• Nenhum resultado encontrado

Facilita! Resumos Para Aviação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Facilita! Resumos Para Aviação"

Copied!
71
0
0

Texto

(1)

Facilita!

Resumos Para

Aviação

(2)

Peso, Balanceamento e

Performance

(3)

Índice

Relevância De Peso e

Balanceamento

Pesos Estruturais

Pesos Operacionais

Abastecimento de

Combustível

Fatores de Performance

Centro de Gravidade

Envelope de P & B

(4)

PESO E BALANCEAMENTO

Relevância

O princípio do Peso e Balanceamento de Aeronaves é baseado na “Teoria da Alavanca”, i.e., numa

barra sólida que, quando em repouso sobre um apoio, permanece em equilíbrio ou balanceada.

Podemos pensar na figura de uma

gangorra:

se apoiada pelo centro da

prancha, sem que seja submetida a

qualquer força, esta permanecerá em

equilíbrio. A este “ponto de apoio”, que

podemos

chamar

de

“Centro

de

Equilíbrio”, dá-se o nome de “

CENTRO

DE

GRAVIDADE

”, nosso primeiro

conceito relevante para a compreensão

de Peso e Balanceamento de Aeronaves.

(5)

PESO E BALANCEAMENTO

Relevância

Durante a fase de projeto das aeronaves, são definidos os limites estruturais de peso, localização

do centro de gravidade e cargas que poderão ser carregadas pela aeronave.

Logo após a sua produção, a aeronave, vazia, isto é, carregada apenas com seus equipamentos e

acessórios instalados, é pesada e os parâmetros são verificados quanto à sua conformidade relativa aos

padrões de projeto. A aeronave deverá está equilibrada e restrita ao limite estrutural de peso.

Foto: aviacaoexperimental.pro.br

Ao longo da vida útil da aeronave,

o processo deve ser refeito, pois

haverá trabalho de manutenção,

pintura, etc, que poderão alterar o

peso do equipamento.

(6)

PESOS ESTRUTURAIS,

OPERACIONAIS

(7)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Estruturais

Os Pesos Estruturais da Aeronave, como o conceito nos induz a compreender, são determinados

com base tão somente na ESTRUTURA da aeronave. São, portanto, LIMITES SUPERIORES, que podem

ser restritos por fatores operacionais, sobre os quais trataremos adiante.

É fato que o projeto dos aviões contempla uma margem de segurança. Contudo, a superação dos

pesos máximos estruturais poderão ocasionar deformações permanentes na estrutura, fissuras, trincas e, em

casos extremos, ruptura de partes. Assim, observá-los é de vital relevância.

DEFORMAÇÕES

ELÁSTICAS:

existem apenas enquanto perdura o

esforço.

Quando

este

cessa, a

superfície retorna à sua forma

primitiva, como no caso de uma

mola.

DEFORMAÇÕES

PERMANENTES: na ausência do

esforço, a superfície não retorna à

sua forma original. Nos aviões, esta

situação só ocorre na eventualidade

de os Pesos Máximos não serem

observados.

(8)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Estruturais

Os Pesos Estruturais de uma aeronave são:

• Peso Máximo Estrutural de Decolagem (Maximum Takeoff Gross Weight – MTOGW): é o peso de

decolagem para o qual a estrutura da aeronave é projetada. Respeitando-se o MTOW, demais, é possível

pousar, em emergência, com uma razão de descida de até 6ft/seg, que será classificado como hard

landing;

• Peso Máximo Estrutural de Pouso (Maximum Landing Gross Weight – MLGW): é o peso para o

qual a estrutura é dimensionada para pouso a uma razão de descida de até 10ft/seg.

A razão de descida empregada em pousos normais é

de cerca de 2 a 3 pés por segundo. Assim, verifica-se

que há uma grande margem de segurança no projeto

das aeronaves. Mesmo situações de hard landing

(aprox. 6ft/seg) são contempladas por ela.

Na eventualidade de ocorrência de um pouso

com peso superior ao MLW, a aeronave

deverá sofrer uma “overweight inspection”.

(9)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Estruturais

Em Maio de 2019, um Boeing 777-300ER da Latam

decolou de Guarulhos (SP) com destino a Londres.

Devido a uma pane elétrica, a aeronave realizou um

pouso de emergência em Belo Horizonte. A inoperância

do sistema elétrico impediu que a tripulação despejasse o

combustível para reduzir o peso da aeronave afim de

adequá-lo ao MLW.

Assim, foi efetuado um hard landing que, embora tenha

ocasionado danos ao equipamento, não causou o seu

comprometimento

definitivo.

Após

manutenção,

a

aeronave retornou à operação.

(10)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Estruturais

• Peso Máximo de Táxi (Maximum Taxi Weight – MTW): é o peso máximo para o qual a estrutura do

avião foi projetada para o táxi. É ligeiramente superior ao MTOW, pois contempla o combustível que será

usado para o deslocamento até a cabeceira;

• Peso Máximo Zero Combustível (Maximum Zero Fuel Weight – MZFW): é o peso máximo de um

avião totalmente carregado, faltando apenas o combustível.

A superação do Peso Máximo Zero

Combustível tem o efeito de tornar

o

“corpo” da aeronave muito

pesado. Assim, como a sustentação

provém das asas, haverá uma

grande torção dos aerofólios, que

sujeitará a raiz da asa a esforço

excessivo.

Imagem: westwingsinc.com

Quanto mais carga o

avião

leva,

menos

combustível

ele

“aguenta

carregar”.

Assim, mais a asa

será flexionada!

(11)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Operacionais

Os Pesos Estruturais, conforme estudamos, devem ser considerados LIMITES SUPERIORES.

Contudo, na operação da aeronave podem surgir outros fatores que limitarão sua Performance. Entre eles,

podemos mencionar o comprimento de pista para decolagem, distância de parada para pouso, necessidade

de superação de obstáculos, entre outros. Assim, além dos pesos máximos suportados pela estrutura da

aeronave, é preciso que compreendamos os seus PESOS OPERACIONAIS.

Os Conceitos ligados a Pesos Operacionais costumam ser bastante cobrados em exames da ANAC. Assim, é fundamental que você os tenha claros. Para que você não se esqueça, procure entendê-los em sequência, como se você estivesse preparando o avião para um voo.

(12)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Operacionais

Peso Básico (PB) (Basic Weight ou

Empty Weight) = É o avião vazio,

incluindo fluidos, combustível não drenável e equipamentos fixos. Este é o Peso informado pelo fabricante na entrega do equipamento e que, como mencionamos antes, deve ser aferido periodicamente para que contemple eventuais adições/trocas de equipamentos, pinturas, modificações, etc. Em outras palavras, é o peso do avião ainda no hangar, aguardando a preparação para o voo. É onde a nossa etapa tem início.

Peso Básico Operacional (PBO) (Basic

Operacional Weight ou Dry Operating Weight) = É o Peso Básico acrescido da

tripulação com bagagens e o serviço de comissaria (refeições, bebidas, jornais, etc.).

Peso Operacional (PO) (Operational

Weight) = É o Peso Básico Operacional,

acrescido do combustível para decolagem. É o necessário para que o avião se torne operacional.

(13)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Operacionais

Peso Zero Combustível (PAZC) (Actual

Zero Fuel Weight) = É o Peso Básico

Operacional + Carga Paga.

Peso de Decolagem (PAD) (Takeoff

Weight) = É a soma do Peso Zero

Combustível com o combustível da Decolagem. Também podemos dizer que é o Peso Operacional + Carga Paga.

Lembre-se: CARGA PAGA é a soma do peso dos passageiros, suas bagagens, incluindo as malas de mão, mais a carga transportada no porão da aeronave e correio. Em resumo, é tudo aquilo que paga para estar ali!

A CARGA PAGA também é limitada pela estrutura do avião. Neste caso, será a

Carga Paga Máxima Estrutural e é

representada pela diferença entre o Peso Máximo Zero Combustível e o Peso Básico Operacional!

(14)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Operacionais

Peso de Pouso (PAP) (Landing Weight)

= É o peso de decolagem menos o

combustível consumido na etapa (trip

fuel).

Peso Máximo de Performance (MPTOW – Maximum Performance

Takeoff Weight) = É o peso máximo de

decolagem restrito pela pista (field limit), pelos gradientes de subida (climb limit), pelos obstáculos (obstacle limit) e limite de velocidade dos pneus (tire limit), além da capacidade de frenagem (brake limit).

Peso Máximo de Pouso (PMP) (Maximum Landing Weight) = É o peso

máximo de acordo com as condições da pista e meteorologia. Lembre-se: ele nunca poderá ser superior ao Peso Máximo Estrutural de Pouso!

(15)

PESO E BALANCEAMENTO

Abastecimento de Combustível

Desde o acionamento, a aeronave consome combustível. Por fazer parte do peso e influenciar não

apenas na performance, mas também no aspecto financeiro do voo, o abastecimento de combustível é parte

fundamental do planejamento e da segurança da operação.

Abastecimento de Combustível (Block

Fuel): É o peso total do combustível nos

tanques do avião, antes do acionamento dos motores.

Combustível Para Táxi (Taxi Fuel): É o

montante de combustível previsto para ser consumido no deslocamento do avião até a cabeceira.

Combustível De Decolagem (Takeoff

Fuel): É o peso do combustível contido

nos tanques, na cabeceira da pista, pronto para decolar.

Combustível Para Etapa (Trip Fuel): É

o combustível previsto para ser consumido na viagem, da decolagem ao pouso, sem margem de segurança.

(16)

PESO E BALANCEAMENTO

Abastecimento de Combustível

Combustível Reserva / Combustível Sobre o Destino (Reserve Fuel / Fuel

Over Destination): É o combustível levado como margem de segurança, além daquele previsto para ser consumido durante a etapa. Este será utilizado para eventuais esperas e/ou deslocamento até o aeroporto de alternativa.

Curiosidade!

Conforme falamos há pouco, o combustível é parte essencial do planejamento da companhia aérea. Não apenas é responsável por parcela considerável das despesas de uma linha aérea, mas seu preço varia entre uma localidade e outra. Assim, em função da economia, uma empresa pode optar por aumentar o abastecimento do avião em determinados locais para reduzir o quanto terá de comprar de combustível no futuro. A isto dá-se o nome de FUEL TANKERING.

(17)

PESO E BALANCEAMENTO

Como mencionamos há pouco, uma forma de compreender (e de não se esquecer!) do conceito de

cada Peso, é pensar num voo. Então, vamos lá:

Ao chegar ao aeroporto, o Piloto encontra o avião parado, no Hangar. A aeronave terá o seu PESO

BÁSICO. A tripulação embarca com sua bagagem e todo o material para o serviço de bordo. Assim,

teremos o PESO BÁSICO OPERACIONAL. Na sequência, os passageiros, sua bagagem, a carga a ser

transportada e o material de correios vai a bordo. Chegamos ao PESO ATUAL ZERO COMBUSTÍVEL. O

último a entrar é o abastecimento. Então, temos nosso PESO DE TÁXI. Motores acionados e aeronave

posicionada na cabeceira: PESO DE DECOLAGEM.

(18)

PESO E BALANCEAMENTO

Pesos Excessivos - Consequências

O emprego de Pesos Excessivos, isto é, que superam os limites definidos pelo fabricante,

provocarão os seguintes efeitos:

- Aumento das velocidades de decolagem, pouso e estol, além de requerer mais comprimento de pista para

a corrida de decolagem e distância de parada no pouso;

- Redução do ângulo e razão de subida, tetos de serviço e absoluto, alcance, autonomia, velocidade

máxima e dificuldades de controle do avião;

- Caso os pesos estruturais não sejam respeitados, poderão ocorrer trincas, fissuras, ruptura de estruturas e,

no limite, queda da aeronave.

(19)
(20)

PESO E BALANCEAMENTO

Mecânica

Logo no início do Material, mencionamos que o equilíbrio de uma aeronave se assemelha,

guardadas as devidas proporções, ao funcionamento de uma gangorra. Para que possamos entender melhor

– e acrescentar fundamentos – a este raciocínio, é preciso que nos lemnbremos de alguns conceitos da

Física.

Força Resultante: Se duas pessoas empurrarem um objeto e cada uma delas aplicar uma força de 30kgf, teremos que, juntos, a força resultante será de 60kgf. Assim, um elemento que exerça uma força de 60kgf em sentido contrário será suficiente para evitar qualquer deslocamento. Define-se, pois, que a Resultante de duas ou mais forças é uma outra força que produz o mesmo efeito que as outras atuando juntas.

Um avião é a união de diversos componentes (fuselagem, asas, motor, etc) que possuem um peso, que é uma força. O peso total do avião, i.e., a soma do peso de todas as suas partes, é a resultante de tais pesos e agirá no CG (Centro de

Gravidade). Caso uma força em sentido

contrário fosse aplicada no CG, o avião suspenso por aquele único ponto, estaria em equilíbrio.

(21)

PESO E BALANCEAMENTO

Mecânica

A posição do CG é muito importante e possui influência direta na estabilidade e controlabilidade

do avião, além do consumo de combustível. Voltaremos a ela mais adiante. Porém, para que fique bem

claro, pense que, se você fosse pendurar um avião no teto de seu quarto, por exemplo, é no CG que o

barbante deveria ser afixado!

(22)

PESO E BALANCEAMENTO

Mecânica

Se você já usou uma chave de rodas para trocar o pneu de um carro, daquelas que são fornecidas

pelo fabricante, é provável que já tenha feito muita força. É de se supor, também, que, ao chegar à

borracharia, tenha se impressionado com a facilidade com que os profissionais removem a roda que tanto o

fez sofrer. Qual o segredo deles para que consigam executar a tarefa com tamanha facilidade? É bem

simples: em vez de uma chave de rodas compacta, eles utilizam um equipamento bem mais extenso. Com

isso, obtém um “efeito girante” muito superior. Ao produto da força pelo braço de alavanca dá-se o nome de

MOMENTO DE FORÇA.

Imagem: Somos Físicos Neste exemplo, a mão “B”, para exercer o

mesmo MOMENTO DE FORÇA que a mão “A” precisa de metade da força. Isso porque ela está a duas vezes a distância quando comparada à mais próxima.

(23)

PESO E BALANCEAMENTO

Mecânica

Para que o voo seja possível, é preciso que haja forças aerodinâmicas atuando sobre a aeronave.

Como vimos, a somatória de forças constitui uma resultante. No caso das forças aerodinâmicas, esta

resultante estará concentrada no CENTRO DE PRESSÃO (CP). Este ponto é projeto para permanecer

onde está. Isto é, independente da condição ou da configuração da aeronave, sua localização não se altera.

Podemos notar, pela figura ao lado, que a estabilidade e a controlabilidade da aeronave dependem de uma interação entre o CG e o CP.

Demais, temos que o CP não se desloca, de modo que todo o balanceamento da aeronave deverá ser executado pela movimentação do Centro de Gravidade. Daí a sua importância!

Imagem: Aeromagazine RESULTANTE DO PESO = CENTRO DE GRAVIDADE

(24)

PESO E BALANCEAMENTO

Limites do Centro de Gravidade - Dianteiro

Imagine que o avião da figura ao lado está decolando. Ao

atingir a velocidade de rotação, será necessário que o estabilizador

horizontal exerça uma força que possa eliminar o equilíbrio do avião

e possibilite a elevação do nariz e o movimento de subida.

Esta

força,

contudo,

é

LIMITADA,

sobretudo

em

decolagens e pousos, quando a velocidade é menor.

Desta forma, caso o CENTRO DE GRAVIDADE (CG)

esteja posicionado à frente de seu limite dianteiro, a deflexão do

profundor não será suficiente para produzir força suficiente para o

movimento e o avião não será capaz de rodar.

Imagem: Saintive.

Na Imagem:

Momento do CG: 2 metros X 10 ton = 20 Momento do Profundor: 8 metros X 2 ton = 16 Logo, o profundor não produziria força suficiente para elevar o nariz da aeronave.

Portanto, CG a frente do Limite Dianteiro ocasiona AUMENTO DA ESTABILIDADE LONGITUDINAL. Assim, os comandos ficam cada vez mais pesados até que, no limite, o piloto perderá o controle sobre o profundor e sobre o pitch.

(25)

PESO E BALANCEAMENTO

Limites do Centro de Gravidade - Traseiro

Pense numa aeronave em voo. Esta recebe uma rajada de

vento e tem sua atitude alterada para a posição de nariz em cima.

Caberá ao profundor a tarefa de produzir mais sustentação para que o

avião retorne à atitude de voo reto e nivelado. Utilizando a mesma

figura, ao lado, podemos notar que, caso o CG se desloque para trás,

seu momento produzido será menor, de modo que a estabilidade

longitudinal do avião ficará a cargo do estabilizador horizontal.

Pequenos movimentos no estabilizador provocarão grandes

oscilações na trajetória da aeronave, tornando-a INSTÁVEL

longitudinalmente.

Imagem: Saintive.

Na Imagem:

Momento do CG: 2 metros X 10 ton = 20 Momento do Profundor: 8 metros X 2 ton = 16 Logo, o profundor não produziria força suficiente para elevar o nariz da aeronave.

Portanto, CG atrás do Limite Traseiro ocasiona AUMENTO DA INSTABILIDADE LONGITUDINAL. Assim, os comandos ficam cada vez mais leves até que, no limite, o piloto perderá o controle sobre a aeronave dado que intervencões mínimas trarão efeitos excessivos.

(26)

PESO E BALANCEAMENTO

Efeitos do Deslocamento do CG

É fundamental a compreensão deste tema, pois, além de ser conteúdo frequente nas Bancas da

ANAC, fará toda a diferença para a segurança de seus voos!

CG a Frente do Limite Dianteiro:

- Excesso de Estabilidade Longitudinal; - Controlabilidade Reduzida;

- Aumento do Arrasto;

- Maior consumo de combustível.

(Pense que o nariz é excessivamente pesado. Então, manter a trajetória exige grande esforço por parte do piloto e geração de muita sustentação, o que ocasiona arrasto e aumenta o consumo!)

CG Atrás do Limite Traseiro:

- Dificuldade de recuperação de um estol;

- Excesso de controlabilidade (que acaba se tornando um “descontrole”);

- Risco de tailstrike;

(Pense que o nariz é excessivamente leve. Qualquer esforço por parte do piloto provoca movimentos intensos e impedem o controle da aeronave.)

(27)

PESO E BALANCEAMENTO

Velocidade de Estol, Arrasto e o CG

Imagem: Saintive. Para tornar mais claro o impacto do

deslocamento do CG para a velocidade de estol e arrasto, olhe para a figura ao lado. No primeiro caso, o CG está deslocado para a frente. Assim, há uma tendência de “nariz pesado” na aeronave e a asa precisará produzir mais sustentação para possibilitar o vôo reto e nivelado. O Arrasto Induzido é, lembre-se, uma consequência, um produto indesejado da sustentação. Quanto mais sustentação, portanto, mais arrasto. Subsequentemente, mais consumo de combustível.

(28)

PESO E BALANCEAMENTO

Velocidade de Estol, Arrasto e o CG

Imagem: Saintive. Se dois aviões voam juntos, lado a lado, a asa

do que tiver o CG mais a frente deverá produzir mais sustentação. Por não haver possibilidade de mudança da atmosfera, velocidade e área da asa, somente o ângulo de ataque poderá ser usado como recurso. Quanto mais ângulo, mais sustentação e mais arrasto. Considerando que ambos reduzam sua velocidade e aumentem o ângulo de ataque simultaneamente, aquele que tiver o CG mais à frente irá estolar primeiro, haja vista que necessita de mais sustentação para permanecer em voo.

(29)

PESO E BALANCEAMENTO

Velocidade de Estol, Arrasto e o CG

Em aeronaves com asas enflechadas, o planejamento acerca da posição do CG é ainda mais importante. Isso porque, devido a sua características, o combustível é consumido a partir dos tanques externos (Outer Tanks) para os internos. Assim, à medida em que o vôo se desenvolve, o CG tende a deslocar para a frente.

(30)

PESO E BALANCEAMENTO

Passeio do CG

Sempre que o Centro de Gravidade estiver dentro dos limites estipulados pelo fabricante da

aeronave, o balanceamento estará correto. No entanto, conforme vimos, quanto mais à frente ele estiver,

ainda que dentro dos parâmetros, maior será o consumo de combustível. Portanto, o ideal é que o CG seja

posicionado sempre o mais próximo possível do Limite Traseiro.

A essa variação permissível na localização do CG dá-se o nome de PASSEIO DO CG.

Imagem: Blog Cultura Aeronáutica O MD-11 possuía um avançado sistema

de controle de combustível que fazia a transferência do querosene das asas para um tanque localizado no estabilizador horizontal (tail tank) para sempre manter o CG próximo do limite traseiro. Era o chamado fuel efficient CG.

(31)

PESO E BALANCEAMENTO

Limites Laterais do CG

Não é tão comum que falemos sobre Limites Laterais quando mencionamos o Centro de

Gravidade. Contudo, é válido que se faça essa ressalva.

Como sabemos, as asas são, também, os tanques de combustível do avião. Assim, carregam

grande peso dentro de sua estrutura. Se um avião consumisse combustível somente do tanque de uma das

asas, haveria um desbalanceamento (fuel imbalance). No início, este desequilíbrio seria corrigido pela

atuação dos ailerons cujas únicas consequências seriam o aumento do arrasto e consumo de combustível.

Contudo, tal diferença de peso possui um limite que, se superado, pode tornar a aeronave incontrolável.

Para que se evite tal situação, aeronaves modernas fazem automaticamente o controle do balanço

de combustível entre as asas.

(32)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

Até aqui, falamos bastante sobre a importância de um correto

posicionamento do Centro de Gravidade. Destacamos qual a importância de

mantê-lo dentro dos limites de passeio determinados pelo fabricante e

elencamos quais as consequências de ignorar tais orientações.

Demais,

aprendemos

que,

além

da

segurança

de

voo,

o

Balanceamento correto da aeronave tem importante papel ligado à viabilidade

econômica da operação.

Contudo, ainda temos uma questão importante a definir: se falamos

em limites dianteiro, traseiro e mesmo em passeio do CG, qual é a referência?

Em outras palavras, o CG pode se deslocar a partir de que ponto?

(33)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

O Centro de Gravidade (CG) de uma aeronave, ponto em que todo o peso da aeronave está

concentrado, é localizado e comumente descrito de duas maneiras:

- Sua distância a partir da Linha Datum;

- Percentual da Corda Média Aerodinâmica.

(34)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

Imagem: Flightliteracy.com

Linha Datum (Datum Line) é uma linha

vertical tomada como origem para medidas longitudinais. Esta é dada pelo fabricante e pode estar localizada no nariz da aeronave ou deslocada. No exemplo ao lado, temos que a Linha Datum está localizada logo a frente do bordo de ataque da asa do avião.

(35)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

Imagem: ANAC.

A Corda Média Aerodinâmica (Mean Aerodynamic Chord) varia de acordo com o tipo de asa:

- Em asas retangulares, é representada pela Linha de Corda (que liga o Bordo de Ataque ao Bordo de Fuga);

- Em asas trapezoidais, é definida pela média entre as Linhas de Corda da Raiz da Asa e Ponta da Asa.

(36)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

Há, ainda, dois conceitos a serem apresentados:

Imagem: Flightliteracy.com

Estação (station ou sta): é a

distância de qualquer parte do avião, medida sobre o eixo longitudinal, deste ponto à linha Datum. Para aeronaves em que a linha Datum está localizada à frente do nariz, todas as estações serão positivas. Caso a linha de referências esteja localizada em outra posição, poderá haver estações com sinal negativo, i.e., à esquerda da Datum.

Braço: a distância de uma força

ao centro de um momento.

Lembre-se de quando

descrevemos, há pouco, o conceito físico de momento.

Momento = Força X Distância Os Limites Dianteiro e Traseiro

do CG são expressos em porcentagem da MAC, a partir da LEMAC (Leading Edge MAC).

(37)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

A determinação do CG a partir da linha Datum é bastante simples. Basta que se apure a distância

da linha de referência até ele. Já sua localização enquanto porcentagem da Corda Média Aerodinâmica

(MAC) costuma gerar algumas dúvidas. Então, vamos entender o método através de um exemplo.

Imagem: Flightliteracy.com

Na imagem ao lado, temos dois conceitos: - LEMAC: Leading Edge MAC; e,

- TEMAC: Trailing Edge MAC.

Para que possamos localizar LEMAC e TEMAC, devemos medir a sua distância a partir da Linha Datum.

Em nosso exemplo, LEMAC está na Estação 144 (144 polegadas de distância da linha Datum); TEMAC, na Estação 206 (206 polegadas de distância da linha Datum). A MAC, que representa a distância entre TEMAC e LEMAC (206-144), assim, será de 62 polegadas.

(38)

PESO E BALANCEAMENTO

Determinação do Centro de Gravidade (CG)

Imagem: Flightliteracy.com Para determinar o percentual da MAC, agora que já conhecemos este valor,

devemos, na sequência, apurar qual a distância do CG medida a partir da LEMAC. Então:

LEMAC = 144;

CG = 161. Logo,

CG – LEMAC = 17. → A distância da LEMAC até o CG é de 17 polegadas. A localização CG em porcentagem da LEMAC é determinado, por

fim, pela fórmula ao lado.

Teremos, então, que o estará localizado a 27,4% da MAC.

De posse desta informação, devemos verificar, no Envelope de Peso e Balanceamento disponbilizado pelo fabricante, se existe conformidade para a realização daquele voo ou se devemos ajustar nosso peso/balanceamento.

(39)

PESO E BALANCEAMENTO

Envelope de Peso e Balanceamento

Com a finalidade de identificar se os limites de Centro de Gravidade estão sendo contemplados

pela configuração da aeronave, devemos fazer uso do Envelope de Peso e Balanceamento disponibilizado

pelo fabricante do modelo.

Imagem: Ricardo Volpe (EACON) No exemplo ao lado,

podemos verificar como o correto Balanceamento é executado. Com base das informações de pesagem da aeronave, além das informações inseridas pelo piloto, determinam-se os Pesos e os Braços, que devem ser inseridos no envelope. Caso os pontos encontrados não estejam localizados no interior do envelope, haverá necessidade de redução ou de redistribuição do peso na aeronave.

(40)

PESO E BALANCEAMENTO

Envelope de Peso e Balanceamento

Imagem: Ricardo Volpe (EACON) Repare que, para

verificação do envelope, são utilizados os Pesos Zero Combustível, de Decolagem e de Pouso. Assim, temos a certeza de que, em todas as fases do vôo, estarão sendo respeitados os limites do CG.

É válido destacar, ainda, que o momento de um determinado peso varia de acordo com a sua posição na aeronave. Em nosso exemplo, algo colocado no bagageiro causa maior influência ao voo do que um ocupante ou objeto no assento dianteiro devido ao braço.

(41)

PESO E BALANCEAMENTO

Imagem: Simpleflying.com

Imagem: wikimedia.com

Nem só durante o voo…

A Variação da Posição do CG não ocorre somente durante o voo ou após o acionamento dos motores. À medida em que a aeronave é carregada, já é necessário estar atento ao fator.

Na imagem ao lado, podemos verificar um carregamento realizado de forma incorreta em um cargueiro 747. Devido ao posicionamento de peso excessivo na parte traseira da aeronave, o CG deslocou-se muito para trás, ocasionando um tailstrike com o avião ainda no pátio.

Na segunda ilustração, temos uma aeronave Ilyushin IL-62. Devido à sua configuração com quatro motores na traseira, há uma tendência ao tailstrike durante o embarque de passageiros. Para minimizar este risco, em solo, a aeronave foi equipada com uma “perna”adicional ao trem de pouso, que se retrai quando o carregamento do avião é concluído.

(42)

Quase Lá!

É Verdade! Já falamos bastante sobre Pesos e Balanceamento.

Vamos para nossa reta final?

(43)
(44)

PERFORMANCE

Fases Críticas

Conforme podemos verificar pela Tabela

ao lado, elaborada pela Boeing, um número

significativo de acidentes ocorre durante as fases

de Decolagem e Pouso, que são consideradas

“Fases Críticas”.

Pelo que estudamos até aqui, podemos

compreender que a correta execução das rotinas de

Peso e Balanceamento da aeronave, embora sejam

importantes para todas as etapas de voo, são ainda

mais necessárias para tais fases. Afinal, trata-se do

momento em que a aeronave está mais próxima do

solo e, por consequência, dispõe de menos tempo

(45)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance - Peso

Entre os fatores que afetam a Performance de uma Aeronave, temos:

- PESO:

Conforme aumentamos o Peso de uma aeronave, maior se torna a necessidade de

produção de sustentação para que ela possa decolar e se manter em vôo. Assim, haverá necessidade de

uma maior corrida de decolagem, maior velocidade de rotação e maior velocidade de stall.

(46)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance - Peso

Não obstante, o Peso da aeronave afeta a performance de pouso. Isso porque, por estar mais

pesada, a aeronave necessita de uma Velocidade de Aproximação mais elevada e um comprimento de

pista maior para que possa parar em segurança.

(47)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance - Peso

Em algumas situações, a restrição de

comprimento de pista ou a necessidade de

livrar obstáculos logo após a decolagem

podem comprometer a capacidade de a

aeronave carregar grandes quantidades de

carga paga e/ou de combustível.

Em operações militares, é usual que

se pratique o reabastecimento em voo para

que as aeronaves possam decolar, com

segurança, a partir de aeródromos em que a

pista disponível não permitiria que estes

decolassem com a carga e o combustível

necessário para missões de longa distância.

(48)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Densidade do Ar

- Densidade do Ar: Quando dizemos que a densidade do ar foi reduzida, o que estamos mencionando é,

na prática, que existe “uma menor quantidade de ar em um determinado espaço”. Este espaço é a

atmosfera que, no caso, tornou-se mais rarefeita.

Sabemos que a sustentação tem origem na aceleração dos filetes de ar sobre o extradorso da asa. Logo,

se tivermos menos ar, a eficiência do aerofólio (asa) será menor. Também será reduzida a eficácia do

motor, pois este também depende da quantidade de ar na atmosfera para dar propulsão ao avião.

Como consequência, haverá maior necessidade de a aeronave desenvolver Velocidade para que possa

decolar e se manter em voo.

No caso da decolagem, quanto menor a Densidade do Ar, maior será nossa necessidade de comprimento de pista. O mesmo ocorrerá no Pouso, pois a aproximação terá de ser feita com mais aceleração.

Já para o voo de cruzeiro, a densidade afetará a Velocidade de Stall. (Lembra do que estudamos em Aerodinâmica de Alta Velocidade?!)

(49)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Densidade do Ar

Não podemos nos esquecer de que a Densidade do Ar é

reduzida conforme a altitude aumenta.

Pense que, sobre a superfície, ao nível do mar, temos uma grande massa de ar “pesando”, exercendo pressão sobre nós. À medida em que ganhamos altitude, essa massa de ar sobre nós é cada vez mais fina. Assim, cada vez mais leve. Há cada vez menos ar e, assim, menos densidade!

Em altitude, o ar torna-se mais livre para se expandir.

A UMIDADE também exerce influência sobre a Densidade do Ar. Isso porque o Vapor D`Água é mais leve que o ar. Consequentemente, quando o ar fica saturado (carregado de vapor d`água), este torna-se menos denso.

Na prática, naquela mistura de gases que compõe a atmosfera, haverá menos ar para que possa dar espaço à água!

(50)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Densidade do Ar

Em Altitude, temos também a redução da

TEMPERATURA, que exerce efeito sobre a Densidade do Ar.

Quanto mais frio, mais denso torna-se o ar. A baixa temperatura faz com que as moléculas de ar se aproximem umas das outras. (É mais ou menos como nós: no verão, todo mundo quer espaço; no inverno, todos se agrupam em locais pequenos para se aquecer!). Porém, o efeito da Temperatura sobre a Densidade não é capaz de compensar a queda de pressão, que se faz dominante.

(51)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Densidade do Ar

Quando combinamos os efeitos da Temperatura e

Pressão sobre a Densidade, temos o conceito de ALTITUDE DENSIDADE.

Ao projetar uma aeronave e estimar os seus limites operacionais, os fabricantes fazem uso a Condição ISA como a referência para a atmosfera. Nela, considera-se a Temperatura de 15 Graus (Celsius) e o Nível Médio do Mar. Assim, na operação cotidiana dos aviões, é preciso verificar qual o desvio da Atmosfera naquele momento com relação à ISA para a performance do avião naquela

(52)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Vento

- Vento: Sabemos que uma aeronave decola e pousa, preferencialmente, contra o vento. Isso porque,

para a Sustentação, conforme aprendemos na Teoria de Voo, o que importa é a Velocidade Aerodinâmica

do Avião (sua velocidade com relação ao Vento Relativo) e não a velocidade com relação ao solo

(Ground Speed).

VENTO DE PROA (Headwind): Para Decolagem e

Pouso, a presença de vento em sentido contrário ao da aeronave possibilita uma menor velocidade com relação ao solo. Assim, é possível operar em pistas menores e com menor velocidade. Rejeitar uma decolagem, assim, torna-se mais seguro, posto que a Ground Speed será menor e exigirá uma menor distância de parada, além de evitar uma sobrecarga dos freios.

Após a Decolagem, o ângulo de subida poderá ser maior, o que é uma vantagem para livrar obstáculos à frente. A aeronave chegará mais alto em uma menor distância.

(53)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Vento

VENTO DE CAUDA (Tailwind): Para Decolagem e

Pouso, o vento no mesmo sentido da aeronave não proporcionará o mesmo efeito aerodinâmico. Assim, será necessária uma maior Velocidade com Relação ao Solo para assegurar a sustentação, de modo que a distância de corrida de decolagem será maior, bem como a necessidade de comprimento de pista para o pouso.

O Segmento inicial de subida será performado com um menor ângulo de subida. Assim, fica prejudicada a capacidade da aeronave de superar obstáculos.

Devido a estas restrições de performance decorrentes de

Tailwind, estes procedimentos não são comuns e devem

ser evitados.

VENTO DE TRAVÉS (Crosswind): A Decolagem e

Pouso com Vento de Través exige bastante cautela por parte do Piloto e costuma ser bastante desafiadora para os iniciantes na Aviação. Isso porque a incidência do vento pela lateral da aeronave pode fazer com que o avião perca o eixo da pista, o que pode resultar em um acidente.

No caso de Performance, especificamente, o Vento de Través afeta operações de Pouso e Decolagem devido a redução da componente reduzida de Headwind.

(54)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Vento

Imagem: Será Que Cai? Imagem: Será Que Cai?

Nas Imagens, podemos notar a necessidade de uso de Técnicas de Pouso para compensar o Vento de Través, bem como os riscos à operação que são ocasionados por uma componente excessiva de vento lateral.

(55)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Vento

RAJADA DE VENTO (Gusting Wind):

Eventualmente, ao checar o METAR de um aeroporto, deparamo-nos com a informação de rajada de vento. Nesta situação, é adequado se mantenha a aeronave no solo por um período maior durante a corrida de decolagem, afim de obtermos uma velocidade mais alta. Para o pouso, devemos realizar uma aproximação com velocidade também acima da usual. Isso porque, nosso objetivo diante de rajadas, é manter uma margem de segurança maior com relação à velocidade de Stall.

Assim, operações em situações de Gusting Winds requerem um maior comprimento de pista.

(56)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Runway Slope

As Pistas dos aeroportos não costumam ser totalmente planas. Basicamente, estas são construídas com

esta característica para facilitar o escoamento da água em caso de chuvas e evitar a aquaplanagem.

Inclusive, as cabeceiras usualmente não possuem a mesma altura. Desta forma, a depender da pista em

uso, decolagens e pousos poderão acontecer “morro acima”ou “morro abaixo”.

(57)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Runway Slope

Slope Positivo (Uphill / Morro Acima):

Nesta situação, a Corrida de Decolagem será maior, pois a aeronave precisará de maior distância para “acelerar na subida”. Já para o Pouso, a distância de parada será menor, pois a trajetória “morro acima”ajudará a drenar a energia e a reduzir a velocidade.

Slope Negativo (Downhill / Morro Abaixo): Nesta situação, a Corrida de

Decolagem será menor, pois a aeronave precisará de menor distância para “acelerar na descida”. Já para o Pouso, a distância de parada será maior, pois a trajetória “morro abaixo” dificultará a frenagem.

Cálculo do Slope: Para que possamos

apurar qual o Slope da pista, devemos obter a diferença de altura entre as cabeceiras e dividir este número pelo comprimento da pista. Por exemplo:

Diferença de Altura: 15 Metros; Comprimento de Pista: 750 Metros;

(58)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Runway Slope

Além do Slope, o solo disponível na Pista

em uso interfere na Performance das Aeronaves, sobretudo pelo Atrito entre os Pneus e a superfície.

Uma pista de grama, por exemplo, que é frequente em áreas rurais, possui um maior atrito que o asfalto, de modo que dificulta a decolagem, i.e., exige maior distância de corrida, ao mesmo tempo em que permite uma parada mais eficiente num pouso.

Imagem: INFRAERO

Recentemente, a pista principal do Aeroporto de Congonhas (SP) passou por reforma, para a instalação de uma Camada Porosa de Atrito. A função do piso, como o nome indica, é proporcionar maior atrito no contato entre os pneus e o pavimento, de modo que a eficiência de frenagem aumenta e permite que os aviões pousem no aeroporto com maior peso, sem comprometer a segurança.

(59)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Obstáculos

Ao analisar nossa

performance de subida, precisamos considerar os obstáculos que estarão em nossa trajetória e verificar se a razão de subida que a aeronave performará naquela configuração é suficiente para evitá-los.

Imagem: FlyinHighOKC

Imagem: FlyinHighOKC O mesmo cuidado deverá

dedicado ao planejamento da trajetória de Aproximação para Pouso.

(60)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Uso dos Flapes

Imagem: boldmethod.com Os Flaps são dispositivos hipersustentadores. Isto

é, criam uma sustentação adicional. Assim, reduzem a velocidade de stall e permitem que a aeronave decole com uma Velocidade menor, bem como realize uma aproximação mais lenta. Nas duas situações, esta condição reduz a necessidade de comprimento de pista.

Se voltarmos ao slide anterior, veremos que o uso dos Flaps podem ser se grande apoio quando temos a necessidade de livrar obstáculos. Isso porque a sustentação adicional produzida por eles pode contribuir para nosso ângulo de subida, permitindo que a aeronave alcance maior altitude com um deslocamento menor.

(61)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Aerofólio

Imagem: aircraftcompare.com Como sabemos, para que um aerofólio tenha sua

eficiência assegurada, é necessário que o fluxo de ar sobre ele seja laminar.

Assim, a presença de depósitos, ao prejudizar o escoamento do ar, reduz a produção de sustentação. Como consequência, será necessário maior velocidade, que só pode ser obtida com maior comprimento de pista, seja para decolagem ou pouso.

É por esta razão que a remoção do gelo é fundamental para a segurança de voo.

(62)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Pressão dos Pneus

Se você já andou de bicicleta ou mesmo reparou

no consumo de combustível de um automóvel, já percebeu que a pressão dos pneus faz toda a diferença no esforço necessário para que se produza deslocamento.

Assim, assegurar a calibragem correta contribui para a redução de distância na corrida de decolagem, bem como garante a segurança em uma eventual aquaplanagem.

Note que a pressão dos pneus deve ser ajustada de acordo com a indicação do fabricante para que não haja o risco de um estouro decorrente de pressão excessiva!

(63)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Pontos de Decisão

Sempre que planejamos a Decolagem e o Pouso, é preciso estabelecer os Pontos de Decisão (Decision

Points), que representam o local em que descontinuaremos a corrida de decolagem ou iniciaremos o

procedimento de Aproximação Perdida.

Decolagem: A definição do decision point

da decolagem deve levar em consideração a disponibilidade de comprimento de pista suficiente para uma parada segura em caso de necessidade. A decisão de abortar a decolagem deve ser tomada pelo Comandante da Aeronave antes da V1, velocidade a partir da qual a corrida não mais será interrompida.

Pouso: A definição do decision point da

aproximação para pouso deverá levar em conta o procedimento em execução e garantir que haja margem de segurança para uma arremetida segura. Sempre que as condições de pouso não forem satisfatórias, um

go-around deve ser executado. Este não é,

necessariamente, um procedimento de emergência. É uma manobra normal.

(64)

PERFORMANCE

Fatores Que Afetam a Performance – Contingências

Mesmo após a correta execução das rotinas de Peso,

Balanceamento e Cálculo de Performance, é importante que

seja adicionada uma margem de segurança, uma contingência,

afim de contemplar eventualidades que podem estar fora de

nosso controle ou que não possam ser previstas por nós.

Por exemplo: o motor pode não apresentar o desempenho que

se espera dele, o vento pode apresentar variações, ainda que

pequenas, ou a hélice pode não exibir a mesma efiência a que

estamos acostumados.

Além disso, o Manual do Fabricante deve ser sempre consultado!

(65)

Obrigado!

O Tema apresentado nos slides nos mostra que o PLANEJAMENTO é essencial para a

SEGURANÇA de nossos voos. Peso, Balanceamento e Performance das Aeronaves são como vasos

comunicantes, isto é, alterações em um destes elementos produzem impactos sobre os demais. Assim, são

princípios que conversam entre si.

Um aumento de peso não necessariamente inviabiliza um voo, pois seu efeito pode ser

compensado com uma correta distribuição da carga na aeronave. Desta forma, a Performance de

Decolagem, o consumo de combustível durante o voo de cruzeiro e a segurança do pouso serão

conservadas.

Nosso Objetivo aqui não é esgotar o assunto ou substituir os manuais dos fabricantes, mas tão

somente facilitar a compreensão dos conceitos aqui apresentados e traduzi-los em palavras mais simples.

(66)

Referências

SAINTIVE, Newton Soler. Aerodinâmica de Alta Velocidade. 10.ed. Editora ASA. São Paulo, 2014.

GOMES FILHO, Lauri. Peso e Balanceamento de Aeronaves. Disponível em: http://www.aviacaobr.com.br/Biblioteca/PESO%20E%20BALANCEAMENTO%20DE%20AERONAVES.pdf. Acesso em 09/11/2020.

Aviação Experimental. Peso e Balanceamento de Aeronaves. Disponível em:

http://www.aviacaoexperimental.pro.br/aero/montagens/peso_e_balanceamento.htm. Acesso em 09/11/2020. Portal G1. Curto Circuito causou pane em Boeing 777 da Latam que fez pouso forçado em Confins em 2018, diz Cenipa. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/05/28/curto-circuito-causou-pane-em-aviao-que-fez-pouso-forcado-em-confins-em-2018-diz-cenipa.ghtml. Acesso em 09/11/2020.

(67)

Referências

Westwingsinc.com. Zero Fuel Weight. Disponível em: https://www.westwingsinc.com/zero.htm. Acesso em 09/11/2020.

Aeromagazine. Como fazer o balanceamento de sua aeronave. Disponível em:

https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/como-fazer-o-balanceamento-de-sua-aeronave_1641.html. Acesso em 10/11/2020.

LIMA, Vânia. Blog Somos Físicos. Disponível em: http://www.vanialima.blog.br/2014/09/mecanica-torque-momento-de-uma-forca.html. Acesso em 10/11/2020.

Blog Cultura Aeronáutica. Os MD-11 na Varig: O Canto do Cisne. Disponível em:

http://culturaaeronautica.blogspot.com/2017/11/os-mcdonnell-douglas-md-11-na-varig-o.html. Acesso em 10/11/2020.

(68)

Referências

Aviation.stackexchange. Why are fuel tanks located in the wings?. Disponível em: https://aviation.stackexchange.com/questions/57913/why-are-fuel-tanks-located-in-wings. Acesso em 11/11/2020.

Flightliteracy.com. Determining the center of gravity of aircraft. Disponível em:

https://www.flightliteracy.com/determining-the-center-of-gravity-cg-of-aircraft/. Acesso em 11/11/2020.

ANAC. ANACpédia. Disponível em: https://www2.anac.gov.br/anacpedia/por_ing/tr417.htm. Acesso em 11/11/2020.

VOLPE, Ricardo. Peso e Balanceamento. EACON. Disponível em:

http://www.comandantevolpe.com.br/downloads/peb.pdf. Acesso em 11/11/2020.

SimpleFlying.com. Boeing 747 Freighter Tips Backwards At Doha’s Hamad Airport After Cargo Load Imbalance. Disponível em: https://simpleflying.com/747-freighter-tips/. Acesso em 12/11/2020.

(69)

Referências

Skybrary. Landing Distances. Disponível em: https://www.skybrary.aero/index.php/Landing_Distances. Acesso em 17/11/2020.

Defence Blog. US Air Force’s newest refueling tanker made its first mid-air connection with B-2 Spirit. Disponível em: https://defence-blog.com/news/u-s-air-forces-newest-refueling-tanker-made-its-first-mid-air-connection-with-b-2-spirit.html. Acesso em 17/11/2020.

Será Que Cai?. Pouso Caranguejo e Vento Cruzado. Disponível em

https://seraquecai.wordpress.com/2016/11/22/pouso-caranguejoe-vento-cruzado/. Acesso em 17/11/2020.

Tropical FM. Rajadas de vento atingem SC. Disponível em:

https://www.tropicalfm99.com.br/noticia/15856/rajadas-de-vento-de-ate-70-kmh-atingem-sc-previsao-e-de-queda-na-temperatura. Acesso em 17/11/2020.

(70)

Referências

Aviões e Músicas. Por que as pistas de pouso não são planas? Disponível em:

http://www.avioesemusicas.com/por-que-as-pistas-de-pouso-nao-sao-planas.html. Acesso em 17/11/2020.

Flyinhighokc.com. Air Carrier Obstacle Clearance. Disponível em:

http://www.flyinhighokc.com/pilotshandbook/pages/10-31.html. Acesso em 17/11/2020.

BoldMethod. How Flaps Work. Disponível em: https://www.boldmethod.com/learn-to-fly/aircraft-systems/how-flaps-work/. Acesso em 17/11/2020.

INFRAERO. Infraero conclui obra na pista principal de Congonhas. Disponível em:

http://www4.infraero.gov.br/imprensa/noticias/infraero-conclui-obra-na-pista-principal-de-congonhas-e-libera-pousos-e-decolagens/. Acesso em 17/11/2020.

(71)

Obrigado!

O presente trabalho não tem pretensões de originalidade ou de

esgotar o assunto tratado, tampouco de substituir os livros

indicados por professores e/ou as aulas da Universidade.

Nosso propósito é, outrossim, facilitar

e complementar a

compreensão do conteúdo que devemos estudar para aprovação na

Banca da ANAC, o primeiro passo para a carreira do Aviador.

Esperamos que você tenha sucesso na sua prova!

Conte Conosco!

Referências

Documentos relacionados

Tais restrições, sendo convencionais, operam efeitos entre o loteador e os que vão construir no bairro, enquanto não colidentes com a legislação urbanística ordenadora da cidade e

Nesse sentido, não só se constata a necessidade de regulação mais latente da relação de consumo pela Lei de Concessão de modo a sanar essas falhas, mas também se aponta

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

▪ Quanto a solução para os conflitos entre os pais e a escola, houve um grande número de pais que não responderam, o que pode nos revelar que os pais não fizeram

A classificação para preenchimento das vagas no curso será feita pela ordem vertical decrescente sobre o total dos pontos obtidos pelos candidatos até preencher o número de

O termo extrusão do núcleo pulposo aguda e não compressiva (Enpanc) é usado aqui, pois descreve as principais características da doença e ajuda a

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Principais mudanças na PNAB 2017  Estratégia Saúde da Família/Equipe de Atenção Básica  Agentes Comunitários de Saúde  Integração da AB e Vigilância 