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ASSOCIAÇÃO SAÚDE DA FAMÍLIA

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Academic year: 2021

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ASSOCIAÇÃO SAÚDE DA FAMÍLIA

COLETA EM AÇÃO - DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS QUÍMICOS (MEDICAMENTOS, PILHAS E BATERIAS, ÓLEO VEGETAL).

MARIA EUGÊNIA LEMOS FERNANDES

TELEFONE: (11) 3032-3719/ 2776-5070/ 97287-0853

EMAIL: mfernandes@saudedafamilia.org/ pcapucci@saudedafamilia.org

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1. INTRODUÇÃO

Resíduo químico pode ser definido como material (substância ou mistura de substâncias) com potencial de causar danos a organismos vivos, materiais, estruturas ou ao meio ambiente; ou ainda, que pode tornar-se perigoso por interação com outros materiais. A ausência de tratamento e a incorreta disposição dos resíduos químicos podem levar à contaminação do meio ambiente, comprometendo assim a saúde pública. O gerenciamento de resíduos continua sendo a questão central do problema, tendo em vista que as formas corretas de manejo e a disposição final ambientalmente adequada são processos custosos.

A legislação ambiental brasileira, embora considerada por alguns como uma das mais modernas e completas do mundo, raramente consegue ser cumprida. Realidades que apresentam falta de gerenciamento adequado dos resíduos sólidos aliadas à falta de informação e de educação ambiental da população evidenciam a necessidade de ações, em uma perspectiva local e global, para compensar a dinâmica das múltiplas variáveis conflitantes envolvidas.

O tratamento de resíduos químicos é viável. Entretanto, para que esse gerenciamento tenha êxito é necessário desenvolver uma consciência ética em relação ao uso e ao descarte de produtos, visando à prevenção da poluição e à redução, reaproveitamento e recuperação de materiais.

As pilhas e baterias, quando descartadas inadequadamente, representam impactos negativos para a saúde do ser humano e do planeta, pela sua capacidade de contaminação por metais pesados. Estas substâncias se acumulam na natureza e por não serem biodegradáveis, oferecem potencial de contaminação do solo e água, com consequências cumulativas no organismo humano e até mesmo em toda cadeia alimentar.

Já os medicamentos, pelo fato de serem produtos químicos produzidos com a intenção de provocar alguma alteração no corpo humano, quando descartados inadequadamente, são potencialmente perigosos à saúde humana. Seus componentes também permanecem no solo e na água, contaminando recursos naturais, que servirão de base para as principais atividades antrópicas posteriores.

O óleo vegetal, entretanto, é um resíduo bastante descartado pela população, tendo em vista o padrão de alimentação societário. Segundo a ANVISA e a ONG Oil World, o consumo per capita de óleo é de 20 litros/ano, representando um consumo de 3 bilhões de óleo vegetal, com o descarte adequado de somente 1%. Ou seja, mais de 200 milhões de litros de óleo por mês são jogados in natura nos cursos d’água, causando um impacto de contaminação de 20 mil litros de água por litro de óleo descartado.

Dessa forma, para o correto descarte de quaisquer resíduos químicos, é necessário que eles sejam primeiramente separados e identificados de acordo com suas características e suas procedências (laboratoriais ou industriais), e são os geradores desses resíduos os responsáveis diretos por sua destinação final.

Como uma das principais fontes de poluição por resíduos, trazemos especial atenção à poluição hídrica da bacia hidrográfica da Região Metropolitana de São Paulo, destacando o despejo de substâncias poluentes, principalmente os efluentes domésticos não tratados. Além destes, o lançamento inadequado dos resíduos sólidos nos corpos d’água e áreas impermeabilizadas e desmatadas pela atividade urbana também contribuem para a contaminação hídrica desta bacia.

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No caso dos efluentes domésticos isto acontece, pois, mesmo existindo coleta de esgoto para parcela significativa da população residente em área urbana, o esgoto ainda não é destinado ao tratamento adequado nas Estações de Tratamento de Esgoto.

Importante ressaltar que as áreas com carência de coleta de resíduos sólidos estão diretamente relacionadas com as áreas carentes de sistema de esgotamento sanitário, uma vez que, seus cenários estão intimamente conectados pela falta de assistência por parte dos agentes públicos.

Por estarmos localizados próximos a importantes sistemas de abastecimento d’água, que compartilham destes cenários apresentados, diagnosticamos a necessidade de desenvolver ações educativas e de intervenção direta no território, a fim de obter melhorias na qualidade de vida.

A questão da falta de gerenciamento de resíduos sólidos aparece como um problema devido à escala de geração e da sua disposição inadequada, em virtude da saturação e de restritas alternativas de expansão, decorrente da forte pressão urbana.

A necessidade na diminuição dos impactos causados pela existência humana mostra-se questão primordial a ser debatida para a preservação da natureza para esta e futuras gerações. Estimular o descarte correto e a coleta hábil de diversos resíduos é condição supra para avançar na proteção ambiental e na melhoria da qualidade de vida.

Muito se pode falar sobre a sustentabilidade, mas uma coisa nunca deve ser esquecida, sustentabilidade se faz no dia-a-dia, se faz nas grandes, mas principalmente nas pequenas ações, se faz nos atos simples que refletem mudanças estruturais na cultura da sociedade, e, consequentemente, no meio ambiente. Simples ações potencializadas geram grandes impactos e transformações.

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2. OBJETIVOS

Promover a saúde e conservação ambiental por meio da sensibilização, conscientização e mobilização da população das regiões Centro (Sé e República), Sul (Capela do Socorro e Parelheiros) e Norte (Casa Verde, Cachoeirinha, Limão, Brasilândia e Freguesia do Ó) de São Paulo para o descarte adequado de resíduos perigosos (óleo vegetal, medicamentos, pilhas e baterias) em Pontos de Entrega Voluntária (PEV) presentes nas dependências das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com Estratégia Saúde da Família (ESF).

Promover o recolhimento adequado nos coletores instalados e monitorados pelas UBS de óleo vegetal usado, pilhas e baterias e medicamentos vencidos e não utilizados pela comunidade para destinação às empresas responsáveis.

Sensibilizar a população através do fornecimento de informações sobre os impactos e riscos do descarte inadequado de materiais tóxicos, em constante diálogo sobre coleta seletiva e sustentabilidade com as comunidades atendidas.

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3. DESENVOLVIMENTO

O Sistema Único de Saúde (SUS) utiliza da ESF como ferramenta de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. É destaque da ESF a equipe multiprofissional, que compõe esta estratégia e é responsável pela saúde de um território adscrito, ainda é atribuição desta equipe mapear, cadastrar e monitorar esta população a fim de promover o cuidado integral em saúde.

No Munícipio de São Paulo, a ESF conta com o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), que traz a lógica do olhar ampliado para questão saúde e incorpora no cotidiano das equipes, através dos Agentes de Promoção Ambiental (APA) e Gestores Locais, as questões ambientais que impactam direta ou indiretamente na saúde e qualidade de vida daquela população.

Olhando para o território das Unidades de Saúde com ESF nas Supervisões Técnicas de Saúde (STS) das localidades apontadas, as equipes através das Visitas Domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e das Visitas Ambientais Domiciliares dos APA, identificaram o gerenciamento inadequado de resíduos perigosos (pilhas, baterias, óleo de fritura usado e medicamentos vencidos ou que sobraram).

Através de mapeamento participativo não se encontrou no território lugares para descarte adequado destes resíduos, com exceção dos medicamentos que eram aceitos pelas farmácias das UBS, mas que este serviço não era de conhecimento da população.

A partir disto, desenvolvemos o projeto de Gerenciamento de Resíduos nas UBS gerenciadas pela Associação Saúde da Família (ASF), firmando parceria com o Instituto Bióleo de Desenvolvimento Sustentável para a implantação dos PEV de recebimento de óleo e a destinação adequada deste resíduo, com a GM&CLOG estabeleceu-se a parceria do gerenciamento adequado dos resíduos de pilhas e baterias. Quanto aos medicamentos, também instalamos PEV para a coleta, ampliando a sensibilização dos usuários destes equipamentos de saúde.

Com as parcerias firmadas e com a destinação adequada garantida, passamos a sensibilizar a comunidade atendida pelos nossos serviços com intuito de informar sobre os riscos à saúde e ao ambiente que o gerenciamento inadequado destes resíduos causava, além de divulgar os PEV instalados nos equipamentos de saúde, utilizamos diversas metodologias, tais quais: palestras em sala de espera, visitas ambientais domiciliares, grupos educativos, teatros com fantoches e pessoas, sensibilizações em escolas e mutirões.

Por fim, monitoramos mensalmente os resíduos coletados através dos pesos das pilhas, baterias e medicamentos, além dos litros de óleo. Todo ultimo dia útil do mês destinamos para Sede da ASF Sul as pilhas e baterias coletadas no período para que a GM&CLOG retire o montante. Quanto ao óleo, o monitoramento é feito na própria unidade de saúde, onde o APA acompanha a devolução da comunidade e quando o PEV está próximo de cheio (75% de lotação) ele entra em contato com o Instituto Bióleo e agenda a retirada. Já o medicamento é pesado pelo APA e entregue aos técnicos de farmácia e farmacêutico para destinar a ECOURBIS.

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4. RESULTADOS OBTIDOS

Com a implementação de PEV em 54 UBS com ESF nas regiões: norte, centro e sul do município de São Paulo a OS ASF de janeiro de 2014 até junho de 2016 coletou e enviou para o descarte adequado: 7,3 toneladas de pilhas e baterias de celular; 8,6 toneladas de medicamentos; e mais de 50 mil litros de óleo de cozinha usado.

Foi evitado que mais de 1.013 bilhões de litros de água fossem contaminados, o equivalente a 405 piscinas olímpicas com sua capacidade máxima.

Em relação à coleta de pilhas e baterias, evitou-se que: 38g de mercúrio (Hg), 152g de cádmio (Cd) e 7,6 Kg de chumbo (Pb) contaminassem solo e lençol freático por destinação inadequada, e com isso afetasse a saúde humana e de outros animais através da cadeia alimentar.

Os medicamentos coletados, que antes eram descartados no lixo comum e na rede de esgoto, foram destinados de forma segura, diminuindo os impactos negativos à saúde e à biodiversidade.

Atualmente, esses esforços se concentram em unidades com ESF, do qual o PAVS faz parte, contudo estamos reorganizando nossos serviços mediante os contratos de gestão para ampliarmos essas coletas aos demais equipamentos de saúde do território.

ANO Kg Pilha e bateria de celular Lt Óleo de cozinha Usado Kg Medicamentos coletados 2014 2.995,995 20.279,73 3.833,5 2015 2.985,453 22.066,835 2.984,305 1º Semestre 2016 1.380,425 8.341,35 1.824,83 TOTAL 7.361,873 50.687,915 8.642,635

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5. INFORMAÇÕES ADICIONAIS

a. Responsáveis Técnicos pelo Projeto:

 Alan Marques  Alan Sabino  Alessandra Silva  Cláudio A. Castro  David O. Bezirganian  Elaine G. de Melo  Elza Santana

 Jane Cléia S. Santos  Neusi O. Rolim

 Pollyanna M. S. Câmara  Sueli Regina Heitzmann

b. Referências Técnicas e Bibliográficas:

 http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf  http://www.bioleo.org.br/

 http://www.saudedafamilia.org/index.htm  http://www.gmclog.com.br/site/#

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c. Arquivo fotográfico:

Referências

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