; IN http://www.niaid.nih.gov/factsheets/stdpid.htm

Pelvic Inflammatory Disease; Stephanie Abbuhl, MD, Medical Director, Associate Professor, Department of Emergency Medicine, University of Pennsylvania School of Medicine; IN http://www.emedicine.com/EMERG/topic410.htm

Referências

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