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O MINISTÉRIO PASTORAL E OS DESAFIOS NA RELAÇÃO FAMILIAR RESUMO

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Academic year: 2021

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O MINISTÉRIO PASTORAL E OS DESAFIOS NA RELAÇÃO FAMILIAR

Autores: Celso Ricardo de Jesus Mello 1 Luiz Augusto Rosa 2 Orientador: Emerson de Moura Cavalheiro 3

RESUMO

O ministério pastoral é um privilégio sem igual na vida de quem o recebe, pois é exercido por pessoas chamadas por Deus para que sejam, na Terra, representantes do Seu povo. Sua função é guiar os fiéis para o caminho da salvação eterna, ensinando-lhes a Palavra de Deus, aconselhando, orientando, desenvolvendo pregações, visitas, enfim, oferecendo-lhes suporte físico, emocional e espiritual. No entanto, nos dias atuais, temos visto um fenômeno inquietador, no qual pastores que, aparentemente, têm boa administração eclesiástica, acabam por não ter o mesmo êxito nas relações familiares. Diante disto, este artigo tem o propósito de levantar as possíveis razões pelas quais isso ocorre, trazendo à discussão, elementos que urgem ser considerados nas práticas cotidianas. Além de mostrar a problemática, reflete-se sobre caminhos que podem ser seguidos, dentre eles, o da mentoria, para que o cenário mude, resultando em novas perspectivas para a vida pastoral, especialmente no que tange à sua família.

Palavras-chave: Pastor. Ministério. Família. Relação.

PASTORAL MINISTRY AND CHALLENGES IN FAMILY RELATIONS ABSTRACT

Pastoral ministry is a unique privilege in the life of the recipient, since it is exercised by people called by God to be, on Earth, representatives of His people. Its function is to guide the faithful towards the path of eternal salvation, teaching them the Word of God, advising, guiding, developing sermons, visits, in short, offering them physical, emotional and spiritual support. However, nowadays, we have seen a disturbing phenomenon, in which pastors who, apparently, have good ecclesiastical administration, end up not having the same success in family relationships. In view of this, this article aims to raise the possible reasons why this occurs, bringing to the discussion elements that need to be considered in everyday practices. In addition to showing the problem, it reflects on paths that can be followed, among them, that of mentoring, so that the scenario

1 Graduado do Curso de Graduação em Teologia da Faculdade Bíblica das Assembleias de Deus –

FABAD.

2 Graduado do Curso de Graduação em Teologia da Faculdade Bíblica das Assembleias de Deus –

FABAD. 3

Docente do Curso de Graduação em Teologia da Faculdade Bíblica das Assembleias de Deus - FABAD

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changes, resulting in new perspectives for pastoral life, especially with regard to your family.

Keywords: Pastor. Ministry. Family. Relationship

1- INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo de cristãos protestantes no país. Evidentemente, esse aumento ocasiona a ampliação de templos ou trabalhos religiosos, resultando na necessidade do chamamento de novos obreiros, que terão a incumbência de estar à frente do rebanho, cuidando de pessoas, restaurando feridos, levando-os ao conhecimento de Cristo e de Sua Palavra. Esses pastores, de modo geral, têm exercido o ministério em obediência ao chamado de Deus, apresentando firmemente o propósito de cuidar da igreja. No entanto, observa-se, em vários casos, um fenômeno inquietador, relacionado à disparidade entre o sucesso que obtém na administração eclesiástica e, concomitantemente, o fracasso no que se refere ao relacionamento familiar.

Sendo assim, este artigo tem como objetivo refletir sobre algumas possibilidades que podem contribuir para que esta realidade aconteça. No primeiro momento, intitulado de “O Ministério Pastoral”, abordaremos sobre o chamado de Deus à salvação. Em seguida, observaremos o chamado específico que pessoas recebem para que atuem no ministério pastoral. Esse chamado específico possui exigências peculiares, e tem no Senhor Jesus Cristo, o maior exemplo de pastor a ser seguido. No segundo capítulo, “Os Desafios da Relação Familiar do Pastor”, apresentaremos a família à luz da Bíblia, ampliando à discussão para os relacionamentos familiares do pastor.

A realização deste trabalho deu-se por meio de uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva, uma vez que teve o respaldo dos livros e dos trabalhos científicos, proporcionando maior familiaridade com o problema, bem como aprofundamento do tema.

2 - O MINISTÉRIO PASTORAL

Ouvir a voz de Deus, chamando o ser humano para a realização de Sua obra é um privilégio, dada à relevância que possui em todos os tempos e, especialmente nos

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dias atuais. Na perspectiva do chamado, pode-se perceber, à luz das Escrituras, a presença do universal e do específico.

O chamado universal é voltado para todos os povos, por meio da salvação, através de Jesus Cristo: “Porque a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens” (Tito 2.11). Este chamado, por sua vez, convoca os cristãos, para que saiam a anunciar o Evangelho, conforme o próprio Cristo ordenou: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crê será condenado” (Marcos 16.15,16).

Além do chamado universal, há o chamado específico, que se refere às pessoas que Deus escolhe e envia ao campo de trabalho para que o Seu propósito se cumpra, tanto no que tange à evangelização, como na concessão de um ministério específico, como o pastoral, por exemplo. Fisher (1999, p. 117, 118), afirma:

O chamado para o ministério pastoral deve, contudo, ser ainda mais específico. Embora uma vaga vocação para o ministério cristão possa levar ao pastorado, não sustentará o pastor através das ásperas realidades da vida na igreja. Meu chamado ao ministério precisa ter conteúdo pastoral específico.

Como se observa, a vocação é um elemento importante que acompanha o chamado de Deus, especialmente, no trabalho pastoral, pois as demandas são elevadas e requer que a pessoa seja dotada de habilidades concedidas por Deus, além da capacitação natural que deve ser buscada, incessantemente, pelo obreiro, decidido a obedecer à voz divina, entregando-se ao santo ministério.

A palavra ministério tem sua origem no latim “ministeriu”, que significa cargo, incumbência, comissão, serviço, mister. O termo, essencialmente, recebe uma significação genérica de cargo que, necessariamente, deve vir acompanhado de serviço. Esta palavra pode ser usada em vários contextos, e não é concebida apenas no cenário neotestamentário, como por exemplo: ministério da justiça, ministério da saúde, ministério do trabalho, ministério da educação, ministério do meio ambiente, enfatizando à condução dos trabalhos em uma nação. Todavia, no contexto bíblico, tanto no Antigo como no Novo Testamento, o ministério está ligado ao apontamento de funções específicas desempenhadas.

Nesse sentido, pode-se refletir sobre o trabalho pastoral. A palavra pastor possui várias definições. No grego, o termo (poimen) significa aquele que cuida do rebanho, que o guia e o alimenta. No hebraico (raah), significa cuidar do rebanho. No latim (pastore) elucida o guardador de gado. Ao visitar o dicionário da língua portuguesa, será constatado que um dos sentidos para a expressão pastor, alude ao ofício de guiar

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os animais no pasto ou ao indivíduo que, no protestantismo, é nomeado por uma comunidade para trabalhar como orientador espiritual.

Segundo estas definições, entende-se que o pastor tem por objetivo conduzir, cuidar, alimentar as ovelhas do rebanho. Sendo assim, esta palavra se aplica muito bem ao contexto evangélico, no qual o pastor está incumbido da responsabilidade de não só de conduzir o rebanho, os fiéis, pelo verdadeiro caminho que é Cristo, cuidando para que as inúmeras heresias não os atinjam, como também alimentá-lo com as Escrituras Sagradas, para que possam permanecer firmes no Senhor. Filho (2001, p. 20, 21) declara:

A nobreza do ministério reside no chamamento divino, na possibilidade de se fazer parte do conselho de Deus na terra, na representação da misericórdia, do amor, da graça e da justiça divina. Os títulos não têm valor algum para Deus; a obediência ao chamamento, a fidelidade aos propósitos divinos e a representatividade de tudo o que é celestial nesse mundo terrenal é que têm valor diante de nosso Senhor.

Em suma, o pastor tem grande responsabilidade para com o rebanho que Deus lhe confiou. Um dia terá que prestar contas a Ele. Além disso, o pastor possui responsabilidades espirituais, como manter uma vida de consagração e santificação. “O ministério pastoral não se restringe ao púlpito, pois ser pastor também demanda tempo com Deus (oração, jejum, meditação bíblica)”, (LIMA, 2008).

Assim como qualquer outra atividade da área do conhecimento, a função de pastor pede que ele aprofunde seus estudos, através de faculdades e cursos específicos. Além desse conhecimento, também lhe é necessário ter perfil adequado para representar o ministério. O apóstolo Paulo, aconselhando o jovem Timóteo, pastor da igreja de Éfeso, listou algumas exigências essenciais para os ministros de Deus, em 1Timóteo 3.1 a 7.

De posse da seriedade do tema, é uma realidade quando se observa que líderes evangélicos do país têm perdido o foco de sua verdadeira e principal missão, que é o de dar testemunho da verdade cristã e anunciar a Jesus Cristo como único que leva o ser humano a salvação eterna, pois “pastores” têm levados os fiéis a priorizarem ou objetivarem outras coisas que não estão relacionadas ao Reino de Deus. Outros, têm se deixado dominar pelo status do título pastoral, esquecendo-se da raiz de sua função para a qual foram chamados. Os templos, de modo geral, neopentecostais, pregam a teologia da prosperidade, cometendo difamações para o meio evangélico.

A igreja evangélica brasileira vive um fenômeno estranho. Estamos crescendo explosivamente, mas ao mesmo tempo estamos perdendo vergonhosamente a

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identidade de evangélicos. O que na verdade está crescendo em nosso país não é o evangelho, mas outro um híbrido, sintético e místico. Vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica, mas que não tem evangelho. Prega sobre prosperidade, e não sobre salvação. Fala de tesouros na terra, e não de tesouros no céu. ( LOPES, 2008, p. 22).

Apesar disso, há muitas igrejas empenhadas na defesa do verdadeiro Evangelho, graças a pastores comprometidos com seu chamado e com Aquele que os chamou. Esses pastores seguem com zelo, os exemplos deixado por Jesus Cristo, o Sumo Pastor, de como deve ser a conduta adequada perante as pessoas que estão sob seu cuidado. A seguir veremos alguns desses padrões no ministério de Cristo. Jesus Cristo sempre teve seu foco voltado para as pessoas, como assevera Price (1980, p. 8): “Brilhou sempre no caráter de Jesus esse interesse profundo pelo bem-estar de todos. Jesus se interessava mais por pessoas do que por credos, cerimônias, organizações ou equipamento. Via o povo ‘como ovelhas sem pastor’ (Mar. 6.34)”. Jesus buscava resolver aquilo que trazia tristeza e angústia às pessoas, conforme afirma o mesmo autor, ao dizer que, “O mestre não só se interessou pelos problemas humanos, mas sempre buscou fazer alguma coisa para solucioná-los” (p.9).

Assim, “nossos primeiros passos com Cristo devem ser caracterizados pela atitude de imitá-lo” (McCALL, 2009). Se esta é uma realidade tão incontestável para aqueles que servem a Cristo, quanto mais para pastores, que tem maior responsabilidade sobre vidas. Jesus, quando estava dando alguns ensinamentos aos seus discípulos, disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (João 13. 15).

Cristo estava querendo mostrar aos Seus discípulos que, posteriormente à Sua ascensão ao céu, tornar-se-iam líderes da igreja, logo, deveriam demonstrar humildade para com todos, pois Sua missão na Terra era servir o povo e não ser servido, como era um rei, naquela época ou em nossos dias, como uma celebridade famosa, conhecida nacional e/ou internacionalmente.

Segundo Piper (2005), Jesus Cristo possui características que parecem paradoxais em nosso modo de viver mas que, na verdade, demonstra o seu admirável poder e amor, pois mesmo sendo grande divinamente, manteve-se sob autoridade de Deus Pai; mesmo que Suas atitudes merecessem toda sublimidade de bondade, soube ser submisso ao enfrentar o mal; ainda que mantivesse uma justiça ao extremo, nos “assombrou” com sua misericórdia; sabendo-se que é como Deus, manteve-se com imenso respeito diante Dele; com Sua sabedoria, enredou os soberbos escribas, no entanto, com as crianças foi o mais humilde dos homens.

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Com todos esses atributos do sumo pastor Jesus Cristo, pode se ter uma noção de como Ele, com toda certeza, deve ser o padrão de atitude a ser seguido por todos quanto O servem, principalmente, para um pastor que está buscando ser bem-sucedido em seu ministério, não para se vangloriar, mas para que, através de sua vida, o nome de Cristo possa ser conhecido e glorificado.

3 - OS DESAFIOS DA RELAÇÃO FAMILIAR DO PASTOR

A família, à luz da Bíblia, além de ser é um projeto de Deus, é a mais importante instituição criada por Ele para a sociedade. Seu objetivo era que esse núcleo se desenvolvesse física, mental e espiritualmente. Esse projeto está registrado no primeiro livro da Bíblia, Gênesis, no capítulo 2, versísculos 22 a 24:

E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

Lima (1986) assevera que Deus criou a família com intuito de fazer algo perfeito para o indivíduo e toda a humanidade. De acordo com o autor, o homem, na sua origem, seria incapaz de fazer tal criação, de estabelecer limites e regras de convivência. Esse projeto maravilhoso, feito pelas mãos do Criador para ser o berço do amor, da compreensão e do afeto, deve ser, de acordo com as Sagradas Escrituras formado pelo pai, mãe e filhos: “Vós, mulheres, estai sujeitas a vosso próprio marido, como convém no Senhor. Vós, maridos, amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela. Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.” (Colossenses 3. 18 ao 20).

Ao formar a família, Deus a fez com alguns propósitos. Quando terminou de formar o homem, disse que não era bom que ele estivesse só. Assim declarou: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.” (Gênesis 2. 18). Aqui, nota-se o primeiro propósito de Deus ao criar a família, a necessidade do ser humano de ter companhia, relacionamento e abrigo. O estado de estar só desapareceria com a criação da mulher, haja vista que Deus o visitara no final de todos os dias, no entanto, o homem necessitava de alguém permanente ao seu lado. “Ser ‘ajudadora’ do homem é o propósito para a qual a sua mulher foi criada no que diz respeito à sua condição de esposa.”, (KÖSTENBERGER, 2015, p. 31).

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Esta é a chave para o seio familiar. A isso Gonçalves (2017, p.30) assevera que: “A família é um espaço onde aprendemos amar e ser amados, abraçar e sermos abraçados, abençoar e sermos abençoados, a consolar e sermos consolados, a levantar e sermos levantados, aplaudir e sermos aplaudidos, a reconhecer e sermos reconhecidos”.

De acordo com o Poujol (2001), homem e mulher são totalmente distintos um do outro. Por não serem iguais, suas necessidades podem, quando não percebidas ou atendidas, ocasionar riscos ao relacionamento conjugal. Cada cônjuge, mesmo de modo inconsciente, tem certa expectativa com relação às atitudes do outro. O autor argumenta que, quando essas expectativas são frustradas, consequentemente, estabelece-se o conflito, e o casamento pode deixar de ser sinônimo de vida, algo gratificante, impulsionando o casal à tentação da separação

Diante disto, o pastor precisa compreender que foi chamado por Deus para o ministério e precisa aprender a fazer distinção entre seu ministério e sua família, no sentido de não se perder, priorizando o primeiro em detrimento do segundo. No exercício do ministério, as dificuldades de relacionamento da comunidade cristã são de sua inteira e exclusiva responsabilidade. Já, no âmbito familiar, as divergências no relacionamento devem ser resolvidas entre esposo (pastor), sua esposa e seus filhos, tendo como bases: o diálogo, a compreensão e, principalmente, o respeito mútuo.

Assim sendo, o pastor precisa enxergar seu lar com primazia bíblica, a qual deve liderar (MAYHUE, 1998). A Bíblia expõe, através do apóstolo Paulo, uma das características essenciais aos líderes da igreja quando disse que deveriam governar bem a sua própria casa (1 Timóteo 3.4). O pastor deve desempenhar, antes de qualquer outra coisa, o papel de um bom líder familiar, visto que o inverso, trará dificuldades para obter êxito no seu ministério. Ainda que o pastor se preocupe com sua igreja, a ponto de se desdobrar por ela, deve estar de modo integral à disposição de sua família, amando, respeitando e cuidando, para que seja referência tanto para esposa como para seus filhos. Conforme reiterou Kolenda (2011, p. 48): “O exemplo do pastor no lar deve ser notório [...]”.

A Bíblia relata, através de Paulo, quando escreveu aos Efésios, capítulo 5, versículos 22 a 33, como deve ser o relacionamento entre o marido e sua esposa. Ele faz o comparativo de Cristo para com a Igreja, afirmando que, da mesma forma como Cristo a ama e, dela, cuida, assim deve proceder o marido para com sua esposa e, da mesma maneira como a igreja é submissa a Cristo, assim a esposa deve ser submissa ao marido.

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Desse modo, a esposa do pastor tem lugar fundamental no seu ministério, pois, como acentuou Kolenda (2011, p. 50): “O ministério bem-sucedido de um pastor é sempre resultado do companheirismo de uma mulher dedicada e temente a Deus”. Frente a isso, quando o pastor e sua esposa estão inteiramente engajados na vontade de Deus, tanto no ministério como na família, com priorizando ambos, serão como uma fortaleza que ajudará a conter, logo de início, as preocupações e ameaças que virão, trazendo, com isso, proteção à família (MAYHUE, 1998).

Segundo Kolenda (2011, p. 54), o texto de 1 Pedro 3.7, apresenta dois aspectos importantes para o marido observar:

Primeiro é o de ser sábio no convívio com a esposa. A sabedoria diz respeito à prudência, à diligência e ao modo correto de se portar. O esposo deve ser compreensível com respeito à sensibilidade da esposa, suas emoções, suas necessidades físicas, psicológicas e espirituais. O segundo aspecto é o tratamento honroso devido à esposa. O plano de Deus ao criar a mulher foi tê-la auxiliadora, companheira, e isso sugere a sua participação ativa na vida

cotidiana do esposo.

A figura da esposa de pastor é, por muitas vezes, desprezada em relação ao seu ministério, porém, ela merece toda honra, carinho e afeto por parte de seu marido pois, antes mesmo de ser líder de uma igreja, deve ser o pastor de sua casa. Desta maneira, é chamado ao dever de prover o necessário para sua “igreja particular” e, como são uma só carne, como se constata em Gênesis 2.24, ela faz indiscutivelmente parte de seu ministério. Kolenda (2011, p. 53) enfatizou, veementemente que o “Pastor tem duas congregações, a dos membros da igreja e a dos membros da família, e não pode cuidar de uma à custa da outra”.

Uma instrução explícita na Bíblia trata sobre a forma como os filhos devem ser criados, desde pequenos, para que possam conhecer a Cristo e Servi-lo no Reino de Deus. O texto de Provérbios 22.6, diz: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer não se desviará dele”. Estabelecendo uma aplicação secundária ao texto, ressalta-se que esta recomendação é destinada a todos os cristãos, incluindo os pastores pois, se têm o dever de ensinar o caminho que leva o homem até Cristo, quanto mais os que estão na sua casa, seus filhos de sangue.

Segundo Kessler (1998), o pastor que, devido a inúmeras responsabilidades ministeriais, tem ajuda da esposa na educação dos filhos é um bem-aventurado, contudo, o maior responsável na educação dos filhos é o pai de família. Se isso for desconsiderado, Deus o culpará. Se ele se lamentar do próprio filho, estará fazendo isso a si, pois desprezou sua liderança no lar. A presença do pai junto dos filhos é algo de extrema importância, uma vez que sua imagem é vista pelos filhos como o protetor

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de suas vidas e, também, aquele que tem toda autoridade para ensiná-los a servirem ao Senhor. Rainey apresenta essa necessidade na vida do pastor:

Guarde um pouco do tempo pastoral para o seu próprio rebanho. Seus filhos também precisam do pastor. Deixei de liderar estudos bíblicos para executivos por cerca de uma década porque eu não queria estar sempre correndo para ajudar os outros a conhecerem a Deus enquanto deixava de apresentar os meus próprios filhos ao Senhor (RAINEY, 2003, p. 41).

Nessa mesma linha de raciocínio, Kolenda (2011, p. 55) afirma que: “[…] é possível dedicar tempo ao ministério sem se esquecer as obrigações com os do lar. Quando há esse equilíbrio, o resultado é uma família estruturada e comprometida com os valores de Cristo”. Esse é o verdadeiro papel de um pastor, cuidar dos seus filhos na fé, os membros da igreja, e também dos seus filhos de sangue, herança de Deus que lhe foi dada.

No tocante aos problemas que podem afetar a família do pastor, antes de mais nada, é importante reiterar que ele é um ser humano como qualquer outro, diferenciando-se pelo fato de ter um chamado específico para liderar uma igreja. Muitas vezes, por exercer o ofício pastoral, é visto como alguém superior, mas é necessário lembrar sempre que ele também está sujeito a circunstâncias desagradáveis e indesejáveis. Sá (2006, p. 26) expõe:

O pastor não é um super nem sub homem. É homem de verdade e da verdade. É uma pessoa com um chamado incomum e habilitado para servir ao Senhor servindo ao seu povo. É a pessoa por cuja instrumentalidade Deus habilita a igreja a crescer e a cumprir sua missão no mundo. Pessoa diferente que faz a diferença na especificidade de sua chamada, na excelência de seu trabalho e compromisso diuturno com o povo de Deus.

Buhr (2013) comenta que há um problema ainda maior, quando o próprio pastor se sente como um super-herói ou um super pastor. Esse líder esquece da dependência de Deus e, consequentemente, não percebe a situação perigosa gerada por tais atitudes, atitudes essas que, não raras vezes, quem absorve os malefícios delas é a sua família.

Kemp (2006, p. 10) expõe essa situação ao declarar: “Preocupo-me com o que está ocorrendo a liderança evangélica brasileira e às suas famílias. Creio seguramente que posso afirmar que 50% dos pastores tem sérias dificuldades em seu relacionamento familiar”.

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vários fatores como: viver uma vida de aparências; a pressão que é exercida sobre a família do pastor e sobre ele, a falta de tempo com a família, dentre outros.

Dentre as várias possibilidades, optou-se por sinalizar alguns aspectos que urgem consideração e reflexão. O primeiro deles está ligado à vida de aparências.

Há líderes que pregam e ensinam ao rebanho sobre como ser um bom marido e um bom pai, entretanto, em seu lar, com os filhos e esposa, há um quadro de destruição iminente da família. Embora amorosos e cheios de longanimidade com pessoas que não fazem parte do convívio em seu lar, são pouco amáveis e afetuosos, ou seja, pregam uma coisa, mas praticam outra. Sobre isso Lopes assevera que:

Esse abismo entre púlpito e o lar descredencia o ministro, desqualifica o ministro e tira do pastor a unção para exercer com fidelidade e eficácia seu pastorado. Se o pastor não é benção dentro da sua casa, será um fracasso em púlpito. O primeiro é mais importante rebanho de um pastor é sua própria família. Nenhum sucesso no ministério compensa o fracasso familiar. A família do pastor é a sustentação do seu ministério (LOPES, 2008, p. 29).

Conforme relato bíblico de Mateus 23. 1 ao 39, Jesus foi enfático ao falar sobre o viver de aparência, quando repreendeu os escribas e fariseus, em um longo discurso. Nele, comentou sobre o modo dissimulado que viviam exteriormente, isto é, priorizando a aparência, desprezando a forma interna, esquecendo-se do essencial. Da mesma maneira, há pastores que vivem desse modo, esquecendo-se do que é intrínseco para sua vida - glorificar a Deus através de sua família e de seu chamado. Porém, “se em sua casa o pastor tem um comportamento e fora dela tem outro, isto fica notório e o ministro pode ter problemas em sua casa e em seu ministério em decorrência disto” (SÁ, 2006, p. 25).

Outra situação preocupante, está ligada à pressão sofrida pelo pastor. Toler (2015, p.20) afirma que: “a pressão sobre o líder e a sua família só tem aumentado nos últimos anos”. Um dos problemas que a família enfrenta é a evidência diante de toda a igreja pelo fato de ser a família do pastor. Para combater essa situação é necessário que o pastor tenha uma boa estabilidade emocional, conforme afirma Lopes (2008, p.19): “O ministério tem suas complexidades e exige obreiros bem resolvidos emocionalmente. O pastor lida com tensões e, se ele não for uma pessoa centrada e equilibrada, desarticula-se emocionalmente e pode gerar conflitos ao seu redor”.

A falta de equilíbrio emocional pode juntar-se às inquietações que o pastor e sua família sofrem da igreja, dado que, “o rebanho observa atentamente o pastor e sua esposa. Cada membro constrói suas fantasias em relação ao casal e acha que tem a

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resposta correta de como a família pastoral deve ser e proceder” (KEMP, 2006, p. 139). Essa “obsessão” da igreja de sinalizar a família pastoral como uma família padrão, tem ocasionado dificuldades para o pastor e sua família. Como sinaliza Kemp, o pastor deve observar as carências, as aflições e as pressões que sua esposa passa por estar numa posição de destaque, mas, ao mesmo tempo, em uma situação crítica e desprotegida. Corroborando com isso, Toler afirma que:

Se você deseja liderar a sua família, tem de estar disposto a servi-los. Tem de acreditar que os problemas deles são seus, as alegrias deles são as suas, as necessidades deles são as suas necessidades. Quando você faz assim, não lhe deverão respeito - você o seu terá ganho e eles o darão com alegria. (TOLER, 2015, p. 66).

Os filhos de pastores também são atingidos pelas pressões dirigidas pela igreja. Eles são pressionados para que sejam exemplares em tudo, no entanto, a igreja se esquece de que são crianças ou adolescentes e, até mesmo jovens, como quaisquer outros, com suas crises e dificuldades vividas em cada fase da existência. Acerca disso, Sá assevera:

Seus filhos são tão crianças, adolescentes e jovens como os filhos dos outros. Não há motivos para ver uma diferenciação dos filhos do pastor das outras crianças da igreja. São todas do mesmo jeito, recebem as mesmas influências, têm suas alegrias e suas dificuldades, umas são mais obedientes por sua natureza, outras menos, mas com outras qualidades (SÁ, 2006, p.31,32).

É preciso haver conscientização de que os filhos de pastores são sujeitos às mesmas condições de filhos de outras famílias ou ainda, pode-se dizer, que há um peso que recai sobre eles, pois podem ser mais sacrificados pelo fato de que seus pais, sendo pastores, podem deixar a desejar na manutenção e equilíbrio para com o tempo adequado de educação, recreação e convívio, assunto que abordaremos a seguir.

Sá (2006), afirma que cabe ao pastor colocar limites aos membros da igreja no que diz respeito à sua casa e seus filhos, buscando defendê-los, quando forem cobrados a ter atitudes diferentes, por serem filhos de pastor. É possível usar a afirmação de Kemp, com relação às pressões sofridas por esposas e filhos de pastores quando expressa: “creio que, com raras exceções, as esposas de pastor são as pessoas mais sacrificadas na igreja, e seus filhos os mais incompreendidos” (KEMP, 2006, p.26).

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pode enfrentar, uma das maiores dificuldades, se não for a maior, está ligada à falta de tempo com a família. É certo que o pastor precisa dedicar tempo ao seu ministério para diversas ações, tais como: realizar visitas, estudar a bíblia, elaborar sermões, tirar período de oração a sós, entre outros. Tudo isso é inerente ao ministério pastoral, mas é necessário que se tenha bom senso e moderação. Lopes (2008) afirma que a igreja é importantíssima e como tal é preciso aprender a cuidar e a amá-la como preciosa que é diante de Deus, porém não se pode agir assim causando prejuízos à própria família. Sá assevera que:

Devido a muitos. compromissos o que o ministério exige do pastor, ele fica sem tempo para família. A qualquer hora do dia ou da noite sua presença é solicitada em algum lugar. Isso isso pode gerar conflitos em sua casa . A falta do pai em casa é algo que pode trazer muitas dificuldades no ministério. A criação dos filhos pode ficar comprometida, o exemplo de fé e amor, prejudicados. (SÁ, 2006, p.23).

Muitos pastores colocam a família em segundo plano; seus objetivos estão bem distantes do convívio familiar, algo que jamais deveria ocorrer. A ambição por encher a igreja de fiéis, ter alcançar as metas financeiras e ser bem visto por outros, tem roubado o tempo e a energia dos ministros. No entanto, o pastor deveria investir mais na família, oferecer a ela o seu melhor esforço, o seu melhor momento e o seu melhor cuidado.

[…] Ministério pastoral é algo que suga todo o tempo daquele que se dedica inteiramente à função, provocando um desconforto naqueles que convivem com o pastor. Estes enxergam uma falta de tempo e de energia para lidar com os problemas e as alegrias do lar. Em muitos casos, familiares começam a desconfiar e a transformar o ministério em um concorrente das suas atividades, colocando pastor em uma situação complicada. Administrar a casa, o tempo e as atividades do ministério pastoral se torna um fardo ao invés da satisfação de realizar algo a qual fora chamado a realizar. (SÁ, 2006, p.13).

Essas dificuldades que o pastor enfrenta entre seu ministério e sua família são apenas algumas delas entre outras, porém, infelizmente, já são suficientes para causar danos imensuráveis à sua família. Com muita seriedade sobre o assunto, Kemp (2006, p. 102) assevera: “Creio que posso dizer, sem receio de errar, que 50% dos lares de líderes evangélicos estão enfrentando terríveis problemas, e 25% desses 50%, se deparam com dificuldades extremas que muito possivelmente os encaminhará ao divórcio”. E essa possibilidade de divórcio traz, consequentemente, sofrimentos emocionais tão grandes na vida dos filhos, que Kolenda apresenta um quadro ainda mais terrível:

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É triste ver relatos de pastores que em nome de um ativismo ministerial acabam esquecendo suas obrigações de pais. A consequência dessa negligência é um elevado número de filhos traumatizados com a igreja pelas lembranças de uma infância de abandono e descuido. Muitos filhos de Pastores hoje estão no submundo do crime e das drogas, devido ao mau testemunho dos pais que não agiram de maneira correta e acabaram afastando seus filhos da igreja (KOLENDA, 2011, p.53).

É preciso que os caminhos que levam à prática pastoral sejam repensados, a fim de que a família seja concebida como a prioridade na vida pastoral, afinal, diante disso, a igreja terá no seu líder, o modelo a ser seguido, porque ele mesmo, reflete os ensinamentos de Cristo, contidos nas Escrituras. Qualquer inversão a isso, redundará em prejuízos para toda uma vida.

Todas as dificuldades apresentadas levam ao questionamento: Haveria solução para tamanhas dificuldades? Pode-se responder a essa questão, afirmativamente, pois sempre há algo a ser feito; sempre existe uma saída, quando há reconhecimento das dificuldades e desejo de mudança, ainda que seja uma situação complexa e que necessite de paciência e comprometimento.

É possível alterar a qualidade da família do pastor. É possível conseguir um relacionamento de qualidade com o seu cônjuge, mesmo que já tinha acontecido um distanciamento emocional. Você ainda pode desenvolver uma amizade verdadeira com seu filho adolescente. No entanto, como tudo há um preço a ser pago. É preciso disposição para modificar o apressado estilo de vida em que vivemos. É necessário haver uma reavaliação de nossas agendas, bem como alguns cortes para encaixar em nossa programação é a própria família. (KEMP, 2006, p. 28).

Como se pode observar, Kemp demonstra que é necessário colocar a família na agenda pastoral. Deve-se lançar mão de planejamentos, tais como, a escolha de um dia da semana só para família, sem basear-se no que é bom para igreja e, sim, para a família. O pastor deve procurar estar mais em casa à noite, para realizar atividades agradáveis somente com a esposa e, outras, somente com os filhos. As férias são um tempo que precisa ser apreciado pelo pastor e família. A agenda deve ser comunicada à Igreja, para que não o requisitem em horário de lazer. Outrossim, não é adequado que o pastor leve serviço para casa constantemente. Também deve-se reiterar que a casa pastoral não deve ser vista como restaurante, hotel, hospital ou centro de informações, pois a esposa e os filhos podem não suportas invasões contínuas de privacidade.

O pastor precisa de amizades profundas, como a de Davi com Jônatas, relatado na Bíblia em 1 Samuel 18.1 ao 5. O pastor precisa compartilhar suas pressões e

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estresses, precisa parar de ser um homem solitário que guerreia a sós para avançar na obra diante do povo de Cristo, a igreja. Pastores também precisam de aconselhamento, de pessoas que possam, verdadeiramente, auxiliá-lo em seu ministério. Eles precisam de mentores.

O pastor é um solitário. Ele cuida de muitos e, muitas vezes, não é cuidado por ninguém. Ele escuta os gemidos dos outros, mas nem sempre encontra um ouvido solidário para ouvir suas angústias. O Pastor precisa de amigos que tenham tempo, preparo, discrição e sensibilidade para ajudá-lo em suas necessidades (LOPES, 2008, p.111).

O pastor deve conscientizar-se de que aquilo que ele faz diante da igreja, aparentemente pode ser bom, até mesmo um exemplo, porém, não deve esquecer-se de que há um Deus que tudo vê e observa, quer seja bom ou mau testemunho, conforme a Bíblia descreve em Hebreus 4. 13: “E não há criatura encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”. As atitudes errôneas que a família e ou a igreja não vêem, serão cobradas um dia e o preço, com toda certeza, será alto se não houver arrependimento e afastamento delas.

Outras coisas podem ser feitas para mudar o panorama de muitas famílias de pastores, entretanto, conforme diz Lopes (2008, p. 29): “Os pastores precisam resgatar urgentemente a prioridade de cuidar da família”. O ministério pastoral é um chamado que requer muita dedicação e trabalho e também apoio da família, pois ambos devem estar em harmonia e equilíbrio: “O melhor caminho é que toda a família ame o ministério e trabalhe unida e coesa no sentido de apoiar o ministério pastoral” (LOPES, 2008, p.29).

3 - CONCLUSÃO

O ministério pastoral é, sem sombra de dúvidas, algo especial na vida de quem o recebe. Ele é exercido por pessoas chamadas por Deus, a fim de que representem Seu povo. Sua função é nobre: guiar os fiéis para o caminho da salvação eterna.

Constatou-se, neste artigo, que algumas das causas que levam pastores às dificuldades em sua família podem estar relacionadas variados fatores, tais como: viver de aparências, estar sob pressão, exercida sobre si sobre sua família, além, especialmente, da ausência do líder no tocante às demandas familiares, não raras vezes, até mesmo, básicas. Evidenciou-se que a falta do pai em casa é algo que pode trazer muitas dificuldades no ministério.

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Sabendo-se que é correto compreender que o pastor precisa dedicar tempo ao seu ministério, no entanto, ele não deve colocar sua família em segundo plano. Em nome do ministério, há aqueles que, devido aos objetivos traçados para com a Igreja, distanciam-se do convívio familiar, trazendo sérios prejuízos para seu núcleo principal, onde estão esposa e filhos. O pastor dever investir mais na família, oferecer a ela o seu melhor esforço, o seu melhor momento e o seu melhor cuidado.

Está pesquisa observou que o líder pastoral precisa cuidar de sua família, antes de cuidar da igreja, somente assim o pastor poderá alcançar êxito em todas as esferas de sua vida, sem prescindir da família, em detrimento de outras causas, ainda que eclesiásticas.

No exercício de seu ministério o pastor deve conscientizar-se e, também a igreja que administra, que não é nenhum super-herói, nem um super pastor ou até mesmo um super-humano, antes, está sujeito às intempéries da vida. Ele precisa “humanizar-se” e entender que, na lista de prioridades, primeiramente, está o Senhor Deus, depois a família e, por fim, seu ministério. Se isto não for observado, a tendência é que colha frutos amargos de um lar sem harmonia e saúde.

A figura marital e paterna deve estar presente na família, pois sua ausência, além de comprometer a vida familiar, também, cedo ou tarde, comprometerá o ministério pastoral. O pastor, com receio de que possa ser recriminado, pode dedicar-se integralmente ao dedicar-seu ministério e adquirir êxito, porém as tensões e pressões sobre a ele e família sempre estarão presentes. As consequências da ausência, em muitos casos, podem ser percebidas quando a esposa rivaliza com o ministério do marido, enxergando-o como um adversário e, os filhos, devido às inúmeras pressões, podem não querer frequentar à comunidade eclesiástica, quando não abrem mão de seguir a fé cristã.

Diante desse panorama, este artigo observou que o líder pastoral precisa cuidar de sua família, antes de cuidar da igreja, isto é, estabelecer limites nas relações e atuar, de forma harmônica, para que alcance êxito em todas as esferas de sua vida, sem prescindir da família em detrimento de outras causas, ainda que eclesiásticas. Além disso, é importante que a igrejas desenvolvam uma mentoria pastoral para auxiliar os pastores no desempenho de seus ministérios. Algumas denominações cristãs, ainda que timidamente, já desenvolvem esse tipo de suporte, contudo, a maioria delas, carece desse trabalho e suporte. Seminários, palestras e eventos ligados às práticas pastorais podem ser de grande auxílio aos escolhidos de Deus. Todas essas ações são urgentes e de fundamental importância para que o pastor

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tenha uma vida equilibrada, tanto eclesiástica, quanto na esfera familiar.

REFERÊNCIAS

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